O documento discute a função da literatura, argumentando que ela não é uma perda de tempo, mas sim explora a relação entre forma e conteúdo de maneira diferente da ciência. A literatura não relata eventos reais, mas sim possibilidades, o que a torna mais filosófica do que a história segundo Aristóteles.
1. A função da literatura
Professor: Marcel Matias
2. Para que serve a literatura?
“A literatura não possui aplicabilidade”.
“A literatura não serve para nada”.
“A literatura é uma perda de tempo”.
“Tenho mais o que fazer do que ficar lendo
histórias mentirosas”.
3. O que é a literatura?
Forma + Conteúdo.
Preocupação com a forma como se enuncia
determinado conteúdo.
Preocupação com a linguagem.
4. Exemplo (relação forma e conteúdo)
“Para a ciência, a linguagem não passa de
um instrumento, que quer se tornar tão
transparente, tão neutro quanto possível [...]
há por um lado e primeiro os conteúdos da
mensagem científica, que são tudo; por outro
lado e depois, a forma verbal encarregada de
exprimir esses conteúdos, que não é nada”.
Roland Barthes
5. Podemos afirmar que a literatura procede,
em seu aspecto formal, como a ciência?
Não.
6. Mas, afinal, para que serve a
literatura?
“[...] o poeta conta, em sua obra, não o que aconteceu e
sim as coisas quais poderiam vir a acontecer, e que sejam
possíveis tanto da perspectiva da verossimilhança como
da necessidade. O historiador e o poeta não se distinguem
por escrever em verso ou em prosa [...]; a diferença é que
um relata os acontecimentos que de fato sucederam,
enquanto o outro fala das coisas que poderiam suceder. E
é por esse motivo que a poesia contém mais filosofia e
circunspeção do que a história; a primeira trata das coisas
universais, enquanto a segunda cuida do particular”.
Aristóteles
7. Referências
ARISTÓTELES. A poética. Tradução: Eudoro
de Souza. 2. ed., São Paulo: Ars Poetica,
1993.
BARTHES, Roland. Da ciência à literatura.
In: ______. O rumor da língua. Tradução:
Mário Laranjeira. 2. ed., São Paulo: Martins
Fontes, 2004.