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Aço ASTM-A36 e sua utilização
As dúvidas mais frequentes entre os profissionais do aço estão relacionadas ao uso do ASTM-A36. Dentre esses
questionamentos são abordados desde a comparação com outros tipos de aço até dicas para melhor aplicação em
determinado serviço. Antes de citarmos um caso específico, e para você saber um pouco mais sobre essa
denominação, vamos defini-la brevemente.
ASTM é a abreviação de American Society for Testing and Materials (Sociedade Americana de Testes e Materiais). A
Norma ASTM-A36 tem como característica o aço carbono com finalidade de utilização estrutural e em aplicações
comuns. Suas principais aplicações são: estruturas metálicas em geral, serralheria, passarelas, máquinas e
implementos agrícolas e implementos rodoferroviários. Entre os principais produtos destacam-se as Cantoneiras;
Barras Redonda, Chata e Quadrada; e Perfis I, U e T. Inclusive, são produtos que a Gerdau coloca à sua disposição,
de acordo com a sua necessidade.
O caso que pegamos como exemplo diz respeito à utilização do aço ASTM-A36 para temperaturas de trabalho
variando entre 60 e -20°C. Para saber se é possível executar algum serviço nessas condições, daremos como base
uma informação mais técnica. A norma ASTM-A36 prescreve, basicamente, composição química (%C, %Mn, %P,
%S, %Si e %Cu) e propriedades mecânicas (limite de escoamento, limite de resistência e alongamento) do aço. A
norma não traz requisitos de tenacidade, isto é, ensaio Charpy. Desse modo, o produtor deste aço não se obriga a
atender este requisito. Entretanto, há um item na norma denominado Requisitos Suplementares, que informa sobre a
possibilidade de fornecimento deste aço com requisito de tenacidade (p.ex., 27J@-20oC). Estes requisitos
suplementares são acordados no momento de compra do produto, entre comprador e produtor. Trata-se de uma
característica especial que não está prescrita na norma, e implicará em um acréscimo no preço do produto.
Portanto, para trabalhos com essas variações de temperaturas é sugerida a utilização de um aço naval ou um aço
que atenda a norma ASTM A131 (p.ex., grau DH32). São aços desenvolvidos para essa finalidade. Possui grão fino,
forma (e também distribuição e quantidade) de inclusões não metálicas controlada, baixo carbono equivalente (<
0,40%) e requisitos de tenacidade.
Aproveite este questionamento para ampliar sua base de conhecimento profissional ou, também, para sanar uma
eventual dúvida que você tinha. Esta informação certamente vai agregar mais experiência para o seu trabalho,
melhorando o rendimento no seu negócio.
Lembramos que se caso você tiver dúvidas técnicas, envie através do Sr. Ferraz Responde, espaço deste site muito
útil e esclarecedor, dedicado aos profissionais do aço para solucionarem questões técnicas do dia a dia. Basta clicar
na aba de mesmo nome e fazer o cadastro. O Sr. Ferraz terá prazer em respondê-lo.
Aços estruturais
O aço é a mais versátil e a mais importante das ligas metálicas.
O aço é produzido em uma grande variedade de tipos e formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais
aplicações. Esta variedade decorre da necessidade de contínua adequação do produto às exigências de aplicações
específicas que vão surgindo no mercado, seja pelo controle da composição química, seja pela garantia de
propriedades específicas ou, ainda, na forma final (chapas, perfis, tubos, barras, etc.).
Existem mais de 3500 tipos diferentes de aços e cerca de 75% deles foram desenvolvidos nos últimos 20 anos. Isso
mostra a grande evolução que o setor tem experimentado.
Os aços-carbono possuem em sua composição apenas quantidades limitadas dos elementos químicos carbono,
silício, manganês, enxofre e fósforo. Outros elementos químicos existem apenas em quantidades residuais.
A quantidade de carbono presente no aço define sua classificação. Os aços de baixo carbono possuem um máximo
de 0,3% deste elemento e apresentam grande ductilidade. São bons para o trabalho mecânico e soldagem, não
sendo temperáveis, utilizados na construção de edifícios, pontes, navios, automóveis, dentre outros usos. Os aços de
médio carbono possuem de 0,3% a 0,6% de carbono e são utilizados em engrenagens, bielas e outros componentes
mecânicos. São aços que, temperados e revenidos, atingem boa tenacidade e resistência. Aços de alto carbono
possuem mais do que 0,6% de carbono e apresentam elevada dureza e resistência após têmpera. São comumente
utilizados em trilhos, molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas etc.
Na construção civil, o interesse maior recai sobre os chamados aços estruturais de média e alta resistência
mecânica, termo designativo de todos os aços que, devido à sua resistência, ductilidade e outras propriedades, são
adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. Os principais requisitos para os
aços destinados à aplicação estrutural são: elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade,
homogeneidade microestrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa trabalhabilidade em
operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros defeitos.
Os aços estruturais podem ser classificados em três grupos principais, conforme a tensão de escoamento mínima
especificada:
TIPO LIMITE DE ESCOAMENTO MÍNIMO, MPa
Aço carbono de média resistência 195 a 259
Aço de alta resistência e baixa liga 290 a 345
Aços ligados tratados termicamente 630 a 700
Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e conhecido é o ASTM A36, que é classificado
como um aço carbono de média resistência mecânica. Entretanto, a tendência moderna no sentido de se utilizar
estruturas cada vez maiores tem levado os engenheiros, projetistas e construtores a utilizar aços de maior
resistência, os chamados aços de alta resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas.
Os aços de alta resistência e baixa liga são utilizados toda vez que se deseja:
 Aumentar a resistência mecânica permitindo um acréscimo da carga unitária da estrutura ou tornando
possível uma diminuição proporcional da seção, ou seja, o emprego de seções mais leves;
 Melhorar a resistência à corrosão atmosférica;
 Melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga;
 Elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda apreciável da
ductilidade.
Dentre os aços pertencentes a esta categoria, merecem destaque os aços de alta resistência e baixa liga resistentes
à corrosão atmosférica. Estes aços foram apresentados ao mercado norte-americano em 1932, tendo como
aplicação específica a fabricação de vagões de carga. Desde o seu lançamento até nossos dias, desenvolveram-se
outros aços com comportamentos semelhantes, que constituem a família dos aços conhecidos como patináveis.
Enquadrados em diversas normas, tais como as normas brasileiras NBR 5008, 5920, 5921 e 7007 e as norte-
americanas ASTM A242, A588 e A709, que especificam limites de composição química e propriedades mecânicas,
estes aços têm sido utilizados no mundo inteiro na construção de pontes, viadutos, silos, torres de transmissão de
energia, etc. Sua grande vantagem, além de dispensarem a pintura em certos ambientes, é possuírem uma
resistência mecânica maior que a dos aços carbono. Em ambientes extremamente agressivos, como regiões que
apresentam grande poluição por dióxido de enxofre ou aquelas próximas da orla marítima, a pintura lhes confere um
desempenho superior àquele conferido aos aços carbono.
O que distinguia o novo produto dos aços carbono, no que diz respeito à resistência à corrosão, era o fato de que,
sob certas condições ambientais de exposição, ele podia desenvolver em sua superfície uma película de óxidos
aderente e protetora, chamada de pátina, que atuava reduzindo a velocidade do ataque dos agentes corrosivos
presentes no meio ambiente. A Figura 1 mostra as curvas típicas de avaliação da resistência à corrosão de um aço
patinável e de um aço carbono comum expostos às atmosferas industrial, urbana, rural e marinha.
Figura 1. Resistência à corrosão de um aço patinável (ASTM A242) e de um aço carbono comum (ASTM A36)
expostos às atmosferas industriais (Cubatão, S.P.), marinha (Bertioga, S.P.), urbana (Santo André, S.P.) e rural
(Itararé, S.P.). A medida é feita em termos da perda de massa metálica em função do tempo de exposição em
meses. Fonte: Fabio Domingos Pannoni, M.Sc., Ph.D.
A formação da pátina é função de três tipos de fatores. Os primeiros a destacar estão ligados à composição química
do próprio aço. Os principais elementos de liga que contribuem para aumentar-lhe a resistência frente à corrosão
atmosférica, favorecendo a formação da pátina, são o cobre e o fósforo. O cromo, o níquel, e o silício também
exercem efeitos secundários. Cabe observar, no entanto, que o fósforo deve ser mantido em baixos teores (menores
que 0,1%), sob pena de prejudicar certas propriedades mecânicas do aço e sua soldabilidade.
Em segundo lugar vêem os fatores ambientais, entre os quais sobressaem a presença de dióxido de enxofre e de
cloreto de sódio na atmosfera, a temperatura, a força (direção, velocidade e freqüência) dos ventos, os ciclos de
umedecimento e secagem etc. Assim, enquanto a presença de dióxido de enxofre, até certos limit es, favorece o
desenvolvimento da pátina, o cloreto de sódio em suspensão nas atmosferas marítimas prejudica suas propriedades
protetoras. Não se recomenda a utilização de aços patináveis não protegidos em ambientes industriais onde a
concentração de dióxido de enxofre atmosférico seja superior a 168mgSO2/m2.dia (Estados Unidos e Reino Unido) e
em atmosferas marinhas onde a taxa de deposição de cloretos exceda 50mg/m2.dia (Estados Unidos) ou 10
mg/m2.dia (Reino Unido).
Finalmente, há fatores ligados à geometria da peça, que explicam por que diferentes estruturas do mesmo aço
dispostas lado a lado podem ser atacadas de maneira distinta. Esse fenômeno é atribuído à influência de seções
abertas/fechadas, drenagem correta das águas de chuva e outros fatores que atuam diretamente sobre os ciclos de
umidecimento e secagem. Assim, por exemplo, sob condições de contínuo molhamento, determinadas por secagem
insatisfatória, a formação da pátina fica gravemente prejudicada. Em muitas destas situações, a velocidade de
corrosão do aço patinável é semelhante àquela encontrada para os aços carbono. Exemplos incluem aços patináveis
imersos em água, enterrados no solo ou recobertos por vegetação.
A Tabela 1 relaciona a composição química e propriedades mecânicas de um aço de carbono de média resistência
mecânica (ASTM A36), um aço de alta resistência mecânica e baixa liga (ASTM A572 Grau 50) e dois aços de baixa
liga e alta resistência mecânica resistentes à corrosão atmosférica (ASTM A588 Grau B e ASTM A242).
Aços de baixa liga e alta resistência resistentes à corrosão são produzidos no Brasil por várias siderúrgicas. A Tabela
2 traz a relação dos produtores e seus aços patináveis. Recomenda-se a visita ao site para a obtenção de
informações adicionais.
Tabela 1: Comparativo de composição química e propriedades mecânicas de aços ASTM.
ELEMENTO QUÍMICO
ASTM
A36 (PERFIS)
ASTM
A572 (GRAU 50)
ASTM
A588 (GRAU B)
ASTM
A242 (CHAPAS)
% C máx. 0,26 0,23 0,20 0,15
% Mn ... (1) 1,35 máx. 0,75-1,35 1,00 máx.
% P máx. 0,04 0,04 0,04 0,15
% S máx. 0,05 0,05 0,05 0,05
% Si 0,40 0,40 máx.3 0,15-0,50 ...
% Ni ... ... 0,50 máx. ...
% Cr ... ... 0,40-0,70 ...
% Mo ... ... ... ...
% Cu 0,202 ... 0,20-0,40 0,20 mín.
% V ... ... 0,01-0,10 ...
(% Nb + %V) ... 0,02-0,15 ... ...
Limite de escoamento
(MPa)
250 mín. 345 mín. 345 mín. 345 mín.
Limite de resistência (MPa) 400-550 450 mín. 485 mín. 480 mín.
Alongamento Após ruptura,
% (lo = 200mm)
20 mín. 18 mín. 18 mín. 18 mín.
(1): Para perfis de peso superior a 634 kg/m, o teor de manganês deve estar situado entre 0,85 e 1,35% e o teor de
silício entre 0,15 e 0,40%.
(2): Mínimo quando o cobre for especificado.
(3): Para perfis de até 634 kg/m.
(4): Espessuras entre 20 mm e abaixo.
Tabela 2: Os aços patináveis produzidos no Brasil.
EMPRESA AÇO WEBSITE
ArcelorMittal
Aços Longos
ASTM A588
www.arcelormittal.com.br
ArcelorMittal
Tubarão
CST COR 400 e CST COR 500 www.arcelormittal.com/br/tubarao
Gerdau ASTM A588, AÇOCOR 500 www.gerdau.com.br
USIMINAS
USI-SAC-300, USI-SAC-350, USI-FIRE-350,
ASTM A242, ASTM A588
www.usiminas.com
V&M do Brasil SA
VMB 250 COR, VMB 300 COR, VMB 350
COR
www.vmtubes.com.br
Tabela 3: Similaridade entre Normas de Aços estruturais para a Construção Civil.
NORMAS
MARCAS
COMERCIAIS
ASTM EN JIS NBR MERCOSUL
ASTM A36
ASTM A 1011 SS Grau
36 Tipo 2
ASTM A 1018 SS Grau
36 Tipo 2
ASTM A 709 Grau 36
EN
10025-2
S235JR
EN
10025-2
S235J0
EN
10025-2
S275JR
EN
10025-2
S275J0
JIS
G3101
SS400
ABNT NBR
6650 CF26
ABNT NBR
6648 CG26
ABNT NBR
7007 MR250
NM02 131
ED24
VMB 250
ASTM A 572 GR 42
ASTM A 1011 SS Grau
45 Tipo 1
ASTM A 1018 HSLA
Grau 45 Classe 1
EN 10025
S275JR
EN 10025
S275J0
... ... ...
CST CIVIL
300
USI CIVIL
300
VMB 300
ASTM A 572 Grau 50
ASTM A 1018 HSLAS
Grau 50 Classe 1
ASTM A 1011 HSLAS
EN 10025
S355JR
EN 10025
S355J0
JIS
G3101
SS490
ABNT NBR
5000 Grau
35
ABNT NBR
NM02 102
MCF345
NM02 101
MCG360
CST CIVIL
350
USI CIVIL
350
Grau 50 Classe 1
ASTM A 709 Grau 50
ASTM A 992
5004 Grau
Q35
ABNT NBR
7007 AR350
VMB 350
ASTM A 572 Grau 60
ASTM A 1018 HSLAS
Grau 60 Classe 1
ASTM A 1011 HSLAS
Grau 60 Classe 1
EN 10025
S450J0
JIS
G3101
SS540
ABNT NBR
7007 AR415
... ...
...
EN 10155
S235J0
JIS
G3114
SMA400
ABNT NBR
5921
CFR400
ABNT NBR
5008
CGR400
NM02 103
GR400
VMB 250
COR
ASTM A 709 Grau 50W
EN 10025
S355J0W
EN 10025
S355J2W
...
ABNT NBR
5921
CFR400
ABNT NBR
5008
CGR400
NM02 103
GR400
CST COR
400
USI SAC 300
(Antigo USI-
SAC 41E ou
USI-SAC
41MG)
VMB 300
COR
ASTM A 242
ASTM A588 Grau 50
ASTM A606 Tipo 4
ASTM A 709 Grau 50
W
EN 10025
S355J0W
EN 10025
S355J2W
EN 10155
S355J0W
JIS
G3114
SMA490
ABNT NBR
5921
CFR500
ABNT NBR
5008
CGR500
ABNT NBR
5920
CFR500
ABNT NBR
7007 AR350
COR
NM02 103
GR500
CST COR
500
GERDAU
AÇOCOR
500
USI-SAC 350
(Antigo USI-
SAC 50)
VMB 350
COR
ASTM A709 Grau HPS
70W
...
JIS
G3114
SMA570
... ... ...
NOTAS:
Para qualidades de aço diferente das apresentadas, consultar as empresas produtoras.
(*) As similaridades das normas não implicam em igualdade das mesmas.
Data da última atualização: 12/02/2014

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Aços estruturais e suas aplicações

  • 1. Aço ASTM-A36 e sua utilização As dúvidas mais frequentes entre os profissionais do aço estão relacionadas ao uso do ASTM-A36. Dentre esses questionamentos são abordados desde a comparação com outros tipos de aço até dicas para melhor aplicação em determinado serviço. Antes de citarmos um caso específico, e para você saber um pouco mais sobre essa denominação, vamos defini-la brevemente. ASTM é a abreviação de American Society for Testing and Materials (Sociedade Americana de Testes e Materiais). A Norma ASTM-A36 tem como característica o aço carbono com finalidade de utilização estrutural e em aplicações comuns. Suas principais aplicações são: estruturas metálicas em geral, serralheria, passarelas, máquinas e implementos agrícolas e implementos rodoferroviários. Entre os principais produtos destacam-se as Cantoneiras; Barras Redonda, Chata e Quadrada; e Perfis I, U e T. Inclusive, são produtos que a Gerdau coloca à sua disposição, de acordo com a sua necessidade. O caso que pegamos como exemplo diz respeito à utilização do aço ASTM-A36 para temperaturas de trabalho variando entre 60 e -20°C. Para saber se é possível executar algum serviço nessas condições, daremos como base uma informação mais técnica. A norma ASTM-A36 prescreve, basicamente, composição química (%C, %Mn, %P, %S, %Si e %Cu) e propriedades mecânicas (limite de escoamento, limite de resistência e alongamento) do aço. A norma não traz requisitos de tenacidade, isto é, ensaio Charpy. Desse modo, o produtor deste aço não se obriga a atender este requisito. Entretanto, há um item na norma denominado Requisitos Suplementares, que informa sobre a possibilidade de fornecimento deste aço com requisito de tenacidade (p.ex., 27J@-20oC). Estes requisitos suplementares são acordados no momento de compra do produto, entre comprador e produtor. Trata-se de uma característica especial que não está prescrita na norma, e implicará em um acréscimo no preço do produto. Portanto, para trabalhos com essas variações de temperaturas é sugerida a utilização de um aço naval ou um aço que atenda a norma ASTM A131 (p.ex., grau DH32). São aços desenvolvidos para essa finalidade. Possui grão fino, forma (e também distribuição e quantidade) de inclusões não metálicas controlada, baixo carbono equivalente (< 0,40%) e requisitos de tenacidade. Aproveite este questionamento para ampliar sua base de conhecimento profissional ou, também, para sanar uma eventual dúvida que você tinha. Esta informação certamente vai agregar mais experiência para o seu trabalho, melhorando o rendimento no seu negócio. Lembramos que se caso você tiver dúvidas técnicas, envie através do Sr. Ferraz Responde, espaço deste site muito útil e esclarecedor, dedicado aos profissionais do aço para solucionarem questões técnicas do dia a dia. Basta clicar na aba de mesmo nome e fazer o cadastro. O Sr. Ferraz terá prazer em respondê-lo.
  • 2. Aços estruturais O aço é a mais versátil e a mais importante das ligas metálicas. O aço é produzido em uma grande variedade de tipos e formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais aplicações. Esta variedade decorre da necessidade de contínua adequação do produto às exigências de aplicações específicas que vão surgindo no mercado, seja pelo controle da composição química, seja pela garantia de propriedades específicas ou, ainda, na forma final (chapas, perfis, tubos, barras, etc.). Existem mais de 3500 tipos diferentes de aços e cerca de 75% deles foram desenvolvidos nos últimos 20 anos. Isso mostra a grande evolução que o setor tem experimentado. Os aços-carbono possuem em sua composição apenas quantidades limitadas dos elementos químicos carbono, silício, manganês, enxofre e fósforo. Outros elementos químicos existem apenas em quantidades residuais. A quantidade de carbono presente no aço define sua classificação. Os aços de baixo carbono possuem um máximo de 0,3% deste elemento e apresentam grande ductilidade. São bons para o trabalho mecânico e soldagem, não sendo temperáveis, utilizados na construção de edifícios, pontes, navios, automóveis, dentre outros usos. Os aços de médio carbono possuem de 0,3% a 0,6% de carbono e são utilizados em engrenagens, bielas e outros componentes mecânicos. São aços que, temperados e revenidos, atingem boa tenacidade e resistência. Aços de alto carbono possuem mais do que 0,6% de carbono e apresentam elevada dureza e resistência após têmpera. São comumente utilizados em trilhos, molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas etc. Na construção civil, o interesse maior recai sobre os chamados aços estruturais de média e alta resistência mecânica, termo designativo de todos os aços que, devido à sua resistência, ductilidade e outras propriedades, são adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. Os principais requisitos para os aços destinados à aplicação estrutural são: elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade microestrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa trabalhabilidade em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros defeitos. Os aços estruturais podem ser classificados em três grupos principais, conforme a tensão de escoamento mínima especificada: TIPO LIMITE DE ESCOAMENTO MÍNIMO, MPa Aço carbono de média resistência 195 a 259 Aço de alta resistência e baixa liga 290 a 345 Aços ligados tratados termicamente 630 a 700 Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e conhecido é o ASTM A36, que é classificado como um aço carbono de média resistência mecânica. Entretanto, a tendência moderna no sentido de se utilizar
  • 3. estruturas cada vez maiores tem levado os engenheiros, projetistas e construtores a utilizar aços de maior resistência, os chamados aços de alta resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas. Os aços de alta resistência e baixa liga são utilizados toda vez que se deseja:  Aumentar a resistência mecânica permitindo um acréscimo da carga unitária da estrutura ou tornando possível uma diminuição proporcional da seção, ou seja, o emprego de seções mais leves;  Melhorar a resistência à corrosão atmosférica;  Melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga;  Elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda apreciável da ductilidade. Dentre os aços pertencentes a esta categoria, merecem destaque os aços de alta resistência e baixa liga resistentes à corrosão atmosférica. Estes aços foram apresentados ao mercado norte-americano em 1932, tendo como aplicação específica a fabricação de vagões de carga. Desde o seu lançamento até nossos dias, desenvolveram-se outros aços com comportamentos semelhantes, que constituem a família dos aços conhecidos como patináveis. Enquadrados em diversas normas, tais como as normas brasileiras NBR 5008, 5920, 5921 e 7007 e as norte- americanas ASTM A242, A588 e A709, que especificam limites de composição química e propriedades mecânicas, estes aços têm sido utilizados no mundo inteiro na construção de pontes, viadutos, silos, torres de transmissão de energia, etc. Sua grande vantagem, além de dispensarem a pintura em certos ambientes, é possuírem uma resistência mecânica maior que a dos aços carbono. Em ambientes extremamente agressivos, como regiões que apresentam grande poluição por dióxido de enxofre ou aquelas próximas da orla marítima, a pintura lhes confere um desempenho superior àquele conferido aos aços carbono. O que distinguia o novo produto dos aços carbono, no que diz respeito à resistência à corrosão, era o fato de que, sob certas condições ambientais de exposição, ele podia desenvolver em sua superfície uma película de óxidos aderente e protetora, chamada de pátina, que atuava reduzindo a velocidade do ataque dos agentes corrosivos presentes no meio ambiente. A Figura 1 mostra as curvas típicas de avaliação da resistência à corrosão de um aço patinável e de um aço carbono comum expostos às atmosferas industrial, urbana, rural e marinha.
  • 4. Figura 1. Resistência à corrosão de um aço patinável (ASTM A242) e de um aço carbono comum (ASTM A36) expostos às atmosferas industriais (Cubatão, S.P.), marinha (Bertioga, S.P.), urbana (Santo André, S.P.) e rural (Itararé, S.P.). A medida é feita em termos da perda de massa metálica em função do tempo de exposição em meses. Fonte: Fabio Domingos Pannoni, M.Sc., Ph.D. A formação da pátina é função de três tipos de fatores. Os primeiros a destacar estão ligados à composição química do próprio aço. Os principais elementos de liga que contribuem para aumentar-lhe a resistência frente à corrosão atmosférica, favorecendo a formação da pátina, são o cobre e o fósforo. O cromo, o níquel, e o silício também exercem efeitos secundários. Cabe observar, no entanto, que o fósforo deve ser mantido em baixos teores (menores que 0,1%), sob pena de prejudicar certas propriedades mecânicas do aço e sua soldabilidade. Em segundo lugar vêem os fatores ambientais, entre os quais sobressaem a presença de dióxido de enxofre e de cloreto de sódio na atmosfera, a temperatura, a força (direção, velocidade e freqüência) dos ventos, os ciclos de umedecimento e secagem etc. Assim, enquanto a presença de dióxido de enxofre, até certos limit es, favorece o desenvolvimento da pátina, o cloreto de sódio em suspensão nas atmosferas marítimas prejudica suas propriedades protetoras. Não se recomenda a utilização de aços patináveis não protegidos em ambientes industriais onde a concentração de dióxido de enxofre atmosférico seja superior a 168mgSO2/m2.dia (Estados Unidos e Reino Unido) e em atmosferas marinhas onde a taxa de deposição de cloretos exceda 50mg/m2.dia (Estados Unidos) ou 10 mg/m2.dia (Reino Unido). Finalmente, há fatores ligados à geometria da peça, que explicam por que diferentes estruturas do mesmo aço dispostas lado a lado podem ser atacadas de maneira distinta. Esse fenômeno é atribuído à influência de seções abertas/fechadas, drenagem correta das águas de chuva e outros fatores que atuam diretamente sobre os ciclos de umidecimento e secagem. Assim, por exemplo, sob condições de contínuo molhamento, determinadas por secagem insatisfatória, a formação da pátina fica gravemente prejudicada. Em muitas destas situações, a velocidade de corrosão do aço patinável é semelhante àquela encontrada para os aços carbono. Exemplos incluem aços patináveis imersos em água, enterrados no solo ou recobertos por vegetação.
  • 5. A Tabela 1 relaciona a composição química e propriedades mecânicas de um aço de carbono de média resistência mecânica (ASTM A36), um aço de alta resistência mecânica e baixa liga (ASTM A572 Grau 50) e dois aços de baixa liga e alta resistência mecânica resistentes à corrosão atmosférica (ASTM A588 Grau B e ASTM A242). Aços de baixa liga e alta resistência resistentes à corrosão são produzidos no Brasil por várias siderúrgicas. A Tabela 2 traz a relação dos produtores e seus aços patináveis. Recomenda-se a visita ao site para a obtenção de informações adicionais. Tabela 1: Comparativo de composição química e propriedades mecânicas de aços ASTM. ELEMENTO QUÍMICO ASTM A36 (PERFIS) ASTM A572 (GRAU 50) ASTM A588 (GRAU B) ASTM A242 (CHAPAS) % C máx. 0,26 0,23 0,20 0,15 % Mn ... (1) 1,35 máx. 0,75-1,35 1,00 máx. % P máx. 0,04 0,04 0,04 0,15 % S máx. 0,05 0,05 0,05 0,05 % Si 0,40 0,40 máx.3 0,15-0,50 ... % Ni ... ... 0,50 máx. ... % Cr ... ... 0,40-0,70 ... % Mo ... ... ... ... % Cu 0,202 ... 0,20-0,40 0,20 mín. % V ... ... 0,01-0,10 ... (% Nb + %V) ... 0,02-0,15 ... ... Limite de escoamento (MPa) 250 mín. 345 mín. 345 mín. 345 mín. Limite de resistência (MPa) 400-550 450 mín. 485 mín. 480 mín.
  • 6. Alongamento Após ruptura, % (lo = 200mm) 20 mín. 18 mín. 18 mín. 18 mín. (1): Para perfis de peso superior a 634 kg/m, o teor de manganês deve estar situado entre 0,85 e 1,35% e o teor de silício entre 0,15 e 0,40%. (2): Mínimo quando o cobre for especificado. (3): Para perfis de até 634 kg/m. (4): Espessuras entre 20 mm e abaixo. Tabela 2: Os aços patináveis produzidos no Brasil. EMPRESA AÇO WEBSITE ArcelorMittal Aços Longos ASTM A588 www.arcelormittal.com.br ArcelorMittal Tubarão CST COR 400 e CST COR 500 www.arcelormittal.com/br/tubarao Gerdau ASTM A588, AÇOCOR 500 www.gerdau.com.br USIMINAS USI-SAC-300, USI-SAC-350, USI-FIRE-350, ASTM A242, ASTM A588 www.usiminas.com V&M do Brasil SA VMB 250 COR, VMB 300 COR, VMB 350 COR www.vmtubes.com.br Tabela 3: Similaridade entre Normas de Aços estruturais para a Construção Civil. NORMAS MARCAS COMERCIAIS ASTM EN JIS NBR MERCOSUL ASTM A36 ASTM A 1011 SS Grau 36 Tipo 2 ASTM A 1018 SS Grau 36 Tipo 2 ASTM A 709 Grau 36 EN 10025-2 S235JR EN 10025-2 S235J0 EN 10025-2 S275JR EN 10025-2 S275J0 JIS G3101 SS400 ABNT NBR 6650 CF26 ABNT NBR 6648 CG26 ABNT NBR 7007 MR250 NM02 131 ED24 VMB 250 ASTM A 572 GR 42 ASTM A 1011 SS Grau 45 Tipo 1 ASTM A 1018 HSLA Grau 45 Classe 1 EN 10025 S275JR EN 10025 S275J0 ... ... ... CST CIVIL 300 USI CIVIL 300 VMB 300 ASTM A 572 Grau 50 ASTM A 1018 HSLAS Grau 50 Classe 1 ASTM A 1011 HSLAS EN 10025 S355JR EN 10025 S355J0 JIS G3101 SS490 ABNT NBR 5000 Grau 35 ABNT NBR NM02 102 MCF345 NM02 101 MCG360 CST CIVIL 350 USI CIVIL 350
  • 7. Grau 50 Classe 1 ASTM A 709 Grau 50 ASTM A 992 5004 Grau Q35 ABNT NBR 7007 AR350 VMB 350 ASTM A 572 Grau 60 ASTM A 1018 HSLAS Grau 60 Classe 1 ASTM A 1011 HSLAS Grau 60 Classe 1 EN 10025 S450J0 JIS G3101 SS540 ABNT NBR 7007 AR415 ... ... ... EN 10155 S235J0 JIS G3114 SMA400 ABNT NBR 5921 CFR400 ABNT NBR 5008 CGR400 NM02 103 GR400 VMB 250 COR ASTM A 709 Grau 50W EN 10025 S355J0W EN 10025 S355J2W ... ABNT NBR 5921 CFR400 ABNT NBR 5008 CGR400 NM02 103 GR400 CST COR 400 USI SAC 300 (Antigo USI- SAC 41E ou USI-SAC 41MG) VMB 300 COR ASTM A 242 ASTM A588 Grau 50 ASTM A606 Tipo 4 ASTM A 709 Grau 50 W EN 10025 S355J0W EN 10025 S355J2W EN 10155 S355J0W JIS G3114 SMA490 ABNT NBR 5921 CFR500 ABNT NBR 5008 CGR500 ABNT NBR 5920 CFR500 ABNT NBR 7007 AR350 COR NM02 103 GR500 CST COR 500 GERDAU AÇOCOR 500 USI-SAC 350 (Antigo USI- SAC 50) VMB 350 COR ASTM A709 Grau HPS 70W ... JIS G3114 SMA570 ... ... ... NOTAS: Para qualidades de aço diferente das apresentadas, consultar as empresas produtoras. (*) As similaridades das normas não implicam em igualdade das mesmas. Data da última atualização: 12/02/2014