Frei Orlando nasceu em 1913 em Minas Gerais e se tornou padre franciscano. Ele serviu como capelão militar na Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, celebrando missas e confortando os soldados. Frei Orlando foi morto acidentalmente por um tiro em 1945 aos 32 anos enquanto visitava as linhas de frente na Itália. Após a guerra, ele foi nomeado patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército Brasileiro em homenagem aos seus serviços durante a guerra
Noticiário do Exército sobre a Tomada de Monte Castelo
Frei Orlando
1.
2. asceu em um pequeno povoado do
interior de Minas Gerais, à margem
direita do rio São Francisco,
chamado Morada Nova, em 13 de
fevereiro de 1913. Batizado, ganhou
o nome de Antônio Álvares da Silva.
Órfão com apenas um ano de idade, foi criado por família que
prezava a religião católica. Depois da primeira comunhão, em
1920, passou a frequentar assiduamente o catecismo. Nele
revelou-se nitidamente o pendor para a vida clerical, o apreço pelas
coisas da Igreja, a compaixão pelos humildes. Foi assim que, tendo
iniciado seus estudos em Divinópolis (MG), seguiu para a Holanda,
de onde retornou para sua ordenação como sacerdote. Não era mais
Antônio, mas, sim, o frei Orlando.
Ordenado frade, frei Orlando foi para São João del Rei, onde
lecionou no Colégio de Santo Antônio, um estabelecimento de
ensino dirigido pela Ordem dos Franciscanos Menores. Tinha 24
anos de idade. Caridoso, o jovem padre instituiu a "Sopa dos
Pobres", uma obra de assistência social que chegou a receber o
apoio voluntário de muitos integrantes do 11º Regimento de
Infantaria (11º RI). Nessa época, deparou com os preparativos da
Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a II Guerra Mundial,
vendo a cidade em polvorosa com a chegada dos muitos convocados
para integrar os contingentes da FEB.
Viu o 11º RI partir e não se conformou em permanecer
impassivelmente na cidade. Assim, quando o então comandante do
regimento, coronel Delmiro Pereira de Andrade, solicitou a
indicação de um religioso para capelão militar ao Comissariado dos
Franciscanos em São João del Rei, frei Orlando viu a oportunidade
de concretizar um de seus mais acalentados sonhos: o de ser
missionário sem fronteiras, ir a qualquer parte do mundo para
multiplicar os discípulos de Deus. Integrou-se, então, à FEB, e
seguiu para a Europa. Seu primeiro trabalho foi celebrar uma
missa na catedral de Pisa para os pracinhas brasileiros.
3. Tempos depois, às vésperas da Tomada de Monte Castelo, durante
uma visita à linha de frente, frei Orlando morreu vitimado por um
tiro acidental de um partisan (membro da Resistência italiana ao
nazifascismo). Contava com 32 anos de idade. O boletim n° 52, do
11º RI, de 22 de fevereiro de 1945, impresso em Docce, na Itália,
registrou o passamento do capelão:
"Foi recebida, com dolorosa surpresa, a notícia do falecimento do
capelão capitão Antônio Alvares da Silva (frei Orlando), vítima de
um tiro, quando se dirigia de Docce para Bombiana, a fim de levar
sua assistência espiritual aos homens em posição, no dia 20,
quando do ataque ao Monte Castelo.
O sacerdote, que desapareceu da face da Terra após ter servido
com a sua pureza de sentimento à religião e à Pátria, deixa imensa
saudade no seio da organização católica a que pertencia. (...) No
11º Regimento de Infantaria, como chefe da Capelania, conquistou
a todos pelas qualidades apostolares. (...) No teatro de operações,
nos dias de maiores atividades bélicas, jamais deixou de levar o
seu conforto espiritual ou o santo sacrifício da missa em qualquer
circunstância, mostrando-se, além de religioso, um forte, um
bravo, um verdadeiro soldado da Cruz de Cristo."
Finda a guerra, o governo brasileiro instituiu frei Orlando como
patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército, criado, em
caráter permanente, por decreto-lei, no ano de 1946.
Fonte: www.eb.mil.br