Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Viagem de tropeiro
1. Texto 1
Pelas estradas
Enquanto meu avô contava-me suas histórias passavam imagens em minha cabeça parecendo
que eu estava junto dele nesta incrível viagem...
“A hora da partida se aproxima. Inquietação total. Ouvia-se o toc-toc das patas dos cavalos a
bater nas pedras do calçamento da rua principal onde reuníamos para pegar a estrada. Era pouco
mais das três da manhã.
Era o meu primeiro dia de tropeiro. Tudo pronto: o alforje, a capa de chuva, espora, chicote...Ia
um ou dois cargueiros levando as panelas, a carne seca, o feijão, a farinha, as cobertas, umas redes
de dormir e outras coisas necessárias para nossa viagem. Cada tropeiro procurava enfeitar mais a sua
montaria com pelego, peitoral, rabicho, porta-capa de babado - era uma competição de ornamentos.
Já estávamos prontos e em poucos minutos estaríamos percorrendo as estradas levando mais uma
tropa para ser negociada em São Paulo – eram mais de trezentos animais entre burros, mulas e
jumentos. Fomos saindo passo a passo...
Seriam quarenta dias consecutivos de viagem, quarenta noites dormindo pelas estradas, em
fazendas já acostumadas a receber tropeiros na ida e volta de suas longas viagens. Em algumas
dormíamos em paiol, em outras na varanda, ou em quartinhos destinados aos empregados, até
mesmo na coberta do curral. Nossas refeições eram feitas nas estradas – farinha, feijão, ovo e
torresmo, tudo misturado – o “feijão-tropeiro” – daí o nome desse famoso prato.
Em nossas paradas nas cidades havia diversão, sempre o “Deli”, um dos companheiros mais
festeiros, arrumava uma “radiola” - toca- discos daquela época - e juntava muita gente pra dançar e
prosear – que é bem semelhante aos passeios a cavalo que fazemos aqui em Santo Antônio e que
chamamos “Cavalgoles” por ser somente pelo prazer de cavalgar, tomar uns goles nas paradas e
dançar um forró.
Bem, assim se passavam os dias até chegarmos em Passos, cidade na divisa de Minas Gerais
com São Paulo. Lá encontrávamos os paulistas que iriam comprar os animais e também aceitávamos
trocas. Depois das negociações voltávamos, nos divertindo, amansando burros bravos e colecionando
histórias pra contar.
Lembro-me dessa viagem como se fosse ontem, naquela época eu tinha 17 anos... É!... Já se
passaram 53 anos! (Como o tempo passa rápido!)”
(Texto baseado na entrevista de Altamirano , meu avô)
ALUNA: Laura Ferreira Morais, 7º ano, 2010
Disponível em http://aparecidaferreira.blogspot.com.br/2010/08/o-lugar-onde-vivo-tema-da-olimpiada-de.html
RedaCEM
7.11
Ano/Série: 7º Fundamental Entrega: 14/05/2017
Tema: Desenterrando histórias - Entrevista
2. Texto 2
Registro de histórias
Cada um de nós carrega, dentro de si, lembranças e vivências, momentos marcantes, experiências
prazerosas ou difíceis, marcos de mudança, e descobertas. E, cada memória, cada experiência vivida,
que nos parece tão particular, está repleta das memórias e das experiências dos grupos a que
pertencemos reflete a história de um tempo. Por isso, a história de vida de toda pessoa é valiosa e
merece ser preservada e socializada. O registro da história é o primeiro passo para isso e pode ser feito
em um depoimento escrito, em uma gravação de áudio ou vídeo, por meio de uma entrevista, ou ainda
um relato coletivo produzido numa roda de histórias.
Disponível em http://parcimoniadna.blogspot.com.br/2012/06/texto-de-apoio-para-realizar-uma.html
Proposta de Redação
A partir dos textos lidos sobre as lembranças que marcam vidas, elabore uma entrevista que
tenha por tema descobrir as histórias e as memórias de uma pessoa de seu interesse sobre
acontecimentos marcantes na vida do entrevistado. Seu texto deve conter um título, uma introdução
que apresente o entrevistado e, no mínimo, quatro perguntas a serem respondidas. Além disso, sua
entrevista deve ser escrita de acordo com a norma padrão da língua.