Dilma Rousseff fechou um acordo com Cuba para transferência de tecnologia de 20 produtos de biotecnologia, incluindo medicamentos para câncer, transplantes e vacinas. O Brasil começará a produzir esses medicamentos em 2013 com apoio das maiores farmacêuticas brasileiras. O acordo também permitirá que as empresas brasileiras produzam medicamentos em Cuba quando o porto de Mariel estiver pronto em 2014.
1. Saúde na mídia Brasília, 02 de fevereiro de 2012
Valor Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Dilma fecha acordo que prevê produção de
medicamentos cubanos no Brasil
BRASIL
Raymundo Costa vemos uma oportunidade na época dos genéricos,
disse Padilha.
Na viagem que fez a Cuba e ao Haiti, a presidente Dil-
ma Rousseff fechou um acordo, em Havana, para a Em setembro, Padilha foi a Cuba com os re-
transferência de 20 produtos de biotecnologia, um pa- presentantes do grupo Farmabrasil. Na época foram
cote que terá o que há de ponta em termos de me- definidos oito produtos que poderiam ser objeto de
dicamentos de tratamento de câncer, transplantes, pé transferência de tecnologia. São produtos de ponta
diabético e vacinas. Cuba tem dois grandes centros de para o tratamento de câncer, transplantes, pé dia-
biotecnologia, um dos últimos legados ao país da an- bético (complicação que é o principal motivo de am-
tiga União Soviética. putações no país) e vacinas. Apenas dois desses
produtos consomem 34% do Ministério da Saúde,
Já a partir de 2013, segundo disse o ministro da Saú- disse Padilha.
de, Alexandre Padilha, as oito maiores empresas bra-
sileiras da área farmacêutica estarão fabricando esses Na visita a Havana, Dilma ampliou o acordo: além de
medicamentos no país. As importações com trans- produzir no Brasil, os medicamentos também serão
ferência de tecnologia devem chegar aos US$ 100 fabricados em Cuba, pelas empresas brasileiras,
milhões ao ano. Quando o complexo portuário de Ma- quando o porto de Mariel entrar em funcionamento, o
riel for inaugurado, as empresas devem passar a que é previsto para 2014, embora muito pouco da
fabricar também em Havana. obra tenha até agora sido executada, basicamente, o
projeto de terraplanagem.
O acordo conta com o apoio das oito maiores em-
presas farmacêuticas do Brasil, responsáveis por um Dilma também firmou mais oito contratos de trans-
faturamento de R$ 8 bilhões ao ano. A indústria foi re- ferência de tecnologia de produtos para diagnóstico
presentada na negociação pelo grupo Farmabrasil, no de doenças infecciosas, tratamento de câncer e va-
qual se associaram para tratar de seus interesses cor- cinas. Ficou também acertada a construção, no Bra-
porativos. Na realidade, em Havana, Dilma apenas sil, de um grande centro de biotecnologia, com o
ampliou um acordo feito pelo grupo com os cubanos apoio e a expertise dos cubanos.
e a mediação do ministro Padilha.
Atualmente, o Brasil importa cerca de US$ 80 mi-
A última grande oportunidade que o país teve para lhões de Cuba, US$ 50 milhões na área farmacêutica,
avançar na área de pesquisa e tecnologia e avançar na na aquisição de apenas dois produtos. Com os acor-
área da biotecnologia ocorreu no fim dos anos 80 e dos, o país passará a importar US$ 100 milhões, com
início dos 90, época em que países como a Índia e a transferência de tecnologia. Mas em contrapartida
China foram incluídas no seleto grupo dos detentores espera exportar US$ 200 milhões ao ano, pois os pro-
de modernas tecnologias de combate ao câncer. Ti- dutos serão fabricados no Brasil. Vamos baixar o pre-
Saúde na mídia pg.1
2. Saúde na mídia Brasília, 02 de fevereiro de 2012
Valor Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Continuação: Dilma fecha acordo que prevê produção de medicamentos cubanos no Brasil
ço dos medicamentos, ter acesso a uma tecnologia de ma deu chocolates a Fidel. O ex-presidente de Cuba,
que não dispomos e ainda ganharemos com a ex- aos 85 anos, se locomove com alguma dificuldade,
portação, disse Padilha. ainda devido a uma queda, há alguns anos. Ao ver
Dilma, Fidel disse que achava que a presidente era
Na conversa que teve com o ex-presidente Fidel Cas- mais baixa. O ex-presidente também afirmou que a
tro, o comandante da revolução cubana deu dois liv- obra do porto de Mariel era a maior em realização em
ros para a presidente brasileira, um deles a sua Cuba, desde 1959 (ano da revolução).
própria biografia como o guerrilheiro do século. Dil-
Saúde na mídia pg.2