O documento relata sobre as manifestações que ocorreram em 31 de março de 2017 em diversas cidades brasileiras contra as reformas da previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer. Milhares de pessoas participaram de atos, passeatas, paralisações e bloqueios de rodovias em defesa da aposentadoria. As manifestações ocorreram de forma pacífica em sua maioria, mas houve repressão policial contra protestos no MTST em Uberlândia.
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1. Sind-UTE/MG
Fonte: Rede Hoje
Data: publicado em 01/04/2017
Link: http://www.radiohoje.com.br/index.php/gerais/7720-mobilizacao-antecipando-28-de-abril-greve-
geral-o-brasil-se-mobilizou-nesta-sexta-contra-as-reformas
MOBILIZAÇAO. Antecipando 28 de abril(greve geral), o Brasil
se mobilizou nesta sexta contra as reformas
Criado em Sábado, 01 Abril 2017 09:48
O Levante Popular da Juventude ocupou a entrada da Rede Globo, no Jd. Botânico, Rio.
Do portal Vermelho:
31 de março: Atos mostram que cresce reprovação às reformas de Temer
Reprovado nas pesquisas e nas ruas, o governo de Michel Temer vê aumentar o número de atos
e manifestações nas ruas do Brasil que combatem as propostas de reforma da Previdência e
trabalhista do Executivo. Os protestos desta sexta-feira (31) são preparatórios para a greve geral,
convocada pelas centrais de trabalhadores para o dia 28 de abril com a participação das frentes
Brasil Popular e Povo Sem Medo.
2. Milhares na Avenida Paulista protestam nesta sexta-feira contra a reforma trabalhista de
Temer (Créditos: Mídia Ninja)
O Brasil acordou hoje falando sobre o mesmo assunto: a defesa da aposentadoria. Em várias
cidades de todas as regiões aconteceram atividades com o mesmo objetivo: construir uma grande
greve geral no próximo mês.
De maneiras diferentes, o movimento sindical e social buscou dialogar com a sociedade sobre o
que está em jogo na pauta de retrocessos do presidente ilegítimo Michel Temer e seus cúmplices.
As atividades protestaram contra a manobra de Temer que colocou em votação o projeto de lei
que estabelece a terceirização irrestrita, arquivado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assim que ele assumiu como presidente. O projeto era de 1998 e acaba com a legislação
trabalhista, principalmente com a jornada e o salário, previstos na CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas).
Grandes atos
As atividades de todo o dia nacional de mobilizações começaram já às 5 horas da manhã com
trancaços e assembleias em frente às empresas e finalizaram somente no período da noite, com
atos que mobilizaram centenas de milhares de pessoas.
3. É o caso de Belo Horizonte que reuniu de novo mais de 100 mil pessoas nas ruas em um ato que
teve intervenções culturais e shows no final, quando chegou no centro da cidade.
São Paulo reuniu 70 mil pessoas no ato que começou no Masp, na Avenida Paulista, e terminou
na Praça da República. A manifestação teve forte participação dos professores da rede pública de
ensino estadual e municipal.
No Rio de Janeiro 60 mil pessoas tomaram conta da Avenida Rio Branco. Fortaleza contou com a
participação de mais de 35 mil pessoas; Natal 20 mil participantes.
Ato contra a Rede Golpe de Comunicação
Em São Paulo e no Rio de Janeiro os atos “lembraram” a participação do monopólio da
comunicação nos golpes de 1964 e o do ano passado com o impeachment da presidenta Dilma
Rousseff. A Rede Globo foi ocupada nos dois estados pelo Levante Popular da Juventude, já que
a emissora foi construída pela ditadura militar para ser o centro de propaganda de um país
“uniforme”.
Os manifestantes também lembraram que a imprensa apoiou o golpe e que omite as
manifestações dos movimentos sociais e sindical.
Assembleias, paralisações e passeatas
Trabalhadores na Mercedes-Benz realizaram assembleia de mobilização no período da manhã,
onde trabalham 12 mil funcionários, e aprovaram paralisação por 24 horas. Ainda na região do
ABC, os trabalhadores da multinacional Saint-Gobain, em Mauá, na região do ABC, também
realizaram assembleia para debater e protestar contra as reformas.
Os petroleiros de São Paulo transmitiram logo cedo o recado de que não sairão das ruas até que
as pautas da reforma da Previdência e trabalhista seja retiradas do Congresso Nacional na
entrada dos terminais de Cubatão, Guararema e Guarulhos. A pauta também fez parte da
assembleia dos metalúrgicos da Volks em Taubaté, empresa que tem mais quatro mil
4. trabalhadores. Em Vitória, funcionários da Petrobras realizam manifestação em frente à sede da
empresa, na Reta da Penha e interrompem o trânsito.
Uma passeata pelas ruas centrais, com mais de 500 manifestantes, constituiu o maior ato
unificado deste ano em Sorocaba contra as reformas propostas pelo governo Temer. No dia 15
passado a participação foi expressiva, mas por conta da greve dos rodoviários. A manifestação foi
convocada por 60 sindicatos de Sorocaba e região, entre eles o SMetal, Sindicato dos Bancários,
da Saúde, dos Químicos, dos Vigilantes entre outros. No Largo São Bento, o Sindicato do
Vestuário de Sorocaba esteve na rua para barrar a reforma da Previdência em discussão na
Câmara Federal.
Pela primeira vez em Pindamonhangaba ocorreu uma paralisação de diversas fábricas, de
diferentes ramos e centrais sindicais. Mais de 500 trabalhadores participaram do esquenta para a
greve geral, que reuniu 12 fábricas dos setores metalúrgico, químico e petrolífero do Distrito
Industrial Santa Rita, na entrada da cidade.
Em Goiás, a mobilização mais expressiva foi a dos professores. Mais de 4 mil trabalhadores da
educação participam de assembleia em Goiânia para decidir os rumos da negociação com o
governo Marconi Perillo (PSDB) e contra a reforma da Previdência.
Os professores também realizaram protestos e atos em Minas Gerais. Liderados pelo Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), profissionais da área
protestaram em Montes Claros, diante da Superintendência Regional de Ensino. Professoras e
professores das escolas do Norte de Minas estão em greve e protestaram hoje contra as reformas
do governo Temer. Mais de 1.500 grevistas participaram da manifestação.
No interior de Pernambuco, estudantes de uma escola privada saem em passeata contra as
reformas e metalúrgicos de e trabalhadores rurais ligados ao MST paralisam a Refinaria de
Suape, nas empresas Auto-Metal e Fiat, durante o período da manhã.
Em Salvador ocorreram dois atos pela manhã. Cerca de 800 pessoas fecharam o Iguatemi às 7h
e, a partir das 9h, manifestação no Campo da Pólvora, que reuniu aproximadamente 10 mil.
5. Em Feira de Santana, cerca de seis mil pessoas participaram do protesto. Em Vitória da
Conquista, cerca de cinco mil pessoas participaram do ato. Em Santo Antonio de Jesus e Santa
Luz também tiveram protestos, reunindo 800 e dois mil, respectivamente.
No Pará, as cidades Altamira, Bragança, Santarém, Marabá, Tucuruí registraram atos e
passeatas. Em Belém, o ato foi seguiu para a frente do Tribunal Regional do Trabalho, com a
participação de advogados trabalhistas e funcionários. A mobilização também contou com cerca
de 500 trabalhadores e trabalhadoras rurais representantes de 109 municípios paraenses que
estavam participando do Congresso Estadual da Fetagri, que encontraram com os manifestantes
que se concentraram em São Brás para um novo ato em frente a Secretaria de Administração do
estado.
Em Santa Catarina, atos e passeatas foram realizados em Criciúma, Joinville, Caçador, Lages,
Joaçaba e Jaraguá do Sul onde os servidores públicos em greve se uniram aos trabalhadores de
outras categorias e representantes de movimentos sociais e a passeata contou com a participação
de sete mil pessoas. O ato em Florianópolis percorreu as ruas do centro e uma senha idosa fez
uma performance amarrada com a reforma trabalhista, previdenciária e a terceirização que guiou
o ato.
Na Bahia, milhares de pessoas compareceram aos atos em 10 cidades. Na capital aconteceram
dois atos que reuniram, ao todo, 10 mil pessoas só no período da manhã. No período da tarde
houve outra grande manifestação na Praça Castro Alves Além de Salvador, aconteceram
manifestações em Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana, Santa Luz ,Teixeira de Freitas,
Riachão de Jacuipe, Candeias, Valença, São Domingos, Campo Formoso, Campo de Pólvora,
que reuniu mais de 10 mil pessoas, e Amélia Rodrigues
Em Maceió, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Alagoas
(Sinttro-AL), promoveu uma paralisação dos ônibus que circulavam na região central da capital de
Alagoas. O transporte permaneceu parado até o início da tarde.
União do campo e cidade
Em Campo Grande do Piauí, os camponeses e camponesas do MPA (Movimento dos Pequenos
6. Agricultores) amanheceram na rua, somando-se ao ato com professores, alunos, sindicatos,
representantes de partidos e até secretários municipais contra as reformas da Previdência e
trabalhista.
MST, MAB e Fetagri fizeram ato em frente ao Tribunal de Justiça do estado do Pará. O ato é para
denunciar os crimes do latifúndio e cobrar a punição de seus assassinos. Neste dia nacional de
mobilização, camponeses e trabalhadores da cidade se unem para barrar a reforma da
Previdência, trabalhista e a terceirização.
Mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras organizados no Fórum Estadual contra as
Reformas de Alagoas, que reúne todas as centrais sindicais e movimentos populares do campo e
da cidade, se concentraram na Praça Deodoro, no Centro de Maceió, e caminharam até a direção
ao Tribunal Regional do Trabalho.
Cerca de 700 trabalhadores e trabalhadoras sem-terra trancam a BR 235 em quatro pontos
diferentes, em Casa Nova, no Norte da Bahia. A ação é em protesto às medidas golpistas do
governo Temer, como a reforma da Previdência e a reforma trabalhista.
Curitiba realizou um grande debate na Assembleia Legislativa do Paraná contra a reforma da
Previdência, com a participação dos senadores Paulo Paim, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião e
com o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. O ato demonstrou a unidade das centrais
sindicais.
No Acre, o ato unitário reuniu mais de 500 pessoas em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da
capital acriana, onde os manifestantes seguiram em caminhada até o Terminal Urbano.
Trancaços chamam atenção para defesa da aposentadoria
A União dos Movimentos de Moradia (UMM) travou a Radial Leste da cidade de São Paulo neste
dia de mobilização. Além de serem contra a reforma da Previdência, o movimento de moradia
reivindica o programa Minha Casa, Minha Vida.
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também bloquearam a Avenida
7. Oscar Niemayer, próxima ao trecho Rodoanel em Mauá, na região do ABC, contra a reforma da
Previdência e a terceirização.
Manifestantes de movimento de moradia iniciaram a manhã bloqueando a Rodovia Régis
Bittencourt, na altura do km 274, sentido São Paulo, no município de Taboão da Serra. O
congestionamento alcançou mais de dois quilômetros.
A Estrada do M'Boi Mirim, no Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, foi totalmente bloqueada por
um período por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. O bloqueio ocorreu ao
lado da Ocupação Palestina.
No Piauí, camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) amanheceram em luta e
trancaram a BRs 407, na região de Paulistana, 316, em Campo Grande do Piauí, e na PI, em São
João da Varjota.
Em Recife também ocorreram protestos em rodovias organizados pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), que interditaram os dois sentidos da Rodovia BR-101 Sul,
próximo ao viaduto do Ceasa, na Zona Oeste.
A mesma forma de protesto aconteceu em Mato Grosso do Sul, onde manifestantes trancaram as
principais rodovias do estado no início da manhã. A ação contou com manifestantes dos estados
do Paraná e do Mato Grosso do Sul e aconteceu em Sonora, Mundo Novo, Três Lagoas e
Corumbá.
Pressão em cima dos parlamentares
A pressão aos deputados federais também fez parte das atividades de hoje. Manifestantes
colocaram cartazes e divulgaram os nomes e fotos dos parlamentares que estão contra a
aposentadoria. Foi o que aconteceu em Palmas, capital do Tocantins, no Distrito Federal e em
diversas cidades do interior do estado de São Paulo e também no interior de Minas Gerais.
Violência e criminalização dos movimentos sociais
8. Em Uberlândia, a Polícia Militar reprimiu brutalmente a mobilização do MTST. Sem diálogo, a
tropa de choque e mais viaturas de outros batalhões chegaram atirando e soltando bombas, com
o apoio de um helicóptero.
A violência generalizada da PM de Minas se espalhou e foi até dentro do Assentamento Glória.
São pelo menos 15 feridos, alguns baleados de borracha no rosto. Há pelos menos dois presos
que não se sabe para onde foram levados.
Veja abaixo imagens das manifestações ocorridas na tarde desta sexta-feira (31):
Porto Alegre (RS)
Brasília (DF)