O documento discute o conceito de ação humana. Defende-se que uma ação é um acontecimento intencionalmente causado por um agente, envolvendo uma ligação causal entre a intenção do agente e o resultado. Distingue-se a causalidade intencional de um agente da causalidade natural encontrada na natureza.
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Rede conceptual da Ação Humana.pptx
1. A rede conceptual da ação
Acontecimentos vs. ações
• Há uma diferença significativa entre a pessoa a quem sucede ter um
ataque de tosse e a pessoa que simula ter um ataque de tosse: no
primeiro caso, algo simplesmente acontece, e não parece que haja muito
a fazer acerca disso; o segundo caso, porém, envolve claramente algum
propósito ou intenção.
• Distinguir as ações de outras coisas que não são ações, embora possam
parecê-lo, vem da necessidade de explicar por que motivo fazemos certas
coisas querendo fazê-las.
• Quando procuramos explicar as nossas ações, invocamos desejos,
motivos, crenças, intenções, etc. Conceitos como os de desejo, motivo,
crença, intenção e outros semelhantes ajudam-nos a explicar as ações.
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2. O que é uma ação?
1.ª tentativa de definição do agir humano:
Uma ação é um acontecimento.
• Mas nem todos os acontecimentos são ações. Qualquer ação envolve um
agente, e este é o sujeito da ação. Um terramoto ou um furacão não são
ações, pois não existe um agente capaz de causar tais acontecimentos.
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3. O que é uma ação?
2.ª tentativa de definição do agir humano:
Uma ação é um acontecimento que envolve um agente.
• Mas nem todos os acontecimentos que envolvem um agente são ações.
Alguns acontecimentos não envolvem a intenção do agente, nem ele os
consegue controlar, como o cabelo crescer, suar quando faz esforço físico,
o coração bater, entre outras coisas.
• Então, outra condição necessária para um acontecimento ser uma ação é
esta ser intencional.
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4. O que é uma ação?
3.ª tentativa de definição do agir humano: :
Uma ação é um acontecimento intencionalmente
realizado por um agente.
• São coisas muito diferentes uma bola bater na mão e uma mão tocar
numa bola. A bola não é um agente e não tem intenção ao bater na mão.
Então, a bola que bate na mão é um acontecimento e não uma ação.
Quando é a mão a tocar na bola, já se pode considerar uma ação, desde
que haja uma intenção por parte do agente para o fazer.
• Por isso, o agente tem de se tornar a causa do acontecimento.
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5. O que é uma ação?
Definição explícita do agir humano:
Uma ação é um acontecimento intencionalmente
causado por um agente.
• Deve existir uma ligação causal entre a intenção do agente e o
acontecimento para podermos chamar ação a esse acontecimento.
Podemos imaginar um jogador de snooker que tem a intencionalidade de
colocar uma das bolas num dos buracos e tem um espasmo muscular que
o faz dar a tacada e colocar a bola no buraco, porém, ele não teve controlo
no que aconteceu, não foi ele a causa intencional do acontecimento.
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6. A ideia de causalidade
• A maneira adequada de descrever uma ação é a que exprime a
ligação causal entre o acontecimento e a intenção do agente.
Mas o que queremos dizer exatamente com «ligação causal»?
• A ligação causal é um tipo de relação que existe entre
acontecimentos, e que os liga. Por exemplo, a força da gravidade
parece ser a causa da queda dos corpos, podemos dizer que existe
uma ligação causal entre a força da gravidade e a queda de um
corpo.
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7. Causalidade natural e causalidade intencional
do agente
• Falamos em causalidade quando queremos explicar a ação de um agente,
mas também quando queremos explicar algum fenómeno da natureza.
• Assim, é preciso distinguir estes dois tipos de causalidade: a carícia e a
trovoada são coisas causadas, a 1ª por um agente, e a 2ª por leis da
natureza. A pergunta que se impõe é se existe realmente diferença nestes
dois tipos de causas: não serão do mesmo tipo as causas das ações e dos
acontecimentos da natureza?
• A causalidade intencional resulta de um efeito da vontade que escolhe
uma ação com um determinado propósito (intenção).
• Parece, portanto, que explicar adequadamente uma ação é apresentar a
intenção que a terá causado. A ação tem um certo tipo de causas que se
distinguem das causas naturais, por isso faz sentido separar os dois tipos
de causalidade.
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8. Deliberação
• Antes de uma tomada de decisão ou da escolha entre alternativas, passa-se
por um processo em que se pensam as alternativas disponíveis e se analisa
o que cada uma delas nos pode dar, a este processo chama-se
DELIBERAÇÃO.
• A DELIBERAÇÃO é o tipo de pensamento que considera e avalia as razões
práticas para uma tomada de decisão ou escolha entre alternativas.
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9. Decisão racional versus racionalização
• Uma decisão é racional se resulta de um processo de deliberação
cuidadoso.
• Para ser racional, uma decisão deve ter em conta a deliberação.
Não alimenta apenas o interesse próprio a longo prazo, uma vez
que decidir racionalmente exige sabedoria. Algumas ações podem,
porém, não obedecer à razão.
• MUITO IMPORTANTE: Não se deve confundir decisão racional com
a racionalização dos nossos interesses. Temos de ter cuidado com
as decisões que se mascaram de racionais, mas que, na verdade,
são apenas racionalizações. Exemplo: Fumar e afirmar que, como se
pratica desporto, o tabaco não faz mal à saúde.
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