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FILHOS DE PAIS DEPENDENTES DE ÁLCOOL E DROGAS:
FATOS IMPORTANTES
O alcoolismo e outras dependências têm
causas genéticas e ambientais. Ambas têm
sérios efeitos para crianças que vivem em
lares nas quais um ou ambos os pais estão
envolvidos. Mais de 28 milhões de americanos
são filhos de alcoolistas; aproximadamente 11
milhões tem menos de 18 anos. Esse quadro é
ampliado pelo número incontável de outros
que são afetados por pais com problemas em
relação a outras drogas psicoativas.
Não existem estatísticas oficiais no Brasil, mas
com base nas informações do I Levantamento
nacional sobre os padrões de consumo de
álcool na população brasileira produzido pela
UNIAD, SENAD E UNIFESP podemos
afirmar que existem milhões de crianças
convivendo com um adulto que abusa ou é
dependente de álcool (sem levar em conta os
dependentes de outras drogas).
1. O alcoolismo e a dependência de drogas
tem a tendência de ocorrer em famílias com
histórico de abuso e dependência. Filhos de
pais dependentes tem um risco aumentado
para desenvolverem o alcoolismo e abuso de
outras drogas em comparação a outras
crianças.
Filhos de pais dependentes são o maior
grupo de risco para se tornarem abusadores de
álcool e drogas devido a fatores genéticos e
ambientais .1
Filhos biológicos de pais dependentes de
álcool que foram adotados continuam a ter um
risco aumentado (2 a 9 vezes) para o
desenvolvimento do alcoolismo.2
Estudos recentes sugerem um forte
componente genético, particularmente para o
início precoce do alcoolismo no sexo masculino.
Filhos de pai alcoolista têm quatro vezes mais
risco quando comparados com descendentes
masculinos de pai não alcoolista.3
O uso de substâncias pelos pais e seus
filhos adolescentes são fortemente relacionados;
Geralmente, se os pais usam drogas, cedo ou
tarde seus filhos também o farão.4
Adolescentes
que usam drogas tem maior probabilidade de
terem um ou ambos os pais que também usam
drogas.5
A influência das atitudes dos pais sobre o
consumo de drogas de uma criança ou jovem
pode ser tão importante quanto o abuso por parte
dos pais.6
Um adolescente ao perceber que um
ou ambos os pais são permissivos sobre o uso de
drogas tem uma tendência maior a usá-las.7
2. A interação da família é definida pelo
abuso de substância ou dependência na
família.
• Famílias afetadas pelo alcoolismo reportam
um elevado nível de conflito quando
Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos
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comparadas com famílias que não tem o
alcoolismo presente. O problema com a bebida é
o fator primário de desestruração familiar. O
ambiente no qual os filhos de alcoolistas vivem
é muitas vezes caracterizado pela falta de
cuidados dos pais, má gestão da casa e falta de
comunicação na família, assim, efetivamente
deixando dos filhos de pais alcoolistas sem um
modelo na área de habilidades maternas,
paternas e efetividade da família. 8
Os problemas familiares a seguir têm sido
frequentemente associados com famílias
afetadas pelo alcoolismo. Aumento dos conflitos
familiares; violência física ou emocional;
diminuição da coesão familiar; redução da
organização da família; aumento do isolamento
da família; aumento do stress familiar, incluindo
problemas com trabalho, doenças, conflitos
conjugais , problemas financeiros e mudanças
frequentes de residência.9
Pais que apresentam alguma dependência
frequentemente tem uma falta de habilidade em
prover a estrutura ou estabelecer a disciplina na
família, mas ao mesmo tempo esperam que seus
filhos sejam competentes em uma grande
variedade de tarefas precocemente em
comparação com pais que não são abusadores de
alguma substância. 10
Filhos de pais alcoolistas são os alvos das
mais prejudiciais práticas de disciplina dos seus
pais. 11
3. O relacionamento entre dependência dos
pais e abuso infantil tem sido documentado
em larga proporção nos casos de negligência e
abuso infantil.
Três em quatro (71,6%) dos profissionais
de serviço social infantil citam o uso de
substâncias como a causa principal para o
dramático aumento nos maus tratos infantis
desde 1986.12
A maioria dos profissionais da área de
assistência social (79.6%) citam que o abuso de
substâncias causa ou contribui ao menos com
50% dos casos de maus tratos infantis; 39.7%
dizem que é um fator presente em 75% dos
casos.13
Em uma amostra de pais que significamente
maltrataram seus filhos, o abuso do álcool é
especificamente associado com maus tratos
físicos, enquanto a cocaína demonstra uma
relação particular com maus tratos sexuais.14
Crianças expostas no período pré-natal a
drogas ilícitas tem de 2 a 3 vezes mais chances
de serem abusadas ou negligenciadas.15
4. Filhos de pais dependentes de drogas tem
elevado risco para viverem fora de seu lar de
origem.
• Três de quatro profissionais na área de
cuidados infantis (75,7%) afirmam que filhos de
pais dependentes tem mais tendência a entrarem
em abrigos infantis e 73% afirmam que filhos
de alcoolistas permanecem por mais tempo em
abrigos em comparação com outras crianças.16
Em um estudo, 79% de adolescentes que
fugiram de casa ou vivem nas ruas citaram o uso
de álcool em seus lares, 53% reportaram uso
abusivo de álcool no lar e 54% reportaram uso
de drogas em seus lares.17
A cada ano, aproximadamente 11.900
crianças são abandonadas ao nascerem ou são
mantidas em hospital, sendo que 78% delas
foram expostas ao uso de drogas. O custo diário
de cada um desses bebês é de US$460.18
5. Filhos de pais dependentes exibem mais
sintomas de depressão e ansiedade em
comparação com crianças de lares onde não
há uma dependência.
Filhos de pais dependentes exibem mais
sintomas de depressão e ansiedade em
Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos
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comparação com crianças de lares onde não há
uma dependência.19
Filhos de pais dependentes tem maior
tendência a desenvolverem distúrbios de
ansiedade ou demostrarem sintomas de
ansiedade.20
Filhos de pais dependentes tem maior risco
em taxas elevadas para o desenvolvimento de
disfunções psiquiátricas e psicológicas, assim
como para o alcoolismo.21
6. Filhos de pais alcoolistas passam por
problemas físicos e mentais mais acentuados e
tem custos mais elevados para o sistema de
saúde e bem estar em comparação com filhos
de pais não dependentes.
As taxas de internamento e permanência
hospitalar entre filhos de alcoolistas foram 24%
e 29% maiores em comparação com filhos de
pais não alcoolistas. Abuso de substâncias e
outros distúrbios mentais são os problemas mais
comuns entre filhos de dependentes. 22
É estimado que o abuso de substâncias e
dependências são a causa principal em cerca de
70 a 90% de todos os custos na área de bem
estar social infantil. Usando a mais conservadora
taxa de 70 por cento, em 1998 o abuso de
substâncias e dependências responderam
aproximadamente por US$ 10 bilhões nos gastos
em nível municipal, estadual e federal
simplesmente para manter os programas de bem
estar social para crianças.23
Os custos econômicos associados a
síndrome alcoólica fetal são estimados em US$
1,9 bilhões em 1992.24
Uma amostra de crianças hospitalizadas
devido a problemas psiquiátricos demonstrou
que mais de 50% eram filhos de pais
dependentes.25
7. Filhos de pais dependentes tem uma alta
taxa de problemas de comportamento.
Um estudo comparativo entre filhos de
alcoolistas (com idade entre 6 e 17 anos) e filhos
de pacientes psiquiatricamente saudáveis chegou
à conclusão de que filhos de alcoolistas têm
taxas elevadas de TDAH (Transtorno de déficit
de atenção e hiperatividade) e TOD (Transtorno
opositor desafiante) quando comparados com o
grupo de controle. 26
Pesquisas na área de problemas de
comportamento apresentados por filhos de
alcoolistas revelaram algumas das seguintes
características. Falta de empatia com outras
pessoas; adequação social e adaptação
interpessoais diminuídas; baixa autoestima e
ausência de controle em relação ao ambiente.27
Pesquisas têm demonstrado que filhos de
pais dependentes demonstram características
comportamentais e um estilo de temperamento
que predispõe a futuros problemas de
adaptação.28
8. Filhos de pais dependentes têm
desempenho mais baixo em testes que medem
o desempenho escolar e demonstram outras
dificuldades na escola.
Filhos homens de pais dependentes tem
resultados piores em todas as áreas que medem o
desempenho escolar usando o teste de
vocabulário por imagens Peabody (TVIP),
incluindo informações gerais, reconhecimento
da leitura, compreensão da leitura, leitura total,
matemática e ortografia.29
Em geral, filhos de pais alcoolistas tem
desempenho pior em avaliações escolares. Eles
também têm maiores taxas de abstenção escolar
e tem maior tendência a abandonar a escola,
serem retidos ou encaminhados para o serviço de
psicologia em comparação com filhos de pais
não alcoolistas.30
Em um estudo, 41% dos pais dependentes
informaram que ao menos um de seus filhos
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repetiu uma série na escola, 19% “mataram
aula” e 30% foram suspensos da escola.31
Filhos de pais dependentes comparados
com filhos de pais não dependentes encontraram
uma desvantagem significativa em avaliações de
matemática.32
9. O consumo de álcool e outras drogas pela
mãe em qualquer fase da gestação podem
causar defeitos congênitos e déficits
neurológicos.
Estudos tem demonstrado que a exposição a
cocaína durante o desenvolvimento fetal pode
levar a tênue, mas significativos déficits no
futuro, especialmente com comportamentos que
são cruciais para o sucesso na sala de aula como
bloquear distrações e concentrar-se por longos
períodos.33
O desempenho cognitivo é menos afetado
pela exposição ao álcool em bebês e crianças
cujas mães pararam de beber no início da
gestação, mesmo quando as mães retornaram a
utilizar o álcool após darem a luz.34
Os efeitos do álcool durante o período pré-
natal em níveis moderados de consumo foram
detectados em mulheres não alcoolistas. Mesmo
que a mãe não abuse do álcool com
regularidade, sua criança pode não ser poupada
dos efeitos da exposição ao álcool no período
pré-natal. 35
10. Filhos de pais dependentes podem se
beneficiar dos esforços de adultos para ajudá-
los e dar suporte.
Crianças que lidaram de forma bem
sucedida com o trauma de crescer em famílias
afetadas pelo alcoolismo geralmente contavam
com o apoio de um pai ou mãe não alcoolista,
padrasto ou madrasta, avós, professores entre
outros.36
Filhos de pais dependentes que podem
contar com adultos disponíveis têm aumentada
sua autonomia e independência, melhores
habilidades sociais, melhores habilidades em
lidar com experiências emocionais difíceis e
melhores estratégias para lidar com problemas
do dia a dia.37
Programas de atendimento em grupo
reduzem o sentimento de isolamento, vergonha e
culpa entre filhos de alcoolistas ao se utilizarem
da importância do grupo entre os adolescentes
além do oferecimento de suporte mútuo entre
seus membros.38
Competências como a habilidade de
estabelecer e manter relacionamentos íntimos,
expressar emoções e resolver problemas podem
ser melhoradas ao trabalhar a autoestima e a
auto eficácia de filhos de alcoolistas.39
1
Kumpfer, K.L. (1999). Outcome measures of interventions in the
study of children of substance-abusing parents. Pediatrics.
Supplement. 103 (5):
2
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128: 1132-
3
Goodwin, D.W. (1985). Alcoholism and genetics. Archives of
General
4
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5
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alcohol and drug abuse. Pediatrician, 14, 13-18.
7
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8
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during the recovery process: alcoholic and matched control
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9
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11
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Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos
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Reid, J., Macchetto, P., & Foster, S. (1999). No Safe Haven:
Children of Substance-Abusing Parents. Center on Addiction and
Substance Abuse at Columbia University.13 Ibid. page 2.
13
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16
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Tarter, R.E., Blackson, T.C., Martin, C.S., Loeber, R., & Moss,
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Journal of AdolescentGroup Therapy 1(3):219-234.
39
Nastasi, B.K. & DeZolt, D.M. (1994). School Interventions for
Children of Alcoholics. New York: Guilford Press.

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Filhos de dependentes: riscos e desafios

  • 1. Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos http://www.nacoa.com.br FILHOS DE PAIS DEPENDENTES DE ÁLCOOL E DROGAS: FATOS IMPORTANTES O alcoolismo e outras dependências têm causas genéticas e ambientais. Ambas têm sérios efeitos para crianças que vivem em lares nas quais um ou ambos os pais estão envolvidos. Mais de 28 milhões de americanos são filhos de alcoolistas; aproximadamente 11 milhões tem menos de 18 anos. Esse quadro é ampliado pelo número incontável de outros que são afetados por pais com problemas em relação a outras drogas psicoativas. Não existem estatísticas oficiais no Brasil, mas com base nas informações do I Levantamento nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira produzido pela UNIAD, SENAD E UNIFESP podemos afirmar que existem milhões de crianças convivendo com um adulto que abusa ou é dependente de álcool (sem levar em conta os dependentes de outras drogas). 1. O alcoolismo e a dependência de drogas tem a tendência de ocorrer em famílias com histórico de abuso e dependência. Filhos de pais dependentes tem um risco aumentado para desenvolverem o alcoolismo e abuso de outras drogas em comparação a outras crianças. Filhos de pais dependentes são o maior grupo de risco para se tornarem abusadores de álcool e drogas devido a fatores genéticos e ambientais .1 Filhos biológicos de pais dependentes de álcool que foram adotados continuam a ter um risco aumentado (2 a 9 vezes) para o desenvolvimento do alcoolismo.2 Estudos recentes sugerem um forte componente genético, particularmente para o início precoce do alcoolismo no sexo masculino. Filhos de pai alcoolista têm quatro vezes mais risco quando comparados com descendentes masculinos de pai não alcoolista.3 O uso de substâncias pelos pais e seus filhos adolescentes são fortemente relacionados; Geralmente, se os pais usam drogas, cedo ou tarde seus filhos também o farão.4 Adolescentes que usam drogas tem maior probabilidade de terem um ou ambos os pais que também usam drogas.5 A influência das atitudes dos pais sobre o consumo de drogas de uma criança ou jovem pode ser tão importante quanto o abuso por parte dos pais.6 Um adolescente ao perceber que um ou ambos os pais são permissivos sobre o uso de drogas tem uma tendência maior a usá-las.7 2. A interação da família é definida pelo abuso de substância ou dependência na família. • Famílias afetadas pelo alcoolismo reportam um elevado nível de conflito quando
  • 2. Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos http://www.nacoa.com.br comparadas com famílias que não tem o alcoolismo presente. O problema com a bebida é o fator primário de desestruração familiar. O ambiente no qual os filhos de alcoolistas vivem é muitas vezes caracterizado pela falta de cuidados dos pais, má gestão da casa e falta de comunicação na família, assim, efetivamente deixando dos filhos de pais alcoolistas sem um modelo na área de habilidades maternas, paternas e efetividade da família. 8 Os problemas familiares a seguir têm sido frequentemente associados com famílias afetadas pelo alcoolismo. Aumento dos conflitos familiares; violência física ou emocional; diminuição da coesão familiar; redução da organização da família; aumento do isolamento da família; aumento do stress familiar, incluindo problemas com trabalho, doenças, conflitos conjugais , problemas financeiros e mudanças frequentes de residência.9 Pais que apresentam alguma dependência frequentemente tem uma falta de habilidade em prover a estrutura ou estabelecer a disciplina na família, mas ao mesmo tempo esperam que seus filhos sejam competentes em uma grande variedade de tarefas precocemente em comparação com pais que não são abusadores de alguma substância. 10 Filhos de pais alcoolistas são os alvos das mais prejudiciais práticas de disciplina dos seus pais. 11 3. O relacionamento entre dependência dos pais e abuso infantil tem sido documentado em larga proporção nos casos de negligência e abuso infantil. Três em quatro (71,6%) dos profissionais de serviço social infantil citam o uso de substâncias como a causa principal para o dramático aumento nos maus tratos infantis desde 1986.12 A maioria dos profissionais da área de assistência social (79.6%) citam que o abuso de substâncias causa ou contribui ao menos com 50% dos casos de maus tratos infantis; 39.7% dizem que é um fator presente em 75% dos casos.13 Em uma amostra de pais que significamente maltrataram seus filhos, o abuso do álcool é especificamente associado com maus tratos físicos, enquanto a cocaína demonstra uma relação particular com maus tratos sexuais.14 Crianças expostas no período pré-natal a drogas ilícitas tem de 2 a 3 vezes mais chances de serem abusadas ou negligenciadas.15 4. Filhos de pais dependentes de drogas tem elevado risco para viverem fora de seu lar de origem. • Três de quatro profissionais na área de cuidados infantis (75,7%) afirmam que filhos de pais dependentes tem mais tendência a entrarem em abrigos infantis e 73% afirmam que filhos de alcoolistas permanecem por mais tempo em abrigos em comparação com outras crianças.16 Em um estudo, 79% de adolescentes que fugiram de casa ou vivem nas ruas citaram o uso de álcool em seus lares, 53% reportaram uso abusivo de álcool no lar e 54% reportaram uso de drogas em seus lares.17 A cada ano, aproximadamente 11.900 crianças são abandonadas ao nascerem ou são mantidas em hospital, sendo que 78% delas foram expostas ao uso de drogas. O custo diário de cada um desses bebês é de US$460.18 5. Filhos de pais dependentes exibem mais sintomas de depressão e ansiedade em comparação com crianças de lares onde não há uma dependência. Filhos de pais dependentes exibem mais sintomas de depressão e ansiedade em
  • 3. Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos http://www.nacoa.com.br comparação com crianças de lares onde não há uma dependência.19 Filhos de pais dependentes tem maior tendência a desenvolverem distúrbios de ansiedade ou demostrarem sintomas de ansiedade.20 Filhos de pais dependentes tem maior risco em taxas elevadas para o desenvolvimento de disfunções psiquiátricas e psicológicas, assim como para o alcoolismo.21 6. Filhos de pais alcoolistas passam por problemas físicos e mentais mais acentuados e tem custos mais elevados para o sistema de saúde e bem estar em comparação com filhos de pais não dependentes. As taxas de internamento e permanência hospitalar entre filhos de alcoolistas foram 24% e 29% maiores em comparação com filhos de pais não alcoolistas. Abuso de substâncias e outros distúrbios mentais são os problemas mais comuns entre filhos de dependentes. 22 É estimado que o abuso de substâncias e dependências são a causa principal em cerca de 70 a 90% de todos os custos na área de bem estar social infantil. Usando a mais conservadora taxa de 70 por cento, em 1998 o abuso de substâncias e dependências responderam aproximadamente por US$ 10 bilhões nos gastos em nível municipal, estadual e federal simplesmente para manter os programas de bem estar social para crianças.23 Os custos econômicos associados a síndrome alcoólica fetal são estimados em US$ 1,9 bilhões em 1992.24 Uma amostra de crianças hospitalizadas devido a problemas psiquiátricos demonstrou que mais de 50% eram filhos de pais dependentes.25 7. Filhos de pais dependentes tem uma alta taxa de problemas de comportamento. Um estudo comparativo entre filhos de alcoolistas (com idade entre 6 e 17 anos) e filhos de pacientes psiquiatricamente saudáveis chegou à conclusão de que filhos de alcoolistas têm taxas elevadas de TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) e TOD (Transtorno opositor desafiante) quando comparados com o grupo de controle. 26 Pesquisas na área de problemas de comportamento apresentados por filhos de alcoolistas revelaram algumas das seguintes características. Falta de empatia com outras pessoas; adequação social e adaptação interpessoais diminuídas; baixa autoestima e ausência de controle em relação ao ambiente.27 Pesquisas têm demonstrado que filhos de pais dependentes demonstram características comportamentais e um estilo de temperamento que predispõe a futuros problemas de adaptação.28 8. Filhos de pais dependentes têm desempenho mais baixo em testes que medem o desempenho escolar e demonstram outras dificuldades na escola. Filhos homens de pais dependentes tem resultados piores em todas as áreas que medem o desempenho escolar usando o teste de vocabulário por imagens Peabody (TVIP), incluindo informações gerais, reconhecimento da leitura, compreensão da leitura, leitura total, matemática e ortografia.29 Em geral, filhos de pais alcoolistas tem desempenho pior em avaliações escolares. Eles também têm maiores taxas de abstenção escolar e tem maior tendência a abandonar a escola, serem retidos ou encaminhados para o serviço de psicologia em comparação com filhos de pais não alcoolistas.30 Em um estudo, 41% dos pais dependentes informaram que ao menos um de seus filhos
  • 4. Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos http://www.nacoa.com.br repetiu uma série na escola, 19% “mataram aula” e 30% foram suspensos da escola.31 Filhos de pais dependentes comparados com filhos de pais não dependentes encontraram uma desvantagem significativa em avaliações de matemática.32 9. O consumo de álcool e outras drogas pela mãe em qualquer fase da gestação podem causar defeitos congênitos e déficits neurológicos. Estudos tem demonstrado que a exposição a cocaína durante o desenvolvimento fetal pode levar a tênue, mas significativos déficits no futuro, especialmente com comportamentos que são cruciais para o sucesso na sala de aula como bloquear distrações e concentrar-se por longos períodos.33 O desempenho cognitivo é menos afetado pela exposição ao álcool em bebês e crianças cujas mães pararam de beber no início da gestação, mesmo quando as mães retornaram a utilizar o álcool após darem a luz.34 Os efeitos do álcool durante o período pré- natal em níveis moderados de consumo foram detectados em mulheres não alcoolistas. Mesmo que a mãe não abuse do álcool com regularidade, sua criança pode não ser poupada dos efeitos da exposição ao álcool no período pré-natal. 35 10. Filhos de pais dependentes podem se beneficiar dos esforços de adultos para ajudá- los e dar suporte. Crianças que lidaram de forma bem sucedida com o trauma de crescer em famílias afetadas pelo alcoolismo geralmente contavam com o apoio de um pai ou mãe não alcoolista, padrasto ou madrasta, avós, professores entre outros.36 Filhos de pais dependentes que podem contar com adultos disponíveis têm aumentada sua autonomia e independência, melhores habilidades sociais, melhores habilidades em lidar com experiências emocionais difíceis e melhores estratégias para lidar com problemas do dia a dia.37 Programas de atendimento em grupo reduzem o sentimento de isolamento, vergonha e culpa entre filhos de alcoolistas ao se utilizarem da importância do grupo entre os adolescentes além do oferecimento de suporte mútuo entre seus membros.38 Competências como a habilidade de estabelecer e manter relacionamentos íntimos, expressar emoções e resolver problemas podem ser melhoradas ao trabalhar a autoestima e a auto eficácia de filhos de alcoolistas.39 1 Kumpfer, K.L. (1999). Outcome measures of interventions in the study of children of substance-abusing parents. Pediatrics. Supplement. 103 (5): 2 Schuckit, M.A., Goodwin, D.A., & Winokur, G. (1972). A study of alcoholism in half siblings. American Journal of Psychiatry, 128: 1132- 3 Goodwin, D.W. (1985). Alcoholism and genetics. Archives of General 4 Fawzy, F.I., Coombs, R.H., & Gerber, B. (1983). Generational continuity in the use of substances: the impact of parental substance use on adolescent substance use. Addictive Behaviors, 8, 109-114. 5 Skiffington, E.W. & Brown, P.M. (1981). Personal, home, and school factors related to eleventh graders’ drug attitudes. International Journal ofthe Addictions, 16(5), 879-892. 6 Barnes, G.M., & Windle, M. (1987). Family factors in adolescent alcohol and drug abuse. Pediatrician, 14, 13-18. 7 McDermott, D. (1984).The relationship of parental drug use and parents’ attitude concerning adolescent drug use to adolescent drug use. Adolescence,XIX(73), 89-97. 8 Moos, R.H. & Billings, A.G. (1982). Children of alcoholics during the recovery process: alcoholic and matched control families. Addictive Behaviors, 7:155-163. 9 el Guebaly, N. & Offord, D.R. (1997). The offspring of alcoholics: a critical review. American Journal of Psychiatry.134:4, 357-365. 10 Kumpfer, K.L. & DeMarsh, J. (1986). Family environmental and genetic influences on children’s future chemical dependency. In Ezekoye, S.,Kumpfer, K., & Bukoski, W., eds. Childhood and Chemical Abuse, Prevention and Intervention. New York, NY: Haworth Press. 11 Tarter, R.E., Blackson, T.C., Martin, C.S., Loeber, R., & Moss, H.B.(1993). Characteristics and correlates of child discipline practices in substance abuse and normal families. The American Journal on Addictions,2(1), 18-25.
  • 5. Associação Nacional para Filhos de Alcoolistas e Dependentes Químicos http://www.nacoa.com.br 12 Reid, J., Macchetto, P., & Foster, S. (1999). No Safe Haven: Children of Substance-Abusing Parents. Center on Addiction and Substance Abuse at Columbia University.13 Ibid. page 2. 13 Ibid. page 2. 14 Famularo, R., Kinscherff, R., & Fenton, T. (1992). Parental substanceabuse and the nature of child maltreatment. Child Abuse and Neglect, vol. 16. 15 Leventhal, J.M., Garber, R.B., & Brady, C.A. (1989). Identification during the postpartum period of infants who are at high risk of child maltreatment. The Journal of Pediatrics, 114(3), 481-487. 16 Reid, J., Macchetto, P., & Foster, S. (1999). No Safe Haven: Children of Substance-Abusing Parents. Center on Addiction and Substance Abuse at Columbia University. 17 Booth, R.E., & Zhang, Y. (1996). Severe aggression and related conduct problems among runaway and homeless adolescents. Psychiatric Services, 47 (1) 75-80. 18 U.S. Department of Health and Human Services. National estimates on the number of boarder babies, the cost of their care, and the number of abandoned infants. Found online at http://waisgate.hhs.gov/cgi-bin/ waisgate: U.S. Department of Health and Human Services. 19 Fitzgerald, H.E., Sullivan, L.A., Ham, H.P., Zucker, R.A., Bruckel, S., Schneider, A.M., & Noll, R.B. (1993). Predictors of behavior problems inthree-year-old sons of alcoholics: early evidence for the onset of risk.Child Development, 64, 110-123. 20 Earls, F., Reich, W., Jung, K.G., & Cloninger, C.R. (1988).Psychopathology in children of alcoholic and antisocial parents.Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 12:481- 487. 21 West, M.O. & Printz, R.J. (1987). Parental alcoholism and childhood psychopathology. Psychological Bulletin,102,204-218. 22 Children of Alcoholics in the Medical System: Hidden Problems, HiddenCosts. New York, NY: Children of Alcoholics Foundation, 1990. 23 Reid, J., Macchetto, P., & Foster, S. (1999). No Safe Haven: Children ofSubstance-Abusing Parents. Center on Addiction and Substance Abuse at Columbia University. 24 The National Clearinghouse for Alcohol and Drug Information.Substance Abuse and Mental Health Services Administration. Available online at: http://www.health.org/govstudy/BKD265/Chapter4b.htm#4.4. 25 Rivinus, T.M., Levoy, D., Matzko, M., & Seifer, R. (1992). Hospitalized children of substance-abusing parents and sexually abused children: a comparison. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 31 (6), 1019-1923. 26 Earls, F., Reich, W., Jung, K.G., & Cloninger, C.R. (1998). Psychopathology in children of alcoholic and antisocial parents. Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 12:481-487. 27 Jones, M.C. (1968). Personality correlates and antecedents of drinking patterns in adult males. Journal of Consulting and Clinical Psychology,33:2-12. 28 Tarter, R.E., Blackson, T.C., Martin, C.S., Loeber, R., & Moss, H.B. (1993). Characteristics and correlates of child discipline practices in substance abuse and normal families. The American Journal on Addictions.2 (1), 18-25. 29 Moss, H.B., Vanyukov, M., Majumder, P.P., Kirisci, L., & Tarter, R.E.(1995). Pre-pubertal sons of substance abusers: influences of parental and familial substance abuse on behavioral disposition, IQ, and school achievement. Addictive Behaviors, 20 (3), 345-358. 30 Sher, K.J. (1997). Psychological characteristics of children of alcoholics.Alcohol Health and Research World, Vol. 21. No. 3 31 Kolar, A.F., Brown, B.S., Haertzen, C.A., & Michaelson, B.S. (1994). Children of substance abusers: the life experiences of children of opiate addicts in methadone maintenance. American Journal of Drug and Alcohol Abuse. 20:2; 159-171. 32 Johnson, J., Boney, T., & Brown, B. (1990). Evidence of depressive symptoms in children of substance abusers. International Journal of the Addictions, 25 (4-A), 465-479. 33 National Institute on Drug Abuse, National Institutes of Health. 25Years of Discovery to Advance the Health of the Public. October 18, 1999.Page 42. 34 Gabrielli, W.F., & Mednic, S.A. (1983). Intellectual performance in children of alcoholics. Journal of Nervous and Mental Disease, 171:444-447. 35 Larkby, C., & Day, N. (1997). The effects of prenatal alcohol exposure.Alcohol Health and Research World, vol. 21, no. 3:192- 197. 36 Werner, E.E., & Johnson, J.L. (2000). The role of caring adults in the lives of children of alcoholics. Children of Alcoholics: Selected Readings,Vol.2. 37 Werner, E.E. (1986). Resilient offspring of alcoholics: a longitudinal study from birth to age 18. Journal of Studies on Alcohol, vol. 47, no. 1,34-40. 38 Dies, R.R. & Burghardt, K. (1991). Group interventions for children of alcoholics: prevention and treatment in the schools. Journal of AdolescentGroup Therapy 1(3):219-234. 39 Nastasi, B.K. & DeZolt, D.M. (1994). School Interventions for Children of Alcoholics. New York: Guilford Press.