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Desenvolvimento da
função manual de zero
a 3 anos
Créditos
Coordenação do Projeto
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Coordenação-Geral da DTED/UNA-SUS/UFMA
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Coordenação de Gestão de Projetos
da UNA-SUS/UFMA
Deysianne Costa das Chagas
Coordenação de Produção Pedagógica
da UNA-SUS/UFMA
Paola Trindade Garcia
Coordenação de Ofertas Educacionais da
UNA-SUS/UFMA
Elza Bernardes Monier
Coordenação de Tecnologia da Informação
da UNA-SUS/UFMA
Mário Antonio Meireles Teixeira
Coordenação de Comunicação e Design Gráfico
Bruno Serviliano Santos Farias
Professoras-autoras
Artemis Paiva de Paula
Camila Rocha Simão
Jardany do Nascimento Barros
Luana Celly Silva Aprígio
Validadores técnicos do Ministério da Saúde
Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com
Deficiência (CGSPD/DAET/SAES/MS)
Ana Priscila da Silva Teixeira
Angelo Roberto Gonçalves
Denise Maria Rodrigues Costa
Flávia da Silva Tavares
Luane Carvalho Costa
Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e
do Adolescente
(CACRIAD/CGIRAS/DGCI/SAPS/MS)
Nayara Rezende Amaral
Carolina Pereira da Cunha Sousa
Bruna Bragança Boreli Volponi
Lorena Toledo de Araújo Melo
Priscila Olin Silva
Validação Pedagógica
Donny Wallesson dos Santos
Katia Danielle Araújo Lourenço Viana
Larissa Di Leo Nogueira Costa
Revisão Textual
Camila Cantanhede Vieira
Design Instrucional
Karoline Corrêa trindade
Design Gráfico
Lindomar Dantas Conrado Filho
Créditos
PAULA, Artemis Paiva de; SIMÃO, Camila Rocha; BARROS, Jardany do Nascimento; APRÍGIO,
Luana Celly Silva. Desenvolvimento da função manual de zero a 3 anos. In: UNIVERSIDADE
ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência
III: gestão de serviços de reabilitação, atenção à saúde da pessoa com estomia, com lesão
medular, com síndrome de pós-poliomielite e comorbidade, estimulação precoce para crianças
de zero a três anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ferramentas de gestão do
cuidado à pessoa com deficiência nos serviços de reabilitação, ferramentas para boas práticas
de gestão de órteses, próteses e materiais especiais não cirúrgicos e funcionalidade no
processo de avaliação e cuidado em saúde da pessoa com deficiência. Estimulação precoce:
crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. São Luís: UNA-SUS;
UFMA, 2022.
COMO CITAR ESTE MATERIAL
© 2022. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz &
Universidade Federal do Maranhão. É permitida a reprodução, disseminação e utilização desta obra, em
parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de Recursos Educacionais
em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada sua utilização comercial, sem a autorização
expressa dos seus autores, conf. Lei de Direitos Autorais – LDA (Lei n.⁰ 9.610, de 19 de fevereiro de
1998).
Neste recurso educacional, você vai entender
melhor esse assunto, além de aprender os
estágios do desenvolvimento sensório motor da
criança de zero a três anos.
Vamos lá? Fonte: Canva.
APRESENTAÇÃO
Olá, aluna(o)!
A qualidade e o desempenho nas atividades da vida diária relacionadas ao
trabalho e às atividades de lazer são determinados em grande parte pelas
funções da mão e pela destreza manual.
Com base neste recurso, você será capaz de compreender o
desenvolvimento da função manual da criança de zero a três anos.
Você conhece os marcos do desenvolvimento da
função manual da criança?
E a estimulação precoce? Sabe como deve ser
realizada?
OBJETIVO
1. Desenvolvimento da função manual
A função manual compreende a capacidade humana de pegar objetos variáveis
com eficiência. O desenvolvimento dessa função vem acompanhando a evolução
humana, narrada algumas vezes como fator primordial para evolução da nossa
espécie.
Carmeli, Patish e Coleman¹ complementam essa ideia ao afirmar que a mão é
capaz de realizar movimentos extremamente sensíveis, assim como executar
tarefas que requerem grande força.
Ainda no início da vida, percebemos a função manual presente no reflexo
primitivo de Preensão Palmar, que apesar de ser uma resposta imatura e
automática do Sistema Nervoso Central (SNC), serve de base para o
desenvolvimento da preensão, que pode ser conceituada como a ação de
pegar ou agarrar².
O progresso da preensão em crianças é uma evidência que
indica a presença do desenvolvimento de padrões de
comportamento.
Esses padrões, de alcance, preensão e manipulação, os
quais aparecem cedo na infância de modo muito grosseiro,
desenvolvem-se de maneira gradual e observável em
sistemas sequenciais de ações altamente refinadas e
integradas³.
Meyerhof⁴ pontua que a capacidade manual é orientada por padrões motores
determinados, seguindo o desenvolvimento sensório-motor, e compreendida em
três estágios:
Fonte: Canva.
1.Reflexo de preensão: a criança fecha a mão quando um estímulo é colocado na
palma, iniciando desde recém-nascido, e finalizando aos 3/4 meses.
Fonte: Priscila Penha.
Fonte: Priscila Penha.
2. Alcance: movimentos dos membros superiores em direção a um objeto:
a) Aos 3/4 meses, a criança em decúbito dorsal possui o seu ombro mais estável,
levando todo o membro superior à região dos olhos.
b) Aos 5/8 meses, o complexo ombro encontra-se ainda mais estável, permitindo ao
cotovelo fazer a extensão e alcançar objetos mais distantes.
c) Aos 9/12 meses, o bebê já domina a posição sentada, e apresenta maior
estabilidade das articulações do ombro, cotovelo, punho e mãos. Nessa idade, a
criança já se locomove engatinhando e/ou andando com ou sem ajuda física,
alcançando o objeto de seu interesse.
Fonte: Priscila Penha.
Fonte: Priscila Penha.
3. Preensão ou Grasp: é definida quando a mão segura o objeto. É dividida em
quatro períodos, sendo eles:
1º Período: Preensão Cubitopalmar - é visível aos quatro meses. A criança pega o
objeto com a região distal do quinto dedo e a eminência tenar.
2º Período: Preensão Palmar Simples ou de Aperto - está entre o quinto e o sexto
mês. O objeto é pego e segurado com os últimos quatro dedos e a palma da mão,
com adução do polegar. Nessa fase, a criança começa a passar o objeto de uma
mão para a outra.
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
3º Período: Preensão Radiopalmar - observada entre o sétimo e oitavo mês. O
polegar entra em ação, permitindo a pinça em chave. As mãos manipulam o
brinquedo com mais domínio do pegar, soltar, bater um objeto no outro.
4º Período: Preensão Radio-Digital - a partir de 9 meses, o alcance é direto e
preciso, porém, ainda requer treino envolvendo o brincar com objetos pequenos,
como pegar o alimento e levar à boca.
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
A função manual é considerada uma função crítica na performance da vida diária.
Seus tipos variados são necessários para uma interação bem sucedida com o meio
ambiente⁵.
Deste modo, a função manual é
conceituada como a habilidade da criança
para lidar com suas atividades de vida
diária e com novas aprendizagens, em que
as habilidades manuais de alcance do
objeto, preensão, manipulação e soltar
sejam requeridas⁷.
As falhas de desenvolvimento manual
podem decorrer de alterações sensoriais e
motoras.
Para a compreensão do desenvolvimento típico da função manual, deve-se levar
em consideração a evolução da preensão palmar e/ou a destreza associada ao
manuseio de objetos, de forma a favorecer sempre a autonomia da criança.
Sendo assim, os principais indicadores relacionados ao desenvolvimento da função
manual em crianças de zero a três anos são descritos de forma crescente a seguir⁸.
IMPORTANTE
Ela é ainda uma das funções motoras básicas do indivíduo, pois, do ponto de
vista motor, a mão funciona como um órgão essencialmente preensor⁶.
Fonte: Canva.
IDADE INDICADOR DE DESENVOLVIMENTO
1° mês
Mãos comumente fechadas; presença do reflexo de preensão palmar/aperta
firmemente um dedo que lhe é oferecido.
2° mês Abre e fecha as mãos espontaneamente.
3° mês
Descoberta das mãos/leva as mãos à boca. Podem ocorrer as primeiras
tentativas de alcance dos objetos. Transição entre a preensão reflexa e
voluntária/agarra o lençol e puxa-o para si.
4° mês
Preensão voluntária, tipo Cubitopalmar (envolvimento principalmente da
região ulnar da palma da mão, sem oponência do polegar). Pega objetos e
leva-os à boca.
5° mês Preensão Cubitopalmar.
6° mês
Preensão Palmar Simples ou de Aperto. Amplia exploração dos objetos: bate,
balança, puxa (com mais intencionalidade), transfere objetos de uma mão
para a outra.
7° mês
Preensão Radiopalmar, que permite a pinça inferior ou em chave (preensão
fina). Derruba os objetos voluntariamente. Segura pequenos objetos na
palma da mão, os dedos em “forquilha”. Segura um objeto em cada mão.
8° mês Pinça inferior, inicia o soltar.
9° mês
Começa a aprender a dar o objeto quando solicitado. Preensão Radio-Digital
ou em pinça superior; segura pequenos objetos entre o polegar e o dígito de
outros dedos.
10° mês
Dissocia movimento do indicador (“dedo tateador”). Retira e coloca objetos
de um recipiente. Inicia o uso do copo.
11° mês Preensão digital.
12° mês
Pinça fina (preensão entre o dígito do polegar e o indicador), solta os objetos
quando solicitado, realiza encaixes amplos, lança bola em uma direção.
12 a 24 meses Segura o copo e inicia o uso da colher. Empilha objetos.
24 a 36 meses
Carrega copo cheio de água sem derramá-lo. Imita linhas, círculos,
arremessa bola, enfia contas grandes em um cordão, vira maçanetas em
portas, vira uma página por vez de um livro, manuseia brinquedos de encaixe
por pressão, segura lápis entre o polegar e o indicador, apoiando-o sobre o
dedo médio.
Tocar
Atividades de estimulação tátil com esponjas, grãos, tinta guache, alimentos com
texturas diferentes, toque humano, estratégias proprioceptivas de toque leve e/ou
profundo são bem-vindas para favorecer essa estimulação, ofertando esses
estímulos nos membros superiores.
2. Estimulação da função manual
O processo de desenvolvimento das habilidades manuais pode ser prejudicado pelas
alterações sensoriais e tônicas do indivíduo, pelo déficit na coordenação e pelo
pequeno tamanho de suas mãos e dedos.
Segundo Esteves et al.⁸, essas falhas devem ser estimuladas com o intuito de
diminuir as limitações. Essa estimulação pode acontecer considerando as ações
manuais de tocar, alcançar, pegar, soltar e manipular, responsáveis pelo
repertório funcional da mão.
Nessa perspectiva, aliada ao conhecimento do desenvolvimento típico da função
manual, é possível realizar atividades para a estimulação precoce, como:
Alcançar
Esta ação pode ser estimulada através de atividades em que seja ofertado na
frente da criança um recurso lúdico e atrativo, esperando que ela tenha interesse
em alcançar o objeto. Nesse caso, é necessário contar com a coordenação visuo-
motora.
Pegar e soltar
Aqui deve-se observar inicialmente a preensão (forma como a criança segura os
objetos), entregar algo na mão da criança estimulando o movimento de abrir e
fechar a mão, podendo utilizar como recurso bolas, panos ou objetos de forma
cilíndrica.
Manipular
Na ação de manipular é viável investir em recursos de encaixe, variando a
complexidade, objetos que favoreçam a exploração bimanual e/ou itens que
solicitem da criança maior destreza manual, podendo ser de espessuras mais
finas.
O profissional que trabalha com estimulação
precoce deve sempre lembrar que o bom
desempenho da função manual repercute na
autonomia do sujeito, pois não irá intervir em
um âmbito, mas sim no sujeito com um todo,
e que a base para a compreensão de qualquer
possibilidade de atraso no desenvolvimento
de uma criança requer como prioridade o
conhecimento sobre o processo de
desenvolvimento normal⁹.
Fonte: Canva.
Este recurso educacional apresentou o desenvolvimento da função manual da
criança de zero a três anos, abordando, ainda, a estimulação precoce,
apresentando exemplos de como realizá-la, de forma a favorecer e potencializar a
estimulação em crianças nessa faixa etária.
O profissional deve estar atento a cada característica dos marcos do
desenvolvimento para saber identificar alguma disfunção e saber agir de forma
correta, possibilitando a essa criança autonomia em sua vida.
Esperamos que este conteúdo tenha sido profícuo e que você consiga aplicá-lo no
seu ambiente de trabalho e replicar esse conhecimento adquirido com os seus
colegas.
Até a próxima!
Considerações finais
1. CARMELI, E.; PATISH, H.; COLEMAN, R. The Aging Hand. J. Gerontol. Med. Sci., v.
58, n. 2, p. 146-152, 2003. Disponível em:
https://doi.org/10.1093/gerona/58.2.m146.
2. NEWELL, K. M. et al. Body scale and the development of prehension.
Developmental Psychobiology, v. 22, p. 817-832, 1989. Disponível em:
https://doi.org/10.1002/dev.420220102.
3. HALVERSON, H.M. (1931). An experimental study of prehension in infants by
means of systematic cinema records. Genetic psychology monographs,.x (2 -3),
107-286.
4. MEYERHOF, P. G. O Desenvolvimento Normal da Preensão. Rev. Brasil. Cresc.
Des. Hum., São Paulo, v. 4, n. 2, 1994. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/jhgd/article/view/38136.
5. TROMBLY, C.A.; Fuller, Y. (1997). Effects of object characteristics on female
grasp patterns. Am J Occup Ther. 51(7), 481-487.
6. BRANDÃO, J. S. Desenvolvimento psicomotor da mão. Rio de Janeiro. Enelivros.
1ª Edição. 453 p, 1984.
7. EXNER, C. E. Development of hand skills. In: CASE-SMITH, J. Occupational
therapy for children. St. Louis, MO: Mosby Elsevier, 2001. p. 289-328.
8. ESTEVES A. C. et al. Força de preensão, lateralidade, sexo e características
antropométricas da mão de crianças em idade escolar. Rev. Bras. Cineantropom.
Desemp. Hum., v. 7, p. 69-75, 2005. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/3799/16773.
9. HOLLE, B. (1979). Desenvolvimento motor na criança normal e retardada: um guia
prático para a estimulação sensoriomotora. São Paulo: Manole. 254 p. Do original em
Inglês: Motor Development in children Normal and Retarded. Trad.Sérgio A. Teixeira.
Referências
Desenvolvimento da função manual infantil

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  • 2. Créditos Coordenação do Projeto Ana Emilia Figueiredo de Oliveira Coordenação-Geral da DTED/UNA-SUS/UFMA Ana Emilia Figueiredo de Oliveira Coordenação de Gestão de Projetos da UNA-SUS/UFMA Deysianne Costa das Chagas Coordenação de Produção Pedagógica da UNA-SUS/UFMA Paola Trindade Garcia Coordenação de Ofertas Educacionais da UNA-SUS/UFMA Elza Bernardes Monier Coordenação de Tecnologia da Informação da UNA-SUS/UFMA Mário Antonio Meireles Teixeira Coordenação de Comunicação e Design Gráfico Bruno Serviliano Santos Farias Professoras-autoras Artemis Paiva de Paula Camila Rocha Simão Jardany do Nascimento Barros Luana Celly Silva Aprígio Validadores técnicos do Ministério da Saúde Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência (CGSPD/DAET/SAES/MS) Ana Priscila da Silva Teixeira Angelo Roberto Gonçalves Denise Maria Rodrigues Costa Flávia da Silva Tavares Luane Carvalho Costa Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (CACRIAD/CGIRAS/DGCI/SAPS/MS) Nayara Rezende Amaral Carolina Pereira da Cunha Sousa Bruna Bragança Boreli Volponi Lorena Toledo de Araújo Melo Priscila Olin Silva Validação Pedagógica Donny Wallesson dos Santos Katia Danielle Araújo Lourenço Viana Larissa Di Leo Nogueira Costa Revisão Textual Camila Cantanhede Vieira Design Instrucional Karoline Corrêa trindade Design Gráfico Lindomar Dantas Conrado Filho
  • 3. Créditos PAULA, Artemis Paiva de; SIMÃO, Camila Rocha; BARROS, Jardany do Nascimento; APRÍGIO, Luana Celly Silva. Desenvolvimento da função manual de zero a 3 anos. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência III: gestão de serviços de reabilitação, atenção à saúde da pessoa com estomia, com lesão medular, com síndrome de pós-poliomielite e comorbidade, estimulação precoce para crianças de zero a três anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ferramentas de gestão do cuidado à pessoa com deficiência nos serviços de reabilitação, ferramentas para boas práticas de gestão de órteses, próteses e materiais especiais não cirúrgicos e funcionalidade no processo de avaliação e cuidado em saúde da pessoa com deficiência. Estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2022. COMO CITAR ESTE MATERIAL © 2022. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz & Universidade Federal do Maranhão. É permitida a reprodução, disseminação e utilização desta obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de Recursos Educacionais em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada sua utilização comercial, sem a autorização expressa dos seus autores, conf. Lei de Direitos Autorais – LDA (Lei n.⁰ 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).
  • 4. Neste recurso educacional, você vai entender melhor esse assunto, além de aprender os estágios do desenvolvimento sensório motor da criança de zero a três anos. Vamos lá? Fonte: Canva. APRESENTAÇÃO Olá, aluna(o)! A qualidade e o desempenho nas atividades da vida diária relacionadas ao trabalho e às atividades de lazer são determinados em grande parte pelas funções da mão e pela destreza manual. Com base neste recurso, você será capaz de compreender o desenvolvimento da função manual da criança de zero a três anos. Você conhece os marcos do desenvolvimento da função manual da criança? E a estimulação precoce? Sabe como deve ser realizada? OBJETIVO
  • 5. 1. Desenvolvimento da função manual A função manual compreende a capacidade humana de pegar objetos variáveis com eficiência. O desenvolvimento dessa função vem acompanhando a evolução humana, narrada algumas vezes como fator primordial para evolução da nossa espécie. Carmeli, Patish e Coleman¹ complementam essa ideia ao afirmar que a mão é capaz de realizar movimentos extremamente sensíveis, assim como executar tarefas que requerem grande força. Ainda no início da vida, percebemos a função manual presente no reflexo primitivo de Preensão Palmar, que apesar de ser uma resposta imatura e automática do Sistema Nervoso Central (SNC), serve de base para o desenvolvimento da preensão, que pode ser conceituada como a ação de pegar ou agarrar². O progresso da preensão em crianças é uma evidência que indica a presença do desenvolvimento de padrões de comportamento. Esses padrões, de alcance, preensão e manipulação, os quais aparecem cedo na infância de modo muito grosseiro, desenvolvem-se de maneira gradual e observável em sistemas sequenciais de ações altamente refinadas e integradas³. Meyerhof⁴ pontua que a capacidade manual é orientada por padrões motores determinados, seguindo o desenvolvimento sensório-motor, e compreendida em três estágios: Fonte: Canva.
  • 6. 1.Reflexo de preensão: a criança fecha a mão quando um estímulo é colocado na palma, iniciando desde recém-nascido, e finalizando aos 3/4 meses. Fonte: Priscila Penha. Fonte: Priscila Penha. 2. Alcance: movimentos dos membros superiores em direção a um objeto: a) Aos 3/4 meses, a criança em decúbito dorsal possui o seu ombro mais estável, levando todo o membro superior à região dos olhos.
  • 7. b) Aos 5/8 meses, o complexo ombro encontra-se ainda mais estável, permitindo ao cotovelo fazer a extensão e alcançar objetos mais distantes. c) Aos 9/12 meses, o bebê já domina a posição sentada, e apresenta maior estabilidade das articulações do ombro, cotovelo, punho e mãos. Nessa idade, a criança já se locomove engatinhando e/ou andando com ou sem ajuda física, alcançando o objeto de seu interesse. Fonte: Priscila Penha. Fonte: Priscila Penha.
  • 8. 3. Preensão ou Grasp: é definida quando a mão segura o objeto. É dividida em quatro períodos, sendo eles: 1º Período: Preensão Cubitopalmar - é visível aos quatro meses. A criança pega o objeto com a região distal do quinto dedo e a eminência tenar. 2º Período: Preensão Palmar Simples ou de Aperto - está entre o quinto e o sexto mês. O objeto é pego e segurado com os últimos quatro dedos e a palma da mão, com adução do polegar. Nessa fase, a criança começa a passar o objeto de uma mão para a outra. Fonte: UNA-SUS/UFMA. Fonte: UNA-SUS/UFMA.
  • 9. 3º Período: Preensão Radiopalmar - observada entre o sétimo e oitavo mês. O polegar entra em ação, permitindo a pinça em chave. As mãos manipulam o brinquedo com mais domínio do pegar, soltar, bater um objeto no outro. 4º Período: Preensão Radio-Digital - a partir de 9 meses, o alcance é direto e preciso, porém, ainda requer treino envolvendo o brincar com objetos pequenos, como pegar o alimento e levar à boca. Fonte: UNA-SUS/UFMA. Fonte: UNA-SUS/UFMA.
  • 10. A função manual é considerada uma função crítica na performance da vida diária. Seus tipos variados são necessários para uma interação bem sucedida com o meio ambiente⁵. Deste modo, a função manual é conceituada como a habilidade da criança para lidar com suas atividades de vida diária e com novas aprendizagens, em que as habilidades manuais de alcance do objeto, preensão, manipulação e soltar sejam requeridas⁷. As falhas de desenvolvimento manual podem decorrer de alterações sensoriais e motoras. Para a compreensão do desenvolvimento típico da função manual, deve-se levar em consideração a evolução da preensão palmar e/ou a destreza associada ao manuseio de objetos, de forma a favorecer sempre a autonomia da criança. Sendo assim, os principais indicadores relacionados ao desenvolvimento da função manual em crianças de zero a três anos são descritos de forma crescente a seguir⁸. IMPORTANTE Ela é ainda uma das funções motoras básicas do indivíduo, pois, do ponto de vista motor, a mão funciona como um órgão essencialmente preensor⁶. Fonte: Canva.
  • 11. IDADE INDICADOR DE DESENVOLVIMENTO 1° mês Mãos comumente fechadas; presença do reflexo de preensão palmar/aperta firmemente um dedo que lhe é oferecido. 2° mês Abre e fecha as mãos espontaneamente. 3° mês Descoberta das mãos/leva as mãos à boca. Podem ocorrer as primeiras tentativas de alcance dos objetos. Transição entre a preensão reflexa e voluntária/agarra o lençol e puxa-o para si. 4° mês Preensão voluntária, tipo Cubitopalmar (envolvimento principalmente da região ulnar da palma da mão, sem oponência do polegar). Pega objetos e leva-os à boca. 5° mês Preensão Cubitopalmar. 6° mês Preensão Palmar Simples ou de Aperto. Amplia exploração dos objetos: bate, balança, puxa (com mais intencionalidade), transfere objetos de uma mão para a outra. 7° mês Preensão Radiopalmar, que permite a pinça inferior ou em chave (preensão fina). Derruba os objetos voluntariamente. Segura pequenos objetos na palma da mão, os dedos em “forquilha”. Segura um objeto em cada mão. 8° mês Pinça inferior, inicia o soltar. 9° mês Começa a aprender a dar o objeto quando solicitado. Preensão Radio-Digital ou em pinça superior; segura pequenos objetos entre o polegar e o dígito de outros dedos. 10° mês Dissocia movimento do indicador (“dedo tateador”). Retira e coloca objetos de um recipiente. Inicia o uso do copo. 11° mês Preensão digital. 12° mês Pinça fina (preensão entre o dígito do polegar e o indicador), solta os objetos quando solicitado, realiza encaixes amplos, lança bola em uma direção. 12 a 24 meses Segura o copo e inicia o uso da colher. Empilha objetos. 24 a 36 meses Carrega copo cheio de água sem derramá-lo. Imita linhas, círculos, arremessa bola, enfia contas grandes em um cordão, vira maçanetas em portas, vira uma página por vez de um livro, manuseia brinquedos de encaixe por pressão, segura lápis entre o polegar e o indicador, apoiando-o sobre o dedo médio.
  • 12. Tocar Atividades de estimulação tátil com esponjas, grãos, tinta guache, alimentos com texturas diferentes, toque humano, estratégias proprioceptivas de toque leve e/ou profundo são bem-vindas para favorecer essa estimulação, ofertando esses estímulos nos membros superiores. 2. Estimulação da função manual O processo de desenvolvimento das habilidades manuais pode ser prejudicado pelas alterações sensoriais e tônicas do indivíduo, pelo déficit na coordenação e pelo pequeno tamanho de suas mãos e dedos. Segundo Esteves et al.⁸, essas falhas devem ser estimuladas com o intuito de diminuir as limitações. Essa estimulação pode acontecer considerando as ações manuais de tocar, alcançar, pegar, soltar e manipular, responsáveis pelo repertório funcional da mão. Nessa perspectiva, aliada ao conhecimento do desenvolvimento típico da função manual, é possível realizar atividades para a estimulação precoce, como: Alcançar Esta ação pode ser estimulada através de atividades em que seja ofertado na frente da criança um recurso lúdico e atrativo, esperando que ela tenha interesse em alcançar o objeto. Nesse caso, é necessário contar com a coordenação visuo- motora.
  • 13. Pegar e soltar Aqui deve-se observar inicialmente a preensão (forma como a criança segura os objetos), entregar algo na mão da criança estimulando o movimento de abrir e fechar a mão, podendo utilizar como recurso bolas, panos ou objetos de forma cilíndrica. Manipular Na ação de manipular é viável investir em recursos de encaixe, variando a complexidade, objetos que favoreçam a exploração bimanual e/ou itens que solicitem da criança maior destreza manual, podendo ser de espessuras mais finas. O profissional que trabalha com estimulação precoce deve sempre lembrar que o bom desempenho da função manual repercute na autonomia do sujeito, pois não irá intervir em um âmbito, mas sim no sujeito com um todo, e que a base para a compreensão de qualquer possibilidade de atraso no desenvolvimento de uma criança requer como prioridade o conhecimento sobre o processo de desenvolvimento normal⁹. Fonte: Canva.
  • 14. Este recurso educacional apresentou o desenvolvimento da função manual da criança de zero a três anos, abordando, ainda, a estimulação precoce, apresentando exemplos de como realizá-la, de forma a favorecer e potencializar a estimulação em crianças nessa faixa etária. O profissional deve estar atento a cada característica dos marcos do desenvolvimento para saber identificar alguma disfunção e saber agir de forma correta, possibilitando a essa criança autonomia em sua vida. Esperamos que este conteúdo tenha sido profícuo e que você consiga aplicá-lo no seu ambiente de trabalho e replicar esse conhecimento adquirido com os seus colegas. Até a próxima! Considerações finais
  • 15. 1. CARMELI, E.; PATISH, H.; COLEMAN, R. The Aging Hand. J. Gerontol. Med. Sci., v. 58, n. 2, p. 146-152, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1093/gerona/58.2.m146. 2. NEWELL, K. M. et al. Body scale and the development of prehension. Developmental Psychobiology, v. 22, p. 817-832, 1989. Disponível em: https://doi.org/10.1002/dev.420220102. 3. HALVERSON, H.M. (1931). An experimental study of prehension in infants by means of systematic cinema records. Genetic psychology monographs,.x (2 -3), 107-286. 4. MEYERHOF, P. G. O Desenvolvimento Normal da Preensão. Rev. Brasil. Cresc. Des. Hum., São Paulo, v. 4, n. 2, 1994. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/jhgd/article/view/38136. 5. TROMBLY, C.A.; Fuller, Y. (1997). Effects of object characteristics on female grasp patterns. Am J Occup Ther. 51(7), 481-487. 6. BRANDÃO, J. S. Desenvolvimento psicomotor da mão. Rio de Janeiro. Enelivros. 1ª Edição. 453 p, 1984. 7. EXNER, C. E. Development of hand skills. In: CASE-SMITH, J. Occupational therapy for children. St. Louis, MO: Mosby Elsevier, 2001. p. 289-328. 8. ESTEVES A. C. et al. Força de preensão, lateralidade, sexo e características antropométricas da mão de crianças em idade escolar. Rev. Bras. Cineantropom. Desemp. Hum., v. 7, p. 69-75, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/3799/16773. 9. HOLLE, B. (1979). Desenvolvimento motor na criança normal e retardada: um guia prático para a estimulação sensoriomotora. São Paulo: Manole. 254 p. Do original em Inglês: Motor Development in children Normal and Retarded. Trad.Sérgio A. Teixeira. Referências