O documento descreve a espécie Thunnus thynnus, conhecida como atum-rabilho. É uma espécie de atum que pode chegar a 458 cm e 684 kg, e apresenta populações distintas no Atlântico Norte, Mediterrâneo e África do Sul. O atum-rabilho realiza migrações entre o Golfo do México e o Mar Cantábrico e é uma importante fonte de alimentação e comércio internacional.
2. Thunnus thynnus Linnaeus, 1758, conhecido pelos
nomes comuns de atum-rabilho ou atuarro, é uma das
oito espécies de atum pertencentes à
família Scombridae, classe Actinopterygii. A espécie
apresenta populações distintas nas margens leste e
oeste do Oceano Atlântico e no Mediterrâneo,
encontrando-se extinta no Mar Negro.
3. Como o resto dos tunídeos, a espécie T. thynnus tem corpo fusiforme,
mais robusto na metade anterior. Pode chegar aos 3 metros de
comprimento, embora seja mais habitual tamanhos de 1 a 2 metros de
comprimento, com um peso que pode atingir os 650 kg, sendo comum
espécimes com mais de 450 kg de peso, rivalizando com o espadarte e
com os marlins entre os maiores Perciformes. A Fishbase.org recolhe
como números máximos um comprimento de 458 cm e um peso de
684 kg. É a espécie de atum que atinge maiores dimensões.
A face dorsal é de cor azul muito escuro, quase preto, sem marcas de
cor nenhuma. O ventre e os lados são prateados, apresentando pontos
cinzentos que após a morte deixam de ser visíveis.
Apresenta duas barbatanas dorsais, muito juntas, a segunda maior em
altura e comprimento do que a primeira. A primeira barbatana
apresenta 12-14 raios espinhosos e a segunda apenas um raio
espinhoso e 13-15 raios moles.
4. O atum-rabilho é uma espécie pelágica que se agrega em cardumes pouco numerosos,
geralmente em águas pouco profundas, descendo a maiores profundidades durante o dia e
aproximando-se da superfície durante a noite. Movem-se normalmente a altas velocidades,
estando citados valores de 80–90 km/h durante curtos períodos.
O atum-rabilho está presente em todo o Atlântico Norte e no Mar Mediterrâneo, sendo
que a população do Mar Negro se encontra extinta. Prefere águas de temperaturas em
torno dos 20 °C, mas suporta temperaturas entre os 5 °C e os 30 °C. Como os outros
tunídeos, realiza movimentos migratórios periódicos conhecidos há séculos e que já foram
descritos por Aristóteles. Com a marcação de indivíduos poude-se comprovar deslocações
desde o Golfo do México e da Flórida até ao Mar Cantábrico.
Para efeitos de cálculo de efectivos populacionais e controlo de capturas são consideradas
duas populações: (1) a do Atlântico oeste; e (2) a do Atlântico leste (que inclui o
Mediterrâneo): Além disso há registo de uma subpopulação nas costas atlânticas da África
do Sul. Os exemplares do Atlântico oeste costumam alcançar tamanhos maiores do que os
do Atlântico leste e atingem a maturidade sexual mais tarde.
Calcula-se que a longevidade do atum-rabilho ultrapasse os 15 anos. Atinge a maturidade
sexual aos 4-5 anos, com um tamanho de 1,0-1,2 m e um peso de 15–25 kg. É carnívoro,
alimentando-se de pequenos peixes pelágicos, nomeadamente sardinhas, chicharros
e arenques.
5. O atum é um peixe muito apreciado na alimentação. É um peixe gordo
por excelência, 12% de gordura, rica em ácidos ômega 3, e uma
contribuição de 200 que por 100 gramas. Pode-se consumir diretamente
assado, grelhado, no forno, guisado ou mesmo cru, em carpaccio ou
em conserva. Na Andaluzia é típica a preparação de mojam: lombo de
atum salgado e seco. No País Basco e Navarra, a preparação mais
característica é o chamado marmitako, atum guisado com molho
de tomate.
A pesca do atum, intensa há séculos, viu-se amplamente impulsionada
pelo uso na gastronomia oriental, principalmente no Japão, onde é
muito apreciado para a elaboração do sushi, do sashimi e do tataki,
pratos hoje divulgados em outras culturas. Atualmente, é exportada
para o Japão cerca de 70% das capturas realizadas no Mediterrâneo, a
preços que atingem os 100 euros/kg.