Seis cegos examinaram diferentes partes de um elefante e cada um concluiu que a parte que tocava representava o animal inteiro. O primeiro achou que era uma muralha pela barriga dura, o segundo uma lança pelas presas afiadas, o terceiro uma cobra pela tromba comprida e flexível, o quarto uma árvore imensa pela pata, o quinto um abanador pelas orelhas e o sexto uma corda pelo rabo. Cada um estava certo sobre a parte, mas errado sobre o todo.
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1. Os cegos e o
elefante
Um conto do poeta norte-americano John
Godfrey Saxe (1816-1887)
2. Seis homens sábios do Industão,
Uma terra bem distante,
Ouviram atentos, os boatos
Sobre um animal gigante
E apesar de serem cegos
Foram ver o elefante.
3. O primeiro passou as mãos
Sobre a barriga dura e falha,
E explicou bem confiante:
“Minha análise não falha:
Esse tal de elefante
Mais parece uma muralha!”
4. O segundo tocou as presas
E proclamou com confiança:
“Este tal de elefante
Não é brincadeira para criança.
Tão pontudo e afiado
Mais parece uma lança!”
5. O terceiro chegou à tromba
Elogiando a bela obra:
“… Tão comprido, e gelado,
Vejam só, ele até dobra!
O flexível elefante
Mais parece uma cobra!”
6. O quarto sentiu a pata
E teve logo a recompensa
Percebendo as semelhanças
Anunciou com indiferença:
“Este animal mais se parece
Com uma árvore imensa!”
7. O quinto tocou as orelhas
E sugeriu conservador:
“Mas que belo utensílio
Nestas tardes de calor,
Este tal de elefante,
Mais parece um abanador!”
8. O sexto subiu às costas
Despencando na outra borda
E pendurado ao rabo, disse:
“Não sei se alguém discorda,
Mas para mim esse animal
Mais se parece com uma corda!”
9. E então os sábios homens
Discutiram inconformados
Cada um com seu discurso
Sem ouvir os outros lados
Pois estavam certos, em partes.
Mas completamente errados!