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DIREITO DO TRABALHO
LUIZ DIVINO FERREIRA
 O que é o Direito do Trabalho?
 Quais são os seus fundamentos?
 Qual a sua função?
 Qual o seu campo de aplicação?
2 – DIREITO DO TRABALHO:
CONCEITO: Conjunto de princípios,
regras e instituições atinentes à relação
de trabalho subordinado e situações
análogas, visando assegurar melhores
condições de trabalho e sociais ao
trabalhador, de acordo com as medidas
de proteção que lhe são destinadas.
(Sérgio Pinto Martins)
3 - Antiguidade
O escravo assemelhava-se a uma
coisa e pertencia ao amo ou senhor, a
partir do momento que entrava no seu
domínio, portanto, não poderia prestar
consentimento contratual e,
consequentemente, contrair
obrigações.
4 - Idade Média
 Representada pelo surgimento das corporações de ofício, constituídas
por mestres, companheiros e aprendizes.
 Corporação: As corporações de ofício tinham como características: a)
estabelecer uma estrutura hierárquica; b) regular a capacidade
produtiva; e c) regulamentar a técnica de produção.
 Mestre: eram os proprietários das oficinas, que já tinham passado
pela prova da obra-mestra. Em princípio, obtinha o cargo pelas suas
aptidões profissionais ou por terem executado uma obra-prima.
 Aprendizes: Eram os menores que recebiam dos mestres o ensino
metódico do ofício ou profissão mediante pagamento de taxas.
 Companheiros: Terminado o aprendizado, os aprendizes tornavam-se
companheiros e exerciam suas atividades nos locais públicos,
remunerados pelos mestres. Por outro lado, o companheiro só
conseguia melhorar sua atuação profissional se dispusesse de dinheiro
para comprar a carta de mestria ou se casasse com a filha do mestre
ou com sua viúva.
 Supressão: Em 1791, pois foram consideradas incompatíveis com o
ideal de liberdade de trabalho.
5 - Regime Liberal
O triunfo da Revolução Francesa exaltou a liberdade
individual consagrada no preâmbulo da Constituição de
1791. Princípio liberal e postulados individualistas
atuaram como grandes bases sobre as quais se
desenvolveu todo mecanismo das relações jurídico-
laborais existentes até o aparecimento do fenômeno
intervencionista. Os indivíduos adquiriram com sua
vontade o poder supremo para realizar toda classe de
atos jurídicos, os quais passavam a ter força de lei
entre as partes, porque aceitos voluntariamente.
6 – Revolução Industrial
As relações de trabalho presididas pelos
critérios heterônomos das corporações de
ofício foram substituídas por uma
regulamentação essencialmente autônoma.
Surgiu daí uma liberdade econômica sem
limites, com opressão dos mais fracos,
gerando, segundo alguns autores, uma nova
forma de escravidão. É o que se extrai do
pensamento de Lacordaire: “Entre o forte e o
fraco, entre o rico e o pobre, entre o patrão e
o empregado, é a liberdade que escraviza, é
a lei que liberta”. (Alice Monteiro de Barros).
7 - Evolução:
 Formação: Inglaterra (1802 a 1848) lei proibindo o
trabalho dos menores à noite e por duração superior
a 12 horas diárias. Na França, em 1806, foram
criados os conseils prud’hommens, órgãos destinados
a dirimir as controvérsias entre fabricantes e
operários, considerados como precursores da Justiça
do Trabalho.
 Consolidação (1890/1919): Caracterizada pela
publicação da Encíclica Papal Rerum Novarum (coisas
novas) de Leão XIII, preconizando salário justo.
 Autonomia: Caracteriza-se pela criação do OIT
(1919) e o trabalho de universalização do Direito do
Trabalho.
8 – Evolução no Brasil
 1907 – Lei 1.637 - primeira lei sindical -
rural
 1919 – Lei 3.724 – acidente do trabalho
 1923: Lei Eloy Chaves instituindo caixas de
aposentadorias para os ferroviários
- 1930: Criação do Ministério do
Trabalho.
- 1943: criação da CLT (Dec. Lei 5.452),
mais abrangente texto legal trabalhista.
 1946 : Constituição de 1946 coloca a Justiça
do Trabalho como integrante do Poder
Judiciário, já que antes era órgão
administrativo.
 1988 : A Constituição Federal, em seu artigo
7º, assegura extenso rol de direitos
trabalhistas.
9 - Tendência atual
Crise econômica de 1970 (alta do preço do
petróleo), a inovação tecnológica,
modificação na organização da produção,
necessária competitividade com os países
orientais e necessidade de combater o
desemprego resultaram no fenômeno jurídico
denominado flexibilização.
10 - Flexibilização:
Pressupõe a intervenção estatal, ainda que
básica, com normas gerais abaixo das quais
não se pode conceber a vida do trabalhador
com dignidade.
11 - PRINCÍPIOS
Conceito: “São as idéias fundamentais sobre a
organização jurídica de uma comunidade emanados
da consciência social, que cumprem funções
fundamentadoras, interpretativas e supletivas, a
respeito de seu total ordenamento jurídico” (Celso
Ribeiro Bastos). “São verdades fundantes de um
sistema de conhecimento” (Miguel Reale). “São as
proposições básicas fundamentais, típicas, que
condicionam todas as estruturações subseqüentes”
(Cretella Junior).
12 - Princípios constitucionais : Direitos
Fundamentais
 Dignidade da pessoa humana (art. 1º, Inc. III).
 Valores sociais do Trabalho e da livre iniciativa (art.
1º, Inc. IV)
 Igualdade entre Homens e Mulheres (art. 5º)
13 - Princípios infra-constitucionais
1 – Proteção: Por esse princípio, busca-se uma forma
de compensar a superioridade econômica do
empregador em relação ao empregado, dando a este
último uma superioridade jurídica (in dúbio pro
operario, norma mais favorável, condição mais
benéfica)
2 - Primazia da realidade
3 - Irrenuciabilidade
4 - Continuidade
14 - CONTRATO DE TRABALHO
Art. 442 da CLT: Contrato individual de trabalho é o
acordo tácito ou expresso, correspondente à
relação de emprego.
15 - Empregador
 Art. 2º: Considera-se empregador a empresa
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige
a prestação pessoal de serviços.
16 – Empregado
 Art. 3º: Considera-se empregado toda pessoa física
que prestar serviços de natureza não-eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.
17 – Requisitos
 Subordinação: social, técnica, jurídica.
 Onerosidade: salário.
 Não-eventualidade: não provisório,
continuidade.
 Pessoalidade: pessoa física.
 Alteridade : por conta alheia.
18 – Contrato de trabalho
 Conceito: “Contrato de trabalho é o acordo
expresso (escrito ou verbal) ou tácito firmado
entre uma pessoa física (empregado) e outra
pessoa física ou jurídica (empregador) por
meio do qual o primeiro se compromete a
executar, pessoalmente, em favor do segundo
um serviço de natureza não-eventual,
mediante salário e subordinação jurídica”.
19 - Contratos afins:
 Empreita
 Mandato
 Representação comercial
 Sociedade e Parceria
 Servidor público
20 - Resumo
1 - O que é o Direito do Trabalho? (conceito)
2 - Quais são os seus fundamentos? Liberdade
de trabalhar e limitação da liberdade de
contratar.
3 - Qual a sua função? Função de tutelar o
trabalhador dada a sua condição de
hipossuficiente, buscando a realização de
valores sociais para preservar a sua
dignidade.
4 - Qual o seu campo de aplicação? Contrato
de trabalho.

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Direito do trabalho

  • 1. DIREITO DO TRABALHO LUIZ DIVINO FERREIRA
  • 2.  O que é o Direito do Trabalho?  Quais são os seus fundamentos?  Qual a sua função?  Qual o seu campo de aplicação?
  • 3. 2 – DIREITO DO TRABALHO: CONCEITO: Conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas. (Sérgio Pinto Martins)
  • 4. 3 - Antiguidade O escravo assemelhava-se a uma coisa e pertencia ao amo ou senhor, a partir do momento que entrava no seu domínio, portanto, não poderia prestar consentimento contratual e, consequentemente, contrair obrigações.
  • 5. 4 - Idade Média  Representada pelo surgimento das corporações de ofício, constituídas por mestres, companheiros e aprendizes.  Corporação: As corporações de ofício tinham como características: a) estabelecer uma estrutura hierárquica; b) regular a capacidade produtiva; e c) regulamentar a técnica de produção.  Mestre: eram os proprietários das oficinas, que já tinham passado pela prova da obra-mestra. Em princípio, obtinha o cargo pelas suas aptidões profissionais ou por terem executado uma obra-prima.  Aprendizes: Eram os menores que recebiam dos mestres o ensino metódico do ofício ou profissão mediante pagamento de taxas.  Companheiros: Terminado o aprendizado, os aprendizes tornavam-se companheiros e exerciam suas atividades nos locais públicos, remunerados pelos mestres. Por outro lado, o companheiro só conseguia melhorar sua atuação profissional se dispusesse de dinheiro para comprar a carta de mestria ou se casasse com a filha do mestre ou com sua viúva.  Supressão: Em 1791, pois foram consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade de trabalho.
  • 6. 5 - Regime Liberal O triunfo da Revolução Francesa exaltou a liberdade individual consagrada no preâmbulo da Constituição de 1791. Princípio liberal e postulados individualistas atuaram como grandes bases sobre as quais se desenvolveu todo mecanismo das relações jurídico- laborais existentes até o aparecimento do fenômeno intervencionista. Os indivíduos adquiriram com sua vontade o poder supremo para realizar toda classe de atos jurídicos, os quais passavam a ter força de lei entre as partes, porque aceitos voluntariamente.
  • 7. 6 – Revolução Industrial As relações de trabalho presididas pelos critérios heterônomos das corporações de ofício foram substituídas por uma regulamentação essencialmente autônoma. Surgiu daí uma liberdade econômica sem limites, com opressão dos mais fracos, gerando, segundo alguns autores, uma nova forma de escravidão. É o que se extrai do pensamento de Lacordaire: “Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, entre o patrão e o empregado, é a liberdade que escraviza, é a lei que liberta”. (Alice Monteiro de Barros).
  • 8. 7 - Evolução:  Formação: Inglaterra (1802 a 1848) lei proibindo o trabalho dos menores à noite e por duração superior a 12 horas diárias. Na França, em 1806, foram criados os conseils prud’hommens, órgãos destinados a dirimir as controvérsias entre fabricantes e operários, considerados como precursores da Justiça do Trabalho.  Consolidação (1890/1919): Caracterizada pela publicação da Encíclica Papal Rerum Novarum (coisas novas) de Leão XIII, preconizando salário justo.  Autonomia: Caracteriza-se pela criação do OIT (1919) e o trabalho de universalização do Direito do Trabalho.
  • 9. 8 – Evolução no Brasil  1907 – Lei 1.637 - primeira lei sindical - rural  1919 – Lei 3.724 – acidente do trabalho  1923: Lei Eloy Chaves instituindo caixas de aposentadorias para os ferroviários
  • 10. - 1930: Criação do Ministério do Trabalho.
  • 11. - 1943: criação da CLT (Dec. Lei 5.452), mais abrangente texto legal trabalhista.
  • 12.  1946 : Constituição de 1946 coloca a Justiça do Trabalho como integrante do Poder Judiciário, já que antes era órgão administrativo.
  • 13.  1988 : A Constituição Federal, em seu artigo 7º, assegura extenso rol de direitos trabalhistas.
  • 14. 9 - Tendência atual Crise econômica de 1970 (alta do preço do petróleo), a inovação tecnológica, modificação na organização da produção, necessária competitividade com os países orientais e necessidade de combater o desemprego resultaram no fenômeno jurídico denominado flexibilização.
  • 15. 10 - Flexibilização: Pressupõe a intervenção estatal, ainda que básica, com normas gerais abaixo das quais não se pode conceber a vida do trabalhador com dignidade.
  • 16. 11 - PRINCÍPIOS Conceito: “São as idéias fundamentais sobre a organização jurídica de uma comunidade emanados da consciência social, que cumprem funções fundamentadoras, interpretativas e supletivas, a respeito de seu total ordenamento jurídico” (Celso Ribeiro Bastos). “São verdades fundantes de um sistema de conhecimento” (Miguel Reale). “São as proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subseqüentes” (Cretella Junior).
  • 17. 12 - Princípios constitucionais : Direitos Fundamentais  Dignidade da pessoa humana (art. 1º, Inc. III).  Valores sociais do Trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, Inc. IV)  Igualdade entre Homens e Mulheres (art. 5º)
  • 18. 13 - Princípios infra-constitucionais 1 – Proteção: Por esse princípio, busca-se uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, dando a este último uma superioridade jurídica (in dúbio pro operario, norma mais favorável, condição mais benéfica) 2 - Primazia da realidade 3 - Irrenuciabilidade 4 - Continuidade
  • 19. 14 - CONTRATO DE TRABALHO Art. 442 da CLT: Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
  • 20. 15 - Empregador  Art. 2º: Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
  • 21. 16 – Empregado  Art. 3º: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
  • 22. 17 – Requisitos  Subordinação: social, técnica, jurídica.  Onerosidade: salário.  Não-eventualidade: não provisório, continuidade.  Pessoalidade: pessoa física.  Alteridade : por conta alheia.
  • 23. 18 – Contrato de trabalho  Conceito: “Contrato de trabalho é o acordo expresso (escrito ou verbal) ou tácito firmado entre uma pessoa física (empregado) e outra pessoa física ou jurídica (empregador) por meio do qual o primeiro se compromete a executar, pessoalmente, em favor do segundo um serviço de natureza não-eventual, mediante salário e subordinação jurídica”.
  • 24. 19 - Contratos afins:  Empreita  Mandato  Representação comercial  Sociedade e Parceria  Servidor público
  • 25. 20 - Resumo 1 - O que é o Direito do Trabalho? (conceito) 2 - Quais são os seus fundamentos? Liberdade de trabalhar e limitação da liberdade de contratar. 3 - Qual a sua função? Função de tutelar o trabalhador dada a sua condição de hipossuficiente, buscando a realização de valores sociais para preservar a sua dignidade. 4 - Qual o seu campo de aplicação? Contrato de trabalho.