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                                    Treinamento Sequi                       C. Cappuzzo                   1 de 2


Corrosão

Corrosão é um conjunto de fenômenos de deterioração progressiva dos metais em conseqüência de reações
químicas ou eletroquímicas entre o metal e o meio ambiente.
É um processo espontâneo (reversão natural dos metais para a forma de compostos mais estáveis, de mais
baixa energia livre), a não ser que sejam adotadas certas medidas preventivas.

A corrosão bimetálica ocorre quando dois metais, com diferentes potenciais elétricos, estão em contato elétrico
e expostos a uma solução corrosiva e condutora de eletricidade, pois uma corrente elétrica fluirá do anodo para
o catodo, que equivale à reação eletroquímica (movimento de partículas carregadas como íons, elétrons ou
ambos).

Está assim formada a “pilha de corrosão”, coexistência dos seguintes componentes: anodo (metal mais
eletronegativo), eletrólito (água), catodo (metal mais eletropositivo) e circuito metálico (contato elétrico). Nesta
condição, surgirá uma corrente elétrica entre o anodo e o catodo, que provoca uma migração de material do
anodo (que será o elemento corroído) para o catodo.



Basta remover um desses quatro componentes para cessar a corrosão.

A corrosão galvânica é, teoricamente, tanto mais intensa quanto mais distanciados entre si estiverem os dois
metais na série de potencial elétrico (série galvânica), ou quanto melhor condutor de eletricidade for o meio
ambiente, o que equivale a maior intensidade de corrente elétrica. Normalmente as correntes elétricas são
muito fracas (a diferença de potencial entre os metais é da ordem de milivolt), a corrosão eletroquímica
costuma ser um fenômeno lento e progressivo, cujos efeitos são observáveis ao fim de um certo tempo.

Alguns fatores que afetam a taxa de corrosão:
    • potencial eletrolítico: selecionar metais que estejam o mais próximo possível entre si na série galvânica
        para um dado meio ambiente,
    • temperatura: aumentando a temperatura, a taxa de corrosão também aumenta,
    • eletrólito (pH, condutividade): existem eletrólitos que aumentam a taxa de corrosão,
    • baixa densidade de corrente no anodo (A/cm 2): deve-se maximizar a área do anodo (metal menos
        nobre) e minimizar a área do catodo para diminuir a reação de redução do oxigênio, que por sua vez
        diminui a densidade da corrente galvânica e conseqüentemente a corrosão,
    • isolamento dos metais com espaçadores compostos de material dielétrico (borracha, plástico, nylon,
        PTFE),
    • proteção com tinta ou fita isolante, principalmente aquelas com inibidores ou metais de sacrifício como
        zinco ou magnésio. De preferência, ambos os membros do par bimetálico devem ser pintados, ou se
        impraticável, o membro catódico (o mais eletropositivo) deverá ser pintado. Pintar somente o metal
        anódico aumenta o risco de corrosão bimetálica pois, se existir um eventual defeito no revestimento,
        teremos uma grande área no catodo para uma pequena área no anodo, que aumenta a taxa de
        corrosão, podendo causar uma rápida penetração no metal.
    • anodos de sacrifício preso ao metal anódico e próximo ao local de contato dos metais. Os anodos de
        sacrifício são constituídos de metais altamente anódicos (Mg, Zn, Al).
    • condições do meio ambiente para determinação da sobreespessura de corrosão.

Aço Patinável

Aço patinável (aço da baixa liga e resistente à corrosão) é aquele que possui pequenas quantidades de cobre,
fósforo, e também cromo, níquel, silício, que exercem efeitos secundários. O cobre estabiliza o óxido na
superfície do aço de tal forma que a ferrugem formada torna-se protetora e não ocorre mais a penetração de
corrosão no aço.

São aços usados principalmente em pontes, viadutos, edifícios, torres de transmissão, silos, que desenvolvem
em sua superfície uma película de óxidos aderentes e protetores, chamados de pátina. Uma condição
importante para a formação da pátina é a existência de períodos de umedecimento e secagem alternados pela
natureza, através de chuva, vento e sol.
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Não se recomenda a aplicação dos aços patináveis não protegidos em ambientes industriais com alta
concentração atmosférica de dióxido de enxofre e em atmosferas marinhas com alta deposição de cloretos.
Como exemplo de aços patináveis temos: ASTM A242, A588, A709, COS AR COR (Cosipa), USI SAC
(Usiminas), CSN COR e aço COR (Gerdau).

Aço Patinável x Aço Carbono Estrutural

O contato elétrico entre esses dois metais e a coexistência das condições inicialmente descritas acima vai
ocasionar a corrosão galvânica. O uso desses materiais conectados na fabricação de um equipamento deverá
ser evitado.

Se for soldado um componente de aço patinável com pequena área de contato com um componente com
grande área em aço carbono ASTM A36 (por exemplo), é uma situação menos critica, favorável a uma menor
taxa de corrosão, porque a relação de áreas (pequena área de catodo para grande área de anodo) é favorável
a uma menor densidade de corrente no anodo.

Lembrar que, mesmo revestindo as áreas com tinta anti-corrosiva, o revestimento nunca é perfeito ou se
deteriora com o tempo, surgindo poros na camada de tinta, que favorece o contato do eletrólito gerado pelo
meio ambiente (orla marítima + ambiente industrial, por exemplo) com o par bimetálico, causando a reação
eletrolítica e consequentemente a corrosão.

A solução viável, num caso desse, é proteger o elemento mais nobre (catodo COS AR COR 400) com mais
duas camadas de tinta, o qual diminuirá ainda mais o risco de uma severa corrosão bimetálica localizada em
um defeito do revestimento sobre o anodo (A36).

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  • 2. Rev. 0 CORROSÃO BIMETÁLICA ENTRE AÇO CARBONO Jan/05 ESTRUTURAL E AÇO CARBONO PATINÁVEL Treinamento Sequi C. Cappuzzo 2 de 2 Não se recomenda a aplicação dos aços patináveis não protegidos em ambientes industriais com alta concentração atmosférica de dióxido de enxofre e em atmosferas marinhas com alta deposição de cloretos. Como exemplo de aços patináveis temos: ASTM A242, A588, A709, COS AR COR (Cosipa), USI SAC (Usiminas), CSN COR e aço COR (Gerdau). Aço Patinável x Aço Carbono Estrutural O contato elétrico entre esses dois metais e a coexistência das condições inicialmente descritas acima vai ocasionar a corrosão galvânica. O uso desses materiais conectados na fabricação de um equipamento deverá ser evitado. Se for soldado um componente de aço patinável com pequena área de contato com um componente com grande área em aço carbono ASTM A36 (por exemplo), é uma situação menos critica, favorável a uma menor taxa de corrosão, porque a relação de áreas (pequena área de catodo para grande área de anodo) é favorável a uma menor densidade de corrente no anodo. Lembrar que, mesmo revestindo as áreas com tinta anti-corrosiva, o revestimento nunca é perfeito ou se deteriora com o tempo, surgindo poros na camada de tinta, que favorece o contato do eletrólito gerado pelo meio ambiente (orla marítima + ambiente industrial, por exemplo) com o par bimetálico, causando a reação eletrolítica e consequentemente a corrosão. A solução viável, num caso desse, é proteger o elemento mais nobre (catodo COS AR COR 400) com mais duas camadas de tinta, o qual diminuirá ainda mais o risco de uma severa corrosão bimetálica localizada em um defeito do revestimento sobre o anodo (A36).