O documento discute a história e cultura da população negra no Brasil. Aborda os reinos africanos pré-colonialismo, a escravidão, a resistência negra como os quilombos e figuras como Zumbi, e aspectos culturais como a capoeira. Também reflete sobre o racismo estrutural no Brasil e a importância da luta contra o preconceito racial.
4. Reinos
● Antes de sofrer com o colonialismo
europeu, vários reinos progrediam no
continente africano. Entre eles o Reino do
Congo: localizado no sudoeste de África no
território que hoje corresponde ao noroeste
de Angola, a Cabinda, à República do
Congo, à parte ocidental da República
Democrática do Congo e à parte centro-sul
do Gabão.
6. Reinos
● O continente africano possui uma história
vastíssima, extremamente complexa e de
fundamental importância para a
humanidade.
● Muitos estudos dizem que a humanidade
surgiu na África. Os mais antigos fósseis de
hominídeos encontrados em África têm
cerca de cinco milhões de anos.
8. Reinos
● O Egito foi provavelmente o primeiro estado
a constituir-se em África, há cerca de 5000
anos, mas muitos outros reinos ou cidades-
estados se foram sucedendo neste
continente, ao longo dos séculos. Para além
disso, a África foi, desde a antiguidade,
procurada por povos doutros continentes,
que buscavam as suas riquezas, por vezes
ocupando partes do “Continente Negro” por
largos períodos.
10. Capoeira
● Os escravos negros começaram a ser
desembarcados no Brasil por volta de 1548
e, nos três séculos seguintes, seriam
predominante do tronco lingüístico banto, do
qual faz parte a língua Quimbundo. Esse
grupo englobava angolas, benguelas,
Moçambique, canbindas e congos... No
Brasil, esses grupos étnicos, antes rivais, se
uniram pela escravidão formando uma
cultura africana que plantou bases muito
fortes na cultura brasileira, de dança, música
e técnicas de corpo, como a capoeira".
11. Capoeira
● Não existe na historiografia recente do Brasil, nenhum
dado que possa afirmar que a capoeira é proveniente da
África. Com certeza ela foi desenvolvida por escravos no
Brasil. Portanto, a capoeira é legítima e genuinamente
brasileira.
● Os registros que determinam datas para seu surgimento,
utilizam datas que variam entre 1578 e 1632. Sabe-se
que a capoeira realmente surgiu como instrumentos de
libertação contra um sistema opressor, onde o homem
negro era tratado como peça, os meninos negros como
moleques e as mulheres escravas com filhos como
fêmeas com crias.
13. QUILOMBO
● Dessa forma, o surgimento da capoeira se
confunde com a história da resistência dos
negros no Brasil. Eis porque a maioria dos
autores que escrevem sobre a questão
associam o aparecimento da capoeira ao
surgimento dos primeiros quilombos; alguns
chegam a se referir especificamente ao
Quilombo de Palmares (que foi o que reuniu
um número maior de pessoas, cerca de 25
mil, e foi destruído em 1694) como sendo o
berço da capoeira.
16. Zambi, também chamado
capitão Zumbi dos Palmares,
também chamado Francisco.
● A grande figura do quilombo dos Palmares,
símbolo da resistência afro-brasileira contra
a escravidão e toda forma de opressão.
Considerado um dos inventores da antiga
capoeira. Era casado com DANDARA.
Julga-se que era sobrinho de GANGA
ZUMBA, rei de Palmares.
● Foi assassinado em 20 de novembro de
1695, que agora é lembrado como Dia da
Consciência Negra.
18. Escravidão
● Já existia entre alguns grupos africanos o
costume de escravizar prisioneiros de
guerras. Isto foi aproveitado pelos
invasores europeus, principalmente
ingleses, franceses e portugueses, que
usaram o sequestro de seres humanos
para terem lucro: primeiro com a venda
como escravos; depois como mão-de-obra
em grandes plantações na América.
20. Escravidão
● Negro - Raul Bopp
● Pesa em teu sangue a voz de ignoradas
origens / As florestas guardaram na sombra
o segredo da tua história / A tua primeira
inscrição em baixo-relevo / Foi uma
chicotada no lombo / Um dia /Atiraram-te no
bojo de um navio negreiro / E durante
longas noites e noites /Vieste escutando o
rugido do mar / Como um soluço no porão
soturno
21. Escravidão
● O mar era um irmão da tua raça / Uma
madrugada /Baixaram as velas do convés /
● Havia uma nesga de terra e um porto /
● Armazéns com depósitos de escravos /
● E a queixa dos teus irmãos amarrados em
coleiras de ferro / Principiou aí a tua história /
O resto / a que ficou para trás / O Congo as
florestas e o mar /continuam a doer na corda
do urucungo.
● Poema de Raul Bopp (1898-1984)
22. Machado de Assis (1839-1908)
O mais elogiado escritor brasileiro
23. Preconceito
● "Minha cor – poema de uma estudante
● Ai meu Deus! / quando será que isso vai
acabar? / Minha cor tem história para
podermos falar e quem sabe me orgulhar./
Mas não entrou na minha cabeça que não
tinha como mudar / Eu sou negra e tenho
que me valorizar. / Ali eu ouvi me xingarem e
me humilharem / Não vou chorar, vou
levantar a cabeça e para frente vou olhar /
Quem sabe um dia isso vai acabar /Vou
gostar de mim e me amar/
24. POEMA DE UMA ESTUDANTE
● Porque da minha cor vou ter orgulho
● Sou negra não vou mudar
● vou lutar pelo meu futuro e
● um dia vou me levantar ."
25. Música de Tupac Amaru
Shakur, também escrito 2Pac,
também chamado Makaveli
26. ● Tradução da Música
Changes: “Mudanças”
● Vamos lá vamos lá
● Eu não vejo mudanças acordo de manhã e me pergunto
● A vida é valiosa ou devo me matar?
● Eu estou cansado de ser pobre e até pior eu sou preto
● Meu estômago ronca então eu procuro uma bolsa pra roubar
● Os tiras sempre culpam os negros
● Puxam o gatilho, mata um negão ele é um herói
● Dar crack para as crianças quem se importa
● Menos uma boca faminta para a assistência social
● Primeiro jogam elas no tráfico e deixa eles negociarem os irmãos
● Dá armas pra eles dá um passo pra trás e assiste eles se matarem
● É hora da briga acabar como Huey disse
● 2 tiros no escuro agora Huey está morto
● Eu tenho amor pelo meu irmão mas nós nunca podemos ir a lugar nenhum
● Ao menos que nós compartilhemos uns com os outros
● Nós temos que começar a fazer mudanças
● Aprender a nos vermos como um irmãos em vez de dois estranhos distantes
● E é assim que deve ser
● Como o diabo pode levar um irmão se ele está unido a mim?
● Eu adoraria voltar ao tempo em que éramos crianças
● Mas as coisas mudam, e esse é o caminho
27. Continua música “Changes” de
2Pac
● Refrão
● Esse é o caminho
● As coisas nunca mais serão as mesmas
● Esse é o caminho
● Aww yeahh
● Repete
● Eu não vejo mudanças tudo que eu vejo são rostos racistas
● Ódio desenfreado que traz desgraça pras raças
● Nós a minoria. eu imagino o que será preciso para fazer disso
● Um lugar melhor, vamos apagar os vestígios
● Tirar o demônio das pessoas elas vão agir certo
● Porque tanto os pretos quanto os brancos estão fumando crack esta noite
● E a única vez em que nos esquentamos é quando nós matamos uns aos outros
● É preciso ter habilidade se tornar real, tempo para amenizarmos uns com os outros
● E embora isso pareça o paraíso
● Nós ainda não estamos prontos para ter um presidente preto, uhh
● E não é nenhum segredo não conciliar os fatos
● A penitenciária está lotada, e está cheia de pretos
● Mas algumas coisas nunca mudam
● Tento mostrar outro caminho mas você continua no jogo das drogas
● Agora diga-me o que uma mãe faz
● Sendo verdadeira e não apelar para o irmão em você
● Você seguiu o caminho fácil
● "eu ganhei mil hoje" mas você fez pelo caminho sujo
● Vendendo crack para as crianças. "eu fui pago"
● Bem hã, bem esse é o caminho!?...
28. Continua música “Changes” de
2Pac
● Falando:
● Nós temos que ininiar uma mudança...
● É hora de nós fazermos algumas mudanças
● Vamos mudar o jeito que nós comemos, vamos mudar o jeito que
vivemos
● E vamos mudar o jeito que nos tratamos uns aos outros.
● Você vê que o velho caminho não funcionou, então cabe a nós
fazermos
● O que nós temos que fazer, para sobreviver.
● E eu ainda não vejo mudanças um irmão não pode ter um pouco de
paz?
● É guerra nas ruas e guerra no meio leste
● Em vez de guerra contra a pobreza eles fazem guerra pelas drogas
● Então vem a polícia possa me incomodar
● E eu nunca cometi um crime eu ainda não tive que cometer
● Mas agora eu estou de volta com os pretos devolvendo para você
29. Final da “Changes” de 2Pac
● Não deixe ele te chamarem de macaco, fazerem voce recuar,
● Tirar você do sério e cafetão te espancar
● Você tem que aprender a ser você mesmo
● Eles têm inveja quando te veêm com seu celular
● Mas fale aos tiras que eles não podem tocá-lo
● Eu não confio neles, quando eles tentarem empurrar eu peito eles
● Esse é o som do meu brinquedo você diz que isso ainda não é legal
● Minha mãe não criou um otário
● E enquanto eu for preto eu tenho que ficar ligado
● E nunca descansar
● Porque eu sempre tenho que me preocupar com as vinganças
● Algum cara que eu dei uma dura há algum tempo atrás
● Estou de volta depois de todos estes anos
● Rat-a-tat-tat-tat-tat esse é o caminho .
● Tupac
30. 2Pac: (16 de junho de 1971
– 13 de setembro de 1996)
33. Palavras do geógrafo
Milton Santos:
● “Há uma frequente indagação sobre como é
ser negro em outros lugares, forma de
perguntar, também, se isso é diferente de
ser negro no Brasil...
● (...) a opinião pública foi, por cinco séculos,
treinada para desdenhar e, mesmo, não
tolerar manifestações de inconformidade,
vistas como um injustificável complexo de
inferioridade, já que o Brasil, segundo a
doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma
forma de discriminação ou preconceito.”
35. Palavras do geógrafo
Milton Santos:
● “(...) Ser negro no Brasil é, pois, com
frequência, ser objeto de um olhar
enviesado. A chamada boa sociedade
parece considerar que há um lugar
predeterminado, lá em baixo, para os negros
e assim tranquilamente se comporta. Logo,
tanto é incômodo haver permanecido na
base da pirâmide social quanto haver
"subido na vida". “
37. Palavras do geógrafo
Milton Santos:
● “Pode-se dizer, como fazem os que se
deliciam com jogos de palavras, que aqui
não há racismo (à moda sul-africana ou
americana) ou preconceito ou discriminação,
mas não se pode esconder que há
diferenças sociais e econômicas estruturais
e seculares, para as quais não se buscam
remédios. A naturalidade com que os
responsáveis encaram tais situações é
indecente, mas raramente é adjetivada
dessa maneira. “
38. Palavras do geógrafo
Milton Santos:
● “Trata-se, na realidade, de uma forma do
apartheid à brasileira, contra a qual é
urgente reagir se realmente desejamos
integrar a sociedade brasileira de modo que,
num futuro próximo, ser negro no Brasil seja,
também, ser plenamente brasileiro no
Brasil.”
● Artigo escrito por Milton Santos, geógrafo, professor
emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP, falecido em 2001.
● Fonte: Folha de S.Paulo – caderno Mais - brasil 501 d.c. -
07 de maio de 2000
39. BIBLIOGRAFIA
● “Minha Cor” - Poema de uma estudante:
● http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/a
npocs/nieme.rtf.
● Sobre capoeira:
http://br.geocities.com/siteberimbau/historico.
htm
● Pesquisas: google e wikipedia
● Saite sugerido: www.acordacultura.org.br