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HISTÓRIA DA EUROPA:
A pilhagem era um das mais importantes atividades econômicas entre os germânicos.
Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande
miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos
como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os
romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma
distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não
sabiam esse mesmo idioma.
Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os
quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos,
burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas
tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os
domínios do decadente Império Romano do Ocidente.
Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de
natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento.
Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um
relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam
saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda.
Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente
centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações
pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência
centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um papel
político de maior expressividade que os diferenciou dos camponeses que trabalhavam
em suas terras.
A ordem social dos germânicos era estabelecida por meio de clãs e tribos patriarcais
que se mantinham unidas pelas relações consanguíneas. Geralmente, quando alguma
decisão atingia uma grande parcela da população, uma assembleia de guerreiros era
responsável pela tomada de decisão. O comitatus, que estipulava a união militar dos
guerreiros, era de caráter transitório e influenciou a formação social do mundo
medieval.
A religiosidade dos germânicos era marcada pela adoração de várias divindades que
estabeleciam uma mitologia bastante diversificada. Uma das mais importantes
divindades era Odin, o deus da guerra. A vida após a morte era uma crença comum
entre os germânicos. Para os grandes guerreiros, a morte previa a passagem para um
imenso paraíso chamado de valhalla.
A historia da Europa pode-se dizer que é a historia de uma grande parte do mundo
desde as suas origens. Junto a outras culturas como a chinesa ou a egípcia, a historia
da Europa marcou desde há milhares de anos atrás o desenvolvimento da
humanidade deste planeta
Desde a Talasocracia grega a partir de 2500 anos antes de Cristo até aos dias de
hoje, foram vários os impérios que foram predominantes na Europa. Os primeiros a
surgir foram os gregos, por volta de 500 anos antes de Cristo, este povo foi
governantes do continente e em seguida, vieram os romanos, os árabes, os
bizantinos, os francos, os venezianos, o Império Carolíngio, os Estados Pontifícios, os
ingleses, os espanhóis, os russos, os italianos, o Império de Napoleão ... e, mais
recentemente, as duas guerras mundiais, surgidas na Europa e na criação da União
Europeia. É tudo parte da história de um continente, Europa.
Segundo a pesquisa, pode-se dizer que a Europa é um continente que é habitada
desde, pelo menos 40,000 anos antes de Cristo, durante o Paleolítico Superior.
Antiguidade Clássica foi dominada pelos gregos, que espalharam a sua cultura pelo
resto do continente.
A hegemonia grega deu lugar ao império romano, que se espalhou por todo o
continente durante séculos, para a idade moderna. Com a idade moderna, a Europa
começou o processo de conflitos entre os povos, que perduram até hoje. O poder e a
religião foram acontecendo como as origens dos conflitos.
Os gregos tinham a sua força no império marítimo, a sua forma de governo era a
democracia, sendo a mais antiga de todos os que existem, durante a sua época alta,
houve muitas batalhas livradas por estas, batalhas pelas terras, como a que tiveram
contra os Persas séculos antes da nossa era, os gregos foram os fundadores das
primeiras grandes cidades da Europa.
No Ocidente, a República de Roma foi crescendo a passos gigantes, uma vez
resolvidos os seus conflitos com os etruscos. Se fizeram fortes, e começou sua
expansão. No final da época antes de Cristo se converteram em Império. Dentro de
alguns séculos chegaram com o poder praticamente quase em todo o continente
Europeu.
Paralelamente aos Romanos, os alemães também comandavam no centro da Europa,
mais acima dos Alpes, e não eram os romanos que tinham o poder. O Rio Danúbio
marcou a fronteira entre esses dois povos.
No Século III, os romanos começaram a diminuir, o caos tomou conta do império, o
que levou os alemães para o norte para deturpar a terra império. Ao mesmo tempo, a
Igreja Católica começa a tomar força. Os alemães, por um lado, os visigodos do outro
... começou a desintegração do que tinha sido o Império Romano.
Neste momento, os alemães, por um lado, e os muçulmanos e emergentes Bizantino,
do outro lado crescem para tentar ter controlo sobre o continente. Constantinopla, hoje
Istambul, foi fundada, e o Império Otomano passou a ser o sucessor do romano. Por
outro lado da Europa, na actual Espanha, os árabes estabeleceram-se após entrar, o
que é agora Marrocos. Desta época destaca-se o nome de Carlomagno.
Já no segundo milénio, outro tipo de luta para substituir a luta pelo poder e território, a
luta pela religião, as crenças religiosas se fazem fortes, por um lado, a Igreja Católica
Romana, que estabeleceu a Inquisição, que não foi mas uma forma de punição, a
tortura e matar todos os que não têm a mesma crença. Foi uma época escura, de
cruzadas e conflitos. Começa a era dos Papas.
Já no século XVI, a situação política na Europa começou a tomar forma e lembram o
presente, a Igreja esteve sempre atrás de qualquer conflito ou qualquer outra forma de
governo dos diversos países e diversas casas foram feitas com poder real diferentes
partes do bolo que foi a Europa. A Reforma de Lutero trouxe consigo muitos conflitos.
A partir do século XV, por outro lado, outro motivo de conflito entre as potências
europeias, a descoberta do novo mundo e dos exploradores, neste momento, os
europeus, principalmente espanhóis, Inglês e Português, começaram a colonizar
zonas de África, as ilhas do Pacífico, do Oceano Índico e do novo mundo, a América.
É o tempo do desenvolvimento marítimo na Europa, Ingleses, Espanhóis, Italianos,
Portugueses, Holandeses, iniciando a sua expansão no mundo, colonizando tudo que
encontravam no seu caminho, resultando em muitos conflitos.
Já no século XVIII, tem lugar na Inglaterra outro dos momentos da evolução da Europa
como um continente, a revolução industrial. Nesses mesmos anos, em França, é um
outro tipo de revolução, a francesa e da chegada ao poder de Napoleão Bonaparte.
Após esta época, chega a Prússia e de Otto Von Bisckmark com uma evolução
significativa na Prússia, ou o que hoje conhecemos como a Alemanha durante o
século XIX, as guerras com os franceses foram importantes. Itália, outro país dividido,
se unificou também neste momento.
O Século XX, o mais contemporâneo, também foi o sangrento, o mais importante no
futuro da Europa. Em 1914, Prússia, juntamente com o Império Austro-Húngaro e
Império Otomano foram os poderes centrais na Primeira Guerra Mundial contra o resto
da Europa. Esta guerra terminou com a derrota dos poderes centrais, mas a semente
não tinha sido removida em 1939 e opera a segunda guerra mundial, com a Alemanha
novamente na primeira fila, junto com países como a Itália. Esta guerra durou até
1945.
Após a II Guerra Mundial, a Europa começou a dividir-se em dois blocos, o Ocidente e
o Oriente, formado pela Rússia e os seus países satélites sob um regime comunista. É
um período de tensões entre os Estados Unidos e a Rússia, o período conhecido
como a Guerra Fria. Mas nem tudo é conflito nesta época, em 1950, em Roma, são os
alicerces da actual União Europeia.
HISTÓRIA DA ALEMANHA:
A história da Alemanha inclui os acontecimentos ocorridos nos territórios de língua
alemã que correspondem aproximadamente ao Estado formado em 1871 em
Versalhes, quando o Império Alemão, dirigido pela Prússia, foi constituído.
O Sacro Império Romano Germânico, que existiu desde o século VIII até 1806, é
considerado o primeiro Reich alemão (Reich, Império, em alemão, termo usado para
descrever os sucessivos períodos históricos do povo alemão). No momento de maior
extensão territorial, o Império incluía o que são hoje a Alemanha, a Áustria, a
Eslovênia, a República Checa, o oeste da Polônia, os Países Baixos, o leste da
França, a Suíça e partes da Itália central e setentrional. A partir de meados do século
XV, passou a ser conhecido como o "Sacro Império Romano da Nação Germânica". O
Império Alemão de 1871-1918 é chamado de o Segundo Reich, de modo a indicar a
sua descendência do império medieval. Segundo o mesmo raciocínio, Adolf Hitler
referia-se à Alemanha Nazista (1933-1945) como o Terceiro Reich.
O termo "germanos" é usado para referir-se ao grupo ou grupos étnicos oriundos da
Idade do Bronze Nórdica, que falavam línguas germânicas e ocupavam a chamada
Germânia. A partir do período histórico do Sacro Império, pode ser empregado o termo
"alemães" para designar os habitantes do Império.
Germanos e romanos
Entre 800 e 70 a.C., as tribos germânicas no norte migraram para território celta,
avançando até os rios Oder e Reno e para o que é hoje a Alemanha meridional.
Por volta de 58 a.C., os romanos, por meio de uma sucessão de campanhas militares,
tornaram o Reno a fronteira nordeste do Império Romano, o que levou à romanização
da margem esquerda do rio e a incorporação das sociedades celtas centro-europeias
ao Império. Construíram-se fortes romanos em Colônia, Trier, Coblença, Mogúncia e
em outros locais de modo a permitir a defesa da fronteira renana, onde os romanos e
os germanos se encontravam frente a frente. Em 9 d.C., um exército romano chefiado
por Públio Quintílio Varo foi derrotado pelo chefe germano Armínio, na Batalha da
Floresta de Teutoburgo. A Germânia até o Reno e o Danúbio permaneceram fora do
Império Romano.
A partir de 90 d.C., os romanos construíram o Limes, uma linha defensiva de 550
quilômetros do Reno até o Danúbio, planejada para conter as incursões germânicas
na fronteira, bem como uma série de fortificações (como os de Wiesbaden,
Augsburgo, Ratisbona e Passau). O século III assistiu à aparição de grandes tribos
germânicas ocidentais - alamanos, francos, catos, saxões, frísios, turíngios. Em cerca
de 260, os germanos finalmente romperam o Limes e a fronteira do Danúbio.
No século IV, o avanço dos hunos Europa adentro deu início a um período chamado
de Grandes Migrações, que mudou completamente o mapa do continente europeu. Ao
unificar os francos e conquistar a Gália, o rei merovíngio Clóvis tornou-se o fundador
do Reino Franco. Em 496, os francos derrotaram os alamanos, aceitaram a fé católica
e passaram a ser apoiados pela Igreja.
As províncias romanas ao norte dos Alpes já eram cristãs desde o século IV, e centros
cristãos, como Augsburgo, foram mantidos mesmo após a queda do Império Romano
do Ocidente. Entretanto, a partir de 600 d.C., houve um novo esforço missionário
cristão dirigido às tribos bárbaras. Os mosteiros de Würzburg, Ratisbona, Reichenau e
outros foram fundados por monges irlandeses. A atividade missionária no Reino
Franco continuou pelas mãos do monge anglo-saxão Bonifácio, que estabeleceu o
primeiro mosteiro a leste do Reno, em Fritzlar. Dioceses episcopais sob autoridade
papal foram criadas para propagar a fé cristã nas terras germânicas.
Sacro Império Romano
Em 751, Pepino, o Moço (erroneamente chamado O Breve), Prefeito do Palácio sob o
rei merovíngio, assumiu o título de rei dos francos e foi ungido pela Igreja; os reis
francos passaram então a atuar como protetores do Papa. Os sucessores de Pepino
lançaram uma longa campanha contra os pagãos saxões, os quais terminaram por ser
conquistados e convertidos a força, quando suas terras foram anexadas pelo Reino
Franco.
Durante a Idade da Pedra os bosques alemães estavam povoados por grupos de
caçadores e coletores.Nos séculos II AC e V DC os romanos que tiveram contato com
as tribos germânicas e tentaram sem êxito estender seu domínio até o rio Elba.
De 772 a 814, o Rei Carlos Magno estendeu o império carolíngio até a Itália
setentrional e os territórios de todos os povos germânicos, inclusive os saxões e os
bávaros. Em 800, a sua autoridade na Europa Ocidental foi confirmada com a sua
sagração como imperador, em Roma, estabelecendo-se, assim, o que viria a chamar-
se Sacro Império Romano-Germânico. O reino franco foi dividido em condados e suas
fronteiras eram protegidas por marcas.
Entre 843 e 880, após disputas entre os netos de Carlos Magno, o império carolíngio
foi dividido, conforme o Tratado de Verdun (843). O império germânico desenvolveu-se
a partir do reino franco do leste, a Frância oriental (Francia Orientalis). A linha
carolíngia oriental extinguiu-se com a morte de Luís, o Menino (911), filho de Arnulfo
da Caríntia, De 919 a 936, os povos germânicos (francos, saxões, suábios e bávaros)
foram unidos pelo Duque Henrique da Saxônia, que assumiu o título de rei. Pela
primeira vez, o termo Reino (Império) dos Germanos (Regnum Teutonicorum) foi
aplicado ao reino franco.
Em 936, Otão I, o Grande foi coroado em Aachen. Fortaleceu a autoridade real ao
nomear bispos e abades como príncipes do Império (Reichsfürsten), estabelecendo
uma igreja nacional (Reichskirche). Em 951, casou-se com Adelaide da Borgonha
(viúva do rei dos lombardos), recebendo então a coroa lombarda. As principais
ameaças externas ao reino foram contidas quando Otão derrotou os húngaros na
Batalha de Lechfeld (955) e subjugou os eslavos entre o Elba e o Oder. Em 962, foi
coroado imperador, em Roma, a exemplo de Carlos Magno, passando a exercer
portanto uma forte influência alemã sobre o Papado.
Em 1033, a Borgonha foi incorporada ao Reino dos Germanos, durante o reinado de
Conrado II, primeiro imperador da dinastia sália (ou francônia).
Durante o reinado de seu filho, Henrique III, a Alemanha apoiou a reforma clunicense
da Igreja — a "paz de Deus", a proibição da simonia (compra de cargos eclesiásticos)
e o celibato dos sacerdotes. A autoridade imperial sobre o Papa atingiu o ápice. O
Império continuava a expandir-se para o oriente — uma fortaleza imperial (Pfalz) foi
construída em Goslar.
A Questão das Investiduras começou quando Henrique IV e o Papa Gregório VII
divergiram a respeito das nomeações para cargos eclesiásticos. O imperador viu-se
obrigado a submeter-se ao Papa em Canossa, em 1077, após haver sido
excomungado. Em 1122, uma reconciliação temporária foi obtida entre Henrique V e o
Papa, mediante a Concordata de Worms. Foram conseqüências da Questão das
Investiduras um enfraquecimento da Reichskirche otoniana e o fortalecimento dos
príncipes seculares alemães.
O período entre 1096 e 1291 é conhecido como a Época das Cruzadas.
Estabeleceram-se ordens religiosas de cavalaria, inclusive os Templários, os
Cavaleiros de São João e a Ordem Teutônica.
A partir de 1100, fundaram-se novas vilas em torno de fortalezas imperiais, castelos,
palácios episcopais e mosteiros. As vilas começaram a estabelecer direitos e
liberdades municipais, enquanto a população rural continuava na servidão. Diversas
localidades tornaram-se Cidades Livres Imperiais, que não dependiam de príncipes ou
bispos, mas estavam diretamente sujeitas ao Imperador. As cidades eram governadas
por patrícios (comerciantes). Os artesãos formaram corporações, regidas por normas
estritas, que procuravam obter o controle das cidades. O comércio com o oriente e o
norte intensificou-se quando as principais cidades comerciais se uniram na Liga
Hanseática, sob a liderança de Lübeck.
A expansão germânica em direção ao oriente fez com que camponeses e citadinos
alemães, bem como a Ordem Teutônica, colonizassem territórios habitados pelos
eslavos a leste do Oder (Boêmia, Silésia, Pomerânia, Polônia e Livônia), formando
vilas e cidades.
Entre 1152 e 1190, durante o reinado de Frederico I (Barbarossa), da dinastia
Hohenstaufen, chegou-se a um entendimento com o partido guelfo, por meio da
cessão do Ducado da Baviera a Henrique o Leão, Duque da Saxônia. A Áustria
tornou-se um ducado separado, devido ao Privilegium Minus de 1156. Barbarossa
tentou recuperar o controle da Itália. Em 1177, o Imperador e o Papa finalmente
lograram reconciliar-se, em Veneza.
Em 1180, Henrique o Leão foi considerado fora-da-lei e a Baviera foi outorgada a Otão
de Wittelsbach (fundador da dinastia que governaria a Baviera até 1918); a Saxônia foi
dividida.
O período de 1184 a 1186 assistiu ao zênite do império de Barbarossa. O poder dos
senhores feudais foi reduzido através da nomeação de funcionários imperiais. A
sofisticação da vida na corte levou ao desenvolvimento da cultura e da literatura
alemãs.
Entre 1212 e 1250, Frederico II estabeleceu um Estado moderno e com administração
profissional na Sicília. Continuou a conquista da Itália, causando conflitos com o Papa.
No Império, concederam-se grandes poderes soberanos a príncipes seculares e
eclesiásticos, o que fez surgir Estados territoriais independentes. O conflito com o
Papa minou o poder do Império, pois Frederico II foi três vezes excomungado. Após
sua morte, a dinastia dos Hohenstaufen caiu, seguindo-se um interregno durante o
qual não houve Imperador.
Em 1226, a Ordem Teutônica conquistou e evangelizou partes da Prússia, cuja
população foi dizimada por aqueles cavaleiros, que haviam sido convidados a entrar
na Polônia por Conrado da Masóvia, um duque polonês. Mas a partir de 1300 o
Império começou a perder território em todas as suas fronteiras.
O fracasso das negociações entre o Imperador Luís IV e o Papado fez com que, em
1338, seis dos sete eleitores declarassem em Rhens que doravante a eleição por
todos ou pela maioria automaticamente conferiria ao eleito o título real (rei dos
romanos) e o governo do Império, dispensada a confirmação papal. Entre 1346 e
1378, o Imperador Carlos IV de Luxemburgo, rei da Boêmia, procurou restaurar a
autoridade imperial.
Em meados do século XIV, a Peste Negra dizimou a Alemanha e a Europa. Os judeus
foram perseguidos com pretextos religiosos e econômicos; muitos fugiram para a
Polônia.
A Bula Dourada de 1356 determinava que, no futuro, o Imperador seria escolhido por
sete eleitores — os arcebispos de Mogúncia, de Trier e de Colônia, o rei da Boêmia, o
conde Palatino do Reno, o duque da Saxônia e o Marquês de Brandemburgo.
Em seguida aos desastres do século XIV, a sociedade europeia moderna veio à luz
gradualmente, resultado de mudanças econômicas, religiosas e políticas. Surgiu uma
economia monetária, que provocou descontentamento entre cavaleiros e camponeses.
Um sistema proto-capitalista evoluiu aos poucos a partir do feudalismo. A família
Fugger, por meio de suas atividades comerciais e financeiras, ganhou notoriedade;
seus membros tornaram-se homens de finanças junto a governantes eclesiásticos e
seculares.
A nobreza viu o seu monopólio das armas e das habilidades militares ser minado com
a aparição de exércitos mercenários e de soldados de infantaria. Tornaram-se comuns
as atividades de nobres inescrupulosos (os Raubritter, que cobravam impostos
ilegais). A partir de 1438, os Habsburgos, que controlavam a maior parte do sudeste
do Império (o que corresponde hoje a Áustria e Eslovênia e, depois de 1526, Boêmia e
Morávia), lograram assegurar para si a dignidade de Sacro imperador até 1806 (exceto
no período 1742-1745). Esta situação, porém, causou crescente desunião entre os
governantes territoriais alemães e impediu que, diferentemente do que ocorreu na
França ou na Inglaterra, todas as regiões da nação fossem reunidas em um só Estado
nacional.
Durante seu reinado (1493-1519), Maximiliano I procurou reformar o Império: criou-se
uma Suprema Corte Imperial (Reichskammergericht), cobraram-se impostos imperiais,
aumentou-se o poder da Dieta Imperial (Reichstag). As reformas, entretanto, foram
frustradas pela contínua fragmentação territorial do Império.
Reforma Religiosa e Guerra dos Trinta Anos
No início do século XVI, era crescente o descontentamento na Alemanha com os
abusos na Igreja Católica e havia um desejo de reforma. A Reforma Religiosa (ou
Protestante) começou em 1517, quando Martinho Lutero pregou as suas "95 Teses"
no portão da igreja do castelo em Wittenberg.
Em 1515, uma rebelião de camponeses da Frísia instaurou-se. Liderados por Pier
Gerlofs Donia e Wijerd Jelckama, milhares de frísios lutaram contra a supressão de
seus territórios pelo Imperador Carlos V. As hostilidades só tiveram fim em 1523, com
a intervenção do exército holandês, quando as forças rebeldes (organizadas no
Arumer Zwarte Hoop) perderam seus líderes, capturados e decapitados.
Em 1521, Lutero foi declarado fora-da-lei pela Dieta de Worms. Mas a Reforma
propagou-se rapidamente, com o incentivo das guerras do Imperador Carlos V contra
a França e os turcos. Escondido no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia para
o alemão, lançando as bases da moderna língua alemã.
Em 1524, estalou a Guerra dos Camponeses, na Suábia, Francônia e Turíngia, contra
os príncipes e senhores governantes, segundo a pregação de certos sacerdotes
reformistas. Mas as revoltas, apoiadas por nobres com experiência militar tais como
Götz von Berlichingen e Florian Geyer (na Francônia) e pelo teólogo Thomas Münzer
(na Turíngia), foram reprimidas pelos príncipes territoriais.
A Contra-Reforma teve início em 1545 na Alemanha. O impulso principal foi dado
pelos Jesuítas, ordem fundada pelo espanhol Ignácio de Loyola. O centro e o nordeste
da Alemanha tornaram-se protestantes, enquanto que o oeste e o sul permaneceram
predominantemente católicos. Na Guerra da Liga de Esmalcalda, em 1546-7, Carlos V
derrotou os governantes luteranos.
A Paz de Augsburgo (1555) reconheceu a fé luterana. O tratado também determinava
que a religião de um Estado seria a do governante (Cuius regio, eius religio).
Carlos V abdicou em 1556. O Império Habsburgo foi dividido, quando a Espanha foi
separada dos territórios germânicos. Em 1608-9, a União Protestante e a Liga Católica
foram formadas.
O período de 1618 a 1648 foi marcado na Alemanha pela Guerra dos Trinta Anos. As
causas foram os confrontos entre católicos e protestantes, os esforços dos diversos
Estados dentro do Império no sentido de concentrar poder e a tentativa, da parte do
Imperador, de concretizar uma união política e religiosa. A causa imediata da guerra
foi o levante da nobreza protestante da Boêmia contra o Imperador (Defenestração de
Praga), mas o conflito ampliou-se, tornando-se uma guerra europeia, com a
intervenção do Rei Cristiano IV da Dinamarca (1625-29), do Rei Gustavo II Adolfo da
Suécia (1630-48) e da França, sob o Cardeal Richelieu, regente do jovem Luís XIV
(1635-48). A Alemanha foi o maior teatro de operações da guerra e o palco da disputa
final entre França e os Habsburgos pela supremacia na Europa. Como resultado da
guerra, grandes áreas da Alemanha foram destruídas, com a perda de algo como um
terço da sua população, e houve um empobrecimento geral.
A guerra terminou em 1648, com a Paz de Vestfália, celebrada em Münster e
Osnabrück: a França e a Suécia receberam territórios anteriormente alemães, e os
Países Baixos tornaram-se independentes do Sacro Império. O poder dos príncipes
territoriais aumentou, em detrimento da autoridade imperial central, que se viu
irreparavelmente abalada.
Fim do Sacro Império Romano
A partir de 1640, Brandemburgo-Prússia começara a destacar-se, sob o governo do
Grande Eleitor, Frederico Guilherme. A Paz de Vestfália fortaleceu ainda mais a
Prússia, por meio da aquisição da Pomerânia Oriental. Um sistema absolutista de
governo foi adotado.
Em 1701, o Eleitor Frederico de Brandemburgo foi coroado "rei na Prússia". No
período de 1713 a 1740, o Rei Frederico Guilherme I, também conhecido como o
"Soldado Rei", estabeleceu um Estado altamente centralizado.
Entrementes, Luís XIV de França conquistara partes da Alsácia e Lorena (1678-1681),
e invadira e devastara o Palatinado (1688-1697). Luís XIV aproveitou-se dos
problemas do Império com os turcos, que ameaçavam a Áustria, mas terminou por
desistir do Palatinado.
Em 1683, os otomanos sofreram uma derrota fora dos muros de Viena, nas mãos de
tropas polonesas chefiadas pelo Rei João Sobieski; a cidade era defendida por forças
alemãs e austríacas sob comando de Carlos IV, duque de Lorena. A Hungria foi
reconquistada e receberia, mais tarde, colonos alemães. A Áustria, governada pelos
Habsburgos, tornou-se uma grande potência.
Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), Maria Teresa da Áustria logrou
obter o reconhecimento de sua ascensão ao trono, mas teve que ceder a Silésia a
Frederico II da Prússia, ao fim das Guerras Silésias e da Guerra dos Sete Anos. A
Prússia, por sua vez, tornou-se uma grande potência após a Paz de Hubertsburg, em
1763, celebrada com a Áustria e a Saxônia. Começou então a rivalidade entre Áustria
e Prússia pela liderança da Alemanha.
A partir de 1763, tanto a Prússia quanto a Áustria adotaram o "despotismo
esclarecido": a economia desenvolveu-se, providenciaram-se reformas legais
(inclusive a abolição da tortura e a melhoria do status dos judeus), teve início a
emancipação dos servos e promoveu-se a educação.
No período 1772-1795, a Prússia participou da partilha da Polônia, ocupando
territórios a oeste da Grande Polônia, o que começou uma resistência polonesa de
séculos contra a presença alemã.
A Revolução Francesa provocou uma nova guerra entre a França e vários países a
leste, inclusive a Prússia e a Áustria. Em seguida à Paz de Basileia com a Prússia, em
1795, a França recebeu a margem esquerda do Reno.
Napoleão I da França recomeçou a guerra com o Sacro Império. Em 1803, ele aboliu
quase todos os territórios eclesiásticos, estados pequenos e cidades livres imperiais.
Estabeleceram-se novos estados de tamanho médio no sudoeste da Alemanha. A
Prússia ganhou, por sua vez, território no noroeste.
O Sacro Império Romano-Germânico foi dissolvido formalmente em 6 de agosto de
1806, com a renúncia do último Sacro Imperador, Francisco II (a partir de 1804,
Francisco I da Áustria). A dinastia de Francisco manteve o título de Imperadores
Austríacos até 1918. Em 1806, a Confederação do Reno foi criada, sob a proteção de
Napoleão.
A Paz de Tilsit foi assinada em 1807, após a derrota do exército prussiano frente às
forças revolucionárias francesas em Jena e Auerstedt: a Prússia cedeu à França todas
as suas possessões a oeste do Elba e estabeleceu-se o Reino da Vestfália, governado
pelo irmão de Napoleão, Jérome. O Ducado de Varsóvia recuperou alguns dos
territórios prussianos conquistados à Polônia.
No período de 1808 a 1812, a Prússia foi reconstruída e uma série de reformas
regulou a administração municipal, a liberação dos camponeses e a emancipação dos
judeus. A reforma do exército foi empreendida pelos generais prussianos Gerhard von
Scharnhorst e August von Gneisenau.
Em 1813, tiveram início as guerras de liberação, em seguida à destruição do exército
napoleônico na Rússia (1812). Após a Batalha das Nações em Leipzig, rompeu-se o
controle francês sobre a Alemanha. A Confederação do Reno foi dissolvida.
Em 1815, Napoleão foi definitivamente derrotado em Waterloo por forças do Reino
Unido, comandadas pelo Duque de Wellington, e da Prússia, sob Gebhard Leberecht
von Blücher.
Liga Alemã
Restauração e revolução
Após a queda de Napoleão, os monarcas e estadistas europeus reuniram-se em Viena
em 1814, com vistas a reorganizar a Europa, sob a liderança do príncipe austríaco
Metternich. Dentre os princípios políticos pactuados no Congresso de Viena, incluem-
se a restauração, legitimidade e solidariedade dos governantes em prol da repressão a
ideias revolucionárias e nacionalistas.
No território do antigo Sacro Império Romano, formou-se a Liga Alemã (Deutscher
Bund), uma união fraca de 39 estados (35 príncipes reinantes e 4 cidades livres), sob
a liderança da Áustria, com uma Dieta Federal (Bundestag) sediada em Frankfurt am
Main.
Em 1819, o estudante Karl Ludwig Sand assassinou o escritor August von Kotzebue,
que havia escarnecido as organizações liberais de estudantes (que promoviam ideais
patrióticos de uma Alemanha unida). O Príncipe Metternich usou este caso como
pretexto para convocar uma conferência de Prússia, Áustria e outros oito estados em
Karlsbad, que promulgaram os "decretos de Karlsbad": adotou-se a censura e as
universidades foram postas sob supervisão. Perseguiram-se "demagogos", isto é,
indivíduos acusados de divulgar ideias nacionalistas ou revolucionárias.
Em 1834, estabeleceu-se a Zollverein, uma união aduaneira entre a Prússia e a maior
parte dos demais estados alemães, com a exclusão da Áustria.
O crescente descontentamento com a ordem política e social imposta pelo Congresso
de Viena levou à eclosão, em 1848, da Revolução de Março nos estados alemães. Em
maio, foi criada a Assembleia Nacional Alemã (ou Parlamento de Frankfurt), com o
objetivo de preparar uma constituição nacional alemã.
Mas a Revolução de 1848 terminou por fracassar: o Rei Frederico Guilherme IV da
Prússia recusou a coroa imperial, o Parlamento de Frankfurt foi dissolvido, os
príncipes reinantes reprimiram os levantes pela força e a Liga Alemã foi restabelecida
em 1850.
Em 1862, o Príncipe Bismarck foi indicado como primeiro-ministro da Prússia —
apesar da objeção dos liberais e dos socialistas, que o consideravam um reacionário.
Em 1864, intensificou-se a controvérsia entre a Prússia e a Dinamarca acerca do
Schleswig, que — diferentemente do Holstein — não integrava a Liga Alemã e que
nacionalistas dinamarqueses desejavam incorporar ao Reino da Dinamarca. A disputa
levou à Segunda Guerra do Schleswig, durante a qual os prussianos, com a Áustria,
derrotaram os dinamarqueses. A Dinamarca viu-se compelida a ceder os Ducados do
Schleswig e do Holstein à Áustria e à Prússia. Mais tarde, a administração de ambos
os ducados provocou tensões entre estes dois países que foram a causa imediata da
Guerra Austro-Prussiana (1866). Os prussianos venceram-na, com o sucesso decisivo
na Batalha de Königgrätz, sob o comando de Helmuth von Moltke.
Confederação da Alemanha do Norte
Em 1867, dissolveu-se a Liga Alemã. Em seu lugar, surgiu a Confederação da
Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund, em alemão), sob a liderança da Prússia. A
Áustria foi excluída, e permaneceria fora dos assuntos alemães ao longo do restante
do século XIX e no século XX.
A Confederação existiu até 1871, quando da fundação do Império Alemão. Por meio
dela, a Prússia logrou controlar os 22 estados da Alemanha setentrional, mantendo a
Alemanha meridional em sua zona de influência por meio da Zollverein.
Império Alemão
Era de Bismarck
A controvérsia entre a França e a Prússia acerca da sucessão do trono espanhol por
um candidato alemão — a quem se opunha a França — provocou a Guerra Franco-
Prussiana (1870-1871). Em seguida à declaração de guerra francesa, tropas
prussianas e sul-alemãs, sob o comando de Moltke, invadiram a França em 1870. O
exército francês terminou por capitular na Batalha de Sedan. O Imperador Napoleão III
foi feito prisioneiro e o Segundo Império francês desmoronou. Após a rendição de
Paris, foi celebrada a Paz de Frankfurt am Main: a França obrigava-se a ceder à
Alemanha a Alsácia e a parte germanófona da Lorena, que eram territórios ricos em
Ferro e Carvão, pagar indenizações, e teve seu contingente de soldados limitado a
cem mil soldados além de não poder manter QGs em um raio de 100Km com a
fronteira Alemã. As concessões territoriais feriram o orgulho nacional francês
profundamente e formariam um obstáculo à concórdia franco-alemã. Além disso, o
Kaiser Guilherme I da Prússia foi coroado no Palácio de Versalhes, outra humilhação
simbólica para a França.
A partir desse dia, em 1870, o francês olhava para o relógio contando os segundos
para a revanche. Vale lembrar que esse fato, além de criar a maior rivalidade da
história da Europa Contemporânea com base no nacionalismo agressivo e no
revanchismo francês, mostrou que a Alemanha já nasceu uma potência, pois uma
coisa é derrotar a França, e outra é derrotar uma França Napoleônica.
As políticas domésticas de Bismarck, na qualidade de Chanceler da Alemanha,
caracterizaram-se por sua luta contra os supostos inimigos do estado protestante da
Prússia. Na chamada Kulturkampf ("luta cultural", 1872-1878), buscou ele limitar a
influência da Igreja Católica e de seu braço político, o Partido do Centro Católico, por
meio de diversas medidas — como a instituição do casamento civil —, mas sem
grande sucesso. Os grupos não-alemães da população do Império Alemão, tais como
as minorias polonesas, dinamarquesas e francesas, sofriam discriminação e foram
objeto de uma política de germanização.
A outra suposta ameaça era a ascensão do Partido dos Trabalhadores Socialistas
(mais tarde, Partido Social-Democrata da Alemanha), cujo propósito declarado era
estabelecer uma nova ordem socialista através da transformação das estruturas
políticas e sociais existentes. A partir de 1878, Bismarck procurou reprimir o
movimento social democrata, proibindo sua organização, assembleias e a maioria de
seus periódicos. Por outro lado, ao instituir um sistema de previdência social, esperava
ele ganhar o apoio das classes trabalhadoras do Império.
A prioridade de Bismarck era proteger o poder alemão em expansão, por meio de um
sistema de alianças e ao procurar conter crises até que a Alemanha estivesse
preparada para provocá-las. Nesse sentido, era de particular importância conter e
isolar a França, pois Bismarck temia que esta formasse uma aliança com a Rússia e
se vingasse de sua perda da Alsácia e da Lorena.
Em 1879, Bismarck concluiu a Dúplice Aliança da Alemanha com a Áustria-Hungria,
cujo objetivo era fornecer assistência militar mútua em caso de um ataque russo. A
formação da Dúplice Aliança levou a Rússia a adotar uma posição mais conciliatória e
a celebrar, em 1887, com a Alemanha, o Tratado de Resseguro ou Tratado de
Segurança Mútua (do alemão Rückversicherungsvertrag): as duas potências
concordaram em fornecer apoio militar mútuo em caso de ataque francês contra a
Alemanha ou de ataque austríaco contra a Rússia. Em 1882, a Itália aderiu à Dúplice
Aliança, formando-se então a Tríplice Aliança. Os italianos procuravam defender seus
interesses na África do Norte contra a política colonial francesa. Em troca do apoio
alemão e austríaco, a Itália comprometeu-se a socorrer a Alemanha em caso de uma
agressão militar francesa.
Birmarck custou a acatar as aspirações do Imperador Guilherme I no sentido de tornar
a Alemanha uma potência mundial através da aquisição de colônias alemãs ("um lugar
ao sol"). Birmarck desejava de todas as maneiras evitar tensões com as potências
europeias que ameaçassem a segurança da Alemanha. Mas quando, entre 1880 e
1885, o quadro internacional se mostrou auspicioso, Birmarck acedeu, estabelecendo-
se então algumas colônias ultramarinas alemãs: na África (Togo, Camarões, Sudoeste
Africano Alemão e África Oriental Alemã) e na Oceania (Nova Guiné Alemã, o
Arquipélago de Bismarck e as Ilhas Marshall).
O Kaiser Guilherme I morreu em 1888, sucedendo-o seu filho, Frederico III, o qual
reinou por apenas 99 dias, até a sua morte. Subiu ao trono, então, o jovem e
ambicioso Guilherme II, filho de Frederico. Bismarck renunciou em 1890, devido a
divergências políticas e pessoais com o novo Kaiser, que desejava ser o "seu próprio
chanceler".
Era guilhermina
Apesar das declarações de Guilherme II em contrário, logo após a renúncia de
Bismarck a política externa alemã sofreu uma inflexão, mudando de rumo com o
objetivo de aumentar a influência da Alemanha no mundo (Weltpolitik). O Tratado de
Segurança Mútua (Resseguro) com a Rússia não foi renovado. Com isto, Rússia e
França formaram uma aliança de oposição à Tríplice Aliança, a qual estava
enfraquecida devido a divergências entre a Áustria e a Itália.
A partir de 1898, a expansão colonial alemã no Sudeste da Ásia (Baía de Kiauchau, as
Marianas, as Carolinas, Samoa) começou a causar problemas com o Reino Unido, a
Rússia, o Japão e os Estados Unidos. A construção da Ferrovia de Bagdá, financiada
por bancos e pela indústria pesada alemã, cujo propósito era ligar o Mar do Norte com
o Golfo Pérsico através do Bósforo, também colidiu com interesses geopolíticos e
econômicos britânicos e russos.
De modo a proteger o comércio e as colônias de ultramar alemães, o Almirante von
Tirpitz deu início a um programa de construção de belonaves em 1898, o que
ameaçava diretamente a hegemonia britânica nos mares e causou,
conseqüentemente, o colapso das negociações com vistas à formação de uma aliança
entre Reino Unido e Alemanha. Esta última via-se cada vez mais isolada.
A política de poder imperialista e a defesa determinada dos interesses nacionais
terminaram por levar à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, tendo como
causa imediata o assassinato do herdeiro do trono austríaco, Francisco Fernando, e
sua mulher, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, nas mãos de um nacionalista
sérvio. Outras causas para a guerra, indicadas por historiadores, são as políticas
opostas levadas a cabo pelas potências europeias, a corrida armamentista, a
rivalidade germano-britânica, as dificuldades do Estado multinacional austro-húngaro,
a política russa para os Bálcãs e as apressadas mobilizações e ultimatos (na premissa
de que o conflito seria de curta duração). A Alemanha lutou ao lado da Áustria-Hungria
e do Império Otomano contra Rússia, França, Reino Unido, Itália e vários outros
Estados menores. Houve combates também no Oriente Próximo e nas colônias
alemãs.
No ocidente, a Alemanha lutou uma guerra de posições com batalhas sangrentas.
Após uma rápida marcha através da Bélgica, as tropas alemãs foram detidas no
Marne, ao norte de Paris. Desde então, o fronte na França mudou muito pouco até o
final do conflito. No oriente, não houve vitórias decisivas contra as forças russas. O
bloqueio naval britânico no Mar do Norte trouxe sérias conseqüências para o
suprimento alemão de matérias-primas e alimentos. A entrada dos Estados Unidos na
guerra, em 1917, em seguida à declaração alemã de conduzir uma guerra submarina
irrestrita, constituiu-se no ponto de inflexão em desfavor da Alemanha.
No final de outubro de 1918, unidades da marinha alemã em Kiel recusaram-se a
lançar-se ao mar para uma última grande operação numa guerra que davam como
perdida. Em 3 de novembro, a revolta espalhou-se para outras cidades.
Estabeleceram-se os chamados conselhos de trabalhadores e os de soldados.
O Kaiser Guilherme II e todos os príncipes reinantes alemães abdicaram. Em 9 de
novembro, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República. Em 11 de
novembro, assinou-se o armistício em Compiègne.
República de Weimar
Nos termos do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho de 1919, a Alemanha
deveria ceder a Alsácia-Lorena, Eupen-Malmédy, o Schleswig Setentrional e a área de
Memel. A Polônia foi restaurada e, após plebiscitos e levantes independentistas,
foram-lhe entregues Posen, a Prússia Ocidental e a Alta Silésia. Todas as colônias
seriam entregues aos Aliados. As margens direita e esquerda do Reno seriam
permanentemente desmilitarizadas. O Sarre, centro industrial importante, seria
governado pela Liga das Nações por 15 anos, seus campos de carvão administrados
pela França. Para assegurar o cumprimento do tratado, tropas aliadas ocupariam a
margem esquerda (alemã) do Reno por um período entre 5 e 15 anos. O exército
alemão ficaria limitado a 100 mil oficiais e soldados; o estado-maior seria dissolvido;
grandes quantidades de material bélico seriam entregues e a fabricação de munições,
rigidamente controlada. A marinha sofreria redução semelhante; ficava proibida a
utilização de aeronaves militares. A Alemanha e seus aliados deveriam aceitar a
exclusiva responsabilidade pela guerra e pagar compensações financeiras pelas
perdas e danos sofridas pelos Aliados.
Os humilhantes termos da paz provocaram indignação entre os alemães e
enfraqueceram drasticamente o novo regime democrático. Em 11 de agosto de 1919,
entrou em vigor a constituição de Weimar, sendo Friedrich Ebert o primeiro Presidente
da República.
Os dois maiores inimigos do novo regime eram o Partido Comunista Alemão (KPD) e o
Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), que abusariam das
liberdades democráticas para lutar contra a República de Weimar. Já nos primeiros
meses de 1920, fracassou uma tentativa de golpe de Estado feita pelo extrema-direita
Wolfgang Kapp em Berlim; greves e rebeliões em outras cidades foram violentamente
reprimidas.
Em 1922, a Alemanha foi o primeiro Estado a estabelecer relações diplomáticas com a
União Soviética, por meio do Tratado de Rapallo.
Quando a Alemanha deixou de pagar a indenização de guerra, tropas francesas e
belgas ocuparam o distrito do Ruhr, altamente industrializado (janeiro de 1923). A
resistência passiva subseqüente foi bem-sucedida mas levou à hiperinflação — os que
perderam as suas fortunas tornar-se-iam inimigos da República de Weimar e eleitores
da direita antidemocrática.
Em setembro de 1923, com a deterioração da economia, o Chanceler Gustav
Stresemann pediu o fim da resistência passiva no Ruhr. Em novembro, seu governo
lançou uma nova moeda, o Rentenmark (posteriormente, Reichsmark), e tomou outras
medidas para controlar a hiperinflação. Nos seis anos seguintes, a situação econômica
melhorou. Em 1928, a produção industrial alemã voltou aos níveis de 1913.
Na noite de 8 de novembro de 1923, seiscentos integrantes armados das SA cercaram
uma cervejaria em Munique, onde os dirigentes do estado da Baviera e os
comandantes locais do exército alemão se encontravam para uma reunião pública. As
tropas de assalto eram chefiadas por Adolf Hitler. Nascido em 1889, na Áustria, ex-
voluntário no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, na época membro
do NSDAP, Hitler era até então desconhecido. Procurou forçar os presentes a se
juntarem a ele numa marcha contra Berlim para tomar o poder (o chamado Putsch da
Cervejaria). Foi posteriormente preso e condenado a cinco anos de detenção, mas
terminou por ser solto com apenas um ano de prisão, no fim de 1924.
As eleições nacionais de 1924 foram ganhas pela direita (na chamada Ruck nach
Rechts). O Marechal-de-Campo Hindenburg, monarquista, foi eleito Presidente.
Em outubro de 1925, Alemanha, França, Bélgica, Reino Unido e Itália celebraram o
Tratado de Locarno, que reconhecia as fronteiras franco e belgo-germânicas.
Ademais, o Reino Unido, a Itália e a Bélgica comprometeram-se a ajudar a França
caso a tropas alemãs reocupassem a Renânia desmilitarizada. O tratado preparou a
entrada da Alemanha na Liga das Nações, em 1926.
O crash de Wall Street em 1929 e a conseqüente Grande Depressão foram sentidos
na Alemanha, cuja economia foi abalada. No início de 1932, o desemprego no país já
atingia mais de seis milhões de pessoas. Ocorreu também uma crise política, devido à
incapacidade de os partidos políticos representados no Reichstag constituírem uma
maioria para indicar o governo. Em março de 1930, o Presidente Hindenburg nomeou
Heinrich Brüning para o cargo de chanceler. De maneira a fazer aprovar seu pacote de
medidas de austeridade contra uma maioria de parlamentares sociais-democratas,
comunistas e do NSDAP, Brüning lançou mão de decretos de emergência e chegou
mesmo a dissolver o Parlamento.
O NSDAP saiu vitorioso nas eleições de julho de 1932, com 38% dos votos (e o apoio
da pequena burguesia, da juventude, dos desempregados e da população rural), o que
lhe deu a maior bancada no Reichstag. O KPD comunista, por sua vez, passou a ser o
terceiro maior partido no Parlamento, com 15%. Juntos, portanto, os partidos
antidemocráticos de esquerda e direita detinham agora a maioria no legislativo
alemão. Em 30 de janeiro de 1933, pressionado pelo ex-Chanceler Franz von Papen e
outros conservadores, o Presidente Hindenburg nomeou Hitler para o cargo de
chanceler.
Terceiro Reich
Ascensão dos nazistas
O Chanceler Adolf Hitler acusou os comunistas pelo incêndio criminoso do prédio do
Reichstag, ocorrido na noite de 27 de fevereiro de 1933, e logrou convencer o
Presidente Hindenburg a assinar o "decreto do incêndio do Reichstag", que suspendia
importantes direitos políticos e humanos e permaneceu em vigor até 1945. Foram
detidos e enviados para campos de concentração 11 mil comunistas e socialistas, que
ficaram à disposição da nova polícia secreta, a Gestapo.
Apesar do terror e do uso sem precedentes da propaganda política, as últimas
eleições livres, de 5 de março, não permitiram ao NSDAP constituir a maioria
parlamentar que Hitler esperava. Entretanto, o chanceler logrou convencer os
necessários 2/3 do Parlamento (com o auxílio dos Partidos Popular Nacional Alemão e
do Centro Católico, e com a ausência de parlamentares mortos ou detidos,
considerada voluntária para os fins da votação) a aprovar a chamada "lei dos plenos
poderes" (23 de março de 1933), que conferia a seu governo plenos poderes
legislativos. Apenas os sociais-democratas se opuseram à lei, que foi a base da
ditadura nazista, da dissolução dos Laender, dos sindicatos e dos partidos políticos
(exceto o nazista). Estabeleceu-se um Estado centralizado e totalitário, que substituiu
a constituição liberal de Weimar. A Alemanha deixou a Liga das Nações. A
Reichskonkordat (uma concordata entre a Santa Sé e a Alemanha nazista), negociada
com o anticomunista Papa Pio XI, concedeu ao regime de Hitler o reconhecimento
internacional, no momento em que as potências viam os desdobramentos políticos na
Alemanha com desconfiança.1
Entrementes, muitos dirigentes das SA nazistas estavam decepcionados. O chefe do
Estado-Maior das SA, Ernst Röhm, pressionava a favor da incorporação daquele
contingente à Wehrmacht (exército alemão), sob seu comando. Hitler, sentindo-se
ameaçado, ordenou em 30 de junho de 1934 que as SS capturassem Röhm e seus
tenentes e os executassem sem julgamento.
As SS tornaram-se uma organização independente sob o comando do Reichsführer
SS Heinrich Himmler. Este também viria a ser o supervisor da Gestapo e dos campos
de concentração e, mais tarde, da polícia comum.
O regime demonstrou especial hostilidade contra os judeus. Em setembro de 1935, o
Reichstag aprovou as chamadas leis raciais de Nuremberga, contra os cidadãos
judeus: estes perderam a nacionalidade alemã e foram proibidos de casar-se com
alemães.
Hitler restabeleceu a força aérea alemã e o serviço militar obrigatório. O rearmamento
era uma violação ostensiva do Tratado de Versalhes, mas nem o Reino Unido, nem a
França ou a Itália fizeram mais do que passar notas de protesto.
Em 1936, a Renânia desmilitarizada foi reocupada por tropas alemãs. O Tratado de
Locarno obrigava o Reino Unido a intervir em favor da França, mas, apesar dos
protestos franceses, o governo britânico decidiu nada fazer. O caso fortaleceu a
posição de Hitler na Alemanha. Sua reputação aumentaria ainda mais com os Jogos
Olímpicos, que se realizaram naquele ano em Berlim e em Garmisch-Partenkirchen e
mostraram-se um grande sucesso de propaganda para o regime.
Expansão e derrota
Após estabelecer o "Eixo Roma-Berlim" com Mussolini e assinar o Pacto Anti-
Comintern com o Japão, ao qual a Itália aderiria no ano seguinte, em 1937, Hitler
sentiu-se capaz de partir para a ofensiva em política externa. Em 12 de março de
1938, tropas alemãs entraram na Áustria, onde uma tentativa de golpe nazista havia
fracassado em 1934. Quando Hitler chegou a Viena, foi recebido com vivos aplausos.
Quatro semanas depois, 99% dos austríacos votaram em favor da anexação
(Anschluss) de seu país à Alemanha. Com isso, Hitler concretizou a antiga ideia de um
império alemão com a inclusão da Áustria — a solução "grande-alemã" que Bismarck
havia rejeitado quando, em 1871, uniu as terras germânicas, sob a liderança da
Prússia. Embora a anexação violasse o Tratado de Saint-Germain-en-Laye, que
proibia expressamente a unificação da Áustria com a Alemanha, as potências
ocidentais, mais uma vez, limitaram-se a protestar.
Em seguida à Áustria, Hitler voltou-se para a Tchecoslováquia, onde uma minoria
étnica alemã de 3,5 milhões de habitantes nos Sudetos estavam a exigir direitos iguais
e auto-governo. Na Conferência de Munique, de setembro de 1938, Hitler, Mussolini, o
Primeiro-Ministro britânico Neville Chamberlain e o Primeiro-Ministro francês Édouard
Daladier convieram em que os tchecoslovacos deveriam ceder os Sudetos à
Alemanha. Hitler declarou então que todas as reivindicações territoriais alemãs haviam
sido atendidas. Mas apenas seis meses após Munique, em março de 1939, o dirigente
alemão usou os desentendimentos entre eslovacos e tchecos como pretexto para
invadir o restante da Tchecoslováquia, transformando-a no Protetorado da Boêmia e
Morávia. Neville Chamberlain viu-se compelido a reconhecer que sua política de
apaziguamento para com Hitler havia fracassado.
Em seis anos, o regime nazista preparou o país para a Segunda Guerra Mundial. A
liderança nazista buscou eliminar ou subjugar a população judaica na Alemanha e
posteriormente nos países ocupados, por meio de deportações forçadas e genocídio,
hoje conhecido como o Holocausto. Política semelhante foi adotada para outros
grupos étnicos e nacionais vistos pelos nazistas como "sub-humanos", tais como os
Roma, os poloneses e os russos, considerados uma ameaça à "pureza da raça ariana"
alemã, bem como para com deficientes físicos e mentais.
Após a anexação dos sudetos e do resto da Tchecoslováquia, a Alemanha,
juntamente com a União Soviética, invadiu a Polônia, em setembro de 1939, fato
considerado como o início da Segunda Guerra.
O ano de 1945 viu a Alemanha e seus parceiros do Eixo (Itália e Japão) derrotados
pelas forças combinadas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e
outros. A maior parte da Europa estava em ruínas, dezenas de milhões de pessoas
haviam sido mortas (em grande parte, civis), dentre as quais seis milhões de judeus e
muitas outras pessoas dos territórios ocupados. A Segunda Guerra resultou na
destruição da infra-estrutura política e econômica alemã, causou a sua divisão e
considerável perda de território na Europa Oriental e deixou um legado de humilhação.
Alemanha desde 1945
Os alemães referem-se com freqüência a 1945 como a Stunde Null (a hora zero), para
descrever o quase-total colapso do país. Na Conferência de Potsdam, a Alemanha foi
dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar; as três zonas a oeste
viriam a formar a República Federal da Alemanha (conhecida como Alemanha
Ocidental), enquanto que a área ocupada pela União Soviética se tornaria a República
Democrática da Alemanha (conhecida como Alemanha Oriental), ambas fundadas em
1949. A Alemanha Ocidental estabeleceu-se como uma democracia capitalista e a sua
contraparte oriental, como um Estado comunista sob influência da URSS. Em
Potsdam, os Aliados decidiram que as províncias a leste dos rios Oder e Neisse (a
"linha Oder-Neisse") seriam transferidas para a Polônia e a Rússia (Kaliningrado). O
acordo também determinou a abolição da Prússia e a repatriação dos alemães que
residiam naqueles territórios, formalizando o êxodo alemão da Europa Oriental.
As relações entre os dois Estados alemães do pós-guerra mantiveram-se frias, até a
política de aproximação com os países comunistas da Europa Oriental promovida pelo
Chanceler ocidental Willy Brandt (Ostpolitik), nos anos 1970, cujo conceito principal
era "Dois Estados alemães dentro de uma nação alemã". O relacionamento entre os
dois países melhorou e, em setembro de 1973, as duas Alemanhas tornaram-se
membros da Organização das Nações Unidas.
Durante o verão de 1989, mudanças políticas ocorridas na Alemanha Oriental e na
União Soviética permitiram a reunificação alemã. Alemães orientais começaram a
emigrar em grande número para o lado ocidental, via Hungria, quando o governo
húngaro decidiu abrir as fronteiras com a Europa Ocidental. Milhares de alemães
orientais ocuparam missões diplomáticas da Alemanha Ocidental em capitais do leste
europeu. A emigração e manifestações em massa em diversas cidades pressionaram
o governo da Alemanha Oriental por mudança, o que levou Erich Honecker a renunciar
em outubro; em 9 de novembro de 1989, as autoridades alemãs orientais
surpreenderam o mundo ao permitir que seus cidadãos cruzassem o Muro de Berlim e
outros pontos da fronteira comum e entrassem em Berlim Ocidental e na Alemanha
Ocidental - centenas de milhares aproveitaram a oportunidade. O processo de
reformas na Alemanha Oriental culminou com a reunificação da Alemanha, em 3 de
outubro de 1990.
Juntamente com a França e outros países europeus, a nova Alemanha tem exercido
um papel de liderança na União Europeia. É um dos principais defensores da união
monetária, de uma maior unificação nas áreas de política, defesa e segurança
europeias. O governo alemão expressou interesse em assumir um assento
permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Antiguidade
 Germanos
 Grande Migração
Idade Média
 Frância oriental
 Reino da Germânia
 Sacro Império
Romano-Germânico
 Colonização do Leste
 Seccionalismo
Formando uma nação
 Confederação do Reno
 Confederação Germânica
 Revolução de 1848
 Confederação da
Alemanha do Norte
 Unificação Alemã
Império Alemão
 Império Alemão
 Primeira Guerra Mundial
 República de Weimar
 Alemanha Nazi
 Governo Flensburg
Alemanha pós-1945
 Ocupação Aliada
 Expulsão dos alemães
após a Segunda Guerra
Mundial
 Alemanha Oriental
 Alemanha Ocidental
 Reunificação da Alemanha
Alemanha moderna
 Alemanha moderna
Bismarck e a Vontade do Poder
Otto von Bismarck, o assim chamado chanceler de ferro, foi o
estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a
ele lançar as bases do II Reich (1871-1918), que fizeram com
que o país, superando a existência de mais de 300 entidades
políticas diferentes, conhecesse pela primeira vez na sua longa
história a existência de um Estado-nacional único. Para tanto,
para formar a unidade alemã, Bismarck desprezou os recursos
do liberalismo político - baseado no consenso ou no voto das
maiorias extraído das práticas parlamentares -, apostando
sempre numa política de força (dita de sangue e ferro),
moldando assim o novo Estado alemão dentro da blindagem do
antigo sistema autoritário prussiano.
O último refresco
"Existem filósofos alemães? Existemescritores alemães? Existembons livrosalemães?
Fazem-me esta pergunta no estrangeiro.Ruborizo-me!mas comtoda a delicadeza que sou
capaz nestas situações delicadas,eu respondo:
- Sim! Bismarck!"
F. Nietzsche - Götzendämmerung, 1888
Bismarck (1815-1898)
Serviram-lhe um refresco, fazia calor. Bebeu-o de vez estalando a
língua. -Vorwärts! Avante! exclamou, duas horas depois o
octogenário Otto von Bismarck, o chanceler de ferro, expirou.
Morreu em Schönhäusen, a propriedade da família na Prússia, no
dia 2 de agosto de 1898. Oito anos antes, em 1890, recolhera-se
para lá a contragosto. O Kaiser Guilherme II, o jovem imperador
alemão o constrangera à renúncia.
- "Não vou hibernar como um urso!" Pensava ainda continuar
governando a Alemanha. A sua Alemanha. E, de fato, se existisse
algum país na Europa daquele tempo que pertencesse a alguém, que tivesse sido obra de
alguém, este país era a Alemanha, a Alemanha de Bismarck.
Chicote e pão-doce
Nomeado chanceler pelo rei da Prússia em 1862, percebeu o
equivoco dos conservadores alemães deixarem a causa da unificação
nacional como bandeira só dos liberais e dos democratas. O pendão
em favor da aliança de todos alemães baixo um só regime, vivendo
num país integrado, estava largado ao chão desde o fracasso da
Revolução dos Poetas na assembléia nacional de Frankfurt, fechada
pela reação em 1849. Desde então, reerguido por ele aquele ideal,
recorrendo à prática do Peitsche und Zuckenbrot, a política que
alternava entre o chicote e o pão-doce, lançando mão da guerra e das
negociações diplomáticas, conforme a suas estratégia determinava,
Bismarck trabalhou incansavelmente para atingir aquele objetivo.
Henry Kissinger considera-o um revolucionário.
Pensava ele com razão, que a Prússia dos 1860 - o reino mais povoado, instruído e
industrializado dos 39 estados da Alemanha -, era poderosa o bastante para caminhar
sozinha rumo à integração nacional sem prender-se à Áustria ou ao consentimento da
Rússia. Tornou-se um aplicado seguidor da chamada Realpolitik. Nada de ater-se a
pruridos morais ou preceitos ideológicos. Para alcançar a tão desejada unidade ele faria
acordos até com o demônio se fosse preciso. Contatou inclusive com Karl Marx, em
1867, sondando-o para que pusesse seus "extraordinários talentos a serviço do povo
alemão". Preparou-se então para a guerra. Em seis anos, de 1864 a 1870, batendo
dinamarqueses, austríacos e franceses, conseguiu o feito de unificar o pais.
Tratado de Versalhes (1919)
O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências
europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de
negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de
Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos.1 O
principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as
O chanceler de ferro um
pouco antes da sua morte
em 1898
O capacete prussiano
cobrindo a todos
(caricatura)
responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247,
fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.
Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para
um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o
continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos
prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou
reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann
Müller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919.1 O tratado foi ratificado pela Liga
das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e
humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em
1933 e a ascensão do Nazismo.
No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das
reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado
em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são
frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a
subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda
Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.
Condições
O tratado tinha criado Liga das Nações, um dos objetivos maiores do presidente dos
Estados Unidos, Woodrow Wilson. A Liga das Nações pretendia arbitrar disputas
internacionais para evitar futuras guerras. Só quatro dos chamados Quatorze Pontos
de Wilson foram concretizados, já que Wilson era obrigado a negociar com
Clemenceau, Lloyd George e Orlando alguns pontos para conseguir a aprovação para
criação da Liga das Nações.1 A visão mais comum era que a França de Clemenceau
era a mais vigorosa na luta por uma represália contra a Alemanha, já que grande parte
da guerra tinha sido no solo francês.
Cedências territoriais
Outras cláusulas incluíam a perda das colônias alemãs e dos territórios que o país
tinha anexado ou invadido num passado recente-:1
Alsácia-Lorena, os territórios cedidos a Alemanha no acordo de Paz assinado em
Versalhes em 26 de Janeiro de 1871 e o Tratado de Frankfurt em 10 de Maio de 1871,
seriam devolvidos a França (área 14 522 km², 1 815 000 habitantes, 1905).
A Sonderjutlândia seria devolvida a Dinamarca se assim fosse decidido por um
plebiscito na região (toda a região da Schleswig-Holstein teve o plebiscito, sendo a
Sonderjutlândia a única região a se decidir separar)(3984 km², 163 600 habitantes,
1920).
As províncias de Posen e Prússia Oriental, que a Prússia Ocidental tinha conquistado
nas Partições da Polônia eram devolvidas após a população local ter ganho a
liberdade na Revolução da Grande Polônia (área 53 800 km², 4 224 000 habitantes,
1931).
Hlučínsko, região da Alta Silésia, para a Checoslováquia (316 ou 330 km² e 49 000
habitantes)
Parte leste da Alta Silésia para a Polônia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar
do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.
As cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica.
A região de Soldau da Prússia Oriental a Polônia (área de 492 km²).
Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois
transferida para a Lituânia.
Na parte oriental da Prússia Ocidental e na parte sul da Prússia Oriental, Vármia e
Masúria, pequenas partes para a Polônia.
A província de Sarre para o comando da Liga das Nações durante 15 anos.
A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia com o delta do Rio Vístula foi transformada
na Cidade Livre de Danzig sobre o controlo da Liga das Nações (área de 1893 km²,
408 000 habitantes, 1929).
O artigo 156 do tratado transferiu as concessões de Shandong, da China para o Japão
ao invés de retornar a região à soberania chinesa. O país considerou tal decisão
ultrajante o que levou a movimentos como o Movimento de Quatro de Maio, que
influenciou a decisão final chinesa de não aderir ao Tratado de Versalhes. A República
da China declarou o fim da guerra contra a Alemanha em Setembro de 1919 e assinou
um tratado em separado com a mesma em 1921.
Reparações de guerra e cláusulas de culpa
Woodrow Wilson com os comissários americanos de paz.
Em seu livro sabrina lima escreve:2
No início, França e Bélgica argumentavam que o dano direto deveria
receber prioridade em qualquer distribuição de reparações. No norte
francês, altamente industrializado, os alemães levaram tudo o que
queriam para o uso próprio e destruíram muito do que sobrara. Mesmo
batendo em retirada em 1918, as forças alemãs encontraram tempo para
destruir as minas de carvão mais importantes da França.
O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a
Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente durante a
guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais atos. O montante total foi decidido
entre a Tríplice Entente na Comissão de Reparação. Em Janeiro de 1921 esse número
foi oficializado em 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal, e
mais 12% do valor das exportações anuais alemãs - um valor que muitos economistas
consideraram ser excessivo. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132
biliões, o que ainda era considerado uma soma astronômica para os observadores
germânicos.
Os problemas econômicos que tal pagamento trouxe, e a indignação alemã pela sua
imposição são normalmente citados como um dos mais significantes factores que
levaram ao fim da República de Weimar e ao início da ditadura de Adolf Hitler, que
levou à II Guerra Mundial. Alguns historiadores, como Margaret Olwen MacMillan
discordam desta afirmação, popularizada por John Maynard Keynes.
A posição dos Estados Unidos
Os Estados Unidos não ratificaram o tratado. As eleições para o Senado em 1918
deram a vitória ao Partido Republicano (49 contra 47 lugares), que assumiu o controlo
do Senado e por duas vezes bloqueou a ratificação (a segunda vez em 19 de março
de 1920), favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das Nações.
Outros senadores queixaram-se da quantidade excessiva de reparações a que a
Alemanha era obrigada. Como resultado, os Estados Unidos nunca aderiram à
Sociedade das Nações e negociaram em separado uma paz com a Alemanha: o
Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a pagamento de indenizações e de outras
disposições do Tratado de Versalhes, mas excluiu explicitamente todos os assuntos
relacionados com a Sociedade das Nações
As negociações
As negociações entre as potências aliadas começaram em 18 de Janeiro, no Salão
dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, no Quai d'Orsay, em
Paris. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.3
Tendo sido derrotados, a Alemanha, a Áustria e a Hungria (estados que sucederam à
Áustria-Hungria) foram excluídas das negociações. A República Socialista Federativa
Soviética da Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest-
Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual
a Alemanha ganhou uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.1
Até Março de 1919, as extremamente complexas negociações das condições de paz
foram conduzidas através de reuniões periódicas do "Conselho dos Dez" (líderes de
governo e ministros dos Negócios Estrangeiros), composto pelos cinco grandes
vencedores (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão). Uma vez que este
organismo revelou ser demasiado pesado e formal para uma tomada eficaz de
decisões, o Japão e os ministros dos Negócios Estrangeiros deixaram as principais
reuniões, de modo que apenas os ditos "Quatro Grandes" permaneceram.4 Após as
suas reivindicações territoriais para a região de Fiume (hoje Rijeka) terem sido
rejeitadas, o primeiro-ministro da Itália, Vittorio Orlando, deixou as negociações
(apenas voltaria para a assinatura em Junho). As condições finais foram determinadas
pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico David Lloyd
George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA,
Woodrow Wilson.
O Japão tentou no início inserir uma cláusula nos artigos referentes à constituição da
Sociedade das Nações contra a discriminação baseada na raça ou na nacionalidade,
mas teve de retirar a pretensão devido sobretudo à atitude da Austrália.5
Em Versalhes, era difícil chegar a posições comuns porque os conferencistas
defendiam objetivos que entravam em conflito entre si. O resultado foi chamado um
"compromisso infeliz".6 Por exemplo, enquanto os líderes americanos e britânicos
quiseram chegar a uma paz justa e a um acordo razoável, os interesses da França
apelavam a vastíssimas indenizações, já que a maior parte das batalhas e destruição
se deram em solo francês, além de a França ter perdido cerca de 1 500 000
combatentes e 400 000 civis.
Estrutura do Tratado
Parte I - Pacto da Sociedade das Nações (artigos 1 a 26 e anexo).
Parte II - As Fronteiras da Alemanha (artigos 27 a 30).
Parte III - Cláusulas para Europa (artigos 31 a 117 e anexos).
Parte IV - Direitos e interesses alemães fora da Alemanha (artigos 118 a 158 e
anexos).
Parte V - Cláusulas militares, navais e aéreas (artigos 159 a 213).
Parte VI - Prisioneiros de guerra e cemitérios (artigos 214 a 226).
Parte VII - Sanções (artigos 227 a 230).
Parte VIII - Reparações (artigos 231 a 247 e anexos).
Parte IX - Cláusulas financeiras (artigos 248 a 263).
Parte X - Cláusulas económicas (artigos 264 a 312).
Parte XI - Navegação aérea (artigos 313 a 320 e anexos).
Parte XII - Portos, vias marítimas e vias férreas (artigos 321 a 386).
Parte XIII - Organização Internacional do Trabalho (artigos 387 a 399).
Procedimentos (artigos 400 a 427 e anexo).
Parte XIV - Garantias (artigos 428 a 433).
Parte XV - Previsões e diversos (artigos 434 a 440 e anexo).
Ver também
Plano Dawes
Plano Young
Tratado de Versalhes
Tratado de Paz entre os aliados e Potências
Associadas e a Alemanha
Página frontal da versão em língua inglesa
Assinado 28 de junho de 1919
Local Versalhes, França
Em vigor 10 de janeiro de 1920
Condição Ratificação pela Alemanha e as
três principais Potências
Associadas
Signatários Reich Alemão
Império Britânico
França
Itália
Japão
Estados Unidos
outras potências
aliadas[Expandir]
Depositário Governo francês
Línguas Francês e inglês
O Segundo Reich
Em 1870 tornara-se o alemão mais famosos do mundo. A sua
altura imensa - tinha quase 2 metros - o seu uniforme engalanado,
o bigodão de hussardo e seu capacete pontiagudo, viraram o
símbolo da Alemanha do século 19. Em 18 de janeiro de 1871, no
Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, na França derrotada,
esmagada que fora pelos granadeiros prussianos de von Molke em
Sedan, o chanceler de ferro, como rapidamente o cognominaram,
realizou seu sonho. Perante os príncipes alemães, todos presentes
naquela ocasião extraordinária, Bismarck viu o seu rei Guilherme
I, tornar-se o Imperador de todos os alemães coroado como Kaiser. Se bem que os
monarcas da Baviera e da Saxônia, e outros reinos de menor importância, ainda
mantinham certas prerrogativas, dali em diante o país seria governado de Berlim. Tendo
uma só política externa, uma só moeda e um só comando militar.
Os desastres da unificação conservadora
À distância desse episódio histórico, vê-se tudo como uma tragédia. O repúdio do IIº
Reich alemão (1871-1918) ao liberalismo e à democracia ocidental, o fez presa de
cartéis militaristas reacionários, belicosissimos, sedentos por "espaço vital", querendo
alastrar-se pelo mundo inteiro. O resultado foi o que se viu. Primeiro conduzindo o IIº
Reich em 1914-18 à Grande Guerra e, novamente, em outra refrega muito mais
mortífera, à Guerra Total de 1939-45, levada à diante pelo chamado IIIº Reich, o dos
nazistas.
Mapa da região central da Europa, tendo em destaque a Alemanha e áreas onde houveram as
ocupações nazistas:
GuilhermeI, rei da Prússia e
Imperador da Alemanha
(1861-1888)
A Europa em 1920
1. República Portuguesa
2. Reino de Espanha
3. Principado de Andorra
4. Terceira República Francesa
5. Reino de Itália
6. Suíça
7. Reino da Bélgica
8. Reino dos Países Baixos
9. República de Weimar
10. Reino da Dinamarca e da Islândia
11. Primeira República Austríaca
12. República Checoslovaca
13. Segunda República Polaca
14. Silésia
15. Reino da Hungria
16. Reino da Jugoslávia
17. Reino da Roménia
18. Reino da Albânia
19. Grécia
20. Reino da Bulgária
21. Ucrânia
22. União Soviética
23. Lituânia Central
24. República da Letónia
25. Constantinopla
26. Turquia
27. República da Finlândia
28. Reino da Suécia
29. Reino da Noruega
30. Império Britânico
31. Rif
32. Reino de Marrocos
33. Argélia (colónia francesa)
34. Tunísia (protectorado francês)
35. Tripolitânia (Líbia)
36. Egito
37. República de San Marino
38. Vaticano (Reino de Itália)
39. Cidade Livre de Danzig
40. Grão-Ducado do Luxemburgo
41. República Democrática da Geórgia
A coroação do imperador da Alemanha no salão dos espelhos em
Versalhes, 1871
Na época, porém, quando se deu a unificação, até os exilados socialistas alemães ,
inimigos de Bismarck, exultaram com a vitória dos prussianos. Mikhail Bakunin, o
anarquista russo, registrou incomodado como inclusive Karl Marx - naqueles dias que
se seguiram à vitória de Sedan e ao anuncio da formação do império alemão -, tornara-
se um pangermanista intratável, verificando que por debaixo da pele do revolucionário
mais ardoroso escondia-se um chauvinista alemão.
Bismarck, o super-homem
Nietzsche, quando jovem, fascinou-se por Otto von
Bismarck, saboreando seus discursos como se "fossem
vinho forte", contendo a língua "para não bebê-lo
demasiadamente rápido e prolongar o prazer". Mais
tarde queixou-se do cheiro de pólvora , do rufar dos
tambores e do ensarilhar de armas do Reich, mas, ainda
é legitimo suspeitar-se que a inspiração para o seu
Super-Homem, o dominador dos destinos futuros,
tenha-lhe sido emprestada pela poderosa imagem do
velho Bismarck cavalgando frente aos regimentos de
granadeiros prussianos, construindo com a força do seu
punho de ferro um império. Quanto à obra maior do
chanceler, a unificação do povo alemão, ela ainda está
ai. Soçobrou por duas vezes ao longo do século XX mas sobreviveu.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm
Segundo Império da Alemanha - História do Segundo Império da Alemanha
Também conhecido como Segundo Reich (1871-1918), império europeu e colonial
governado pela Prússia. A proclamação do Império teve lugar em Versalhes, em 1º de
janeiro de 1871, quando a antiga Confederação da Alemanha do Norte e os quatro
estados da Alemanha do Sul (Baviera, Baden, Hesse-Darmstadt e Württemberg)
concordaram em constituir uma união federal permanente, cedendo a maioria de seus
Nietzsche, aos poucos esmoreceu o seu
fervor por Bismarck
direitos de soberania ao novo Império. O rei da Prússia, Guilherme I, foi proclamado
imperador alemão. Otto von Bismarck presidiu a nova organização política como
chanceler imperial.
Guilherme I faleceu em 1888 e, depois do breve mandato de Frederico III, Guilherme II
ascendeu ao trono. Bismarck apresentou sua demissão em 1890. A partir desta
década, os conflitos entre as classes privilegiadas e o proletariado foram aumentando
na sociedade alemã. Por outro lado, as relações com as outras potências européias se
deterioraram consideravelmente. O único aliado fiel foi o Império Austro-húngaro. A
Alemanha apoiou a Áustria na guerra contra a Sérvia no verão de 1914, com a
esperança de que a luta reuniria as classes trabalhadoras em torno do governo. Este
confronto deu origem à I Guerra Mundial. O fracasso militar e as desordens internas
levaram à dissolução do segundo Império Alemão. Guilherme II abdicou em 9 de
novembro e, neste mesmo dia, a República foi proclamada em Berlim.
Segundo Reich
Em 1933, com a ascensão do regime Nazista na Alemanha, a propaganda estatal
começou a divulgar com bastante fervor a expressão “Terceiro Reich“, dando a
entender que, sob o comando de Adolf Hitler a Alemanha iria reviver seus dois
períodos de maior destaque, ou seja, os dois momentos na história em que o país foi o
centro de um vasto e diverso império (ou reich, em alemão). O Primeiro Reich seria o
Sacro Império Romano-Germânico, existente entre 962 e 1806, fundado pelo monarca
germânico Oto I, que tomava emprestado características tanto do Império Romano
como do Império Carolíngio, tendo porém, a região da atual Alemanha como núcleo do
estado.
Já o Segundo Reich teria sido representado pelo Império Alemão (Deutsches Reich),
existente entre 1871 e 1918, e que compreendia o território alemão unificado (um
pouco maior do que o atual), além de vários domínios ultramarinos espalhados pela
África, Ásia e Oceania.
A Alemanha deste chamado “Segundo Reich”, é obra quase que exclusiva do
chanceler Otto von Bismarck, que projeta, sob regime monárquico, um moderno
estado nacional, de governo central com soberania sob todo o seu território, num
modelo que vinha sendo progressivamente adotado por outras nações europeias e
americanas desde o século XII. Essa composição, porém, é adotada em um momento
bastante tardio, deixando o país em relativa desvantagem no cenário político e
econômico da época. O novo império, porém, logo se destaca, e em pouco tempo
rivaliza no campo econômico com a maior potência, a Grã-Bretanha, e apesar de ter
chegado tarde na disputa colonial por territórios, consegue assegurar um império
ultramarino de dimensões respeitáveis.
Entre seus domínios, estavam:
Na África:
Togolândia (atual Togo e parte de Gana)
África Ocidental Alemã (grande parte da atual República dos Camarões)
Sudoeste Africano Alemão (atual Namíbia)
África Oriental Alemã (atuais Ruanda, Burundi e Tanzânia, sem a ilha de Zanzibar)
Na Ásia:
Kiautschou (enclave em território chinês cujo centro urbano era a cidade de
Qingdao)
Na Oceania:
Nova Guiné Alemã (atuais Ilhas Salomão, Ilhas Marshall, Micronésia, Marianas do
Norte, Nauru, Palau e norte de Papua-Nova Guiné)
Samoa Alemã (atual Estado Independente de Samoa)
Com esta configuração, o “Segundo Reich” estava entre as grandes potências
mundiais, sendo que em vários campos poderia ser considerado facilmente o país de
maior destaque. A expansão alemã parecia não ter limites, mas, aos poucos os
dirigentes do país optam pelo militarismo e por um enfrentamento direto aos seus
competidores, numa espiral que acaba por envolver a Alemanha na Primeira Guerra
Mundial. Contando com estimativas equivocadas sobre seu poderio e o de seus
aliados, a Alemanha acaba saindo da guerra derrotada, com uma grave crise
econômica, social e institucional e que ainda experimenta a perda significativa de
territórios e de todo o seu império colonial. É o fim do reich.
Bibliografia:
O Segundo Reich. Disponível em:
<http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm>. Acesso em: 03 jul.
2012.
Segundo Império da Alemanha – História do Segundo Império da Alemanha.
Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/germanica/segundo-imperio-da-
alemanha.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012
República de Weimar
InsígniaNaval de Reichsflotte.
A República de Weimar foi instaurada na Alemanha logo após a Primeira Guerra
Mundial, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático. O
Presidente da República nomeava um chanceler que seria responsável pelo poder
Executivo. Quanto ao poder Legislativo, era constituído por um parlamento
(Reichstag). Sucedeu ao Império Alemão. Este período tem este nome pois foi a
República proclamada na cidade de Weimar.
As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais.
Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente
autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em
particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja, a derrota na Guerra).
Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora poderosa, nos tempos do
imperador, em comparação com a nova realidade democrática, cheia de derrotas e
humilhações. Sebastian Haffner chamou-lhe uma "república sem republicanos". Kurt
Tucholwski chamou-lhe: "o negativo de uma monarquia, que só não o é porque o
monarca fugiu" (o imperador Wilhelm II viu-se obrigado a abdicar).
Face a essa situação política, que alguns compararam a um presente envenenado à
democracia, acabou por lançar os fundamentos que permitiram mais tarde a Adolf
Hitler posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado imperial e
antidemocrático da Alemanha e implantar o nazismo.
1933 é o ano terminal da República, já que, embora a constituição de 1919 não tenha
sido revista até ao final da Segunda Guerra Mundial, as reformas levadas a cabo pelo
partido nazista invalidaram-na muito antes.
Bandeira e Brasão
Após a proclamação da república, a bandeira e o brasão de armas da Alemanha foram
também alterados para dar conta das mudanças políticas no país. O tricolor
republicano é baseado na bandeira introduzida pela Constituição Paulskirche de 1849,
a qual foi decidida que pelo Parlamento de Frankfurt, durante o movimento civil
alemão, o qual pediam principalmente o parlamentarismo e a unificação dos estados
germânicos.
As conquistas e sinais desse movimento foram majoritariamente feitos após a queda
do antigo regime e a reação politica. Apenas o pequeno Principado de Waldeck
continuou sua tradição usando as cores alemãs, chamadas de Schwarz-Rot-Gold em
alemão (Em português: Preto-Vermelho-Dourado).
Esses sinais continuaram sendo símbolos do movimento Paulskirche e a República de
Weimar queria expressar sua origem naquele movimento entre 1848 e 1852. Os anti-
republicanos se opuseram a essa bandeira. Enquanto a primeira frota imperial
(Reichsflotte) orgulhosamente usava uma bandeira naval baseada na Schwarz-Rot-
Gold, a marinha alemã (Reichsmarine) insistia em usar as cores pré-segunda guerra,
similar a marinha mercantil alemã.
O brasão de armas republicano foi idealizado no movimento Paulskirche, usando o
mesmo animal, a águia, e as mesmas cores (preto, vermelho e dourado), mas
ocorrendo uma redução de duas cabeças pra uma. O político alemão, Friedrich Ebert
declarou, inicialmente, que o brasão de armas poderia ser desenhado por Emil
Doepler, e em 11 de Novembro de 1919, foi aceito pelo governo alemão. Em 1928, o
Reichswappen (brasão de armas do Reich) desenhado por Tobias Schwab (1887-
1967) passou a ser usado como emblema oficial da Equipe Olímpica da Alemanha.
O desenho de Doepler virou o Reichsschild (escudo do Reich) com uso restrito a
veículos do governo.
Em 1949, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) adotou todas as
três insignias da República de Weimar.
História
O início da República de Weimar data de 1918, quando o país começou a ser
controlado pelos militares logo após a fuga do Kaiser Wilhelm II. Quando se tornou
evidente que a Primeira Guerra estava perdida, o Oberste Heeresleitung ("Comando
Supremo do Exército"), induziu a constituição de um governo civil para facilitar as
negociações de paz com os aliados.
Em 28 de Outubro de 1918, a nova constituição alemã estava pronta, convertendo o
Reich numa república parlamentar (algo que havia sido evitado pelo Kaiser). Dessa
forma, o Chanceler devia responsabilizar-se à nação perante o Reichstag (Parlamento
Alemão) e não mais perante o imperador. O príncipe Maximiliano de Baden assumiu o
cargo.
O plano de transformar a Alemanha veio a fracassar devido sobretudo às condições
impostas pelo Tratado de Versalhes, que limitavam qualquer possibilidade de
ressurgimento econômico do país por causa das reparações de guerra, e as restrições
à indústria e ao exército alemão. As consequências econômicas da paz (1919),
formuladas pelo economista John Maynard Keynes, que assistiu como observador às
deliberações, expõem de maneira pormenorizada, e com sagacidade qual haveria de
ser o impacto das reparações sobre o frágil esquema das relações econômicas
internacionais durante a década de 1920. Isso, somado ao regresso dos soldados da
frente (muitos dos quais vinham feridos não apenas física mas psicologicamente),
aumentou enormemente o clima de fracasso e descontentamento que assombrava a
nação.
A escalada de violência entre os movimentos de direita e esquerda culminaram em 29
de Outubro de 1918, ao estalar a rebelião de parte do exército. O governo prendeu os
amotinados, principalmente da divisão naval, e muitos estudantes, operários e
militares solidarizaram-se com eles, agrupando-se em conselhos similares aos
Sovietes, que tomaram o poder militar e civil em diversas cidades. A 7 de Novembro, a
revolução alcançou a cidade de Munique, provocando a fuga do rei Luís III da Baviera.
O país esteve perto de se converter num Estado socialista. A 9 de Novembro, o
príncipe von Baden transferiu os seus poderes legais a Friedrich Ebert, líder do Partido
Socialista da Alemanha (SPD, Sozialistische Partei Deutschlands), de influência
operária, mas sem intenções de abandonar o sistema parlamentar. Esperava-se que
esse ato bastaria para acalmar as massas, mas tal não ocorreu.
No dia seguinte, instaurou-se um governo revolucionário sob o nome de Rat der
Volksbeauftragten, traduzido como "Conselho dos Encarregados do Povo", que era
formado por três membros do MSPD e três membros do partido Social Democrata
Independente (USPD, Unabhängige Sozialdemokraten), liderado por Ehbert e Hugo
Haase, respectivamente. Esse conselho governou a Alemanha de Novembro de 1918
a Janeiro de 1919.
Deutsches Reich
Weimarer Republik
República de Weimar
República
← 1919 – 1933
→
→
Bandeira Brasão
Continente Europa
Capital Berlim
Língua oficial Alemão
Governo República semi-presidencialista
Reichspräsident
(Presidente)
• 1919-1925 Friedrich Ebert (SPD)
• 1925 Hans Luther
• 1925 Walter Simons
• 1925-1933 Paul von Hindenburg
Reichskanzler
(Chanceler)
• 1º: 1920
2º: 1928-1930
Hermann Müller (SPD)
• 1º: 1923-1925
2º: 1926-1928
Wilhelm Marx (Zentrum)
• 1932 Franz von Papen
• 1933 Adolf Hitler (NSDAP)
Período histórico Período de entre-guerras
• 11 de Agosto de
1919
Estabelecimento
• 30 de Janeiro de
1933 Hitler assume o cargo de Chanceler
• 27 de Fevereiro de
1933 Incêndio do Reichstag
• 23 de Março de
1933
Dissolução
Moeda Papiermark (1919-1923)
Rentenmark (1923-1924)
Reichsmark (1924-1933)
Membro de: SDN
9 de novembro na história da Alemanha
Schicksalstag (literalmente dia do destino em língua alemã), conhecido
internacionalmente também em inglês como Day of fate, é o título dado ao dia 9 de
novembro pelos alemães, devido a neste dia terem ocorrido em diversos anos vários
acontecimentos importantes para a História da Alemanha. Os mais importantes
incluem:
1848: foi a data da execução do líder liberal Robert Blum. Este acontecimento é
visto frequentemente como simbólico para o fracasso da revolução de 1848.
1918: o imperador Guilherme II foi destronado e Philipp Scheidemann proclamou a
primeira república da Alemanha, a República de Weimar.
1923: deu-se o Putsch de Munique, uma tentativa de golpe de estado que foi a
primeira aparição do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores em
público.
1938: a Kristallnacht marca o inicio do Holocausto. Foram mortos mais de 1300
judeus e queimadas ou destruídas por outras formas muitas sinagogas e outras
propriedades dos judeus.
1989: caiu o muro de Berlim que tinha sido símbolo para da separação da
Alemanha, e dissolveu-se a restante fronteira interna alemã, que tinha custado a vida
de muitos alemães que a tentaram atravessar. Este acontecimento é visto como o
início da reunificação da Alemanha.
Depois da queda do muro de Berlim o termo Schicksalstag ganhou o seu uso comum.
Discutiu-se na Alemanha se 9 de novembro seria o dia nacional do país reunificado,
mas por causa da carga negativa do dia pelos acontecimentos de 1923 e de 1938
decidiu-se que não seria adequado celebrar este dia.
Second world war europe 1941-1942
Países ocupados
Territórios ocupados em sua totalidade ou em parte:
Território
ocupado
Informação detalhada
ReinodaAlbânia Ocupação da AlbâniapelaAlemanhanazista
Estado Federal daÁustria(Primeira
RepúblicaAustríaca)
Anschluss
Bélgica Bélgicadurante a SegundaGuerraMundial
RSS da Bielorrúsia
Ocupação da BielorrússiapelaAlemanha
nazista
Ocupação dasRepúblicasBálticas
Tchecoslováquia Ocupação alemãdaChecoslováquia
Dinamarca
Ocupação da Dinamarca
OperaçãoWeserübung
Estônia Ocupação da EstôniapelaAlemanhaNazista
França
Ocupação da França pelaAlemanhaNazi
França de Vichy
França do Norte
Alsácia-Lorena
ReinodaGrécia Ocupação da GréciapelasForças doEixo
Guernsey Ocupação dasIlhasdo Canal
ReinodaHungria (1920-1945) Estado Húngaro
Reinode Itália(1861-1946) RepúblicaSocial Italiana
Jersey Ocupação dasIlhasdo Canal
Letônia Ocupação da LetôniapelaAlemanhaNazista
Lituânia Ocupação da LituâniapelaAlemanhanazista
Luxemburgo
Ocupação alemãde Luxemburgo naSegunda
Guerra Mundial
Monaco Históriade Mônaco
PaísesBaixos Ocupação alemãdosPaísesBaixos
Noruega
Ocupação NazistanaNoruega
OperaçãoWeserübung
Polônia
ÁreaspolonesasanexadaspelaAlemanha
nazista
GovernoGeral
Invasãoda Polônia
San Marino San Marino na SegundaGuerraMundial
RepúblicaEslovaca RevoltaNacional Eslovaca
RSS da Ucrânia ReichskommissariatdaUcrânia
ReinodaIugoslávia
Invasãoda Iugoslávia
Frente Iugoslava
Evolução territorial da Alemanha
A Evolução territorial da Alemanha refere-se às mudanças nas fronteiras e no território
da Alemanha. A Alemanha moderna foi formada em 1871, quando Otto von Bismarck,
que depois tornou-se chanceler do Império Alemão, unificou um certo número de
estados alemães para o Império Alemão. 1
Após a Primeira Guerra Mundial, a
Alemanha perdeu territórios para seus vizinhos e a República de Weimar foi formada.
Esta república possuia importantes territórios ao leste da Alemanha atual, sobretudo a
Prússia Oriental. No entanto, durante o período do governo nazista enormes
mudanças territoriais ocorreram. Inicialmente, a Alemanha nazista expandiu territórios
de forma bastante dramática, mas o ponto de viragem foi a invasão da União
Soviética, embora a invasão significasse o aumento o mais rápido no território de
Alemanha, como os Aliados começaram a vencer os alemães, o território foi
rapidamente perdido o que culminou com a divisão e ocupação da Alemanha pelos
aliados 2
Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial a Alemanha foi dividida em zonas
inglesa, francesa e americana no oeste e uma zona russa no leste, a capital Berlim foi
igualmente dividida. Com o início da Guerra Fria, a parte ocidental da Alemanha foi
unificada, tornando-se a República Federal da Alemanha (muitas vezes informalmente
chamada de "Alemanha Ocidental"), com um enclave em Berlim. A zona da Rússia
tornou-se o regime comunista da Alemanha Oriental (oficialmente República
Democrática Alemã). 1
, assim como o território perdido que havia ganhado durante a
guerra, a Alemanha também perdeu território para o leste. A maior parte das terras a
leste do Oder-Neisse foi para a Polônia. O restante, Königsberg, foi a Rússia. Em
1990, após o fim da Guerra Fria, as duas Alemanhas se uniram 1
.
Índice
 1 Contexto
o 1.1 Colonização alemã na Europa Oriental
o 1.2 A ascensão do nacionalismo europeu
 2 Formação do Império Alemão
o 2.1 Cronologia da formação do Império Alemão
 3 Primeira Guerra Mundial
o 3.1 Brest-Litovsk
 4 Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial
o 4.1 Tratado de Versalhes
o 4.2 Sudetos
o 4.3 Revoltas da Silésia
 5 Interbellum
o 5.1 Reivindicações territoriais dos nacionalistas alemães
o 5.2 Renânia
o 5.3 Região de Sarre
o 5.4 Anschluss
o 5.5 Território de Memel
o 5.6 Checoslováquia
o 5.7 Sudetos
o 5.8 A invasão do resto da Checoslováquia
 6 Segunda Guerra Mundial
o 6.1 Polônia
o 6.2 Alsácia-Lorena
o 6.3 Luxemburgo
o 6.4 Outros
o 6.5 Reconhecimento
 7 Mudanças territoriais após a II Guerra Mundial
o 7.1 Ocupação Aliada
 8 Guerra fria, divisão e reunificação
 9 Ver Também
 10 Referências
Contexto
Colonização alemã na Europa Oriental
Parte da motivação por trás das mudanças territoriais são baseadas em
acontecimentos na história da Alemanha e da Europa, especialmente da Europa
Oriental. Migrações que decorreram durante mais de um milênio levaram bolsões de
alemães que vivem na Europa do Leste como no Extremo Oriente da Rússia. A
existência destes bolsões foi usado por nacionalistas alemães e os nazistas para
justificar suas reivindicações territoriais.
A ascensão do nacionalismo europeu
As mudanças territoriais da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, devem ser
interpretadas no contexto da evolução do nacionalismo global em geral e nacionalismo
europeu, em particular.
A segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX viu a ascensão do
nacionalismo na Europa. Anteriormente, um país composto em grande parte dos
povos que moravam na terra que estava sob o domínio de um governante em
particular. Assim, como principados e reinos cresceram através da conquista e do
casamento, um governante pode acabar com os povos de muitas etnias diferentes em
seu domínio.
O conceito de nacionalismo foi baseado na idéia de um "povo" que compartilhavam
um elo comum com sua raça, religião, língua e cultura. Além disso, o nacionalismo
afirmou que cada povo "tinha direito ao seu próprio Estado. Assim, muito da história da
Europa na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX pode ser
entendido como os esforços para realinhar as fronteiras nacionais com esse conceito
de "um só povo, um estado".
Prússia (verde) no Império Alemão 1871-1918.
Muitos conflitos que surgem quando uma nação afirma direitos territoriais de terras
fora das suas fronteiras a partir de um elo comum com as pessoas que vivem nessa
terra. Outra fonte de conflito surgiu quando um grupo de pessoas que constituíam uma
minoria em um país que busca se separar da nação, quer formar uma nação
independente, ou ingressar em outro país com quem sentiam laços mais fortes. No
entanto, outra fonte de conflito era o desejo de alguns países para expulsar pessoas
do território dentro das suas fronteiras, pelo fato dessas pessoas não partilharem um
elo comum com a maioria das pessoas que vivem nesse país.
Formação do Império Alemão
Ver artigo principal: Unificação da Alemanha e Império Alemão
A Confederação da Alemanha do Norte, liderada pelo Reino da Prússia, foi combinado
com os estados do sul de Baden, Württemberg, Baviera e Hesse formaram o Império
Alemão em 1871. Em algumas áreas das províncias orientais da Prússia, como a
província de Posen, a maioria da população era polaca.
Cronologia da formação do Império Alemão
Ver artigo principal: Império colonial alemão
Mapa do Império Alemão entre 1871 e 1918, destacando a composição de vários
estados.
Extensão das colônias alemãs em 1914.
 10 de maio de 1871:
Assinatura do Tratado de Frankfurt. A Alemanha anexa a Alsácia-Lorena à
custa da França.
 5 de julho de 1884:
Criação do protetorado da Togolândia, a primeira colônia alemã na África.
 7 de agosto de 1884:
Colonização do Sudoeste Africano Alemão.
 3 de novembro de 1884:
Colonização da Nova Guiné Alemã.
 27 de fevereiro de 1885:
Colonização da África Oriental Alemã.
 30 de abril de 1885:
Colonização de Kamerun
 27 de maio de 1885:
Estabelecimento do Protetorado de Wituland.
 1890:
A Grã-Bretanha cede a ilha de Helgoland para a Alemanha em 1890, em
conformidade com os termos do Tratado de Helgoland-Zanzibar.
 1 de março de 1900:
Colonização de Samoa alemã.
Primeira Guerra Mundial
Em 1 de agosto de 1914, a Alemanha declara guerra à Rússia, e nos dias seguintes a
França, Reino Unido e Bélgica. Desde os primórdios da Primeira Guerra Mundial, a
Alemanha invadiu a Bélgica e Luxemburgo, oeste e o nordeste da França, e parte do
Império Russo (Polónia, Lituânia e Letónia). As colônias alemãs são invadidas por
forças britânicas, francesas e japonesas.
Brest-Litovsk
Como parte do Tratado de Brest-Litovsk, o novo governo da Rússia bolchevique
(comunista) renunciou a todos as reivindicações para a Finlândia, os futuros Estados
Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia, Ucrânia.
A maior parte destes territórios estavam em vigor cedidos ao Império Alemão,
destinados a tornar-se economicamente dependente e politicamente ligados
intimamente ao Império Alemão, sob diferentes reis e duques.
No que diz respeito aos territórios cedidos, o tratado afirmava que "a Alemanha e a
Áustria-Hungria pretendem determinar o futuro destino desses territórios, de acordo
com sua população", com alguns outros efeitos que a nomeação dos governantes
alemães para os novos tronos da Finlândia, Letónia e Lituânia.
Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial
Tratado de Versalhes
Ver artigo principal: Tratado de Versalhes
Alemanha depois de Versailles
Anexado por países vizinhos
Administrado pela Liga das Nações
Alemanha de Weimar
As disposições do Tratado de Versalhes no final da I Guerra Mundial, a Alemanha foi
obrigada a transferir alguns territórios para outros países. Além da perda do império
colonial alemão, a Alemanha perdeu os seguintes territórios:
 Alsácia-Lorena, os territórios, na verdade, anexados pela França em 1681, que
foram cedidos à Alemanha, em conformidade com as preliminares da paz
assinada em Versalhes, em 26 de fevereiro de 1871, e o Tratado de Frankfurt
de 10 de maio de 1871, foram restaurados para a soberania francesa sem um
plebiscito, como condição prévia para armistício (ou seja, e, portanto, não
como uma cláusula do Tratado de Versailhes), com efeitos a partir da data do
Armistício (11 de novembro de 1918). (área de 14522 km², 1815000 habitantes
(1905));
 Norte de Schleswig incluindo as cidades de domínio alemão de Tondern
(Tønder), Apenrade (Aabenraa), Sonderburg (Sønderborg), Hadersleben
(Haderslev) e Lügum em Schleswig-Holstein, após o Plebiscito de Schleswig, a
Dinamarca (área 3 984 km ², 163.600 habitantes (1920)),
 As províncias da Prússia de Posen e Prússia Ocidental, que a Prússia havia
anexado nas Partições da Polônia (1772-1795), foram devolvidos à Polónia
renascida. Este território já havia sido liberado pela população polonesa local
durante a Grande Revolta da Polônia de 1918-1919 (área de 53800 km²,
4224000 habitantes (1931), incluindo 510 km² e 26000 habitantes da Alta
Silésia).
 Prússia Ocidental foi dada para a Polônia para proporcionar o livre acesso ao
mar, junto com uma minoria considerável alemã, criando o Corredor Polonês.
 A área Hlučínsko de Hulczyn da Alta Silésia para a Checoslováquia (área 316
ou 333 km², 49.000 habitantes),
 A parte oriental da Alta Silésia a Polónia (área de 3214 km², 965000
habitantes), embora durante o plebiscito na Alta Silésia , 60% votaram a favor
de permanecer dentro da Alemanha
 A área de cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica
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História da alemanha

  • 1. HISTÓRIA DA EUROPA: A pilhagem era um das mais importantes atividades econômicas entre os germânicos. Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não sabiam esse mesmo idioma. Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos, burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os domínios do decadente Império Romano do Ocidente. Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento. Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda. Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um papel político de maior expressividade que os diferenciou dos camponeses que trabalhavam em suas terras. A ordem social dos germânicos era estabelecida por meio de clãs e tribos patriarcais que se mantinham unidas pelas relações consanguíneas. Geralmente, quando alguma decisão atingia uma grande parcela da população, uma assembleia de guerreiros era responsável pela tomada de decisão. O comitatus, que estipulava a união militar dos guerreiros, era de caráter transitório e influenciou a formação social do mundo medieval. A religiosidade dos germânicos era marcada pela adoração de várias divindades que estabeleciam uma mitologia bastante diversificada. Uma das mais importantes
  • 2. divindades era Odin, o deus da guerra. A vida após a morte era uma crença comum entre os germânicos. Para os grandes guerreiros, a morte previa a passagem para um imenso paraíso chamado de valhalla. A historia da Europa pode-se dizer que é a historia de uma grande parte do mundo desde as suas origens. Junto a outras culturas como a chinesa ou a egípcia, a historia da Europa marcou desde há milhares de anos atrás o desenvolvimento da humanidade deste planeta Desde a Talasocracia grega a partir de 2500 anos antes de Cristo até aos dias de hoje, foram vários os impérios que foram predominantes na Europa. Os primeiros a surgir foram os gregos, por volta de 500 anos antes de Cristo, este povo foi governantes do continente e em seguida, vieram os romanos, os árabes, os bizantinos, os francos, os venezianos, o Império Carolíngio, os Estados Pontifícios, os ingleses, os espanhóis, os russos, os italianos, o Império de Napoleão ... e, mais recentemente, as duas guerras mundiais, surgidas na Europa e na criação da União Europeia. É tudo parte da história de um continente, Europa. Segundo a pesquisa, pode-se dizer que a Europa é um continente que é habitada desde, pelo menos 40,000 anos antes de Cristo, durante o Paleolítico Superior. Antiguidade Clássica foi dominada pelos gregos, que espalharam a sua cultura pelo resto do continente. A hegemonia grega deu lugar ao império romano, que se espalhou por todo o continente durante séculos, para a idade moderna. Com a idade moderna, a Europa começou o processo de conflitos entre os povos, que perduram até hoje. O poder e a religião foram acontecendo como as origens dos conflitos. Os gregos tinham a sua força no império marítimo, a sua forma de governo era a democracia, sendo a mais antiga de todos os que existem, durante a sua época alta, houve muitas batalhas livradas por estas, batalhas pelas terras, como a que tiveram contra os Persas séculos antes da nossa era, os gregos foram os fundadores das primeiras grandes cidades da Europa. No Ocidente, a República de Roma foi crescendo a passos gigantes, uma vez resolvidos os seus conflitos com os etruscos. Se fizeram fortes, e começou sua expansão. No final da época antes de Cristo se converteram em Império. Dentro de alguns séculos chegaram com o poder praticamente quase em todo o continente Europeu. Paralelamente aos Romanos, os alemães também comandavam no centro da Europa, mais acima dos Alpes, e não eram os romanos que tinham o poder. O Rio Danúbio marcou a fronteira entre esses dois povos. No Século III, os romanos começaram a diminuir, o caos tomou conta do império, o que levou os alemães para o norte para deturpar a terra império. Ao mesmo tempo, a Igreja Católica começa a tomar força. Os alemães, por um lado, os visigodos do outro ... começou a desintegração do que tinha sido o Império Romano.
  • 3. Neste momento, os alemães, por um lado, e os muçulmanos e emergentes Bizantino, do outro lado crescem para tentar ter controlo sobre o continente. Constantinopla, hoje Istambul, foi fundada, e o Império Otomano passou a ser o sucessor do romano. Por outro lado da Europa, na actual Espanha, os árabes estabeleceram-se após entrar, o que é agora Marrocos. Desta época destaca-se o nome de Carlomagno. Já no segundo milénio, outro tipo de luta para substituir a luta pelo poder e território, a luta pela religião, as crenças religiosas se fazem fortes, por um lado, a Igreja Católica Romana, que estabeleceu a Inquisição, que não foi mas uma forma de punição, a tortura e matar todos os que não têm a mesma crença. Foi uma época escura, de cruzadas e conflitos. Começa a era dos Papas. Já no século XVI, a situação política na Europa começou a tomar forma e lembram o presente, a Igreja esteve sempre atrás de qualquer conflito ou qualquer outra forma de governo dos diversos países e diversas casas foram feitas com poder real diferentes partes do bolo que foi a Europa. A Reforma de Lutero trouxe consigo muitos conflitos. A partir do século XV, por outro lado, outro motivo de conflito entre as potências europeias, a descoberta do novo mundo e dos exploradores, neste momento, os europeus, principalmente espanhóis, Inglês e Português, começaram a colonizar zonas de África, as ilhas do Pacífico, do Oceano Índico e do novo mundo, a América. É o tempo do desenvolvimento marítimo na Europa, Ingleses, Espanhóis, Italianos, Portugueses, Holandeses, iniciando a sua expansão no mundo, colonizando tudo que encontravam no seu caminho, resultando em muitos conflitos. Já no século XVIII, tem lugar na Inglaterra outro dos momentos da evolução da Europa como um continente, a revolução industrial. Nesses mesmos anos, em França, é um outro tipo de revolução, a francesa e da chegada ao poder de Napoleão Bonaparte. Após esta época, chega a Prússia e de Otto Von Bisckmark com uma evolução significativa na Prússia, ou o que hoje conhecemos como a Alemanha durante o século XIX, as guerras com os franceses foram importantes. Itália, outro país dividido, se unificou também neste momento. O Século XX, o mais contemporâneo, também foi o sangrento, o mais importante no futuro da Europa. Em 1914, Prússia, juntamente com o Império Austro-Húngaro e Império Otomano foram os poderes centrais na Primeira Guerra Mundial contra o resto da Europa. Esta guerra terminou com a derrota dos poderes centrais, mas a semente não tinha sido removida em 1939 e opera a segunda guerra mundial, com a Alemanha novamente na primeira fila, junto com países como a Itália. Esta guerra durou até 1945. Após a II Guerra Mundial, a Europa começou a dividir-se em dois blocos, o Ocidente e o Oriente, formado pela Rússia e os seus países satélites sob um regime comunista. É um período de tensões entre os Estados Unidos e a Rússia, o período conhecido como a Guerra Fria. Mas nem tudo é conflito nesta época, em 1950, em Roma, são os alicerces da actual União Europeia.
  • 4. HISTÓRIA DA ALEMANHA: A história da Alemanha inclui os acontecimentos ocorridos nos territórios de língua alemã que correspondem aproximadamente ao Estado formado em 1871 em Versalhes, quando o Império Alemão, dirigido pela Prússia, foi constituído. O Sacro Império Romano Germânico, que existiu desde o século VIII até 1806, é considerado o primeiro Reich alemão (Reich, Império, em alemão, termo usado para descrever os sucessivos períodos históricos do povo alemão). No momento de maior extensão territorial, o Império incluía o que são hoje a Alemanha, a Áustria, a Eslovênia, a República Checa, o oeste da Polônia, os Países Baixos, o leste da França, a Suíça e partes da Itália central e setentrional. A partir de meados do século XV, passou a ser conhecido como o "Sacro Império Romano da Nação Germânica". O Império Alemão de 1871-1918 é chamado de o Segundo Reich, de modo a indicar a sua descendência do império medieval. Segundo o mesmo raciocínio, Adolf Hitler referia-se à Alemanha Nazista (1933-1945) como o Terceiro Reich. O termo "germanos" é usado para referir-se ao grupo ou grupos étnicos oriundos da Idade do Bronze Nórdica, que falavam línguas germânicas e ocupavam a chamada Germânia. A partir do período histórico do Sacro Império, pode ser empregado o termo "alemães" para designar os habitantes do Império. Germanos e romanos Entre 800 e 70 a.C., as tribos germânicas no norte migraram para território celta, avançando até os rios Oder e Reno e para o que é hoje a Alemanha meridional. Por volta de 58 a.C., os romanos, por meio de uma sucessão de campanhas militares, tornaram o Reno a fronteira nordeste do Império Romano, o que levou à romanização da margem esquerda do rio e a incorporação das sociedades celtas centro-europeias ao Império. Construíram-se fortes romanos em Colônia, Trier, Coblença, Mogúncia e em outros locais de modo a permitir a defesa da fronteira renana, onde os romanos e os germanos se encontravam frente a frente. Em 9 d.C., um exército romano chefiado por Públio Quintílio Varo foi derrotado pelo chefe germano Armínio, na Batalha da Floresta de Teutoburgo. A Germânia até o Reno e o Danúbio permaneceram fora do Império Romano. A partir de 90 d.C., os romanos construíram o Limes, uma linha defensiva de 550 quilômetros do Reno até o Danúbio, planejada para conter as incursões germânicas na fronteira, bem como uma série de fortificações (como os de Wiesbaden, Augsburgo, Ratisbona e Passau). O século III assistiu à aparição de grandes tribos germânicas ocidentais - alamanos, francos, catos, saxões, frísios, turíngios. Em cerca de 260, os germanos finalmente romperam o Limes e a fronteira do Danúbio. No século IV, o avanço dos hunos Europa adentro deu início a um período chamado de Grandes Migrações, que mudou completamente o mapa do continente europeu. Ao unificar os francos e conquistar a Gália, o rei merovíngio Clóvis tornou-se o fundador do Reino Franco. Em 496, os francos derrotaram os alamanos, aceitaram a fé católica e passaram a ser apoiados pela Igreja.
  • 5. As províncias romanas ao norte dos Alpes já eram cristãs desde o século IV, e centros cristãos, como Augsburgo, foram mantidos mesmo após a queda do Império Romano do Ocidente. Entretanto, a partir de 600 d.C., houve um novo esforço missionário cristão dirigido às tribos bárbaras. Os mosteiros de Würzburg, Ratisbona, Reichenau e outros foram fundados por monges irlandeses. A atividade missionária no Reino Franco continuou pelas mãos do monge anglo-saxão Bonifácio, que estabeleceu o primeiro mosteiro a leste do Reno, em Fritzlar. Dioceses episcopais sob autoridade papal foram criadas para propagar a fé cristã nas terras germânicas. Sacro Império Romano Em 751, Pepino, o Moço (erroneamente chamado O Breve), Prefeito do Palácio sob o rei merovíngio, assumiu o título de rei dos francos e foi ungido pela Igreja; os reis francos passaram então a atuar como protetores do Papa. Os sucessores de Pepino lançaram uma longa campanha contra os pagãos saxões, os quais terminaram por ser conquistados e convertidos a força, quando suas terras foram anexadas pelo Reino Franco. Durante a Idade da Pedra os bosques alemães estavam povoados por grupos de caçadores e coletores.Nos séculos II AC e V DC os romanos que tiveram contato com as tribos germânicas e tentaram sem êxito estender seu domínio até o rio Elba. De 772 a 814, o Rei Carlos Magno estendeu o império carolíngio até a Itália setentrional e os territórios de todos os povos germânicos, inclusive os saxões e os bávaros. Em 800, a sua autoridade na Europa Ocidental foi confirmada com a sua sagração como imperador, em Roma, estabelecendo-se, assim, o que viria a chamar- se Sacro Império Romano-Germânico. O reino franco foi dividido em condados e suas fronteiras eram protegidas por marcas. Entre 843 e 880, após disputas entre os netos de Carlos Magno, o império carolíngio foi dividido, conforme o Tratado de Verdun (843). O império germânico desenvolveu-se a partir do reino franco do leste, a Frância oriental (Francia Orientalis). A linha carolíngia oriental extinguiu-se com a morte de Luís, o Menino (911), filho de Arnulfo da Caríntia, De 919 a 936, os povos germânicos (francos, saxões, suábios e bávaros) foram unidos pelo Duque Henrique da Saxônia, que assumiu o título de rei. Pela primeira vez, o termo Reino (Império) dos Germanos (Regnum Teutonicorum) foi aplicado ao reino franco. Em 936, Otão I, o Grande foi coroado em Aachen. Fortaleceu a autoridade real ao nomear bispos e abades como príncipes do Império (Reichsfürsten), estabelecendo uma igreja nacional (Reichskirche). Em 951, casou-se com Adelaide da Borgonha (viúva do rei dos lombardos), recebendo então a coroa lombarda. As principais ameaças externas ao reino foram contidas quando Otão derrotou os húngaros na Batalha de Lechfeld (955) e subjugou os eslavos entre o Elba e o Oder. Em 962, foi coroado imperador, em Roma, a exemplo de Carlos Magno, passando a exercer portanto uma forte influência alemã sobre o Papado. Em 1033, a Borgonha foi incorporada ao Reino dos Germanos, durante o reinado de Conrado II, primeiro imperador da dinastia sália (ou francônia). Durante o reinado de seu filho, Henrique III, a Alemanha apoiou a reforma clunicense da Igreja — a "paz de Deus", a proibição da simonia (compra de cargos eclesiásticos)
  • 6. e o celibato dos sacerdotes. A autoridade imperial sobre o Papa atingiu o ápice. O Império continuava a expandir-se para o oriente — uma fortaleza imperial (Pfalz) foi construída em Goslar. A Questão das Investiduras começou quando Henrique IV e o Papa Gregório VII divergiram a respeito das nomeações para cargos eclesiásticos. O imperador viu-se obrigado a submeter-se ao Papa em Canossa, em 1077, após haver sido excomungado. Em 1122, uma reconciliação temporária foi obtida entre Henrique V e o Papa, mediante a Concordata de Worms. Foram conseqüências da Questão das Investiduras um enfraquecimento da Reichskirche otoniana e o fortalecimento dos príncipes seculares alemães. O período entre 1096 e 1291 é conhecido como a Época das Cruzadas. Estabeleceram-se ordens religiosas de cavalaria, inclusive os Templários, os Cavaleiros de São João e a Ordem Teutônica. A partir de 1100, fundaram-se novas vilas em torno de fortalezas imperiais, castelos, palácios episcopais e mosteiros. As vilas começaram a estabelecer direitos e liberdades municipais, enquanto a população rural continuava na servidão. Diversas localidades tornaram-se Cidades Livres Imperiais, que não dependiam de príncipes ou bispos, mas estavam diretamente sujeitas ao Imperador. As cidades eram governadas por patrícios (comerciantes). Os artesãos formaram corporações, regidas por normas estritas, que procuravam obter o controle das cidades. O comércio com o oriente e o norte intensificou-se quando as principais cidades comerciais se uniram na Liga Hanseática, sob a liderança de Lübeck. A expansão germânica em direção ao oriente fez com que camponeses e citadinos alemães, bem como a Ordem Teutônica, colonizassem territórios habitados pelos eslavos a leste do Oder (Boêmia, Silésia, Pomerânia, Polônia e Livônia), formando vilas e cidades. Entre 1152 e 1190, durante o reinado de Frederico I (Barbarossa), da dinastia Hohenstaufen, chegou-se a um entendimento com o partido guelfo, por meio da cessão do Ducado da Baviera a Henrique o Leão, Duque da Saxônia. A Áustria tornou-se um ducado separado, devido ao Privilegium Minus de 1156. Barbarossa tentou recuperar o controle da Itália. Em 1177, o Imperador e o Papa finalmente lograram reconciliar-se, em Veneza. Em 1180, Henrique o Leão foi considerado fora-da-lei e a Baviera foi outorgada a Otão de Wittelsbach (fundador da dinastia que governaria a Baviera até 1918); a Saxônia foi dividida. O período de 1184 a 1186 assistiu ao zênite do império de Barbarossa. O poder dos senhores feudais foi reduzido através da nomeação de funcionários imperiais. A sofisticação da vida na corte levou ao desenvolvimento da cultura e da literatura alemãs. Entre 1212 e 1250, Frederico II estabeleceu um Estado moderno e com administração profissional na Sicília. Continuou a conquista da Itália, causando conflitos com o Papa. No Império, concederam-se grandes poderes soberanos a príncipes seculares e eclesiásticos, o que fez surgir Estados territoriais independentes. O conflito com o Papa minou o poder do Império, pois Frederico II foi três vezes excomungado. Após
  • 7. sua morte, a dinastia dos Hohenstaufen caiu, seguindo-se um interregno durante o qual não houve Imperador. Em 1226, a Ordem Teutônica conquistou e evangelizou partes da Prússia, cuja população foi dizimada por aqueles cavaleiros, que haviam sido convidados a entrar na Polônia por Conrado da Masóvia, um duque polonês. Mas a partir de 1300 o Império começou a perder território em todas as suas fronteiras. O fracasso das negociações entre o Imperador Luís IV e o Papado fez com que, em 1338, seis dos sete eleitores declarassem em Rhens que doravante a eleição por todos ou pela maioria automaticamente conferiria ao eleito o título real (rei dos romanos) e o governo do Império, dispensada a confirmação papal. Entre 1346 e 1378, o Imperador Carlos IV de Luxemburgo, rei da Boêmia, procurou restaurar a autoridade imperial. Em meados do século XIV, a Peste Negra dizimou a Alemanha e a Europa. Os judeus foram perseguidos com pretextos religiosos e econômicos; muitos fugiram para a Polônia. A Bula Dourada de 1356 determinava que, no futuro, o Imperador seria escolhido por sete eleitores — os arcebispos de Mogúncia, de Trier e de Colônia, o rei da Boêmia, o conde Palatino do Reno, o duque da Saxônia e o Marquês de Brandemburgo. Em seguida aos desastres do século XIV, a sociedade europeia moderna veio à luz gradualmente, resultado de mudanças econômicas, religiosas e políticas. Surgiu uma economia monetária, que provocou descontentamento entre cavaleiros e camponeses. Um sistema proto-capitalista evoluiu aos poucos a partir do feudalismo. A família Fugger, por meio de suas atividades comerciais e financeiras, ganhou notoriedade; seus membros tornaram-se homens de finanças junto a governantes eclesiásticos e seculares. A nobreza viu o seu monopólio das armas e das habilidades militares ser minado com a aparição de exércitos mercenários e de soldados de infantaria. Tornaram-se comuns as atividades de nobres inescrupulosos (os Raubritter, que cobravam impostos ilegais). A partir de 1438, os Habsburgos, que controlavam a maior parte do sudeste do Império (o que corresponde hoje a Áustria e Eslovênia e, depois de 1526, Boêmia e Morávia), lograram assegurar para si a dignidade de Sacro imperador até 1806 (exceto no período 1742-1745). Esta situação, porém, causou crescente desunião entre os governantes territoriais alemães e impediu que, diferentemente do que ocorreu na França ou na Inglaterra, todas as regiões da nação fossem reunidas em um só Estado nacional. Durante seu reinado (1493-1519), Maximiliano I procurou reformar o Império: criou-se uma Suprema Corte Imperial (Reichskammergericht), cobraram-se impostos imperiais, aumentou-se o poder da Dieta Imperial (Reichstag). As reformas, entretanto, foram frustradas pela contínua fragmentação territorial do Império. Reforma Religiosa e Guerra dos Trinta Anos No início do século XVI, era crescente o descontentamento na Alemanha com os abusos na Igreja Católica e havia um desejo de reforma. A Reforma Religiosa (ou
  • 8. Protestante) começou em 1517, quando Martinho Lutero pregou as suas "95 Teses" no portão da igreja do castelo em Wittenberg. Em 1515, uma rebelião de camponeses da Frísia instaurou-se. Liderados por Pier Gerlofs Donia e Wijerd Jelckama, milhares de frísios lutaram contra a supressão de seus territórios pelo Imperador Carlos V. As hostilidades só tiveram fim em 1523, com a intervenção do exército holandês, quando as forças rebeldes (organizadas no Arumer Zwarte Hoop) perderam seus líderes, capturados e decapitados. Em 1521, Lutero foi declarado fora-da-lei pela Dieta de Worms. Mas a Reforma propagou-se rapidamente, com o incentivo das guerras do Imperador Carlos V contra a França e os turcos. Escondido no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, lançando as bases da moderna língua alemã. Em 1524, estalou a Guerra dos Camponeses, na Suábia, Francônia e Turíngia, contra os príncipes e senhores governantes, segundo a pregação de certos sacerdotes reformistas. Mas as revoltas, apoiadas por nobres com experiência militar tais como Götz von Berlichingen e Florian Geyer (na Francônia) e pelo teólogo Thomas Münzer (na Turíngia), foram reprimidas pelos príncipes territoriais. A Contra-Reforma teve início em 1545 na Alemanha. O impulso principal foi dado pelos Jesuítas, ordem fundada pelo espanhol Ignácio de Loyola. O centro e o nordeste da Alemanha tornaram-se protestantes, enquanto que o oeste e o sul permaneceram predominantemente católicos. Na Guerra da Liga de Esmalcalda, em 1546-7, Carlos V derrotou os governantes luteranos. A Paz de Augsburgo (1555) reconheceu a fé luterana. O tratado também determinava que a religião de um Estado seria a do governante (Cuius regio, eius religio). Carlos V abdicou em 1556. O Império Habsburgo foi dividido, quando a Espanha foi separada dos territórios germânicos. Em 1608-9, a União Protestante e a Liga Católica foram formadas. O período de 1618 a 1648 foi marcado na Alemanha pela Guerra dos Trinta Anos. As causas foram os confrontos entre católicos e protestantes, os esforços dos diversos Estados dentro do Império no sentido de concentrar poder e a tentativa, da parte do Imperador, de concretizar uma união política e religiosa. A causa imediata da guerra foi o levante da nobreza protestante da Boêmia contra o Imperador (Defenestração de Praga), mas o conflito ampliou-se, tornando-se uma guerra europeia, com a intervenção do Rei Cristiano IV da Dinamarca (1625-29), do Rei Gustavo II Adolfo da Suécia (1630-48) e da França, sob o Cardeal Richelieu, regente do jovem Luís XIV (1635-48). A Alemanha foi o maior teatro de operações da guerra e o palco da disputa final entre França e os Habsburgos pela supremacia na Europa. Como resultado da guerra, grandes áreas da Alemanha foram destruídas, com a perda de algo como um terço da sua população, e houve um empobrecimento geral. A guerra terminou em 1648, com a Paz de Vestfália, celebrada em Münster e Osnabrück: a França e a Suécia receberam territórios anteriormente alemães, e os Países Baixos tornaram-se independentes do Sacro Império. O poder dos príncipes territoriais aumentou, em detrimento da autoridade imperial central, que se viu irreparavelmente abalada.
  • 9. Fim do Sacro Império Romano A partir de 1640, Brandemburgo-Prússia começara a destacar-se, sob o governo do Grande Eleitor, Frederico Guilherme. A Paz de Vestfália fortaleceu ainda mais a Prússia, por meio da aquisição da Pomerânia Oriental. Um sistema absolutista de governo foi adotado. Em 1701, o Eleitor Frederico de Brandemburgo foi coroado "rei na Prússia". No período de 1713 a 1740, o Rei Frederico Guilherme I, também conhecido como o "Soldado Rei", estabeleceu um Estado altamente centralizado. Entrementes, Luís XIV de França conquistara partes da Alsácia e Lorena (1678-1681), e invadira e devastara o Palatinado (1688-1697). Luís XIV aproveitou-se dos problemas do Império com os turcos, que ameaçavam a Áustria, mas terminou por desistir do Palatinado. Em 1683, os otomanos sofreram uma derrota fora dos muros de Viena, nas mãos de tropas polonesas chefiadas pelo Rei João Sobieski; a cidade era defendida por forças alemãs e austríacas sob comando de Carlos IV, duque de Lorena. A Hungria foi reconquistada e receberia, mais tarde, colonos alemães. A Áustria, governada pelos Habsburgos, tornou-se uma grande potência. Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), Maria Teresa da Áustria logrou obter o reconhecimento de sua ascensão ao trono, mas teve que ceder a Silésia a Frederico II da Prússia, ao fim das Guerras Silésias e da Guerra dos Sete Anos. A Prússia, por sua vez, tornou-se uma grande potência após a Paz de Hubertsburg, em 1763, celebrada com a Áustria e a Saxônia. Começou então a rivalidade entre Áustria e Prússia pela liderança da Alemanha. A partir de 1763, tanto a Prússia quanto a Áustria adotaram o "despotismo esclarecido": a economia desenvolveu-se, providenciaram-se reformas legais (inclusive a abolição da tortura e a melhoria do status dos judeus), teve início a emancipação dos servos e promoveu-se a educação. No período 1772-1795, a Prússia participou da partilha da Polônia, ocupando territórios a oeste da Grande Polônia, o que começou uma resistência polonesa de séculos contra a presença alemã. A Revolução Francesa provocou uma nova guerra entre a França e vários países a leste, inclusive a Prússia e a Áustria. Em seguida à Paz de Basileia com a Prússia, em 1795, a França recebeu a margem esquerda do Reno. Napoleão I da França recomeçou a guerra com o Sacro Império. Em 1803, ele aboliu quase todos os territórios eclesiásticos, estados pequenos e cidades livres imperiais. Estabeleceram-se novos estados de tamanho médio no sudoeste da Alemanha. A Prússia ganhou, por sua vez, território no noroeste. O Sacro Império Romano-Germânico foi dissolvido formalmente em 6 de agosto de 1806, com a renúncia do último Sacro Imperador, Francisco II (a partir de 1804, Francisco I da Áustria). A dinastia de Francisco manteve o título de Imperadores Austríacos até 1918. Em 1806, a Confederação do Reno foi criada, sob a proteção de Napoleão.
  • 10. A Paz de Tilsit foi assinada em 1807, após a derrota do exército prussiano frente às forças revolucionárias francesas em Jena e Auerstedt: a Prússia cedeu à França todas as suas possessões a oeste do Elba e estabeleceu-se o Reino da Vestfália, governado pelo irmão de Napoleão, Jérome. O Ducado de Varsóvia recuperou alguns dos territórios prussianos conquistados à Polônia. No período de 1808 a 1812, a Prússia foi reconstruída e uma série de reformas regulou a administração municipal, a liberação dos camponeses e a emancipação dos judeus. A reforma do exército foi empreendida pelos generais prussianos Gerhard von Scharnhorst e August von Gneisenau. Em 1813, tiveram início as guerras de liberação, em seguida à destruição do exército napoleônico na Rússia (1812). Após a Batalha das Nações em Leipzig, rompeu-se o controle francês sobre a Alemanha. A Confederação do Reno foi dissolvida. Em 1815, Napoleão foi definitivamente derrotado em Waterloo por forças do Reino Unido, comandadas pelo Duque de Wellington, e da Prússia, sob Gebhard Leberecht von Blücher. Liga Alemã Restauração e revolução Após a queda de Napoleão, os monarcas e estadistas europeus reuniram-se em Viena em 1814, com vistas a reorganizar a Europa, sob a liderança do príncipe austríaco Metternich. Dentre os princípios políticos pactuados no Congresso de Viena, incluem- se a restauração, legitimidade e solidariedade dos governantes em prol da repressão a ideias revolucionárias e nacionalistas. No território do antigo Sacro Império Romano, formou-se a Liga Alemã (Deutscher Bund), uma união fraca de 39 estados (35 príncipes reinantes e 4 cidades livres), sob a liderança da Áustria, com uma Dieta Federal (Bundestag) sediada em Frankfurt am Main. Em 1819, o estudante Karl Ludwig Sand assassinou o escritor August von Kotzebue, que havia escarnecido as organizações liberais de estudantes (que promoviam ideais patrióticos de uma Alemanha unida). O Príncipe Metternich usou este caso como pretexto para convocar uma conferência de Prússia, Áustria e outros oito estados em Karlsbad, que promulgaram os "decretos de Karlsbad": adotou-se a censura e as universidades foram postas sob supervisão. Perseguiram-se "demagogos", isto é, indivíduos acusados de divulgar ideias nacionalistas ou revolucionárias. Em 1834, estabeleceu-se a Zollverein, uma união aduaneira entre a Prússia e a maior parte dos demais estados alemães, com a exclusão da Áustria. O crescente descontentamento com a ordem política e social imposta pelo Congresso de Viena levou à eclosão, em 1848, da Revolução de Março nos estados alemães. Em maio, foi criada a Assembleia Nacional Alemã (ou Parlamento de Frankfurt), com o objetivo de preparar uma constituição nacional alemã.
  • 11. Mas a Revolução de 1848 terminou por fracassar: o Rei Frederico Guilherme IV da Prússia recusou a coroa imperial, o Parlamento de Frankfurt foi dissolvido, os príncipes reinantes reprimiram os levantes pela força e a Liga Alemã foi restabelecida em 1850. Em 1862, o Príncipe Bismarck foi indicado como primeiro-ministro da Prússia — apesar da objeção dos liberais e dos socialistas, que o consideravam um reacionário. Em 1864, intensificou-se a controvérsia entre a Prússia e a Dinamarca acerca do Schleswig, que — diferentemente do Holstein — não integrava a Liga Alemã e que nacionalistas dinamarqueses desejavam incorporar ao Reino da Dinamarca. A disputa levou à Segunda Guerra do Schleswig, durante a qual os prussianos, com a Áustria, derrotaram os dinamarqueses. A Dinamarca viu-se compelida a ceder os Ducados do Schleswig e do Holstein à Áustria e à Prússia. Mais tarde, a administração de ambos os ducados provocou tensões entre estes dois países que foram a causa imediata da Guerra Austro-Prussiana (1866). Os prussianos venceram-na, com o sucesso decisivo na Batalha de Königgrätz, sob o comando de Helmuth von Moltke. Confederação da Alemanha do Norte Em 1867, dissolveu-se a Liga Alemã. Em seu lugar, surgiu a Confederação da Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund, em alemão), sob a liderança da Prússia. A Áustria foi excluída, e permaneceria fora dos assuntos alemães ao longo do restante do século XIX e no século XX. A Confederação existiu até 1871, quando da fundação do Império Alemão. Por meio dela, a Prússia logrou controlar os 22 estados da Alemanha setentrional, mantendo a Alemanha meridional em sua zona de influência por meio da Zollverein. Império Alemão Era de Bismarck A controvérsia entre a França e a Prússia acerca da sucessão do trono espanhol por um candidato alemão — a quem se opunha a França — provocou a Guerra Franco- Prussiana (1870-1871). Em seguida à declaração de guerra francesa, tropas prussianas e sul-alemãs, sob o comando de Moltke, invadiram a França em 1870. O exército francês terminou por capitular na Batalha de Sedan. O Imperador Napoleão III foi feito prisioneiro e o Segundo Império francês desmoronou. Após a rendição de Paris, foi celebrada a Paz de Frankfurt am Main: a França obrigava-se a ceder à Alemanha a Alsácia e a parte germanófona da Lorena, que eram territórios ricos em Ferro e Carvão, pagar indenizações, e teve seu contingente de soldados limitado a cem mil soldados além de não poder manter QGs em um raio de 100Km com a fronteira Alemã. As concessões territoriais feriram o orgulho nacional francês profundamente e formariam um obstáculo à concórdia franco-alemã. Além disso, o Kaiser Guilherme I da Prússia foi coroado no Palácio de Versalhes, outra humilhação simbólica para a França. A partir desse dia, em 1870, o francês olhava para o relógio contando os segundos para a revanche. Vale lembrar que esse fato, além de criar a maior rivalidade da história da Europa Contemporânea com base no nacionalismo agressivo e no
  • 12. revanchismo francês, mostrou que a Alemanha já nasceu uma potência, pois uma coisa é derrotar a França, e outra é derrotar uma França Napoleônica. As políticas domésticas de Bismarck, na qualidade de Chanceler da Alemanha, caracterizaram-se por sua luta contra os supostos inimigos do estado protestante da Prússia. Na chamada Kulturkampf ("luta cultural", 1872-1878), buscou ele limitar a influência da Igreja Católica e de seu braço político, o Partido do Centro Católico, por meio de diversas medidas — como a instituição do casamento civil —, mas sem grande sucesso. Os grupos não-alemães da população do Império Alemão, tais como as minorias polonesas, dinamarquesas e francesas, sofriam discriminação e foram objeto de uma política de germanização. A outra suposta ameaça era a ascensão do Partido dos Trabalhadores Socialistas (mais tarde, Partido Social-Democrata da Alemanha), cujo propósito declarado era estabelecer uma nova ordem socialista através da transformação das estruturas políticas e sociais existentes. A partir de 1878, Bismarck procurou reprimir o movimento social democrata, proibindo sua organização, assembleias e a maioria de seus periódicos. Por outro lado, ao instituir um sistema de previdência social, esperava ele ganhar o apoio das classes trabalhadoras do Império. A prioridade de Bismarck era proteger o poder alemão em expansão, por meio de um sistema de alianças e ao procurar conter crises até que a Alemanha estivesse preparada para provocá-las. Nesse sentido, era de particular importância conter e isolar a França, pois Bismarck temia que esta formasse uma aliança com a Rússia e se vingasse de sua perda da Alsácia e da Lorena. Em 1879, Bismarck concluiu a Dúplice Aliança da Alemanha com a Áustria-Hungria, cujo objetivo era fornecer assistência militar mútua em caso de um ataque russo. A formação da Dúplice Aliança levou a Rússia a adotar uma posição mais conciliatória e a celebrar, em 1887, com a Alemanha, o Tratado de Resseguro ou Tratado de Segurança Mútua (do alemão Rückversicherungsvertrag): as duas potências concordaram em fornecer apoio militar mútuo em caso de ataque francês contra a Alemanha ou de ataque austríaco contra a Rússia. Em 1882, a Itália aderiu à Dúplice Aliança, formando-se então a Tríplice Aliança. Os italianos procuravam defender seus interesses na África do Norte contra a política colonial francesa. Em troca do apoio alemão e austríaco, a Itália comprometeu-se a socorrer a Alemanha em caso de uma agressão militar francesa. Birmarck custou a acatar as aspirações do Imperador Guilherme I no sentido de tornar a Alemanha uma potência mundial através da aquisição de colônias alemãs ("um lugar ao sol"). Birmarck desejava de todas as maneiras evitar tensões com as potências europeias que ameaçassem a segurança da Alemanha. Mas quando, entre 1880 e 1885, o quadro internacional se mostrou auspicioso, Birmarck acedeu, estabelecendo- se então algumas colônias ultramarinas alemãs: na África (Togo, Camarões, Sudoeste Africano Alemão e África Oriental Alemã) e na Oceania (Nova Guiné Alemã, o Arquipélago de Bismarck e as Ilhas Marshall). O Kaiser Guilherme I morreu em 1888, sucedendo-o seu filho, Frederico III, o qual reinou por apenas 99 dias, até a sua morte. Subiu ao trono, então, o jovem e ambicioso Guilherme II, filho de Frederico. Bismarck renunciou em 1890, devido a divergências políticas e pessoais com o novo Kaiser, que desejava ser o "seu próprio chanceler".
  • 13. Era guilhermina Apesar das declarações de Guilherme II em contrário, logo após a renúncia de Bismarck a política externa alemã sofreu uma inflexão, mudando de rumo com o objetivo de aumentar a influência da Alemanha no mundo (Weltpolitik). O Tratado de Segurança Mútua (Resseguro) com a Rússia não foi renovado. Com isto, Rússia e França formaram uma aliança de oposição à Tríplice Aliança, a qual estava enfraquecida devido a divergências entre a Áustria e a Itália. A partir de 1898, a expansão colonial alemã no Sudeste da Ásia (Baía de Kiauchau, as Marianas, as Carolinas, Samoa) começou a causar problemas com o Reino Unido, a Rússia, o Japão e os Estados Unidos. A construção da Ferrovia de Bagdá, financiada por bancos e pela indústria pesada alemã, cujo propósito era ligar o Mar do Norte com o Golfo Pérsico através do Bósforo, também colidiu com interesses geopolíticos e econômicos britânicos e russos. De modo a proteger o comércio e as colônias de ultramar alemães, o Almirante von Tirpitz deu início a um programa de construção de belonaves em 1898, o que ameaçava diretamente a hegemonia britânica nos mares e causou, conseqüentemente, o colapso das negociações com vistas à formação de uma aliança entre Reino Unido e Alemanha. Esta última via-se cada vez mais isolada. A política de poder imperialista e a defesa determinada dos interesses nacionais terminaram por levar à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, tendo como causa imediata o assassinato do herdeiro do trono austríaco, Francisco Fernando, e sua mulher, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, nas mãos de um nacionalista sérvio. Outras causas para a guerra, indicadas por historiadores, são as políticas opostas levadas a cabo pelas potências europeias, a corrida armamentista, a rivalidade germano-britânica, as dificuldades do Estado multinacional austro-húngaro, a política russa para os Bálcãs e as apressadas mobilizações e ultimatos (na premissa de que o conflito seria de curta duração). A Alemanha lutou ao lado da Áustria-Hungria e do Império Otomano contra Rússia, França, Reino Unido, Itália e vários outros Estados menores. Houve combates também no Oriente Próximo e nas colônias alemãs. No ocidente, a Alemanha lutou uma guerra de posições com batalhas sangrentas. Após uma rápida marcha através da Bélgica, as tropas alemãs foram detidas no Marne, ao norte de Paris. Desde então, o fronte na França mudou muito pouco até o final do conflito. No oriente, não houve vitórias decisivas contra as forças russas. O bloqueio naval britânico no Mar do Norte trouxe sérias conseqüências para o suprimento alemão de matérias-primas e alimentos. A entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917, em seguida à declaração alemã de conduzir uma guerra submarina irrestrita, constituiu-se no ponto de inflexão em desfavor da Alemanha. No final de outubro de 1918, unidades da marinha alemã em Kiel recusaram-se a lançar-se ao mar para uma última grande operação numa guerra que davam como perdida. Em 3 de novembro, a revolta espalhou-se para outras cidades. Estabeleceram-se os chamados conselhos de trabalhadores e os de soldados.
  • 14. O Kaiser Guilherme II e todos os príncipes reinantes alemães abdicaram. Em 9 de novembro, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República. Em 11 de novembro, assinou-se o armistício em Compiègne. República de Weimar Nos termos do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho de 1919, a Alemanha deveria ceder a Alsácia-Lorena, Eupen-Malmédy, o Schleswig Setentrional e a área de Memel. A Polônia foi restaurada e, após plebiscitos e levantes independentistas, foram-lhe entregues Posen, a Prússia Ocidental e a Alta Silésia. Todas as colônias seriam entregues aos Aliados. As margens direita e esquerda do Reno seriam permanentemente desmilitarizadas. O Sarre, centro industrial importante, seria governado pela Liga das Nações por 15 anos, seus campos de carvão administrados pela França. Para assegurar o cumprimento do tratado, tropas aliadas ocupariam a margem esquerda (alemã) do Reno por um período entre 5 e 15 anos. O exército alemão ficaria limitado a 100 mil oficiais e soldados; o estado-maior seria dissolvido; grandes quantidades de material bélico seriam entregues e a fabricação de munições, rigidamente controlada. A marinha sofreria redução semelhante; ficava proibida a utilização de aeronaves militares. A Alemanha e seus aliados deveriam aceitar a exclusiva responsabilidade pela guerra e pagar compensações financeiras pelas perdas e danos sofridas pelos Aliados. Os humilhantes termos da paz provocaram indignação entre os alemães e enfraqueceram drasticamente o novo regime democrático. Em 11 de agosto de 1919, entrou em vigor a constituição de Weimar, sendo Friedrich Ebert o primeiro Presidente da República. Os dois maiores inimigos do novo regime eram o Partido Comunista Alemão (KPD) e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), que abusariam das liberdades democráticas para lutar contra a República de Weimar. Já nos primeiros meses de 1920, fracassou uma tentativa de golpe de Estado feita pelo extrema-direita Wolfgang Kapp em Berlim; greves e rebeliões em outras cidades foram violentamente reprimidas. Em 1922, a Alemanha foi o primeiro Estado a estabelecer relações diplomáticas com a União Soviética, por meio do Tratado de Rapallo. Quando a Alemanha deixou de pagar a indenização de guerra, tropas francesas e belgas ocuparam o distrito do Ruhr, altamente industrializado (janeiro de 1923). A resistência passiva subseqüente foi bem-sucedida mas levou à hiperinflação — os que perderam as suas fortunas tornar-se-iam inimigos da República de Weimar e eleitores da direita antidemocrática. Em setembro de 1923, com a deterioração da economia, o Chanceler Gustav Stresemann pediu o fim da resistência passiva no Ruhr. Em novembro, seu governo lançou uma nova moeda, o Rentenmark (posteriormente, Reichsmark), e tomou outras medidas para controlar a hiperinflação. Nos seis anos seguintes, a situação econômica melhorou. Em 1928, a produção industrial alemã voltou aos níveis de 1913. Na noite de 8 de novembro de 1923, seiscentos integrantes armados das SA cercaram uma cervejaria em Munique, onde os dirigentes do estado da Baviera e os comandantes locais do exército alemão se encontravam para uma reunião pública. As
  • 15. tropas de assalto eram chefiadas por Adolf Hitler. Nascido em 1889, na Áustria, ex- voluntário no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, na época membro do NSDAP, Hitler era até então desconhecido. Procurou forçar os presentes a se juntarem a ele numa marcha contra Berlim para tomar o poder (o chamado Putsch da Cervejaria). Foi posteriormente preso e condenado a cinco anos de detenção, mas terminou por ser solto com apenas um ano de prisão, no fim de 1924. As eleições nacionais de 1924 foram ganhas pela direita (na chamada Ruck nach Rechts). O Marechal-de-Campo Hindenburg, monarquista, foi eleito Presidente. Em outubro de 1925, Alemanha, França, Bélgica, Reino Unido e Itália celebraram o Tratado de Locarno, que reconhecia as fronteiras franco e belgo-germânicas. Ademais, o Reino Unido, a Itália e a Bélgica comprometeram-se a ajudar a França caso a tropas alemãs reocupassem a Renânia desmilitarizada. O tratado preparou a entrada da Alemanha na Liga das Nações, em 1926. O crash de Wall Street em 1929 e a conseqüente Grande Depressão foram sentidos na Alemanha, cuja economia foi abalada. No início de 1932, o desemprego no país já atingia mais de seis milhões de pessoas. Ocorreu também uma crise política, devido à incapacidade de os partidos políticos representados no Reichstag constituírem uma maioria para indicar o governo. Em março de 1930, o Presidente Hindenburg nomeou Heinrich Brüning para o cargo de chanceler. De maneira a fazer aprovar seu pacote de medidas de austeridade contra uma maioria de parlamentares sociais-democratas, comunistas e do NSDAP, Brüning lançou mão de decretos de emergência e chegou mesmo a dissolver o Parlamento. O NSDAP saiu vitorioso nas eleições de julho de 1932, com 38% dos votos (e o apoio da pequena burguesia, da juventude, dos desempregados e da população rural), o que lhe deu a maior bancada no Reichstag. O KPD comunista, por sua vez, passou a ser o terceiro maior partido no Parlamento, com 15%. Juntos, portanto, os partidos antidemocráticos de esquerda e direita detinham agora a maioria no legislativo alemão. Em 30 de janeiro de 1933, pressionado pelo ex-Chanceler Franz von Papen e outros conservadores, o Presidente Hindenburg nomeou Hitler para o cargo de chanceler. Terceiro Reich Ascensão dos nazistas O Chanceler Adolf Hitler acusou os comunistas pelo incêndio criminoso do prédio do Reichstag, ocorrido na noite de 27 de fevereiro de 1933, e logrou convencer o Presidente Hindenburg a assinar o "decreto do incêndio do Reichstag", que suspendia importantes direitos políticos e humanos e permaneceu em vigor até 1945. Foram detidos e enviados para campos de concentração 11 mil comunistas e socialistas, que ficaram à disposição da nova polícia secreta, a Gestapo. Apesar do terror e do uso sem precedentes da propaganda política, as últimas eleições livres, de 5 de março, não permitiram ao NSDAP constituir a maioria parlamentar que Hitler esperava. Entretanto, o chanceler logrou convencer os necessários 2/3 do Parlamento (com o auxílio dos Partidos Popular Nacional Alemão e do Centro Católico, e com a ausência de parlamentares mortos ou detidos, considerada voluntária para os fins da votação) a aprovar a chamada "lei dos plenos
  • 16. poderes" (23 de março de 1933), que conferia a seu governo plenos poderes legislativos. Apenas os sociais-democratas se opuseram à lei, que foi a base da ditadura nazista, da dissolução dos Laender, dos sindicatos e dos partidos políticos (exceto o nazista). Estabeleceu-se um Estado centralizado e totalitário, que substituiu a constituição liberal de Weimar. A Alemanha deixou a Liga das Nações. A Reichskonkordat (uma concordata entre a Santa Sé e a Alemanha nazista), negociada com o anticomunista Papa Pio XI, concedeu ao regime de Hitler o reconhecimento internacional, no momento em que as potências viam os desdobramentos políticos na Alemanha com desconfiança.1 Entrementes, muitos dirigentes das SA nazistas estavam decepcionados. O chefe do Estado-Maior das SA, Ernst Röhm, pressionava a favor da incorporação daquele contingente à Wehrmacht (exército alemão), sob seu comando. Hitler, sentindo-se ameaçado, ordenou em 30 de junho de 1934 que as SS capturassem Röhm e seus tenentes e os executassem sem julgamento. As SS tornaram-se uma organização independente sob o comando do Reichsführer SS Heinrich Himmler. Este também viria a ser o supervisor da Gestapo e dos campos de concentração e, mais tarde, da polícia comum. O regime demonstrou especial hostilidade contra os judeus. Em setembro de 1935, o Reichstag aprovou as chamadas leis raciais de Nuremberga, contra os cidadãos judeus: estes perderam a nacionalidade alemã e foram proibidos de casar-se com alemães. Hitler restabeleceu a força aérea alemã e o serviço militar obrigatório. O rearmamento era uma violação ostensiva do Tratado de Versalhes, mas nem o Reino Unido, nem a França ou a Itália fizeram mais do que passar notas de protesto. Em 1936, a Renânia desmilitarizada foi reocupada por tropas alemãs. O Tratado de Locarno obrigava o Reino Unido a intervir em favor da França, mas, apesar dos protestos franceses, o governo britânico decidiu nada fazer. O caso fortaleceu a posição de Hitler na Alemanha. Sua reputação aumentaria ainda mais com os Jogos Olímpicos, que se realizaram naquele ano em Berlim e em Garmisch-Partenkirchen e mostraram-se um grande sucesso de propaganda para o regime. Expansão e derrota Após estabelecer o "Eixo Roma-Berlim" com Mussolini e assinar o Pacto Anti- Comintern com o Japão, ao qual a Itália aderiria no ano seguinte, em 1937, Hitler sentiu-se capaz de partir para a ofensiva em política externa. Em 12 de março de 1938, tropas alemãs entraram na Áustria, onde uma tentativa de golpe nazista havia fracassado em 1934. Quando Hitler chegou a Viena, foi recebido com vivos aplausos. Quatro semanas depois, 99% dos austríacos votaram em favor da anexação (Anschluss) de seu país à Alemanha. Com isso, Hitler concretizou a antiga ideia de um império alemão com a inclusão da Áustria — a solução "grande-alemã" que Bismarck havia rejeitado quando, em 1871, uniu as terras germânicas, sob a liderança da Prússia. Embora a anexação violasse o Tratado de Saint-Germain-en-Laye, que proibia expressamente a unificação da Áustria com a Alemanha, as potências ocidentais, mais uma vez, limitaram-se a protestar.
  • 17. Em seguida à Áustria, Hitler voltou-se para a Tchecoslováquia, onde uma minoria étnica alemã de 3,5 milhões de habitantes nos Sudetos estavam a exigir direitos iguais e auto-governo. Na Conferência de Munique, de setembro de 1938, Hitler, Mussolini, o Primeiro-Ministro britânico Neville Chamberlain e o Primeiro-Ministro francês Édouard Daladier convieram em que os tchecoslovacos deveriam ceder os Sudetos à Alemanha. Hitler declarou então que todas as reivindicações territoriais alemãs haviam sido atendidas. Mas apenas seis meses após Munique, em março de 1939, o dirigente alemão usou os desentendimentos entre eslovacos e tchecos como pretexto para invadir o restante da Tchecoslováquia, transformando-a no Protetorado da Boêmia e Morávia. Neville Chamberlain viu-se compelido a reconhecer que sua política de apaziguamento para com Hitler havia fracassado. Em seis anos, o regime nazista preparou o país para a Segunda Guerra Mundial. A liderança nazista buscou eliminar ou subjugar a população judaica na Alemanha e posteriormente nos países ocupados, por meio de deportações forçadas e genocídio, hoje conhecido como o Holocausto. Política semelhante foi adotada para outros grupos étnicos e nacionais vistos pelos nazistas como "sub-humanos", tais como os Roma, os poloneses e os russos, considerados uma ameaça à "pureza da raça ariana" alemã, bem como para com deficientes físicos e mentais. Após a anexação dos sudetos e do resto da Tchecoslováquia, a Alemanha, juntamente com a União Soviética, invadiu a Polônia, em setembro de 1939, fato considerado como o início da Segunda Guerra. O ano de 1945 viu a Alemanha e seus parceiros do Eixo (Itália e Japão) derrotados pelas forças combinadas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e outros. A maior parte da Europa estava em ruínas, dezenas de milhões de pessoas haviam sido mortas (em grande parte, civis), dentre as quais seis milhões de judeus e muitas outras pessoas dos territórios ocupados. A Segunda Guerra resultou na destruição da infra-estrutura política e econômica alemã, causou a sua divisão e considerável perda de território na Europa Oriental e deixou um legado de humilhação. Alemanha desde 1945 Os alemães referem-se com freqüência a 1945 como a Stunde Null (a hora zero), para descrever o quase-total colapso do país. Na Conferência de Potsdam, a Alemanha foi dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar; as três zonas a oeste viriam a formar a República Federal da Alemanha (conhecida como Alemanha Ocidental), enquanto que a área ocupada pela União Soviética se tornaria a República Democrática da Alemanha (conhecida como Alemanha Oriental), ambas fundadas em 1949. A Alemanha Ocidental estabeleceu-se como uma democracia capitalista e a sua contraparte oriental, como um Estado comunista sob influência da URSS. Em Potsdam, os Aliados decidiram que as províncias a leste dos rios Oder e Neisse (a "linha Oder-Neisse") seriam transferidas para a Polônia e a Rússia (Kaliningrado). O acordo também determinou a abolição da Prússia e a repatriação dos alemães que residiam naqueles territórios, formalizando o êxodo alemão da Europa Oriental. As relações entre os dois Estados alemães do pós-guerra mantiveram-se frias, até a política de aproximação com os países comunistas da Europa Oriental promovida pelo Chanceler ocidental Willy Brandt (Ostpolitik), nos anos 1970, cujo conceito principal era "Dois Estados alemães dentro de uma nação alemã". O relacionamento entre os
  • 18. dois países melhorou e, em setembro de 1973, as duas Alemanhas tornaram-se membros da Organização das Nações Unidas. Durante o verão de 1989, mudanças políticas ocorridas na Alemanha Oriental e na União Soviética permitiram a reunificação alemã. Alemães orientais começaram a emigrar em grande número para o lado ocidental, via Hungria, quando o governo húngaro decidiu abrir as fronteiras com a Europa Ocidental. Milhares de alemães orientais ocuparam missões diplomáticas da Alemanha Ocidental em capitais do leste europeu. A emigração e manifestações em massa em diversas cidades pressionaram o governo da Alemanha Oriental por mudança, o que levou Erich Honecker a renunciar em outubro; em 9 de novembro de 1989, as autoridades alemãs orientais surpreenderam o mundo ao permitir que seus cidadãos cruzassem o Muro de Berlim e outros pontos da fronteira comum e entrassem em Berlim Ocidental e na Alemanha Ocidental - centenas de milhares aproveitaram a oportunidade. O processo de reformas na Alemanha Oriental culminou com a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990. Juntamente com a França e outros países europeus, a nova Alemanha tem exercido um papel de liderança na União Europeia. É um dos principais defensores da união monetária, de uma maior unificação nas áreas de política, defesa e segurança europeias. O governo alemão expressou interesse em assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Antiguidade  Germanos  Grande Migração Idade Média  Frância oriental  Reino da Germânia  Sacro Império Romano-Germânico  Colonização do Leste  Seccionalismo Formando uma nação  Confederação do Reno  Confederação Germânica  Revolução de 1848  Confederação da Alemanha do Norte
  • 19.  Unificação Alemã Império Alemão  Império Alemão  Primeira Guerra Mundial  República de Weimar  Alemanha Nazi  Governo Flensburg Alemanha pós-1945  Ocupação Aliada  Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial  Alemanha Oriental  Alemanha Ocidental  Reunificação da Alemanha Alemanha moderna  Alemanha moderna Bismarck e a Vontade do Poder Otto von Bismarck, o assim chamado chanceler de ferro, foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a ele lançar as bases do II Reich (1871-1918), que fizeram com que o país, superando a existência de mais de 300 entidades políticas diferentes, conhecesse pela primeira vez na sua longa história a existência de um Estado-nacional único. Para tanto, para formar a unidade alemã, Bismarck desprezou os recursos do liberalismo político - baseado no consenso ou no voto das maiorias extraído das práticas parlamentares -, apostando sempre numa política de força (dita de sangue e ferro), moldando assim o novo Estado alemão dentro da blindagem do antigo sistema autoritário prussiano. O último refresco "Existem filósofos alemães? Existemescritores alemães? Existembons livrosalemães? Fazem-me esta pergunta no estrangeiro.Ruborizo-me!mas comtoda a delicadeza que sou capaz nestas situações delicadas,eu respondo: - Sim! Bismarck!" F. Nietzsche - Götzendämmerung, 1888 Bismarck (1815-1898)
  • 20. Serviram-lhe um refresco, fazia calor. Bebeu-o de vez estalando a língua. -Vorwärts! Avante! exclamou, duas horas depois o octogenário Otto von Bismarck, o chanceler de ferro, expirou. Morreu em Schönhäusen, a propriedade da família na Prússia, no dia 2 de agosto de 1898. Oito anos antes, em 1890, recolhera-se para lá a contragosto. O Kaiser Guilherme II, o jovem imperador alemão o constrangera à renúncia. - "Não vou hibernar como um urso!" Pensava ainda continuar governando a Alemanha. A sua Alemanha. E, de fato, se existisse algum país na Europa daquele tempo que pertencesse a alguém, que tivesse sido obra de alguém, este país era a Alemanha, a Alemanha de Bismarck. Chicote e pão-doce Nomeado chanceler pelo rei da Prússia em 1862, percebeu o equivoco dos conservadores alemães deixarem a causa da unificação nacional como bandeira só dos liberais e dos democratas. O pendão em favor da aliança de todos alemães baixo um só regime, vivendo num país integrado, estava largado ao chão desde o fracasso da Revolução dos Poetas na assembléia nacional de Frankfurt, fechada pela reação em 1849. Desde então, reerguido por ele aquele ideal, recorrendo à prática do Peitsche und Zuckenbrot, a política que alternava entre o chicote e o pão-doce, lançando mão da guerra e das negociações diplomáticas, conforme a suas estratégia determinava, Bismarck trabalhou incansavelmente para atingir aquele objetivo. Henry Kissinger considera-o um revolucionário. Pensava ele com razão, que a Prússia dos 1860 - o reino mais povoado, instruído e industrializado dos 39 estados da Alemanha -, era poderosa o bastante para caminhar sozinha rumo à integração nacional sem prender-se à Áustria ou ao consentimento da Rússia. Tornou-se um aplicado seguidor da chamada Realpolitik. Nada de ater-se a pruridos morais ou preceitos ideológicos. Para alcançar a tão desejada unidade ele faria acordos até com o demônio se fosse preciso. Contatou inclusive com Karl Marx, em 1867, sondando-o para que pusesse seus "extraordinários talentos a serviço do povo alemão". Preparou-se então para a guerra. Em seis anos, de 1864 a 1870, batendo dinamarqueses, austríacos e franceses, conseguiu o feito de unificar o pais. Tratado de Versalhes (1919) O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos.1 O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as O chanceler de ferro um pouco antes da sua morte em 1898 O capacete prussiano cobrindo a todos (caricatura)
  • 21. responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente. Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919.1 O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo. No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes. Condições O tratado tinha criado Liga das Nações, um dos objetivos maiores do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A Liga das Nações pretendia arbitrar disputas internacionais para evitar futuras guerras. Só quatro dos chamados Quatorze Pontos de Wilson foram concretizados, já que Wilson era obrigado a negociar com Clemenceau, Lloyd George e Orlando alguns pontos para conseguir a aprovação para criação da Liga das Nações.1 A visão mais comum era que a França de Clemenceau era a mais vigorosa na luta por uma represália contra a Alemanha, já que grande parte da guerra tinha sido no solo francês. Cedências territoriais Outras cláusulas incluíam a perda das colônias alemãs e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente-:1 Alsácia-Lorena, os territórios cedidos a Alemanha no acordo de Paz assinado em Versalhes em 26 de Janeiro de 1871 e o Tratado de Frankfurt em 10 de Maio de 1871, seriam devolvidos a França (área 14 522 km², 1 815 000 habitantes, 1905). A Sonderjutlândia seria devolvida a Dinamarca se assim fosse decidido por um plebiscito na região (toda a região da Schleswig-Holstein teve o plebiscito, sendo a Sonderjutlândia a única região a se decidir separar)(3984 km², 163 600 habitantes, 1920). As províncias de Posen e Prússia Oriental, que a Prússia Ocidental tinha conquistado nas Partições da Polônia eram devolvidas após a população local ter ganho a liberdade na Revolução da Grande Polônia (área 53 800 km², 4 224 000 habitantes, 1931). Hlučínsko, região da Alta Silésia, para a Checoslováquia (316 ou 330 km² e 49 000 habitantes) Parte leste da Alta Silésia para a Polônia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.
  • 22. As cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica. A região de Soldau da Prússia Oriental a Polônia (área de 492 km²). Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois transferida para a Lituânia. Na parte oriental da Prússia Ocidental e na parte sul da Prússia Oriental, Vármia e Masúria, pequenas partes para a Polônia. A província de Sarre para o comando da Liga das Nações durante 15 anos. A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia com o delta do Rio Vístula foi transformada na Cidade Livre de Danzig sobre o controlo da Liga das Nações (área de 1893 km², 408 000 habitantes, 1929). O artigo 156 do tratado transferiu as concessões de Shandong, da China para o Japão ao invés de retornar a região à soberania chinesa. O país considerou tal decisão ultrajante o que levou a movimentos como o Movimento de Quatro de Maio, que influenciou a decisão final chinesa de não aderir ao Tratado de Versalhes. A República da China declarou o fim da guerra contra a Alemanha em Setembro de 1919 e assinou um tratado em separado com a mesma em 1921. Reparações de guerra e cláusulas de culpa Woodrow Wilson com os comissários americanos de paz. Em seu livro sabrina lima escreve:2 No início, França e Bélgica argumentavam que o dano direto deveria receber prioridade em qualquer distribuição de reparações. No norte francês, altamente industrializado, os alemães levaram tudo o que queriam para o uso próprio e destruíram muito do que sobrara. Mesmo batendo em retirada em 1918, as forças alemãs encontraram tempo para destruir as minas de carvão mais importantes da França. O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais atos. O montante total foi decidido entre a Tríplice Entente na Comissão de Reparação. Em Janeiro de 1921 esse número foi oficializado em 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs - um valor que muitos economistas consideraram ser excessivo. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132
  • 23. biliões, o que ainda era considerado uma soma astronômica para os observadores germânicos. Os problemas econômicos que tal pagamento trouxe, e a indignação alemã pela sua imposição são normalmente citados como um dos mais significantes factores que levaram ao fim da República de Weimar e ao início da ditadura de Adolf Hitler, que levou à II Guerra Mundial. Alguns historiadores, como Margaret Olwen MacMillan discordam desta afirmação, popularizada por John Maynard Keynes. A posição dos Estados Unidos Os Estados Unidos não ratificaram o tratado. As eleições para o Senado em 1918 deram a vitória ao Partido Republicano (49 contra 47 lugares), que assumiu o controlo do Senado e por duas vezes bloqueou a ratificação (a segunda vez em 19 de março de 1920), favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das Nações. Outros senadores queixaram-se da quantidade excessiva de reparações a que a Alemanha era obrigada. Como resultado, os Estados Unidos nunca aderiram à Sociedade das Nações e negociaram em separado uma paz com a Alemanha: o Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a pagamento de indenizações e de outras disposições do Tratado de Versalhes, mas excluiu explicitamente todos os assuntos relacionados com a Sociedade das Nações As negociações As negociações entre as potências aliadas começaram em 18 de Janeiro, no Salão dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, no Quai d'Orsay, em Paris. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.3 Tendo sido derrotados, a Alemanha, a Áustria e a Hungria (estados que sucederam à Áustria-Hungria) foram excluídas das negociações. A República Socialista Federativa Soviética da Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest- Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual a Alemanha ganhou uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.1 Até Março de 1919, as extremamente complexas negociações das condições de paz foram conduzidas através de reuniões periódicas do "Conselho dos Dez" (líderes de governo e ministros dos Negócios Estrangeiros), composto pelos cinco grandes vencedores (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão). Uma vez que este organismo revelou ser demasiado pesado e formal para uma tomada eficaz de decisões, o Japão e os ministros dos Negócios Estrangeiros deixaram as principais reuniões, de modo que apenas os ditos "Quatro Grandes" permaneceram.4 Após as suas reivindicações territoriais para a região de Fiume (hoje Rijeka) terem sido rejeitadas, o primeiro-ministro da Itália, Vittorio Orlando, deixou as negociações (apenas voltaria para a assinatura em Junho). As condições finais foram determinadas pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico David Lloyd George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA, Woodrow Wilson. O Japão tentou no início inserir uma cláusula nos artigos referentes à constituição da Sociedade das Nações contra a discriminação baseada na raça ou na nacionalidade, mas teve de retirar a pretensão devido sobretudo à atitude da Austrália.5 Em Versalhes, era difícil chegar a posições comuns porque os conferencistas defendiam objetivos que entravam em conflito entre si. O resultado foi chamado um "compromisso infeliz".6 Por exemplo, enquanto os líderes americanos e britânicos
  • 24. quiseram chegar a uma paz justa e a um acordo razoável, os interesses da França apelavam a vastíssimas indenizações, já que a maior parte das batalhas e destruição se deram em solo francês, além de a França ter perdido cerca de 1 500 000 combatentes e 400 000 civis. Estrutura do Tratado Parte I - Pacto da Sociedade das Nações (artigos 1 a 26 e anexo). Parte II - As Fronteiras da Alemanha (artigos 27 a 30). Parte III - Cláusulas para Europa (artigos 31 a 117 e anexos). Parte IV - Direitos e interesses alemães fora da Alemanha (artigos 118 a 158 e anexos). Parte V - Cláusulas militares, navais e aéreas (artigos 159 a 213). Parte VI - Prisioneiros de guerra e cemitérios (artigos 214 a 226). Parte VII - Sanções (artigos 227 a 230). Parte VIII - Reparações (artigos 231 a 247 e anexos). Parte IX - Cláusulas financeiras (artigos 248 a 263). Parte X - Cláusulas económicas (artigos 264 a 312). Parte XI - Navegação aérea (artigos 313 a 320 e anexos). Parte XII - Portos, vias marítimas e vias férreas (artigos 321 a 386). Parte XIII - Organização Internacional do Trabalho (artigos 387 a 399). Procedimentos (artigos 400 a 427 e anexo). Parte XIV - Garantias (artigos 428 a 433). Parte XV - Previsões e diversos (artigos 434 a 440 e anexo). Ver também Plano Dawes Plano Young Tratado de Versalhes Tratado de Paz entre os aliados e Potências Associadas e a Alemanha
  • 25. Página frontal da versão em língua inglesa Assinado 28 de junho de 1919 Local Versalhes, França Em vigor 10 de janeiro de 1920 Condição Ratificação pela Alemanha e as três principais Potências Associadas Signatários Reich Alemão Império Britânico França Itália Japão Estados Unidos outras potências aliadas[Expandir] Depositário Governo francês Línguas Francês e inglês O Segundo Reich
  • 26. Em 1870 tornara-se o alemão mais famosos do mundo. A sua altura imensa - tinha quase 2 metros - o seu uniforme engalanado, o bigodão de hussardo e seu capacete pontiagudo, viraram o símbolo da Alemanha do século 19. Em 18 de janeiro de 1871, no Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, na França derrotada, esmagada que fora pelos granadeiros prussianos de von Molke em Sedan, o chanceler de ferro, como rapidamente o cognominaram, realizou seu sonho. Perante os príncipes alemães, todos presentes naquela ocasião extraordinária, Bismarck viu o seu rei Guilherme I, tornar-se o Imperador de todos os alemães coroado como Kaiser. Se bem que os monarcas da Baviera e da Saxônia, e outros reinos de menor importância, ainda mantinham certas prerrogativas, dali em diante o país seria governado de Berlim. Tendo uma só política externa, uma só moeda e um só comando militar. Os desastres da unificação conservadora À distância desse episódio histórico, vê-se tudo como uma tragédia. O repúdio do IIº Reich alemão (1871-1918) ao liberalismo e à democracia ocidental, o fez presa de cartéis militaristas reacionários, belicosissimos, sedentos por "espaço vital", querendo alastrar-se pelo mundo inteiro. O resultado foi o que se viu. Primeiro conduzindo o IIº Reich em 1914-18 à Grande Guerra e, novamente, em outra refrega muito mais mortífera, à Guerra Total de 1939-45, levada à diante pelo chamado IIIº Reich, o dos nazistas. Mapa da região central da Europa, tendo em destaque a Alemanha e áreas onde houveram as ocupações nazistas: GuilhermeI, rei da Prússia e Imperador da Alemanha (1861-1888)
  • 27. A Europa em 1920 1. República Portuguesa 2. Reino de Espanha 3. Principado de Andorra 4. Terceira República Francesa 5. Reino de Itália 6. Suíça 7. Reino da Bélgica 8. Reino dos Países Baixos 9. República de Weimar 10. Reino da Dinamarca e da Islândia 11. Primeira República Austríaca 12. República Checoslovaca 13. Segunda República Polaca 14. Silésia 15. Reino da Hungria 16. Reino da Jugoslávia 17. Reino da Roménia 18. Reino da Albânia 19. Grécia 20. Reino da Bulgária 21. Ucrânia 22. União Soviética 23. Lituânia Central 24. República da Letónia 25. Constantinopla 26. Turquia 27. República da Finlândia 28. Reino da Suécia 29. Reino da Noruega 30. Império Britânico 31. Rif 32. Reino de Marrocos 33. Argélia (colónia francesa) 34. Tunísia (protectorado francês) 35. Tripolitânia (Líbia) 36. Egito 37. República de San Marino 38. Vaticano (Reino de Itália) 39. Cidade Livre de Danzig 40. Grão-Ducado do Luxemburgo 41. República Democrática da Geórgia
  • 28. A coroação do imperador da Alemanha no salão dos espelhos em Versalhes, 1871 Na época, porém, quando se deu a unificação, até os exilados socialistas alemães , inimigos de Bismarck, exultaram com a vitória dos prussianos. Mikhail Bakunin, o anarquista russo, registrou incomodado como inclusive Karl Marx - naqueles dias que se seguiram à vitória de Sedan e ao anuncio da formação do império alemão -, tornara- se um pangermanista intratável, verificando que por debaixo da pele do revolucionário mais ardoroso escondia-se um chauvinista alemão. Bismarck, o super-homem Nietzsche, quando jovem, fascinou-se por Otto von Bismarck, saboreando seus discursos como se "fossem vinho forte", contendo a língua "para não bebê-lo demasiadamente rápido e prolongar o prazer". Mais tarde queixou-se do cheiro de pólvora , do rufar dos tambores e do ensarilhar de armas do Reich, mas, ainda é legitimo suspeitar-se que a inspiração para o seu Super-Homem, o dominador dos destinos futuros, tenha-lhe sido emprestada pela poderosa imagem do velho Bismarck cavalgando frente aos regimentos de granadeiros prussianos, construindo com a força do seu punho de ferro um império. Quanto à obra maior do chanceler, a unificação do povo alemão, ela ainda está ai. Soçobrou por duas vezes ao longo do século XX mas sobreviveu. http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm Segundo Império da Alemanha - História do Segundo Império da Alemanha Também conhecido como Segundo Reich (1871-1918), império europeu e colonial governado pela Prússia. A proclamação do Império teve lugar em Versalhes, em 1º de janeiro de 1871, quando a antiga Confederação da Alemanha do Norte e os quatro estados da Alemanha do Sul (Baviera, Baden, Hesse-Darmstadt e Württemberg) concordaram em constituir uma união federal permanente, cedendo a maioria de seus Nietzsche, aos poucos esmoreceu o seu fervor por Bismarck
  • 29. direitos de soberania ao novo Império. O rei da Prússia, Guilherme I, foi proclamado imperador alemão. Otto von Bismarck presidiu a nova organização política como chanceler imperial. Guilherme I faleceu em 1888 e, depois do breve mandato de Frederico III, Guilherme II ascendeu ao trono. Bismarck apresentou sua demissão em 1890. A partir desta década, os conflitos entre as classes privilegiadas e o proletariado foram aumentando na sociedade alemã. Por outro lado, as relações com as outras potências européias se deterioraram consideravelmente. O único aliado fiel foi o Império Austro-húngaro. A Alemanha apoiou a Áustria na guerra contra a Sérvia no verão de 1914, com a esperança de que a luta reuniria as classes trabalhadoras em torno do governo. Este confronto deu origem à I Guerra Mundial. O fracasso militar e as desordens internas levaram à dissolução do segundo Império Alemão. Guilherme II abdicou em 9 de novembro e, neste mesmo dia, a República foi proclamada em Berlim. Segundo Reich Em 1933, com a ascensão do regime Nazista na Alemanha, a propaganda estatal começou a divulgar com bastante fervor a expressão “Terceiro Reich“, dando a entender que, sob o comando de Adolf Hitler a Alemanha iria reviver seus dois períodos de maior destaque, ou seja, os dois momentos na história em que o país foi o centro de um vasto e diverso império (ou reich, em alemão). O Primeiro Reich seria o Sacro Império Romano-Germânico, existente entre 962 e 1806, fundado pelo monarca germânico Oto I, que tomava emprestado características tanto do Império Romano como do Império Carolíngio, tendo porém, a região da atual Alemanha como núcleo do estado. Já o Segundo Reich teria sido representado pelo Império Alemão (Deutsches Reich), existente entre 1871 e 1918, e que compreendia o território alemão unificado (um pouco maior do que o atual), além de vários domínios ultramarinos espalhados pela África, Ásia e Oceania. A Alemanha deste chamado “Segundo Reich”, é obra quase que exclusiva do chanceler Otto von Bismarck, que projeta, sob regime monárquico, um moderno estado nacional, de governo central com soberania sob todo o seu território, num modelo que vinha sendo progressivamente adotado por outras nações europeias e americanas desde o século XII. Essa composição, porém, é adotada em um momento bastante tardio, deixando o país em relativa desvantagem no cenário político e econômico da época. O novo império, porém, logo se destaca, e em pouco tempo rivaliza no campo econômico com a maior potência, a Grã-Bretanha, e apesar de ter chegado tarde na disputa colonial por territórios, consegue assegurar um império ultramarino de dimensões respeitáveis. Entre seus domínios, estavam: Na África: Togolândia (atual Togo e parte de Gana) África Ocidental Alemã (grande parte da atual República dos Camarões) Sudoeste Africano Alemão (atual Namíbia)
  • 30. África Oriental Alemã (atuais Ruanda, Burundi e Tanzânia, sem a ilha de Zanzibar) Na Ásia: Kiautschou (enclave em território chinês cujo centro urbano era a cidade de Qingdao) Na Oceania: Nova Guiné Alemã (atuais Ilhas Salomão, Ilhas Marshall, Micronésia, Marianas do Norte, Nauru, Palau e norte de Papua-Nova Guiné) Samoa Alemã (atual Estado Independente de Samoa) Com esta configuração, o “Segundo Reich” estava entre as grandes potências mundiais, sendo que em vários campos poderia ser considerado facilmente o país de maior destaque. A expansão alemã parecia não ter limites, mas, aos poucos os dirigentes do país optam pelo militarismo e por um enfrentamento direto aos seus competidores, numa espiral que acaba por envolver a Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Contando com estimativas equivocadas sobre seu poderio e o de seus aliados, a Alemanha acaba saindo da guerra derrotada, com uma grave crise econômica, social e institucional e que ainda experimenta a perda significativa de territórios e de todo o seu império colonial. É o fim do reich. Bibliografia: O Segundo Reich. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012. Segundo Império da Alemanha – História do Segundo Império da Alemanha. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/germanica/segundo-imperio-da- alemanha.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012 República de Weimar InsígniaNaval de Reichsflotte. A República de Weimar foi instaurada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático. O
  • 31. Presidente da República nomeava um chanceler que seria responsável pelo poder Executivo. Quanto ao poder Legislativo, era constituído por um parlamento (Reichstag). Sucedeu ao Império Alemão. Este período tem este nome pois foi a República proclamada na cidade de Weimar. As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais. Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja, a derrota na Guerra). Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova realidade democrática, cheia de derrotas e humilhações. Sebastian Haffner chamou-lhe uma "república sem republicanos". Kurt Tucholwski chamou-lhe: "o negativo de uma monarquia, que só não o é porque o monarca fugiu" (o imperador Wilhelm II viu-se obrigado a abdicar). Face a essa situação política, que alguns compararam a um presente envenenado à democracia, acabou por lançar os fundamentos que permitiram mais tarde a Adolf Hitler posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado imperial e antidemocrático da Alemanha e implantar o nazismo. 1933 é o ano terminal da República, já que, embora a constituição de 1919 não tenha sido revista até ao final da Segunda Guerra Mundial, as reformas levadas a cabo pelo partido nazista invalidaram-na muito antes. Bandeira e Brasão Após a proclamação da república, a bandeira e o brasão de armas da Alemanha foram também alterados para dar conta das mudanças políticas no país. O tricolor republicano é baseado na bandeira introduzida pela Constituição Paulskirche de 1849, a qual foi decidida que pelo Parlamento de Frankfurt, durante o movimento civil alemão, o qual pediam principalmente o parlamentarismo e a unificação dos estados germânicos. As conquistas e sinais desse movimento foram majoritariamente feitos após a queda do antigo regime e a reação politica. Apenas o pequeno Principado de Waldeck continuou sua tradição usando as cores alemãs, chamadas de Schwarz-Rot-Gold em alemão (Em português: Preto-Vermelho-Dourado). Esses sinais continuaram sendo símbolos do movimento Paulskirche e a República de Weimar queria expressar sua origem naquele movimento entre 1848 e 1852. Os anti- republicanos se opuseram a essa bandeira. Enquanto a primeira frota imperial (Reichsflotte) orgulhosamente usava uma bandeira naval baseada na Schwarz-Rot- Gold, a marinha alemã (Reichsmarine) insistia em usar as cores pré-segunda guerra, similar a marinha mercantil alemã. O brasão de armas republicano foi idealizado no movimento Paulskirche, usando o mesmo animal, a águia, e as mesmas cores (preto, vermelho e dourado), mas ocorrendo uma redução de duas cabeças pra uma. O político alemão, Friedrich Ebert declarou, inicialmente, que o brasão de armas poderia ser desenhado por Emil Doepler, e em 11 de Novembro de 1919, foi aceito pelo governo alemão. Em 1928, o Reichswappen (brasão de armas do Reich) desenhado por Tobias Schwab (1887- 1967) passou a ser usado como emblema oficial da Equipe Olímpica da Alemanha.
  • 32. O desenho de Doepler virou o Reichsschild (escudo do Reich) com uso restrito a veículos do governo. Em 1949, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) adotou todas as três insignias da República de Weimar. História O início da República de Weimar data de 1918, quando o país começou a ser controlado pelos militares logo após a fuga do Kaiser Wilhelm II. Quando se tornou evidente que a Primeira Guerra estava perdida, o Oberste Heeresleitung ("Comando Supremo do Exército"), induziu a constituição de um governo civil para facilitar as negociações de paz com os aliados. Em 28 de Outubro de 1918, a nova constituição alemã estava pronta, convertendo o Reich numa república parlamentar (algo que havia sido evitado pelo Kaiser). Dessa forma, o Chanceler devia responsabilizar-se à nação perante o Reichstag (Parlamento Alemão) e não mais perante o imperador. O príncipe Maximiliano de Baden assumiu o cargo. O plano de transformar a Alemanha veio a fracassar devido sobretudo às condições impostas pelo Tratado de Versalhes, que limitavam qualquer possibilidade de ressurgimento econômico do país por causa das reparações de guerra, e as restrições à indústria e ao exército alemão. As consequências econômicas da paz (1919), formuladas pelo economista John Maynard Keynes, que assistiu como observador às deliberações, expõem de maneira pormenorizada, e com sagacidade qual haveria de ser o impacto das reparações sobre o frágil esquema das relações econômicas internacionais durante a década de 1920. Isso, somado ao regresso dos soldados da frente (muitos dos quais vinham feridos não apenas física mas psicologicamente), aumentou enormemente o clima de fracasso e descontentamento que assombrava a nação. A escalada de violência entre os movimentos de direita e esquerda culminaram em 29 de Outubro de 1918, ao estalar a rebelião de parte do exército. O governo prendeu os amotinados, principalmente da divisão naval, e muitos estudantes, operários e militares solidarizaram-se com eles, agrupando-se em conselhos similares aos Sovietes, que tomaram o poder militar e civil em diversas cidades. A 7 de Novembro, a revolução alcançou a cidade de Munique, provocando a fuga do rei Luís III da Baviera. O país esteve perto de se converter num Estado socialista. A 9 de Novembro, o príncipe von Baden transferiu os seus poderes legais a Friedrich Ebert, líder do Partido Socialista da Alemanha (SPD, Sozialistische Partei Deutschlands), de influência operária, mas sem intenções de abandonar o sistema parlamentar. Esperava-se que esse ato bastaria para acalmar as massas, mas tal não ocorreu. No dia seguinte, instaurou-se um governo revolucionário sob o nome de Rat der Volksbeauftragten, traduzido como "Conselho dos Encarregados do Povo", que era formado por três membros do MSPD e três membros do partido Social Democrata Independente (USPD, Unabhängige Sozialdemokraten), liderado por Ehbert e Hugo Haase, respectivamente. Esse conselho governou a Alemanha de Novembro de 1918 a Janeiro de 1919.
  • 33. Deutsches Reich Weimarer Republik República de Weimar República ← 1919 – 1933 → → Bandeira Brasão Continente Europa Capital Berlim Língua oficial Alemão Governo República semi-presidencialista Reichspräsident (Presidente) • 1919-1925 Friedrich Ebert (SPD) • 1925 Hans Luther • 1925 Walter Simons • 1925-1933 Paul von Hindenburg Reichskanzler (Chanceler) • 1º: 1920 2º: 1928-1930 Hermann Müller (SPD) • 1º: 1923-1925 2º: 1926-1928 Wilhelm Marx (Zentrum) • 1932 Franz von Papen
  • 34. • 1933 Adolf Hitler (NSDAP) Período histórico Período de entre-guerras • 11 de Agosto de 1919 Estabelecimento • 30 de Janeiro de 1933 Hitler assume o cargo de Chanceler • 27 de Fevereiro de 1933 Incêndio do Reichstag • 23 de Março de 1933 Dissolução Moeda Papiermark (1919-1923) Rentenmark (1923-1924) Reichsmark (1924-1933) Membro de: SDN 9 de novembro na história da Alemanha Schicksalstag (literalmente dia do destino em língua alemã), conhecido internacionalmente também em inglês como Day of fate, é o título dado ao dia 9 de novembro pelos alemães, devido a neste dia terem ocorrido em diversos anos vários acontecimentos importantes para a História da Alemanha. Os mais importantes incluem: 1848: foi a data da execução do líder liberal Robert Blum. Este acontecimento é visto frequentemente como simbólico para o fracasso da revolução de 1848. 1918: o imperador Guilherme II foi destronado e Philipp Scheidemann proclamou a primeira república da Alemanha, a República de Weimar. 1923: deu-se o Putsch de Munique, uma tentativa de golpe de estado que foi a primeira aparição do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores em público. 1938: a Kristallnacht marca o inicio do Holocausto. Foram mortos mais de 1300 judeus e queimadas ou destruídas por outras formas muitas sinagogas e outras propriedades dos judeus. 1989: caiu o muro de Berlim que tinha sido símbolo para da separação da Alemanha, e dissolveu-se a restante fronteira interna alemã, que tinha custado a vida de muitos alemães que a tentaram atravessar. Este acontecimento é visto como o início da reunificação da Alemanha. Depois da queda do muro de Berlim o termo Schicksalstag ganhou o seu uso comum. Discutiu-se na Alemanha se 9 de novembro seria o dia nacional do país reunificado, mas por causa da carga negativa do dia pelos acontecimentos de 1923 e de 1938 decidiu-se que não seria adequado celebrar este dia.
  • 35. Second world war europe 1941-1942 Países ocupados Territórios ocupados em sua totalidade ou em parte: Território ocupado Informação detalhada ReinodaAlbânia Ocupação da AlbâniapelaAlemanhanazista Estado Federal daÁustria(Primeira RepúblicaAustríaca) Anschluss Bélgica Bélgicadurante a SegundaGuerraMundial RSS da Bielorrúsia Ocupação da BielorrússiapelaAlemanha nazista Ocupação dasRepúblicasBálticas Tchecoslováquia Ocupação alemãdaChecoslováquia
  • 36. Dinamarca Ocupação da Dinamarca OperaçãoWeserübung Estônia Ocupação da EstôniapelaAlemanhaNazista França Ocupação da França pelaAlemanhaNazi França de Vichy França do Norte Alsácia-Lorena ReinodaGrécia Ocupação da GréciapelasForças doEixo Guernsey Ocupação dasIlhasdo Canal ReinodaHungria (1920-1945) Estado Húngaro Reinode Itália(1861-1946) RepúblicaSocial Italiana Jersey Ocupação dasIlhasdo Canal Letônia Ocupação da LetôniapelaAlemanhaNazista Lituânia Ocupação da LituâniapelaAlemanhanazista Luxemburgo Ocupação alemãde Luxemburgo naSegunda Guerra Mundial Monaco Históriade Mônaco PaísesBaixos Ocupação alemãdosPaísesBaixos Noruega Ocupação NazistanaNoruega OperaçãoWeserübung Polônia ÁreaspolonesasanexadaspelaAlemanha nazista GovernoGeral Invasãoda Polônia San Marino San Marino na SegundaGuerraMundial RepúblicaEslovaca RevoltaNacional Eslovaca RSS da Ucrânia ReichskommissariatdaUcrânia ReinodaIugoslávia Invasãoda Iugoslávia Frente Iugoslava
  • 37. Evolução territorial da Alemanha A Evolução territorial da Alemanha refere-se às mudanças nas fronteiras e no território da Alemanha. A Alemanha moderna foi formada em 1871, quando Otto von Bismarck, que depois tornou-se chanceler do Império Alemão, unificou um certo número de estados alemães para o Império Alemão. 1 Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu territórios para seus vizinhos e a República de Weimar foi formada. Esta república possuia importantes territórios ao leste da Alemanha atual, sobretudo a Prússia Oriental. No entanto, durante o período do governo nazista enormes mudanças territoriais ocorreram. Inicialmente, a Alemanha nazista expandiu territórios de forma bastante dramática, mas o ponto de viragem foi a invasão da União Soviética, embora a invasão significasse o aumento o mais rápido no território de Alemanha, como os Aliados começaram a vencer os alemães, o território foi rapidamente perdido o que culminou com a divisão e ocupação da Alemanha pelos aliados 2 Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial a Alemanha foi dividida em zonas inglesa, francesa e americana no oeste e uma zona russa no leste, a capital Berlim foi igualmente dividida. Com o início da Guerra Fria, a parte ocidental da Alemanha foi unificada, tornando-se a República Federal da Alemanha (muitas vezes informalmente chamada de "Alemanha Ocidental"), com um enclave em Berlim. A zona da Rússia tornou-se o regime comunista da Alemanha Oriental (oficialmente República Democrática Alemã). 1 , assim como o território perdido que havia ganhado durante a guerra, a Alemanha também perdeu território para o leste. A maior parte das terras a leste do Oder-Neisse foi para a Polônia. O restante, Königsberg, foi a Rússia. Em 1990, após o fim da Guerra Fria, as duas Alemanhas se uniram 1 . Índice  1 Contexto o 1.1 Colonização alemã na Europa Oriental o 1.2 A ascensão do nacionalismo europeu  2 Formação do Império Alemão o 2.1 Cronologia da formação do Império Alemão  3 Primeira Guerra Mundial o 3.1 Brest-Litovsk  4 Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial o 4.1 Tratado de Versalhes o 4.2 Sudetos o 4.3 Revoltas da Silésia  5 Interbellum o 5.1 Reivindicações territoriais dos nacionalistas alemães o 5.2 Renânia o 5.3 Região de Sarre o 5.4 Anschluss o 5.5 Território de Memel o 5.6 Checoslováquia o 5.7 Sudetos o 5.8 A invasão do resto da Checoslováquia  6 Segunda Guerra Mundial o 6.1 Polônia o 6.2 Alsácia-Lorena o 6.3 Luxemburgo o 6.4 Outros o 6.5 Reconhecimento  7 Mudanças territoriais após a II Guerra Mundial o 7.1 Ocupação Aliada  8 Guerra fria, divisão e reunificação  9 Ver Também
  • 38.  10 Referências Contexto Colonização alemã na Europa Oriental Parte da motivação por trás das mudanças territoriais são baseadas em acontecimentos na história da Alemanha e da Europa, especialmente da Europa Oriental. Migrações que decorreram durante mais de um milênio levaram bolsões de alemães que vivem na Europa do Leste como no Extremo Oriente da Rússia. A existência destes bolsões foi usado por nacionalistas alemães e os nazistas para justificar suas reivindicações territoriais. A ascensão do nacionalismo europeu As mudanças territoriais da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, devem ser interpretadas no contexto da evolução do nacionalismo global em geral e nacionalismo europeu, em particular. A segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX viu a ascensão do nacionalismo na Europa. Anteriormente, um país composto em grande parte dos povos que moravam na terra que estava sob o domínio de um governante em particular. Assim, como principados e reinos cresceram através da conquista e do casamento, um governante pode acabar com os povos de muitas etnias diferentes em seu domínio. O conceito de nacionalismo foi baseado na idéia de um "povo" que compartilhavam um elo comum com sua raça, religião, língua e cultura. Além disso, o nacionalismo afirmou que cada povo "tinha direito ao seu próprio Estado. Assim, muito da história da Europa na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX pode ser entendido como os esforços para realinhar as fronteiras nacionais com esse conceito de "um só povo, um estado". Prússia (verde) no Império Alemão 1871-1918. Muitos conflitos que surgem quando uma nação afirma direitos territoriais de terras fora das suas fronteiras a partir de um elo comum com as pessoas que vivem nessa terra. Outra fonte de conflito surgiu quando um grupo de pessoas que constituíam uma minoria em um país que busca se separar da nação, quer formar uma nação independente, ou ingressar em outro país com quem sentiam laços mais fortes. No entanto, outra fonte de conflito era o desejo de alguns países para expulsar pessoas
  • 39. do território dentro das suas fronteiras, pelo fato dessas pessoas não partilharem um elo comum com a maioria das pessoas que vivem nesse país. Formação do Império Alemão Ver artigo principal: Unificação da Alemanha e Império Alemão A Confederação da Alemanha do Norte, liderada pelo Reino da Prússia, foi combinado com os estados do sul de Baden, Württemberg, Baviera e Hesse formaram o Império Alemão em 1871. Em algumas áreas das províncias orientais da Prússia, como a província de Posen, a maioria da população era polaca. Cronologia da formação do Império Alemão Ver artigo principal: Império colonial alemão Mapa do Império Alemão entre 1871 e 1918, destacando a composição de vários estados. Extensão das colônias alemãs em 1914.  10 de maio de 1871: Assinatura do Tratado de Frankfurt. A Alemanha anexa a Alsácia-Lorena à custa da França.  5 de julho de 1884: Criação do protetorado da Togolândia, a primeira colônia alemã na África.  7 de agosto de 1884: Colonização do Sudoeste Africano Alemão.  3 de novembro de 1884:
  • 40. Colonização da Nova Guiné Alemã.  27 de fevereiro de 1885: Colonização da África Oriental Alemã.  30 de abril de 1885: Colonização de Kamerun  27 de maio de 1885: Estabelecimento do Protetorado de Wituland.  1890: A Grã-Bretanha cede a ilha de Helgoland para a Alemanha em 1890, em conformidade com os termos do Tratado de Helgoland-Zanzibar.  1 de março de 1900: Colonização de Samoa alemã. Primeira Guerra Mundial Em 1 de agosto de 1914, a Alemanha declara guerra à Rússia, e nos dias seguintes a França, Reino Unido e Bélgica. Desde os primórdios da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha invadiu a Bélgica e Luxemburgo, oeste e o nordeste da França, e parte do Império Russo (Polónia, Lituânia e Letónia). As colônias alemãs são invadidas por forças britânicas, francesas e japonesas. Brest-Litovsk Como parte do Tratado de Brest-Litovsk, o novo governo da Rússia bolchevique (comunista) renunciou a todos as reivindicações para a Finlândia, os futuros Estados Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia, Ucrânia. A maior parte destes territórios estavam em vigor cedidos ao Império Alemão, destinados a tornar-se economicamente dependente e politicamente ligados intimamente ao Império Alemão, sob diferentes reis e duques. No que diz respeito aos territórios cedidos, o tratado afirmava que "a Alemanha e a Áustria-Hungria pretendem determinar o futuro destino desses territórios, de acordo com sua população", com alguns outros efeitos que a nomeação dos governantes alemães para os novos tronos da Finlândia, Letónia e Lituânia. Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial Tratado de Versalhes Ver artigo principal: Tratado de Versalhes
  • 41. Alemanha depois de Versailles Anexado por países vizinhos Administrado pela Liga das Nações Alemanha de Weimar As disposições do Tratado de Versalhes no final da I Guerra Mundial, a Alemanha foi obrigada a transferir alguns territórios para outros países. Além da perda do império colonial alemão, a Alemanha perdeu os seguintes territórios:  Alsácia-Lorena, os territórios, na verdade, anexados pela França em 1681, que foram cedidos à Alemanha, em conformidade com as preliminares da paz assinada em Versalhes, em 26 de fevereiro de 1871, e o Tratado de Frankfurt de 10 de maio de 1871, foram restaurados para a soberania francesa sem um plebiscito, como condição prévia para armistício (ou seja, e, portanto, não como uma cláusula do Tratado de Versailhes), com efeitos a partir da data do Armistício (11 de novembro de 1918). (área de 14522 km², 1815000 habitantes (1905));  Norte de Schleswig incluindo as cidades de domínio alemão de Tondern (Tønder), Apenrade (Aabenraa), Sonderburg (Sønderborg), Hadersleben (Haderslev) e Lügum em Schleswig-Holstein, após o Plebiscito de Schleswig, a Dinamarca (área 3 984 km ², 163.600 habitantes (1920)),  As províncias da Prússia de Posen e Prússia Ocidental, que a Prússia havia anexado nas Partições da Polônia (1772-1795), foram devolvidos à Polónia renascida. Este território já havia sido liberado pela população polonesa local durante a Grande Revolta da Polônia de 1918-1919 (área de 53800 km², 4224000 habitantes (1931), incluindo 510 km² e 26000 habitantes da Alta Silésia).  Prússia Ocidental foi dada para a Polônia para proporcionar o livre acesso ao mar, junto com uma minoria considerável alemã, criando o Corredor Polonês.  A área Hlučínsko de Hulczyn da Alta Silésia para a Checoslováquia (área 316 ou 333 km², 49.000 habitantes),  A parte oriental da Alta Silésia a Polónia (área de 3214 km², 965000 habitantes), embora durante o plebiscito na Alta Silésia , 60% votaram a favor de permanecer dentro da Alemanha  A área de cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica