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USO DE AGREGADOS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA
            PAVIMENTAÇÃO URBANA EM JOÃO PESSOA

               Nóbrega, Renan Dantas da (1); Melo, Ricardo Almeida de (2)
(1) Aluno de graduação, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, UFPB, Brasil
    (renandantas@click21.com.br)
(2) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, UFPB, Brasil
    (ricardo@ct.ufpb.br)

RESUMO
Os resíduos sólidos oriundos da construção civil e da demolição (RCD) de edifícios geram
problemas ambientais, como deposição em terrenos baldios, assoreamento de rios e proliferação
de pragas e doenças. Também, esses resíduos esgotam a capacidade e reduzem a vida útil de
aterros sanitários. Com o intuito de contribuir com a redução dos impactos ambientais, este estudo
teve como objetivo a caracterização física e mecânica de agregados reciclados de RCD
proveniente da usina de reciclagem de João Pessoa, com vistas à aplicação em camadas de
pavimentos. Para analisar os agregados, ensaios de composição granulométrica, dimensão
máxima característica, porcentagem passante na peneira 0,42 mm, Índice Suporte Califórnia
(ISC), abrasão Los Angeles e índice de forma foram realizados, segundo as especificações da
ABNT e DNIT. Com relação à granulometria e ISC, os resultados mostram que os agregados
reciclados têm potencial uso em camada de sub-base. Entretanto, as amostras não atenderam
aos requisitos de porcentagem passante na peneira 0,42 mm e índice de forma, mas a adoção de
soluções simples permite o enquadramento nas especificações. A utilização de agregados
reciclados em pavimentação pode contribuir para minimizar os impactos ambientais e reduzir os
custos de pavimentação de vias urbanas da cidade de João Pessoa.
Palavras-chave: pavimento, sub-base, resíduo, construção civil, meio ambiente.

ABSTRACT
The wastes of construction/demolition industry can produce many environmental impacts, like
deposition in abandoned lands, sedimentation of rivers and proliferation of plagues and illnesses.
Also, the wastes exhaust capacity of sanitary landfills and reduce the life cycle of them. To
contribute for decreasing of environmental impacts, the objective of this work was to characterize
the physical and mechanical properties of the recycled aggregates by civil construction wastes
recycling plant in João Pessoa, for application on pavement layers. To analyze the recycled
aggregates, tests of particle size distribution, maximum characteristic dimension, percentage
through sieve of 0.42 mm, California Bearing Ratio (CBR), Los Angeles abrasion and flat and
elongated particles were made, accordingly of ABNT and DNIT specifications. The results obtained
from particle size distribution and CBR have shown the recycled aggregates can be used on sub-
base of urban pavement. Although, the results from percentage through sieves of 0.42 mm and flat
and elongated particles have failed, but if simple solutions will be adopted, the material can be
applicated to pavement. The use of recycled aggregates can contribute to decrease environmental
impacts and the paving costs of urban streets of the city of João Pessoa.
Key-words: pavement, sub-base, waste, civil construction, environment.

   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013                  390
1. INTRODUÇÃO
Pesquisas no âmbito de reciclagem dos resíduos sólidos de construção e demolição, conhecidos
popularmente como entulho, têm sido realizadas no Brasil e em diversos países, devido a sua
intensa geração em centros de grande e médio portes, que se estima uma produção de
aproximadamente 50% de todos os resíduos sólidos gerados (Ângulo et al, 2003). Com esta
produção elevada de entulho faz-se necessário um destino a esse material, tendo a construção
civil como o principal objeto de reaproveitamento, já que este é responsável por boa parte da
produção dos resíduos gerados e apresenta potencial no uso em argamassa, concreto sem
função estrutural e camadas do pavimento.
A grande geração de resíduos sólidos não é uma problemática apenas de países em
desenvolvimento, pois na comunidade européia gera-se aproximadamente 2,16 milhões de
toneladas por ano, destacando-se alguns países de maior produção como Holanda que gera
1.000 kg/ano/pessoa (Motta et al, 2004), Alemanha e Bélgica que passam de 3.000 kg/ano/pessoa
(John e Agopyan, 2000; Cho and Yeo, 2003).
A geração média nas cidades brasileiras é de 500 kg/ano/pessoa (Motta et al, 2004), porém, de
acordo com a Prefeitura de João Pessoa, a produção diária é da ordem de 70 toneladas, o que
resulta algo em torno de 37 kg/ano/pessoa (PMJP, 2007). Contudo, esse número deve ser bem
maior, pois na estimativa não são considerados os depósitos clandestinos em vias urbanas,
cursos d´água ou terrenos baldios.
No âmbito da reciclagem dos resíduos da construção civil, países como Holanda, Bélgica e
Dinamarca reciclam em torno de 90% do entulho, além de importar matéria prima de outros países
para uso em obras de construção civil (Fernandes e Motta, 2005). Acontece que os países citados
estão acima da média da Europa, que reciclam 28% de todos os resíduos produzidos (Fernandes
e Motta, 2003).
No Brasil, apesar dos 20 anos de descobrimento da técnica de reciclagem, o reaproveitamento
não chega a 5% dos resíduos sólidos gerados (Fernandes e Motta, 2005). Em João Pessoa não
se tem dados exatos do reaproveitamento dos resíduos produzidos, sabe-se que recicla este
material para utilização na construção de pavimentos e casas populares, porém um limite existe
de reciclagem, visto que a capacidade da usina de João Pessoa é de reciclar 160 toneladas por
dia (PMJP, 2007), que se aproxima ao dobro da produção diária do município.
Para reciclagem do entulho e emprego na construção civil, é preciso que o material passe por um
beneficiamento, que após este processamento se torna o agregado reciclado. Este material tem
bom potencial para uso na construção civil e seu uso representa uma redução dos impactos
ambientais causados pela construção civil, já que esta retira em torno de 20% a 50% dos recursos
naturais (Lima, 2005). Essa elevada retirada de material aciona uma procura por novas jazidas
minerais, estas cada vez mais difíceis de serem exploradas, devido à escassez dos recursos
naturais e maior severidade dos órgãos ambientais na concessão de licenciamentos.
A ausência de materiais nas proximidades dos centros urbanos acarreta na instalação de jazidas
cada vez mais distantes, aumentando o custo no transporte do material ao seu destino. Além dos
problemas de custos, a instalação de novas jazidas acarreta impactos ambientais como poeira,
poluição sonora, geração de tráfego, assoreamento dos rios, poluição visual (John e Agopyan,
2000) e reduzem a vida útil de aterros sanitários.
O agregado reciclado apresenta menor custo de transporte do que o agregado obtido de jazidas,
por estar distribuído pela cidade. Para se ter uma idéia, o uso do agregado reciclado reduziu em
18% os custos com pavimentação na cidade de São Paulo (Motta, 2005). Com a redução do custo

   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013                391
provavelmente mais ruas podem ser pavimentadas e consequentemente isto é uma melhoria na
infra-estrutura da cidade.
Para possibilitar o uso do agregado reciclado, deve-se verificar os requisitos e procedimentos
estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta descreve as
características físicas e mecânicas necessárias para um determinado fim, tendo a NBR 15116/04
relacionada aos requisitos do agregado reciclado para uso em camadas do pavimento, onde os
parâmetros para aplicação em camadas de sub-base podem ser observados na Tab. 1.


Tabela 1 - Requisitos estabelecidos para uso do agregado reciclado em sub-base. Fonte: NBR
15116 (ABNT, 2004).

                    Propriedades                              Agregado reciclado Classe A
                                                              Graúdo                   Miúdo
                                                           Não uniforme e bem graduado com
             Composição granulométrica
                                                           coeficiente de uniformidade Cu >10
          Dimensão máxima característica                                ≤ 63,5 mm


  Teor de material passante na peneira de 0,42 mm                   Entre 10% e 40%
                           Materiais não minerais de
                                                                            2
Contaminantes: teores       mesmas características
máximos em relação a
                           Materiais não minerais de
 massa do agregado                                                          3
                            características distintas
    reciclado, %
                                     Sulfato                                2
                                 ISC (CBR), %                              ≥20
Capacidade de suporte
                                   Expansão, %                             ≤1,0
  e expansibilidade
                           Energia de compactação                      Intermediária


O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade técnica, por ensaios físicos e mecânicos, do
agregado reciclado obtido da usina de reciclagem de João Pessoa, no intuito da aplicação do
agregado em camadas de sub-base de pavimentos urbanos.


2. METODOLOGIA
O material utilizado nesse estudo é oriundo da usina de reciclagem de João Pessoa (como mostra
a Figura 1), onde foram coletadas amostras para avaliação de características físicas e mecânicas,
de modo que fosse possível analisar a viabilidade em camadas do pavimento.




   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013                  392
Figura 1 - Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos de Construção Civil na cidade de João
Pessoa. Foto: acervo dos autores


O material obtido da usina é definido como agregado reciclado, em virtude do mesmo ter passado
pelo processo de beneficiamento. A Figura 2 mostra o agregado reciclado usado neste estudo.




Figura 2 – Amostras de agregado reciclado obtido da usina de reciclagem de João Pessoa. Foto:
acervo dos autores


2.1. Composição do material
Do material obtido na usina de reciclagem, uma amostra representativa foi extraída e a
composição da mesma foi determinada, através de separação manual e visual. Os procedimentos
adotados foram os estabelecidos pela NBR 15116 (ABNT, 2004).
2.2. Caracterização física
Para determinar estas características, realizaram-se os ensaios exigidos pela NBR 15116 (ABNT,
2004):
   • Análise granulométrica, de acordo com a NBR 7181 (ABNT, 1984), para determinação da
     graduação do material, observando sua uniformidade, e percentual em peneira ou entre
     peneiras.


   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013              393
• Abrasão Los Angeles como prescreve a NBR NM 51(ABNT, 2001), porém este ensaio não
        é requisito da norma.
      •     Índice de forma como recomenda a NBR 7809 (ABNT, 1983), para verificar a forma dos
            grãos, já que grãos lamelares apresentam facilidade de quebra, logo uma grande
            quantidade destes grãos pode prejudicar a resistência da camada do pavimento.
2.3. Caracterização mecânica
Através do ensaio de compactação descrito na NBR 7182 (ABNT, 1984) foi possível determinar a
massa específica seca máxima e umidade ótima, parâmetros necessários ao ensaio de Índice
Suporte Califórnia, que fornece a capacidade de suporte, de acordo com a NBR 9895 (ABNT,
1987).
2.4. Análise estatística
Como o agregado reciclado é oriundo de obras distintas, o mesmo se torna um material bastante
heterogêneo, desse modo foram usadas cinco amostras para cada ensaio realizado e um
procedimento estatístico foi utilizado na análise, de maneira que os resultados obtidos fossem
representativos. Para isso, a especificação 282 (DNER, 1997) foi usada, a qual define expressões
para cálculo de média, desvio padrão, valores máximo e mínimo estatisticamente provável. As
expressões estão descritas a seguir:


           n

 __       ∑ Xi
 X=       i =1
                                                                                           (1)
               n
               __
    ( X − Xi ) 2
 s=                                                                                        (2)
       n −1
            __
Xmín = X − Ks                                                                              (3)
               __
Xmáx = X + Ks                                                                              (4)


Em que:
Xi = valores individuais;
__
X = média da amostra;
s = desvio padrão da amostra;
K = coeficiente tabelado em função do tamanho da amostra;
n = tamanho da amostra;
Xmín = Valor mínimo provável estatisticamente;
Xmáx = Valor máximo provável estatisticamente.



      Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013             394
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para obtenção da composição foi realizada a triagem da amostra e esta separada como concreto
e argamassa, materiais cerâmicos, brita, outros minerais e impurezas onde cada percentual pode
ser observado Figura 3.

                             0,78%
                          7,03%
                    11,51%
                                                               Material cerâmico
                                               38,35%
                                                               Concreto ou argamassa
                                                               Brita
                                                               Outros minerais
                                                               Impurezas

                      42,33%




                       Figura 3 – Composição gravimétrica das amostras.


De acordo com a Figura 3, constata-se que o agregado reciclado se enquadra como agregado de
resíduo misto, devido sua composição conter quantidade de concreto e argamassa inferior a 90%
da composição do material, segundo estabelece a norma NBR 15116 (ABNT, 2004). O agregado
reciclado estudado possui uma composição balanceada, apresentando um percentual de
materiais cerâmicos com valor próximo ao percentual de concreto ou argamassa.
Os materiais contaminantes não chegam a 1%, atendendo a este requisito, já que o exigido por
norma é de 2% para materiais de mesmas características e 3% para materiais de características
distintas.
3.1. Índice de forma (if) e Abrasão Los Angeles
Com o intuito de verificar o exigido por norma e observar quão lamelar eram os grãos que
compõem o material, foi realizado o ensaio para o material e verificou-se índice de forma de 3,32,
que está acima do máximo de 3 estabelecido por norma. Porém, ao observar a forma do material
após compactação, verificou-se uma redução no valor para índice de forma, o valor reduziu para
2,32, mostrando que após a compactação o material se enquadraria. Entretanto o ensaio é
realizado antes da compactação, logo o material não atende a este requisito.
Quanto à Abrasão Los Angeles, a NBR 15116 não menciona este parâmetro como requisito,
porém, o DNIT utiliza este parâmetro como um dos requisitos para uso de materiais em camadas
do pavimento. O valor encontrado foi de 65%, sendo o mesmo considerado alto.


3.2. Granulometria do material
No intuito de observar os requisitos da norma como coeficiente de uniformidade, material
passante na peneira de 0,42 mm e dimensão máxima característica, foram realizados 5 ensaios
   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013                  395
de granulometria, além da realização de análise estatística com média, desvio padrão, valores
máximo e mínimo prováveis estatisticamente.
A dimensão máxima característica foi verificada no material, como pode ser visto na Tabela 2,
encontrando uma máxima dimensão de 19,1 mm, que é a peneira onde fica retido do material ou
valor imediatamente inferior, sendo o valor encontrado inferior aos 63,5 mm exigidos.
O material passante na peneira de 0,42 mm deve estar dentro do intervalo de 10% a 40%,
portanto o valor máximo encontrado de 42,9%, obtido através da analise estatística, não atendeu
o prescrito na norma, por apresentar o valor máximo acima dos 40%, porém o valor mínimo de
36,2% está bem acima do limite de 10% estabelecido.
                             Tabela 2 – Percentual passante em cada peneira.
                                                                                __
    Peneiras        amostra 1 amostra 2    amostra 3   amostra 4   amostra 5          s     Xmín   Xmáx
                                                                                X
1 1/2''l 38,1mm      100,0        100,0      100,0      100,0       100,0      100,0 0,0 100,0 100,0
  1''     25,4mm     100,0        100,0      98,9       100,0       100,0      99,8   0,9   99,1   100,0
 3/4''       19,1     96,3        94,5       97,6        95,9        98,2      96,5   2,9   94,3   98,7
 3/8''       9,5      85,8        79,7       84,4        84,8        85,7      84,1   5,0   80,2   87,9
 Nº 4        4,8      74,0        68,3       72,0        73,7        74,1      72,4   4,9   68,7   76,2
Nº 10        2,0      63,1        59,5       62,8        61,4        60,1      61,4   3,2   58,9   63,9
  16         1,20     58,5        53,1       55,0        57,0        55,3      55,8   4,1   52,6   59,0
  30         0,60     51,0        45,5       47,4        50,7        48,5      48,6   4,6   45,0   52,2
  40         0,42     40,4        36,8       38,2        42,4        39,7      39,5   4,3   36,2   42,9
  50         0,30     27,2        25,0       27,9        27,9        26,9      27,0   2,4   25,1   28,8
 100         0,15     12,5        12,0       13,7        13,7        12,8      12,9   1,5   11,8   14,1
 200        0,074     6,8          7,3        8,3         7,1         7,3       7,4   1,1   6,5     8,2


O coeficiente de uniformidade (Cu) é função dos diâmetros que correspondem a 10% e 60% que
passam. O cálculo foi feito pela Equação 5 e o resumo dos resultados obtidos podem ser
visualizados na Tabela 3, que mostra que o agregado reciclado atende a este requisito, já que
ultrapassou o valor mínimo estabelecido, da ordem de 10.
         d 60%
Cu =                                                                                               (5)
         d10%
Onde temos:
d60% = diâmetro onde passa 60% do material
d10% = diâmetro onde passa 10% do material




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Tabela 3 – Valores do coeficiente de uniformidade.

                              Cu médio    Cu mínimo         Cu máximo
                                16,02        11,83            20,22


3.3. Curvas de compactação do material
Para a realização do ensaio de compactação, a norma estabelece que a energia aplicada seja a
intermediária. Dessa forma, foram realizados os ensaios em cinco amostras com a energia
intermediária e obtidas as curvas de compactação. Dos resultados obtidos foi feita uma análise
estatística, da qual foram obtidos, como parâmetros para o Índice de Suporte Califórnia, os
valores médios da umidade ótima (hot) e massa especifica seca máxima (γs,max), 14,3% e 1.818
kg/m3, respectivamente.
3.4. Índice Suporte Califórnia e expansão
Com os valores de umidade ótima (hot) e massa especifica seca máxima (γs,max) foram moldados
corpos de prova, em energia intermediária, para a realização dos ensaios de Índice Suporte
Califórnia (ISC). Esse ensaio fornece, ainda, a expansibilidade do material, que é especificada na
norma.
De acordo com os valores obtidos nos ensaios e ilustrados na Tabela 4, o material tem
capacidade técnica para aplicação na camada de sub-base, já que apresenta ISC mínimo superior
aos 20% exigidos e a expansão máxima obtida é inferior a 1%.


                      Tabela 4 – Resultados do ensaio de ISC e expansão.
                                            __
                                           X          s       Xmín      Xmáx

                           ISC (%)        40,8       9,0      26,8      54,8
                        Expansão (%)      0,23       0,12     0,04      0,42



4. CONCLUSÃO
O agregado reciclado coletado na usina de reciclagem da cidade de João Pessoa apresenta boas
condições técnicas para aplicação em camada de sub-base de pavimentos urbanos, pois
apresentou viabilidade técnica na maioria dos requisitos exigidos: ensaios de composição
granulométrica, dimensão máxima característica e Índice Suporte Califórnia. Entretanto, não
atendeu aos requisitos relacionados à porcentagem passante na peneira 0,42 mm e índice de
forma, mas com a adoção de soluções simples, o material atenderá a todos os requisitos
estabelecidos na norma.
Ainda é importante enfatizar que esses ensaios e análises devem ser feitos de forma corriqueira,
visto que os agregados reciclados são bastante heterogêneos, com características que podem
variar em função do tipo de obra, materiais de construção usados ou do período do ano.
A partir dos resultados aqui obtidos, recomenda-se o uso de agregado reciclado em camadas de
pavimentos na cidade de João Pessoa, em função de suas características técnicas, custo inferior

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ao do agregado convencional e, principalmente, pela redução de impactos ambientais e aumento
da vida útil do aterro sanitário.



5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Diretoria da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (EMLUR),
da Prefeitura Municipal de João Pessoa, por disponibilizar amostras de agregado reciclado da
Usina de Reciclagem, sem os quais não seria possível a realização desse trabalho.



6. BIBLIOGRAFIA
ABNT (1983) – NBR 7809 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do
paquímetro. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (1984) – NBR 7181 – Solo – Análise Granulométrica. Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (1984) – NBR 7182 – Solo – Ensaio de Compactação. Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (1987) – NBR 9895 – Solo – Índice suporte Califórnia. . Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (2001) – NBR NM 51 – Agregado graúdo – Ensaio de Abrasão “Los Angeles” Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (2004) – NBR 15116 Agregados Reciclados de Construção Civil – Utilização em
Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos. Associação Brasileira
de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.
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Variability and Recycling in Brazil. Sustanaible Buildings 2002.3., Oslo. 2002. Anais. Oslo
IISBE/GBC.2002.
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Pavement. In: TRB 86th Annual Meeting. Proceedings (cd-rom). Transportation Research Board.
Washington. 2003. 24 p.
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Rodagem. Rio de Janeiro.
Fernandes, C. G.; Motta, L.M.G. (2003). Utilização de resíduo sólido da construção civil em
pavimentação urbana. Anais. 12ª Reunião Anual de Pavimentação. Aracaju.
Fernandes, C. G.; Motta, L.M.G. (2005). Caracterização de Agregados Reciclados de Resíduos de
Construção Civil. Anais do XIX Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. ANPET, Recife,
p. 1351-1361.
John, V. M.; Agopyan V. (2000). Reciclagem de resíduos da construção, Seminário – Reciclagem
de Resíduos Sólidos Domiciliares.
Lima, R. S.; (2005). Aproveitamento de Resíduos de Construção na Fabricação de Argamassas.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa.

   Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013             398
Motta, R. S., Bernucci L. L. B., Moura E. (2004). Aplicação de Agregado Reciclado de Resíduo
Sólido da Construção Civil em Camadas de Pavimentos. Anais do XVIII Congresso de Pesquisa e
Ensino em Transporte. ANPET, Florianópolis, p. 259-269.
Motta, R. S. (2005). Estudo Laboratorial de Agregado Reciclado de Resíduo Sólido da Construção
Civil Para Aplicação em Pavimentação de Baixo Volume de Tráfego. Dissertação (Mestrado).
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo.
Nunes, M. C. M., M. G. Bridges and A. R. Dawson (1996). Assessment of secondary materials for
pavement construction: technical and environmental aspects. Waste Management, Vol. 16, nos 1-
3, pp. 87-96.
PMPJ (2007). Notícias: Usina reciclará 20 toneladas por hora de sobras de obras. Prefeitura
Municipal     de     João      Pessoa,       Secretaria    de     Comunicação       Social.
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/?n=6963. (Acesso em 29/08/2007).




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  • 1. USO DE AGREGADOS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA PAVIMENTAÇÃO URBANA EM JOÃO PESSOA Nóbrega, Renan Dantas da (1); Melo, Ricardo Almeida de (2) (1) Aluno de graduação, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, UFPB, Brasil (renandantas@click21.com.br) (2) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, UFPB, Brasil (ricardo@ct.ufpb.br) RESUMO Os resíduos sólidos oriundos da construção civil e da demolição (RCD) de edifícios geram problemas ambientais, como deposição em terrenos baldios, assoreamento de rios e proliferação de pragas e doenças. Também, esses resíduos esgotam a capacidade e reduzem a vida útil de aterros sanitários. Com o intuito de contribuir com a redução dos impactos ambientais, este estudo teve como objetivo a caracterização física e mecânica de agregados reciclados de RCD proveniente da usina de reciclagem de João Pessoa, com vistas à aplicação em camadas de pavimentos. Para analisar os agregados, ensaios de composição granulométrica, dimensão máxima característica, porcentagem passante na peneira 0,42 mm, Índice Suporte Califórnia (ISC), abrasão Los Angeles e índice de forma foram realizados, segundo as especificações da ABNT e DNIT. Com relação à granulometria e ISC, os resultados mostram que os agregados reciclados têm potencial uso em camada de sub-base. Entretanto, as amostras não atenderam aos requisitos de porcentagem passante na peneira 0,42 mm e índice de forma, mas a adoção de soluções simples permite o enquadramento nas especificações. A utilização de agregados reciclados em pavimentação pode contribuir para minimizar os impactos ambientais e reduzir os custos de pavimentação de vias urbanas da cidade de João Pessoa. Palavras-chave: pavimento, sub-base, resíduo, construção civil, meio ambiente. ABSTRACT The wastes of construction/demolition industry can produce many environmental impacts, like deposition in abandoned lands, sedimentation of rivers and proliferation of plagues and illnesses. Also, the wastes exhaust capacity of sanitary landfills and reduce the life cycle of them. To contribute for decreasing of environmental impacts, the objective of this work was to characterize the physical and mechanical properties of the recycled aggregates by civil construction wastes recycling plant in João Pessoa, for application on pavement layers. To analyze the recycled aggregates, tests of particle size distribution, maximum characteristic dimension, percentage through sieve of 0.42 mm, California Bearing Ratio (CBR), Los Angeles abrasion and flat and elongated particles were made, accordingly of ABNT and DNIT specifications. The results obtained from particle size distribution and CBR have shown the recycled aggregates can be used on sub- base of urban pavement. Although, the results from percentage through sieves of 0.42 mm and flat and elongated particles have failed, but if simple solutions will be adopted, the material can be applicated to pavement. The use of recycled aggregates can contribute to decrease environmental impacts and the paving costs of urban streets of the city of João Pessoa. Key-words: pavement, sub-base, waste, civil construction, environment. Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 390
  • 2. 1. INTRODUÇÃO Pesquisas no âmbito de reciclagem dos resíduos sólidos de construção e demolição, conhecidos popularmente como entulho, têm sido realizadas no Brasil e em diversos países, devido a sua intensa geração em centros de grande e médio portes, que se estima uma produção de aproximadamente 50% de todos os resíduos sólidos gerados (Ângulo et al, 2003). Com esta produção elevada de entulho faz-se necessário um destino a esse material, tendo a construção civil como o principal objeto de reaproveitamento, já que este é responsável por boa parte da produção dos resíduos gerados e apresenta potencial no uso em argamassa, concreto sem função estrutural e camadas do pavimento. A grande geração de resíduos sólidos não é uma problemática apenas de países em desenvolvimento, pois na comunidade européia gera-se aproximadamente 2,16 milhões de toneladas por ano, destacando-se alguns países de maior produção como Holanda que gera 1.000 kg/ano/pessoa (Motta et al, 2004), Alemanha e Bélgica que passam de 3.000 kg/ano/pessoa (John e Agopyan, 2000; Cho and Yeo, 2003). A geração média nas cidades brasileiras é de 500 kg/ano/pessoa (Motta et al, 2004), porém, de acordo com a Prefeitura de João Pessoa, a produção diária é da ordem de 70 toneladas, o que resulta algo em torno de 37 kg/ano/pessoa (PMJP, 2007). Contudo, esse número deve ser bem maior, pois na estimativa não são considerados os depósitos clandestinos em vias urbanas, cursos d´água ou terrenos baldios. No âmbito da reciclagem dos resíduos da construção civil, países como Holanda, Bélgica e Dinamarca reciclam em torno de 90% do entulho, além de importar matéria prima de outros países para uso em obras de construção civil (Fernandes e Motta, 2005). Acontece que os países citados estão acima da média da Europa, que reciclam 28% de todos os resíduos produzidos (Fernandes e Motta, 2003). No Brasil, apesar dos 20 anos de descobrimento da técnica de reciclagem, o reaproveitamento não chega a 5% dos resíduos sólidos gerados (Fernandes e Motta, 2005). Em João Pessoa não se tem dados exatos do reaproveitamento dos resíduos produzidos, sabe-se que recicla este material para utilização na construção de pavimentos e casas populares, porém um limite existe de reciclagem, visto que a capacidade da usina de João Pessoa é de reciclar 160 toneladas por dia (PMJP, 2007), que se aproxima ao dobro da produção diária do município. Para reciclagem do entulho e emprego na construção civil, é preciso que o material passe por um beneficiamento, que após este processamento se torna o agregado reciclado. Este material tem bom potencial para uso na construção civil e seu uso representa uma redução dos impactos ambientais causados pela construção civil, já que esta retira em torno de 20% a 50% dos recursos naturais (Lima, 2005). Essa elevada retirada de material aciona uma procura por novas jazidas minerais, estas cada vez mais difíceis de serem exploradas, devido à escassez dos recursos naturais e maior severidade dos órgãos ambientais na concessão de licenciamentos. A ausência de materiais nas proximidades dos centros urbanos acarreta na instalação de jazidas cada vez mais distantes, aumentando o custo no transporte do material ao seu destino. Além dos problemas de custos, a instalação de novas jazidas acarreta impactos ambientais como poeira, poluição sonora, geração de tráfego, assoreamento dos rios, poluição visual (John e Agopyan, 2000) e reduzem a vida útil de aterros sanitários. O agregado reciclado apresenta menor custo de transporte do que o agregado obtido de jazidas, por estar distribuído pela cidade. Para se ter uma idéia, o uso do agregado reciclado reduziu em 18% os custos com pavimentação na cidade de São Paulo (Motta, 2005). Com a redução do custo Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 391
  • 3. provavelmente mais ruas podem ser pavimentadas e consequentemente isto é uma melhoria na infra-estrutura da cidade. Para possibilitar o uso do agregado reciclado, deve-se verificar os requisitos e procedimentos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta descreve as características físicas e mecânicas necessárias para um determinado fim, tendo a NBR 15116/04 relacionada aos requisitos do agregado reciclado para uso em camadas do pavimento, onde os parâmetros para aplicação em camadas de sub-base podem ser observados na Tab. 1. Tabela 1 - Requisitos estabelecidos para uso do agregado reciclado em sub-base. Fonte: NBR 15116 (ABNT, 2004). Propriedades Agregado reciclado Classe A Graúdo Miúdo Não uniforme e bem graduado com Composição granulométrica coeficiente de uniformidade Cu >10 Dimensão máxima característica ≤ 63,5 mm Teor de material passante na peneira de 0,42 mm Entre 10% e 40% Materiais não minerais de 2 Contaminantes: teores mesmas características máximos em relação a Materiais não minerais de massa do agregado 3 características distintas reciclado, % Sulfato 2 ISC (CBR), % ≥20 Capacidade de suporte Expansão, % ≤1,0 e expansibilidade Energia de compactação Intermediária O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade técnica, por ensaios físicos e mecânicos, do agregado reciclado obtido da usina de reciclagem de João Pessoa, no intuito da aplicação do agregado em camadas de sub-base de pavimentos urbanos. 2. METODOLOGIA O material utilizado nesse estudo é oriundo da usina de reciclagem de João Pessoa (como mostra a Figura 1), onde foram coletadas amostras para avaliação de características físicas e mecânicas, de modo que fosse possível analisar a viabilidade em camadas do pavimento. Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 392
  • 4. Figura 1 - Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos de Construção Civil na cidade de João Pessoa. Foto: acervo dos autores O material obtido da usina é definido como agregado reciclado, em virtude do mesmo ter passado pelo processo de beneficiamento. A Figura 2 mostra o agregado reciclado usado neste estudo. Figura 2 – Amostras de agregado reciclado obtido da usina de reciclagem de João Pessoa. Foto: acervo dos autores 2.1. Composição do material Do material obtido na usina de reciclagem, uma amostra representativa foi extraída e a composição da mesma foi determinada, através de separação manual e visual. Os procedimentos adotados foram os estabelecidos pela NBR 15116 (ABNT, 2004). 2.2. Caracterização física Para determinar estas características, realizaram-se os ensaios exigidos pela NBR 15116 (ABNT, 2004): • Análise granulométrica, de acordo com a NBR 7181 (ABNT, 1984), para determinação da graduação do material, observando sua uniformidade, e percentual em peneira ou entre peneiras. Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 393
  • 5. • Abrasão Los Angeles como prescreve a NBR NM 51(ABNT, 2001), porém este ensaio não é requisito da norma. • Índice de forma como recomenda a NBR 7809 (ABNT, 1983), para verificar a forma dos grãos, já que grãos lamelares apresentam facilidade de quebra, logo uma grande quantidade destes grãos pode prejudicar a resistência da camada do pavimento. 2.3. Caracterização mecânica Através do ensaio de compactação descrito na NBR 7182 (ABNT, 1984) foi possível determinar a massa específica seca máxima e umidade ótima, parâmetros necessários ao ensaio de Índice Suporte Califórnia, que fornece a capacidade de suporte, de acordo com a NBR 9895 (ABNT, 1987). 2.4. Análise estatística Como o agregado reciclado é oriundo de obras distintas, o mesmo se torna um material bastante heterogêneo, desse modo foram usadas cinco amostras para cada ensaio realizado e um procedimento estatístico foi utilizado na análise, de maneira que os resultados obtidos fossem representativos. Para isso, a especificação 282 (DNER, 1997) foi usada, a qual define expressões para cálculo de média, desvio padrão, valores máximo e mínimo estatisticamente provável. As expressões estão descritas a seguir: n __ ∑ Xi X= i =1 (1) n __ ( X − Xi ) 2 s= (2) n −1 __ Xmín = X − Ks (3) __ Xmáx = X + Ks (4) Em que: Xi = valores individuais; __ X = média da amostra; s = desvio padrão da amostra; K = coeficiente tabelado em função do tamanho da amostra; n = tamanho da amostra; Xmín = Valor mínimo provável estatisticamente; Xmáx = Valor máximo provável estatisticamente. Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 394
  • 6. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para obtenção da composição foi realizada a triagem da amostra e esta separada como concreto e argamassa, materiais cerâmicos, brita, outros minerais e impurezas onde cada percentual pode ser observado Figura 3. 0,78% 7,03% 11,51% Material cerâmico 38,35% Concreto ou argamassa Brita Outros minerais Impurezas 42,33% Figura 3 – Composição gravimétrica das amostras. De acordo com a Figura 3, constata-se que o agregado reciclado se enquadra como agregado de resíduo misto, devido sua composição conter quantidade de concreto e argamassa inferior a 90% da composição do material, segundo estabelece a norma NBR 15116 (ABNT, 2004). O agregado reciclado estudado possui uma composição balanceada, apresentando um percentual de materiais cerâmicos com valor próximo ao percentual de concreto ou argamassa. Os materiais contaminantes não chegam a 1%, atendendo a este requisito, já que o exigido por norma é de 2% para materiais de mesmas características e 3% para materiais de características distintas. 3.1. Índice de forma (if) e Abrasão Los Angeles Com o intuito de verificar o exigido por norma e observar quão lamelar eram os grãos que compõem o material, foi realizado o ensaio para o material e verificou-se índice de forma de 3,32, que está acima do máximo de 3 estabelecido por norma. Porém, ao observar a forma do material após compactação, verificou-se uma redução no valor para índice de forma, o valor reduziu para 2,32, mostrando que após a compactação o material se enquadraria. Entretanto o ensaio é realizado antes da compactação, logo o material não atende a este requisito. Quanto à Abrasão Los Angeles, a NBR 15116 não menciona este parâmetro como requisito, porém, o DNIT utiliza este parâmetro como um dos requisitos para uso de materiais em camadas do pavimento. O valor encontrado foi de 65%, sendo o mesmo considerado alto. 3.2. Granulometria do material No intuito de observar os requisitos da norma como coeficiente de uniformidade, material passante na peneira de 0,42 mm e dimensão máxima característica, foram realizados 5 ensaios Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 395
  • 7. de granulometria, além da realização de análise estatística com média, desvio padrão, valores máximo e mínimo prováveis estatisticamente. A dimensão máxima característica foi verificada no material, como pode ser visto na Tabela 2, encontrando uma máxima dimensão de 19,1 mm, que é a peneira onde fica retido do material ou valor imediatamente inferior, sendo o valor encontrado inferior aos 63,5 mm exigidos. O material passante na peneira de 0,42 mm deve estar dentro do intervalo de 10% a 40%, portanto o valor máximo encontrado de 42,9%, obtido através da analise estatística, não atendeu o prescrito na norma, por apresentar o valor máximo acima dos 40%, porém o valor mínimo de 36,2% está bem acima do limite de 10% estabelecido. Tabela 2 – Percentual passante em cada peneira. __ Peneiras amostra 1 amostra 2 amostra 3 amostra 4 amostra 5 s Xmín Xmáx X 1 1/2''l 38,1mm 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 1'' 25,4mm 100,0 100,0 98,9 100,0 100,0 99,8 0,9 99,1 100,0 3/4'' 19,1 96,3 94,5 97,6 95,9 98,2 96,5 2,9 94,3 98,7 3/8'' 9,5 85,8 79,7 84,4 84,8 85,7 84,1 5,0 80,2 87,9 Nº 4 4,8 74,0 68,3 72,0 73,7 74,1 72,4 4,9 68,7 76,2 Nº 10 2,0 63,1 59,5 62,8 61,4 60,1 61,4 3,2 58,9 63,9 16 1,20 58,5 53,1 55,0 57,0 55,3 55,8 4,1 52,6 59,0 30 0,60 51,0 45,5 47,4 50,7 48,5 48,6 4,6 45,0 52,2 40 0,42 40,4 36,8 38,2 42,4 39,7 39,5 4,3 36,2 42,9 50 0,30 27,2 25,0 27,9 27,9 26,9 27,0 2,4 25,1 28,8 100 0,15 12,5 12,0 13,7 13,7 12,8 12,9 1,5 11,8 14,1 200 0,074 6,8 7,3 8,3 7,1 7,3 7,4 1,1 6,5 8,2 O coeficiente de uniformidade (Cu) é função dos diâmetros que correspondem a 10% e 60% que passam. O cálculo foi feito pela Equação 5 e o resumo dos resultados obtidos podem ser visualizados na Tabela 3, que mostra que o agregado reciclado atende a este requisito, já que ultrapassou o valor mínimo estabelecido, da ordem de 10. d 60% Cu = (5) d10% Onde temos: d60% = diâmetro onde passa 60% do material d10% = diâmetro onde passa 10% do material Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 396
  • 8. Tabela 3 – Valores do coeficiente de uniformidade. Cu médio Cu mínimo Cu máximo 16,02 11,83 20,22 3.3. Curvas de compactação do material Para a realização do ensaio de compactação, a norma estabelece que a energia aplicada seja a intermediária. Dessa forma, foram realizados os ensaios em cinco amostras com a energia intermediária e obtidas as curvas de compactação. Dos resultados obtidos foi feita uma análise estatística, da qual foram obtidos, como parâmetros para o Índice de Suporte Califórnia, os valores médios da umidade ótima (hot) e massa especifica seca máxima (γs,max), 14,3% e 1.818 kg/m3, respectivamente. 3.4. Índice Suporte Califórnia e expansão Com os valores de umidade ótima (hot) e massa especifica seca máxima (γs,max) foram moldados corpos de prova, em energia intermediária, para a realização dos ensaios de Índice Suporte Califórnia (ISC). Esse ensaio fornece, ainda, a expansibilidade do material, que é especificada na norma. De acordo com os valores obtidos nos ensaios e ilustrados na Tabela 4, o material tem capacidade técnica para aplicação na camada de sub-base, já que apresenta ISC mínimo superior aos 20% exigidos e a expansão máxima obtida é inferior a 1%. Tabela 4 – Resultados do ensaio de ISC e expansão. __ X s Xmín Xmáx ISC (%) 40,8 9,0 26,8 54,8 Expansão (%) 0,23 0,12 0,04 0,42 4. CONCLUSÃO O agregado reciclado coletado na usina de reciclagem da cidade de João Pessoa apresenta boas condições técnicas para aplicação em camada de sub-base de pavimentos urbanos, pois apresentou viabilidade técnica na maioria dos requisitos exigidos: ensaios de composição granulométrica, dimensão máxima característica e Índice Suporte Califórnia. Entretanto, não atendeu aos requisitos relacionados à porcentagem passante na peneira 0,42 mm e índice de forma, mas com a adoção de soluções simples, o material atenderá a todos os requisitos estabelecidos na norma. Ainda é importante enfatizar que esses ensaios e análises devem ser feitos de forma corriqueira, visto que os agregados reciclados são bastante heterogêneos, com características que podem variar em função do tipo de obra, materiais de construção usados ou do período do ano. A partir dos resultados aqui obtidos, recomenda-se o uso de agregado reciclado em camadas de pavimentos na cidade de João Pessoa, em função de suas características técnicas, custo inferior Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 397
  • 9. ao do agregado convencional e, principalmente, pela redução de impactos ambientais e aumento da vida útil do aterro sanitário. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Diretoria da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (EMLUR), da Prefeitura Municipal de João Pessoa, por disponibilizar amostras de agregado reciclado da Usina de Reciclagem, sem os quais não seria possível a realização desse trabalho. 6. BIBLIOGRAFIA ABNT (1983) – NBR 7809 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT (1984) – NBR 7181 – Solo – Análise Granulométrica. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT (1984) – NBR 7182 – Solo – Ensaio de Compactação. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT (1987) – NBR 9895 – Solo – Índice suporte Califórnia. . Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT (2001) – NBR NM 51 – Agregado graúdo – Ensaio de Abrasão “Los Angeles” Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. ABNT (2004) – NBR 15116 Agregados Reciclados de Construção Civil – Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro. Ângulo, S. C.; Miranda, L. F R.; John, V. M. (2003) Construction and Demolition Waste, Its Variability and Recycling in Brazil. Sustanaible Buildings 2002.3., Oslo. 2002. Anais. Oslo IISBE/GBC.2002. Cho, YH; Yeo, S. Application of Aggregate Recycled from Construction Waste to Highway Pavement. In: TRB 86th Annual Meeting. Proceedings (cd-rom). Transportation Research Board. Washington. 2003. 24 p. DNER (1997). ES 282 – Terraplenagem – Aterros. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Rio de Janeiro. Fernandes, C. G.; Motta, L.M.G. (2003). Utilização de resíduo sólido da construção civil em pavimentação urbana. Anais. 12ª Reunião Anual de Pavimentação. Aracaju. Fernandes, C. G.; Motta, L.M.G. (2005). Caracterização de Agregados Reciclados de Resíduos de Construção Civil. Anais do XIX Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. ANPET, Recife, p. 1351-1361. John, V. M.; Agopyan V. (2000). Reciclagem de resíduos da construção, Seminário – Reciclagem de Resíduos Sólidos Domiciliares. Lima, R. S.; (2005). Aproveitamento de Resíduos de Construção na Fabricação de Argamassas. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa. Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 398
  • 10. Motta, R. S., Bernucci L. L. B., Moura E. (2004). Aplicação de Agregado Reciclado de Resíduo Sólido da Construção Civil em Camadas de Pavimentos. Anais do XVIII Congresso de Pesquisa e Ensino em Transporte. ANPET, Florianópolis, p. 259-269. Motta, R. S. (2005). Estudo Laboratorial de Agregado Reciclado de Resíduo Sólido da Construção Civil Para Aplicação em Pavimentação de Baixo Volume de Tráfego. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. Nunes, M. C. M., M. G. Bridges and A. R. Dawson (1996). Assessment of secondary materials for pavement construction: technical and environmental aspects. Waste Management, Vol. 16, nos 1- 3, pp. 87-96. PMPJ (2007). Notícias: Usina reciclará 20 toneladas por hora de sobras de obras. Prefeitura Municipal de João Pessoa, Secretaria de Comunicação Social. http://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/?n=6963. (Acesso em 29/08/2007). Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos – ENARC2009 – U1-013 399