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CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO
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Loja de Estudos
Quarta Apostila: Edição 2013
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Sumário Geral
Introdução
Página 06
QUARTA APOSTILA
1ª AULA
OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA
PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAÇÃO DO TEMPLO. VESTES.
TÍTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAÇÃO. FECHAMENTO E
TRANSFORMAÇÃO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA.
ELEVAÇÃO. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU. NÚMERO
NECESSÁRIO DE MAÇONS.
Página 10
2ª AULA
INSTRUÇÕES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O
AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO
SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU
FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE
COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA
LUMINOSO E O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS.
SÉTIMA INSTRUÇÃO: OS CINCOS SENTIDOS.
Página 19
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3ª AULA
OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA
INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA
INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS. SEGUNDA INSTRUÇÃO
ESPECIAL: PITÁGORAS. TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU.
Página 32
QUINTA APOSTILA Página 43
4ª AULA
AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE
AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA? O ESTUDO PROFANO
DAS SETE ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA
ANTIGUIDADE. AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA.
Página 44
5ª AULA
ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. O
TRIVIUM E O QUADRIVIUM. AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE
ARTES LIBERAIS. A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE
MÉDIA? AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA.
ALGUMAS CONCLUSÕES PRELIMINARES SOBRE AS SETE ARTES
LIBERAIS NO MUNDO PROFANO. AS SETE ARTES LIBERAIS E OS
GRAUS MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO. AS SETE ARTES LIBERAIS E A
MAÇONARIA.
Página 53
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6ª AULA
O TRIVIUM E O QUADRIVIUM SEGUNDO OS MAÇONS. O SIGNIFICADO
DAS DISCIPLINAS DO TRIVIUM SEGUNDO OS MAÇONS. A GEOMETRIA
SEGUNDO OS MAÇONS. A ARITMÉTICA E A MÚSICA SEGUNDO OS
MAÇONS. A ENSINANÇA MAÇÔNICA E AS SETE ARTES LIBERAIS. O
GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM, ONDE SÃO ESTUDADAS AS SETE
ARTES LIBERAIS.MATRIZES.
Página 61
SEXTA APOSTILA Página 90
7ª AULA
SÓCRATES. A VIDA. MÉTODOS DE SÓCRATES.DOUTRINA FILOSÓFICA.
CONHECE-TE A TI MESMO. GNOSIOLOGIA. A MORAL. ESCOLAS
SOCRÁTICAS MENORES.
Página 91
8ª AULA
PLATÃO. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA.
TEORIA DAS IDEIAS.METAFÍSICA. AS IDEIAS.AS ALMAS. O MUNDO.
Página 101
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9ª AULA
ARISTÓTELES. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO. A GNOSIOLOGIA.
FILOSOFIA DE ARISTÓTELES.A MORAL. A POLÍTICA. A RELIGIÃO. A
METAFÍSICA. A PSICOLOGIA. A COSMOLOGIA. JUÍZO SOBRE ARISTÓTELES.
VIDA RETROSPECTIVA.
Página 111
Folhas da Prova
Pagina 131
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Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você.
A intenção do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Maçônicos) é divulgar a
doutrina maçônica principalmente aos não-iniciados, possibilitando desta forma, que
um grande número de pessoas, ainda que não ligados diretamente a maçonaria,
possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos
segredos desta Ordem Secular.
Seguindo este raciocínio, o Ibemac preparou o “Curso de Maçonaria”, dividido
em três estágios, que correspondem aos “três graus acadêmicos” para o estudo da
filosofia maçônica.
O Segundo Grau Acadêmico é composto de 09 (nove) aulas, as quais
juntas, dão uma ideia privilegiada do que vem a ser a maçonaria, dos estudos a que
se dedica, da forma abrangente que busca o conhecimento, da modo como incentiva
seus membros a busca da verdade, enfim, fornece uma visão muita ampla daquilo
que se pratica dentro da Ordem e especificamente neste grau.
Para se ter uma melhor ideia do que será abordado nesses estudos, o
Segundo Grau Acadêmico, como já dissemos, dividido em nove etapas, trata na
primeira aula da Origem do Grau de Companheiro bem como explica o termo
“companheiro”; adentra a cerimônia de elevação e a necessária abertura e
transformação da Loja de Aprendiz em Loja de Companheiro devido a Cerimônia
Magna.
Na segunda aula, leremos sobre as instruções gerais, as específicas e as
privadas, destinadas ao Companheiro; a definição da letra “G” e suas múltiplas
interpretações possíveis segundo cada rito. Explicações sobre o avental e a
modificação da posição da abeta. A lenda do Grau Dois também é um tema de
grande interesse para todos os maçons. Os números e os cinco sentidos fecham
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essa aula e abrem a mente do estudante para um universo maravilhoso e até então
desconhecido.
O estudo sobre os filósofos, principalmente sobre Pitágoras e ainda a lenda
original de Orfeu, bem como outras instruções especiais para o Grau Dois de
Acadêmico Maçom, tudo isso poderá ser encontrado na terceira aula.
A introdução sobre as “Artes Liberais” e a necessidade do seus estudo pelos
maçons, seu foco na antiguidade e na idade média e as diferenças de entendimento
passando de uma época para outra é o que nos oferece o presente estudo na
quarta aula.
A lição de número cinco nos apresenta o trivium e quadrivium como a
divisão básica das sete artes liberais e a sua importância para os graus e simbologia
dos maçons.
.Uma explicação detalhada sobre o trivium e quadrivium e a necessidade
desse estudo para o Grau de Companheiro será avaliado na lição de número seis,
que nos trás, ainda, informações sobre os conceitos maçônicos para a aritmética, a
música e a retórica.
A aula número sete nos dará uma boa e elucidadora lição sobre a filosofia
de Sócrates com mais detalhes do que nos trouxe o estudo anterior. Sua vida e seus
pensamentos sobre a moral, religião, conceitos sobre Deus, tudo isso faz parte
desta lição.
Na oitava aula. Estudaremos sobre a filosofia de Platão, principalmente
naquilo que ele faz referência a Sócrates. Os conceitos que Platão desenvolveu
sobre a vida, religião, política e outros temas de interesse popular e maçônico,
válidos até o dia de hoje.
Pitágoras encerra este estudo para o Grau Dois, sobre os filósofos. Pitágoras tem
conceitos que interessam especialmente aos maçons, uma vez que a sua ligação
com os números norteiam desde as medidas da Loja até mesmo o avental que
utilizamos. A filosofia, a vida e as obras deste grande homem podem ser estudados
na aula de número nove,
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Este “Grau Dois de Aprendiz Maçom” ou “Grau Dois de Acadêmico”, qualquer
uma das duas formas estão corretas, está totalmente fundamentado nos livros de
José Castelani e Raimundo Rodrigues, dois grandes escritores sobre temas
maçônicos.
A obra intelectual “ Estudos da Filosofia Grega”, e os textos de Rosana
Madjarof sobre filosofia, serviram como principal base para os nossos trabalhos.
Ao final das lições encontra-se um questionário o qual deverá ser respondido
e enviado para o Ibemac para fins de correção e nota; somente receberá o
Certificado de Aprovação e o selo de “apto para o próximo grau” o aluno que
responder as questões e obtiver nota mínima 5,0 (cinco). Juntamente com as
apostilas do curso, o aluno receberá uma folha avulsa contendo todas as questões,
poderá responder nessa folha e envia-la para a Caixa Postal do Ibemac neste
endereço: IBEMAC - Caixa Postal nº 51 Cep 15150-970 Monte Aprazível/SP. A
folha de exame corrigida será devolvida para o candidato com a nota final obtida e o
carimbo de aprovado.
Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas
para formar o questionário estão todas no texto. Você pode responder as questões
logo após a lição, pois isso facilitará o preenchimento da “folha de prova” no final da
terceira apostila. Ao terminar o Grau Três de Acadêmico Maçom, o aluno que
obter nota mínima de 5,0 (cinco) em cada um dos graus, com média final 5,0 (cinco)
será indicado, caso seja de sua vontade, para uma das Lojas Maçônicas filiadas ao
Ibemac e poderá tornar-se um Aprendiz Maçom, caso preencha os requisitos
básicos para ingresso na Maçonaria.
Todo acadêmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence a Augusta e
Responsável Loja de Estudos (A.’.R.’.L.’.E.’.) Rui Barbosa, fundada pelos
Mestres Maçons do Instituto Brasileiro de Ensino Maçônico, com a finalidade de
atender as necessidades dos alunos e dirimir as dúvidas que naturalmente surgem
durante o período de estudos.
O Mestre da sua classe sempre atenderá às suas solicitações e durante o
curso manterá contato para orientá-lo da melhor forma possível para a conclusão
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dos estudos. Ele também será o seu padrinho para um futuro ingresso na
Maçonaria.
APRESENTAÇÃO DO GRAU DOIS DE APRENDIZ ACADÊMICO
Prosseguindo no mesmo critério de estudos do Grau de Aprendiz, agora
veremos doravante o Grau de Companheiro Maçom. O método de estudo permite
a revisão do grau anterior como suporte para o avanço a este grau. O Grau de
Aprendiz foi o início de uma viagem, o primeiro passo na senda, na qual o neófito se
precipitava ainda no escuro, caminhando em uma estrada desconhecida, tropeçando
nos obstáculos naturais do caminho e amparando-se nos ombros e na mão amiga
daquele que era seu guia e que viria a ser seu irmão em curto espaço de tempo.
Aqueles que venceram os percalços da primeira jornada dentro da Maçonaria
Universal, eis que se impõe o avançamento no curso natural da vida do maçom que
é progredir nos graus, subindo pela Escada de Jacob, sempre em busca da Luz
Maior e aspirando respirar mais levemente, sendo que as coisas profanas pesam em
suas costas e as coisas do céu o aliviam de imediato
Esses, aos quais nos referimos, são os vitoriosos desta primeira etapa.
Infelizmente, notamos que muitos dos nossos irmãos contentam-se, apenas, em
conhecer o Primeiro Grau, como se fosse encontrar em um únicol grau todos os
mistérios velados por centenas ou milhares de anos pela Maçonaria.
Ledo engano. A Maçonaria não seria o que é até os dias de hoje, caso
entregasse seus segredos no grau em que recebe os profanos. Seria tamanha
temeridade que colocaria em risco toda a estrutura filosófica e esotérica da Ordem.
É, justamente, no Primeiro Grau em que encontramos, ainda, os maiores curiosos, a
sombra da metamorfose (meio maçom e meio profano), os desinteressados pelos
estudos mais profundos, os indolentes, os aproveitadores, enfim, muitas daquelas
características que marcam os profanos ainda estão presentes (mas não poderia)
em alguns dos nossos irmãos no Primeiro Grau.
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Os problemas de invasão em Loja, de falsa identificação, de usurpação
indevida de grau e outros relativos a falsidade e dissimulação, estão, via de regra,
ligados aos irmãos (em sua maioria ex-irmãos) que deixaram a Maçonaria ainda no
Primeiro Grau e escondem a sua condição de “adormecidos” passando-se por
irmãos ativos. Na realidade, esses tais, queriam apenas conhecer os Sinais, Toques
e Palavras dos Aprendizes sem contudo assumir a responsabilidade do Aprendiz
Maçom; querem exibir tais formas de identificação (inclusive com a credencial
maçônica) mas não querem aceitar a disciplina necessária inerente a todos os
maçons, buscam a glória momentânea e, portanto e para tanto, despedem-se do
convívio dos demais irmãos e irmãs, deixando a Loja para sempre, afetando de
forma contundente o próprio progresso, uma vez que perdendo o contato com a
irmandade dentro da Loja, deixam de lado não apenas as instruções, mas
principalmente, a fraternidade, que é uma das fases do lema maçônico (Liberdade,
Igualdade e Fraternidade) e que é o escopo do Grau de Companheiro Maçom.
Para todo aquele que venceu a primeira etapa na vida de iniciado, eis aqui, o
Manual do Grau de Companheiro Maçom, ou as Instruções do Grau Dois.
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OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA
PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAÇÃO DO TEMPLO. VESTES.
TÍTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAÇÃO. FECHAMENTO E
TRANSFORMAÇÃO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA.
ELEVAÇÃO. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU. NÚMERO
NECESSÁRIO DE MAÇONS.
INSTRUÇÕES PRELIMINARES
1. OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO
Neste Grau, o iniciado deve se preocupar com vários aspectos do ritual e da
ritualística, voltando a sua atenção para os detalhes do simbolismo. O Companheiro
é, por excelência do título, o amigo ideal de todos: é Companheiro dos Aprendizes,
dos demais Companheiros e dos Mestres. Assim, a sua especialização é “andar
ombro-a-ombro”, amparar à todos os necessitados, auxiliar os outros Companheiros
nessa nova estrada e aos Mestres na árdua missão de orientar à todos da Loja. O
Companheiro deve, ainda, zelar para que os novatos da Loja tenham suas dúvidas
sanadas, pois, muitas das vezes, é mais fácil para o Aprendiz ter acesso ao
Companheiro do que a um Mestre ou ao Segundo Vigilante que é o responsável
pelas instruções básicas. O sentimento que deve dominar o Companheiro é a
Fraternidade, enquanto o Aprendiz é movido pelo ideal da Liberdade.
O companheiro deve demonstrar que possui capacidade de realizar, na
prática, os conhecimentos que adquiriu no Grau Um. Para progredir na senda
esotérica, deve ser capaz de interpretar com maior perfeição os símbolos da Loja,
principalmente os gravados nos painéis do Grau Um e do Grau Dois. Essa
interpretação se torna mais perfeita quando o Companheiro passa a vivenciar a
experiência do simbolismo, tirando-a do papel e adaptando-a em sua vida. É no dia-
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a-dia e nas sessões da Loja, que o Companheiro demonstra que realmente mereceu
o seu “aumento de salário”, através das suas atitudes do cotidiano que visam a
melhora da sociedade como um todo, da comunidade em que vive e dos indivíduos
que a compõem, realçando a imagem positiva que os profanos projetam sobre a
maçonaria. Em resumo, neste grau, o Maçom irá preocupar-se em dar atenção aos
seus semelhantes e a si mesmo; observar sempre que seus semelhantes são seres
humanos e merecem atenção e fraternidade e, por último, aceitar e compreender os
avanços da tecnologia, se possível dominar uma parte desta tecnologia e utilizá-la
para o progresso da humanidade. Não pode esquecer nunca, que apesar do seu
progresso, a base do edifício da Maçonaria continua sendo – e sempre será – o
Grau Um do Aprendiz Maçom.
1.1. A Origem e Significado da Palavra Companheiro
A palavra Companheiro é de origem latina, o seu significado, entretanto
comporta várias explicações; a mais coerente para a Maçonaria é que este
termo deriva da locução latina “cun panis”, onde cum é preposição (com) e
panis é o substantivo masculino pão. O melhor entendimento da palavra nos
leva a compreender que Companheiro é aquele que divide o mesmo pão e
em um entendimento mais extenso, podemos acrescentar, que é aquele que
divide o peso, o mesmo caminho, as mesmas tarefas, ampliando o significa
filosófico de pão.
2. DECORAÇÃO DO TEMPLO
O Templo é decorado em vermelho e tem cinco luzes que estarão acessas
antes do início da sessão, dispostas em número de três no A.’. do V.’. M.’. em um
candelabro específico, e uma em cada A.’. dos VV.’.
O L.’.S.’. ou a Const.’. da L.’. estarão dispostos no A.’. dos JJur.’. juntamente
com o Esq.’. e o Comp.’. e no Oc.’. (ao centro) o P.’. da L.’. tudo de modo visível
para quem adentra ao Templo.
As CCol.’. J.’. e B.’. caso estejam dentro do Templo, seguirão a ordem de
iluminação, mantendo-se a B.’. apagada e a J.’. acesa. Essa iluminação é
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obrigatória, mas pode ser feita de forma indireta através de luzes auxiliares focadas
na respectiva direção.
O Alt.’. das FFer.’. será forrado por uma toalha Pr.’. e Br.’. (em partes iguais) e
terá sobre si os instrumentos necessários para à elevação: O Maç.’. , o Cinz.’. , o
Esq.’. , a Alav.’. , a Reg.’. , a Esp.’. e o Comp.’. .
A Estr.’. Flam.’. deverá ser acessa somente no momento exigido pelo Ritual.
Em cada uma das estações do Templo (Oriente, Ocidente, Setentrião e
Meridiano) serão fixadas tabuletas com as inscrições: Cinco Sentidos (Oriente),
Filósofos (Ocidente), Arquitetura (Meridiano) e Ciências Liberais (Setentrião).
3. VESTES
A indumentária das Luzes e dos Obreiros é a mesma do Grau Um. Os
membros que serão elevados estarão trajados com balandrau e avental (que é a
insígnia do Comp.’.) porem com a abeta abaixada. Observação importante deve ser
feita quanto ao traje antes e depois da elevação, pois ao adentrar ao Templo, o
candidato o faz na condição de Aprendiz e deverá vestir-se com o avental “abeta
levantada” e calçar as luvas brancas; a abeta do avental será baixada e as luvas
descalçadas somente após o término do ritual de passagem.
4. TÍTULOS
Os títulos (pronomes de tratamento) tanto para as Luzes quanto para os
obreiros são os mesmos do Grau Um.
5. ABERTURA OU TRANSFORMAÇÃO
A Loj.’. do Comp.’. Maçom pode ser aberta diretamente no Gr.’. de Comp.’.
ou passar pela transformação do Grau de Aprendiz em Companheiro Maçom. No
segundo caso, a Loja de Aprendiz será fechada, os AApr.’. serão chamados para
Cobr.’. o Templo. Ao final do Ritual de Elevação, a Loja de Companheiro será
fechada e reaberta a de Aprendiz.
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6. FECHAMENTO E TRANSFORMAÇÃO
Tanto a abertura dos trabalhos bem como fechamento e a transformação
seguem um método específico, descrito no ritual e no Regulamento da Ritualística,
que são documentos de circulação e conhecimento restritos, não publicados para
conhecimento geral.
7. INGRESSO NO TEMPLO
O ingresso no Templo é realizado em procissão ou cortejo, organizado pelo
M.’. de Cer.’. ainda na Sal.’. dos PP.’. PP.’. e permitindo a entrada dos membros em
conformidade ao grau em que será aberto o trabalho. Segundo a vontade do V.’.M.’.
e em conformidade com o Regulamento Geral da Obediência, poderá ser feita “em
família” inclusive com a entrada dos visitantes ao lado dos membros da Loja, sem
distinção e sem telhamento.
8. ORDEM DO DIA
A Ordem do Dia, é um documento distinto dos demais da Loja, onde se
encontra a pauta dos acontecimentos daquele dia de trabalho. Costumeiramente
segue um critério de assuntos e destina-se: a) Iniciações; b) Assuntos em Pauta e
Editais; c) Petições e; d) Instruções; e) Apresentação de Propostas de Elevações; f)
Apresentação e Apreciação dos Trabalhos; g) Aprovação de Elevações; Este
exemplo de Ordem do Dia, diz respeito à Loja de Companheiro e será alterado
quando da Loja de Aprendiz. Durante a leitura da Ordem do Dia, será permitido o
uso da palavra nas CCol.’. porem o V.’.M.’. deverá evitar excessos, proibir debates e
deixar claro que não é necessário manifestação de apoio aos assuntos já expostos.
Os assuntos mais complexos poderão, a critério do V.’.M.’. permanecer “sob
malhete” pelo tempo permitido de forma regimental.
9. ELEVAÇÃO
Denomina-se “elevação” o ato que concede o “aumento de salário” para o
iniciado que vai de Aprendiz para Companheiro. Portanto, eleva-se um Aprendiz que
está no Grau Um para o Grau Dois que é de Companheiro Maçom. A utilização do
termo “iniciação no Grau de Companheiro” também está correta. A Elevação exige a
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execução correta do Ritual para que a cerimônia seja considerada Jus.’. e Per.’.
evitando-se inovações desnecessárias, tanto diminuindo como acrescentando textos
ou símbolos. Recomenda-se que os membros que serão elevados, ainda que
permaneçam juntos na Sala das Reflexões devem ser isolados para o ingresso no
Templo e, após as provas, isolados novamente até a conclusão do grau. Esse
isolamento visa possibilitar o desenvolvimento das provas do grau sem que um
candidato ouça ou presencie as provas que o outro está sendo submetido.
10. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU
A Elevação do Aprendiz Maçom ao Grau de Companheiro é feita através de
um Ritual de Passagem, portanto “passagem” é a denominação correta para esse
evento. Os CComp.’. MM.’. se reúnem em Loja para glorificar o Trabalho, progredir
na Via do Conhecimento e na Obra da Vida, para enaltecer o progresso da Ciência e
das Artes, em proveito de toda a Humanidade. Para que se aperfeiçoe, é necessário
um tempo de C.’.A.’. no qual trabalhará a P.’.C.’. efetuando este trabalho desde o
M.’. D.’. E.’. P.’. até a M.’. N.’. sendo este o horário da jornada dos CComp.’. sob os
auspícios dos MM.’.MM.’. e em especial do P.’.V.’. que é responsável diretamente
pelos CComp.’. MM.’.Esse tempo necessário para o aperfeiçoamento é idêntico a
sua idade e representa a Bat.’. do Gr.’. portanto, entende-se que esse é o número
respectivo ao Comp.’. M.’. Nos dias atuais, não está mais em uso que se aguarde
esse tempo, assim como não se espera que o Apr.’. complete Tr.’. A.’. naquele grau
para depois progredir, também não se exige que o Comp.’. aguarde tal tempo. O
Interstício praticado na Maçonaria Universal segue outros critérios, que vão desde
alguns poucos meses até no máximo de um ano para a elevação. Considera-se
esse espaço de tempo suficiente para que o Apr.’. demonstre capacidade para o
“aumento de salário”. Porem, o Companheiro não deve entender essa redução do
tempo como um benefício que recebe, mas sim como fruto do seu trabalho, portanto
mérito e não graça. Deve manter os olhos abertos para a Verdadeira Luz e ter
acabado o seu primeiro trabalho material que foi realizado na P.’.B.’. que ao mesmo
tempo possibilitou o primeiro trabalho espiritual que foi a retificação dos seus
conceitos e a fundação das bases que irão edificá-lo doravante na Grande Obra que
é a Maçonaria. Com a utilização do malho, o Aprendiz percebeu que nosso trabalho
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não é de força física mas sim de vontade e disciplina para alcançar o objetivo do
Grau Um, que é o trabalho moral, para o qual os utensílios são simbólicos e a
aplicação principal se faz, inicialmente, em nós mesmos. Com a iniciação e o
trabalho, levantou-se uma pequena ponta do “Véu de Isis” e os pequenos mistérios
começaram se descortinar perante o neófito. Agora, digno deste “aumento de
salário” irá conhecer novos símbolos, cada vez mais elevados, ligados á Maçonaria
Universal desde os primórdios da sua construção. Ao ser recebido maçom, o
iniciante foi submetido à provas físicas e psicológicas, que tinham por finalidade
testar a sua coragem e seu caráter, verificar a sua firmeza de propósitos através das
questões sobre os quatro elementos. Ainda que se fizeram tais questionamentos em
forma de testes, exigindo-se do candidato provas de uma devoção que os profanos
não estão acostumados a dar, pouco se aprofundou no âmago do candidato, uma
vez que a consciência sempre esteve representada por uma voz e mão amiga que o
guiava pelo caminho desconhecido, íngreme, com perturbações e quase todo ele
feito às escuras. Agora, no momento da passagem de um grau para o outro, o
candidato não passará mais por tais provas, mas será testado na sua verdadeira
condição de “companheiro”, onde deverá escolher de forma correta dentro das
possibilidades que lhe serão apresentadas e, dessas escolhas dependerá a sua
aprovação ou reprovação para obtenção do Grau. Será testado quanto a sua
lealdade e companheirismo para com seus pares e semelhantes, deverá demonstrar
que é capaz de abdicar dos seus desejos mais ardentes e ceder seu lugar para
outro irmão sem que isso o deixe magoado ou ferido. O conhecimento do grau
anterior também será testado através de questões relativas às instruções do Grau
Um, que deverão ser respondidas corretamente. Todo o trabalho de questionamento
será feito pelo Venerável Mestre e observado pela maior dignidade maçônica
presente bem como por um corpo de MM.’.MM.’. escolhidos para essa finalidade os
quais, por sua vez, não poderão interferir nem à favor e nem contrário ao candidato,
porem serão testemunhas presenciais dos acertos e erros nas respostas e na
conduta daquele e, ao final de uma etapa de provas serão chamados para votar pela
aprovação ou reprovação de cada candidato. É importante chamar a atenção para
esse tipo de prova, da elevação ao Grau Dois, Companheiro Maçom, que foi retirada
dos costumes das atuais Lojas, mas que era praticado pela Maçonaria Universal,
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ainda na Idade Média (sec. XV), quando não estava organizada da forma que a
vemos nos dias de hoje.
É sempre bom ressaltar que o Grau de Companheiro Maçom foi um dos mais
desejados dentro das “guildas” de construtores ou operários, uma vez que era o
grau máximo que poderia ser alcançado dentro da hierarquia, pois o Título de
Mestre Maçom não era utilizado como grau mas sim como uma forma de
homenagem ao companheiro com mais experiência, o qual poderia conduzir os
demais. Através da documentação da Maçonaria Universal, temos que até 1357,
somente existia o Grau de Aprendiz e que Companheiro era um título de tratamento
entre os membros de uma associação de construtores. O Grau de Companheiro, por
sua vez era dividido entre “novatos” e “seniores” (experientes), os quais passaram –
apenas à partir de 1670 – a criar toques, sinais e palavras para distingui-los dos
mais novos. A tradição nos mostra, que nas tavernas da França e Inglaterra, onde
se traçavam e riscavam as Lojas daquela época, o Painel de Loja era traçado
apenas no Grau de Companheiro para ambos os graus. O Ritual de Companheiro
somente foi definido de forma litúrgica após o ano de 1717 com a fundação da
Primeira Grande Loja de Londres.
No Grau de Companheiro o iniciado é chamado a penetrar mais
profundamente o espírito da Maçonaria, para tanto é necessário deixar o trabalho e
o estudo sobre a matéria (P.’.B.’.) e iniciar-se no estudo da parte espiritual do ser
humano. Esse é o motivo pelo qual a Loja passa a dar ao Companheiro a instrução
específica sobre as Ciência Liberais e a Filosofia, de modo a que venha refletir sobre
a criação, o Criador e a criatura, partindo daquilo que existe e que pode ser visto e
medido para aquilo que, existindo, não pode ser mensurado. As faculdades de
pensar e de agir corretamente e de compreender, nascem da vida e da inteligência.
Vida é o fenômeno de resistência á morte; Inteligência é a função ativa da alma,
também conhecida pelos antigos como “intelecto”; portanto, o intelecto é atributo do
Ser. Dessa dupla função que o homem possui, orgânico-espiritual, nascem o
raciocínio, as idéias, a memória e o sentimento. São essas faculdade que fazem do
homem um ser superior aos animais.
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11. NÚMERO NECESSÁRIO DE MAÇONS
A Cerimônia de Passagem para o Grau Dois, denominada Elevação,
necessita da presença de um V.’.M.’. dois VV.’. , um M.’.C.’., um Sacerdote ou
Sacerdotisa (nas lojas que admitem mulheres) e dois MM.’.MM.’. que sirvam como
“testemunhas” as quais podem ser substituídos por CComp.’.MM.’. Além desse
número mínimo, outros maçons no Grau de Comp.’. podem participar da cerimônia
na condição de observadores, que se manterão em absoluto silêncio e em
comunhão, zelando para que os trabalhos transcorram na mais perfeita ordem. Os
MM.’.MM.’. testemunhos dos trabalhos prestarão o “compromisso de fidelidade aos
trabalhos” que compreende a determinação de não se retirar do Templo antes do
término da sessão e de nunca revelar a fórmula do teste aplicado na Quinta Viagem.
FIM DAS INSTRUÇÕES GERAIS
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INSTRUÇÕES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O
AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO
SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU
FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE
COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA LUMINOSO E
O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS. SÉTIMA INSTRUÇÃO:
OS CINCOS SENTIDOS.
INSTRUÇÕES PRIVATIVAS
INTRODUÇÃO: No Grau Dois, Companheiro Maçom, o iniciado irá dedicar o seu
tempo ao estudo do simbolismo do Compasso e do Esquadro, do Maço e do Cinzel
e da Alavanca; Deixando as ferramentas materiais (de força e de inteligência)
adotará o estudo e a disciplina como ferramentas imateriais as quais deverá dominar
tão bem quanto às anteriores; Com a ferramenta do estudo, será instruído na
introdução da filosofia e do simbolismo dos números cinco ao nove; com a
ferramenta da disciplina fará do estudo um hábito e uma constância e ao final deverá
demonstrar que desenvolveu a capacidade de refletir sobre as coisas do mundo e
sobre si próprio. Com a aplicação da inteligência e da observação será despertado
para os cinco sentidos que orientam o ser humano na apreciação de tudo aquilo que
existe no “mundo dos sentidos”. O refinamento da educação do Companheiro, além
de apresentá-lo à introdução da filosofia, também o levará ao conhecimento da
Arquitetura Antiga onde compreenderá as formas das colunas e saberá distingui-las,
principalmente as cinco ordens arquitetônicas: Jônica, Dórica, Coríntia, Toscana e
Compósita, as três primeiras da Ordem Grega e as duas últimas da Ordem Romana.
Conhecerá, também a Ordem Arquitetônica Egípcia, estilizada nas duas Colunas J e
B que estão no atrium do Templo e são do estilo “lotiforme” (Flor-de-Lótus), sendo
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que os egípcios preferiam, além desse estilo, outros dois: papiriforme (formato de
papiro, que pode ser fechado ou aberto) e palmiforme (formato de palmeira)”.
Encontramos, portanto, em um Templo Maçônico, marcas da cultura egípcia
mesclada com as culturas crego-romanas.
PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O AVENTAL DO COMPANHEIRO
O Trabalho: O Companheiro Maçom se assemelha ao trabalhador da
“Parábola dos Talentos” do Novo Testamento (Mateus, Cap. 25 vers. 14), enquanto
cabe ao Aprendiz escutar, ao Companheiro cabe trabalhar no edifício, apreciando e
corrigindo os detalhes da obra; enquanto o Aprendiz trabalha na P.’. B.’. já este
trabalha na P.’. C.’.
O Avental: despe-se o Companheiro do Avental de Aprendiz apenas
rebatendo a abeta deste paramento, uma vez que a maioria dos aventais é
reversível, servindo a ambos os Graus. A explicação para o rebatimento da abeta se
dá pelo tipo de trabalho que era executado e o que será executado doravante. Ao
trabalhar a P.’. B.’. o Apr.’. Mac.’. calçava luvas para proteção das mãos e também
para simbolizar a pureza do seu trabalho, o avental com a abeta levantada protegia
uma parte maior do corpo e também simbolizava a proteção do “plexo solar” no que
diz respeito aos chakras.
SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO SEGUNDO GRAU
Esta Lenda refere-se ao episódio bíblico em que, logo após ganhar uma
batalha, conforme narra “Juízes 12 (1-7)” com um exercito formado pela junção de
várias tribos, menos a dos efraimita que se revoltaram pelo fato de não terem sido
convidados pois a vitória trouxe direito sobre os despojos do inimigo vencido,
resolveram entrar em batalha contra os geleaditas, pois culparam o seu General
Jetfé pela ofensa; após a batalha entre essas duas tribos, os gileaditas saíram
vencedores e o General Jatfé proibiu que os efraimitas permanecessem naquela
aldeia, porem como todos eram muito parecidos, havia uma dificuldade aparente
para distingui-los, então Jetfé iluminado pelo Senhor, criou uma senha através de
uma palavra de passe, a qual possuía uma letra de difícil pronuncia pelos efraimitas,
assim, quando eram questionados (Deixai-me passar, perguntavam a ele: és tu
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efraimita? Respondendo não, então lhe perguntavam: dizeis pois...) sobre a senha a
proferiam de forma incorreta e eram imediatamente eliminados. Narra-se que foram
mais de dois mil os que morreram dessa forma, tamanha era a perfeição da palavra
de passe. A pronuncia diferenciava o “S” do “CH”.
A lenda deste grau, na verdade, era composta pela “Lenda de Orfeu” e foi
substituída pela que está acima, por influência judaico-cristã na Maçonaria. Esta
apostila tem um capítulo dedicado a explicação sobre a “Lenda de Orfeu”.
(Recomenda-se complementar a instrução com a leitura da Bíblia Sagrada no
capitulo indicado do Velho Testamento)
TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU FLAMEJANTE
Um dos mais importantes simbolismos dentro da Loja de Companheiro, a
Estrela Flamigera ou Flamejante, que se ilumina no ato da consagração daquele que
é elevado, tornando-se parte indispensável no reconhecimento entre Companheiros,
com a Letra G no centro, permanece como o mais enigmático do signos da
Maçonaria. Seu passado mais remoto nos leva de volta ao Antigo Egito, onde os
sábios “Sacerdotes de Hórus” a comparavam com a Estrela Sirus, ponto no espaço
para onde se dirigiam os faraós quando deixavam este mundo e também de onde
surgiam os novos faraós que iriam governar o Egito por mais um certo tempo. Os
sacerdotes de Isis, por sua vez, levantavam os Templos de Hator ou Isis-Hator
direcionados para essa estrela. O Emblema dela sempre foi um cão, pois pertence
tanto ao conjunto conhecido como “cão maior” bem como “cão menor”. Existem
escrituras do início do Império Egípcio, que datam por volta de 4 a 5 mil a.C. que
narra a saga das chegadas dos Deuses na Terra e que teriam vindo da região
espacial da Estrela Sirius. A letra “G” no centro da Estrela Flamígera é praticamente
uma novidade introduzida pelos ingleses, uma vez que o ponto central dela, antes
de 1700 era ocupado pela letra Iod, que é a décima letra de vários alfabetos
semíticos (hebreu, aramaico, siríaco e árabe), que é a primeira letra do nome de
Deus, formado por Iod, He, Vau, He e que está relacionada ao homem perfeito, hoje
em dia é vista nas Lojas como segue abaixo (veja a figura). Na NOSSA LOJA
tomou-se por padrão o dístico “Estrela Flamejante” para diferenciar de “Espada
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Flamígera”. Não se deve confundi-la com o “Delta Luminoso” que é tema das
próximas instruções.
QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE COMPANHEIRO
Painel Simbólico: Este painel é muito parecido com o do grau de Aprendiz Maçom.
Vamos nos fixar, inicialmente, nas semelhanças. As Colunas, em número de duas,
uma ao lado direito e outra ao lado esquerdo, mantendo as mesmas letras iniciais “J”
e “B” ambas com os mesmos significados. As três janelas pelas quais incide a luz do
Sol, nos períodos distintos, nascer do Sol, Meridiano e Ocaso ou aurora, meio-dia e
crepúsculo. Pedra Bruta para o trabalho do Aprendiz, a Pedra Cúbica da qual se
serve o Companheiro, a prancheta para o Mestre. O Malho e o Cinzel, para que o
Aprendiz desbaste a Pedra Bruta. O Esquadro e o Compasso, ambos entrelaçados,
símbolo do Companheiro e que representa, no painel, o Venerável Mestre da Loja. O
Nível simbolizando o Primeiro Vigilante e o Esquadro ou Perpendicular para o
Segundo Vigilante. O Sol e a Lua, que além de simbolizar os luminares do dia e da
noite, simbolizam o masculino e feminino, pertencendo o Sol ao Orador e a Lua ao
Secretário. Na Maçonaria Egípcia simbolizam, ainda, o Sol para o Venerável Mestre
ou o Grão-Mestre e a Lua para a Sacerdotisa da Loja ou o Grão-Mestre Adjunto e
ainda o Mestre-Adjunto. A corda de 81 nós, que no painel aparece com 7 nós,
simbolizando a união indissolúvel entre os maçons. A Orla Dentada, simbolizando a
atração entre os maçons e a justaposição que cada um ocupa na Grande Obra,
simboliza também os opostos que se unem para dar forma aquilo que tem é visível
neste mundo. As Estrelas ou Constelações que simbolizam o caráter universal da
Maçonaria. As diferenças básicas entre um painel (Aprendiz) e o outro
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(Companheiro) estão na escada, que ao invés de ter três degraus agora tem cinco
(em referência ao número d grau); o Esquadro e o Compasso estão na posição de
Companheiro; Surge a Estrela Flamejante com a letra “G” no centro; a Alavanca e a
régua que não apareciam no painel do Aprendiz agora constam deste, como
ferramentas do Companheiro; Aparecem o Pavimento Mosaico e a Orla Dentada, as
quais juntam-se a Estrela Flamejante para formar os ornamentos da Loja de
Companheiro. A Espada e a Colher de Pedreiro, também estão neste painel, em
recordação a reconstrução do segundo Templo de Salomão, por Zorobabel,
conforme consta nas Escrituras Sagradas. É importante destacar que nem sempre
encontraremos o Painel Simbólico com esses detalhes, pois os painéis foram sendo
alterados com o passar do tempo e conforme a inspiração do copista que os alterava
conforme sua concepção da simbologia. Este painel também varia conforme o rito
adotado.
Painel Alegórico: Além do Painel Simbólico, foi introduzido na Maçonaria, pelos
ingleses, do Rito de York e depois assimilado pelos demais ritos, o Painel Alegórico,
que traz em sua estampa outras figuras com simbologia distinta, as quais são de
conhecimento de todos os maçons pois fazem parte da Maçonaria Universal, são
elas: as Colunas do Pórtico, com o mesmo simbolismo que já conhecemos; uma
Escada em Caracol, simbolizando a subida do Aprendiz até os Mistérios do Grau de
Companheiro, originariamente esta escada era também chamada de “escada em
espiral” que ia do piso mosaico até o “santo dos santos” em alusão a passagem
bíblica em Reis 1 (6-8), que descreve a escada dentro do Templo de Salomão; A
Espiga de Trigo e uma Queda de Água também são simbolizadas no Painel
Alegórico, a Espiga de Trigo refere-se a palavra de passe, também a prosperidade
dos maçons, ao crescimento da irmandade, a fertilidade dos projetos sociais; A
Queda D’água representa a fonte da vida e todas as demais simbologias ligadas a
este elemento; Uma Estrela de Seis Pontas que é o Escudo ou Estrela de
David,(apesar que este símbolo é muito mais antigo que David, data
aproximadamente de uns 6 mil anos) uma Pomba que simboliza o Espírito de Deus
e a Paz Profunda, o Tetragrama Sagrado com as letras em hebraico Iod, He, Vav,
He que é o nome de Deus. No Rito de York a Estrela de Seis Pontas é que tem lugar
de destaque no Templo, chamada pelos ingleses de “Blazing Star” com a letra “G”
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ao centro, representa a Estrela Flamejante que no REAA é a Estrela de Cinco
Pontas.
QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA LUMINOSO E O COMPANHEIRO
Como foi dito em instrução anterior, a Letra “G” (Gê) foi introduzida no centro
do Delta Luminoso nas Lojas Maçônicas através de um processo denominado por
Albert G. Makey de “anglicismo” (incorporação da língua inglesa em outras línguas).
Nos países que seguiram a maçonaria de língua inglesa, acostumou-se com
essa substituição, retirando-se o IOD das línguas semíticas pela letra “G”.
Essa substituição gerou vários estudos, muitos dos quais, até a presente
data, sem conclusão definida, ficando apenas na categoria da especulação.
É a sétima letra do alfabeto maçônico. Também é conhecido como Delta
Sagrado ou Delta Misterioso.
Os maçons traduzem o IOD dentro do Delta Luminoso como: “Eu Sou”,
extraído da passagem em que Deus conversa com Moisés e este pergunta:
“...quando os filhos de Israel me perguntarem quem me mandou e qual o seu nome,
o que responderei? – Responderás apenas isso: o nome dele é “Eu Sou o que Sou”.
Alguns autores atribuem essa letra a inicial do nome de Deus em inglês
(God), outros dizem que está relacionada a Geometria, outros ainda afirmam que
tem destaque por ser a sétima letra do alfabeto inglês. Como vemos, existem
explicações em todos os sentidos, indo desde God, geômetra, geometria etc.
Também é a terceira letra do alfabeto hebraico, corresponde a Ghimel; os hebreus
viam na letra G o símbolo da Serpente Oroborus, aquela que engole a própria
cauda.
Os membros das Escolas Pitagóricas (de mistérios) utilizavam dentro do Delta
Sagrado um esquadro de ramos desiguais, possivelmente com o passar do tempo,
os observadores pensaram que aquele esquadro tratava-se da letra Gama que
corresponde ao G; essa confusão é aceitável, uma vez que Pitágoras era grego.
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Outros significados para a letra G são encontrados nos diversos rituais impressos no
Brasil, são eles: gravitação, geração, gnose, gênio e geometria.
Esta Loja de Estudos, adota como significado da letra G, para o Grau de
Companheiro, que se trata da representação de GEOMETRIA, preservando assim, a
originalidade desta letra, uma vez que se o grau compreende a construção social, a
construção do indivíduo, a formação geométrica do Universo, lembrando sempre
que o Criador é conhecido, por nós, como o Grande Geômetra do Universo.
Compreendendo a letra G e seu significado, o Companheiro tomará consciência da
sua real participação na vida como Maçom.
O Delta Luminoso é a representação de um triângulo eqüilátero, que por sua
vez é a a Letra Grega Delta, quarta letra daquele alfabeto e do nosso. Ele é
luminoso, pois está rodeado por um halo brilhante que representa a divindade. Nas
Lojas é dotado de iluminação artificial. Segundo os antigos, Deus se expressou pela
forma geométrica mais completa que é o triângulo. (veja exemplos abaixo). Vemos
em algumas Lojas, tanto a Letra G no centro da Estrela Flamejante bem como no
centro do Delta Luminoso, sendo que ambos são simbolismos completamente
diferentes. É de regra, no centro do Delta Luminoso a utilização de um olho,
simbolizando “O Olho que Tudo Vê” que é o “Olho de Deus” ou “Olho de Rá” (não
confundir com o “Olho de Hórus).
SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS
Antes de iniciarmos os estudos dos números deste grau, convém lembrar que
a Maçonaria na antiguidade estudava a fundo a ciência dos números, dando a ela o
nome de Gematria que por sua vez foi uma palavra retirada de Geometria e por sua
vez dizia respeito a “Geometria Sagrada”. Os Maçons se dedicavam a este estudo
por um período mínimo de cinco anos. Nesse tipo de ciência, aprende-se a reduzir
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as palavras em números equivalentes, principalmente para o alfabeto hebraico,
somando-se uns aos outros até obter-se o resultado final que dará uma conclusão
sobre aquele nome ou palavra que se está estudando. Apenas para fins de
conhecimento, colocaremos ao final de cada parágrafo a palavra equivalente ao
número, sempre em hebraico.
Número Cinco: Está diretamente ligado a fase do Grau Dois, Companheiro
Maçom. Denomina-se “quinário” quando diz respeito simplesmente ao número e
“qüinqüênio” ou “lustro” quando se refere ao tempo de cinco anos. Também sugere a
“quintessência” que é a novidade apresentada ao Companheiro, que até o momento
conhecia apenas a parte material do mundo. É a essencial da vida, a parte espiritual,
a força do intelecto e o aperfeiçoamento. Para os místicos, também representa os
elementos da natureza, uma vez que se soma a terra, fogo, água e ar, a semente ou
o gérmen. Em grego chama-se PENTA é o próprio número cinco e representa uma
grande variedade de coisas e principalmente PENTAGRAMA. Cinco também é o
número de perguntas que se faz no momento da elevação do Aprendiz a
Companheiro. Cinco são as vogais e dentre elas uma ou mais fazem parte do nome
do Companheiro que está sendo submetido ao ritual de passagem. Cinco são as
viagens do Companheiro. Cinco são as colunas do segundo grau: Jônica, Dórica,
Corintia, Compósita e Toscana.
É um número mágico e místico, utilizado pelos gregos e romanos em forma
de amuletos.
Pentalfa é a estrela de cinco pontas, símbolo de proteção. Na índia ela
representa o emblema de Shiva e Brahma. Nos mistérios pitagóricos, possivelmente
que originaram os mistérios da Maçonaria, representa o período de silencio (cinco
anos) que era imposto ao iniciado em um certo grau. O equivalente hebreu para o
número cinco é He que compõe o nome de Deus.
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(figura: Pentalfa)
Número Seis: No Livro Sagrado encontramos este número como sexto
capítulo do Gênese e narra a separação das águas. Foi no sexto dia que Deus
colocou o homem sobre a face da Terra para que a dominasse. É visto por
cabalistas e pitagóricos como o número da perfeição, já Nicomachus o vê como o
número da deusa Vênus para a qual era consagrada a razão do pensamento e
também o amor passional, portanto é o número ideal para aqueles que amam. O
Maná caiu do céu, durante seis dias, no deserto para alimentar o povo que seguiu
Moisés na fuga do Egito, e a letra marcada no Maná era Vau que significa seis.
Representa as seis ordens de anjos: serafins, querubins, tronos , dominações,
poderes e virtudes) e as seis ordens dos gênios dos desastres: Acteus, Megalesius,
Ormenus, Lycus, Nicon. Mimon. A Estrela de Seis Pontas (a hexalfa) com dois
triângulos entrelaçados, um apontando para cima simbolizando o fogo e o outro
apontando para baixo simbolizando a água, sendo este o verdadeiro selo do Rei
Davi e que ornamentava o seu escudo. O equivalente em hebreu é Vav.
Número Sete: O Livro Sagrado tem uma incrível repetição deste número que
chamou a atenção de vários estudiosos por esse motivo. No sétimo dia Deus
descansou, antes viu que tudo o que tinha feito era bom, abençoou e santificou o
sétimo dia. É um número inteiramente religioso, representa o triunfo do espírito
sobre a matéria. O sétimo caminho o Sepher Yetizirah (Cabala Judaica) é o da
inteligência oculta e representa a combinação entre a fé e o intelecto. Sete são os
orifícios na cabeça do homem. O equivalente hebreu para o número sete é Zain. É
também o número da realeza, do triunfo e da fama. É o número do Mestre.
Número Oito: Os antigos gregos diziam que “todas as coisas são oito”. A
circuncisão, conforme a lei judaica, acontece no oitavo dia depois do nascimento.
Para Pitágoras era o número da justiça e plenitude. Também é conhecido como o
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número que leva ao portão da eternidade. No Sepher Yetzirah, o oitavo caminho é o
da perfeição. Também é o nome de Deus, com oito letras. Oito é o número da
atração e repulsão, já que em si encontramos infinitas voltas, o indivíduo sujeito a
ele estará envolto em lutas, separação, rupturas, destruição, expectativas e
ameaças. O equivalente hebreu é Cheth.
Número Nove: Os Pitagóricos viam o número nove (assim como o número
quatro) ligados a todos os conhecimentos intelectuais, matérias e espirituais. Na
mitologia existem nove musas, são elas, Calíope a musa da poesia; Clio que é a
musa da história; Melpômene, a musa da tragédia;Euterpe, a musa da música;
Erato, a musa da inspiração e do amor; Terpsicore, a musa da dança; Urânia, a
musa da astronomia; Tália, a musa da comédia; Polímnia, a musa da eloqüência.
Nove são os cavaleiros eleitos no Grau Nove da Maçonaria, eles usam nove luzes,
nove toques e nove rosas. No Sepher Yetzirah o nono caminho é o da inteligência
pura. É o número do poder através do silêncio. Em uma fórmula da alquimia antiga,
esse número feito em prata, tinha a propriedade de tornar os homens invisíveis. O
equivalente hebreu é Teth.
SÉTIMA INSTRUÇÃO: OS CINCOS SENTIDOS
Este capítulo apenas dá uma singela noção sobre os cinco sentidos e conclui
com a necessidade do Companheiro Maçom partir em busca do “sexto-sentido”.
Hoje em dia, face a facilidade de pesquisas e consultas através da internet torna-se
muito prático um estudo dessas faculdades físicas do ser humano, recomendamos,
pois, que o Companheiro procure essas fontes de consulta e se aprofunde neste
tema.
CINCO SENTIDOS
O ser humano percebe o mundo que o rodeia através destas cinco
capacidades físicas: visão, audição, olfato, paladar e tato. São os mesmos cinco
sentidos que, utilizados de forma esotérica, possibilitam que o homem acesse o
mundo extrassensorial. Os nervos sensitivos são as sentinelas do corpo e
transmitem ao cérebro tudo aquilo que nos rodeia. Esses nervos sensitivos
necessitam de órgãos perfeitos e completos para que possam desempenhar sua
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tarefa. Quando um órgão perde a sua perfeição geralmente é substituído por outro
que se desenvolve mais do que o normal em outras pessoas com todas as funções
perfeitas. Exemplo disso, é a capacidade de tato e olfato adquirida pelo homem que
perde a visão. Esses cinco sentidos estão ligados as sensações externas do corpo.
Sensações internas são aquelas que nos dizem que estamos com sono, fome, dor,
cansaço etc. O cérebro mantém na memória todas as sensações captadas através
destes sentidos.
A VISÃO: é o órgão mais complexo e delicado dentro dos sentidos humanos,
possivelmente foi o primeiro desenvolvido dentro do complicado sistema sensorial
do organismo. É através dele que observamos as cores, formas e dimensões de
todas as coisas que nos cerca. Seus órgãos de sentido são os olhos. A visão,
juntamente com os outros sentidos, ao mesmo tempo que serve para distinguirmos o
mundo ao nosso redor, também é responsável pela ilusão que a visão nos
proporciona, pois temos tendência a preferir as coisas belas que assim se
apresentam exteriormente e damos pouca ou nenhuma atenção ao interior daquilo
que se apresenta. O belo nem sempre é o bom, o feio nem sempre é o mal. O
conceito de beleza varia de pessoa para pessoa e de civilização para civilização.
Aquilo que vemos é o resultado da intensidade das varias ondas elétricas que
atingem o órgão da visão, cada uma dessas ondas tem uma amplitude diferenciada,
provocando as diferentes cores. O olho humano está capacitado para captar ondas
em padrões limitados, assim, não conseguimos captar através dos olhos nem ondas
na faixa do ultravioleta ou infravermelho; o primeiro está acima da nossa capacidade
e o segundo está em uma faixa abaixo. Os animais possuem capacidade visual
diferente da nossa, alguns enxergam o ultra e outros captam o infra. Alguns, ainda,
captam ambas faixas de freqüência.
A AUDIÇÃO: Este sentido é formado pelo conjunto de pequenos órgãos que
compõem o ouvido. Possibilita que possamos perceber o mundo externo através dos
sons que produz. Esses sons, por sua vez, nada mais são do que vibração, ondas
em movimento. A explicação que demos sobre visão também se enquadra como
exemplo para a audição, adaptando-se para ultrassom e infrassom.
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O OLFATO: É o sentido responsável pela captação dos odores que nos cercam, seu
órgão receptor é o nariz. Este sentido, ao contrário da visão, não descansa nunca,
está ativo durante todos os instantes da nossa vida. É um dos sentidos mais
elementares e, ao contrário dos demais, liga-se diretamente ao córtex cerebral sem
passar pelo hipocampo. Também é responsável por ativar lembranças na memória.
A respiração, que é responsável pela vida, também o utilizada como condutora dos
odores que chegam até o cérebro e causam sentimentos de aproximação (aroma
agradável) ou de repulsão (odor desagradável) movimentando o ser humano ao
encontro daquele odor, ou em outros casos, conduzindo-o em sentido contrário. Os
místicos, dentre eles os Maçons, utilizam perfumes e incensos para ativar o sentido
esotérico do olfato.
O PALADAR: Seu órgão é composto pela língua, lábios, partes internas da boca e
papilas gustativas. Responsável pela capacidade que temos em distinguir os vários
sabores dos corpos que nos cercam. Na Maçonaria o paladar é utilizado,
principalmente, na prova da “Taça Doce-Acre”, que é servida ao Candido em um
determinado grau para testar as suas intenções e se tem maldade em seu coração.
O TATO: Este sentido é captado em toda a extensão do corpo humano tendo como
agente de percepção a pele, que por sua vez é considerado o maior órgão do corpo
humano. Através do tato sentimos a consistência dos objetos, suas dimensões,
aspereza, forma, dimensões, temperatura etc. O tato está intimamente ligado a
libido, portanto é responsável pelo desejo sexual, sendo que os demais sentidos,
cada um em proporção maior ou menor, porem sempre inferior ao tato, também
estão ligados ao sexo, nesta ordem (após o tato): visão, olfato, paladar e por último
a audição. Por isso, os místicos são inclinados a superar os sentidos físicos,
evitando as ilusões que eles proporcionam, principalmente, reeducando-se em
respeito ao sexo e tudo que dele advém.
CONCLUSÃO: Após compreender os cinco sentidos, o Companheiro Maçom deve
se esforçar para aprimorá-los, através das práticas que nosso rito proporciona, a tal
ponto que desenvolva os cinco sentidos esotéricos, paralelos aos físicos. É
necessário que o Companheiro deixe a construção material e a retificação da pedra
bruta e passe para a lapidação final da pedra cúbica ou polida. O Mundo material
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pertence a esfera dos estudos do Aprendiz e o mundo espiritual está compreendido
nos estudos do Companheiro.
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OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA
INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA
INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS. SEGUNDA INSTRUÇÃO ESPECIAL:
PITÁGORAS. TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU.
OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA
Dentro da Loja Maçônica, o associado “pedreiro-livre” se depara com algumas
colunas, as quais via de regra, são geralmente desconhecidas para ele. Logo na
entrada, no pórtico do Templo, encontra duas Colunas, denominadas por
abreviaturas “B” e “J”. Os significados de ambas já foram alvo de estudo e voltarão a
ser estudas nos Altos Graus, através do Supremo Conselho. O que nos importa,
agora, é o estudo da parte arquitetônica de cada uma das cinco colunas que são
encontradas no interior do Templo.
Nossa origem de construtores (pedreiros) nos remetem ou a construção civil
ou militar, ambas de forma material. Porem, o maçom especulativo, deverá se
empenhar na “construção social” substituindo o material clássico (pedras, cimento,
ferro etc) pelo material denominado “fraternidade e caridade” que conduzem o
maçom a construir o verdadeiro “edifício social” que é o objetivo maior da instituição.
Voltando a qualificação das construções civis e militares, focamos nosso
estudo na classificação das Colunas do Templo, começando pelas internas, as quais
pertencem a três ordens distintas: Jônica, Dórica e Coríntia.
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A Coluna Jônica, representa a Sabedoria. Está diretamente ligada e instalada
no Oriente do Templo, pertence a qualidade do Venerável Mestre ou Salomão da
Loja
A Ordem Jônica/Jónica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas
colunas possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior
que seu diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples.
Origem
A Ordem Jônica surgiu a leste da Grécia oriental e seria, por volta de 450
a.C., adotada também por Atenas. Desenvolvendo-se paralelamente ao estilo Dórico
apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma leveza geral, sendo mais utilizado
em templos dedicados a divindades femininas. A coluna possui uma base larga, tem
geralmente nove módulos de altura, o fuste é mais elegante e apresenta vinte e
quatro caneluras. O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela criação de um
elemento novo entre o coxim e o ábaco de caráter fitomórfico. Este elemento dispõe
de dois “rolos” consideravelmente projetados para os lados, as volutas. O friso passa
a ter elemento único decorado em continuidade. O Erecteion de Atenas, talvez o
mais belo dos templos jônicos, levantando em honra de um lendário herói ateniense
chamado Erecteu, terminou sua construção em 406 a.C., estando localizado sobre a
Acrópole da cidade. A forma de se identificar este tipo de arquitetura é observar no
alto da coluna a presença de dois rolos um em cada lado. Uma curiosidade que
envolve os estilos Jônico e Dórico é que ambos os povos eram inimigos e vivam em
batalhas constantes um expulsando o outro do seu território. A justaposição dessas
colunas, de arquiteturas tão diferentes, vindas de povos que se odiavam, pode
significar a pacifica convivência dentro do Templo Maçom que abriga todas as
culturas sem distinção alguma.
A Ordem arquitetônica da Coluna Dórica, além do que já estudamos acima,
está ligada a força e representa a parte masculina da obra de arte ou, por outro lado,
da Obra Divina do Supremo Criador do Universo. Pertence ao Primeiro Vigilante que
trabalha com Força para que a Loja e todo o seu mistério interno se estabeleça nos
corações dos homens. A ordem dórica é de caráter condensado. A coluna canelada,
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geralmente sem base, tem largura bastante considerável em relação à altura. O
capitel alarga-se num equino, espécie de coxim intermédio, encimado por uma placa
ou ábaco quadrado. O entabelamento consta de uma arquitrave nua, de um friso
composto de uma alternância de superfícies quadradas e triglifos, e de uma cornija.
Os triglifos são, sem dúvida, uma reminiscência das antigas traves de madeira que
se encontravam no aprumo das colunas. Elas têm divisões verticais tripartidas,
abaixo das quais estão suspensos pequenos ornatos esféricos. Assim, de
arquitetura de madeira, os gregos extraíram um motivo que transpuseram
admiravelmente na pedra. Quanto às superfícies quadradas, dispostas
isoladamente, é nelas que se concentra a escultura. O uso do entabelamento dórico
acarretou para os Gregos problemas delicados como era do seu gosto resolvê-los: o
da superfície quadrada do ângulo e da sua sobreposição à coluna.
Reconhece-se e distingue-se a Coluna Dórica pela total falta de ornamentos
se comparada ao estilo Jônico e ainda mais ao Coríntio. Ela é reta, quase sem frisos
e no seu capitel existe uma base quadrada ou retangular que serve, justamente,
para apoiar a maior parte do peso do teto do templo sobre si.
A terceira ordem que encontramos é a Coríntia, que na verdade não é
considerada pelos estudiosos da arquitetura grega como uma ordem propriamente
dita, mas sim uma sub-ordem, uma vez que foi gerada como misto das outras duas.
A Coluna Coríntia está ligada ao Segundo Vigilante e simboliza a Beleza,
completa assim, o trinômio: Sabedoria, Força e Beleza, que são a base obrigatória
de toda Loja Maçônica.
Dependendo do seu acabamento, dificulta a distinção entre si e a Jônica, uma
vez que possui vários enfeites em seu capitel. Assim, a grosso modo, poder-se-ia
dizer que é uma Jônica com maior número de enfeites em formato de voltas que
ornamentam a sua parte superior.
Por ser considerada uma junção das duas outras ordens arquitetônicas,
poder-se-ia supor acertadamente que ela representa a união do masculino e do
feminino que deve preponderar em toda Loja Maçônica, formando o equilíbrio dos
opostos.
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Figuras das Colunas
Dórica Jônica Corintia
Para uma compreensão pronta e simplória dos estilos apresentados neste
manual, sem querer aprofundar na arte da arquitetura, é suficiente que o maçom
saiba as seguintes definições: Capitel, é a parte superior da coluna, onde se
encontra com o teto do templo e onde estão (ou não) os contornos de
embelezamentos ou as voltas; no caso da Coluna Jônica são apenas duas voltas, no
caso da Coluna Coríntia são sempre mais de duas, podendo chegar a dezesseis
voltas, quatro em cada lado, ou seja, nos quatro lados da coluna. Fuste, é o corpo
da coluna, no caso da Toscana, que será estudada no próximo parágrafo, é
totalmente liso e nas demais ordens é ornamentado com frisos que são chamados
de “caneluras”.
Algumas Lojas Maçônicas dispõem, ainda de duas outras ordens de
arquitetura ornamental, são elas: Toscana e Compósita.
A Arquitetura Toscana e a Compósita são totalmente do período romano,
porem com influência nas três ordens arquitetônicas gregas que as antecederam,
porem foram simplificadas ao extremo e buscavam apenas a força, descartando a
beleza ou a sabedoria. Eram mais práticas para ser esculpidas e serviam a
propósitos mais militares do que civis ou religiosos. Seguem, abaixo duas imagens,
a primeira de uma Coluna Compósita e a segunda de uma Coluna Toscana.
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COMPÓSITA TOSCANA
No Egito, a arquitetura buscava a simplicidade e a eternidade, por isso
encontramos exemplos das suas colunas até os dias de hoje em vários monumentos
históricos, principalmente na região de Luxor com seus templos e am Abul-Simbel
no monumento construído por Ramesés o Grande. As pirâmides, ainda que fujam do
tema sobre colunas, enquadram-se perfeitamente no estilo de arquitetura egípcia e
justificam plenamente o conceito dos antigos egípcios em construir para a
eternidade.
As colunas egípcias adornam, ou deveriam adornar, o pórtico dos templos
maçônicos, com um dos três estilos que já estudamos (lotiforme, palmeiriforme e
papiriforme), optando-se pelo estilo em papiro, o correto é que do lado de fora
tenhamos o formato de papiro fechado e do lado interno (as ordens da maçonaria
egípcia adotam este estilo também na parte interna dos templos) teremos o papiro
aberto que então é chamado de campaniforme. A maneira mais correta de se
estudar a arquitetura das colunas egípcias para distingui-las dos estilos gregos e dos
romanos, talvez seja pela apreciação das imagens até que se perceba a nitida
diferença entre elas, ou seja, o Companheiro Maçom deve utilizar-se do cirtério da
observação para compreender a arquitetura de todas essas colunas, ainda que não
se torne um especialista neste assunto, mas deve estar apto a identificá-las quando
dispostas no Templo Maçom. Seguem,a baixo, imagens das Colunas Egipcias.
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NONA INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO
Dentro deste Ritual de Passagem, no qual o Aprendiz passa do nível para a
perpendicular, pois o nível é a ferramenta do Primeiro Vigilante que está na Coluna
B e a perpendicular é o instrumento do Segundo Vigilante e por sua vez está na
Coluna J, o candidato é questionado em cinco questões crucias para que alcance o
grau desejado. Em nossa Loja de Estudos, além das cinco questões temos uma
outra de grande importância, a qual não se revela de forma alguma, a não ser no
momento do exame ao candidato. As cinco questões que podem ser reveladas e
que devem ser fornecidas pelo Primeiro Vigilante ao Aprendiz que deseja o Grau
Dois, para que as estude e possa responde-las a contento, são estas: (não são
fornecidas as respostas)
Questões:
1ª.) O que é o pensamento?
2ª.) O que é a consciência?
3ª.) O que é inteligência?
4ª.) O que é vontade?
5ª.) O que é a liberdade?
PRIMEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS
Neste Grau, a Maçonaria não dá ênfase especial a nenhum dos grandes
filósofos que deixaram sua contribuição para todos nós, mas foca o tipo de vida e a
dedicação que esses homens tiveram com a filosofia que é o estudo da “amizade
pela sabedoria” ou “respeito pela sabedoria” poder-se-ia dizer, além da tradução
deste termo que vem do grego (philo=.amizade ou amor fraterno e shophia= saber
ou sábio, conhecer, estudar), inclusive Pitágoras de Samos teria afirmado que “a
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem
desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.” Este estudo, neste grau, preenche a
necessidade que o Companheiro Maçom tem em adquirir esse tipo de
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conhecimento, não o de conhecer todos os filósofos pelo nome e pelas obras, mas
sim “adquirir a forma de pensamento filosófico”. Para auxiliar nos estudos,
fornecemos uma relação contendo alguns filósofos de grande importância para que
sirvam de exemplo ao estudante, são eles: Tales de Mileto, Anaximenes,
Anaximandro, Parmênides, Heráclito, Demócrito, Sócrates,Platão, Aristóteles,
Pitágoras, Descartes, Spinoza, Locke, Hume, Berkeley, Kant, Hegel, Kierkegaard,
Marx Darwim. Os Filósofos brasileiros devem ser estudados neste grau, segue uma
relação deles que não contem todos os nomes de destaque, apenas como
referência, são eles: Claudio Ulpiano, Tomás Adalberto da Silva Fontes, Tobias
Barreto de Menezes, Tarcio Meirelles Padilha, Silvio Tibiriça de Almeida, Silvio
Donizetti de Oliveira Gallo, Sérgio Paulo Rouanet, Renato Janine Ribeiro, Raimundo
Teixeira Mendes, Plinio Salgado, Olgária Chain Feres Matos, Olavo Luiz Pimentel de
Carvalho, Newton Carneiro Affonso da Costa, Mário Ferreira dos Santos, Marilena
de Sousa Chaui, José Guilherme Merquior, Huberto Rohden, José Herculano Pires,
Celso Charuri, Caio da Silva Prado Júnior, Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior,
Apolinário José Gomes Porto-Alegre, Arsênio Palácio. Recomenda-se que o
Companheiro Maçom trace um plano de estudos sobre os filósofos acima
relacionados e, mais do que a biografia de cada um, procure entender o espírito e a
mente desses homens e mulheres que com suas idéias contribuíram e continuam
contribuindo para o progresso da humanidade.
SEGUNDA INSTRUÇÃO ESPECIAL: PITÁGORAS
Foi o fundador da Escola Pitagórica, que reunia todas as artes como matérias
obrigatórias para a educação do ser humano. A sua intenção era apresentar todas
as instruções para que o aluno, conhecendo-as, pudesse optar por qual área do
conhecimento humano tinha maior dom ou inclinação. Pitágoras costumava observar
seus alunos a ponto de definir se eram inspirados (já nasciam com a tendência para
certas artes) ou se eram capacitados (aqueles que tinham disciplina para aprender o
que o dom natural não lhes dera desde o nascimento). Dessa forma, instituiu um
ensino livre, que possibilitava ao aluno tornar-se um adulto realizado com sua
ocupação. Seus discípulos, após vencerem as primeiras etapas da escola, eram
classificados em iniciados e os públicos. Públicos eram os alunos da escola normal.
Iniciados eram aqueles chamados para a Escola de Mistério, fechada para a
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maioria. A veneração dos alunos iniciados pelo Mestre era tanta que costumavam
dizer: “assim o Mestre disse” e com essa frase encerravam qualquer possibilidade
de discussão sobre o assunto. Pitágoras admitia a existência de um único Poder
Criador, mas não emprestava nenhum nome ou título para a divindade, com isso
pretendia não criar rótulos humanos para algo que estava muito acima da
capacidade de entendimento do homem. Era um grande estudioso dos números, e
reduzia tudo a eles: letras, palavras, fatos e locais. A própria alma era um número.
Explicava a criação do universo através da seguinte fórmula: “ a grande mônada o
número um, tinha produzido o binário ou número dois, depois criou o ternário ou
número três e assim por diante até a formação de todos os números que compõem
o universo. Reconhecia na alma duas partes distintas: a razão e a paixão. Ensinava
aos seus adeptos que deveriam conhecer ambas as partes e evitar que a “fera da
paixão” os dominasse. Seus iniciados estudavam e acreditavam na “metempsicose”
como a transmigração da alma para outro corpo de forma consciente, bem como
entendiam ser possível a “reencarnação consciente” onde o indivíduo deixava este
mundo levando consigo a consciência do que estava acontecendo, guardando todos
os seus conhecimentos, conservando-os no momento de voltar a vida. Os iniciados
estudavam todas as ciências, principalmente os mistérios, que eram considerados
uma ciência à parte, ensinada de forma velada para evitar perseguições por parte da
população que acredita em outras doutrinas. Mantendo sigilo sobre a sua “Escola de
Mistérios”, Pitágoras criou, segundo os observadores profanos “uma ceita religiosa”
que era mais fácil de aceitar do que uma “escola secreta”. Através dos estudos e da
observação da astronomia, Pitágoras descobriu o duplo movimento de rotação da
Terra. Foi ele quem criou o vocábulo “filosofia” para definir o que entendemos hoje
em dia como sendo “os amantes da sabedoria”. Toda a base da Maçonaria,
principalmente do Rito Escocês Antigo e Aceito está calcada sobre os ensinamentos
de Pitágoras, nas medidas, nos números, na geometria, enfim, todas as dimensões
do Templo são pitagóricas, sendo Pitágoras Grão-Mestre Maçom por excelência.
Destaca-se, ainda nos seus ensinamentos, a forma como via e conduzia sua escola,
tanto a pública quanto a velada, para que todos os alunos vivessem em
comunidade, praticassem a meditação e o jejum, tivessem liberdade de expressão.
A prática da contemplação, que depois foi distorcida e se tornou sinônimo de
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ociosidade, era praticada na escola de Pitágoras como um exercício para levar o
aluno a compreender a natureza e a vida, com a finalidade de formar adultos mais
conscientes dos seus deveres e direitos frente ao mundo e aos seus semelhantes. A
atual situação da escola e da educação, tanto no Brasil quanto no mundo (com raras
exceções) é fruto de uma estrutura de ensino que prepara as crianças para se
tornarem “adultos competidores”, e os ensina, desde a mais tenra idade a disputar
vagas nas faculdades e nos cobiçados cargos públicos ou privados que o Estado e a
sociedade capitalista oferece. Os valores morais e éticos não são ensinados nem
tão pouco praticados; a contemplação, ensinada na escola de Pitágoras faz falta na
formação do caráter da criança que se torna um adulto inconseqüente.
TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU
A Maçonaria que deveria ser imutável em seus ensinamentos infelizmente
não é; alguns preferem deixar imutáveis apenas os Landmarks e esquecem-se que
muitos deles já estão ultrapassados, principalmente aqueles que se referem a
proibição da entrada da mulher na maçonaria, dos escravos e dos aleijões. Primeiro
que a mulher tem as mesmas condições do homem para participar da maçonaria
que (ao contrário do que muitos pensam) não pratica um rito exclusivamente
masculino, uma vez que em seu simbolismo possui o Sol (masculino) e a Lua
(feminino), a Coluna Jônica (utilizada nos templos das deusas, portanto, feminino), a
Coluna Dórica (masculino), a Coluna Corintia (hibrida, masculino e feminino juntos);
segundo que “escravos” na concepção da palavra que era empregada na época dos
Landmarks não existem mais e, terceiro, que o termo “aleijões” tornou-se
politicamente incorreto e ofensivo, substituído por “portadores de necessidades
especiais” e que se antes não poderiam participar da maçonaria (especificamente
este Landmark era uma cópia das guildas de construtores) pois não se adaptavam
ao canteiro de obras, hoje na Maçonaria Especulativa, que constrói não com os
braços mas com a mente, não existe razão de deixá-los à margem desta
associação. Explicações à parte, passemos a Orfeu. O Grau de Companheiro
Maçom sempre foi dedicado a Pitágoras (matemático) e Orfeu (simbolismo).
Lembra-se muito de Pitágoras e não se faz referência alguma a Orfeu, sinal que a
Maçonaria alterou seus ensinamentos. Orfeu era lembrado por Pitágoras e Platão
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em seus discursos. As Escolas de Mistérios Pitagóricos tinham em Orfeu a máxima
inspiração para um dos seus graus. Muitos achavam e acham até hoje que Orfeu é
apenas uma lenda para justificar o surgimento da música ou ainda do instrumento
Lira que continha sete cordas as quais Orfeu acrescentou mais duas num total de
nove cordas. Outros dizem que Orfeu foi um deus e ainda o confundem com Morfeu.
A origem de Orfeu foi entre os egípcios. O que importa para o Grau de Companheiro
é conhecer mais essa lenda (se é que podemos chamar assim), diz ela: “Orfeu se
apaixonou perdidamente por Eurídice, a jovem mais bela que existia no mundo,
porem no dia do casamento e antes de se casarem, a noiva morreu subitamente.
Orfeu, inconformado chorava e tocava sua lira, com uma melodia tão triste que
impressionou os deuses da mansão dos mortos, os quais lhe deram permissão para
que entrasse naquela mansão e resgatasse Eurídice, com uma condição: que não
olhasse na face dela até o momento em que estivessem de volta na mansão dos
vivos; descendo ao subterrâneo, Orfeu encontrou a sua amada e a resgatou, porem
descumprindo as ordens recebida, olhou por um instante para a bela face dela,
naquele momento abriu-se um abismo e tragou a jovem para as profundezas da
mansão dos mortos e Orfeu nunca mais a viu, perdendo assim, a chance de ter o
seu amor de volta por um simples descuido de sua parte, descumprindo as ordens
dos deuses”. Essa lenda que era a principal deste grau, antes da influência judaica
que impôs a lenda extraída do Antigo Testamento (Juízes 12, 1-7) e a substituiu, nos
leva a refletir sobre a influência da matéria e sua beleza sobre nós, sobre nossa
disciplina e que por vezes perdemos algo de belo que buscamos e alcançamos
simplesmente por não respeitarmos a lógica da vida e da existência. O que
simbolizava a beleza de Eurídice? E o casamento entre Orfeu, um sábio, e Eurídice,
a jovem mais bela da face da terra? E a morte dela no dia do casamento? E a
música que tocou os deuses? E o quase renascimento da bela? Por que Orfeu
desobedeceu aos deuses, olhou para a face dela e a perdeu para sempre? Essas
questões de reflexão, por si só dariam um livro sobre o grau. É de vital importância
que o Companheiro conheça essa lenda, estude e reflita sobre ela, por isso as
indagações não são acompanhadas das respostas, justamente para que cada um
obtenha as suas soluções.
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O aluno encontrará na Terceira Apostila deste curso um texto mais
abrangente sobre a biografia e filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles.
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Quinta Apostila: Edição 2013
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AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS
SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA? O ESTUDO PROFANO DAS SETE
ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE. AS SETE
ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA.
INTRODUÇÃO
A maçonaria possibilita uma gama muito grande de pesquisas, estudos
sobre os seus usos e costumes, notadamente quando a abordagem é sobre sua
ensinança e o seu simbolismo.
O nosso estudo, aqui apresentado em grandes linhas – um ensaio apenas
-, é quanto ao aspecto educativo maçônico, mas precisamente, a ensinança
maçônica. O tema principal é: AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA.
Pode parecer, à primeira vista, perda de tempo e fora de propósito um
estudo dessa natureza, quando a Ordem está a precisar de um engajamento maior,
tanto junto a seu público externo – a sociedade profana. Contudo, a sua
necessidade não é meramente intelectual; deve-se ao fato de ser o sistema
instrucional maçônico, algo peculiar, que foge às regras normais do sistema de
instrução da sociedade profana.
Dentro desse enfoque, a nossa abordagem está adstrita aos RITUAIS
MAÇÔNICOS no GRAU DE COMPANHEIRO, que dão como uma das tarefas
educativas maçônicas ao Companheiro, já na sua Segunda Iniciação, o estudo das
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ARTES LIBERAIS. Logicamente, para que possamos entender o que significa,
teremos, em primeiro lugar, saber o que significam as ARTES LIBERAIS, o seu
contexto sócio-histórico-educativo e a partir daí, tenho algumas conclusões sobre o
caso maçônico.
Para realizarmos tal empreitada, utilizaremos, basicamente, o seguinte
esquema:
I) O enfoque inicial será sobre as ARTES LIBERAIS no mundo, num
bosquejo histórico-filosófico-educativo que se inicia na Antiguidade, passando,
posteriormente, para a IDADE MÉDIA, onde de fato, têm esse nome, as disciplinas
do TRIVIUM e do QUADRIVIUM. Antes, será analisada a razão básica do porque de
um estudo sobre as ARTES LIBERAIS.
1) ANTIGUIDADE – Procurar-se-á enfocar as disciplinas do TRIVIUM e
do QUADRIVIUM na Grécia antiga, onde a ensinança da época levava em conta a
enciclopédia da antiguidade. Os sofistas, segundo alguns autores, foram os
introdutores do estudo dessas disciplinas em Grécia.
Um ponto merece a nossa atenção: o passado deve ser estudado,
olhado, sentido, com os olhos do passado, para que possamos ter uma aproximação
do que realmente significavam naquela época as ARTES LIBERAIS. Logicamente,
que esse juízo de valor embora revestido de método, não isenta o pesquisador da
inserção da sua cultura contemporânea na análise feita. Contudo, esse ponto não
deve desfigurar o que se procura ver recuando no tempo.
2) IDADE MÉDIA – Quando estudarmos a IDADE MÉDIA, iremos
encontrar a aplicação “in totum” das SETE ARTES LIBERAIS (GRAMÁTICA,
RETÓRICA, DIALÉTICA ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA e MÚSICA).
Notadamente, a partir do século XII, quando segundo Le Goff, surgiram os primeiros
intelectuais, i.e., homens dedicados exclusivamente à abordagem do intelecto,
coincidindo com o surgimento das Cidades, enquanto ocupação de espaço e poder.
Nessa fase procurar-se-á apreender o significado maior das SETES
ARTES LIBERAIS, a sua estrutura – o TRIVIUM e o QUADRIVIUM – e o seu
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significado para a formação do homem medieval, com os acréscimos posteriores da
enciclopédia aristotélica. A importância das Artes Liberais pode ser atestada não
apenas enquanto grade curricular medieval, mas, também, por sua representação
junto à arte medieval quando as encontramos em relevo na Catedral de Chatres.
Não poderíamos concluir essa unidade, sem tecermos comentários
acerca de um aspecto fundamental para a compreensão maçônica da estrutura do
TRIVIUM – a sinomia dos termos DIALÉTICA e LÓGICA (no conceito estoico) na
Idade Média. Parece que os Maçons optaram por essa abordagem ao substituírem a
DIALÉTICA pela LÓGICA na estrutura do TRIVIUM segundo os Rituais e
documentos Antigos (Manuscrito de Harley, por exemplo).
Por último, convém uma pequena digressão quanto ao significado da
Gramática dentro das Sete Artes Liberais, pois, a Gramática, permitia o uso e a
compreensão dos textos sagrados, a base do ensino medieval, além de autores
gregos, notadamente durante a renascença carolíngia. Um outro ponto é quanto à
Música e sua integração ritual no contexto religioso da Idade Média, o que remonta,
neste particular, à Antiguidade, como demonstra Platão em sua República.
II. AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA
As ARTES LIBERAIS na Maçonaria estão intimamente ligadas à sua
ensinança, onde, em um dos Graus (o de companheiro, Rito de York) aparece a
necessidade de seu estudo. A nossa abordagem será feita dentro do seguinte
esquema:
1) Aspectos Gerais das Sete Artes Liberais segundo autores Maçons,
onde verificaremos o pensamento Maçônico acerca da questão.
2) O ponto seguinte é quanto às SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS
MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO, onde iremos constatar que nos primeiros tempos
(no Brasil, o GUIA dos Maçons escocês de 1857 trazia as Artes Liberais no grau de
Aprendiz) essa aprendizagem se dava no Primeiro Grau, passando em seguida para
o Segundo Grau. Chama a atenção, neste particular, que embora ficando na
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atualidade, nesse Grau, o Rito escocês não a utiliza, encontramo-las apenas no Rito
York. Por que? Uma questão que ficará em aberto, pois necessita de uma pesquisa
mais profunda e inclusive, nos originais desses Ritos e que no momento não temos
as informações necessárias. Mas, essa abordagem necessita ser feita e
urgentemente.
3) A composição do TRIVIUM e do QUADRIVIUM é outra abordagem a
ser feita, pois, os Maçons, alteraram a composição do TRIVIUM, onde a DIALÉTICA
foi substituída pela LÓGICA, não se sabendo se foi utilizando o costume de
medieval, onde as duas, em determinados períodos, foram usadas indistintamente,
sendo esta de acordo com o enfoque dos estoicos.
4) A quarta abordagem será sobre o significado para os Maçons das
disciplinas que compõem o TRIVIUM MAÇÔNICO – GRAMÁTICA, RETÓRIA E
LÓGICA.
5) A quinta, será a respeito da Geometria, essa disciplina tão cara aos
Maçons da era Operativa (onde era instrumento de trabalho) quanto aos da
Especulativa (aqui, no seu aspecto simbólico).
6) A ARITMÉTICA e a MÚSICA são enfoques seguintes junto aos
Maçons.
7) O sétimo ponto é quanto à ENSINANÇA MAÇÔNICA E AS SETE
ARTES LIBERAIS, onde iremos tentar traçara alguns aspectos da ensinança
maçônica e o uso das Sete Artes Liberais, principalmente na atualidade, quando
para o homem de plástico e tecnológico e cibernético, esse “curriculum” parece
totalmente fora de moda.
8) Por último, a abordagem será a respeito do GRAU COMPANHEIRO,
ONDE SÃO ESTUDADAS AS SETE ARTES LIBERAIS, procurando encontrar
alguma explicação do seu uso nesse Grau e não no Primeiro ou no Terceiro, já que
o nosso estudo está adstrito aos graus do simbolismo maçônico.
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Não queremos ter a pretensão de esgotar o assunto, embora a
profundidade das pesquisas tenha procurado trazer uma visão ampla sobre a
questão.
POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS E A
MAÇONARIA
Essa, a pergunta básica quando empreendemos o estudo das SETE
ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. Sabemos que as SETE ARTES LIBERAIS
estão divididas em dois grandes grupos: o TRIVIUM (GRAMÁTICA, RETÓRICA, E
DIALÉTICA) e o QUADRIVIUM (ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA E
MÚSICA). E o que a Maçonaria e seu sistema de ensinança tem a ver com essas
disciplinas?
A nossa impressão é a de que para respondermos (ou melhor dizendo,
tentarmos responder) essa indagação básica necessário se faz:
1 – que compreendamos o significado das SETE ARTES LIBERAIS no
seu contexto e qual a sua utilização no sistema educacional de então. Sabemos que
tiveram início na Antiguidade, notadamente, na Antiguidade Ocidental (Grécia) e que
tomou essa designação durante a IDADE MÉDIA (em especial, no período que se
denomina renascença carolíngia, quando foi estruturado o sistema francês de ensino
com base nessas disciplinas, organizado pelo inglês Alcuíno (735-804) no fim do
século VIII depois de Cristo. 2- Após essa identificação a nível profano, o mesmo
procedimento deverá ser feito na área Maçônica: por que estudar a GRAMÁTICA, A
RETÓRICA, A DIALÉTICA (OU LÓGICA), A ARITMÉTICA, A GEOMETRIA, A
ASTRONOMIA E A MÚSICA?
Cremos que há a necessidade de levantarmos algumas questões
preliminares acerca do problema, antes de iniciarmos o nosso bosquejo histórico em
direção ao passado. Senão vejamos:
1. Por que estudar a GRAMÁTICA, a primeira ciência do TRIVIUM?
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O conceito antigo dizia que ao se nomear uma coisa, um objeto, uma
pessoa, era já defini-lo por completo. Em Maçonaria, a sua alusão é apenas
simbólica ou tem algum significado analógico para o entendimento de suas de suas
alegorias e seus símbolos? Ou o candidato à Ordem deve ter os conhecimentos
elementares dessa disciplina para poder usar os seus Rituais, manuais, livros
específicos?
2. E o estudo da RETÓRICA? Cremos, que em virtude de todo Maçom
em sua plenitude ser um ocupante potencial do cargo de ORADOR, a sua
necessidade enquanto técnica de falar em público é sentida. Ou será, novamente
uma alegoria apenas? O sistema formador profano tem essa disciplina nos seus
currículos nos três níveis ou é apenas uma das especialidades a mais e que deve
ser apreendida individualmente fora do escôpo oficial? O uso da palavra entre
COLUNAS e nas COLUNAS faz com que o Maçom sinta necessidade desse
aperfeiçoamento?
3. E a DIALÉTICA, qual a sua necessidade? Ou a LÓGICA, no conceito
estóico do termo? Seria esse segundo o termo e a concepção usadas largamente na
Idade Média a utilizada na Maçonaria atual ou a sua substituição tem alguma ligação
com o seu uso profano, principalmente a partir de Marx? O Pavimento Mosaico,
símbolo síntese dos contrários seria a representação material da dialética Maçônica
ou está associada ao seus aspecto de DIALÉTICA enquanto Lógica do Possível ou
enquanto LÓGICA?
4. A ARITMÉTICA é a primeira ciência do QUADRIVIUM, qual o seu
sentido em Maçonaria? Seria apenas simbólico e estamos nos referindo à aritmética,
ao cálculo Teosófico necessário para um amplo conhecimento do simbolismo dos
números?
5. A GEOMETRIA, necessária ao conhecimento formal do homem de
antanho e o atual, qual a sua utilização em Maçonaria? O seu estudo iniciando-se
pelo ponto de vista pitagórico, combinado com a ARITMÉTICA, que aplicações
simbólicas poderiam ser feitas?
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6. A ASTRONOMIA aqui referida é a moderna Astronomia ou está
adstrita ao conceito medieval e antigo, quando era mais Astrologia? O teto de
nossos Templos, onde está representado o firmamento, esse firmamento é o da tese
astrológica?
Por fim, a MÚSICA. Qual a sua utilidade na Maçonaria? Cremos aqui, que
tanto a GEOMETRIA quanto a MÚSICA, são as disciplinas do QUADRIVIUM que
mais têm utilidade na Ordem. A primeira, vinculada aos aspectos rituais e litúrgicos
que já em pleno século XII se constituía na disciplina principal daquele período.
Esses, os aspectos que tentaremos desenvolver ao longo de nosso
modesto e despretensioso estudo sobre as SETE ARTES LIBERAIS.
O ESTUDO PROFANO DAS SETE ARTES LIBERAIS
O estudo profano das SETE ARTES LIBERAIS será realizado em duas
épocas: 1 – A ANTIGUIDADE – quando ainda não tinha esse nome (SETE ARTES
LIBERAIS), mas cujas disciplinas viriam formar, posteriormente, o TRIVIUM e o
QUADRIVIUM. 2 – A IDADE MÉDIA, onde floresceu e se tornou o principal
“curriculum” da época notadamente na renascença carolíngea.
AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE
O estudo das SETE ARTES LIBERAIS na antiguidade, deságua,
necessariamente na Grécia Antiga. Segundo Jaeger “antes dos sofistas não se fala
de gramática, de retórica ou de dialética”, essas três disciplinas viriam futuramente
constituir o TRIVIUM. Chama a atenção para o fato de que as ARTES LIBERAIS na
Antiguidade eram aquelas que permitiam a formação da cultura liberal da época.
O conteúdo global da educação formal grega, na Antiguidade passava
pelas disciplinas que iriam formar o TRIVIUM e o QUADRIVIUM e mais algumas
outras de importância fundamental para o sistema educacional grego, onde por
exemplo, a Música era considerada uma das artes matemáticas, devido a
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concepção de harmonia herdada do pitagorismo. O TEETETO, de Platão, ao tratar
da conceituação de ciência, retrata muito bem essas disciplinas. Em A REPÚBLICA,
também encontramos a preocupação platônica em definir a hierarquização essas
disciplinas.
Platão, em A REPÚBLICA, classifica as ciências dentro do seguinte
aspecto:
Ciências dos Números
Geometria Plana
Estereometria
Ciência do Movimento
Astronomia
Música
As matrizes 1 e 2 (págs. 39 e 40) mostram a concepção das artes liberais
na antiguidade.
AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA
A abordagem sobre as ARTES LIBERAIS na IDADE MÉDIA inicia-se por
Abbagnano que diz “A partir do século I, chama-se “Artes Liberais” (isto é dignas do
homem livre)... nove (9) disciplinas, algumas das quais Aristóteles teria chamado
ciências e não Artes. Essas disciplinas foram enumeradas por Varrão e são as
seguintes: GRAMÁTICA, RETÓRICA, LÓGICA, ARITMÉTICA, GEOMETRIA.
ASTRONOMIA, MÚSICA, ARQUITETURA, E MEDICINA.
Mais tarde, no século V, Marciano Capella (Núpcias de Mercúrio e da
Filosofia) reduzia a sete as Artes Liberais (GRAMÁTICA, RETÓRICA, LÓGICA,
ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA E MÚSICA) eliminando as que lhe
pareciam não necessárias a um ser puramente espiritual (que não tem corpo), isto é,
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a arquitetura e a medicina, estabelecendo assim o curriculum de estudos que
deveria ser inalterado por séculos (in DICIONÁRIO DE FILOSOFIA, pág. 78).
Vimos, também, que essas ARTES LIBERAIS eram ensinadas nas
escolas que ficavam dentro da estrutura das Catedrais (ex. Chat res) e,
posteriormente, ganharam as universidades medievais, até serem suplantadas, de
certa forma pela Dialética, num período posterior. Esses, os aspectos introdutório.
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ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. O
TRIVIUM E O QUADRIVIUM. AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE ARTES
LIBERAIS. A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE MÉDIA? AS SETE
ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA. ALGUMAS CONCLUSÕES
PRELIMINARES SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS NO MUNDO PROFANO. AS
SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO. AS SETE
ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA.
ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA
Quais seriam os aspectos gerais das ARTES LIBERAIS na IDADE
MÉDIA? Vejamos alguns pontos que consideramos importantes para iniciarmos o
nosso estudo.
1. Le Goff e Abbagnano fazem derivar de Varrão as ARTES LIBERAIS,
que teria distinguido as artes mecânicas das artes liberais.
2. Abbagnano coloca o século V como o início, no Ocidente, do interesse
laico pelas Sete Artes Liberais.
3. Abbagnano e Peterson dizem que “SCHOLASTICUS” era o termo com
que se designava nos primeiros séculos da IDADE MÉDIA aquele que ensinava as
SETE ARTES LIBERAIS.
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Alcuino, em 793, foi o grande organizador do ensino do reino franco,
ordenando os estudos segundo as sete disciplinas do TRIVIUM e do QUADRIVIUM,
chamados por ele de “as sete colunas da sabedoria”.
4. Já aquela época a preocupação estava com um conhecimento global
representado pelas sete artes liberais as quais foram sendo acrescidas outras tantas
como a ética, a filosofia teórica, que compreendiam as matemáticas, a física e a
teologia.
5. CASSIODRO, citado por Bréhier, diz que o conhecimento das artes
liberais tem origem na Bíblia e é preciso pô-lo a serviço da verdade.
A matriz 3 demonstra alguns dos aspectos gerais das Artes Liberais.
A matriz 4 nos dá algumas informações acerca dos aspectos gerais das
Sete Artes Liberais na Idade Média, das quais destacamos as seguintes:
1. O século XIII marca uma ruptura com a ordem tradicional das SETE
ARTES LIBERAIS, que aos poucos vão sendo substituídos pela enciclopédia
aristotélica.
2. Que o monge no seu claustro, em seu silêncio, necessitava apenas da
GRAMÁTICA, pois de nada lhe valia o conhecimento sobre a DIALÉTICA e a
RETÓRICA se o isolamento em que vivia não permitia a sua exercitação.
3. Nela vê-se, também, que o TRIVIUM (Gramática, Dialética, Retórica) e
o QUADRIVIUM (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música) tinham objetos
diferentes. O primeiro estava destinado a manifestar a expressão do pensamento –
VERBA; o segundo, ao estudo das coisas – RES.
4. Vê-se que ao QUADRIVIUM acresceu-se a medicina, posteriormente,
principalmente com os estudos de AVICENA. Lembremo-nos que na página 38,
dissemos que VARRÃO já incluía nas Artes Liberais a Medicina sendo excluída,
posteriormente, no século V, por Capella.
A matriz 5 traz complementações importantes aos aspectos gerais das
SETE ARTES LIBERAIS. Com ela, temos, inclusive uma conceituação de ARTE
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que, cremos, dirime qualquer dúvida a respeito do que seja Arte no contexto
medieval das Artes Liberais.
O TRIVIUM E O QUADRIVIUM
A estrutura das SETE ARTES LIBERAIS, comporta uma dualidade
básica: O TRIVIUM e o QUADRIVIUM, cujas matrizes 6 e 7 trazem informações
gerais acerca da composição e sentido dos mesmos.
Convém, entretanto, fazer algumas observações a respeito:
1. A necessidade de individualizar o TRIVIUM e o QUADRIVIUM foi a
existência de uma divergência entre autores profanos e Maçons quanto à
composição do TRIVIUM.
2. Chama a atenção o fato das disciplinas do TRIVIUM serem de capital
importância na Idade Média, pois a partir dela era possível a leitura e interpretação
dos textos sagrados, material didático largamente utilizado na escola medieval.
3. O QUADRIVIUM era para Platão segundo Bréhier o ponto de partida da
filosofia.
4. Segundo DUBY, a música e por ela a liturgia, foram os instrumentos
mais eficazes que dispôs a cultura do século XI, sendo as demais ciências do
QUADRIVIUM a ela subordinadas, não do ponto de vista de estrutura didático-
curricular, mas como decorrência natural do ambiente religioso da época.
5. PLATÃO, em a REPÚBLICA (524 a 535) faz uma enumeração das
ciências segundo o grau de importância, onde poderão ser vistas as que foram
consideradas por ele como mais importantes para a formação do homem e do
governante em sua República ideal.
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AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE ARTES LIBERAIS
As matrizes 8 e 9 dão uma visão axial das principais figuras e de algumas
obras acerca das SETE ARTES LIBERAIS.
A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE MÉDIA?
Devido a enorme importância da DIALÉTICA no processo educativo
medieval, notadamente a partir do século XIII e com o surgimento da Universidade
de Paris e em face dos autores Maçons a excluírem da composição do TRIVIUM,
utilizando em seu lugar a Lógica, necessário se faz uma abordagem específica
sobre o fato.
Do estudo de ABBAGNANO depreendemos o seguinte:
1. A DIALÉTICA, segundo ABBAGNANO pode ser entendida dentro de
quatro pontos de vista: como MÉTODO DA DIVISÃO (Platão), COMO LÓGICA DO
PROVÁVEL (Aristóteles), COMO LÓGICA (Estóicos) e COMO SÍNTESE DOS
CONTRÁRIOS (Hegel com fundamentos de PROCOLO).
2. A noção de DIALÉTICA COMO LÓGICA GERAL, de acordo com o
conceito estoico dura toda a IDADE MÉDIA.
3. Que durante a IDADE MÉDIA a LÓGICA foi empregada como sinônimo
de DIALÉTICA, tendo Boécio, um dos principais autores medievais empregado
indistintamente os termos DIALÉTICA e LÓGICA.
A matriz 10 dá uma visão geral sobre essa problemática.
AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA
Aqui, uma pequena digressão que mostra claramente a importância das
SETE ARTES LIBERAIS no contexto medieval.
Maçonaria-Companheiro
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Maçonaria-Companheiro

  • 1. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 1 Loja de Estudos Quarta Apostila: Edição 2013
  • 2. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 2 Sumário Geral Introdução Página 06 QUARTA APOSTILA 1ª AULA OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAÇÃO DO TEMPLO. VESTES. TÍTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAÇÃO. FECHAMENTO E TRANSFORMAÇÃO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA. ELEVAÇÃO. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU. NÚMERO NECESSÁRIO DE MAÇONS. Página 10 2ª AULA INSTRUÇÕES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA LUMINOSO E O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS. SÉTIMA INSTRUÇÃO: OS CINCOS SENTIDOS. Página 19
  • 3. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 3 3ª AULA OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS. SEGUNDA INSTRUÇÃO ESPECIAL: PITÁGORAS. TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU. Página 32 QUINTA APOSTILA Página 43 4ª AULA AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA? O ESTUDO PROFANO DAS SETE ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE. AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. Página 44 5ª AULA ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. O TRIVIUM E O QUADRIVIUM. AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE ARTES LIBERAIS. A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE MÉDIA? AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA. ALGUMAS CONCLUSÕES PRELIMINARES SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS NO MUNDO PROFANO. AS SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO. AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. Página 53
  • 4. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 4 6ª AULA O TRIVIUM E O QUADRIVIUM SEGUNDO OS MAÇONS. O SIGNIFICADO DAS DISCIPLINAS DO TRIVIUM SEGUNDO OS MAÇONS. A GEOMETRIA SEGUNDO OS MAÇONS. A ARITMÉTICA E A MÚSICA SEGUNDO OS MAÇONS. A ENSINANÇA MAÇÔNICA E AS SETE ARTES LIBERAIS. O GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM, ONDE SÃO ESTUDADAS AS SETE ARTES LIBERAIS.MATRIZES. Página 61 SEXTA APOSTILA Página 90 7ª AULA SÓCRATES. A VIDA. MÉTODOS DE SÓCRATES.DOUTRINA FILOSÓFICA. CONHECE-TE A TI MESMO. GNOSIOLOGIA. A MORAL. ESCOLAS SOCRÁTICAS MENORES. Página 91 8ª AULA PLATÃO. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA. TEORIA DAS IDEIAS.METAFÍSICA. AS IDEIAS.AS ALMAS. O MUNDO. Página 101
  • 5. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 5 9ª AULA ARISTÓTELES. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO. A GNOSIOLOGIA. FILOSOFIA DE ARISTÓTELES.A MORAL. A POLÍTICA. A RELIGIÃO. A METAFÍSICA. A PSICOLOGIA. A COSMOLOGIA. JUÍZO SOBRE ARISTÓTELES. VIDA RETROSPECTIVA. Página 111 Folhas da Prova Pagina 131
  • 6. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 6 Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você. A intenção do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Maçônicos) é divulgar a doutrina maçônica principalmente aos não-iniciados, possibilitando desta forma, que um grande número de pessoas, ainda que não ligados diretamente a maçonaria, possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos segredos desta Ordem Secular. Seguindo este raciocínio, o Ibemac preparou o “Curso de Maçonaria”, dividido em três estágios, que correspondem aos “três graus acadêmicos” para o estudo da filosofia maçônica. O Segundo Grau Acadêmico é composto de 09 (nove) aulas, as quais juntas, dão uma ideia privilegiada do que vem a ser a maçonaria, dos estudos a que se dedica, da forma abrangente que busca o conhecimento, da modo como incentiva seus membros a busca da verdade, enfim, fornece uma visão muita ampla daquilo que se pratica dentro da Ordem e especificamente neste grau. Para se ter uma melhor ideia do que será abordado nesses estudos, o Segundo Grau Acadêmico, como já dissemos, dividido em nove etapas, trata na primeira aula da Origem do Grau de Companheiro bem como explica o termo “companheiro”; adentra a cerimônia de elevação e a necessária abertura e transformação da Loja de Aprendiz em Loja de Companheiro devido a Cerimônia Magna. Na segunda aula, leremos sobre as instruções gerais, as específicas e as privadas, destinadas ao Companheiro; a definição da letra “G” e suas múltiplas interpretações possíveis segundo cada rito. Explicações sobre o avental e a modificação da posição da abeta. A lenda do Grau Dois também é um tema de grande interesse para todos os maçons. Os números e os cinco sentidos fecham
  • 7. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 7 essa aula e abrem a mente do estudante para um universo maravilhoso e até então desconhecido. O estudo sobre os filósofos, principalmente sobre Pitágoras e ainda a lenda original de Orfeu, bem como outras instruções especiais para o Grau Dois de Acadêmico Maçom, tudo isso poderá ser encontrado na terceira aula. A introdução sobre as “Artes Liberais” e a necessidade do seus estudo pelos maçons, seu foco na antiguidade e na idade média e as diferenças de entendimento passando de uma época para outra é o que nos oferece o presente estudo na quarta aula. A lição de número cinco nos apresenta o trivium e quadrivium como a divisão básica das sete artes liberais e a sua importância para os graus e simbologia dos maçons. .Uma explicação detalhada sobre o trivium e quadrivium e a necessidade desse estudo para o Grau de Companheiro será avaliado na lição de número seis, que nos trás, ainda, informações sobre os conceitos maçônicos para a aritmética, a música e a retórica. A aula número sete nos dará uma boa e elucidadora lição sobre a filosofia de Sócrates com mais detalhes do que nos trouxe o estudo anterior. Sua vida e seus pensamentos sobre a moral, religião, conceitos sobre Deus, tudo isso faz parte desta lição. Na oitava aula. Estudaremos sobre a filosofia de Platão, principalmente naquilo que ele faz referência a Sócrates. Os conceitos que Platão desenvolveu sobre a vida, religião, política e outros temas de interesse popular e maçônico, válidos até o dia de hoje. Pitágoras encerra este estudo para o Grau Dois, sobre os filósofos. Pitágoras tem conceitos que interessam especialmente aos maçons, uma vez que a sua ligação com os números norteiam desde as medidas da Loja até mesmo o avental que utilizamos. A filosofia, a vida e as obras deste grande homem podem ser estudados na aula de número nove,
  • 8. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 8 Este “Grau Dois de Aprendiz Maçom” ou “Grau Dois de Acadêmico”, qualquer uma das duas formas estão corretas, está totalmente fundamentado nos livros de José Castelani e Raimundo Rodrigues, dois grandes escritores sobre temas maçônicos. A obra intelectual “ Estudos da Filosofia Grega”, e os textos de Rosana Madjarof sobre filosofia, serviram como principal base para os nossos trabalhos. Ao final das lições encontra-se um questionário o qual deverá ser respondido e enviado para o Ibemac para fins de correção e nota; somente receberá o Certificado de Aprovação e o selo de “apto para o próximo grau” o aluno que responder as questões e obtiver nota mínima 5,0 (cinco). Juntamente com as apostilas do curso, o aluno receberá uma folha avulsa contendo todas as questões, poderá responder nessa folha e envia-la para a Caixa Postal do Ibemac neste endereço: IBEMAC - Caixa Postal nº 51 Cep 15150-970 Monte Aprazível/SP. A folha de exame corrigida será devolvida para o candidato com a nota final obtida e o carimbo de aprovado. Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas para formar o questionário estão todas no texto. Você pode responder as questões logo após a lição, pois isso facilitará o preenchimento da “folha de prova” no final da terceira apostila. Ao terminar o Grau Três de Acadêmico Maçom, o aluno que obter nota mínima de 5,0 (cinco) em cada um dos graus, com média final 5,0 (cinco) será indicado, caso seja de sua vontade, para uma das Lojas Maçônicas filiadas ao Ibemac e poderá tornar-se um Aprendiz Maçom, caso preencha os requisitos básicos para ingresso na Maçonaria. Todo acadêmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence a Augusta e Responsável Loja de Estudos (A.’.R.’.L.’.E.’.) Rui Barbosa, fundada pelos Mestres Maçons do Instituto Brasileiro de Ensino Maçônico, com a finalidade de atender as necessidades dos alunos e dirimir as dúvidas que naturalmente surgem durante o período de estudos. O Mestre da sua classe sempre atenderá às suas solicitações e durante o curso manterá contato para orientá-lo da melhor forma possível para a conclusão
  • 9. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 9 dos estudos. Ele também será o seu padrinho para um futuro ingresso na Maçonaria. APRESENTAÇÃO DO GRAU DOIS DE APRENDIZ ACADÊMICO Prosseguindo no mesmo critério de estudos do Grau de Aprendiz, agora veremos doravante o Grau de Companheiro Maçom. O método de estudo permite a revisão do grau anterior como suporte para o avanço a este grau. O Grau de Aprendiz foi o início de uma viagem, o primeiro passo na senda, na qual o neófito se precipitava ainda no escuro, caminhando em uma estrada desconhecida, tropeçando nos obstáculos naturais do caminho e amparando-se nos ombros e na mão amiga daquele que era seu guia e que viria a ser seu irmão em curto espaço de tempo. Aqueles que venceram os percalços da primeira jornada dentro da Maçonaria Universal, eis que se impõe o avançamento no curso natural da vida do maçom que é progredir nos graus, subindo pela Escada de Jacob, sempre em busca da Luz Maior e aspirando respirar mais levemente, sendo que as coisas profanas pesam em suas costas e as coisas do céu o aliviam de imediato Esses, aos quais nos referimos, são os vitoriosos desta primeira etapa. Infelizmente, notamos que muitos dos nossos irmãos contentam-se, apenas, em conhecer o Primeiro Grau, como se fosse encontrar em um únicol grau todos os mistérios velados por centenas ou milhares de anos pela Maçonaria. Ledo engano. A Maçonaria não seria o que é até os dias de hoje, caso entregasse seus segredos no grau em que recebe os profanos. Seria tamanha temeridade que colocaria em risco toda a estrutura filosófica e esotérica da Ordem. É, justamente, no Primeiro Grau em que encontramos, ainda, os maiores curiosos, a sombra da metamorfose (meio maçom e meio profano), os desinteressados pelos estudos mais profundos, os indolentes, os aproveitadores, enfim, muitas daquelas características que marcam os profanos ainda estão presentes (mas não poderia) em alguns dos nossos irmãos no Primeiro Grau.
  • 10. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 10 Os problemas de invasão em Loja, de falsa identificação, de usurpação indevida de grau e outros relativos a falsidade e dissimulação, estão, via de regra, ligados aos irmãos (em sua maioria ex-irmãos) que deixaram a Maçonaria ainda no Primeiro Grau e escondem a sua condição de “adormecidos” passando-se por irmãos ativos. Na realidade, esses tais, queriam apenas conhecer os Sinais, Toques e Palavras dos Aprendizes sem contudo assumir a responsabilidade do Aprendiz Maçom; querem exibir tais formas de identificação (inclusive com a credencial maçônica) mas não querem aceitar a disciplina necessária inerente a todos os maçons, buscam a glória momentânea e, portanto e para tanto, despedem-se do convívio dos demais irmãos e irmãs, deixando a Loja para sempre, afetando de forma contundente o próprio progresso, uma vez que perdendo o contato com a irmandade dentro da Loja, deixam de lado não apenas as instruções, mas principalmente, a fraternidade, que é uma das fases do lema maçônico (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) e que é o escopo do Grau de Companheiro Maçom. Para todo aquele que venceu a primeira etapa na vida de iniciado, eis aqui, o Manual do Grau de Companheiro Maçom, ou as Instruções do Grau Dois.
  • 11. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 11 OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAÇÃO DO TEMPLO. VESTES. TÍTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAÇÃO. FECHAMENTO E TRANSFORMAÇÃO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA. ELEVAÇÃO. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU. NÚMERO NECESSÁRIO DE MAÇONS. INSTRUÇÕES PRELIMINARES 1. OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO Neste Grau, o iniciado deve se preocupar com vários aspectos do ritual e da ritualística, voltando a sua atenção para os detalhes do simbolismo. O Companheiro é, por excelência do título, o amigo ideal de todos: é Companheiro dos Aprendizes, dos demais Companheiros e dos Mestres. Assim, a sua especialização é “andar ombro-a-ombro”, amparar à todos os necessitados, auxiliar os outros Companheiros nessa nova estrada e aos Mestres na árdua missão de orientar à todos da Loja. O Companheiro deve, ainda, zelar para que os novatos da Loja tenham suas dúvidas sanadas, pois, muitas das vezes, é mais fácil para o Aprendiz ter acesso ao Companheiro do que a um Mestre ou ao Segundo Vigilante que é o responsável pelas instruções básicas. O sentimento que deve dominar o Companheiro é a Fraternidade, enquanto o Aprendiz é movido pelo ideal da Liberdade. O companheiro deve demonstrar que possui capacidade de realizar, na prática, os conhecimentos que adquiriu no Grau Um. Para progredir na senda esotérica, deve ser capaz de interpretar com maior perfeição os símbolos da Loja, principalmente os gravados nos painéis do Grau Um e do Grau Dois. Essa interpretação se torna mais perfeita quando o Companheiro passa a vivenciar a experiência do simbolismo, tirando-a do papel e adaptando-a em sua vida. É no dia-
  • 12. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 12 a-dia e nas sessões da Loja, que o Companheiro demonstra que realmente mereceu o seu “aumento de salário”, através das suas atitudes do cotidiano que visam a melhora da sociedade como um todo, da comunidade em que vive e dos indivíduos que a compõem, realçando a imagem positiva que os profanos projetam sobre a maçonaria. Em resumo, neste grau, o Maçom irá preocupar-se em dar atenção aos seus semelhantes e a si mesmo; observar sempre que seus semelhantes são seres humanos e merecem atenção e fraternidade e, por último, aceitar e compreender os avanços da tecnologia, se possível dominar uma parte desta tecnologia e utilizá-la para o progresso da humanidade. Não pode esquecer nunca, que apesar do seu progresso, a base do edifício da Maçonaria continua sendo – e sempre será – o Grau Um do Aprendiz Maçom. 1.1. A Origem e Significado da Palavra Companheiro A palavra Companheiro é de origem latina, o seu significado, entretanto comporta várias explicações; a mais coerente para a Maçonaria é que este termo deriva da locução latina “cun panis”, onde cum é preposição (com) e panis é o substantivo masculino pão. O melhor entendimento da palavra nos leva a compreender que Companheiro é aquele que divide o mesmo pão e em um entendimento mais extenso, podemos acrescentar, que é aquele que divide o peso, o mesmo caminho, as mesmas tarefas, ampliando o significa filosófico de pão. 2. DECORAÇÃO DO TEMPLO O Templo é decorado em vermelho e tem cinco luzes que estarão acessas antes do início da sessão, dispostas em número de três no A.’. do V.’. M.’. em um candelabro específico, e uma em cada A.’. dos VV.’. O L.’.S.’. ou a Const.’. da L.’. estarão dispostos no A.’. dos JJur.’. juntamente com o Esq.’. e o Comp.’. e no Oc.’. (ao centro) o P.’. da L.’. tudo de modo visível para quem adentra ao Templo. As CCol.’. J.’. e B.’. caso estejam dentro do Templo, seguirão a ordem de iluminação, mantendo-se a B.’. apagada e a J.’. acesa. Essa iluminação é
  • 13. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 13 obrigatória, mas pode ser feita de forma indireta através de luzes auxiliares focadas na respectiva direção. O Alt.’. das FFer.’. será forrado por uma toalha Pr.’. e Br.’. (em partes iguais) e terá sobre si os instrumentos necessários para à elevação: O Maç.’. , o Cinz.’. , o Esq.’. , a Alav.’. , a Reg.’. , a Esp.’. e o Comp.’. . A Estr.’. Flam.’. deverá ser acessa somente no momento exigido pelo Ritual. Em cada uma das estações do Templo (Oriente, Ocidente, Setentrião e Meridiano) serão fixadas tabuletas com as inscrições: Cinco Sentidos (Oriente), Filósofos (Ocidente), Arquitetura (Meridiano) e Ciências Liberais (Setentrião). 3. VESTES A indumentária das Luzes e dos Obreiros é a mesma do Grau Um. Os membros que serão elevados estarão trajados com balandrau e avental (que é a insígnia do Comp.’.) porem com a abeta abaixada. Observação importante deve ser feita quanto ao traje antes e depois da elevação, pois ao adentrar ao Templo, o candidato o faz na condição de Aprendiz e deverá vestir-se com o avental “abeta levantada” e calçar as luvas brancas; a abeta do avental será baixada e as luvas descalçadas somente após o término do ritual de passagem. 4. TÍTULOS Os títulos (pronomes de tratamento) tanto para as Luzes quanto para os obreiros são os mesmos do Grau Um. 5. ABERTURA OU TRANSFORMAÇÃO A Loj.’. do Comp.’. Maçom pode ser aberta diretamente no Gr.’. de Comp.’. ou passar pela transformação do Grau de Aprendiz em Companheiro Maçom. No segundo caso, a Loja de Aprendiz será fechada, os AApr.’. serão chamados para Cobr.’. o Templo. Ao final do Ritual de Elevação, a Loja de Companheiro será fechada e reaberta a de Aprendiz.
  • 14. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 14 6. FECHAMENTO E TRANSFORMAÇÃO Tanto a abertura dos trabalhos bem como fechamento e a transformação seguem um método específico, descrito no ritual e no Regulamento da Ritualística, que são documentos de circulação e conhecimento restritos, não publicados para conhecimento geral. 7. INGRESSO NO TEMPLO O ingresso no Templo é realizado em procissão ou cortejo, organizado pelo M.’. de Cer.’. ainda na Sal.’. dos PP.’. PP.’. e permitindo a entrada dos membros em conformidade ao grau em que será aberto o trabalho. Segundo a vontade do V.’.M.’. e em conformidade com o Regulamento Geral da Obediência, poderá ser feita “em família” inclusive com a entrada dos visitantes ao lado dos membros da Loja, sem distinção e sem telhamento. 8. ORDEM DO DIA A Ordem do Dia, é um documento distinto dos demais da Loja, onde se encontra a pauta dos acontecimentos daquele dia de trabalho. Costumeiramente segue um critério de assuntos e destina-se: a) Iniciações; b) Assuntos em Pauta e Editais; c) Petições e; d) Instruções; e) Apresentação de Propostas de Elevações; f) Apresentação e Apreciação dos Trabalhos; g) Aprovação de Elevações; Este exemplo de Ordem do Dia, diz respeito à Loja de Companheiro e será alterado quando da Loja de Aprendiz. Durante a leitura da Ordem do Dia, será permitido o uso da palavra nas CCol.’. porem o V.’.M.’. deverá evitar excessos, proibir debates e deixar claro que não é necessário manifestação de apoio aos assuntos já expostos. Os assuntos mais complexos poderão, a critério do V.’.M.’. permanecer “sob malhete” pelo tempo permitido de forma regimental. 9. ELEVAÇÃO Denomina-se “elevação” o ato que concede o “aumento de salário” para o iniciado que vai de Aprendiz para Companheiro. Portanto, eleva-se um Aprendiz que está no Grau Um para o Grau Dois que é de Companheiro Maçom. A utilização do termo “iniciação no Grau de Companheiro” também está correta. A Elevação exige a
  • 15. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 15 execução correta do Ritual para que a cerimônia seja considerada Jus.’. e Per.’. evitando-se inovações desnecessárias, tanto diminuindo como acrescentando textos ou símbolos. Recomenda-se que os membros que serão elevados, ainda que permaneçam juntos na Sala das Reflexões devem ser isolados para o ingresso no Templo e, após as provas, isolados novamente até a conclusão do grau. Esse isolamento visa possibilitar o desenvolvimento das provas do grau sem que um candidato ouça ou presencie as provas que o outro está sendo submetido. 10. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O GRAU A Elevação do Aprendiz Maçom ao Grau de Companheiro é feita através de um Ritual de Passagem, portanto “passagem” é a denominação correta para esse evento. Os CComp.’. MM.’. se reúnem em Loja para glorificar o Trabalho, progredir na Via do Conhecimento e na Obra da Vida, para enaltecer o progresso da Ciência e das Artes, em proveito de toda a Humanidade. Para que se aperfeiçoe, é necessário um tempo de C.’.A.’. no qual trabalhará a P.’.C.’. efetuando este trabalho desde o M.’. D.’. E.’. P.’. até a M.’. N.’. sendo este o horário da jornada dos CComp.’. sob os auspícios dos MM.’.MM.’. e em especial do P.’.V.’. que é responsável diretamente pelos CComp.’. MM.’.Esse tempo necessário para o aperfeiçoamento é idêntico a sua idade e representa a Bat.’. do Gr.’. portanto, entende-se que esse é o número respectivo ao Comp.’. M.’. Nos dias atuais, não está mais em uso que se aguarde esse tempo, assim como não se espera que o Apr.’. complete Tr.’. A.’. naquele grau para depois progredir, também não se exige que o Comp.’. aguarde tal tempo. O Interstício praticado na Maçonaria Universal segue outros critérios, que vão desde alguns poucos meses até no máximo de um ano para a elevação. Considera-se esse espaço de tempo suficiente para que o Apr.’. demonstre capacidade para o “aumento de salário”. Porem, o Companheiro não deve entender essa redução do tempo como um benefício que recebe, mas sim como fruto do seu trabalho, portanto mérito e não graça. Deve manter os olhos abertos para a Verdadeira Luz e ter acabado o seu primeiro trabalho material que foi realizado na P.’.B.’. que ao mesmo tempo possibilitou o primeiro trabalho espiritual que foi a retificação dos seus conceitos e a fundação das bases que irão edificá-lo doravante na Grande Obra que é a Maçonaria. Com a utilização do malho, o Aprendiz percebeu que nosso trabalho
  • 16. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 16 não é de força física mas sim de vontade e disciplina para alcançar o objetivo do Grau Um, que é o trabalho moral, para o qual os utensílios são simbólicos e a aplicação principal se faz, inicialmente, em nós mesmos. Com a iniciação e o trabalho, levantou-se uma pequena ponta do “Véu de Isis” e os pequenos mistérios começaram se descortinar perante o neófito. Agora, digno deste “aumento de salário” irá conhecer novos símbolos, cada vez mais elevados, ligados á Maçonaria Universal desde os primórdios da sua construção. Ao ser recebido maçom, o iniciante foi submetido à provas físicas e psicológicas, que tinham por finalidade testar a sua coragem e seu caráter, verificar a sua firmeza de propósitos através das questões sobre os quatro elementos. Ainda que se fizeram tais questionamentos em forma de testes, exigindo-se do candidato provas de uma devoção que os profanos não estão acostumados a dar, pouco se aprofundou no âmago do candidato, uma vez que a consciência sempre esteve representada por uma voz e mão amiga que o guiava pelo caminho desconhecido, íngreme, com perturbações e quase todo ele feito às escuras. Agora, no momento da passagem de um grau para o outro, o candidato não passará mais por tais provas, mas será testado na sua verdadeira condição de “companheiro”, onde deverá escolher de forma correta dentro das possibilidades que lhe serão apresentadas e, dessas escolhas dependerá a sua aprovação ou reprovação para obtenção do Grau. Será testado quanto a sua lealdade e companheirismo para com seus pares e semelhantes, deverá demonstrar que é capaz de abdicar dos seus desejos mais ardentes e ceder seu lugar para outro irmão sem que isso o deixe magoado ou ferido. O conhecimento do grau anterior também será testado através de questões relativas às instruções do Grau Um, que deverão ser respondidas corretamente. Todo o trabalho de questionamento será feito pelo Venerável Mestre e observado pela maior dignidade maçônica presente bem como por um corpo de MM.’.MM.’. escolhidos para essa finalidade os quais, por sua vez, não poderão interferir nem à favor e nem contrário ao candidato, porem serão testemunhas presenciais dos acertos e erros nas respostas e na conduta daquele e, ao final de uma etapa de provas serão chamados para votar pela aprovação ou reprovação de cada candidato. É importante chamar a atenção para esse tipo de prova, da elevação ao Grau Dois, Companheiro Maçom, que foi retirada dos costumes das atuais Lojas, mas que era praticado pela Maçonaria Universal,
  • 17. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 17 ainda na Idade Média (sec. XV), quando não estava organizada da forma que a vemos nos dias de hoje. É sempre bom ressaltar que o Grau de Companheiro Maçom foi um dos mais desejados dentro das “guildas” de construtores ou operários, uma vez que era o grau máximo que poderia ser alcançado dentro da hierarquia, pois o Título de Mestre Maçom não era utilizado como grau mas sim como uma forma de homenagem ao companheiro com mais experiência, o qual poderia conduzir os demais. Através da documentação da Maçonaria Universal, temos que até 1357, somente existia o Grau de Aprendiz e que Companheiro era um título de tratamento entre os membros de uma associação de construtores. O Grau de Companheiro, por sua vez era dividido entre “novatos” e “seniores” (experientes), os quais passaram – apenas à partir de 1670 – a criar toques, sinais e palavras para distingui-los dos mais novos. A tradição nos mostra, que nas tavernas da França e Inglaterra, onde se traçavam e riscavam as Lojas daquela época, o Painel de Loja era traçado apenas no Grau de Companheiro para ambos os graus. O Ritual de Companheiro somente foi definido de forma litúrgica após o ano de 1717 com a fundação da Primeira Grande Loja de Londres. No Grau de Companheiro o iniciado é chamado a penetrar mais profundamente o espírito da Maçonaria, para tanto é necessário deixar o trabalho e o estudo sobre a matéria (P.’.B.’.) e iniciar-se no estudo da parte espiritual do ser humano. Esse é o motivo pelo qual a Loja passa a dar ao Companheiro a instrução específica sobre as Ciência Liberais e a Filosofia, de modo a que venha refletir sobre a criação, o Criador e a criatura, partindo daquilo que existe e que pode ser visto e medido para aquilo que, existindo, não pode ser mensurado. As faculdades de pensar e de agir corretamente e de compreender, nascem da vida e da inteligência. Vida é o fenômeno de resistência á morte; Inteligência é a função ativa da alma, também conhecida pelos antigos como “intelecto”; portanto, o intelecto é atributo do Ser. Dessa dupla função que o homem possui, orgânico-espiritual, nascem o raciocínio, as idéias, a memória e o sentimento. São essas faculdade que fazem do homem um ser superior aos animais.
  • 18. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 18 11. NÚMERO NECESSÁRIO DE MAÇONS A Cerimônia de Passagem para o Grau Dois, denominada Elevação, necessita da presença de um V.’.M.’. dois VV.’. , um M.’.C.’., um Sacerdote ou Sacerdotisa (nas lojas que admitem mulheres) e dois MM.’.MM.’. que sirvam como “testemunhas” as quais podem ser substituídos por CComp.’.MM.’. Além desse número mínimo, outros maçons no Grau de Comp.’. podem participar da cerimônia na condição de observadores, que se manterão em absoluto silêncio e em comunhão, zelando para que os trabalhos transcorram na mais perfeita ordem. Os MM.’.MM.’. testemunhos dos trabalhos prestarão o “compromisso de fidelidade aos trabalhos” que compreende a determinação de não se retirar do Templo antes do término da sessão e de nunca revelar a fórmula do teste aplicado na Quinta Viagem. FIM DAS INSTRUÇÕES GERAIS
  • 19. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 19 INSTRUÇÕES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA LUMINOSO E O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS. SÉTIMA INSTRUÇÃO: OS CINCOS SENTIDOS. INSTRUÇÕES PRIVATIVAS INTRODUÇÃO: No Grau Dois, Companheiro Maçom, o iniciado irá dedicar o seu tempo ao estudo do simbolismo do Compasso e do Esquadro, do Maço e do Cinzel e da Alavanca; Deixando as ferramentas materiais (de força e de inteligência) adotará o estudo e a disciplina como ferramentas imateriais as quais deverá dominar tão bem quanto às anteriores; Com a ferramenta do estudo, será instruído na introdução da filosofia e do simbolismo dos números cinco ao nove; com a ferramenta da disciplina fará do estudo um hábito e uma constância e ao final deverá demonstrar que desenvolveu a capacidade de refletir sobre as coisas do mundo e sobre si próprio. Com a aplicação da inteligência e da observação será despertado para os cinco sentidos que orientam o ser humano na apreciação de tudo aquilo que existe no “mundo dos sentidos”. O refinamento da educação do Companheiro, além de apresentá-lo à introdução da filosofia, também o levará ao conhecimento da Arquitetura Antiga onde compreenderá as formas das colunas e saberá distingui-las, principalmente as cinco ordens arquitetônicas: Jônica, Dórica, Coríntia, Toscana e Compósita, as três primeiras da Ordem Grega e as duas últimas da Ordem Romana. Conhecerá, também a Ordem Arquitetônica Egípcia, estilizada nas duas Colunas J e B que estão no atrium do Templo e são do estilo “lotiforme” (Flor-de-Lótus), sendo
  • 20. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 20 que os egípcios preferiam, além desse estilo, outros dois: papiriforme (formato de papiro, que pode ser fechado ou aberto) e palmiforme (formato de palmeira)”. Encontramos, portanto, em um Templo Maçônico, marcas da cultura egípcia mesclada com as culturas crego-romanas. PRIMEIRA INSTRUÇÃO: O TRABALHO E O AVENTAL DO COMPANHEIRO O Trabalho: O Companheiro Maçom se assemelha ao trabalhador da “Parábola dos Talentos” do Novo Testamento (Mateus, Cap. 25 vers. 14), enquanto cabe ao Aprendiz escutar, ao Companheiro cabe trabalhar no edifício, apreciando e corrigindo os detalhes da obra; enquanto o Aprendiz trabalha na P.’. B.’. já este trabalha na P.’. C.’. O Avental: despe-se o Companheiro do Avental de Aprendiz apenas rebatendo a abeta deste paramento, uma vez que a maioria dos aventais é reversível, servindo a ambos os Graus. A explicação para o rebatimento da abeta se dá pelo tipo de trabalho que era executado e o que será executado doravante. Ao trabalhar a P.’. B.’. o Apr.’. Mac.’. calçava luvas para proteção das mãos e também para simbolizar a pureza do seu trabalho, o avental com a abeta levantada protegia uma parte maior do corpo e também simbolizava a proteção do “plexo solar” no que diz respeito aos chakras. SEGUNDA INSTRUÇÃO: A LENDA DO SEGUNDO GRAU Esta Lenda refere-se ao episódio bíblico em que, logo após ganhar uma batalha, conforme narra “Juízes 12 (1-7)” com um exercito formado pela junção de várias tribos, menos a dos efraimita que se revoltaram pelo fato de não terem sido convidados pois a vitória trouxe direito sobre os despojos do inimigo vencido, resolveram entrar em batalha contra os geleaditas, pois culparam o seu General Jetfé pela ofensa; após a batalha entre essas duas tribos, os gileaditas saíram vencedores e o General Jatfé proibiu que os efraimitas permanecessem naquela aldeia, porem como todos eram muito parecidos, havia uma dificuldade aparente para distingui-los, então Jetfé iluminado pelo Senhor, criou uma senha através de uma palavra de passe, a qual possuía uma letra de difícil pronuncia pelos efraimitas, assim, quando eram questionados (Deixai-me passar, perguntavam a ele: és tu
  • 21. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 21 efraimita? Respondendo não, então lhe perguntavam: dizeis pois...) sobre a senha a proferiam de forma incorreta e eram imediatamente eliminados. Narra-se que foram mais de dois mil os que morreram dessa forma, tamanha era a perfeição da palavra de passe. A pronuncia diferenciava o “S” do “CH”. A lenda deste grau, na verdade, era composta pela “Lenda de Orfeu” e foi substituída pela que está acima, por influência judaico-cristã na Maçonaria. Esta apostila tem um capítulo dedicado a explicação sobre a “Lenda de Orfeu”. (Recomenda-se complementar a instrução com a leitura da Bíblia Sagrada no capitulo indicado do Velho Testamento) TERCEIRA INSTRUÇÃO: A ESTRELA FLAMIGERA OU FLAMEJANTE Um dos mais importantes simbolismos dentro da Loja de Companheiro, a Estrela Flamigera ou Flamejante, que se ilumina no ato da consagração daquele que é elevado, tornando-se parte indispensável no reconhecimento entre Companheiros, com a Letra G no centro, permanece como o mais enigmático do signos da Maçonaria. Seu passado mais remoto nos leva de volta ao Antigo Egito, onde os sábios “Sacerdotes de Hórus” a comparavam com a Estrela Sirus, ponto no espaço para onde se dirigiam os faraós quando deixavam este mundo e também de onde surgiam os novos faraós que iriam governar o Egito por mais um certo tempo. Os sacerdotes de Isis, por sua vez, levantavam os Templos de Hator ou Isis-Hator direcionados para essa estrela. O Emblema dela sempre foi um cão, pois pertence tanto ao conjunto conhecido como “cão maior” bem como “cão menor”. Existem escrituras do início do Império Egípcio, que datam por volta de 4 a 5 mil a.C. que narra a saga das chegadas dos Deuses na Terra e que teriam vindo da região espacial da Estrela Sirius. A letra “G” no centro da Estrela Flamígera é praticamente uma novidade introduzida pelos ingleses, uma vez que o ponto central dela, antes de 1700 era ocupado pela letra Iod, que é a décima letra de vários alfabetos semíticos (hebreu, aramaico, siríaco e árabe), que é a primeira letra do nome de Deus, formado por Iod, He, Vau, He e que está relacionada ao homem perfeito, hoje em dia é vista nas Lojas como segue abaixo (veja a figura). Na NOSSA LOJA tomou-se por padrão o dístico “Estrela Flamejante” para diferenciar de “Espada
  • 22. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 22 Flamígera”. Não se deve confundi-la com o “Delta Luminoso” que é tema das próximas instruções. QUARTA INSTRUÇÃO: O PAINEL DO GRAU DE COMPANHEIRO Painel Simbólico: Este painel é muito parecido com o do grau de Aprendiz Maçom. Vamos nos fixar, inicialmente, nas semelhanças. As Colunas, em número de duas, uma ao lado direito e outra ao lado esquerdo, mantendo as mesmas letras iniciais “J” e “B” ambas com os mesmos significados. As três janelas pelas quais incide a luz do Sol, nos períodos distintos, nascer do Sol, Meridiano e Ocaso ou aurora, meio-dia e crepúsculo. Pedra Bruta para o trabalho do Aprendiz, a Pedra Cúbica da qual se serve o Companheiro, a prancheta para o Mestre. O Malho e o Cinzel, para que o Aprendiz desbaste a Pedra Bruta. O Esquadro e o Compasso, ambos entrelaçados, símbolo do Companheiro e que representa, no painel, o Venerável Mestre da Loja. O Nível simbolizando o Primeiro Vigilante e o Esquadro ou Perpendicular para o Segundo Vigilante. O Sol e a Lua, que além de simbolizar os luminares do dia e da noite, simbolizam o masculino e feminino, pertencendo o Sol ao Orador e a Lua ao Secretário. Na Maçonaria Egípcia simbolizam, ainda, o Sol para o Venerável Mestre ou o Grão-Mestre e a Lua para a Sacerdotisa da Loja ou o Grão-Mestre Adjunto e ainda o Mestre-Adjunto. A corda de 81 nós, que no painel aparece com 7 nós, simbolizando a união indissolúvel entre os maçons. A Orla Dentada, simbolizando a atração entre os maçons e a justaposição que cada um ocupa na Grande Obra, simboliza também os opostos que se unem para dar forma aquilo que tem é visível neste mundo. As Estrelas ou Constelações que simbolizam o caráter universal da Maçonaria. As diferenças básicas entre um painel (Aprendiz) e o outro
  • 23. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 23 (Companheiro) estão na escada, que ao invés de ter três degraus agora tem cinco (em referência ao número d grau); o Esquadro e o Compasso estão na posição de Companheiro; Surge a Estrela Flamejante com a letra “G” no centro; a Alavanca e a régua que não apareciam no painel do Aprendiz agora constam deste, como ferramentas do Companheiro; Aparecem o Pavimento Mosaico e a Orla Dentada, as quais juntam-se a Estrela Flamejante para formar os ornamentos da Loja de Companheiro. A Espada e a Colher de Pedreiro, também estão neste painel, em recordação a reconstrução do segundo Templo de Salomão, por Zorobabel, conforme consta nas Escrituras Sagradas. É importante destacar que nem sempre encontraremos o Painel Simbólico com esses detalhes, pois os painéis foram sendo alterados com o passar do tempo e conforme a inspiração do copista que os alterava conforme sua concepção da simbologia. Este painel também varia conforme o rito adotado. Painel Alegórico: Além do Painel Simbólico, foi introduzido na Maçonaria, pelos ingleses, do Rito de York e depois assimilado pelos demais ritos, o Painel Alegórico, que traz em sua estampa outras figuras com simbologia distinta, as quais são de conhecimento de todos os maçons pois fazem parte da Maçonaria Universal, são elas: as Colunas do Pórtico, com o mesmo simbolismo que já conhecemos; uma Escada em Caracol, simbolizando a subida do Aprendiz até os Mistérios do Grau de Companheiro, originariamente esta escada era também chamada de “escada em espiral” que ia do piso mosaico até o “santo dos santos” em alusão a passagem bíblica em Reis 1 (6-8), que descreve a escada dentro do Templo de Salomão; A Espiga de Trigo e uma Queda de Água também são simbolizadas no Painel Alegórico, a Espiga de Trigo refere-se a palavra de passe, também a prosperidade dos maçons, ao crescimento da irmandade, a fertilidade dos projetos sociais; A Queda D’água representa a fonte da vida e todas as demais simbologias ligadas a este elemento; Uma Estrela de Seis Pontas que é o Escudo ou Estrela de David,(apesar que este símbolo é muito mais antigo que David, data aproximadamente de uns 6 mil anos) uma Pomba que simboliza o Espírito de Deus e a Paz Profunda, o Tetragrama Sagrado com as letras em hebraico Iod, He, Vav, He que é o nome de Deus. No Rito de York a Estrela de Seis Pontas é que tem lugar de destaque no Templo, chamada pelos ingleses de “Blazing Star” com a letra “G”
  • 24. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 24 ao centro, representa a Estrela Flamejante que no REAA é a Estrela de Cinco Pontas. QUINTA INSTRUÇÃO: A LETRA “G”, O DELTA LUMINOSO E O COMPANHEIRO Como foi dito em instrução anterior, a Letra “G” (Gê) foi introduzida no centro do Delta Luminoso nas Lojas Maçônicas através de um processo denominado por Albert G. Makey de “anglicismo” (incorporação da língua inglesa em outras línguas). Nos países que seguiram a maçonaria de língua inglesa, acostumou-se com essa substituição, retirando-se o IOD das línguas semíticas pela letra “G”. Essa substituição gerou vários estudos, muitos dos quais, até a presente data, sem conclusão definida, ficando apenas na categoria da especulação. É a sétima letra do alfabeto maçônico. Também é conhecido como Delta Sagrado ou Delta Misterioso. Os maçons traduzem o IOD dentro do Delta Luminoso como: “Eu Sou”, extraído da passagem em que Deus conversa com Moisés e este pergunta: “...quando os filhos de Israel me perguntarem quem me mandou e qual o seu nome, o que responderei? – Responderás apenas isso: o nome dele é “Eu Sou o que Sou”. Alguns autores atribuem essa letra a inicial do nome de Deus em inglês (God), outros dizem que está relacionada a Geometria, outros ainda afirmam que tem destaque por ser a sétima letra do alfabeto inglês. Como vemos, existem explicações em todos os sentidos, indo desde God, geômetra, geometria etc. Também é a terceira letra do alfabeto hebraico, corresponde a Ghimel; os hebreus viam na letra G o símbolo da Serpente Oroborus, aquela que engole a própria cauda. Os membros das Escolas Pitagóricas (de mistérios) utilizavam dentro do Delta Sagrado um esquadro de ramos desiguais, possivelmente com o passar do tempo, os observadores pensaram que aquele esquadro tratava-se da letra Gama que corresponde ao G; essa confusão é aceitável, uma vez que Pitágoras era grego.
  • 25. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 25 Outros significados para a letra G são encontrados nos diversos rituais impressos no Brasil, são eles: gravitação, geração, gnose, gênio e geometria. Esta Loja de Estudos, adota como significado da letra G, para o Grau de Companheiro, que se trata da representação de GEOMETRIA, preservando assim, a originalidade desta letra, uma vez que se o grau compreende a construção social, a construção do indivíduo, a formação geométrica do Universo, lembrando sempre que o Criador é conhecido, por nós, como o Grande Geômetra do Universo. Compreendendo a letra G e seu significado, o Companheiro tomará consciência da sua real participação na vida como Maçom. O Delta Luminoso é a representação de um triângulo eqüilátero, que por sua vez é a a Letra Grega Delta, quarta letra daquele alfabeto e do nosso. Ele é luminoso, pois está rodeado por um halo brilhante que representa a divindade. Nas Lojas é dotado de iluminação artificial. Segundo os antigos, Deus se expressou pela forma geométrica mais completa que é o triângulo. (veja exemplos abaixo). Vemos em algumas Lojas, tanto a Letra G no centro da Estrela Flamejante bem como no centro do Delta Luminoso, sendo que ambos são simbolismos completamente diferentes. É de regra, no centro do Delta Luminoso a utilização de um olho, simbolizando “O Olho que Tudo Vê” que é o “Olho de Deus” ou “Olho de Rá” (não confundir com o “Olho de Hórus). SEXTA INSTRUÇÃO: OS NÚMEROS Antes de iniciarmos os estudos dos números deste grau, convém lembrar que a Maçonaria na antiguidade estudava a fundo a ciência dos números, dando a ela o nome de Gematria que por sua vez foi uma palavra retirada de Geometria e por sua vez dizia respeito a “Geometria Sagrada”. Os Maçons se dedicavam a este estudo por um período mínimo de cinco anos. Nesse tipo de ciência, aprende-se a reduzir
  • 26. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 26 as palavras em números equivalentes, principalmente para o alfabeto hebraico, somando-se uns aos outros até obter-se o resultado final que dará uma conclusão sobre aquele nome ou palavra que se está estudando. Apenas para fins de conhecimento, colocaremos ao final de cada parágrafo a palavra equivalente ao número, sempre em hebraico. Número Cinco: Está diretamente ligado a fase do Grau Dois, Companheiro Maçom. Denomina-se “quinário” quando diz respeito simplesmente ao número e “qüinqüênio” ou “lustro” quando se refere ao tempo de cinco anos. Também sugere a “quintessência” que é a novidade apresentada ao Companheiro, que até o momento conhecia apenas a parte material do mundo. É a essencial da vida, a parte espiritual, a força do intelecto e o aperfeiçoamento. Para os místicos, também representa os elementos da natureza, uma vez que se soma a terra, fogo, água e ar, a semente ou o gérmen. Em grego chama-se PENTA é o próprio número cinco e representa uma grande variedade de coisas e principalmente PENTAGRAMA. Cinco também é o número de perguntas que se faz no momento da elevação do Aprendiz a Companheiro. Cinco são as vogais e dentre elas uma ou mais fazem parte do nome do Companheiro que está sendo submetido ao ritual de passagem. Cinco são as viagens do Companheiro. Cinco são as colunas do segundo grau: Jônica, Dórica, Corintia, Compósita e Toscana. É um número mágico e místico, utilizado pelos gregos e romanos em forma de amuletos. Pentalfa é a estrela de cinco pontas, símbolo de proteção. Na índia ela representa o emblema de Shiva e Brahma. Nos mistérios pitagóricos, possivelmente que originaram os mistérios da Maçonaria, representa o período de silencio (cinco anos) que era imposto ao iniciado em um certo grau. O equivalente hebreu para o número cinco é He que compõe o nome de Deus.
  • 27. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 27 (figura: Pentalfa) Número Seis: No Livro Sagrado encontramos este número como sexto capítulo do Gênese e narra a separação das águas. Foi no sexto dia que Deus colocou o homem sobre a face da Terra para que a dominasse. É visto por cabalistas e pitagóricos como o número da perfeição, já Nicomachus o vê como o número da deusa Vênus para a qual era consagrada a razão do pensamento e também o amor passional, portanto é o número ideal para aqueles que amam. O Maná caiu do céu, durante seis dias, no deserto para alimentar o povo que seguiu Moisés na fuga do Egito, e a letra marcada no Maná era Vau que significa seis. Representa as seis ordens de anjos: serafins, querubins, tronos , dominações, poderes e virtudes) e as seis ordens dos gênios dos desastres: Acteus, Megalesius, Ormenus, Lycus, Nicon. Mimon. A Estrela de Seis Pontas (a hexalfa) com dois triângulos entrelaçados, um apontando para cima simbolizando o fogo e o outro apontando para baixo simbolizando a água, sendo este o verdadeiro selo do Rei Davi e que ornamentava o seu escudo. O equivalente em hebreu é Vav. Número Sete: O Livro Sagrado tem uma incrível repetição deste número que chamou a atenção de vários estudiosos por esse motivo. No sétimo dia Deus descansou, antes viu que tudo o que tinha feito era bom, abençoou e santificou o sétimo dia. É um número inteiramente religioso, representa o triunfo do espírito sobre a matéria. O sétimo caminho o Sepher Yetizirah (Cabala Judaica) é o da inteligência oculta e representa a combinação entre a fé e o intelecto. Sete são os orifícios na cabeça do homem. O equivalente hebreu para o número sete é Zain. É também o número da realeza, do triunfo e da fama. É o número do Mestre. Número Oito: Os antigos gregos diziam que “todas as coisas são oito”. A circuncisão, conforme a lei judaica, acontece no oitavo dia depois do nascimento. Para Pitágoras era o número da justiça e plenitude. Também é conhecido como o
  • 28. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 28 número que leva ao portão da eternidade. No Sepher Yetzirah, o oitavo caminho é o da perfeição. Também é o nome de Deus, com oito letras. Oito é o número da atração e repulsão, já que em si encontramos infinitas voltas, o indivíduo sujeito a ele estará envolto em lutas, separação, rupturas, destruição, expectativas e ameaças. O equivalente hebreu é Cheth. Número Nove: Os Pitagóricos viam o número nove (assim como o número quatro) ligados a todos os conhecimentos intelectuais, matérias e espirituais. Na mitologia existem nove musas, são elas, Calíope a musa da poesia; Clio que é a musa da história; Melpômene, a musa da tragédia;Euterpe, a musa da música; Erato, a musa da inspiração e do amor; Terpsicore, a musa da dança; Urânia, a musa da astronomia; Tália, a musa da comédia; Polímnia, a musa da eloqüência. Nove são os cavaleiros eleitos no Grau Nove da Maçonaria, eles usam nove luzes, nove toques e nove rosas. No Sepher Yetzirah o nono caminho é o da inteligência pura. É o número do poder através do silêncio. Em uma fórmula da alquimia antiga, esse número feito em prata, tinha a propriedade de tornar os homens invisíveis. O equivalente hebreu é Teth. SÉTIMA INSTRUÇÃO: OS CINCOS SENTIDOS Este capítulo apenas dá uma singela noção sobre os cinco sentidos e conclui com a necessidade do Companheiro Maçom partir em busca do “sexto-sentido”. Hoje em dia, face a facilidade de pesquisas e consultas através da internet torna-se muito prático um estudo dessas faculdades físicas do ser humano, recomendamos, pois, que o Companheiro procure essas fontes de consulta e se aprofunde neste tema. CINCO SENTIDOS O ser humano percebe o mundo que o rodeia através destas cinco capacidades físicas: visão, audição, olfato, paladar e tato. São os mesmos cinco sentidos que, utilizados de forma esotérica, possibilitam que o homem acesse o mundo extrassensorial. Os nervos sensitivos são as sentinelas do corpo e transmitem ao cérebro tudo aquilo que nos rodeia. Esses nervos sensitivos necessitam de órgãos perfeitos e completos para que possam desempenhar sua
  • 29. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 29 tarefa. Quando um órgão perde a sua perfeição geralmente é substituído por outro que se desenvolve mais do que o normal em outras pessoas com todas as funções perfeitas. Exemplo disso, é a capacidade de tato e olfato adquirida pelo homem que perde a visão. Esses cinco sentidos estão ligados as sensações externas do corpo. Sensações internas são aquelas que nos dizem que estamos com sono, fome, dor, cansaço etc. O cérebro mantém na memória todas as sensações captadas através destes sentidos. A VISÃO: é o órgão mais complexo e delicado dentro dos sentidos humanos, possivelmente foi o primeiro desenvolvido dentro do complicado sistema sensorial do organismo. É através dele que observamos as cores, formas e dimensões de todas as coisas que nos cerca. Seus órgãos de sentido são os olhos. A visão, juntamente com os outros sentidos, ao mesmo tempo que serve para distinguirmos o mundo ao nosso redor, também é responsável pela ilusão que a visão nos proporciona, pois temos tendência a preferir as coisas belas que assim se apresentam exteriormente e damos pouca ou nenhuma atenção ao interior daquilo que se apresenta. O belo nem sempre é o bom, o feio nem sempre é o mal. O conceito de beleza varia de pessoa para pessoa e de civilização para civilização. Aquilo que vemos é o resultado da intensidade das varias ondas elétricas que atingem o órgão da visão, cada uma dessas ondas tem uma amplitude diferenciada, provocando as diferentes cores. O olho humano está capacitado para captar ondas em padrões limitados, assim, não conseguimos captar através dos olhos nem ondas na faixa do ultravioleta ou infravermelho; o primeiro está acima da nossa capacidade e o segundo está em uma faixa abaixo. Os animais possuem capacidade visual diferente da nossa, alguns enxergam o ultra e outros captam o infra. Alguns, ainda, captam ambas faixas de freqüência. A AUDIÇÃO: Este sentido é formado pelo conjunto de pequenos órgãos que compõem o ouvido. Possibilita que possamos perceber o mundo externo através dos sons que produz. Esses sons, por sua vez, nada mais são do que vibração, ondas em movimento. A explicação que demos sobre visão também se enquadra como exemplo para a audição, adaptando-se para ultrassom e infrassom.
  • 30. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 30 O OLFATO: É o sentido responsável pela captação dos odores que nos cercam, seu órgão receptor é o nariz. Este sentido, ao contrário da visão, não descansa nunca, está ativo durante todos os instantes da nossa vida. É um dos sentidos mais elementares e, ao contrário dos demais, liga-se diretamente ao córtex cerebral sem passar pelo hipocampo. Também é responsável por ativar lembranças na memória. A respiração, que é responsável pela vida, também o utilizada como condutora dos odores que chegam até o cérebro e causam sentimentos de aproximação (aroma agradável) ou de repulsão (odor desagradável) movimentando o ser humano ao encontro daquele odor, ou em outros casos, conduzindo-o em sentido contrário. Os místicos, dentre eles os Maçons, utilizam perfumes e incensos para ativar o sentido esotérico do olfato. O PALADAR: Seu órgão é composto pela língua, lábios, partes internas da boca e papilas gustativas. Responsável pela capacidade que temos em distinguir os vários sabores dos corpos que nos cercam. Na Maçonaria o paladar é utilizado, principalmente, na prova da “Taça Doce-Acre”, que é servida ao Candido em um determinado grau para testar as suas intenções e se tem maldade em seu coração. O TATO: Este sentido é captado em toda a extensão do corpo humano tendo como agente de percepção a pele, que por sua vez é considerado o maior órgão do corpo humano. Através do tato sentimos a consistência dos objetos, suas dimensões, aspereza, forma, dimensões, temperatura etc. O tato está intimamente ligado a libido, portanto é responsável pelo desejo sexual, sendo que os demais sentidos, cada um em proporção maior ou menor, porem sempre inferior ao tato, também estão ligados ao sexo, nesta ordem (após o tato): visão, olfato, paladar e por último a audição. Por isso, os místicos são inclinados a superar os sentidos físicos, evitando as ilusões que eles proporcionam, principalmente, reeducando-se em respeito ao sexo e tudo que dele advém. CONCLUSÃO: Após compreender os cinco sentidos, o Companheiro Maçom deve se esforçar para aprimorá-los, através das práticas que nosso rito proporciona, a tal ponto que desenvolva os cinco sentidos esotéricos, paralelos aos físicos. É necessário que o Companheiro deixe a construção material e a retificação da pedra bruta e passe para a lapidação final da pedra cúbica ou polida. O Mundo material
  • 31. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 31 pertence a esfera dos estudos do Aprendiz e o mundo espiritual está compreendido nos estudos do Companheiro.
  • 32. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 32 OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS. SEGUNDA INSTRUÇÃO ESPECIAL: PITÁGORAS. TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU. OITAVA INSTRUÇÃO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA Dentro da Loja Maçônica, o associado “pedreiro-livre” se depara com algumas colunas, as quais via de regra, são geralmente desconhecidas para ele. Logo na entrada, no pórtico do Templo, encontra duas Colunas, denominadas por abreviaturas “B” e “J”. Os significados de ambas já foram alvo de estudo e voltarão a ser estudas nos Altos Graus, através do Supremo Conselho. O que nos importa, agora, é o estudo da parte arquitetônica de cada uma das cinco colunas que são encontradas no interior do Templo. Nossa origem de construtores (pedreiros) nos remetem ou a construção civil ou militar, ambas de forma material. Porem, o maçom especulativo, deverá se empenhar na “construção social” substituindo o material clássico (pedras, cimento, ferro etc) pelo material denominado “fraternidade e caridade” que conduzem o maçom a construir o verdadeiro “edifício social” que é o objetivo maior da instituição. Voltando a qualificação das construções civis e militares, focamos nosso estudo na classificação das Colunas do Templo, começando pelas internas, as quais pertencem a três ordens distintas: Jônica, Dórica e Coríntia.
  • 33. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 33 A Coluna Jônica, representa a Sabedoria. Está diretamente ligada e instalada no Oriente do Templo, pertence a qualidade do Venerável Mestre ou Salomão da Loja A Ordem Jônica/Jónica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas colunas possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior que seu diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples. Origem A Ordem Jônica surgiu a leste da Grécia oriental e seria, por volta de 450 a.C., adotada também por Atenas. Desenvolvendo-se paralelamente ao estilo Dórico apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma leveza geral, sendo mais utilizado em templos dedicados a divindades femininas. A coluna possui uma base larga, tem geralmente nove módulos de altura, o fuste é mais elegante e apresenta vinte e quatro caneluras. O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela criação de um elemento novo entre o coxim e o ábaco de caráter fitomórfico. Este elemento dispõe de dois “rolos” consideravelmente projetados para os lados, as volutas. O friso passa a ter elemento único decorado em continuidade. O Erecteion de Atenas, talvez o mais belo dos templos jônicos, levantando em honra de um lendário herói ateniense chamado Erecteu, terminou sua construção em 406 a.C., estando localizado sobre a Acrópole da cidade. A forma de se identificar este tipo de arquitetura é observar no alto da coluna a presença de dois rolos um em cada lado. Uma curiosidade que envolve os estilos Jônico e Dórico é que ambos os povos eram inimigos e vivam em batalhas constantes um expulsando o outro do seu território. A justaposição dessas colunas, de arquiteturas tão diferentes, vindas de povos que se odiavam, pode significar a pacifica convivência dentro do Templo Maçom que abriga todas as culturas sem distinção alguma. A Ordem arquitetônica da Coluna Dórica, além do que já estudamos acima, está ligada a força e representa a parte masculina da obra de arte ou, por outro lado, da Obra Divina do Supremo Criador do Universo. Pertence ao Primeiro Vigilante que trabalha com Força para que a Loja e todo o seu mistério interno se estabeleça nos corações dos homens. A ordem dórica é de caráter condensado. A coluna canelada,
  • 34. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 34 geralmente sem base, tem largura bastante considerável em relação à altura. O capitel alarga-se num equino, espécie de coxim intermédio, encimado por uma placa ou ábaco quadrado. O entabelamento consta de uma arquitrave nua, de um friso composto de uma alternância de superfícies quadradas e triglifos, e de uma cornija. Os triglifos são, sem dúvida, uma reminiscência das antigas traves de madeira que se encontravam no aprumo das colunas. Elas têm divisões verticais tripartidas, abaixo das quais estão suspensos pequenos ornatos esféricos. Assim, de arquitetura de madeira, os gregos extraíram um motivo que transpuseram admiravelmente na pedra. Quanto às superfícies quadradas, dispostas isoladamente, é nelas que se concentra a escultura. O uso do entabelamento dórico acarretou para os Gregos problemas delicados como era do seu gosto resolvê-los: o da superfície quadrada do ângulo e da sua sobreposição à coluna. Reconhece-se e distingue-se a Coluna Dórica pela total falta de ornamentos se comparada ao estilo Jônico e ainda mais ao Coríntio. Ela é reta, quase sem frisos e no seu capitel existe uma base quadrada ou retangular que serve, justamente, para apoiar a maior parte do peso do teto do templo sobre si. A terceira ordem que encontramos é a Coríntia, que na verdade não é considerada pelos estudiosos da arquitetura grega como uma ordem propriamente dita, mas sim uma sub-ordem, uma vez que foi gerada como misto das outras duas. A Coluna Coríntia está ligada ao Segundo Vigilante e simboliza a Beleza, completa assim, o trinômio: Sabedoria, Força e Beleza, que são a base obrigatória de toda Loja Maçônica. Dependendo do seu acabamento, dificulta a distinção entre si e a Jônica, uma vez que possui vários enfeites em seu capitel. Assim, a grosso modo, poder-se-ia dizer que é uma Jônica com maior número de enfeites em formato de voltas que ornamentam a sua parte superior. Por ser considerada uma junção das duas outras ordens arquitetônicas, poder-se-ia supor acertadamente que ela representa a união do masculino e do feminino que deve preponderar em toda Loja Maçônica, formando o equilíbrio dos opostos.
  • 35. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 35 Figuras das Colunas Dórica Jônica Corintia Para uma compreensão pronta e simplória dos estilos apresentados neste manual, sem querer aprofundar na arte da arquitetura, é suficiente que o maçom saiba as seguintes definições: Capitel, é a parte superior da coluna, onde se encontra com o teto do templo e onde estão (ou não) os contornos de embelezamentos ou as voltas; no caso da Coluna Jônica são apenas duas voltas, no caso da Coluna Coríntia são sempre mais de duas, podendo chegar a dezesseis voltas, quatro em cada lado, ou seja, nos quatro lados da coluna. Fuste, é o corpo da coluna, no caso da Toscana, que será estudada no próximo parágrafo, é totalmente liso e nas demais ordens é ornamentado com frisos que são chamados de “caneluras”. Algumas Lojas Maçônicas dispõem, ainda de duas outras ordens de arquitetura ornamental, são elas: Toscana e Compósita. A Arquitetura Toscana e a Compósita são totalmente do período romano, porem com influência nas três ordens arquitetônicas gregas que as antecederam, porem foram simplificadas ao extremo e buscavam apenas a força, descartando a beleza ou a sabedoria. Eram mais práticas para ser esculpidas e serviam a propósitos mais militares do que civis ou religiosos. Seguem, abaixo duas imagens, a primeira de uma Coluna Compósita e a segunda de uma Coluna Toscana.
  • 36. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 36 COMPÓSITA TOSCANA No Egito, a arquitetura buscava a simplicidade e a eternidade, por isso encontramos exemplos das suas colunas até os dias de hoje em vários monumentos históricos, principalmente na região de Luxor com seus templos e am Abul-Simbel no monumento construído por Ramesés o Grande. As pirâmides, ainda que fujam do tema sobre colunas, enquadram-se perfeitamente no estilo de arquitetura egípcia e justificam plenamente o conceito dos antigos egípcios em construir para a eternidade. As colunas egípcias adornam, ou deveriam adornar, o pórtico dos templos maçônicos, com um dos três estilos que já estudamos (lotiforme, palmeiriforme e papiriforme), optando-se pelo estilo em papiro, o correto é que do lado de fora tenhamos o formato de papiro fechado e do lado interno (as ordens da maçonaria egípcia adotam este estilo também na parte interna dos templos) teremos o papiro aberto que então é chamado de campaniforme. A maneira mais correta de se estudar a arquitetura das colunas egípcias para distingui-las dos estilos gregos e dos romanos, talvez seja pela apreciação das imagens até que se perceba a nitida diferença entre elas, ou seja, o Companheiro Maçom deve utilizar-se do cirtério da observação para compreender a arquitetura de todas essas colunas, ainda que não se torne um especialista neste assunto, mas deve estar apto a identificá-las quando dispostas no Templo Maçom. Seguem,a baixo, imagens das Colunas Egipcias.
  • 37. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 37 NONA INSTRUÇÃO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO Dentro deste Ritual de Passagem, no qual o Aprendiz passa do nível para a perpendicular, pois o nível é a ferramenta do Primeiro Vigilante que está na Coluna B e a perpendicular é o instrumento do Segundo Vigilante e por sua vez está na Coluna J, o candidato é questionado em cinco questões crucias para que alcance o grau desejado. Em nossa Loja de Estudos, além das cinco questões temos uma outra de grande importância, a qual não se revela de forma alguma, a não ser no momento do exame ao candidato. As cinco questões que podem ser reveladas e que devem ser fornecidas pelo Primeiro Vigilante ao Aprendiz que deseja o Grau Dois, para que as estude e possa responde-las a contento, são estas: (não são fornecidas as respostas) Questões: 1ª.) O que é o pensamento? 2ª.) O que é a consciência? 3ª.) O que é inteligência? 4ª.) O que é vontade? 5ª.) O que é a liberdade? PRIMEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: OS FILÓSOFOS Neste Grau, a Maçonaria não dá ênfase especial a nenhum dos grandes filósofos que deixaram sua contribuição para todos nós, mas foca o tipo de vida e a dedicação que esses homens tiveram com a filosofia que é o estudo da “amizade pela sabedoria” ou “respeito pela sabedoria” poder-se-ia dizer, além da tradução deste termo que vem do grego (philo=.amizade ou amor fraterno e shophia= saber ou sábio, conhecer, estudar), inclusive Pitágoras de Samos teria afirmado que “a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.” Este estudo, neste grau, preenche a necessidade que o Companheiro Maçom tem em adquirir esse tipo de
  • 38. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 38 conhecimento, não o de conhecer todos os filósofos pelo nome e pelas obras, mas sim “adquirir a forma de pensamento filosófico”. Para auxiliar nos estudos, fornecemos uma relação contendo alguns filósofos de grande importância para que sirvam de exemplo ao estudante, são eles: Tales de Mileto, Anaximenes, Anaximandro, Parmênides, Heráclito, Demócrito, Sócrates,Platão, Aristóteles, Pitágoras, Descartes, Spinoza, Locke, Hume, Berkeley, Kant, Hegel, Kierkegaard, Marx Darwim. Os Filósofos brasileiros devem ser estudados neste grau, segue uma relação deles que não contem todos os nomes de destaque, apenas como referência, são eles: Claudio Ulpiano, Tomás Adalberto da Silva Fontes, Tobias Barreto de Menezes, Tarcio Meirelles Padilha, Silvio Tibiriça de Almeida, Silvio Donizetti de Oliveira Gallo, Sérgio Paulo Rouanet, Renato Janine Ribeiro, Raimundo Teixeira Mendes, Plinio Salgado, Olgária Chain Feres Matos, Olavo Luiz Pimentel de Carvalho, Newton Carneiro Affonso da Costa, Mário Ferreira dos Santos, Marilena de Sousa Chaui, José Guilherme Merquior, Huberto Rohden, José Herculano Pires, Celso Charuri, Caio da Silva Prado Júnior, Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior, Apolinário José Gomes Porto-Alegre, Arsênio Palácio. Recomenda-se que o Companheiro Maçom trace um plano de estudos sobre os filósofos acima relacionados e, mais do que a biografia de cada um, procure entender o espírito e a mente desses homens e mulheres que com suas idéias contribuíram e continuam contribuindo para o progresso da humanidade. SEGUNDA INSTRUÇÃO ESPECIAL: PITÁGORAS Foi o fundador da Escola Pitagórica, que reunia todas as artes como matérias obrigatórias para a educação do ser humano. A sua intenção era apresentar todas as instruções para que o aluno, conhecendo-as, pudesse optar por qual área do conhecimento humano tinha maior dom ou inclinação. Pitágoras costumava observar seus alunos a ponto de definir se eram inspirados (já nasciam com a tendência para certas artes) ou se eram capacitados (aqueles que tinham disciplina para aprender o que o dom natural não lhes dera desde o nascimento). Dessa forma, instituiu um ensino livre, que possibilitava ao aluno tornar-se um adulto realizado com sua ocupação. Seus discípulos, após vencerem as primeiras etapas da escola, eram classificados em iniciados e os públicos. Públicos eram os alunos da escola normal. Iniciados eram aqueles chamados para a Escola de Mistério, fechada para a
  • 39. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 39 maioria. A veneração dos alunos iniciados pelo Mestre era tanta que costumavam dizer: “assim o Mestre disse” e com essa frase encerravam qualquer possibilidade de discussão sobre o assunto. Pitágoras admitia a existência de um único Poder Criador, mas não emprestava nenhum nome ou título para a divindade, com isso pretendia não criar rótulos humanos para algo que estava muito acima da capacidade de entendimento do homem. Era um grande estudioso dos números, e reduzia tudo a eles: letras, palavras, fatos e locais. A própria alma era um número. Explicava a criação do universo através da seguinte fórmula: “ a grande mônada o número um, tinha produzido o binário ou número dois, depois criou o ternário ou número três e assim por diante até a formação de todos os números que compõem o universo. Reconhecia na alma duas partes distintas: a razão e a paixão. Ensinava aos seus adeptos que deveriam conhecer ambas as partes e evitar que a “fera da paixão” os dominasse. Seus iniciados estudavam e acreditavam na “metempsicose” como a transmigração da alma para outro corpo de forma consciente, bem como entendiam ser possível a “reencarnação consciente” onde o indivíduo deixava este mundo levando consigo a consciência do que estava acontecendo, guardando todos os seus conhecimentos, conservando-os no momento de voltar a vida. Os iniciados estudavam todas as ciências, principalmente os mistérios, que eram considerados uma ciência à parte, ensinada de forma velada para evitar perseguições por parte da população que acredita em outras doutrinas. Mantendo sigilo sobre a sua “Escola de Mistérios”, Pitágoras criou, segundo os observadores profanos “uma ceita religiosa” que era mais fácil de aceitar do que uma “escola secreta”. Através dos estudos e da observação da astronomia, Pitágoras descobriu o duplo movimento de rotação da Terra. Foi ele quem criou o vocábulo “filosofia” para definir o que entendemos hoje em dia como sendo “os amantes da sabedoria”. Toda a base da Maçonaria, principalmente do Rito Escocês Antigo e Aceito está calcada sobre os ensinamentos de Pitágoras, nas medidas, nos números, na geometria, enfim, todas as dimensões do Templo são pitagóricas, sendo Pitágoras Grão-Mestre Maçom por excelência. Destaca-se, ainda nos seus ensinamentos, a forma como via e conduzia sua escola, tanto a pública quanto a velada, para que todos os alunos vivessem em comunidade, praticassem a meditação e o jejum, tivessem liberdade de expressão. A prática da contemplação, que depois foi distorcida e se tornou sinônimo de
  • 40. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 40 ociosidade, era praticada na escola de Pitágoras como um exercício para levar o aluno a compreender a natureza e a vida, com a finalidade de formar adultos mais conscientes dos seus deveres e direitos frente ao mundo e aos seus semelhantes. A atual situação da escola e da educação, tanto no Brasil quanto no mundo (com raras exceções) é fruto de uma estrutura de ensino que prepara as crianças para se tornarem “adultos competidores”, e os ensina, desde a mais tenra idade a disputar vagas nas faculdades e nos cobiçados cargos públicos ou privados que o Estado e a sociedade capitalista oferece. Os valores morais e éticos não são ensinados nem tão pouco praticados; a contemplação, ensinada na escola de Pitágoras faz falta na formação do caráter da criança que se torna um adulto inconseqüente. TERCEIRA INSTRUÇÃO ESPECIAL: ORFEU A Maçonaria que deveria ser imutável em seus ensinamentos infelizmente não é; alguns preferem deixar imutáveis apenas os Landmarks e esquecem-se que muitos deles já estão ultrapassados, principalmente aqueles que se referem a proibição da entrada da mulher na maçonaria, dos escravos e dos aleijões. Primeiro que a mulher tem as mesmas condições do homem para participar da maçonaria que (ao contrário do que muitos pensam) não pratica um rito exclusivamente masculino, uma vez que em seu simbolismo possui o Sol (masculino) e a Lua (feminino), a Coluna Jônica (utilizada nos templos das deusas, portanto, feminino), a Coluna Dórica (masculino), a Coluna Corintia (hibrida, masculino e feminino juntos); segundo que “escravos” na concepção da palavra que era empregada na época dos Landmarks não existem mais e, terceiro, que o termo “aleijões” tornou-se politicamente incorreto e ofensivo, substituído por “portadores de necessidades especiais” e que se antes não poderiam participar da maçonaria (especificamente este Landmark era uma cópia das guildas de construtores) pois não se adaptavam ao canteiro de obras, hoje na Maçonaria Especulativa, que constrói não com os braços mas com a mente, não existe razão de deixá-los à margem desta associação. Explicações à parte, passemos a Orfeu. O Grau de Companheiro Maçom sempre foi dedicado a Pitágoras (matemático) e Orfeu (simbolismo). Lembra-se muito de Pitágoras e não se faz referência alguma a Orfeu, sinal que a Maçonaria alterou seus ensinamentos. Orfeu era lembrado por Pitágoras e Platão
  • 41. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 41 em seus discursos. As Escolas de Mistérios Pitagóricos tinham em Orfeu a máxima inspiração para um dos seus graus. Muitos achavam e acham até hoje que Orfeu é apenas uma lenda para justificar o surgimento da música ou ainda do instrumento Lira que continha sete cordas as quais Orfeu acrescentou mais duas num total de nove cordas. Outros dizem que Orfeu foi um deus e ainda o confundem com Morfeu. A origem de Orfeu foi entre os egípcios. O que importa para o Grau de Companheiro é conhecer mais essa lenda (se é que podemos chamar assim), diz ela: “Orfeu se apaixonou perdidamente por Eurídice, a jovem mais bela que existia no mundo, porem no dia do casamento e antes de se casarem, a noiva morreu subitamente. Orfeu, inconformado chorava e tocava sua lira, com uma melodia tão triste que impressionou os deuses da mansão dos mortos, os quais lhe deram permissão para que entrasse naquela mansão e resgatasse Eurídice, com uma condição: que não olhasse na face dela até o momento em que estivessem de volta na mansão dos vivos; descendo ao subterrâneo, Orfeu encontrou a sua amada e a resgatou, porem descumprindo as ordens recebida, olhou por um instante para a bela face dela, naquele momento abriu-se um abismo e tragou a jovem para as profundezas da mansão dos mortos e Orfeu nunca mais a viu, perdendo assim, a chance de ter o seu amor de volta por um simples descuido de sua parte, descumprindo as ordens dos deuses”. Essa lenda que era a principal deste grau, antes da influência judaica que impôs a lenda extraída do Antigo Testamento (Juízes 12, 1-7) e a substituiu, nos leva a refletir sobre a influência da matéria e sua beleza sobre nós, sobre nossa disciplina e que por vezes perdemos algo de belo que buscamos e alcançamos simplesmente por não respeitarmos a lógica da vida e da existência. O que simbolizava a beleza de Eurídice? E o casamento entre Orfeu, um sábio, e Eurídice, a jovem mais bela da face da terra? E a morte dela no dia do casamento? E a música que tocou os deuses? E o quase renascimento da bela? Por que Orfeu desobedeceu aos deuses, olhou para a face dela e a perdeu para sempre? Essas questões de reflexão, por si só dariam um livro sobre o grau. É de vital importância que o Companheiro conheça essa lenda, estude e reflita sobre ela, por isso as indagações não são acompanhadas das respostas, justamente para que cada um obtenha as suas soluções.
  • 42. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 42 O aluno encontrará na Terceira Apostila deste curso um texto mais abrangente sobre a biografia e filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles.
  • 43. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 43 Quinta Apostila: Edição 2013
  • 44. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 44 AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA? O ESTUDO PROFANO DAS SETE ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE. AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. INTRODUÇÃO A maçonaria possibilita uma gama muito grande de pesquisas, estudos sobre os seus usos e costumes, notadamente quando a abordagem é sobre sua ensinança e o seu simbolismo. O nosso estudo, aqui apresentado em grandes linhas – um ensaio apenas -, é quanto ao aspecto educativo maçônico, mas precisamente, a ensinança maçônica. O tema principal é: AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. Pode parecer, à primeira vista, perda de tempo e fora de propósito um estudo dessa natureza, quando a Ordem está a precisar de um engajamento maior, tanto junto a seu público externo – a sociedade profana. Contudo, a sua necessidade não é meramente intelectual; deve-se ao fato de ser o sistema instrucional maçônico, algo peculiar, que foge às regras normais do sistema de instrução da sociedade profana. Dentro desse enfoque, a nossa abordagem está adstrita aos RITUAIS MAÇÔNICOS no GRAU DE COMPANHEIRO, que dão como uma das tarefas educativas maçônicas ao Companheiro, já na sua Segunda Iniciação, o estudo das
  • 45. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 45 ARTES LIBERAIS. Logicamente, para que possamos entender o que significa, teremos, em primeiro lugar, saber o que significam as ARTES LIBERAIS, o seu contexto sócio-histórico-educativo e a partir daí, tenho algumas conclusões sobre o caso maçônico. Para realizarmos tal empreitada, utilizaremos, basicamente, o seguinte esquema: I) O enfoque inicial será sobre as ARTES LIBERAIS no mundo, num bosquejo histórico-filosófico-educativo que se inicia na Antiguidade, passando, posteriormente, para a IDADE MÉDIA, onde de fato, têm esse nome, as disciplinas do TRIVIUM e do QUADRIVIUM. Antes, será analisada a razão básica do porque de um estudo sobre as ARTES LIBERAIS. 1) ANTIGUIDADE – Procurar-se-á enfocar as disciplinas do TRIVIUM e do QUADRIVIUM na Grécia antiga, onde a ensinança da época levava em conta a enciclopédia da antiguidade. Os sofistas, segundo alguns autores, foram os introdutores do estudo dessas disciplinas em Grécia. Um ponto merece a nossa atenção: o passado deve ser estudado, olhado, sentido, com os olhos do passado, para que possamos ter uma aproximação do que realmente significavam naquela época as ARTES LIBERAIS. Logicamente, que esse juízo de valor embora revestido de método, não isenta o pesquisador da inserção da sua cultura contemporânea na análise feita. Contudo, esse ponto não deve desfigurar o que se procura ver recuando no tempo. 2) IDADE MÉDIA – Quando estudarmos a IDADE MÉDIA, iremos encontrar a aplicação “in totum” das SETE ARTES LIBERAIS (GRAMÁTICA, RETÓRICA, DIALÉTICA ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA e MÚSICA). Notadamente, a partir do século XII, quando segundo Le Goff, surgiram os primeiros intelectuais, i.e., homens dedicados exclusivamente à abordagem do intelecto, coincidindo com o surgimento das Cidades, enquanto ocupação de espaço e poder. Nessa fase procurar-se-á apreender o significado maior das SETES ARTES LIBERAIS, a sua estrutura – o TRIVIUM e o QUADRIVIUM – e o seu
  • 46. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 46 significado para a formação do homem medieval, com os acréscimos posteriores da enciclopédia aristotélica. A importância das Artes Liberais pode ser atestada não apenas enquanto grade curricular medieval, mas, também, por sua representação junto à arte medieval quando as encontramos em relevo na Catedral de Chatres. Não poderíamos concluir essa unidade, sem tecermos comentários acerca de um aspecto fundamental para a compreensão maçônica da estrutura do TRIVIUM – a sinomia dos termos DIALÉTICA e LÓGICA (no conceito estoico) na Idade Média. Parece que os Maçons optaram por essa abordagem ao substituírem a DIALÉTICA pela LÓGICA na estrutura do TRIVIUM segundo os Rituais e documentos Antigos (Manuscrito de Harley, por exemplo). Por último, convém uma pequena digressão quanto ao significado da Gramática dentro das Sete Artes Liberais, pois, a Gramática, permitia o uso e a compreensão dos textos sagrados, a base do ensino medieval, além de autores gregos, notadamente durante a renascença carolíngia. Um outro ponto é quanto à Música e sua integração ritual no contexto religioso da Idade Média, o que remonta, neste particular, à Antiguidade, como demonstra Platão em sua República. II. AS ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA As ARTES LIBERAIS na Maçonaria estão intimamente ligadas à sua ensinança, onde, em um dos Graus (o de companheiro, Rito de York) aparece a necessidade de seu estudo. A nossa abordagem será feita dentro do seguinte esquema: 1) Aspectos Gerais das Sete Artes Liberais segundo autores Maçons, onde verificaremos o pensamento Maçônico acerca da questão. 2) O ponto seguinte é quanto às SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO, onde iremos constatar que nos primeiros tempos (no Brasil, o GUIA dos Maçons escocês de 1857 trazia as Artes Liberais no grau de Aprendiz) essa aprendizagem se dava no Primeiro Grau, passando em seguida para o Segundo Grau. Chama a atenção, neste particular, que embora ficando na
  • 47. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 47 atualidade, nesse Grau, o Rito escocês não a utiliza, encontramo-las apenas no Rito York. Por que? Uma questão que ficará em aberto, pois necessita de uma pesquisa mais profunda e inclusive, nos originais desses Ritos e que no momento não temos as informações necessárias. Mas, essa abordagem necessita ser feita e urgentemente. 3) A composição do TRIVIUM e do QUADRIVIUM é outra abordagem a ser feita, pois, os Maçons, alteraram a composição do TRIVIUM, onde a DIALÉTICA foi substituída pela LÓGICA, não se sabendo se foi utilizando o costume de medieval, onde as duas, em determinados períodos, foram usadas indistintamente, sendo esta de acordo com o enfoque dos estoicos. 4) A quarta abordagem será sobre o significado para os Maçons das disciplinas que compõem o TRIVIUM MAÇÔNICO – GRAMÁTICA, RETÓRIA E LÓGICA. 5) A quinta, será a respeito da Geometria, essa disciplina tão cara aos Maçons da era Operativa (onde era instrumento de trabalho) quanto aos da Especulativa (aqui, no seu aspecto simbólico). 6) A ARITMÉTICA e a MÚSICA são enfoques seguintes junto aos Maçons. 7) O sétimo ponto é quanto à ENSINANÇA MAÇÔNICA E AS SETE ARTES LIBERAIS, onde iremos tentar traçara alguns aspectos da ensinança maçônica e o uso das Sete Artes Liberais, principalmente na atualidade, quando para o homem de plástico e tecnológico e cibernético, esse “curriculum” parece totalmente fora de moda. 8) Por último, a abordagem será a respeito do GRAU COMPANHEIRO, ONDE SÃO ESTUDADAS AS SETE ARTES LIBERAIS, procurando encontrar alguma explicação do seu uso nesse Grau e não no Primeiro ou no Terceiro, já que o nosso estudo está adstrito aos graus do simbolismo maçônico.
  • 48. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 48 Não queremos ter a pretensão de esgotar o assunto, embora a profundidade das pesquisas tenha procurado trazer uma visão ampla sobre a questão. POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA Essa, a pergunta básica quando empreendemos o estudo das SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. Sabemos que as SETE ARTES LIBERAIS estão divididas em dois grandes grupos: o TRIVIUM (GRAMÁTICA, RETÓRICA, E DIALÉTICA) e o QUADRIVIUM (ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA E MÚSICA). E o que a Maçonaria e seu sistema de ensinança tem a ver com essas disciplinas? A nossa impressão é a de que para respondermos (ou melhor dizendo, tentarmos responder) essa indagação básica necessário se faz: 1 – que compreendamos o significado das SETE ARTES LIBERAIS no seu contexto e qual a sua utilização no sistema educacional de então. Sabemos que tiveram início na Antiguidade, notadamente, na Antiguidade Ocidental (Grécia) e que tomou essa designação durante a IDADE MÉDIA (em especial, no período que se denomina renascença carolíngia, quando foi estruturado o sistema francês de ensino com base nessas disciplinas, organizado pelo inglês Alcuíno (735-804) no fim do século VIII depois de Cristo. 2- Após essa identificação a nível profano, o mesmo procedimento deverá ser feito na área Maçônica: por que estudar a GRAMÁTICA, A RETÓRICA, A DIALÉTICA (OU LÓGICA), A ARITMÉTICA, A GEOMETRIA, A ASTRONOMIA E A MÚSICA? Cremos que há a necessidade de levantarmos algumas questões preliminares acerca do problema, antes de iniciarmos o nosso bosquejo histórico em direção ao passado. Senão vejamos: 1. Por que estudar a GRAMÁTICA, a primeira ciência do TRIVIUM?
  • 49. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 49 O conceito antigo dizia que ao se nomear uma coisa, um objeto, uma pessoa, era já defini-lo por completo. Em Maçonaria, a sua alusão é apenas simbólica ou tem algum significado analógico para o entendimento de suas de suas alegorias e seus símbolos? Ou o candidato à Ordem deve ter os conhecimentos elementares dessa disciplina para poder usar os seus Rituais, manuais, livros específicos? 2. E o estudo da RETÓRICA? Cremos, que em virtude de todo Maçom em sua plenitude ser um ocupante potencial do cargo de ORADOR, a sua necessidade enquanto técnica de falar em público é sentida. Ou será, novamente uma alegoria apenas? O sistema formador profano tem essa disciplina nos seus currículos nos três níveis ou é apenas uma das especialidades a mais e que deve ser apreendida individualmente fora do escôpo oficial? O uso da palavra entre COLUNAS e nas COLUNAS faz com que o Maçom sinta necessidade desse aperfeiçoamento? 3. E a DIALÉTICA, qual a sua necessidade? Ou a LÓGICA, no conceito estóico do termo? Seria esse segundo o termo e a concepção usadas largamente na Idade Média a utilizada na Maçonaria atual ou a sua substituição tem alguma ligação com o seu uso profano, principalmente a partir de Marx? O Pavimento Mosaico, símbolo síntese dos contrários seria a representação material da dialética Maçônica ou está associada ao seus aspecto de DIALÉTICA enquanto Lógica do Possível ou enquanto LÓGICA? 4. A ARITMÉTICA é a primeira ciência do QUADRIVIUM, qual o seu sentido em Maçonaria? Seria apenas simbólico e estamos nos referindo à aritmética, ao cálculo Teosófico necessário para um amplo conhecimento do simbolismo dos números? 5. A GEOMETRIA, necessária ao conhecimento formal do homem de antanho e o atual, qual a sua utilização em Maçonaria? O seu estudo iniciando-se pelo ponto de vista pitagórico, combinado com a ARITMÉTICA, que aplicações simbólicas poderiam ser feitas?
  • 50. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 50 6. A ASTRONOMIA aqui referida é a moderna Astronomia ou está adstrita ao conceito medieval e antigo, quando era mais Astrologia? O teto de nossos Templos, onde está representado o firmamento, esse firmamento é o da tese astrológica? Por fim, a MÚSICA. Qual a sua utilidade na Maçonaria? Cremos aqui, que tanto a GEOMETRIA quanto a MÚSICA, são as disciplinas do QUADRIVIUM que mais têm utilidade na Ordem. A primeira, vinculada aos aspectos rituais e litúrgicos que já em pleno século XII se constituía na disciplina principal daquele período. Esses, os aspectos que tentaremos desenvolver ao longo de nosso modesto e despretensioso estudo sobre as SETE ARTES LIBERAIS. O ESTUDO PROFANO DAS SETE ARTES LIBERAIS O estudo profano das SETE ARTES LIBERAIS será realizado em duas épocas: 1 – A ANTIGUIDADE – quando ainda não tinha esse nome (SETE ARTES LIBERAIS), mas cujas disciplinas viriam formar, posteriormente, o TRIVIUM e o QUADRIVIUM. 2 – A IDADE MÉDIA, onde floresceu e se tornou o principal “curriculum” da época notadamente na renascença carolíngea. AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE O estudo das SETE ARTES LIBERAIS na antiguidade, deságua, necessariamente na Grécia Antiga. Segundo Jaeger “antes dos sofistas não se fala de gramática, de retórica ou de dialética”, essas três disciplinas viriam futuramente constituir o TRIVIUM. Chama a atenção para o fato de que as ARTES LIBERAIS na Antiguidade eram aquelas que permitiam a formação da cultura liberal da época. O conteúdo global da educação formal grega, na Antiguidade passava pelas disciplinas que iriam formar o TRIVIUM e o QUADRIVIUM e mais algumas outras de importância fundamental para o sistema educacional grego, onde por exemplo, a Música era considerada uma das artes matemáticas, devido a
  • 51. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 51 concepção de harmonia herdada do pitagorismo. O TEETETO, de Platão, ao tratar da conceituação de ciência, retrata muito bem essas disciplinas. Em A REPÚBLICA, também encontramos a preocupação platônica em definir a hierarquização essas disciplinas. Platão, em A REPÚBLICA, classifica as ciências dentro do seguinte aspecto: Ciências dos Números Geometria Plana Estereometria Ciência do Movimento Astronomia Música As matrizes 1 e 2 (págs. 39 e 40) mostram a concepção das artes liberais na antiguidade. AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA A abordagem sobre as ARTES LIBERAIS na IDADE MÉDIA inicia-se por Abbagnano que diz “A partir do século I, chama-se “Artes Liberais” (isto é dignas do homem livre)... nove (9) disciplinas, algumas das quais Aristóteles teria chamado ciências e não Artes. Essas disciplinas foram enumeradas por Varrão e são as seguintes: GRAMÁTICA, RETÓRICA, LÓGICA, ARITMÉTICA, GEOMETRIA. ASTRONOMIA, MÚSICA, ARQUITETURA, E MEDICINA. Mais tarde, no século V, Marciano Capella (Núpcias de Mercúrio e da Filosofia) reduzia a sete as Artes Liberais (GRAMÁTICA, RETÓRICA, LÓGICA, ARITMÉTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA E MÚSICA) eliminando as que lhe pareciam não necessárias a um ser puramente espiritual (que não tem corpo), isto é,
  • 52. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 52 a arquitetura e a medicina, estabelecendo assim o curriculum de estudos que deveria ser inalterado por séculos (in DICIONÁRIO DE FILOSOFIA, pág. 78). Vimos, também, que essas ARTES LIBERAIS eram ensinadas nas escolas que ficavam dentro da estrutura das Catedrais (ex. Chat res) e, posteriormente, ganharam as universidades medievais, até serem suplantadas, de certa forma pela Dialética, num período posterior. Esses, os aspectos introdutório.
  • 53. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 53 ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA. O TRIVIUM E O QUADRIVIUM. AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE ARTES LIBERAIS. A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE MÉDIA? AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA. ALGUMAS CONCLUSÕES PRELIMINARES SOBRE AS SETE ARTES LIBERAIS NO MUNDO PROFANO. AS SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS MAÇÔNICOS DO SIMBOLISMO. AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAÇONARIA. ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MÉDIA Quais seriam os aspectos gerais das ARTES LIBERAIS na IDADE MÉDIA? Vejamos alguns pontos que consideramos importantes para iniciarmos o nosso estudo. 1. Le Goff e Abbagnano fazem derivar de Varrão as ARTES LIBERAIS, que teria distinguido as artes mecânicas das artes liberais. 2. Abbagnano coloca o século V como o início, no Ocidente, do interesse laico pelas Sete Artes Liberais. 3. Abbagnano e Peterson dizem que “SCHOLASTICUS” era o termo com que se designava nos primeiros séculos da IDADE MÉDIA aquele que ensinava as SETE ARTES LIBERAIS.
  • 54. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 54 Alcuino, em 793, foi o grande organizador do ensino do reino franco, ordenando os estudos segundo as sete disciplinas do TRIVIUM e do QUADRIVIUM, chamados por ele de “as sete colunas da sabedoria”. 4. Já aquela época a preocupação estava com um conhecimento global representado pelas sete artes liberais as quais foram sendo acrescidas outras tantas como a ética, a filosofia teórica, que compreendiam as matemáticas, a física e a teologia. 5. CASSIODRO, citado por Bréhier, diz que o conhecimento das artes liberais tem origem na Bíblia e é preciso pô-lo a serviço da verdade. A matriz 3 demonstra alguns dos aspectos gerais das Artes Liberais. A matriz 4 nos dá algumas informações acerca dos aspectos gerais das Sete Artes Liberais na Idade Média, das quais destacamos as seguintes: 1. O século XIII marca uma ruptura com a ordem tradicional das SETE ARTES LIBERAIS, que aos poucos vão sendo substituídos pela enciclopédia aristotélica. 2. Que o monge no seu claustro, em seu silêncio, necessitava apenas da GRAMÁTICA, pois de nada lhe valia o conhecimento sobre a DIALÉTICA e a RETÓRICA se o isolamento em que vivia não permitia a sua exercitação. 3. Nela vê-se, também, que o TRIVIUM (Gramática, Dialética, Retórica) e o QUADRIVIUM (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música) tinham objetos diferentes. O primeiro estava destinado a manifestar a expressão do pensamento – VERBA; o segundo, ao estudo das coisas – RES. 4. Vê-se que ao QUADRIVIUM acresceu-se a medicina, posteriormente, principalmente com os estudos de AVICENA. Lembremo-nos que na página 38, dissemos que VARRÃO já incluía nas Artes Liberais a Medicina sendo excluída, posteriormente, no século V, por Capella. A matriz 5 traz complementações importantes aos aspectos gerais das SETE ARTES LIBERAIS. Com ela, temos, inclusive uma conceituação de ARTE
  • 55. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 55 que, cremos, dirime qualquer dúvida a respeito do que seja Arte no contexto medieval das Artes Liberais. O TRIVIUM E O QUADRIVIUM A estrutura das SETE ARTES LIBERAIS, comporta uma dualidade básica: O TRIVIUM e o QUADRIVIUM, cujas matrizes 6 e 7 trazem informações gerais acerca da composição e sentido dos mesmos. Convém, entretanto, fazer algumas observações a respeito: 1. A necessidade de individualizar o TRIVIUM e o QUADRIVIUM foi a existência de uma divergência entre autores profanos e Maçons quanto à composição do TRIVIUM. 2. Chama a atenção o fato das disciplinas do TRIVIUM serem de capital importância na Idade Média, pois a partir dela era possível a leitura e interpretação dos textos sagrados, material didático largamente utilizado na escola medieval. 3. O QUADRIVIUM era para Platão segundo Bréhier o ponto de partida da filosofia. 4. Segundo DUBY, a música e por ela a liturgia, foram os instrumentos mais eficazes que dispôs a cultura do século XI, sendo as demais ciências do QUADRIVIUM a ela subordinadas, não do ponto de vista de estrutura didático- curricular, mas como decorrência natural do ambiente religioso da época. 5. PLATÃO, em a REPÚBLICA (524 a 535) faz uma enumeração das ciências segundo o grau de importância, onde poderão ser vistas as que foram consideradas por ele como mais importantes para a formação do homem e do governante em sua República ideal.
  • 56. CURSO DE MAÇONARIA – GRAU DOIS DE ACADÊMICO COMPANHEIRO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO - IBEMAC 56 AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE ARTES LIBERAIS As matrizes 8 e 9 dão uma visão axial das principais figuras e de algumas obras acerca das SETE ARTES LIBERAIS. A DIALÉTICA E A LÓGICA, SINÔNIMAS NA IDADE MÉDIA? Devido a enorme importância da DIALÉTICA no processo educativo medieval, notadamente a partir do século XIII e com o surgimento da Universidade de Paris e em face dos autores Maçons a excluírem da composição do TRIVIUM, utilizando em seu lugar a Lógica, necessário se faz uma abordagem específica sobre o fato. Do estudo de ABBAGNANO depreendemos o seguinte: 1. A DIALÉTICA, segundo ABBAGNANO pode ser entendida dentro de quatro pontos de vista: como MÉTODO DA DIVISÃO (Platão), COMO LÓGICA DO PROVÁVEL (Aristóteles), COMO LÓGICA (Estóicos) e COMO SÍNTESE DOS CONTRÁRIOS (Hegel com fundamentos de PROCOLO). 2. A noção de DIALÉTICA COMO LÓGICA GERAL, de acordo com o conceito estoico dura toda a IDADE MÉDIA. 3. Que durante a IDADE MÉDIA a LÓGICA foi empregada como sinônimo de DIALÉTICA, tendo Boécio, um dos principais autores medievais empregado indistintamente os termos DIALÉTICA e LÓGICA. A matriz 10 dá uma visão geral sobre essa problemática. AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MÉDIA Aqui, uma pequena digressão que mostra claramente a importância das SETE ARTES LIBERAIS no contexto medieval.