SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
Ano 2011/2012
Escola Superior de Tecnologia do Barreiro
RELATÓRIO DE VISITA À
OBRA
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO I
ENGENHARIA CIVIL - DIURNO
ANO LECTIVO 2011/2012
DOCENTES: Pedro Carvalho, Raquel Paula
Alunos:
André Teixeira nº1002
Inês Caeiro nº1388
Nelson Rebelo nº1424
Jéssica Rodrigues nº 1461
2
Índice
1. Introdução…………………………………………………………………….. pág. 3
2. Caracterização da Obra…………………………………………………….. pág. 4
3. Materiais, Equipamentos e Ferramentas………………………………... pág. 5
4. Lajes Maciças Vigadas……………………………………………………... pág. 6
5. Processo Construtivo………………………………………………………. pág. 7
5.1. Cofragem Laje……………………………………………………………. pág. 7
5.2. Colocação das Armaduras…………………………………………….. pág. 9
5.3. Betonagem……………………………………………………………….. pág. 11
5.4. Descofragem da Laje…………………………………………………… pág. 13
6. Conclusão……………………………………………………………………. pág. 14
7. Bibliografia…………………………………………………………………… pág. 15
3
1. Introdução
No âmbito da disciplina de Processos de Construção I, foi proposto aos alunos o
acompanhamento direto, de um de vários processos construtivos sugeridos. Posto isto,
torna-se necessário neste momento situar a obra, e consequentemente identificar o
processo construtivo a que o grupo se comprometeu a acompanhar no âmbito do
trabalho proposto.
Relativamente à obra propriamente dita, esta encontra-se localizada no Barreiro e trata-
se de uma moradia unifamiliar de um único piso (piso térreo) sendo a sua tipologia
baseada num modelo de estrutura porticada, ou seja, uma conceção estrutural onde os
elementos estruturais preponderantes são as lajes, vigas e finalmente os pilares.
Assim sendo, o processo construtivo que o grupo decidiu acompanhar e que vai ser o
tema base de todo este trabalho, está relacionado concretamente com a betonagem in
situ da laje da moradia descrita anteriormente. No entanto e como é óbvio, antes da
betonagem de uma laje ou outro elemento qualquer de betão armado, existem outras
fases que a antecedem e que têm de ser concluídas de modo a que possamos realizar a
betonagem e portanto, o objetivo do relatório passa por descrever o mais sucintamente
possível, todas as fases de execução da referida laje, no fundo, todo o processo
construtivo associado à construção da mesma.
Portanto, o relatório vai ser iniciado com uma breve introdução às lajes vigadas maciças,
caracterizando-se este tipo de elementos. Posteriormente, é abordado ao longo do
trabalho toda a sequência de procedimentos de execução da laje em obra, isto é, o
desenvolvimento do processo construtivo observado, desde a colocação da cofragem na
laje, a disposição das armaduras ao longo da mesma, a betonagem in situ e finalmente,
a cura e descofragem da laje.
O relatório é concluindo com uma apreciação relativamente ao que foi observado em
obra ou seja, é apresentado uma análise crítica tendo em conta o desenvolvimento do
processo construtivo acompanhado em obra.
4
2. Caracterização da Obra
Portanto, para concluir este capítulo relativo à obra e processo construtivo, a
caracterização da obra pode ser muito brevemente resumida tendo em conta os
seguintes dados:
o Identificação da Obra: Construção de Moradia Unifamiliar de 1 piso com anexo para
garagem e muro de vedação
o Localização: Rua Quinta do Castanheiro lote 80, Santo André - Barreiro
o Inicio de execução: 6 de Fevereiro de 2012
o Fim de execução: 5 de Fevereiro de 2013
o Dono de Obra: Vítor Fernando Tavares Pires
o Processo construtivo: Betonagem “in situ”
o Empreiteiro: Neosolution - Projectos e Construção, Lda
o Fiscalização: Arq. Filipe Costa Marques
o Valor empreitada:15.000,00 euros
Fig. 1 – Alvará da obra
5
3. Materiais, Equipamento e Ferramentas
 Varões de ferro - Classe: A 400 NR
 Betão C20/25 (Central de betão);
 Maquinaria para betonagem:
o Auto-bomba;
o Camião de transporte de betão;
o Trémie;
o Vibrador de agulha;
o Rodo
 Cofragem:
o Martelo;
o Contraplacado marítimo;
o Tábuas de solho;
o Vigas maciças em madeira;
o Prumos metálicos;
o Outros acessórios metálicos
 Ferramentas:
o Serra de Carpinteiro;
o Plaina Manual;
o Rebarbadora;
o Pé-de-cabra;
o Régua-de-nível;
o Esquadro;
o Serra elétrica;
o Martelo;
o Mesa de corte de madeira
Fig. 2 – Vibrador de agulha
Fig. 3 – Passagem do betão da
betoneira para o Auto-bomba
Fig. 4 – Equipamentos
Betonagem
6
4. Lajes Maciças Vigadas
As lajes são elementos em betão armado que constituem os pisos dos edifícios
correntes e outro tipo de estruturas. Relativamente à sua definição, as lajes
caracterizam-se por serem elementos em que duas das suas dimensões são claramente
superiores à outra, isto é a sua largura e comprimento são consideravelmente maiores
quanto à sua espessura; as cargas são aplicadas perpendicularmente ao seu plano
médio e finalmente, têm um comportamento bidimensional.
Na conceção de edifícios e outro tipo de estruturas, as lajes vigadas maciças são
porventura, a solução estrutural que é mais comum em adotar-se para a conceção dos
seus pisos sobrelevados, constituindo assim as já referidas estruturas porticadas. Esta
tipologia é caracterizada pelo facto da laje e vigas, funcionarem em conjunto, como se
tratasse de apenas um corpo rígido, onde relativamente à distribuição de esforços, as
lajes descarregam as cargas a que estão sujeitas nas vigas e estas, descarregam para
os pilares que as vão levar diretamente para o terreno, através das fundações.
Relativamente ao seu comportamento estrutural, a laje pode ter a tendência para
deformar numa única direção ou mesmo nas duas direções, facto que vai depender da
relação entre ambos os vãos, e que vai posteriormente condicionar a colocação das
armaduras. Nas lajes vigadas, os maiores esforços ocorrem, em geral, segundo o menor
vão mas no entanto, a direção mais esforçada também é condicionada pela rigidez dos
apoios, uma vez que quanto mais rígidos forem, maior carga tendem a receber.
Finalmente, têm ainda um comportamento bastante satisfatório relativamente às ações
horizontais, uma vez que a existência das vigas possibilita a dispensa da contribuição da
laje na resistência às ações horizontais, facto pelo qual em zonas de atividade sísmica
relevante, é recomendada a tipologia porticada.
Fig. 5 – Laje vigada armada
numa direção
Fig. 6 – Laje vigada armada
em duas direções
7
5. Fases do Processo Construtivo
5.1. Cofragem da Laje
De modo a que seja possível avançar com a execução da laje, é obviamente necessário
primeiro implementar os elementos estruturais que servem de apoio, os pilares e vigas e
portanto, concluída esta fase pode-se proceder finalmente à construção da laje,
iniciando-se portanto pela sua cofragem.
As cofragens são moldes para dar forma, garantir o confinamento do betão fluido até ao
seu endurecimento e conferir auto-sustentação, aos elementos de betão armado.
Existem diversos tipos de cofragem e a sua utilização varia relativamente ao contexto
económico, importância e características da obra mas no entanto, a todas devem ser
exigidas características tais como:
 Fácil betonagem e descofragem;
 Garantir a geometria definida;
 Definir a textura e qualidade da
superfície do betão;
 Resistir às tensões provocadas pelo
processo construtivo (Betonagem,
vibração e bombagem);
 Permitir uma correta vibração do betão;
 Garantir a estanqueidade;
 Na descofragem, garantir a integridade
do elemento estrutural.
Relativamente à cofragem utilizada na laje, optou-se pelas cofragens recuperáveis
tradicionais melhoradas, que são constituídas por elementos em madeira, elementos
metálicos e outros acessórios. É frequente a utilização da madeira pois é um material
muito acessível e barato; apresenta uma resistência considerável e é um material leve, o
que facilita o seu transporte em obra; permite peças com qualquer forma geométrica;
confere acabamentos satisfatórios nos elementos, etc. Porém, a cofragem em madeira
tem um senão de possibilitar um pequeno número de utilizações e necessitar de mão-
de-obra qualificada. Os elementos metálicos devido ao seu baixo preço, fácil
manuseamento e ao facto de acrescentarem qualidade à cofragem, são cada vez mais
conjugados com os elementos tradicionais em madeira. A estas cofragens foram
aplicados óleos descofrantes.
Fig. 7 – Cofragem de uma viga
8
Fig. 8 – Cofragem da laje
Posto isto, na cofragem da laje foi utilizado contraplacado marítimo, tábuas de solho e
vigas maciças em madeira para criar o piso a betonar, os prumos metálicos para se
efetuar o escoramento, e outros acessórios metálicos como os pranchões e castanhas
utilizados para agarrar as cofragens.
Assim sendo, relativamente às etapas de montagem da cofragem na laje, podemos
concluir o seguinte:
Num primeiro momento, é necessário decidir os locais onde serão colocados os prumos
e estando estes definidos, procede-se à sua colocação tendo em conta a altura
estabelecida.
Com os prumos inseridos, é possível colocar as vigas maciças em madeira apoiadas ao
longo do topo dos prumos, constituindo assim as vigas principais. Posteriormente
colocam-se outras vigas perpendicularmente às principais, que se encontram apoiadas
nestas últimas.
Finalmente, pode-se colocar as tábuas de solho ao longo de toda a malha definida pelas
vigas principais e secundárias que estão apoiadas nos prumos metálicos.
Posto isto, é necessário ligar todos estes elementos uns aos outros de modo a que
possamos ter um escoramento efetivo.
É de extrema importância assegurar um
escoramento efetivo uma vez que este
constitui o apoio da laje até que esta adquira
resistência autónoma, absorvendo durante o
seu processo construtivo, as cargas oriundas
de equipamentos, materiais, peso próprio,
etc. Assim sendo, os escoramentos devem
ter a resistência e a estabilidade necessária
para poderem suportar com segurança os
esforços atuantes. Para que as escoras
funcionem corretamente e para que não se
deformem por encurvamento, estabelecem-
se ligações rígidas entre si. As fundações das escoras são pontos críticos pelo que estas
são assentes em elementos horizontais (pequenas tábuas) de dimensão suficiente de
modo a distribuir as cargas uniformemente. O espaçamento entre escoras é também
muito importante pois quanto mais regulares forem, menores são os esforços e maior
será a dissipação dos mesmos.
Logo, colocada toda a cofragem na laje e consequentemente montado todo o
escoramento necessário para o suporte da mesma, e após procederem-se a algumas
verificações de segurança (por ex: a posição e verticalidade dos prumos, se estes estão
montados conforme o projecto, entre outras), pode-se avançar finalmente para a
colocação das armaduras na laje.
9
Fig. 9 – Armaduras
5.2. Colocação das Armaduras
Devido aos esforços atuantes na laje e ao facto de o betão não ter capacidade para
resistir à torção, torna-se necessário a colocação das designadas armaduras de flexão
ao longo da mesma. Como foi referido anteriormente, a disposição das armaduras
depende do modo como a laje tende a deformar e neste caso em concreto, a laje
funciona tanto numa direção como na outra e portanto, este aspeto obriga a que seja
necessário armar a laje em duas direções embora na verdade, as lajes são sempre
armadas em duas direções como vai ser explicado adiante, isto independentemente de
funcionarem em apenas um ou dois vãos.
Relativamente à sua
colocação, a laje vai estar
sujeita tanto a momentos
positivos como a momentos
negativos e portanto, a
colocação das armaduras
efetuou-se tanto na face
inferior como na face superior.
Nas secções sujeitas a
momento positivos como por
exemplo ao longo dos vãos
onde vamos ter valores
positivos máximos, procedeu-
se à colocação de armadura na
face inferior uma vez que esta vai estar sujeita a trações e portanto, sabendo que a
resistência do betão à tracção é considerada pouco relevante ou mesmo nula, torna-se
necessário reforçar esta secção da laje com varões de aço que têm um comportamento
bastante satisfatório quando sujeitos a esforços de tração. Nas secções sujeitas a
momentos negativos como zonas de encastramento (Pilares, continuidade, etc.) ou as
consolas, colocou-se a armadura desta vez na face superior pois é a secção que agora
se encontra tracionada, e pelo mesmo motivo referido anteriormente, é necessário
reforça-la com armadura. Por uma questão económica, sempre que possível efetuou-se
a dispensa de armaduras de modo a reduzir o mais possível o custo total da obra.
Um aspeto importante a referir é que a existência de armadura numa direção impõe a
colocação de armadura na direção perpendicular, a designada armadura de distribuição
que é sensivelmente 20% da armadura principal, isto devido ao efeito Poisson do Betão
e portanto, é sempre necessário garantir uma malha de armadura, facto pelo qual as
lajes acabam no fundo por serem sempre armadas em ambas as direções.
Assim sendo, para além das armaduras principais e secundárias, foram colocadas ainda
armaduras de bordo e armaduras de canto, pois são secções onde existem momentos
10
torsores de compatibilidade consideráveis e embora não ponham em causa o equilíbrio
do elemento, têm a tendência para originar fendilhação relevante nestas secções e por
este motivo, é necessário colocar este tipo de armaduras de modo a minimizar o mais
possível este fenómeno, embora a abertura de fendas em elementos de betão armado
seja inevitável.
É importante ainda referir que a laje não necessitou de armadura especifica de esforço
transverso como é normal ocorrer na maioria dos casos isto porque salvo raras
exceções, estes elementos nunca necessitam de armadura transversal uma vez que se
consegue garantir que a resistência do betão é só por si suficiente de modo a contrariar
os esforços de corte da laje e isto constitui uma grande vantagem relativamente ao
processo construtivo, uma vez que as lajes já não são elementos propriamente fáceis de
armar devido às suas reduzidas espessuras e as sucessivas camadas de armadura
necessárias a colocar e portanto, se houvesse necessidade da colocação de estribos na
laje, todo o processo seria mais lento e consequentemente de uma maior dificuldade de
execução.
Posto isto, e com todas as armaduras necessárias colocadas na laje, procede-se à
última fase onde é necessário fazer a ligação da laje aos restantes elementos
estruturais, através das armaduras de espera destes últimos, de modo a que seja
possível haver a transmissão de esforços entre a laje e vigas e pilares e após isto tudo,
pode-se então finalmente avançar com a betonagem da laje.
Relativamente aos aspetos a ter em conta durante a colocação das armaduras, há que
salvaguardar o recobrimento da laje que é fundamental na proteção das armaduras
tendo em conta a agressividade do meio ambiente e portanto, é muito importante adotar
os espaçadores necessários de modo a assegurar o recobrimento especificado em
projeto, neste caso em concreto, adotou-se recobrirmos de 2 cm
É ainda importante assegurar que as malhas de armadura, formem espaços
suficientemente grandes, de modo a que tenhamos uma vibração do betão o mais eficaz
possível e finalmente, é necessário garantir que as malhas de armadura sejam rígidas e
estáveis de modo a que não tenham deslocamentos indesejáveis durante a betonagem.
A ligação entre armaduras pode ser efetuada com arame ou soldadura por pontos.
Fig. 10 –
Armaduras
de uma viga
11
5.3. Betonagem
Betão
O betão é composto principalmente por uma mistura de cimento, areia, brita e água.
Quando armado com armaduras passivas, recebe o nome de betão armado, e quando
armado com armaduras ativas recebe o nome de betão pré-esforçado, no nosso caso, a
laje foi armada sem pré-esforço.
Antes da Betonagem
O betão deve ser especificado e produzido de acordo com a EN 206 e Especificações
LNEC. Na situação estudada, foi produzido numa central de betão pronto e
posteriormente transportado para a obra por um camião autobetoneira (o tempo do
transporte deve ser limitado nas situações correntes a 30-45min).
Antes do processo de betonagem deve-se realizar um estudo da composição do betão;
realizar o respetivo plano, o qual deve incluir a localização das juntas de betonagem e a
preparação de toda a logística para executar a mesma. As juntas de betonagem devem
ser localizadas em zonas de esforços reduzidos, sempre que possível. Preparar os
moldes e armaduras e verificar sua limpeza.
Betonagem da Laje
A betonagem apenas será realizada após concluídas todas as verificações de segurança
e desde que as condições climatéricas o permitam (se necessário a zona a betonar
deverá ser protegida contra a radiação solar, vento forte, congelação, agua, chuva e
neve). No nosso caso, na altura da betonagem deparámo-nos com uma situação
meteorológica adversa - precipitação - no entanto, não foi um fator condicionante para a
realização da mesma.
O betão foi colocado e compactado
de modo a assegurar que todas as
armaduras e elementos a integrar no
betão ficassem adequadamente
embebidas de acordo com as
tolerâncias do recobrimento, de
modo a que se obtenha a resistência
e durabilidade pretendida. Os
aspetos tidos em conta foram:
minimizar a segregação e
descarregar o betão na vertical e a
baixa altura.
Fig. 11 - Betonagem
12
O processo de colocação do betão utilizado foi betonagem por trémie. Relativamente à
última fase do processo procedeu-se à vibração e a compactação do betão, de modo a
expulsar a água e espaços de ar existentes. É necessário continuar com este processo
até que não apareçam bolhas de ar à superfície.
O betão nas idades jovens deve ser objeto de cura e proteção para minimizar a retração
plástica, assegurando uma resistência e durabilidade superficial adequada, e ainda, para
proteção contra vibrações prejudiciais, impacto ou danos. A cura consiste na rega do
betão nos primeiros dias para evitar uma secagem excessivamente rápida e a sua
fendilhação por retração.
Quanto aos métodos de cura, foi necessário manter a cofragem durante 17 dias, sendo
o ideal de 17 a 20 dias. Relativamente à utilização de outros métodos, não nos foi dada
mais nenhuma informação.
Fig. 12 –
Compactação do
betão com recurso
a agulha vibratória
13
5.4. Descofragem da Laje
Regras de descofragem
O tempo de endurecimento do processo da cofragem até à descofragem é influenciado
pelas dimensões do elemento que se betona, do tipo de cimento e das condições
atmosféricas.
A descofragem deverá ser feita de maneira a que a peça feita através do molde, seja
sempre sujeita aos esforços para a qual foi projetada. Os elementos que fazem com que
o molde fique bem preso - os apertos - como parafusos, tirantes, cunhas, pontaletes,
prumos, deverão ser aliviados ou retirados intervaladamente, sem choques bruscos.
Durante a cofragem, deverão ser usados óleos descofrantes: substâncias que contêm
agentes que facilitam a libertação da cofragem da superfície betonada sem a introdução
de esforços significativos, aumentando o tempo de vida das cofragens.
Nunca deverão ser utilizadas alavancas metálicas entre o betão e a cofragem porque
deixa marcas no betão. Este cuidado é, naturalmente, mais relevante em obras onde se
pretende que o betão fique à vista;
As arestas das peças acabadas de descofrar, no caso de poderem vir a ser danificadas
pelo tráfego de pessoas ou materiais, deverão ser protegidas por sarrafos.
Limpeza dos moldes após a descofragem
As faces dos moldes deverão ser limpas imediatamente após a sua utilização e não só
passado um longo período de tempo;
Os elementos de madeira deverão ser limpos com escovas duras para a remoção de
crostas de betão;
Depois de limpos, os componentes de um sistema de cofragens, se não se destinarem a
imediata utilização, deverão ser armazenados.
14
6. Conclusão
A realização deste trabalho permitiu-nos obter um conhecimento mais aprofundado
sobre o processo construtivo de uma laje vigada maciça, ocorrendo a betonagem in situ.
É um processo fácil de compreender e perfeitamente dominado nos dias de hoje, porém
introduz alguns problemas ao nível de produção de vibrações e ruído. No contexto
económico existem processos mais acessíveis, tais como as lajes aligeiradas com
vigotas pré-esforçadas, no entanto optou-se pelas lajes vigadas maciças, uma vez que
têm um desempenho estrutural mais fiável.
Embora tenhamos descrito todo o processo construtivo ao longo do trabalho, não foi
possível observar algumas fases, tais como: a cofragem e a colocação das armaduras,
bem como fazer o registo fotográfico do processo de descofragem da laje.
Relativamente à condução do processo propriamente dito e baseado na nossa
experiência e análise critica, não temos nada a apontar considerando, o grupo, que tudo
decorreu dentro da normalidade e do possível, não fosse também o empreiteiro
responsável e uma empresa bastante conceituada neste ramo. É de realçar a
disponibilidade dos responsáveis em obra para nos ajudar e esclarecer as nossas
dúvidas.
15
7. Bibliografia
- Apontamentos da E.S.T.B. da U.C. Processos de Construção I
- Apontamentos do I.S.T: “Estruturas betonadas in situ”; “Escoramentos e Cofragens”;
“Execução de Estruturas”

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a trabalho-de-pci-completo_compress.pdf

Apostila pontes
Apostila pontesApostila pontes
Apostila pontesslafa1000
 
Dimensionamento de viga mista esbelta
Dimensionamento de viga mista esbeltaDimensionamento de viga mista esbelta
Dimensionamento de viga mista esbeltaTimóteo Rocha
 
Vigas e lajes de concreto armado
Vigas e lajes de concreto armadoVigas e lajes de concreto armado
Vigas e lajes de concreto armadothiagolf7
 
Pontes construçaõ trabelho cientifico
Pontes construçaõ trabelho cientificoPontes construçaõ trabelho cientifico
Pontes construçaõ trabelho cientificoYann Silva
 
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiaisJulyanne Rodrigues
 
Obra da construtora Caparaó
Obra da construtora CaparaóObra da construtora Caparaó
Obra da construtora CaparaóLudmila Souza
 
Processos de fabricação
Processos de fabricaçãoProcessos de fabricação
Processos de fabricaçãoDjeison secco
 
Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1Juliana Souza
 
Trabalho da cida ii
Trabalho da cida iiTrabalho da cida ii
Trabalho da cida iiCida Freitas
 
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...Diogo Deniz
 
Concreto i aula 01 - rev. 01
Concreto i   aula 01 - rev. 01Concreto i   aula 01 - rev. 01
Concreto i aula 01 - rev. 01Nelson Alves
 
Transporte montagem[1]
Transporte montagem[1]Transporte montagem[1]
Transporte montagem[1]Jupira Silva
 
Alvenaria - Curso de Engenharia civil
Alvenaria - Curso de Engenharia civilAlvenaria - Curso de Engenharia civil
Alvenaria - Curso de Engenharia civildebvieir
 

Semelhante a trabalho-de-pci-completo_compress.pdf (20)

Apostila pontes
Apostila pontesApostila pontes
Apostila pontes
 
Apostila de pontes usp
Apostila de pontes   uspApostila de pontes   usp
Apostila de pontes usp
 
Dimensionamento de viga mista esbelta
Dimensionamento de viga mista esbeltaDimensionamento de viga mista esbelta
Dimensionamento de viga mista esbelta
 
Sistemas2
Sistemas2Sistemas2
Sistemas2
 
Vigas e lajes de concreto armado
Vigas e lajes de concreto armadoVigas e lajes de concreto armado
Vigas e lajes de concreto armado
 
Pontes construçaõ trabelho cientifico
Pontes construçaõ trabelho cientificoPontes construçaõ trabelho cientifico
Pontes construçaõ trabelho cientifico
 
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais
25509717 cap-1-propriedades-dos-materiais
 
Obra da construtora Caparaó
Obra da construtora CaparaóObra da construtora Caparaó
Obra da construtora Caparaó
 
Processos de fabricação
Processos de fabricaçãoProcessos de fabricação
Processos de fabricação
 
Apostila de usinagem
Apostila de usinagemApostila de usinagem
Apostila de usinagem
 
Trabalho lajes
Trabalho lajesTrabalho lajes
Trabalho lajes
 
Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1
 
Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1Apostila usinagem parte1
Apostila usinagem parte1
 
Trabalho da cida ii
Trabalho da cida iiTrabalho da cida ii
Trabalho da cida ii
 
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...
Artigo analise comparativa do desempenho de fundacao rasa do tipo radier com ...
 
Apostila concreto armado
Apostila concreto armadoApostila concreto armado
Apostila concreto armado
 
Concreto i aula 01 - rev. 01
Concreto i   aula 01 - rev. 01Concreto i   aula 01 - rev. 01
Concreto i aula 01 - rev. 01
 
Transporte montagem[1]
Transporte montagem[1]Transporte montagem[1]
Transporte montagem[1]
 
Tubulações
TubulaçõesTubulações
Tubulações
 
Alvenaria - Curso de Engenharia civil
Alvenaria - Curso de Engenharia civilAlvenaria - Curso de Engenharia civil
Alvenaria - Curso de Engenharia civil
 

Mais de NiltonSousa6

Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...
Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...
Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...NiltonSousa6
 
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdf
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdfdocsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdf
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdfNiltonSousa6
 
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdf
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdfmanual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdf
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdfNiltonSousa6
 
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdfNiltonSousa6
 
Consumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilConsumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilNiltonSousa6
 
Consumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilConsumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilNiltonSousa6
 

Mais de NiltonSousa6 (6)

Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...
Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...
Informações para utilizadores 12_2005. Cofragem Doka Top50 9732-200-01. Os es...
 
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdf
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdfdocsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdf
docsity-dissertacao-sobre-avaliacao-de-estruturas.pdf
 
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdf
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdfmanual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdf
manual-hst-em-execuao-de-estruturas_compress (1).pdf
 
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf
26-Sistemasracionalizadosdecofragens (1).pdf
 
Consumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilConsumoaguaconstrucaocivil
Consumoaguaconstrucaocivil
 
Consumoaguaconstrucaocivil
ConsumoaguaconstrucaocivilConsumoaguaconstrucaocivil
Consumoaguaconstrucaocivil
 

Último

Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3filiperigueira1
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06AndressaTenreiro
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 

Último (6)

Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 

trabalho-de-pci-completo_compress.pdf

  • 1. Ano 2011/2012 Escola Superior de Tecnologia do Barreiro RELATÓRIO DE VISITA À OBRA PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO I ENGENHARIA CIVIL - DIURNO ANO LECTIVO 2011/2012 DOCENTES: Pedro Carvalho, Raquel Paula Alunos: André Teixeira nº1002 Inês Caeiro nº1388 Nelson Rebelo nº1424 Jéssica Rodrigues nº 1461
  • 2. 2 Índice 1. Introdução…………………………………………………………………….. pág. 3 2. Caracterização da Obra…………………………………………………….. pág. 4 3. Materiais, Equipamentos e Ferramentas………………………………... pág. 5 4. Lajes Maciças Vigadas……………………………………………………... pág. 6 5. Processo Construtivo………………………………………………………. pág. 7 5.1. Cofragem Laje……………………………………………………………. pág. 7 5.2. Colocação das Armaduras…………………………………………….. pág. 9 5.3. Betonagem……………………………………………………………….. pág. 11 5.4. Descofragem da Laje…………………………………………………… pág. 13 6. Conclusão……………………………………………………………………. pág. 14 7. Bibliografia…………………………………………………………………… pág. 15
  • 3. 3 1. Introdução No âmbito da disciplina de Processos de Construção I, foi proposto aos alunos o acompanhamento direto, de um de vários processos construtivos sugeridos. Posto isto, torna-se necessário neste momento situar a obra, e consequentemente identificar o processo construtivo a que o grupo se comprometeu a acompanhar no âmbito do trabalho proposto. Relativamente à obra propriamente dita, esta encontra-se localizada no Barreiro e trata- se de uma moradia unifamiliar de um único piso (piso térreo) sendo a sua tipologia baseada num modelo de estrutura porticada, ou seja, uma conceção estrutural onde os elementos estruturais preponderantes são as lajes, vigas e finalmente os pilares. Assim sendo, o processo construtivo que o grupo decidiu acompanhar e que vai ser o tema base de todo este trabalho, está relacionado concretamente com a betonagem in situ da laje da moradia descrita anteriormente. No entanto e como é óbvio, antes da betonagem de uma laje ou outro elemento qualquer de betão armado, existem outras fases que a antecedem e que têm de ser concluídas de modo a que possamos realizar a betonagem e portanto, o objetivo do relatório passa por descrever o mais sucintamente possível, todas as fases de execução da referida laje, no fundo, todo o processo construtivo associado à construção da mesma. Portanto, o relatório vai ser iniciado com uma breve introdução às lajes vigadas maciças, caracterizando-se este tipo de elementos. Posteriormente, é abordado ao longo do trabalho toda a sequência de procedimentos de execução da laje em obra, isto é, o desenvolvimento do processo construtivo observado, desde a colocação da cofragem na laje, a disposição das armaduras ao longo da mesma, a betonagem in situ e finalmente, a cura e descofragem da laje. O relatório é concluindo com uma apreciação relativamente ao que foi observado em obra ou seja, é apresentado uma análise crítica tendo em conta o desenvolvimento do processo construtivo acompanhado em obra.
  • 4. 4 2. Caracterização da Obra Portanto, para concluir este capítulo relativo à obra e processo construtivo, a caracterização da obra pode ser muito brevemente resumida tendo em conta os seguintes dados: o Identificação da Obra: Construção de Moradia Unifamiliar de 1 piso com anexo para garagem e muro de vedação o Localização: Rua Quinta do Castanheiro lote 80, Santo André - Barreiro o Inicio de execução: 6 de Fevereiro de 2012 o Fim de execução: 5 de Fevereiro de 2013 o Dono de Obra: Vítor Fernando Tavares Pires o Processo construtivo: Betonagem “in situ” o Empreiteiro: Neosolution - Projectos e Construção, Lda o Fiscalização: Arq. Filipe Costa Marques o Valor empreitada:15.000,00 euros Fig. 1 – Alvará da obra
  • 5. 5 3. Materiais, Equipamento e Ferramentas  Varões de ferro - Classe: A 400 NR  Betão C20/25 (Central de betão);  Maquinaria para betonagem: o Auto-bomba; o Camião de transporte de betão; o Trémie; o Vibrador de agulha; o Rodo  Cofragem: o Martelo; o Contraplacado marítimo; o Tábuas de solho; o Vigas maciças em madeira; o Prumos metálicos; o Outros acessórios metálicos  Ferramentas: o Serra de Carpinteiro; o Plaina Manual; o Rebarbadora; o Pé-de-cabra; o Régua-de-nível; o Esquadro; o Serra elétrica; o Martelo; o Mesa de corte de madeira Fig. 2 – Vibrador de agulha Fig. 3 – Passagem do betão da betoneira para o Auto-bomba Fig. 4 – Equipamentos Betonagem
  • 6. 6 4. Lajes Maciças Vigadas As lajes são elementos em betão armado que constituem os pisos dos edifícios correntes e outro tipo de estruturas. Relativamente à sua definição, as lajes caracterizam-se por serem elementos em que duas das suas dimensões são claramente superiores à outra, isto é a sua largura e comprimento são consideravelmente maiores quanto à sua espessura; as cargas são aplicadas perpendicularmente ao seu plano médio e finalmente, têm um comportamento bidimensional. Na conceção de edifícios e outro tipo de estruturas, as lajes vigadas maciças são porventura, a solução estrutural que é mais comum em adotar-se para a conceção dos seus pisos sobrelevados, constituindo assim as já referidas estruturas porticadas. Esta tipologia é caracterizada pelo facto da laje e vigas, funcionarem em conjunto, como se tratasse de apenas um corpo rígido, onde relativamente à distribuição de esforços, as lajes descarregam as cargas a que estão sujeitas nas vigas e estas, descarregam para os pilares que as vão levar diretamente para o terreno, através das fundações. Relativamente ao seu comportamento estrutural, a laje pode ter a tendência para deformar numa única direção ou mesmo nas duas direções, facto que vai depender da relação entre ambos os vãos, e que vai posteriormente condicionar a colocação das armaduras. Nas lajes vigadas, os maiores esforços ocorrem, em geral, segundo o menor vão mas no entanto, a direção mais esforçada também é condicionada pela rigidez dos apoios, uma vez que quanto mais rígidos forem, maior carga tendem a receber. Finalmente, têm ainda um comportamento bastante satisfatório relativamente às ações horizontais, uma vez que a existência das vigas possibilita a dispensa da contribuição da laje na resistência às ações horizontais, facto pelo qual em zonas de atividade sísmica relevante, é recomendada a tipologia porticada. Fig. 5 – Laje vigada armada numa direção Fig. 6 – Laje vigada armada em duas direções
  • 7. 7 5. Fases do Processo Construtivo 5.1. Cofragem da Laje De modo a que seja possível avançar com a execução da laje, é obviamente necessário primeiro implementar os elementos estruturais que servem de apoio, os pilares e vigas e portanto, concluída esta fase pode-se proceder finalmente à construção da laje, iniciando-se portanto pela sua cofragem. As cofragens são moldes para dar forma, garantir o confinamento do betão fluido até ao seu endurecimento e conferir auto-sustentação, aos elementos de betão armado. Existem diversos tipos de cofragem e a sua utilização varia relativamente ao contexto económico, importância e características da obra mas no entanto, a todas devem ser exigidas características tais como:  Fácil betonagem e descofragem;  Garantir a geometria definida;  Definir a textura e qualidade da superfície do betão;  Resistir às tensões provocadas pelo processo construtivo (Betonagem, vibração e bombagem);  Permitir uma correta vibração do betão;  Garantir a estanqueidade;  Na descofragem, garantir a integridade do elemento estrutural. Relativamente à cofragem utilizada na laje, optou-se pelas cofragens recuperáveis tradicionais melhoradas, que são constituídas por elementos em madeira, elementos metálicos e outros acessórios. É frequente a utilização da madeira pois é um material muito acessível e barato; apresenta uma resistência considerável e é um material leve, o que facilita o seu transporte em obra; permite peças com qualquer forma geométrica; confere acabamentos satisfatórios nos elementos, etc. Porém, a cofragem em madeira tem um senão de possibilitar um pequeno número de utilizações e necessitar de mão- de-obra qualificada. Os elementos metálicos devido ao seu baixo preço, fácil manuseamento e ao facto de acrescentarem qualidade à cofragem, são cada vez mais conjugados com os elementos tradicionais em madeira. A estas cofragens foram aplicados óleos descofrantes. Fig. 7 – Cofragem de uma viga
  • 8. 8 Fig. 8 – Cofragem da laje Posto isto, na cofragem da laje foi utilizado contraplacado marítimo, tábuas de solho e vigas maciças em madeira para criar o piso a betonar, os prumos metálicos para se efetuar o escoramento, e outros acessórios metálicos como os pranchões e castanhas utilizados para agarrar as cofragens. Assim sendo, relativamente às etapas de montagem da cofragem na laje, podemos concluir o seguinte: Num primeiro momento, é necessário decidir os locais onde serão colocados os prumos e estando estes definidos, procede-se à sua colocação tendo em conta a altura estabelecida. Com os prumos inseridos, é possível colocar as vigas maciças em madeira apoiadas ao longo do topo dos prumos, constituindo assim as vigas principais. Posteriormente colocam-se outras vigas perpendicularmente às principais, que se encontram apoiadas nestas últimas. Finalmente, pode-se colocar as tábuas de solho ao longo de toda a malha definida pelas vigas principais e secundárias que estão apoiadas nos prumos metálicos. Posto isto, é necessário ligar todos estes elementos uns aos outros de modo a que possamos ter um escoramento efetivo. É de extrema importância assegurar um escoramento efetivo uma vez que este constitui o apoio da laje até que esta adquira resistência autónoma, absorvendo durante o seu processo construtivo, as cargas oriundas de equipamentos, materiais, peso próprio, etc. Assim sendo, os escoramentos devem ter a resistência e a estabilidade necessária para poderem suportar com segurança os esforços atuantes. Para que as escoras funcionem corretamente e para que não se deformem por encurvamento, estabelecem- se ligações rígidas entre si. As fundações das escoras são pontos críticos pelo que estas são assentes em elementos horizontais (pequenas tábuas) de dimensão suficiente de modo a distribuir as cargas uniformemente. O espaçamento entre escoras é também muito importante pois quanto mais regulares forem, menores são os esforços e maior será a dissipação dos mesmos. Logo, colocada toda a cofragem na laje e consequentemente montado todo o escoramento necessário para o suporte da mesma, e após procederem-se a algumas verificações de segurança (por ex: a posição e verticalidade dos prumos, se estes estão montados conforme o projecto, entre outras), pode-se avançar finalmente para a colocação das armaduras na laje.
  • 9. 9 Fig. 9 – Armaduras 5.2. Colocação das Armaduras Devido aos esforços atuantes na laje e ao facto de o betão não ter capacidade para resistir à torção, torna-se necessário a colocação das designadas armaduras de flexão ao longo da mesma. Como foi referido anteriormente, a disposição das armaduras depende do modo como a laje tende a deformar e neste caso em concreto, a laje funciona tanto numa direção como na outra e portanto, este aspeto obriga a que seja necessário armar a laje em duas direções embora na verdade, as lajes são sempre armadas em duas direções como vai ser explicado adiante, isto independentemente de funcionarem em apenas um ou dois vãos. Relativamente à sua colocação, a laje vai estar sujeita tanto a momentos positivos como a momentos negativos e portanto, a colocação das armaduras efetuou-se tanto na face inferior como na face superior. Nas secções sujeitas a momento positivos como por exemplo ao longo dos vãos onde vamos ter valores positivos máximos, procedeu- se à colocação de armadura na face inferior uma vez que esta vai estar sujeita a trações e portanto, sabendo que a resistência do betão à tracção é considerada pouco relevante ou mesmo nula, torna-se necessário reforçar esta secção da laje com varões de aço que têm um comportamento bastante satisfatório quando sujeitos a esforços de tração. Nas secções sujeitas a momentos negativos como zonas de encastramento (Pilares, continuidade, etc.) ou as consolas, colocou-se a armadura desta vez na face superior pois é a secção que agora se encontra tracionada, e pelo mesmo motivo referido anteriormente, é necessário reforça-la com armadura. Por uma questão económica, sempre que possível efetuou-se a dispensa de armaduras de modo a reduzir o mais possível o custo total da obra. Um aspeto importante a referir é que a existência de armadura numa direção impõe a colocação de armadura na direção perpendicular, a designada armadura de distribuição que é sensivelmente 20% da armadura principal, isto devido ao efeito Poisson do Betão e portanto, é sempre necessário garantir uma malha de armadura, facto pelo qual as lajes acabam no fundo por serem sempre armadas em ambas as direções. Assim sendo, para além das armaduras principais e secundárias, foram colocadas ainda armaduras de bordo e armaduras de canto, pois são secções onde existem momentos
  • 10. 10 torsores de compatibilidade consideráveis e embora não ponham em causa o equilíbrio do elemento, têm a tendência para originar fendilhação relevante nestas secções e por este motivo, é necessário colocar este tipo de armaduras de modo a minimizar o mais possível este fenómeno, embora a abertura de fendas em elementos de betão armado seja inevitável. É importante ainda referir que a laje não necessitou de armadura especifica de esforço transverso como é normal ocorrer na maioria dos casos isto porque salvo raras exceções, estes elementos nunca necessitam de armadura transversal uma vez que se consegue garantir que a resistência do betão é só por si suficiente de modo a contrariar os esforços de corte da laje e isto constitui uma grande vantagem relativamente ao processo construtivo, uma vez que as lajes já não são elementos propriamente fáceis de armar devido às suas reduzidas espessuras e as sucessivas camadas de armadura necessárias a colocar e portanto, se houvesse necessidade da colocação de estribos na laje, todo o processo seria mais lento e consequentemente de uma maior dificuldade de execução. Posto isto, e com todas as armaduras necessárias colocadas na laje, procede-se à última fase onde é necessário fazer a ligação da laje aos restantes elementos estruturais, através das armaduras de espera destes últimos, de modo a que seja possível haver a transmissão de esforços entre a laje e vigas e pilares e após isto tudo, pode-se então finalmente avançar com a betonagem da laje. Relativamente aos aspetos a ter em conta durante a colocação das armaduras, há que salvaguardar o recobrimento da laje que é fundamental na proteção das armaduras tendo em conta a agressividade do meio ambiente e portanto, é muito importante adotar os espaçadores necessários de modo a assegurar o recobrimento especificado em projeto, neste caso em concreto, adotou-se recobrirmos de 2 cm É ainda importante assegurar que as malhas de armadura, formem espaços suficientemente grandes, de modo a que tenhamos uma vibração do betão o mais eficaz possível e finalmente, é necessário garantir que as malhas de armadura sejam rígidas e estáveis de modo a que não tenham deslocamentos indesejáveis durante a betonagem. A ligação entre armaduras pode ser efetuada com arame ou soldadura por pontos. Fig. 10 – Armaduras de uma viga
  • 11. 11 5.3. Betonagem Betão O betão é composto principalmente por uma mistura de cimento, areia, brita e água. Quando armado com armaduras passivas, recebe o nome de betão armado, e quando armado com armaduras ativas recebe o nome de betão pré-esforçado, no nosso caso, a laje foi armada sem pré-esforço. Antes da Betonagem O betão deve ser especificado e produzido de acordo com a EN 206 e Especificações LNEC. Na situação estudada, foi produzido numa central de betão pronto e posteriormente transportado para a obra por um camião autobetoneira (o tempo do transporte deve ser limitado nas situações correntes a 30-45min). Antes do processo de betonagem deve-se realizar um estudo da composição do betão; realizar o respetivo plano, o qual deve incluir a localização das juntas de betonagem e a preparação de toda a logística para executar a mesma. As juntas de betonagem devem ser localizadas em zonas de esforços reduzidos, sempre que possível. Preparar os moldes e armaduras e verificar sua limpeza. Betonagem da Laje A betonagem apenas será realizada após concluídas todas as verificações de segurança e desde que as condições climatéricas o permitam (se necessário a zona a betonar deverá ser protegida contra a radiação solar, vento forte, congelação, agua, chuva e neve). No nosso caso, na altura da betonagem deparámo-nos com uma situação meteorológica adversa - precipitação - no entanto, não foi um fator condicionante para a realização da mesma. O betão foi colocado e compactado de modo a assegurar que todas as armaduras e elementos a integrar no betão ficassem adequadamente embebidas de acordo com as tolerâncias do recobrimento, de modo a que se obtenha a resistência e durabilidade pretendida. Os aspetos tidos em conta foram: minimizar a segregação e descarregar o betão na vertical e a baixa altura. Fig. 11 - Betonagem
  • 12. 12 O processo de colocação do betão utilizado foi betonagem por trémie. Relativamente à última fase do processo procedeu-se à vibração e a compactação do betão, de modo a expulsar a água e espaços de ar existentes. É necessário continuar com este processo até que não apareçam bolhas de ar à superfície. O betão nas idades jovens deve ser objeto de cura e proteção para minimizar a retração plástica, assegurando uma resistência e durabilidade superficial adequada, e ainda, para proteção contra vibrações prejudiciais, impacto ou danos. A cura consiste na rega do betão nos primeiros dias para evitar uma secagem excessivamente rápida e a sua fendilhação por retração. Quanto aos métodos de cura, foi necessário manter a cofragem durante 17 dias, sendo o ideal de 17 a 20 dias. Relativamente à utilização de outros métodos, não nos foi dada mais nenhuma informação. Fig. 12 – Compactação do betão com recurso a agulha vibratória
  • 13. 13 5.4. Descofragem da Laje Regras de descofragem O tempo de endurecimento do processo da cofragem até à descofragem é influenciado pelas dimensões do elemento que se betona, do tipo de cimento e das condições atmosféricas. A descofragem deverá ser feita de maneira a que a peça feita através do molde, seja sempre sujeita aos esforços para a qual foi projetada. Os elementos que fazem com que o molde fique bem preso - os apertos - como parafusos, tirantes, cunhas, pontaletes, prumos, deverão ser aliviados ou retirados intervaladamente, sem choques bruscos. Durante a cofragem, deverão ser usados óleos descofrantes: substâncias que contêm agentes que facilitam a libertação da cofragem da superfície betonada sem a introdução de esforços significativos, aumentando o tempo de vida das cofragens. Nunca deverão ser utilizadas alavancas metálicas entre o betão e a cofragem porque deixa marcas no betão. Este cuidado é, naturalmente, mais relevante em obras onde se pretende que o betão fique à vista; As arestas das peças acabadas de descofrar, no caso de poderem vir a ser danificadas pelo tráfego de pessoas ou materiais, deverão ser protegidas por sarrafos. Limpeza dos moldes após a descofragem As faces dos moldes deverão ser limpas imediatamente após a sua utilização e não só passado um longo período de tempo; Os elementos de madeira deverão ser limpos com escovas duras para a remoção de crostas de betão; Depois de limpos, os componentes de um sistema de cofragens, se não se destinarem a imediata utilização, deverão ser armazenados.
  • 14. 14 6. Conclusão A realização deste trabalho permitiu-nos obter um conhecimento mais aprofundado sobre o processo construtivo de uma laje vigada maciça, ocorrendo a betonagem in situ. É um processo fácil de compreender e perfeitamente dominado nos dias de hoje, porém introduz alguns problemas ao nível de produção de vibrações e ruído. No contexto económico existem processos mais acessíveis, tais como as lajes aligeiradas com vigotas pré-esforçadas, no entanto optou-se pelas lajes vigadas maciças, uma vez que têm um desempenho estrutural mais fiável. Embora tenhamos descrito todo o processo construtivo ao longo do trabalho, não foi possível observar algumas fases, tais como: a cofragem e a colocação das armaduras, bem como fazer o registo fotográfico do processo de descofragem da laje. Relativamente à condução do processo propriamente dito e baseado na nossa experiência e análise critica, não temos nada a apontar considerando, o grupo, que tudo decorreu dentro da normalidade e do possível, não fosse também o empreiteiro responsável e uma empresa bastante conceituada neste ramo. É de realçar a disponibilidade dos responsáveis em obra para nos ajudar e esclarecer as nossas dúvidas.
  • 15. 15 7. Bibliografia - Apontamentos da E.S.T.B. da U.C. Processos de Construção I - Apontamentos do I.S.T: “Estruturas betonadas in situ”; “Escoramentos e Cofragens”; “Execução de Estruturas”