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1a. parte/Capítulo IV: O Inferno (itens 1 a 8) - Resumo
1. - Desde todas as épocas o homem acreditou, por intuição, que a vida futura
seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A idéia
que ele faz, porém, dessa vida está em relação com o seu desenvolvimento, senso
moral e noções mais ou menos justas do bem e do mal. As penas e recompensas são
o reflexo dos instintos predominantes.
2. - Não podendo compreender senão o que vê, o homem primitivo naturalmente
moldou o seu futuro pelo presente. O quadro por ele ideado sobre as penas
futuras não é senão o reflexo dos males da Humanidade, em mais vasta proporção,
reunindo-lhe todas as torturas, suplícios e aflições que achou na Terra. Nos
climas abrasadores imaginou um inferno de fogo, e nas regiões boreais um inferno
de gelo.
3. - O inferno pagão, descrito e dramatizado pelos poetas, foi o modelo mais
grandioso do gênero, e perpetuou-se no seio dos cristãos, onde, por sua vez,
houve poetas e cantores. Comparando-os, encontram-se neles - salvo os nomes e
variantes de detalhe - numerosas analogias; ambos têm o fogo material por base
de tormentos, como símbolo dos sofrimentos mais atrozes. Mas, coisa singular! os
cristãos exageraram em muitos pontos o inferno dos pagãos.
4. - Os cristãos têm, como os pagãos, o seu rei dos infernos - Satã - com a
diferença, porém, de que Plutão se limitava a governar o sombrio império, que
lhe coubera em partilha, sem ser mau; retinha em seus domínios os que haviam
praticado o mal, porque essa era a sua missão, mas não induzia os homens ao
pecado para desfrutar, tripudiar dos seus sofrimentos. Satã, no entanto, recruta
vítimas por toda parte e regozija-se ao atormentá-las com uma legião de demônios
armados de forcados a revolvê-las no fogo.
5. - As mesmas considerações que, entre os antigos, tinham feito localizar o
reino da felicidade, fizeram circunscrever igualmente o lugar dos suplícios.
Tendo-se colocado o primeiro nas regiões superiores, era natural reservar ao
segundo os lugares inferiores, isto é, o centro da Terra, para onde se
acreditava servirem de entradas certas cavidades sombrias, de aspecto terrível.
Os cristãos também colocaram ali, por muito tempo, a habitação dos condenados.
6. - Esta mistura de idéias cristãs e pagãs nada tem de surpreendente. Jesus não
podia de um só golpe destruir inveteradas crenças, faltando aos homens
conhecimentos necessários para conceber a infinidade do Espaço e o número
infinito dos mundos; portanto, absteve-se de os retificar, deixando ao tempo
essa missão.
7. - Localizados o céu e o inferno, as seitas cristãs foram levadas a não
admitir para as almas senão duas situações extremas: a felicidade perfeita e o
sofrimento absoluto. O purgatório é apenas uma posição intermediária e
passageira, ao sair da qual as almas passam, sem transição, à mansão dos justos.
Outra não pode ser a hipótese, dada a crença na sorte definitiva da alma após a
morte. Se não há mais de duas habitações, a dos eleitos e a dos condenados, não
se podem admitir muitos graus em cada uma sem admitir a possibilidade de os
franquear e, conseguintemente, o progresso. Ora, se há progresso, não há sorte
definitiva, e se há sorte definitiva, não há progresso. Jesus resolveu a questão
quando disse: - "Há muitas moradas na casa de meu Pai." (1)
8. - É verdade que a Igreja admite uma posição especial em casos particulares.
As crianças falecidas em tenra idade, sem fazer mal algum, não podem ser
condenadas ao fogo eterno. Mas, também, não tendo feito bem, não lhes assiste
direito à felicidade suprema. Ficam nos limbos, diz-nos a Igreja, nessa situação
jamais definida, na qual, se não sofrem, também não gozam da bem-aventurança. O
mesmo se dá quanto ao selvagem que, não tendo recebido a graça do batismo e as
luzes da religião, peca por ignorância, entregue aos instintos naturais. Certo,
este não tem a responsabilidade e o mérito cabíveis ao que procede com
conhecimento de causa. A simples lógica repele uma tal doutrina em nome da
justiça de Deus, que se contém integralmente nestas palavras do Cristo: "A cada
um, segundo as suas obras." Obras, sim, boas ou más, porém praticadas voluntária
e livremente, únicas que comportam responsabilidade. Neste caso não podem estar
a criança, o selvagem e tampouco aquele que não foi esclarecido.
Questões para estudo:
Kardec inicia este capítulo mostrando a origem das idéias sobre o Inferno como
um local determinado e mostrando as semelhanças entre as idéias pagãs e as
idéias cristãs sobre o assunto.
1) Qual a origem das idéias sobre a existência do inferno?
2) Como podemos entender as semelhanças entre o inferno pagão e o inferno
cristão?
3) Por que a idéia da existência de um limbo é contrária à lógica e à noção de
justiça divina?
Conclusão:
1) O homem sempre acreditou que a vida futura seria feliz ou infeliz, de acordo
com suas obras (boas ou más). Então, criou o inferno com base no presente, ou
seja, na sua experiência terrena, pois o que faz sofrer o homens em vida, deverá
fazê-lo sofrer ainda mais depois da morte. Não estando desenvolvido o sentido
que o levaria mais tarde a compreender o mundo espiritual, concebia apenas penas
materiais. O inferno então, era um lugar onde imperavam torturas, suplícios e
sofrimentos, assim como esses eram (e são) os males da humanidade terrena.
Sua origem, assim, é a própria experiência humana, que criou o inferno segundo o
conhecimento que tinha de sofrimentos atrozes, encarados como castigo; atribuiu
ao inferno as situações extremas de desconforto que sua imaginação podia
conceber.
2) Não havia nenhuma outra idéia diferente das propagadas pelos pagãos, e Jesus
não podia de um só golpe destruir as enraizadas crenças, pois faltava aos homens
conhecimentos necessários para entender a infinidade dos espaços, mas também não
os confirmou.
3) Porque a existência o limbo, onde as almas permanecem como que suspensas
entre o bem e o mal, entre a bem-aventurança e a desgraça, sem ter um sentido,
sem chance de progresso, contraria o Evangelho de Jesus que diz que na casa do
pai existem muitas moradas e que a cada um será dado segundo suas ações, levando
à idéia de progresso espiritual e aprendizado o que, no limbo, seria impossível
para o espírito vivenciar e, sendo Deus justo, não privilegiaria alguns de seus
filhos e outros não.

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Origem e semelhanças entre o inferno pagão e cristão

  • 1. 1a. parte/Capítulo IV: O Inferno (itens 1 a 8) - Resumo 1. - Desde todas as épocas o homem acreditou, por intuição, que a vida futura seria feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal praticado neste mundo. A idéia que ele faz, porém, dessa vida está em relação com o seu desenvolvimento, senso moral e noções mais ou menos justas do bem e do mal. As penas e recompensas são o reflexo dos instintos predominantes. 2. - Não podendo compreender senão o que vê, o homem primitivo naturalmente moldou o seu futuro pelo presente. O quadro por ele ideado sobre as penas futuras não é senão o reflexo dos males da Humanidade, em mais vasta proporção, reunindo-lhe todas as torturas, suplícios e aflições que achou na Terra. Nos climas abrasadores imaginou um inferno de fogo, e nas regiões boreais um inferno de gelo. 3. - O inferno pagão, descrito e dramatizado pelos poetas, foi o modelo mais grandioso do gênero, e perpetuou-se no seio dos cristãos, onde, por sua vez, houve poetas e cantores. Comparando-os, encontram-se neles - salvo os nomes e variantes de detalhe - numerosas analogias; ambos têm o fogo material por base de tormentos, como símbolo dos sofrimentos mais atrozes. Mas, coisa singular! os cristãos exageraram em muitos pontos o inferno dos pagãos. 4. - Os cristãos têm, como os pagãos, o seu rei dos infernos - Satã - com a diferença, porém, de que Plutão se limitava a governar o sombrio império, que lhe coubera em partilha, sem ser mau; retinha em seus domínios os que haviam praticado o mal, porque essa era a sua missão, mas não induzia os homens ao pecado para desfrutar, tripudiar dos seus sofrimentos. Satã, no entanto, recruta vítimas por toda parte e regozija-se ao atormentá-las com uma legião de demônios armados de forcados a revolvê-las no fogo. 5. - As mesmas considerações que, entre os antigos, tinham feito localizar o reino da felicidade, fizeram circunscrever igualmente o lugar dos suplícios. Tendo-se colocado o primeiro nas regiões superiores, era natural reservar ao segundo os lugares inferiores, isto é, o centro da Terra, para onde se acreditava servirem de entradas certas cavidades sombrias, de aspecto terrível. Os cristãos também colocaram ali, por muito tempo, a habitação dos condenados. 6. - Esta mistura de idéias cristãs e pagãs nada tem de surpreendente. Jesus não podia de um só golpe destruir inveteradas crenças, faltando aos homens conhecimentos necessários para conceber a infinidade do Espaço e o número infinito dos mundos; portanto, absteve-se de os retificar, deixando ao tempo essa missão. 7. - Localizados o céu e o inferno, as seitas cristãs foram levadas a não admitir para as almas senão duas situações extremas: a felicidade perfeita e o sofrimento absoluto. O purgatório é apenas uma posição intermediária e passageira, ao sair da qual as almas passam, sem transição, à mansão dos justos. Outra não pode ser a hipótese, dada a crença na sorte definitiva da alma após a morte. Se não há mais de duas habitações, a dos eleitos e a dos condenados, não se podem admitir muitos graus em cada uma sem admitir a possibilidade de os franquear e, conseguintemente, o progresso. Ora, se há progresso, não há sorte definitiva, e se há sorte definitiva, não há progresso. Jesus resolveu a questão quando disse: - "Há muitas moradas na casa de meu Pai." (1) 8. - É verdade que a Igreja admite uma posição especial em casos particulares. As crianças falecidas em tenra idade, sem fazer mal algum, não podem ser condenadas ao fogo eterno. Mas, também, não tendo feito bem, não lhes assiste direito à felicidade suprema. Ficam nos limbos, diz-nos a Igreja, nessa situação jamais definida, na qual, se não sofrem, também não gozam da bem-aventurança. O mesmo se dá quanto ao selvagem que, não tendo recebido a graça do batismo e as luzes da religião, peca por ignorância, entregue aos instintos naturais. Certo, este não tem a responsabilidade e o mérito cabíveis ao que procede com conhecimento de causa. A simples lógica repele uma tal doutrina em nome da justiça de Deus, que se contém integralmente nestas palavras do Cristo: "A cada um, segundo as suas obras." Obras, sim, boas ou más, porém praticadas voluntária e livremente, únicas que comportam responsabilidade. Neste caso não podem estar a criança, o selvagem e tampouco aquele que não foi esclarecido. Questões para estudo: Kardec inicia este capítulo mostrando a origem das idéias sobre o Inferno como um local determinado e mostrando as semelhanças entre as idéias pagãs e as
  • 2. idéias cristãs sobre o assunto. 1) Qual a origem das idéias sobre a existência do inferno? 2) Como podemos entender as semelhanças entre o inferno pagão e o inferno cristão? 3) Por que a idéia da existência de um limbo é contrária à lógica e à noção de justiça divina? Conclusão: 1) O homem sempre acreditou que a vida futura seria feliz ou infeliz, de acordo com suas obras (boas ou más). Então, criou o inferno com base no presente, ou seja, na sua experiência terrena, pois o que faz sofrer o homens em vida, deverá fazê-lo sofrer ainda mais depois da morte. Não estando desenvolvido o sentido que o levaria mais tarde a compreender o mundo espiritual, concebia apenas penas materiais. O inferno então, era um lugar onde imperavam torturas, suplícios e sofrimentos, assim como esses eram (e são) os males da humanidade terrena. Sua origem, assim, é a própria experiência humana, que criou o inferno segundo o conhecimento que tinha de sofrimentos atrozes, encarados como castigo; atribuiu ao inferno as situações extremas de desconforto que sua imaginação podia conceber. 2) Não havia nenhuma outra idéia diferente das propagadas pelos pagãos, e Jesus não podia de um só golpe destruir as enraizadas crenças, pois faltava aos homens conhecimentos necessários para entender a infinidade dos espaços, mas também não os confirmou. 3) Porque a existência o limbo, onde as almas permanecem como que suspensas entre o bem e o mal, entre a bem-aventurança e a desgraça, sem ter um sentido, sem chance de progresso, contraria o Evangelho de Jesus que diz que na casa do pai existem muitas moradas e que a cada um será dado segundo suas ações, levando à idéia de progresso espiritual e aprendizado o que, no limbo, seria impossível para o espírito vivenciar e, sendo Deus justo, não privilegiaria alguns de seus filhos e outros não.