1. HISTÓRIA DA ARTE APLICADA AO TURISMO
AULA 02 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA ARTE
Professora: Afra de Medeiros Soares
2. FUNÇÕES DA ARTE
A História da Arte se deu em períodos históricos e
movimentos artísticos que se desenvolveram de acordo
com a busca e necessidade do homem em refletir seu
presente e olhar para o futuro.
Essa arte foi destinada a diferentes povos, culturas e
razões sociais.
3. FUNÇÃO MÍSTICA E NATURALISTA
Em tempos pré-históricos a arte adquire funções que
revelam:
• a natureza
• o cotidiano do homem
• e da sociedade que estava formando.
6. Outros povos e culturas também se utilizaram das funções místicas
da arte, como a arte indígena e a arte oriental.
Cerâmica Marajoara, arte de função mística e utilitária Escultura de Buda e de templos, de função mística.
7. FUNÇÃO MÍSTICA
Na Antiguidade clássica com os gregos, a arte se sedimenta com funções e atributos
distintos.
Uma das primeiras funções que a arte tem é a mística, quando a partir do objeto
idealizado ou reproduzido da natureza, causa admiração estética, prazer de apreciá-lo e
atribuí-lo a um ser superior que o humano. Tanto atraía a admiração que repassou
durante séculos a ideia da arte como objeto místico e sobrenatural, assim foi na Pré-
História como na arte do período Pré-Colombiano.
8. FUNÇÃO NATURALISTA
Nesta função, o mais importante é o conteúdo da obra do que para o seu modo de representação.
A obra de arte seria como uma janela que deixa entrever uma realidade que está além e fora dela, isto é,
não no mundo artístico, mas no mundo dos objetos retratados.
É o caso dos retratos feitos por pintores.
Ao encomendar um retrato se espera fidelidade àquela imagem.
Essa atitude perante a arte surge na Grécia, no século V a.C. quando escultores “imitavam” a realidade, ou
seja, tentavam, em suas obras, criar uma ilusão de realidade.
Essa tendência é retomada pela arte renascentista, nos séculos XIV e XV, principalmente na Itália,
caracterizando a arte ocidental até o século XIX, quando surge a fotografia, que passa a cumprir essa
finalidade de retratar a realidade.
9. FUNÇÃO NATURALISTA
A partir de então, a função da arte,
especialmente a pintura, teve de ser
repensada e houve uma ruptura com o
naturalismo. Os critérios de avaliação
de uma obra de arte do ponto de vista
naturalista são: a correção de
representação; a inteireza, ou seja, a
qualidade de ser inteiro, íntegro o
assunto representado; e o vigor, que
confere o poder de persuasão. Escultura de Apolo, de Polykleitos. Arte grega clássica, século V função
naturalista e mística.
10. FUNÇÃO NATURALISTA
Na primeira figura encontramos uma escultura
em tamanho natural esculpida em mármore
romano no século V a. C. Apolo, personagem
mitológico, era a representação dos ideais
gregos de harmonia, de equilíbrio entre corpo e
mente, entre beleza e espírito. Era também
uma divindade solar. Sua imagem é a de um
jovem belíssimo. A beleza sempre foi um ideal
grego. A escultura de Apolo representa a arte
de função naturalista e mística por representar
fidelidade às proporções físicas e ideais
místicos atribuídos ao personagem. Detalhe da cabeça de Apolo.
11. FUNÇÃO RELIGIOSA E EDUCATIVA
Durante a Idade Média a arte adquire funções religiosas e educativas.
Essa será uma arte que negará a influência grega pagã (dos que não
confessavam a fé cristã) e, portanto, adotou outros padrões de beleza,
ressaltando a mensagem e não apenas a imagem.
12. FUNÇÃO RELIGIOSA E EDUCATIVA
No painel em madeira a figura de Cristo está no
centro representando seu poder o domínio,
com o rolo de pergaminho das Escrituras, os
doze apóstolos e os quatro seres alados
descritos no livro de Apocalipse que estão ao
redor do trono de Cristo. Nas imagens não são
atribuída beleza segundo os padrões gregos,
mas é ressaltada a eficácia da mensagem do
Cristianismo.
A pintura não tem perspectiva e nem
dinamismo, mas é de função mística, religiosa
(porque não trata apenas do sobrenatural, mas
de uma doutrina) e educativa por ensinar a
respeito das Escrituras Sagradas.
Painel bizantino, arte de função religiosa e educativa.
13. FUNÇÃO RELIGIOSA E EDUCATIVA
Na primeira figura, a escultura representa todo dinamismo
do movimento dos personagens bíblicos Maria e Jesus,
desde o tamanho, expressão ao drapeado das vestimentas.
A realidade da cena é tratada com tamanha semelhança,
buscando uma coerência estética e proporção adquirida
pelos gregos. A arte renascentista unirá a fé cristã e
coerência grega. Essa arte terá a finalidade de envolver o
espectador com a realidade e a história bíblica, numa
tentativa de reunir valores ideais nas cenas reais. Essa é
função naturalista e religiosa de A Pietà de Michelangelo.
Figura 8 - A Pietà de Michelangelo, arte de função naturalista
e religiosa. Arte Renascentista, final da Idade Média.
14. FUNÇÃO ESTÉTICA OU FORMALISTA
Os gregos na Antiguidade foram os primeiros povos a admitirem a arte com sua
função puramente estética, desenvolveram o prazer de fazer a admirar a arte e seu
conteúdo, independente de ser religiosa ou histórica, mesmo assim denominaram
as artes como a pintura, escultura e arquitetura de artes servis, ligadas à forma e a
aparência; e para a música, teatro, poesia e dança as artes poéticas, valorizando a
essência, as ideias mais do que a forma.
As artes servis eram realizadas por escravos e estrangeiros e as artes poéticas por
cidadãos e sábios.
15. FUNÇÃO ESTÉTICA OU FORMALISTA
Durante a Idade Média, por volta dos séculos X a XIII a denominação do trabalho
artístico é de artes liberais, ensinadas nas universidades como a música, teatro e
poesia, e as artes mecânicas, das operações da mão, como a arquitetura, pintura e
escultura.
No Renascimento toda arte é considerada trabalho da mente, não apenas manual
ou artesanal.
Apenas no século XVIII é que será diferenciado o trabalho do artista e do artesão, e
as artes serão consideradas belas-artes e autônomas. Nessa época também se
admite o julgamento da beleza, do gosto e sua teoria estética, sendo essa a função
estética da arte.
16. FUNÇÃO ESTÉTICA OU FORMALISTA
Vitória alada, arte grega clássica. Função estética. Eros e Psique, arte renascentista. Função estética.
18. FUNÇÃO REVELADORA E HISTÓRICA
Em tempos de conquistas no mundo bárbaro, guerras santas, batalhas, revoluções
até as grandes navegações e colonizações de outros povos a arte adquire outra
função que é a reveladora ou histórica, por revelar os feitos do homem e suas
histórias. Os séculos XVII e XVIII retratam com apurada técnica essa função da arte.
No Brasil seus principais representantes são Pedro Américo e Victor Meireles com
os pintores da Missão Francesa.
19. FUNÇÃO REVELADORA E HISTÓRICA
Guerra dos Farrapos de Pedro Américo, arte de função histórica.
Museu Imperial, Petrópolis.
Ruínas de um templo grego, arte de função reveladora
20. FUNÇÃO PRAGMÁTICA E UTILITÁRIA
Lanças indígenas, arte utilitária. Arte nativa brasileira.
A arte serve como meio para
alcançar um fim não artístico,
sendo valorizada por sua
finalidade e não por si.
O critério é moral e de eficácia.
21. PRINCIPAIS FUNÇÕES
• Função Mística – Atribuída a um ser superior. Remete ao sobrenatural, ao espiritual
e, frequentemente, ao religioso.
• Função Naturalista – O que interessa é mais o conteúdo da obra do que
propriamente o seu modo de apresentação. Seus critérios são a inteireza e a
integridade da obra.
• Função Religiosa e Educativa – Ressalta a mensagem e não apenas a imagem.
Remetia a ensinamentos a respeito das escrituras sagradas.
22. PRINCIPAIS FUNÇÕES
• Função Estética ou Formalista – A admiração passou a ser pela arte em si, sua
apresentação e seu conteúdo, independente de ser religiosa ou histórica. A obra de
arte contém elementos próprios que a torna bela.
• Função Reveladora ou Histórica – Revela os feitos do homem e suas histórias.
• Função Pragmática ou Utilitária – A arte serve como meio para alcançar uma
finalidade não artística.
23. PRINCIPAIS FUNÇÕES
• A preocupação com a arte acontece desde a Antiguidade. No
entanto, foi no século XX que a arte passou a ser valorizada por
ela própria, como objeto que possibilita uma experiência
estética através de seus valores.
24. OUTRAS FUNÇÕES
• Função Social - podemos perceber a arte como uma linguagem que
ultrapassa a comunicação simples e pura, pois transmite ideias,
sentimentos e informações que influenciam culturalmente o meio,
criando assim uma interação entre homem e sociedade.
Sua missão é promover o desenvolvimento humano, nas dimensões
éticas e estéticas, através da Arte-Educação, por exemplo, contribuindo
para a transformação social, pautada nas relações entre expressão
criadora, ludicidade, conhecimento e cidadania.
25. OUTRAS FUNÇÕES
Função Política-Social: uma obra de arte pode representar a realidade ou até criticá-la.
Função Cultural: pode representar uma cultura.
Função Individual (ou emotiva): pode ser uma expressão dos sentimentos do artista,
feitas por prazer. Os autorretratos de Frida Kalho, por exemplo, com todo seu
simbolismo e expressividade, foram feitos pela artista para falar sobre ela mesma.
Dessa forma, uma pessoa pode pintar um quadro, escrever um poema ou fazer teatro,
para satisfazer o próprio prazer.
27. Eu e meus papagaios, 1941. Auto-retrato, 1938.
28. OUTRAS FUNÇÕES
Função Apelativa (comercial): é quando um objeto é feito visando principalmente o
lucro. Sua compra satisfaz uma necessidade pessoal (design, moda, culinária,
decoração etc.).
Exemplo: o mascote da Copa de 2014, feito para divulgar a Copa, mas a maioria das
pessoas comprou como uma recordação daquele evento (mesmo que atualmente a
recordação não seja muito positiva).
30. OUTRAS FUNÇÕES
Função Ambiental – a compreensão estética leva o homem a observar o meio que o
cerca, reconhecendo a organização de suas formas, luzes e cores, suas harmonias e
desequilíbrios, sua estrutura natural, bem como a construída. O homem transforma a
natureza com seu trabalho. Está diretamente relacionada com a realização de
atividades e projetos de consciência ambiental e sustentabilidade do planeta, através
do aproveitamento de material reciclável, entre outros.
Função Artística: quando vale por si mesma, por simplesmente ser uma obra de arte, é
o que chamamos de “Arte pela Arte”.
31. REFERÊNCIAS
COLI, Jorge. O que é Arte. São Paulo: Brasiliense, 1998.
GOMBRICH, E.H. A história da arte. São Paulo: LTC, 2000.
JANSON, H. W. História da Arte. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1986.
PROENÇA, Graça. História da Arte. 17. ed. São Paulo:
Ática, 2009.