O documento discute aspectos relacionados ao cultivo e melhoramento genético da alface, abordando três principais tópicos: 1) Principais problemas que ainda persistem no cultivo, como ocorrência de doenças, baixa germinação e florescimento precoce; 2) Possibilidades para diminuir estes problemas, como manejo do ambiente e de genótipos; 3) Contribuições da pesquisa para a melhoria fenotípica, como seleção de cultivares resistentes a doenças e mais adaptadas às condições brasileiras.
2. Introdução
Aspectos a considerar na produção da alface
Considerações
Sumário
Contribuições para melhoria da expressão fenotipica
Principais problemas que ainda persistem
Possibilidades para diminuir estes problemas
Manejo do ambiente
Manejo de genótipos
6. Folhas lisas
Doenças (LMV)
Florescimento precoce
Sementes importadas
Plantio campo
Mudas raiz nua
Irrigação por aspersão
Sementes nuas
Ambiente
Genótipo
Aspectos a considerar
7. Contribuições para melhoria da expressão fenotípica
Melhoria
de genótipos
Melhoria
no ambiente
Aspectos a considerar
8. Hiroshi Nagai
Cyro Paulino da Costa
Norberto Silva
Melhoria de genótipos
Companhias de sementes
Aspectos a considerar
Contribuições para melhoria da expressão fenotípica
Marcílio Dias
Wilson Roberto Maluf
9. Avanços com a pesquisa:
Resistência ao LMV
Alface lisa Regina
Tolerância ao calor
Independência na
produção de sementes
Diferentes tipos de folhas
Resistência a doenças
Alface tropicalizada
Aspectos a considerar
10. Cultivo protegido
Irrigação por gotejamento
Hidroponia
Melhoria de ambiente
Mudas em bandejas
Telas de sombreamento
e termorrefletoras
Aspectos a considerar
Fertirrigação
13. Ocorrência de doenças
Principais problemas
Número de plantas coletadas e infectadas pelo Lettuce mosaic virus (LMV), Lettuce mottle vírus (LeMoV)
e Bidens mosaic vírus (BiMV), em São Paulo (De Marchi et al., 2012)
14. Principais problemas
TSWV
GRSV
TCSV LMV
Distribuição de espécies de vírus (TSWV – Tomato spotted wilt virus; GRSV – Tomato chlorotic spot
virus; TCSV – Tomato chlorotic spot virus; LMV – Lettuce mosaic virus) em amostras de alface coletadas
no Distrito Federal, Bahia e Minas Gerais. Embrapa Hortaliças, 2012-2013. (Lima et al., 2013)
Ocorrência de doenças
15. Principais problemas
FUNGOS E BACTERIAS
Ocorrência de doenças
Murchadeira ou podridão negra das raízes (fungo Thielaviopsis basicola :
- Limite ao plantio e expansão da alface americana e lisa no verão em
algumas regiões de São Paulo.
(Sala et al., 2003; Sala e Costa 2005 e Sala et al 2008).
Fusarium oxysporum f. sp. Lactucae race 1:
(Cabral e Reis, 2013; Cabral, 2011; Brunelli et al., 2010; Cabral et al.,
2009; Ventura e Costa, 2008).
Cercosporiose ou mancha de cercospora (Cercospora longissima)
Prevalência elevada (≥88%). Nas áreas de cultivo convencional a
severidade variou de 0,0 a 16,9%, enquanto em cultivos orgânicos de 0,0
a 22,5% (Gomes et al., 2003).
16. Principais problemas
Ocorrência de doenças
FUNGOS E BACTERIAS
- Septoriose (Septoria lactucae)
- Podridão mole (Pectobacterium carotovorum). Silva et al 2007 (PE)
17. Principais problemas
NEMATOIDES
Altamente suscetível à infestação por nematoides das galhas,
Meloidogyne incognita e javanica. Plantas cloróticas, com cabeça de
tamanho reduzido, pequeno volume foliar e sem valor para consumo in
natura.
(CHARCHAR e MOITA, 1996; CAMPOS, 2001; CHARCHAR e MOITA, 2005;
SIKORA e FERNANDEZ, 2005; WILCKEN et al., 2004; WILCKEN et al., 2005).
Observação: tem sido problema sério para os
produtores de alface americana da região Sul de Minas.
Ocorrência de doenças
22. Principais problemas
Temperatura pode alterar arquitetura, produção, ciclo e
resistência ao pendoamento (Diamante et al., 2013).
Temperaturas elevadas (médias de 20,9 a 22,8ºC)
responsáveis pela redução na produção de alface
americana (Araujo et al., 2010).
Desafio é selecionar cultivares com elevada produtividade
e qualidade comercial, além de baixa suscetibilidade ao
pendoamento precoce (Yuri, 2006).
23. Ocorrência de doenças
Baixa germinação
Má formação de cabeças
Florescimento precoce
Principais problemas
Tip-burn
Como diminuir
estes problemas
24. Como diminuir os problemas
Ocorrência de doenças
Baixa germinação
Má formação de cabeças
Florescimento precoce
Tip-burn
Manejo do
ambiente
25. Manejo de
genótipos
Ocorrência de doenças
Baixa germinação
Má formação de cabeças
Florescimento precoce
Tip-burn
Como diminuir os problemas
28. (MINAMI, 1995; MORSELLI, 2001; MARQUES et. al, 2003; CARVALHO et al, 2004).
Manejo do
ambiente
Controle
de umidade
Manejo do ambiente
29. Manejo do
ambiente
Temperatura máxima em
torno de 30º
(Duarte, Silva; Ribeiro, 1992)
Controle
de umidade
Variação ótima de 4º a 27º
(Puiatti; Finger, 2005)
Manejo do ambiente
36. Manejo do
ambiente
Controle
de umidade
Manejo do ambiente
Seabra Junior, 2012, MT
Queiroz et al, 2014 - MT
Santos et al., 2011 - PB
Porto et al., 2011 - RN
Souza et al., 2013 - MT
Viana et al., 2013 – PB
Nodam et al, 2014 - MT
Diamante et al., 2013 - MT
Gomes, et al., 2006 - PE
Djail, et al., 2006 - PB
Suinaga et al., 2013 - DF
Kano, et al., 2012 – AM
Lima et al., 2013 - DF
Bandeira et al., 2013 – BA
39. - Resistência a LMV
- Resistência em Gallega de Inverno (Nagai, 1979)
gene mo1¹.
Manejo de genótipos
- Resistência em Salinas 88 (Stangarlin et al., 2000)
gene mo1².
40. - Resistência a TSWV
- Resistência em PI 342517 (Ancora) e Tinto.
Manejo de genótipos
(Pavan et al, 2008)
41. - Resistência a M. incognita raças 1, 2, 3 e 4 e M.
javanica.
CHARCHAR & MOITA (1996); GOMES et al. (1996); MENDES, et al. (1996);
CARNEIRO et al. (1997); GOMES et al. (2000); MALUF et al. (2002); WILCKEN
et al. (2005); CARVALHO FILHO et al. (2008)
- Resistência a nematoides das galhas
Manejo de genótipos
42. - Grand Rapids: crespa de folhas soltas
- Salinas 88: tipo americana
- Um gene com dominância parcial no sentido da maior resistência,
denominado Me.
- Um gene maior com dominância parcial e presença de genes
modificadores, denominado Me2.
GOMES et al. (2000)
CARVALHO FILHO et al. (2010)
Manejo de genótipos
- Obs.: Salinas 88 é resistente ao LMV e nematoide.
43. Distribuição de frequência de notas para índice de galhas em plantas das
Cultivares Regina 71 (A), Grand Rapids (B) e F2(Regina 71 x Grand Rapids) (C).
A B
C
Manejo de genótipos
44. 1 2 3 4 5
Alternativa: avaliação de plantas diretamente no substrato
Maioria dos métodos de avaliação são destrutivos
45. Avaliações:
NOTA PARA INCIDÊNCIA DE GALHAS
1 Poucas galhas visíveis no sistema radicular, galhas
pequenas e não coalescentes.
2 Poucas galhas visíveis no sistema radicular, porém algumas
galhas de tamanho médio.
3 Número médio de galhas visíveis no sistema radicular,
galhas de tamanho médio e algumas galhas de tamanho
grande.
4 Muitas galhas visíveis no sistema radicular, galhas grandes
com poucas galhas de tamanho médio, algumas galhas
coalescentes.
5 Muitas galhas visíveis no sistema radicular, galhas grandes,
com grande número de galhas coalescentes.
Manejo de genótipos
46. 0
50
100
150
200
1 2 3 4 5
Regina 71
Número
de
plantas
Notas
0
50
100
150
200
1 2 3 4 5
Grand Rapids
Número
de
plantas
Notas
0
50
100
150
1 2 3 4 5
AFX-018
Número
de
plantas
Notas
0
50
100
150
200
1 2 3 4 5
AFX-017
Número
de
plantas
Notas
52. - Tolerância ao florescimento precoce
Silva, 1999: segregação transgressiva
Manejo de genótipos
53. - Tolerância ao florescimento precoce
Fiorini, 2004.
Nº de dias Regina 71 Grand Rapids Progênies
<= 100 0,00 28,21 0,00
101 a 113 0,00 69,23 5,19
113 a 126 16,67 0,00 72,00
126 a 139 58,33 2,56 16,88
>= 139 25,00 0,00 5,19
Manejo de genótipos
54. Médias seguidas por letras iguais, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas não diferem
pelo teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade
- Tolerância à termoinibição
Catão et al., 2014; Resende, 2012; Nascimento et al., 2012; Vilela et al., 2010;
Sung et al., 2008; Nascimento et al., 2004; Cantliffe et al., 2000.
Manejo de genótipos
55. - Tolerância à termoinibição
Cultivar
Germinadas
Mortas Dormentes %G a 35ºC
35ºC 20ºC
Everglades 50 29 21 0 63,3
Veronica 1 89 10 0 1,1
Catão et al., 2014; Resende, 2012; Nascimento et al., 2012; Vilela et al., 2010;
Sung et al., 2008; Nascimento et al., 2004; Cantliffe et al., 2000.
Manejo de genótipos
57. Entre 19 cultivares dos tipos crspa, lisa e
americana avaliadas, três cultivares do tio
americana (Blizzard, Casper e logic) se
mostraram altamente resistente.
Manejo de genótipos
Koyama et al, 2012
59. - Alface crocante: proposta desenvolvida pelo Prof.
Cyro paulino da Costa de uma alface que mescla
características de alface crespa com as qualidades
da alface americana.
Manejo de genótipos
(Sala, 2011 e Sala e Costa, 2012).
'Gloriosa‘: cultivar de alface americana tropicalizada, resistente a
Thielaviopsis basicola. Selecionada a partir de variantes da cultivar
Lucy Brown, pelo método genealógico.
Sala e Costa, 2008; Sala e Costa, 2011
63. Avaliação das progênies F2:3, seleção entre e
dentro de progênies. Colheita de sementes F2:4
Condução das plantas F2, avaliação para
características desejáveis e colheita de sementes
F2:3.
Avaliação até F2:6 ou F2:7 e seleção de linhagens
homozigotas para as características desejadas.
Dependendo das características dos genitores,
pode ser necessário um retrocruzamento.
64. Necessidade de caracterização de genes de
interesse para algumas características.
Perspectivas de avanços por meio da utilização
da resistência genética associada a outros
métodos.
Maior interação entre pesquisadores de
diferentes áreas do conhecimento.
Necessidade de avanços na área molecular para
auxiliar no entendimento e nos trabalhos de
melhoramento.
65. Parcerias UFLA
Melhoramento
Identificação e caracterização de microRNAs e
genes envolvidos em sua via de processamento na
resistência de Lactuca sativa L. frente a
Meloidogyne spp
“Estudos moleculares de Lactuca sativa L.
resistentes a Meloidogyne spp e identificação de
marcadores para programas de melhoramento”
Estudo do controle genético da termonibição de
sementes em Lactuca sativa e expressão de
genes envolvidos.