O documento descreve três ritmos musicais brasileiros originários da cultura africana: o jongo, dançado ao som de sanfona e pandeiro; o lundu, uma dança erótica de origem angolana; e a roda de batuque, um momento de reflexão, fé e união entre pessoas durante o culto aos orixás.
3. Os negros montam
uma fogueira
e iluminam o terreio
com tochas.
Do outro lado, armam
uma barraca de
bambu
Para os pagodes,
arrasta-pé onde os
casais dançam
O calango ao som da
sanfona de oito
baixos e pandeiro.
4. O Jango ou caxambu é
um ritmo que teve suas
origens na região
africana do Congo-
Angola.
Chegou ao Brasil-Colônia
com os negros de origem
bantu traduzidos como
escravos para
O trabalho forçado nas
fazendas do café do Vale
de Rio Paraíba, no
interior dos estados do
Rio de Janeiro Minas e
São Paulo
6. O lundu tem uma proveniência
adversa. Sabe-se que deriva da
musicalidade dos negros de Angola e
do Congo, que levaram para o Brasil a
sua tradicional dança da umbigada. No
século XIX, o português Alfredo de
Morais Sarmento descreveu uma
dança “essencialmente lasciva”,
capaz de reproduzir os “instinctos
brutaes” dos povos africanos. Segundo
o viajante: “Em Loanda [...],
o batuque consiste também n’um
circulo formado pelos dançadores,
indo para o meio um preto ou preta
que depois de executar vários passos,
vai dar uma embigada, a que
chamam semba, na pessoa que
escolhe, a qual vai para o meio do
circulo, substitui-lo”.
8. O que é estar em uma roda de batuque? É
um momento de reflexão de euforia, de
ligação com o sagrado. São muitas
coisas, são muitas emoções que passam
na cabeça de cada um que faz parte da
roda.
Estar em uma roda de batuque é ter a
certeza que estamos unidos por uma fé
comum, que nos faz pensar, que nos faz
crescer na certeza de uma vida melhor a
cada dia, de uma vida junto de nosso
Orixá.
A roda é de batuque é onde todos se
concentram, é uma união de forças em
prol de um objetivo comum, o de cultuar a
religião sagrada dos Orixás, para
aproximar as pessoas a cada dia do
sagrado.
Estar dançando em uma roda de batuque
é estar dançando junto com o sagrado, é
uma de uniao entre o profano e o sagrado
entre o Orum e o Aye.