1. A língua pode ser benéfica ou prejudicial, trazendo vida ou morte.
2. Tiago descreve quatro coisas que a língua pode fazer: dirigir, destruir, deleitar e praticar contradições.
3. Devemos usar a língua para edificar os outros e não para prejudicá-los, pois não é possível abençoar a Deus e amaldiçoar os homens ao mesmo tempo.
1. A língua, fonte de vida ou veneno
mortífero?
A língua pode ser uma fonte de vida ou um veneno mortífero. Pode dar vida ou matar (Pv
18.21). Tiago diz que se alguém não tropeça no falar é perfeito varão (Tg 3.2). Até o tolo
quando se cala é tido por sábio e no muito falar não falta transgressão. O homem tem
conseguido domar toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos, mas a
língua nenhum dos homens é capaz de domar. A língua é mal incontido, carregado de veneno
mortífero (Tg 3.7,8).
Tiago fala sobre quatro coisas que a língua é capaz de fazer.
1. A língua é capaz de dirigir (Tg 3.3,4) – Tiago compara a língua ao freio do cavalo e ao
leme do navio. Tanto o freio como o leme são instrumentos usados para controlar e dirigir. O
freio controla e dirige o cavalo e o leme controla e dirige o navio. Um cavalo indócil pode usar
sua força para o mal e tornar-se uma ameaça, mas se domado e controlado pelo freio usará
sua força para o bem. Um cavalo governado pelo freio torna-se um animal dócil e útil ao seu
proprietário. Um navio sem leme seria um veículo de morte e não de vida. Sem a direção do
leme, um navio arrebentar-se-ia nos rochedos e provocaria grandes desastres, com muitos
prejuízos. Tiago diz que a língua, um pequeno órgão tem o mesmo poder do freio e do leme.
Ela pode governar e dirigir nossa vida para o bem ou para o mal (Tg 3.5). Com ela podemos
nos livrar de terríveis acidentes ou podemos provocar imensos desastres.
2. A língua é capaz de destruir (Tg 3.5b-8) – Tiago compara a língua ao fogo e ao veneno.
Ambos são destruidores. Uma pequena fagulha coloca em chamas toda uma selva. Uma
pequena dose de veneno pode matar uma pessoa rapidamente. Tiago diz que a língua é fogo;
é mundo de iniqüidade. Ela não só põe em chamas toda a carreira da existência humana,
como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno (Tg 3.6). A língua é mal incontido,
carregado de veneno mortífero (Tg 3.8). Assim como um incêndio, muitas vezes, se torna
incontrolável, Tiago também diz que a língua é indomável (Tg 3.9). A maledicência destrói e
mata. A boataria espalha-se como um rastilho de pólvora e destrói como um incêndio que se
espalha numa floresta.
3. A língua é capaz de deleitar e alimentar (Tg 3.9-12) – Tiago prossegue em seu argumento
dizendo que a língua é comparada a uma fonte (Tg 3.11) e a uma árvore frutífera (Tg 3.12). A
fonte pode nos saciar e a árvore pode produzir frutos saborosos que nos alimentam. Nossa
língua pode ser medicina. Nossas palavras podem ser boas para a edificação. Com a nossa
língua podemos trazer refrigério e restauração para as pessoas.
4. A língua é capaz de praticar profundas contradições (Tg 3.9-12) – Tiago faz uma
afirmação e depois revela uma incoerência. A afirmação demonstra o aspecto contraditório da
língua: Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens,
feitos à semelhança de Deus (Tg 3.9). Diz Tiago que de uma só boca procede bênção e
maldição (Tg 3.10). Tiago, porém, argumenta que essa incoerência é uma prática
inconveniente: “Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim” (Tg 3.10b).
Tiago fecha a questão mostrando a impossibilidade de usarmos nossa língua para duas
práticas tão contraditórias: “Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é
amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos?
2. Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce” (Tg 3.11,12). Nossa língua é fonte de
água doce ou salgada; é medicina ou veneno; é veículo para a glorificação de Deus ou
ferramenta para amaldiçoar as pessoas. Não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo. Que
Deus nos ajude a fazer a escolha certa!