O documento descreve como os seres humanos são influenciados pelos seres elementares e como eventos emocionais vividos em um período de sete anos podem ressoar no período seguinte através da interação entre o mundo interno e externo do ser humano. Um poema ilustra como os seres elementares podem interferir no destino humano através de doenças.
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
A influência dos seres elementares no destino humano
1. A MISSÃODE MICAEL (apostila) - SétimaConferência
l
Dornach, 6 de Dezembrode 1919
Os senhoresouviramemváriasocasiõesque,parase ter umverdadeiroconhecimentodo
serhumano,é necessárioobservarrealmente asuatrimembração.Noserhumanoa cabeça -
falandode formageral -, osórgãos do tórax,e a disposiçãodosmembrosorganizam-se de forma
relativamente independente,sendoque devemosimaginarque umaboaparte do que fica dentro
do tronco fazparte da organizaçãodosmembros.Os senhores puderam concluir,também, a
partir de conferênciase daexposiçãoque fiznos “Enigmasdaalma”,como a cabeçatem relação
com a vidado pensare da representaçãomental,comotudoque é atividade rítmicanoser
humano - falandode formageral – estárelacionadocomo sistematorácico,comtudo que é
esferadosentire esferadoquererque,porém, noserhumanorepresenta,naverdade,o
espiritual,temrelaçãocomosistemaouorganizaçãodosmembros.Essestrêssistemassão
relativamente independentesnoorganismohumano.A vidadasrepresentaçõesmentais,avida
dos sentimentos,e avidada vontade tambémsãorelativamente independentes,masatuamem
conjunto.Comosabem,adiferençaentre essestrêssistemaspode sermelhorcompreendidaa
partir dopontode vistaespiritual,quandodizemos:Navidavígil comumoser humanoestá
realmente vígil somente nosistemadacabeça,com tudo o que,dopontode vistaanímico,está
ligadocoma vidadas representaçõesmentaise dopensar.Aocontrário,tudoo que estáligado,
do pontode vistacorpóreo,à vidados sentimentos,quer dizer,comosistemarítmicoem si,é
uma vidade sonhoque permeiaavidavígil mesmodurante a parte da vida emque estamos
despertos.Sabemosindiretamenteoque acontece naesferadossentimentospormeiode nossas
representaçõesmentaisquandoestamos acordados,masnuncadiretamentepelospróprios
sentimentos.A vidavolitivapermanece aindamaisobscurapois,segundo seuverdadeiro
conteúdo,é captada pornós apenascomo a própriavidado sono.Desse modopodemosdizer,
com maisexatidãodoque acontece normalmente,até que pontoestadossubconscientesestãona
base da consciênciahumanacomum:Representaçõesmentaissubconscientesestãonabase da
vidados sentimentos,e fazendoumacomparação,representaçõesmentaisaindamais
inconscientesestãonabase da vidavolitiva.
2. É muitoimportante termosconsciênciade que,naverdade,todosostrêssistemasdoserhumano
contêmo pensar,o sentire o querer.Nosistemadacabeça,do pensar,tambémhávidade
sentimentose volitiva,porémelasestãomenosdesenvolvidasdoque avidadas representações
mentais.Domesmomodohá pensamentosnaesferadosentirque chegamànossaconsciência
apenasemforma de sonho,maisfracosque na esferada cabeça.Mas o que normalmente nãose
consideraemnossostempos de ciênciasabstratas,é que essesmembrossubconscientesda
entidade humanasãotantomaisobjetivos,namedidaemque chegammenossubjetivamenteà
consciência.Oque issoquerdizer?Querdizerque oque temospor meiodanossa vidade
representaçõesmentais,danossavidacerebral,sãoprocessosque acontecemprincipalmente
dentrode nós.Mas o que vivenciamosnonossosistemarítmico,nosistema torácico,o que
acontece na esferadossentimentos,issonãoé apenasnossapropriedadeindividual,é algo que
ocorre dentrode nósmas, ao mesmotempo,representaprocessosuniversaisobjetivos.Quer
dizer,quandosentimosalgumacoisa,issoé obviamenteumacontecimentodentrode nós,masao
mesmotempoé algoque acontece no mundo,algoque temum significadonomundo.Eporisso
mesmoé muitointeressanteobservarquaissãoosacontecimentosuniversaisque estãonabase
da nossavidados sentimentos.Suponhamosque ossenhoresvivenciemalgoque ocupe
intensamente osseussentimentos,umacontecimentoque suscite alegriaoutristeza.Como
sabem,a vidatotal do serhumanodecorre de tal formaque podemosdividi-laemperíodosde
sete anosmaisou menos.Oprimeiroperíodovai donascimentoaté a troca dos dentes,osegundo
períodoaté o amadurecimentosexual,oterceiroaté ocomeçodo 21? ano - tudoisso
aproximadamente -,e assimpordiante.Estaé uma divisãodabiografiahumana.(Vejadesenho
19, linhahorizontal commarcaçõesverticais).
Considerandoessadivisão,veremosospontoscruciaisdodesenvolvimentohumano,que noinício
da vidaterrestre humanase expressamclaramentenatroca dosdentes,noamadurecimento
sexual,pontosque,maistarde,tornam-semaisvelados,masque continuammuitoclarosparaa
pessoaque sabe observar.(Fazumesboçodos pontoscruciais).O que ocorre com o físico-anímico
do serhumanopor voltados vinte e umanos é tão claramente perceptível paraapessoaque sabe
observar,quantoo é o amadurecimentosexual paraafisiologiaexterior.Masnormalmente esses
acontecimentossãomenosobservados.Assimtemosumadivisãogeral dabiografiadoser
humano.Mas quandosurge um acontecimentosignificativo,porexemploentreatroca de dentes
e o amadurecimentosexual,que excitamuitoaesferadossentimentos,(desenhaumaespiral
vermelha),acontece algomuitocaracterísticoque narealidade normalmentenãose nota,porque
a observaçãoatual é muitosuperficial.Masesse acontecimentoocorre de fato.De certa formahá
a impressão,aimpressão sentimental osciladistanciando-sedaconsciência.Masquandose trata
de uma impressãosensível,ocorre algonomundoobjetivo,independente doque está
acontecendonaconsciência,navidaanímicaem geral.E podemoscompararo que acontece no
mundoobjetivocomumaespécie de excitaçãovibrátil:Propaga-se nomundo.Eo estranhoé que
não se propaga infinitamente,masdepoisde ter-se propagadoosuficiente,quando,de certa
3. forma,sua elasticidadechegouaofim, vibrade volta(meiocírculoàesquerda),e nopróximo
setêniosurge de maneiraa,de algummodo,retornarcomo umimpulsoque vemde forae
penetranavida anímica.Não querodizerque depoisde sete anosmaisoumenossempre volte
um acontecimentodesses,issonãoseriacorretoporque temrelaçãocoma configuração
individualdavida.Mas acontece noperíodoseguinte de sete anos,sóque nãoé observadopelos
homens.
Com nossavidaanímica passamosconstantemente poressesacontecimentos,que penetrama
vidade sentimentose que sãoa repercussãodomundoque vivenciamosnaesferados
sentimentos,de algumaforma,durante osetênioprecedente.Umacontecimentoque excitade
algummodonossossentimentos,ressoanovamenteemnossavidaanímicano ciclode vida
seguinte.Oshomensnormalmente nãoreparamnisso.Quemse esforçarum pouco,jápoderáver
issoexteriormente.
Quemjá não teve aexperiênciade versurgir,de repente,ummauhumor,semsaberde onde
vem,numapessoaque se conhece bem?A pessoatransforma-se semrazãoaparente.Se formos
observarbem,e se conseguirmosterumolhoanímicopara o comportamentoespecial de uma
pessoa, se conseguirmossentiroque essapessoadizentre aspalavras,ou com as palavras,
poderemosretrocederaum acontecimentoprecedente que excitouseusentimentos,como
descrevi.Enesse ínterimfoi acontecendoalgonomundoque nãoteriaacontecidose essapessoa
não tivesse tidoessaexcitaçãodossentimentos.Mastudoissoé um processoque,alémde ser
vivenciadopelapessoa,tambémocorre objetivamente foradoserhumano.Ossenhorespodem
verquantas ocasiõesexistemparaque essascoisasaconteçamforado serhumano,que existem
por causa do serhumano,e que são simplesmenteacontecimentosmundiaisobjetivos.
Nessesacontecimentosmundiaisobjetivosinterfere oque acontece entre os sereselementares,
inclusive aquelessereselementaresque descrevi daoutravezcomoestandoforado ser humano.
Sob outroaspectorelacionei-oscomosistemadarespiração,como sistemarítmico.Aqui podem
vê-losagindoconjuntamentecomosistemarítmicopelaviaindiretadasexcitaçõesdos
sentimentos.Aocompreenderbemessesfatos,somosforçadosadizer:oser humanoproduz
constantemente algoemvoltade si que parece umaaura bastante grande.Mas nessasondasque
ele põe emmovimento,interferemossereselementaresque,dependendodoserhumano,
podeminfluenciaroque volta.Imaginem–noassim:ossenhorestêmumaexcitação;irradiam-na.
4. Quandovolta,elanão deixoude serinfluenciada; noínterimossereselementaresocuparam-se
com essaexcitação.E quandovoltaa agir sobre o serhumanocom aquiloque osseres
elementaresfizeramcomoque estavafora dossenhores,receberãode voltaoefeitodosseres
elementares.(Desenhaomeio-arcodoladodireito.Odesenhoestácompleto.)
Por meiodaatmosferaespiritual emanadapeloserhumano,elecomeçaater uma ação recíproca
com os sereselementares.Tudooque acontece comodestinonabiografiadoserhumano,está
ligadoa isso.Tambémtemosdentrode nossabiografiaumaespécie de realizaçãodonosso
destino.Oque vivenciamoshoje temumsignificadoamanhã.Esse é ocaminhopor meiodoqual
se constrói nossodestino.Ena elaboraçãodo nossodestinocolaboramaquelessereselementares
que se sentematraídospelanossapróprianatureza.Sentem-se atraídose atuamsobre nós.
Podemveraí uma ação recíproca entre oser humanoe o seu entorno,e verão,de certomodo,a
atuação das forçasespirituaisnoentorno.Observandoessaatuação,muitascoisasque se
tornarão destinodoserhumano,ficarãoclaras.A compreensãodessasrelaçõesestámuito
distante paranossaépoca “esclarecida” - temosque escrever“esclarecida”sempre entre aspas -,
e somente astradiçõesde épocasantigas,emque oshomenstinhammaisligaçãocoma realidade
por meiode graus de consciênciamaiselementares,chegamaaparecernostemposmodernos.
Podemosencontraraexpressãodessastradiçõesde formamuitobonitanaspoesiasmaisantigas,
emque o destinodoserhumanoé ligadoà interferênciade sereselementares.Realmente, um
dos poemasmaisbelosque foramconservados,e que tratamdessainterferêncianodestinopor
parte dos sereselementaresemnossoentorno,é aqueleque podemosverfreqüentemente hoje,
nas apresentaçõesde euritmia.Poderãovercomoossereselementares doreinodorei doselfos
interferemnodestino.Opoemaé oseguinte:
A filhadorei doselfos
O SenhorOluf cavalgaà noite,e vai longe
convidarpara seucasamento.
Os elfosdançamsobre ocampo verde,
5. a filhadorei dos elfoslhe estende amão.
“Bemvindo,senhorOluf,porque se apressaassim?
Entre aqui nasfileirase dance comigo!”
“Não possodançar,não querodançar,
amanhã cedoé o dia do meucasamento.”
“Ouça, senhorOluf,venhadançarcomigo,
lhe darei duasesporasdouradas,
Uma camisa de seda,branca e fina,
minhamãe branqueou-anoluar.”
“Não possodançar,não querodançar,
amanhã cedoé o dia do meucasamento.”
“Ouça, senhorOluf,venhadançarcomigo,
lhe darei ummonte de ouro.”
“Um monte de ouroaceitarei comprazer,
mas dançar não queronemdevo!”
“Se senhorOluf nãoquiserdançarcomigo,
peste e doençadeverãosegui-lo!”
6. Aqui jáhá a atuação do mundoelementarnodestinodoserhumano,namedidaemque toma
conta do destinocomo que maisdá na vista:doençae morte.
Deu-lhe umgolpe noseucoração.
Peçoque prestematençãonisso.Napoesiaantigaasexpressõessãodiferentesdasque são
usadasna poesiamoderna - estade Herderfoi resgatadada culturapopular.Poderiase dizerque
noventae nove por centodas poesiasde nossaculturasãosupérfluas.Aspoesiasque realmente
vêmde um conhecimentoantigosempre correspondemaosfatos,àrealidade.Aquinuncaestaria
escritoque elalhe teriadadoum golpe nacabeça, ouna boca, ou no nariz,mas:
Ela deu-lhe umgolpe nocoração,
ele aindasente enorme dor.
Issotinhaque estar ligadoa umórgão rítmico, porissoo coração.
Ela levantou-opálidosobre seucavalo.
“Cavalgue paracasa, para a sua senhorita.”
E quandochegouna porta de suacasa
Sua mãe estavatremendo.
“Ouça, meufilho,diga-melogo,
por que estátão pálidoe lívido?”
“E comonão deveriaestarpálidoe lívido,
se estive noreinodorei das fadas?”
7. “Ouça, meufilho,tãoquerido,
que devodizerà suanoiva?”
“Diga que fui ao bosque,
testarcavalo e cão.”
De manhãcedinho,mal odia haviacomeçado,
chegoua noivacom a comitivade bodas.
Ofereceramágua-mel,ofereceramvinho.
“Onde estáo senhorOluf,omeunoivo?”
“O SenhorOluf cavalgouaobosque,
para testar cavaloe cão.”
A noivalevantouacobertavermelha-
Lá estavao senhorOluf,e estavamorto.
Gostaria de chamar sua atençãojustamente paraa reproduçãopoéticaabsolutamenteobjetiva
daquiloque sucede aoredordohomemnumdessesmomentosdodestino,e que se põe em
evidênciaespecialmentenoscontextosque podemospercebernoretornoperiódicode vivências
que excitama esferadossentimentos.Poiselassemprevoltamde modoa interferirnonosso
destino,porémnãototalmenteiguaismasdepoisde passarempeloque essessereselementares
fizeramaelas.Do mesmomodoque vivemosnoarfísico,que vivemossobosefeitosdosreinos
mineral,vegetale animal,tambémvivemoscomaspartes doser humanoque inicialmenteestão
no subconsciente,comonossosistemarítmico,na esferaespiritual dosseres elementares.Nessa
regiãoconstrói-se tantodonossodestinoquantopode serconstruídoaolongoda vidaentre o
nascimentoe morte.
8. Somente pelofatode estarmoscompletamente despertosnacabeça,é que sobressaímos desse
intercâmbiocomossereselementares.Ésomente comanossavidavígil da cabeça que não
estamosincorporadosaoreinodosereselementares,de certomodosobressaímosacimada
superfície desse marelementaremque estamosconstantementenadando.
Aqui podemver,nocontextodavidacomum, a voltafatal dosacontecimentospormeiodoque
ocorre nonossosistemarítmico,e no sistemadosmembros.Essestambémentramemefeitos
recíprocos com o entorno,efeitosque são,porém, muitomaiscomplicados,e que também
retornam,masa curva de oscilaçãoé mais longa.Osefeitosvoltamsomente napróxima
encarnação,ou numadas próximasencarnações.De modoque podemosdizerque oque
chamamosde destino,oucarma,não precisamaisseralgotão misteriosose observarmosque é
somente umaampliaçãodoque podemosestudarnaprópriavidahumanano retornodesses
acontecimentos.Porque essesacontecimentosnãovoltamiguais,elesvoltammuitomodificados.
Nas conferênciaspedagógicasque fiz,sempre chameiaatençãopara o fato de que durante a
escolaprimáriahá umentroncamentoimportante porvoltadononoanode vida.Esse
entroncamentodavidadeveriasertomadoemconsideraçãoseriamente.Até essemomento,por
exemplo,nãose deverialecionarciêncianatural aoserhumanode outra maneirasenãoligandoas
descriçõesdosprocessosnaturais - sobformade fábulas,lendase semelhantes - à vidamoral
humana.Somente depois,quandooserhumanoestivermaduroparaisso,começarãoas
descriçõessimples,elementares,danatureza.Ocurrículo escolar resulta,naverdade,de uma
observaçãoreal doser humano,até os detalhes.Jáchamei suaatençãopara esse fatono artigo
“Os fundamentospedagógicosdaEscolaWaldorf”.Nesse artigotambémindiqueiomomentopor
voltado nonoano de vida.Esse momentopoderiasercaracterizadodoseguinte modo:A
consciênciadoEu ganha umanova forma.O serhumanotorna-se capaz de observarmais
objetivamenteanaturezaexterior.Antes,eleligavatudooque viana naturezaexterioraoseu
próprioser.A consciênciado Eu já se desenvolve noprimeirosetênioaosdoisanos,doisanose
meio,e assimpor diante.Masessaconsciênciaretornanosegundosetênio,porvoltadononoano
de vida.Esse retornoda consciênciadoEu, por voltado nonoano de vida,é um dosretornos mais
marcantes.A consciênciadoEuvoltade formamaisespiritual,enquantofoi maisanímicano
segundoouterceiroanode vida. Esse é somente umdosacontecimentosque voltamde modo
muitomarcante.Mas podemosreconhecê-lotambémemacontecimentosmenossignificativosna
biografiadoserhumano.
9. Essesconhecimentosíntimosdavidahumanaserão,no futuro,muitonecessários.A compreensão
dessestemasteráque tornar-se doconhecimentogeral.Esse conhecimentogeral doserhumano
modifica-sede temposemtempos.Atualmente causa-nospreocupaçãoquandonossosfilhos,aos
dezanos,aindanão sabemcalcularcertos problemas.Osromanosnãose preocupavamcomisso;
ficavampreocupadosquandoummeninonessaidade aindanãoconheciaas“leisdasdoze
tábuas”,enquantonósfazemosmenosquestãode que nossascriançasconheçamas
determinaçõeslegais.Seriaummausinal danossacondiçãoanímica, se aindafosse assim.Mas a
idéiaque temossobre oque deveriafazerparte doconhecimentogeral modifica-se,e agora
estamosnopontode partidade uma épocaem que,a partirda evoluçãodaTerra e da
humanidade,esseconhecimentoíntimodavidaanímicadeve transformar-se emconhecimento
geral.O serhumanodeve chegara conhecer-se melhordoque se pensavasernecessárioaté hoje.
Senão,essesassuntosretroagiriamsobre acondiçãode toda a vidahumanado modomais
prejudicial possível.
O fato de não sabermosonde estáaorigemde algo que noscausa excitação,nãoquerdizerque
por issonão ocorra emnossavidaanímica. Os acontecimentosvoltam, elesinfluenciamnossavida
anímica.Não conseguimosexplicá-los,nemtomamosconsciênciadeles.A conseqüênciadissoé
que entramosnosmaisdiversosestadosanímicos.Ehoje emdiaas pessoassofremmuitocom
essesestadosanímicosque simplesmente aceitam, e que nãosabemque resultamde vivências
passadas.O que dizrespeitoaossentimentos,de algumaformavolta.Ossenhorespoderão
manteremmente,comoalgorepresentativodesse assuntoque freqüentemente menciono,o
seguinte:Aoensinarmosumacriançaa rezar, querdizer,adesenvolverumsentimentoque suscita
uma atmosferade devoção,umdiaissoretorna.Na verdade retornamaistarde,depoisde muito
tempo.Tambémretornanoínterim,mas mantém-se comummovimentopendulare volta
novamente.Depoisde muitotempo,voltaoorar, porque podemosdesenvolveroestadoanímico
do abençoar. Por issodigocom tanta freqüência:Homemidosoalgum, que nãotenhaaprendido
a rezar na sua infância,poderáabençoarefetivamente atravésdoimponderável.Orartransforma-
se em abençoar.Essessãoos retornosda vida.
Essestemasterãoque ser compreendidospoucoapouco. O fatode que ainda nãosão
entendidosé arazão pelaqual ossereshumanostambémnãoconseguemcompreenderogrande
significadodoMistériodoGólgota.Afinal,que significadotemparaoshomensperturbadospelo
conhecimentoatual,quandodizemos:“Depoisque oCristopassoupeloMistériodoGólgota,ele
uniu-se àvidada humanidade naTerra”.Os homenssequerqueremfazerumarepresentação
mental de comoestãoenglobadosdentrode umrelacionamentorecíprococomo elementoem
que estáo Cristo.Para a nossarepresentaçãomental nãohámuitoque possaserpercebidoda
10. influênciadoimpulsode Cristo.Masquandoolhamosparao inconsciente,paraas esferasdo
sentire da vontade vivemos,emprimeirolugar,naesferadossereselementares,masessaesfera
é,para nós, permeadaaomesmotempopeloimpulsodoCristo.Atravésdonossosistemarítmico,
fisiológicamente falando,atravésdanossaesferadosentir,mergulhamosnaregiãoàqual Cristo
se uniupara a sua existêncianaTerra.Temos aí, de certomodo,o lugar emque Cristopode ser
encontradoobjetivamente,de modoreal e nãopor meiode umatradição oude ummisticismo
subjetivo.Aomesmotempo,porém, vivemosnaépocaa partirda qual osacontecimentosque
partemdeste lugar,comoexpusdaúltimavez,têmum grande significadoobjetivoparaavida
humanapoiselesadquirem, aospoucos,umainfluênciainconscientesobre asdecisõese atuações
dos homensquandoestesse negamaaceitá-los.Quandoossereshumanososaceitarempoderão
vivenciarumainfluênciaconsciente,querdizer,poderemoscontarcomeles,poderemos,de certo
modo,chamar os mundosespirituaisque fazemparte danossavidapara que atuemconosco.
Nesse contexto,tambémpodemosreconhecerexteriormente comoestamosdiantede um
momentode transiçãona evoluçãodahumanidade.Precisoindicarsomente umfatodoqual já
lhesfalei váriasvezesde umououtropontode vista.Tomemososrelatoshistóricoscomuns,a
Históriacomoé apresentadaatualmente,e poderemosdizer: essesrelatoshistóricosaindanão
avançaram até o Mistériodo Gólgota.Observemoque lhesé apresentadonormalmente como
HistóriaUniversal.Certo,relata-se asépocasdosantigosreinosdaAssíria,daBabilônia,daPérsia,
do Egito,Grécia,Roma. Depoistalveztambémse mencione oMistériodoGólgota,masa história
das migraçõesdospovoscontinuaigual,paraunsaté LuizXIV,ou até a RevoluçãoFrancesa,ou
Poincaré,paraoutrosaté a quedados Hohenzoller,e assimpordiante.Masna Históriacomum
não encontrarãoabsolutamentenadasobre acontinuaçãoda atuação do impulsode Cristo.Parao
relatohistórico,naverdade,é comose o impulsode Cristotivesse sidoeliminado.Éestranho
como algunshistoriadores,comoporexemploRanke ,que eracristão e dava muitovalor,de
modosubjetivo,aoimpulsode Cristo,nãoconseguiu,comohistoriador,incluiroacontecimento
de Cristona História.Ele não soube oque fazercom esse acontecimento.Oacontecimentodo
Cristonão desempenhaumpapel naHistória.Podemosdizerentão:Peloque até agorase revela
na História,para o conhecimentoespiritual dohomem, ocristianismoaindanãoexiste.Apenas
nossaCiênciaEspiritual orientadapelaAntroposofia,aoapresentaraHistoria,contade modo
positivoanecessidadedaquartaépocapós-atlântica,pormeiodaqual o acontecimentodoCristo
teve que irrompernodesenvolvimentohistóricoconcreto.NósapresentamosaHistóriade tal
maneiraque,comosabem,esse acontecimentodoGólgotaestádentrodonossorelatohistórico.
Mais até:Não apresentamossomenteaevoluçãohistóricadoserhumanoacolhendoo
acontecimentodoGólgota;tambémrelatamosaevoluçãodouniverso,odesenvolvimento
cósmicode tal maneira,que temosoMistériodoGólgota dentrodele.
11. Se estudaremminha“CiênciaOculta”,verãoque nelanãose falasomente de eclipses,que
passaram,do Sol ou da Lua, oude quaisquerexplosõesouerupçõesnocosmos,masfala-se do
acontecimentodoCristocomoumacontecimentocósmico.Eé estranho:Se podemos,
inicialmente,dizerque oshistoriadores,ouassimchamadoshistoriadoresnãoenontram
possibilidadesde alinharoacontecimentodoCristonacontinuidade doviraser histórico,os
representantesoficiaisdasconfissõesficam furiosos.Quandoouvemque háalgocomoa Ciência
Espiritual orientadapelaAntroposofia,que faladoacontecimentocrísticocomode um
acontecimentocósmico,essesrepresentantesoficiaisdasconfissõescomeçamavociferar
terrivelmente.Assimpoderãoverquãopoucoessasconfissõesestãodispostasarealizaras
grandesexigênciasdonossotempo,de relacionaroacontecimentocrísticocomos
acontecimentosdomundoemgeral.Teremosque dizer:Pessoas,até mesmoteólogosque hoje
emdia falammuitasvezesdoCristo,falamdesse Cristodo mesmomodoemque falamde
qualquerserdivino,domesmomodoemque osantigosjudeusouosjudeusmodernosfalamde
Javé ou Jeová.E eulhesdisse recentemente:Podempegarolivrode Harnack“A essênciado
cristianismo”,e se todasas vezesemque ele usaonome de Cristoo apagarem e colocaremno
lugaro nome universal de Deus,osentidonãose modificaráporque oautornão temnoção do
aspectoespecíficodocristianismo.Sim, olivro“A essênciadocristianismo”,de Harnack,é página
por páginauma descriçãodocontrárioda essênciadocristianismo,porque nãotratado
cristianismo,tratade umensinamentogeral de Jeová.Émuitoimportante indicaressesfatos,pois
elestêmumarelaçãoreal com as mais necessáriasexigênciasde nossaatualidade. Oque precisa
fluirpara a evoluçãocultural humanaé a consciência,paraoshomens,de que alémdomundo
espiritual geral abstrato,existeummundoespiritual concretoemque vivemosjuntocomoque
sentimos,queremose fazemos,e que somente sobressaímosdesse mundopormeiodoque
pensamos,porintermédiodacabeça.De fato,justifica-se umnovotipode cosmovisãoquando
aspiramosà verdadeirapermeaçãodoque sentimos,queremos,e fazemoscomoimpulsode
Cristo.
A nossaAstronomia,anossateoriada evoluçãosópuderamdesenvolver-se nostemposmais
recentesapartir de fórmulasabstratas,porque oimpulsode Cristonãopenetrouinicialmente no
íntimodos sereshumanos, permaneceusomente comotradiçãoe atingiuossereshumanosde
maneiraaltamente subjetivasematingi-losintimamente,de modoque asvivênciasinterioresnão
são,ao mesmotempo,vivênciasuniversaisobjetivas,querdizer,onde estamosemrelação
recíproca com o que acontece espiritualmente ànossavolta.
Vemosemergindohoje,emalguns lugares,umaforte consciênciadanecessidade de novos
impulsosparaa evoluçãodahumanidade.Masoshomenstêmdificuldadeemdecidir-seporuma
12. vidaespiritual concreta.Quandofalamdoespíritotêmoanelo,unsmais,outrosmenos,porviver
no abstrato.
Mesmoa consciênciade nossaposiçãoperante nossospensamentostemque mudar,de certo
modo.Já chamei suaatenção,de umponto de vistaou de outro,para o que querodizercom isso,
poisjá mencioneiemconferênciaspúblicasque aexposiçãodaCiência Espiritual orientadapela
Antroposofianãoacontece tendocomometaumprograma qualquer,nãoacontece devidoà
preferênciaouaoentusiasmoporumideal numadireção,maspelacompreensãodoque a
humanidade necessitaatualmente.Eissodeve estarnovamenteligadoacertosestadosanímicos
dos tempospassados,estadosanímicosque existiramemépocasemque ossereshumanos
tinhammaisrelaçãocom seuverdadeiroem-tornoespiritual.Emtempospassadosissoera
diferente.Mashoje deveríamossentirissomuitofortemente.Jádisse váriasvezes:De fora,não
pode virmaisnada para os sereshumanos.Temosque buscarde dentroos impulsosdoprogresso
para a evoluçãodahumanidade,de nossarelaçãocomomundoespiritual,e naverdade temos
que ter umavistaaguçada para percebercomotudoo que vivenciamossemque nósmesmos
façamosalgo,torna-se,naverdade,cadavezmais,vivênciasdadecadência.De certomodojá nos
encontramosnadecadênciadaevoluçãodaTerra, e comosereshumanosdevemoselevar-nos
para podermosirmaisalémdessaevolução,pormeiode nossaligaçãocomo mundoespiritual.
Devidoaisso,o que,porém,procuramoscomoconhecimento,deveráserpercebidocomouma
força que possibilitaráàhumanidade,comoumtodo,passarpara os próximosestadosda
evoluçãodaTerra quandoestaperecerdebaixode nós,domodocomopassamos,empequena
escala,para outrosestadosde desenvolvimentoquandoocorpomorre,quandopassamospelo
portal da morte.Comoser humanoindividual atravessamosoportal da morte,querdizer,
entramosnomundoespiritual,ocorpomorre embaixode nós.Assimaconteceráumdiacom a
humanidade comoumtodo.Essa humanidade inteiradesenvolver-se-áparaa existênciaem
Júpiter.A Terra tornar-se-áentãoumcadáver.Jáestamosna evoluçãodoperecimento.Oser
humanoindividualficacomrugase cabelosgrisalhos.Paraogeólogoque realmentesabe observar
- falei sobre issorecentemente - aTerra,hoje,temsinaisclarosde seuenvelhecimento.Elaestá
morrendodebaixode nós.Oque hoje procuramosespiritualmenteé,de fato,umtrabalhocontra
o processode envelhecimentodaTerra.É a consciênciadissoque deveriapermear-nos.
De umoutro pontode vista,os temposantigosdesignavamosconhecimentosde seusMistérios
como sendoalgoanálogoà força curativa,tambémà força curativafísica.Hoje essaconsciência
deveriacomeçara permearde novoa humanidade.A procurapeloconhecimentodeve gerara
consciênciade que comissoestá-se fazendoalgoparaque a evoluçãodahumanidade toda
continue.Nuncachegaremosaessaconsciênciase nãoenfocarmos,comodescrevi,oque
acontece concretamente emvoltade nós,porque de outromodoveríamostudoo que o ser
humanosente,quer,e fazsomente comoumassuntopessoal.Nãosaberemosque existealgoque
tambémacontece doladode fora.Mas seránecessário - e aqui terei que fazeruma observação
que talveznãoserá tão compreensívelparatodos - que os aspectosmaisexatosdoconhecimento
humanovenhamaoencontrodessesanseios.Essesconhecimentos,porém, aindanãochegaram
ao auge.Atualmente,porexemplo,aindapodemencontrarasrepresentaçõesmentaismais
13. absurdasnas CiênciasExatas.Mencionarei algumasque poderão,talvez,sercompreensíveis.As
pessoasgeralmenteimaginamde formatrivial (desenha):Emalgumlugarestáo Sol.O Sol irradia
luzpara todos osladoscomo outra fonte de luzqualquer.Eos senhorespoderãoconstatarque as
pessoasque estudamessadifusãodaluzcomrepresentaçõesmatemáticas,dizem:A luzespalha-
se até o infinitoe depois,de algummodo,elasome.Elase perde porseupróprioenfraquecimento
pelapropagaçãoaté o infinito.Masnãoé assim.Tudoo que se propaga dessamaneirachegaa um
limite,e desse limite move-sede voltaparasua origemtransformadoemalgodiferente.A luzdo
Sol não vai até o infinito,voltanãocomoluz,mas comooutra coisa; maselade volta.
E no fundoé assimcomqualquerluz.Assimé,nofundo,comtodosos efeitos.Todososefeitos
obedecem,nofundo,àlei daelasticidade,que temumlimite. Esse tipode representações
mentaisatualmentesãomuitocomunsnasexplicaçõesdasCiênciasExatas,e hoje se considera
muitopoucoas realidades.Se fossemfísicos,eu chamariasuaatençãopara o fato de como as
pessoasnaFísica fazemcálculoscomo caminhoque é percorrido,e com o tempo.E depois
indicama velocidade,denominadanormalmentecomc ou v,uma funçãodo caminhoe do tempo,
e representam-nacomoumquociente (escrevenalousa“caminho”,“tempo”,e a fórmula):
Mas issoestátotalmente errado.A velocidade nãoé oresultado;avelocidade é aquestão
elementarque contémemsi qualquercoisa,sejaelamaterial ouespiritual,e nósa decompomos
emcaminho,espaçoe tempo.Abstraímosas duascoisas.Espaço e tempo,comotais,não sãoalgo
real.Velocidadesdiversassãoalgoreal nomundo.Essa é uma observaçãoque façosomente para
físicos,maselesirãoentenderque mesmoemtodasascoisasque hoje fundamentam
teoricamente onossoconhecimento,valemcondiçõesfrágeis.Em todaparte há estipulaçõesque
só existemporquenãosomoscapazesde compreenderoespiritual comoalgoconcreto.
A exigênciadaerade Micael é que a humanidade chegue aopontode compreenderoespiritual
emsua concretude,querdizer,que elasaibaque hádiversossereselementarese superioresno
em-tornohumano,domesmomodoque se dizhaverar e água no em-torno.Éissoque importa,e
deve tornar-se novamente conhecimentohumanocomojáo foi,emtemposantigos.Mas
ninguémqueradmiti-lo.Naverdade,nãose queradmitirasreviravoltasnodesenvolvimentoda
humanidade,comoasque já houve,porexemplo,nomeiodoséculoXV.Mashá detalhesque
provamque é assim.
14. Não sei se foi umsueco,ou umnorueguêsque recentementeescreveuumlivroemque citamuito
os alquimistas.Emumtrecho,em particular,ele citaumalquimistaque falade umaporção de
coisasde Mercúrio, de Antimônio,e assimpordiante.Eesse autoratual,que parece serum
excelente químico - como se deduzde seulivro - dizentão que não consegue entendernada
dessareceitaquímicaque é mencionadaporum alquimista. Ele realmentenãoconsegue imaginar
nada pelasimplesrazãoque,quandoumquímicomodernofalade Mercúrio,ele estáfalandodo
mineral mercúrio;quandooquímicomodernofalade Antimônio,eleestáfalandodometal,e
assimpor diante .Mas nesse livro,aspalavrasque ele citasignificamalgobemdiferente,nãoo
metal exteriormascertosprocessosque ocorremnoorganismohumano.Éum conhecimento
humanointerior. Se anotarmosaspalavrasno sentidoemque estavampresentesnaconsciência
do autor que esse bomhomemmodernocitahoje,poderíamosleresseconhecimentohumano
interiorcomoa descriçãode um processolaboratorial que trabalhacomretortas,e coisas
parecidas.Sóque não encontraremososentido.Sópoderíamosveressascoisascomoalgo
absurdo.Mas elasterão sentidologoque soubermosoque significavamAntimônio,Mercúrio,e
etc.nos temposantigos,e que dissotambémresultavaumaspectoparao mineral exterior,mas
que essesprocessossignificavamprincipalmenteprocessosinterioresdanaturezahumana,para
os quaishaviaoutrosremédiosdoque háhoje.Porisso,a pessoaque estudara literaturaanterior
ao séculoXV,deve estudá-lacomoutrosentido doque aquelaque forlermaistarde.Aí
poderemosestudartambémexteriormentetodaatransformaçãoda constituiçãoanímica.Mas
hoje vivemosnumtempoemque devemoscomeçaradar muitovalora essestemasaosquaisa
humanidade nãodeuvalorpormuitos séculos.