Alterações comportamento do doente com demencia CDB 20171214.pptx
1. O comportamento do
utente com demência
HÉLDE R LIMA
PAULA CAMPOS
CENTRO DE DIA DE BARCA
DEZEMBRO 2017
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BARCA - DEZEMBRO 2017
2. Sumário
• Demência
• Porque existem alterações no comportamento?
• Quais as alterações do comportamento mais comuns?
• O que fazer perante as alterações?
– Como ajudar?
– Como evitar?
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3. Demência
• Doença neurológica que causa um declínio progressivo no
funcionamento da pessoa.
• Surge de alterações que ocorrem no cérebro e que afetam a memória,
o humor e o comportamento.
• Tipos mais comuns:
– Alzheimer, vascular, mista e frontotemporal, Corpos de Lewy
• Sinais e sintomas: perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio,
competências sociais, alterações das reações emocionais normais e do
humor e alterações do comportamento.
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4. A Demência afeta as pessoas de diferentes maneiras.
Entender porque é que alguém está a comportar-se de
uma forma particular pode ajudá-lo a lidar com esse
comportamento.
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6. Porque existem alterações no comportamento?
• Devido à demência e também por mudanças no ambiente, na saúde ou por
medicamentos.
• Podem sinalizar necessidades básicas da pessoa que não estão a ser
satisfeitas (ex: fome, dor, aborrecimento, isolamento).
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7. • A pessoa com demência pode ter menor capacidade para:
– Reprimir um comportamento impulsivo ou primitivo (ex: comer tudo o
que lhe aparece à frente);
– Perceber se o comportamento é apropriado ou não (ex: perceber que
andar sem roupa pela rua não é adequado);
– Cessar o seu comportamento, mesmo que se aperceba que este
é desadequado.
Porque existem alterações no comportamento?
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8. • Uma pessoa que outrora foi meiga, afável, preocupada com os outros poderá
ter passado a ser agressiva (verbal e/ou fisicamente).
• É importante perceber que ter comportamentos desafiantes não é uma
escolha que a pessoa com demência faz de forma livre e consciente.
Porque existem alterações no comportamento?
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10. Alterações do comportamento mais comuns
• Agressividade
• Agitação e nervosismo
• Reações exaltadas
• Alucinações e delírios
• Deambulação/Fuga
• Sundowning
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11. • Perseguição (doente/prestador de cuidados)
• Comportamento desinibido
• Comportamento repetitivo
• Troca de lugar dos objetos
• Perturbações do Sono
Alterações do comportamento mais comuns
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12. O que são e o que fazer perante as
alterações do comportamento?
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13. Agressividade
• A agressão pode ser física (exemplo: bater) ou verbal (exemplo:
utilizar linguagem abusiva).
• É geralmente uma expressão de medo, raiva ou frustração.
• Normalmente dirigido ao cuidador.
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14. Agressividade
Como ajudar?
• Retirar-se da situação dando espaço à pessoa e, passado algum tempo,
reaproximar-se calmamente;
• Evitar ao máximo discutir, confrontar, ralhar e castigar;
• Utilizar um tom de voz calmo e suave;
• Abordar a pessoa devagar e de modo a que ela consiga vê-lo integralmente;
• Fechar portas pode evitar que a pessoa deambule.
Como evitar?
• A atividade e exercício podem ajudar a prevenir (ex. caminhadas);
• Verificar se está relacionado com algo que a pessoa deseja e antecipar as suas
necessidades;
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15. Agitação e nervosismo
• Traduzem estados de grande inquietação e irritabilidade.
• A pessoa anda de um lado para o outro ou mexe em tudo.
• Pode dever-se somente à demência e não depender de
acontecimentos específicos.
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16. Agitação e nervosismo
Como ajudar?
• Não aproximar para que não se sinta ameaçado;
• Manter a calma e falar baixo;
• Dar algo que mantenha as mãos ocupadas (lenço, terço, …);
• Dar ocupações úteis (pôr a mesa, dobrar roupa, …).
Como evitar?
• Manter ambiente calmo (sem ruído ou barulho excessivo);
• Eliminar bebidas com cafeína (chá, café, chocolate) e álcool;
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17. Reações exaltadas
• A demência pode provocar reações exageradas e repentinas como
gritar, chorar, desesperar ou recusar mexer-se.
• A pessoa pode também atirar coisas para o chão e reagir
exageradamente a incidentes sem importância.
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18. Reações exaltadas
Como ajudar?
• Manter a calma;
• Procurar acalmar e distrair a pessoa, ocupando-a com atividades;
• Consultar médico/enfermeiro se for violento.
Como evitar?
• Manter ambiente calmo e agradável;
• Estar atento a sinais de stresse.
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19. Alucinações e delírios
• Alucinação: algo que se ouve, vê, cheira ou sente e que não
existe. Geralmente é desagradável.
• Delírios: crença em algo de natureza persecutória e que não é
real.
• Por exemplo:
– Confundir uma sombra de algum objeto
– Pensar que as personagens da telenovela estão a falar consigo
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20. Alucinações e delírios
Como ajudar?
• Não questionar as crenças.
• Procurar dar explicações e transmitir segurança.
• Distrair a sua atenção.
• Consultar médico/enfermeiro.
Como evitar?
• Procurar eliminar eventuais causas (espelhos, cantos escuros, …).
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21. Deambulação/Fuga
• Andar às voltas, sair de casa.
• Podem perder-se.
• Raramente andam sem destino. No entanto, esquecem-se do que
iam fazer e não conseguem explicá-lo.
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22. Deambulação/Fuga
Como ajudar?
• Manter a calma;
• Evitar confrontos;
• Procurar distrair a pessoa;
• Chamar a polícia se necessário.
Como evitar?
• Manter ambiente estável e agradável;
• Pedir a ajuda de amigos e vizinhos;
• Assegurar-se de que anda com identificação.
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23. Sundowning
• Agitação ou inquietude no final da tarde e princípio da noite.
• Pode piorar após uma mudança ou alteração da rotina.
• A pessoa pode tornar-se mais exigente, confusa, insegura, perturbada,
impulsiva, desconfiada, desorientada e até ver, ouvir ou acreditar em coisas
que não são reais.
• A atenção e concentração podem tornar-se ainda mais limitadas
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24. Sundowning
Porque acontece?
• As pessoas com Demência cansam-se mais facilmente, podendo tornar-se mais
inquietas e difíceis de controlar .
• O sundowning pode relacionar-se com a falta de estimulação sensorial, depois
de escurecer.
• À noite, existem menos pistas no ambiente, devido às luzes apagadas e à
ausência de ruídos das atividades das rotinas diurnas.
• A pessoa pode estar com fome, desconfortável, com dor ou querer ir à casa de
banho e só conseguir expressá-lo através da inquietação.
• Pode também estar a tentar encontrar um ambiente que lhe seja familiar.
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25. Sundowning
Como ajudar?
• Manter a pessoa ativa durante a manhã e incentivar a descansar após o
almoço.
• Ao anoitecer, realizar atividades que sejam familiares e de que goste.
• Não conter fisicamente a pessoa. Permitir que passeie em sítios onde
esteja em segurança.
• Um animal de peluche, um animal de estimação, ouvir melodias
familiares ou realizar um passatempo favorito.
• Se o banho for perturbador, não realizá-lo ao fim do dia.
• As luzes de presença ou um rádio a tocar baixinho.
• Um leite morno, uma massagem nas costas ou uma música podem ter
um efeito calmante.
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26. Perseguição
• As pessoas com demência podem tornar-se muito apegadas e serem
uma sombra, seguindo inclusivamente à casa de banho.
• Estes comportamentos podem ser muito perturbadores e irritantes.
• Vêem, em quem perseguem, a estabilidade e segurança de que
precisam.
Como ajudar?
• Explicar que as suas ausências serão breves;
• Durante o período de ausência:
– Procurar alguém que apoie durante esse tempo;
– Planear e incentivar a sua ocupação e atividades de distração durante esse
período.
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27. Comportamento desinibido
• A demência pode afetar a parte do cérebro que controla as inibições.
• Exemplos:
– Observações indelicadas ou rudes:
– palavrões
– comentários indelicados
– perda de boas maneiras
– Comportamento atrevido:
– comentários de natureza sexual
– aparentar estar a tentar embaraçar alguém
– Despir-se
– Acariciar-se
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28. Como ajudar?
• Evitar mostrar aborrecimento;
• Tentar não reagir com violência;
• Parar o comportamento se for, de facto, necessário;
• Ajudar a compreender a situação e tentar que recupere a compostura;
• Aumentar o contacto físico (abraço, dar a mão);
• Tentar distrair e manter a pessoa ocupada com algo de que goste.
Como evitar?
• Procurar perceber a causa;
• Delicadamente mostrar que não está interessado e que a pessoa está a cometer um
erro;
Comportamento desinibido
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29. Comportamento repetitivo
• As pessoas com demência podem dizer ou perguntar as mesmas
coisas vezes sem conta.
• Por vezes repetem sucessivamente um comportamento/movimento.
• Não pretendem aborrecer-nos. Simplesmente esqueceram-se do que já
perguntaram/fizeram.
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30. Comportamento repetitivo
Como ajudar?
• Tentar responder;
• Escrever uma resposta e chamar a atenção para isso;
• Ignorar a pergunta;
• Se uma explicação não ajudar, distrair (caminhada, atividade lúdica);
• Os movimentos repetitivos podem ser reduzidos, dando à pessoa outra
coisa para fazer com as mãos, tal como uma bola macia para apertar ou
roupas para dobrar
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31. Trocar o lugar das coisas
• Podem colocar as coisas em lugares desadequados.
• Podem perder os seus objetos e não serem capazes de voltar atrás
no tempo para se lembrarem de quando ou onde o usaram.
• Às vezes, podem até acusar os outros de lhes roubar as suas
coisas.
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32. Trocar o lugar das coisas
Como ajudar?
• Acalmar e ajudar a procurar o objeto;
• Desvalorizar acusações.
Como evitar?
• Procurar saber onde costuma guardar as coisas;
• Fazer cópias de alguns objetos (chaves, documentos);
• Diminuir possíveis esconderijos;
• Verificar embalagens antes de deitar fora;
• Manter a pessoa ocupada.
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33. Perturbações do Sono
• As perturbações do sono são comuns:
– ciclo do sono invertido
– insónia/hipersónia
– incapacidade para distinguir o dia da noite
– necessidade de dormir menos por estar menos ativo
• Podem deambular pela casa durante a noite.
• É importante perceber qual a causa:
– Será o ambiente ? Será demência? Dos medicamentos utilizados? Ou por
outra doença?
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34. Perturbações do Sono
Como ajudar?
• Perceber a causa da perturbação do sono:
– Se a causa for médica ou fisiológica, consultar médico/enfermeiro
– Dor? ; Efeitos secundários de medicamentos (Diuréticos); Apneia do sono; infeção urinária,
etc.
– Se relacionada com o ambiente:
– Temperatura do quarto, iluminação (prejudica?), caminho para a casa de banho.
– Outras causas
– Ir para a cama cedo; café; fome; fazer pouco exercício; dormir durante o dia; etc…
• Se a pessoa deambular durante a noite, certificar que a casa é segura
• Utilizar fechos de segurança que a pessoa não consiga abrir;
• Remover objetos potencialmente perigosos;
• Luz de presença;
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35. Perturbações do sono
Como evitar?
• Evitar que durma durante o dia;
• Limitar consumo de bebidas estimulantes;
• Se tiver fome durante a noite, dar um pequeno lanche na altura de ir
para a cama;
• Não realizar tarefas que possam ser perturbadoras ao final da tarde;
• Experimentar fazer uma massagem nas costas antes de dormir ou
quando acorda;
• Orientar para o facto de ser noite.
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36. Em resumo…
Como ajudar? Como evitar?
• Medidas psicossociais e ambientais (não farmacológicas), combinadas ou não com
medicamentos.
• Olhar para as causas e pensar nas necessidades da pessoa.
• Ambiente tranquilo e familiar.
• Não levar o comportamento de forma pessoal.
• Não levantar a voz.
• Não castigar (não se lembra do acontecimento, não irá aprender com ele).
• Tentar não se sentir provocado ou envolver-se na discussão.
• Garantir que a pessoa está sempre confortável e segura.
• Recorrer ao enfermeiro/médico
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37. Lidar com a alteração dos comportamentos pode ser muito difícil e
frequentemente é uma questão de tentativa e erro.
A raiva e a agressividade são geralmente dirigidas contra os familiares e
cuidadores porque estes estão mais próximos.
O comportamento está fora do controlo da pessoa e esta pode ficar bastante
assustada por isso.
Lembre-se sempre que o comportamento não é deliberado.
A pessoa precisa de ser tranquilizada, mesmo que não aparente ter essa
necessidade.
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39. Para o cuidador
Tu, que cuidas, tornas-te especial por tudo!
Por tudo a que te responsabilizas,
Por tudo a que te dedicas,
Por tudo onde o teu amor depositas.
Por tudo isto, tornas-te mais especial ainda,
por ser através do teu cuidado que chegamos a quem cuidas!
Por seres assim tão importante, também de ti deves CUIDAR!
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42. Gratos pela vossa atenção!
UCC CASTELO DA MAIA
PROGRAMA SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA
Paula Campos
(Enfª Esp. Saúde Mental e Psiquiatria)
TLM—927995931
TLF—229867030
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