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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
Bruna Costa Silva
Bruna Florindo Vieira de Souza
Natália Gomes Camargo Ribeiro
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da
Informação LTDA
Lins - SP
LINS – SP
2017
BRUNA COSTA SILVA
BRUNA FLORINDO VIEIRA DE SOUZA
NATÁLIA GOMES CAMARGO RIBEIRO
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Banca Examinadora do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências
Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Irso
Tófoli e orientação técnica da Profª Esp. Érica
Cristiane dos Santos Campaner.
LINS – SP
2017
Silva, Bruna Costa; Souza, Bruna Florindo Vieira de; Ribeiro, Natália
Gomes Camargo
Análise financeira das demonstrações contábeis: Advanced
Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA /
Bruna Costa Silva; Bruna Florindo Vieira de Souza; Natália Gomes
Camargo Ribeiro. – – Lins, 2017.
80p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Ciências Contábeis, 2017.
Orientadores: Irso Tófoli; Érica Cristiane dos Santos Campaner
1. Análise Financeira. 2. Demonstrações Contábeis. 3. Tomada
de decisão. I Título.
CDU 657
S578a
a
BRUNA COSTA SILVA
BRUNA FLORINDO VIEIRA DE SOUZA
NATÁLIA GOMES CAMARGO RIBEIRO
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Monografia apresentado ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em: 29 / 11 / 2017
Banca Examinadora:
Profº Orientador: Me. Irso Tófoli
Titulação: Mestre em Administração pela CNEC - FACECA – MG.
Assinatura:______________________________________________________
1ª Profª. Ma. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa
Titulação: Mestra em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília -
UNIMAR - Marília - SP
Assinatura: ______________________________________________________
2º Profº: Me. Ricardo Yoshio Horita
Titulação: Mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de
São Carlos – UFSCAR, São Carlos - SP
Assinatura: ______________________________________________________
Dedico primeiramente a Deus, pois dEle provém toda sabedoria.
Também dedico aos meus pais Roseli e Paulo, por terem investido em mim,
me incentivando a cada dia, com dedicação e esforço. Obrigada pelo apoio e
amor.
As minhas companheiras de monografia, Bruna Costa e Natália, por
conseguirmos alcançar nossos objetivos através de muito trabalho.
Aos meus amigos, obrigada pelo apoio e incentivo durante todo esse
ano.
Bruna Florindo
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pois sem Ele não somos
nada. A minha família e amigos, pelo total apoio. Destacando minha mãe
Gigleisse Sousa Costa e meu pai Alexsandro Pereira da Silva, pelos
ensinamentos e apoio em sempre estudar, permanecer firme em minha
caminhada. As minhas companheiras de TCC Bruna Florindo e Natalia Gomes,
foi de suma importância, a amizade no decorrer do trabalho. Aos professores
do curso Ciências Contábeis, pelos ensinamentos adquiridos ao longo do
curso, foram sem sobra de dúvidas essenciais, para a base da formação, em
especial ao nosso orientador Profº. Irso Tófoli, alguém que tive o privilégio de
ter conhecido e ter aproveitado um pouco de sua imensa sabedoria, contribuiu
de forma significante em minha formação. Muito obrigada a todos!
Bruna Costa
Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele nada em minha vida seria
possível. Ao meu marido Marcos, por seu amor, dedicação, compreensão,
apoio e paciência nesses quatro longos anos. A minha filha Sara, pois sua
ajuda foi crucial nesta minha trajetória. Aos meus outros filhos, Lucas, Ashlley e
Nathaly, pela total compreensão e por entenderem que a distância da mãe
nestes anos era para um futuro melhor para nossa família.
Natália Camargo
AGRADECIMENTOS
A Deus
Agradecemos a Deus pela vida que nos deu, por ter nos concedido
sabedoria e persistência nessa etapa de nossa vida. Somos gratas por nos
permitir estudar e concluir com sucesso.
Aos orientadores
Agradecemos pelo apoio, ajuda, paciência e dedicação. Irso e Érica,
vocês foram extraordinários na orientação. Agradecemos imensamente.
À empresa
Agradecemos pelo profissionalismo e colaboração, especialmente ao
diretor Luiz Henrique, que sempre se propôs a ajudar no que precisávamos.
Que Deus abençoe o trabalho ali desempenhado.
Aos mestres
Agradecemos pelos anos que compartilharam experiências e
ensinamentos com cada uma de nós.
Bruna Costa, Bruna Florindo e Natália Camargo
RESUMO
Com o intuito de analisar os resultados das organizações, a análise
financeira torna-se de suma importância, pois apresenta as condições atuais e
permite uma visão futura dos seus resultados econômicos e financeiros. A
análise financeira através dos índices é uma ferramenta eficiente e que auxilia
as organizações, pois viabiliza a confrontação de valores atuais com anteriores
e a relação destes valores. Através de variados índices é possível ter um
auxílio para o processo de tomada de decisão, permitindo um
acompanhamento contínuo do desempenho da organização e fornecendo um
caminho para que a empresa atinja seus objetivos. Uma análise detalhada
propicia às empresas de qualquer ramo, identificar seus pontos positivos e
negativos de todo desempenho operacional, detectar falhas de gestão e definir
planejamentos estratégicos. Foram analisadas as demonstrações contábeis da
empresa Advanced Iteam, através do uso das três técnicas de análise - a
análise tradicional, a análise pelo capital de giro e do valor econômico
agregado, o que possibilitou informações necessárias para avaliar sua saúde
financeira, direcionando para tomada de decisões mais assertivas.
Palavras - chave: Análise financeira. Demonstrações contábeis. Tomada de
decisão.
ABSTRACT
In order to analyze the outcomes of the organizations, the financial
analysis becomes of utmost importance, since it shows the current conditions
and allows a future vision of the economic and financial outcomes of them. The
financial analysis through the indexes is an effective tool which supports the
organizations, due to it enables the comparison of current values to previous
versions and the relation in both. Through several indexes it is possible to have
a support for decision-making, allowing continuous attendance of the
organization’s performance and providing a way for the company to get the
goals. A detailed analysis supports companies of any branch to identify their
positives and negatives of all the operational performance, to detect
management failures and to define the strategic plans. The accounting
statements were analysed of the company ‘Advanced Iteam’, by the use of
three analysis techniques - the traditional analysis, analysis by working capital
and the economic value added, which allows the necessary information to
evaluate its financial health, leading to more assertive decision-making.
Keywords: Financial analysis. Accounting statements. Decision-making.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Escritório da Matriz em Lins .............................................................18
Figura 2 - Escritório da Filial em São Paulo......................................................18
Figura 3 - Organograma ...................................................................................20
Figura 4 - Principais clientes da fábrica de software.........................................22
Figura 5: Clientes da fábrica de soluções .........................................................23
Figura 6 - Clientes do Helpdesk........................................................................23
Figura 7 - Clientes de AMS...............................................................................24
Figura 8 - Índices de Liquidez...........................................................................48
Figura 9 - Índices de endividamento.................................................................49
Figura 10 - Índice de participação de capital de terceiros.................................50
Figura 11 - Índices de Rentabilidade ................................................................51
Figura 12 - Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Ativo Total ..........................51
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício......................................32
Quadro 2 - Necessidade de capital de giro.......................................................53
Quadro 3 - Capital de Giro versus Necessidade de capital de giro...................54
Quadro 4 - Valor Econômico Agregado ............................................................54
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC: Ativo Circulante
ACO: Ativo Circulante Operacional
BP: Balanço Patrimonial
CGL: Capital de Giro Líquido
CPC: Comitê de Pronunciamento Contábil
CSP: Custo do Serviço Prestado
CMV: Custo das Mercadorias Vendidas
ELP: Exigível a Longo Prazo
ERPs: Enterprise Resource Planning
DRE: Demonstração do Resultado do Exercício
IECP: Índice de Endividamento de Curto Prazo
IEG: Índice de Endividamento Geral
IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros
ILC: Índice de Liquidez Corrente
ILI: Índice de Liquidez Imediata
ILS: Índice de Liquidez Seca
ILG: Índice de Liquidez Geral
LADJIR: Lucro antes dos juros e depois do imposto de renda e contribuição
social
LAJIR: Lucro antes de juros e imposto de renda
LB: Lucro Bruto
LL: Lucro Líquido
MB: Margem Bruta
ML: Margem Líquida
MOp: Margem Operacional
NOPAT: Lucro Operacional líquido depois dos impostos
NCG: Necessidade de Capital de Giro
PC: Passivo Circulante
PCO: Passivo Circulante Operacional
PJ: Pessoa Jurídica
PNC: Passivo Não Circulante
PL: Patrimônio Líquido
ROA: Retorno sobre o Ativo Total
RLP: Realizável a Longo Prazo
RPL: Retorno sobre o Patrimônio Líquido
TC: Total do Capital Investido
VEA: Valor Econômico Agregado
VL: Vendas Líquidas
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
CAPÍTULO I - ADVANCED ITEAM SOLUÇÕES E SERVIÇOS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA 17
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA 17
1.1 Missão .................................................................................................19
1.2 Visão....................................................................................................19
1.3 Valores.................................................................................................19
1.4 Estrutura organizacional ......................................................................19
1.5 SAP......................................................................................................20
1.6 Serviços...............................................................................................21
1.6.1 Fábrica de Software.............................................................................21
1.6.2 Fábrica de soluções.............................................................................22
1.6.3 Helpdesk ..............................................................................................23
1.6.4 AMS .....................................................................................................23
1.6.5 Integração ............................................................................................24
1.6.6 Projetos SAP........................................................................................24
1.6.7 SAP Success Factors...........................................................................25
1.7 Clientes................................................................................................25
1.8 Mercado...............................................................................................25
1.9 Expansão dos negócios.......................................................................25
1.10 Objetivos e perspectiva........................................................................26
CAPÍTULO II - ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS 27
1 CONCEITO DE ANÁLISE FINANCEIRA 27
1.2 Usuários da análise financeira.............................................................29
1.3 Estrutura das demonstrações contábeis..............................................31
1.3.1 Balanço Patrimonial .............................................................................31
1.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE .................................32
1.3.3 CPC 26.................................................................................................33
1.4 Técnicas de análise .............................................................................33
1.4.1 Análise Horizontal ................................................................................34
1.4.2 Análise Vertical ....................................................................................34
1.5 Indicadores econômicos ......................................................................35
1.5.1 Índices de Liquidez...............................................................................35
1.5.2 Índices de Endividamento....................................................................37
1.5.2.1 Índice de participação de capital de terceiros......................................38
1.5.2.2 Índice de Endividamento Geral............................................................38
1.5.2.3 Índice de Endividamento a Longo Prazo .............................................39
1.5.2.4 Índice de Endividamento a Curto Prazo...............................................39
1.5.3 Índice de Rentabilidade .......................................................................39
1.5.3.1 Margem Bruta......................................................................................39
1.5.3.2 Margem Operacional ...........................................................................40
1.5.3.3 Margem Líquida...................................................................................40
1.5.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ...................................................40
1.5.3.5 Rentabilidade sobre o ativo total..........................................................41
1.5.3.6 Rentabilidade sobre o investimento.....................................................41
1.6 Capital de Giro.....................................................................................41
1.7 Necessidade de Capital de Giro ..........................................................42
1.7.1 Necessidade de Capital de Giro com base no ciclo financeiro.............42
1.7.2 Necessidade de Capital de Giro com base nos demonstrativos
contábeis ..........................................................................................................42
1.8 Valor econômico agregado (VEA) .......................................................43
1.9 Considerações.....................................................................................44
CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS JUNTAMENTE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
(NCG) E O VALOR ECONÔMICO AGREGADO (VEA) 45
1 INTRODUÇÃO 45
1.1 Demonstrações financeiras .................................................................46
1.2 Análise dos índices..............................................................................47
1.2.1 Liquidez................................................................................................47
1.2.2 Endividamento.....................................................................................49
1.2.3 Rentabilidade.......................................................................................50
1.3 Margem e Giro.....................................................................................52
1.4 Capital de giro......................................................................................52
1.4.1 Necessidade de capital de giro............................................................53
1.5 Valor econômico agregado (VEA) .......................................................54
1.6 Parecer final.........................................................................................54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 56
CONCLUSÃO 57
REFERÊNCIAS 59
APÊNDICES 61
ANEXOS 74
15
INTRODUÇÃO
Para toda situação da existência humana é necessária a busca de
informações precisas para o processo de tomada de decisão. Partindo deste
princípio, as organizações que almejam alcançar sucesso em seus
empreendimentos devem buscar um profundo conhecimento sobre o mercado,
a concorrência, situação econômica, e principalmente conhecer sua própria
condição econômico-financeira. Através deste conhecimento é possível projetar
situações que a empresa possa vivenciar futuramente.
Uma ferramenta de grande utilidade para conhecimento econômico-
financeiro é a análise de balanço. Através de seus indicadores é possível
demonstrar a real situação da empresa, fornecendo dados que, quando bem
verificados, possibilitam grandes retornos financeiros, apresentando suas
deficiências e qualidades.
Além da análise tradicional, é conveniente que as organizações
trabalhem com a análise da necessidade de capital de giro e o valor econômico
agregado. A junção destes índices fornece um conhecimento amplo sobre a
situação da empresa diante do mercado, oferecendo informações para que a
mesma trabalhe na direção correta, possibilitando um crescimento da
organização diante da economia.
Conhecendo a importância desses elementos, estabeleceu-se como
objetivo verificar a importância da análise financeira nas empresas,
especificamente na Advanced Iteam, uma organização do setor de TI, ramo
que vem se destacando ano após ano.
No decorrer da pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento:
a utilização da análise conjunta das demonstrações contábeis direciona para
tomada de decisão mais assertiva?
Em resposta a tal questionamento surgiu à seguinte hipótese: a análise
conjunta das demonstrações contábeis direciona para a tomada de decisão
assertiva, pois contempla a análise de indicadores tradicionais, a necessidade
de capital de giro e a correspondente agregação ou não de valor à empresa.
Para demonstrar, na prática, a veracidade da hipótese, foi realizada uma
pesquisa na empresa Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da
Informação LTDA, durante o período de fevereiro a outubro de 2017.
16
Os métodos e técnicas utilizados na pesquisa de campo estão descritos
no Capítulo III da pesquisa.
O trabalho está estruturado da seguinte maneira:
Capítulo I aborda a evolução histórica da empresa analisada.
Capítulo II através de uma pesquisa bibliográfica descreve os conceitos
das demonstrações contábeis, a análise financeira, seus indicadores,
juntamente com a análise da necessidade de capital de giro e o conceito de
valor econômico agregado.
Capítulo III relata os resultados obtidos através da análise financeira
efetuada na organização, analisando os três últimos anos por meio das três
técnicas, mostrando seus resultados, e a importância destas nos processos de
tomada de decisão.
Por fim, encerra-se com a proposta de intervenção e conclusão.
17
CAPÍTULO I
ADVANCED ITEAM SOLUÇÕES E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO LTDA
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA
A Advanced Iteam é uma empresa prestadora de serviços, atuante no
mercado de TI. Seu objetivo é prestar suporte às empresas do país que
trabalham coma tecnologia SAP, a empresa líder de venda de software
empresarial. A Iteam é uma parceira SAP, que desenvolve, amplia e
personaliza as plataformas tecnológicas, através de soluções inovadoras e que
estejam de acordo com as necessidades dos clientes.
A Iteam foi constituída em 2004, com a união dos sócios: Luiz Henrique
Teixeira, Carlos Eduardo Moraes e Celso Oliveira. O proprietário Luiz Henrique
percorreu algumas empresas antes de decidir investir nesse setor. Iniciou sua
carreira no escritório Lupa, posteriormente na Equipav, Garavelo e por fim na
Basf. No final da década de 90, as empresas começaram a utilizar softwares
comprados, Enterprise Resource Planning, os chamados ERPs, em vez dos
considerados caseiros. Nesse período, a Basf trouxe para a América do Sul, o
SAP. Nessa fase de adequação, o Luiz foi convidado a participar do
treinamento de implementação deste novo software. Com o treinamento
realizado, a vida deste sofre uma mudança grandiosa, mudando radicalmente a
ideia de software de gestão que o mesmo até então possuía.
No ano de 2000, iniciou uma onda de terceirização, onde a Basf, que até
então era seu local de serviço, resolveu terceirizar a área de TI. Nesse
momento, é que ele tem a ideia de investir nessa área, e construir seu próprio
negócio empresarial. Conhecendo então os outros dois sócios, Carlos Eduardo
e Celso, que trabalhavam em uma empresa de consultoria, e nutriam o desejo
de abrir o próprio negócio, os três se uniram e fundaram a Advanced Iteam.
Inicialmente, a empresa foi fundada de forma fiscal em Lins, sendo esta
a matriz, e o escritório em São Caetano do Sul, como filial. Após quatro anos,
mudaram o escritório da cidade de São Caetano para a grande São Paulo, e
18
apenas em 2010, inauguraram fisicamente o escritório em Lins. Atualmente, a
matriz se encontra na Rua Paulo Aparecido Giraldi, 274, no Centro de Lins.
Figura 1 - Escritório da Matriz em Lins
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
Figura 2 - Escritório da Filial em São Paulo
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
19
1.1 Missão
Garantir a excelência dos serviços prestados com rigor técnico através
de uma equipe constituída por profissionais experientes e capacitados,
comprometida com a satisfação dos clientes.
1.2 Visão
Ser uma das empresas líderes do mercado, reunindo talentos humanos
e incrementando continuamente produtividade e qualidade aos serviços
prestados.
1.3 Valores
Foco e compromisso com o cliente, integridade, transparência,
metodologia para melhorar sempre e compromisso social.
1.4 Estrutura organizacional
Os proprietários atuais da empresa são os sócios Raul Hallak, que
ingressou na organização em meados de 2016, e Carlos Eduardo Moraes Luiz.
Celso Oliveira e Luiz Henrique Teixeira, atualmente trabalham como diretores
da mesma, no entanto não mais como sócios.
Cada diretor ficou responsável por uma área dentro da organização,
sendo que a parte administrativo-financeira, recursos humanos, contábil,
jurídico e fiscal ficou sob responsabilidade do sócio Raul Hallak. As partes de
marketing, relacionamento com a SAP e parcerias com outras empresas ficou
sob os cuidados do sócio Carlos Eduardo. E os diretores Luiz Henrique e Celso
Oliveira ficaram responsáveis pela parte de vendas, projetos, fábrica de
software e soluções, tudo voltado à parte de prestação de serviço da empresa.
A empresa atualmente conta com 25 funcionários entre matriz e filial,
além dos prestadores de serviços, pessoas jurídicas (PJs), ou seja,
profissionais autônomos que atendem a Iteam de acordo com a necessidade
da organização. Esses profissionais autônomos são selecionados através do
20
Linkedin, grupos de currículos, ou seja, todas as redes sociais de negócios
aptas para captação de profissionais dessa área de TI.
Figura 3 - Organograma
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
1.5 SAP
A SAP atualmente é líder de mercado no ramo de softwares
empresariais, auxiliando as organizações se desenvolverem e se manterem a
frente da concorrência. Ela é responsável por uma ferramenta eficaz, um
software de gestão que leva o mesmo nome da empresa, cujo principal objetivo
é transformar um sistema usual em um sistema integrado. SAP significa:
Sistemas, Aplicativos e Produtos para processamento de dados.
A empresa fundada em 1972 é de origem alemã, fundada por ex-
funcionários da IBM, que decidiram criar sua própria organização de
desenvolvimento de sistemas, com a intenção de desenvolver um software
para processos de negócios em tempo real.
ITEAM
Luiz
Gestão de
projetos
Fábrica de
Software,
Soluções e
Heklpdesk
Celso
Pré-
Vendas
Time
&Material
-Clientes
Raul
Administrativo
Financeiro
Contábil/Fiscal
RH
Eduardo
MKT/CRM
Relacionamentos
SAP
Success
Factors
21
A visão da organização é auxiliar seus clientes, através de uma
execução simples de sistema que conecte as pessoas e a tecnologia de
maneira perfeita e em tempo real.
A SAP Brasil está entre as mais importantes subsidiárias da empresa em
todo o mundo. Possui cerca de 3.700 clientes. A companhia atua em todo o
território nacional apoiada por uma rede de mais de 200 parceiros de negócios.
Presente há 19 anos no país, a SAP desenvolve soluções para simplificar os
processos das empresas, tornando-as mais eficientes e produtivas.
A empresa cresce continuamente, e atualmente é impulsionada pela
plataforma SAP HANA (ela permite atuação rápida em tempo real). Esta faz
com que a análise de dados rápida seja uma realidade. O SAP HANA é uma
plataforma de computação que permite acelerar processos de negócios,
oferecer mais inteligência de negócios e simplificar o ambiente de TI.
Toda a inovação da empresa e suas estratégias fazem desta uma
organização líder em redes de computação em nuvem e negócios de comércio
eletrônico.
1.6 Serviços
O escritório em Lins trabalha com a parte de fábrica de Software e
Fábrica de Soluções e a parte administrativa. E na filial em São Paulo,
encontram-se os departamentos comercial, administrativo e de coordenação
geral.
1.6.1 Fábrica de Software
A Fábrica de Software garante ao cliente padronização de códigos e
processos, assegurando qualidade nos serviços prestados. É garantida
adaptação aos padrões dos clientes, determinadas regras para aprovação de
programas, documentos de especificação e seus devidos testes. Os clientes
sempre são informados pelo gerente da fábrica qual a evolução do trabalho
desempenhado. Com isso, há maior controle e administração das prioridades,
flexibilidade quanto ao dimensionamento da equipe de acordo com a
necessidade do projeto e um custo mais baixo com equipe e infraestrutura.
22
Figura 4 - Principais clientes da fábrica de software
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
1.6.2 Fábrica de soluções
É um serviço de TI que busca a análise de processos, desenvolvimento
de softwares e testes, atendendo pequenas e médias melhorias, ou novos
desenvolvimentos em modelo de outsourcing, que traduzindo seria o mesmo
que terceirização, com custo inferior e alta qualidade. O conceito de Fábrica de
Soluções está baseado na ideia de ter uma linha de produção de sistemas a
partir de requisitos levantados e especificados por um cliente da fábrica. Este
processo é totalmente direcionado às necessidades do cliente, de acordo com
um escopo, cronogramas e padrões pré-estabelecidos de qualidade e de
projeto.
A fábrica possibilita que cada integrante do projeto de software tenha
uma visão geral do processo de desenvolvimento e se especialize em sua
área, buscando a solução correta conforme a necessidade especificada e
entendimento do cliente. A Iteam lida com a fábrica de soluções fundamentado
no ambiente de desenvolvimento de software da plataforma SAP ERP, SUP,
NW e BW.
A figura 5 indica alguns dos clientes da fábrica de soluções, como
Bombril, Raízen, entre outros.
23
Figura 5 - Clientes da fábrica de soluções
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
1.6.3 Helpdesk
Helpdeské um termo em inglês que retrata serviço de atendimento ao
cliente que visa encontrar soluções e esclarecimentos sobre determinados
problemas técnicos. A Iteam possui uma equipe especializada nesse tipo de
atendimento a fim de promover redução no tempo de chamados, custos
operacionais e solução de problemas mais rapidamente através de acesso
remoto.
Figura 6 - Clientes do Helpdesk
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
1.6.4 AMS
O serviço de AMS, que em inglês é definido como Aplication
24
Management Service, ou seja, serviço de gerenciamento de aplicações, é um
tipo de serviço prestado pela empresa que visa identificar e corrigir erros em
ambientes produtivos, com certa agilidade e eficiência.Dentro do processo de
atendimento e diretamente ligado ao serviço encontra-se à fábrica de soluções.
Figura 7 - Clientes de AMS
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
1.6.5 Integração
A Iteam tem vasta experiência na integração do SAP R/3 com outras
aplicações, outros ambientes e outras tecnologias.A equipe da organização é
especialista em utilizar e desenvolver soluções de comunicação e utilização do
SAP PI, NET Connector, Bussiness Connector, Java Connector e Biztalk,
fazendo com que o SAP ECC e as aplicações desenvolvidas em outras
linguagens sejam integradas de forma segura como se fosse um único
ambiente.
1.6.6 Projetos SAP
A Iteam possui vasta experiência em projetos de implementação de
soluções SAP e seus componentes individuais, componentes muitas vezes
implementados em ondas seguintes a implementação do ERP. Muitas
organizações contratam a empresa para projetos denominados fechados, ou
seja, a Iteam trabalha em qualquer dificuldade que o cliente possuir com o
sistema.
25
1.6.7 SAP Success Factors
O Success Factors é um software de recursos humanos, que possui
soluções para todos os principais processos de áreas de recrutamento, gestão
de desempenho, gestão de metas, compensação, aprendizagem, planejamento
de sucessão e desenvolvimento. O software auxilia os executivos de recursos
humanos a melhorar o engajamento dos funcionários e os resultados do
negócio para atrair, desenvolver e reter o talento certo, além de ajudar a
simplificar a gestão de talentos para que os profissionais de RH possam
facilmente medir e comunicar claramente os resultados de talento e impacto
nos negócios.
1.7 Clientes
Os principais clientes da Iteam atualmente são: Alpargatas, Basf,
Bombril, Brasil Kirin, Dori, CBA, Eldorado, Fibria, JSL, Lanxess, Raízen, Solvi,
Viarondon, Votorantim Cimentos, Votorantim Metais, Votorantim Industrial,
entre outros.
1.8 Mercado
O mercado de TI atualmente é muito vasto, com várias vertentes como
infraestrutura, software, jogos digitais, entre outros. Nesse momento econômico
dentro da área de TI, o setor mais aquecido é o de jogos, e dentro do ramo
empresarial isso vem se destacando como uma possibilidade, onde essa área
de jogos ingressará para as organizações. A Iteam atua especificamente na
área de software de gestão, mas não descarta mudanças devido às alterações
no próprio SAP, que com o passar do tempo alterou suas formas de atuação.
Atualmente, o SAP está em sua quarta fase de software, chamado de
4SAP HANA.As fases do SAP foram o R/1, R2, R/3 e agora o HANA.
1.9 Expansão dos negócios
O primeiro ponto de expansão da empresa foi com a entrada do sócio
26
Raul Hallak, que já atuante nessa área de TI, ingressou com o intuito de
alavancar os serviços prestados pela empresa para mais clientes e parceiros
de negócios.
A Iteam tem planos para venda de licenças SAP, o que até então não
ocorre, pois a empresa apenas trabalha com a parte de atendimento e suporte
as necessidades dos clientes que já possuem o sistema do SAP. A
organização planeja a partir de 2018 investir além do SAP, passando assim a
trabalhar com plataformas como JAVA, entre outros. Essa ideia surgiu devido a
pedidos de alguns clientes que além do SAP trabalham com outras plataformas
digitais.
1.10 Objetivos e perspectiva
Hoje, a empresa conta como um de seus principais objetivos, ser uma
das melhores empresas nessa área SAP e ser reconhecida como tal. Além
disso, como toda organização, faturar cada dia mais e estar sempre à frente,
conhecendo todas as novidades do mercado tecnológico e principalmente
atender seus clientes de uma forma cada vez melhor e mais produtiva.
Outro objetivo da empresa é investir mais na área de marketing, para
consequentemente alavancar mais clientes. Atualmente, a empresa não possui
um setor específico para isso, mas está pensando seriamente nessa parte para
que a empresa seja mais reconhecida no mercado e assim mais serviços
sejam vendidos pela Iteam.
27
CAPÍTULO II
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1 CONCEITO DE ANÁLISE FINANCEIRA
Conforme Iudícibus (2008), a necessidade da análise das
demonstrações contábeis é bem antiga, provavelmente desde os primórdios da
contabilidade já existia uma preocupação em anotar as suas variações, sejam
de ordem quantitativa quanto qualitativa.
O autor ainda relata que recentemente, a importância de se analisar
balanços é notada com mais ênfase, principalmente em relação aos
banqueiros, que antes de concederem empréstimos, analisam a relação entre
os valores a receber e os a pagar das empresas. Em relação aos investidores,
eles avaliam os resultados financeiros das organizações, antes de investirem
em compra de ações. Lógico que estes utilizam mais ferramentas para suas
análises, mas nada é feito antes de um bom estudo sobre os resultados dos
balanços das mesmas.
Franco (1992) afirma que, análise de balanço, é uma forma de analisar
de forma detalhada o patrimônio de determinada empresa e suas variações. O
próprio autor confirma que “analisar uma demonstração é decompô-la nas
partes que a formam para melhor interpretação de seus componentes”.
(FRANCO, 1992, p.93)
Para Tófoli (2012), a análise de balanços é realizada com os dados do
balanço patrimonial juntamente com a demonstração de resultados do
exercício, sendo que através dos resultados gerados, é possível conhecer a
empresa de forma mais detalhada.
Para Silva (2008), a análise financeira, consiste num exame detalhado
dos dados financeiros que a empresa apresenta, como também das condições
exógenas e endógenas que afetam a empresa. As exógenas são os fatores de
ordem política e econômica, a concorrência, entre outros. Podem-se citar como
endógenas, a estrutura organizacional, a capacidade da gerência e o nível
tecnológico da organização.
28
Percebe-se que todo o processo de análise financeira, vai além dos
dados contábeis apresentados, é imprescindível como afirma Silva (2008),
buscar explicações, que vão além dos dados contábeis, é preciso conhecer o
mercado, a demanda, a economia local, nacional ou internacional, dependendo
do porte da organização, entre outros fatores que influenciam nos resultados.
Iudícibus (2008) define análise de balanços como uma arte, pois apesar
de existirem muitos cálculos já formalizados, não existe uma única maneira
eficaz comprovada para relacionar os índices e obter um resultado preciso.
Poderiam ser obtidas variadas conclusões por diversos analistas, mesmo
utilizando as mesmas informações. No entanto, é provável, que dois analistas
que tenham muito conhecimento sobre o ramo de atividade da organização,
cheguem a conclusões bem parecidas, mas nunca idênticas, sobre a situação
da empresa, mas sempre apontando tendências diferentes.
Para Franco (1992) somente analisar não é o bastante, é preciso correta
interpretação dos dados disponibilizados pela análise. Sabe-se que a
interpretação, decorre da comparação entre os elementos do conjunto
avaliados. Ainda segundo o autor, a análise e sua devida interpretação, além
de apresentarem a situação da empresa naquele momento, pode também
determinar a potencialidade e as perspectivas futuras da organização.
Segundo Matarazzo (2010), a análise permite que se extraiam
informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisões.
O acompanhamento das tendências e do desempenho financeiro e
de rentabilidade da concorrência é essencial para nossa empresa
‘situar-se’ no mercado, saber em que ponto da curva se encontra e, o
fundamental, decidir se está satisfeita com a posição ocupada ou se
pretende desempenho mais ambicioso. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 04)
De acordo com Assaf Neto (2007), a análise de balanço, pretende expor,
de acordo com as demonstrações contábeis da organização, a sua devida
posição tanto econômica quanto financeira, as causas que determinaram sua
evolução ou não, e suas tendências futuras. Ou seja, são extraídas
informações sobre a posição passada, presente e futura da empresa. Não
existe uma forma criteriosa de como se fazer análise, a maneira com que os
indicadores serão avaliados vai depender de quem a faz. É importante a união
de experiência, conhecimento e intuição do analista em questão.
29
A contabilidade é a linguagem dos negócios e as demonstrações
contábeis são os canais de comunicação que nos fornecem dados e
informações para diagnosticarmos o desempenho e a saúde
financeira da empresa. Uma análise desenvolvida com base em
dados contábeis confiáveis reduz o grau de incerteza decorrente da
ausência de referenciais quantitativos.Nossas percepções subjetivas
baseadas apenas em nossa intuição, experiência, desconfiança ou
capacidade de adivinhação não são suficientes para orientar decisões
que envolvam expectativas de risco e de retorno. Adicionalmente,
sabemos que a análise financeira ultrapassa a fronteira das
demonstrações contábeis. Nesse sentido, necessitamos de uma
visão completa dos negócios. (SILVA, 2008, p.4)
Através de uma visão completa da real situação de determinada
organização, é possível identificar os pontos assertivos, mas também as falhas
que a organização apresenta, possibilitando uma melhor orientação para o
processo de tomada de decisão.
Para Padoveze (2006), a finalidade da análise financeira é identificar os
pontos fortes e fracos da companhia no sentido operacional e financeiro, com a
intenção de sugerir mudanças quando necessário. O autor destaca que,
análise quando feita de forma estática, ou seja, de apenas um período, pouco
valor trará para a área gerencial da mesma. É importante que a análise seja um
instrumento que permita comparações entre períodos ou setores por exemplo.
Assaf Neto (2007) destaca alguns pontos de extrema importância dentro
de uma análise financeira de balanços. Ele afirma que o primeiro passo é
analisar a empresa e o mercado, pois toda análise torna-se mais consistente
quando seus dados são interpretados dentro do seu setor de atividade. E em
relação ao mercado, é preciso avaliar os potenciais atuais e futuros do
mercado consumidor, a concorrência, os fornecedores e a política de preços do
setor.
1.2 Usuários da análise financeira
Conforme Padoveze e Benedicto (2007), as informações obtidas através
da análise financeira podem atender diversos objetivos e interesses de seus
envolvidos. Em todo este processo, cada usuário procura detalhes específicos
para suas necessidades.
Os principais interessados nas análises de balanços são: fornecedores,
empresas clientes, intermediários financeiros, acionistas, concorrentes,
30
governo e os próprios administradores.
Em relação a cada um desses, Assaf Neto (2007), aborda sobre quais
são os principais interesses de cada grupo. Em relação aos fornecedores,
sabe-se que a principal preocupação desses é em relação à capacidade de
pagamento da empresa, ou seja, sua liquidez e também o nível de
endividamento.
A importância da análise para as empresas clientes, diz respeito à
relevância que existe em se conhecer a capacidade de tal empresa fornecer os
produtos suficientes e no tempo adequado para tal consumidor. Nesse ponto, é
importante o conhecimento acerca dos níveis de investimento da empresa,
suas condições econômicas e financeiras a curto e longo prazo, sua
capacidade física para produção, entre outros aspectos.
Considerados uns dos principais usuários da análise de balanços, os
intermediários financeiros, são basicamente os bancos comerciais e os de
investimento. Para esses, o que interessa é conhecer sobre o grau de
endividamento, solvência, rentabilidade e a relação com o curto e longo prazo
que a empresa trabalha.
Os acionistas buscam informações capazes de identificar o retorno de
seus investimentos na organização, ou seja, a capacidade de gerar lucros e
reembolsá-los.
Em relação aos concorrentes, é interessante conhecer as empresas que
lutam diariamente no mesmo ramo que a organização em questão. Estudar a
rentabilidade, liquidez, crescimento de vendas, auxiliam no crescimento das
empresas.
O governo também é tido como um dos principais interessados, poisem
casos de concorrência pública, uma análise bem avaliada desempenha papel
importante para selecionar as melhores empresas, de forma a facilitar as
escolhas do governo.
E por fim, os próprios administradores têm interesse em conhecer os
resultados de sua empresa de forma mais clara e detalhada. Através dessas
análises, há uma facilidade em se acompanhar os resultados e auxiliar nas
tomadas de decisões.
Iudícibus (2008) afirma que, se uma boa análise de balanços é
importante para banqueiros e investidores, para as gerências é ainda mais. O
31
que os diferencia é o enfoque dos detalhes de cada análise. Através delas,
pode-se construir uma série de indicadores financeiros e avaliar o progresso ou
declínio em espaços de tempos menores.
A análise das demonstrações contábeis é essencial para os usuários
do sistema de informações atenderem seus interesses específicos
tais como saber através dos relatórios contábeis se a empresa
analisada tem condições de ser financiada e por quanto tempo; se
esses usuários são os seus credores; se vale a pena comprar ações
da empresa ou investir na empresa; se o usuário é o investidor; se o
desempenho da direção e da gerência da empresa é satisfatório e os
resultados são favoráveis; se o usuário é o acionista controlador;
enfim, como anda a saúde econômica e financeira da empresa,
utilizando-se do processo de análise. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009, p.
239)
1.3 Estrutura das demonstrações contábeis
As demonstrações financeiras mais relevantes de qualquer tipo de
empresa são: Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do
exercício (DRE).
1.3.1 Balanço Patrimonial
Para Ribeiro (2013), o Balanço Patrimonial é a demonstração financeira
que apresenta de forma resumida, o patrimônio da organização de forma
quantitativa e qualitativa. Complementando, Iudícibus (2008), afirma que o
balanço reflete a posição do patrimônio da empresa em determinado momento,
geralmente no fim do ano ou de um período já estabelecido. Begalli e Perez
Junior (2009) afirmam que, o objetivo básico do balanço patrimonial é
apresentar o patrimônio da organização.
O balanço é formado pelo Ativo e pelo Passivo mais o Patrimônio
Líquido, em que obedecem a uma equação, onde o ativo total é igual à soma
do passivo com o Patrimônio Líquido.
Para Iudícibus (2008), o ativo são todos os bens e direitos da empresa,
avaliados em dinheiro e representantes de benefícios presentes ou futuros para
a mesma. Assaf Neto (2007) complementa ao afirmar que esses componentes,
dividem-se em ativos circulantes, quando apresentarem alta rotação, como, por
exemplo, os valores em caixa. O ativo não circulante, é composto pelo ativo
32
realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
Em relação ao passivo, Ribeiro (2013), afirma que este grupo representa
a origem dos recursos que foram aplicados no ativo. Iudícibus (2008) simplifica,
ao indicar que o passivo representa toda obrigação da empresa com terceiros,
como contas a pagar, fornecedores, impostos a pagar, financiamento, entre
outros.
Juntamente com o passivo, encontra-se o Patrimônio Líquido, que
representa os recursos próprios da empresa. Iudícibus (2008) acrescenta que
este representa os investimentos dos proprietários mais o lucro acumulado no
decorrer dos anos, que não são distribuídos. É composto pelo capital, reservas
de capital e o lucro ou prejuízo acumulado.
1.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Em relação à DRE, demonstração do resultado do exercício, Assaf Neto
(2007), afirma que esta visa fornecer, de forma prática, os resultados da
empresa, sejam eles lucros ou prejuízos, que foram obtidos pela empresa em
certo período, os quais são transferidos para o patrimônio líquido.
Para Tófoli (2012), a DRE é composta pelas receitas e despesas
incorridas no exercício social, que são ordenadas de forma harmoniosa.
Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício
Receitas Brutas de Vendas ou Serviços
(-) Deduções da Receita Bruta
(-) Impostos sobre vendas
(+) Receitas Líquidas
(-) Custo da Mercadoria Vendida ou Custo do Serviço Prestado
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Outras despesas
(+) Outras receitas
(=) Resultado antes das despesas e receitas financeiras
(+-) Despesas Financeiras Líquidas (deduzidas as Receitas Financeiras)
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social
(=) Resultado Líquido das operações continuadas
(-) Resultado líquido das operações descontinuadas
(=) Lucro Líquido do Período
Fonte: Tófoli, 2012, p. 30
33
De acordo com Padoveze e Benedicto (2007), o Balanço Patrimonial e a
DRE são os principais demonstrativos para análise financeira, mas existem
outros relatórios que os complementam, sendo eles os inventários,
demonstração de mutações do patrimônio líquido, demonstração do fluxo de
caixa, notas explicativas, parecer dos auditores, entre outros.
1.3.3 CPC 26
Conforme o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC) 26, as
demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição
patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que
seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de
decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam
apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e
sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram
confiados.
As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a
posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da
entidade. Para apresentação adequada, é necessária a representação
confiável dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo
com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas
e despesas como estabelecidos na estrutura conceitual para a elaboração e
apresentação das demonstrações contábeis.
1.4 Técnicas de análise
As principais técnicas de análise de balanços conforme Assaf Neto
(2007) são:
a) Análise Horizontal: identifica a evolução dos elementos patrimoniais
e de resultado ao longo de certo tempo.
b) Análise Vertical: de igual modo ao da análise horizontal, verifica as
tendências da organização. A diferença está na situação que a
34
análise vertical estuda a participação relativa de cada elemento.
c) Indicadores econômico-financeiros: relacionam elementos em
comum das demonstrações contábeis, de maneira a extrair
informações mais claras e precisas sobre a situação da organização.
Existem diversos índices classificados nos grupos de liquidez,
rentabilidade e endividamento.
1.4.1 Análise Horizontal
Destacando a visão de Tófoli (2012), em relação à análise horizontal, ele
aborda que é feita a partir de um conjunto de resultados consecutivos. A
fórmula é a seguinte: Ano base está para 100%, assim como o analisado está
para X% , menos 100%, ou ano anterior está para 100%, assim como o ano
analisado está para X%, menos 100%.
“O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução
histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis”.
(SILVA, 2008, p. 210)
Para Marion (2012), quando se compara os indicadores de vários
períodos, é avaliada a tendência desses índices, e é definido como análise
horizontal. Padoveze e Benedicto (2007) definem como avaliação do aumento
ou diminuição dos valores indicados nas demonstrações contábeis, mediante
confrontação.
A análise horizontal enfatiza as modificações ou evoluções em cada
conta das demonstrações financeiras em relação a uma
demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim de
caracterizar tendências. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009, p. 247)
1.4.2 Análise Vertical
Em relação à análise vertical, Tófoli (2012) afirma que é um estudo
sobre as alterações dos principais conjuntos de contas, ao longo de um
período. Ao se analisar dessa maneira, observam-se indicadores que facilitam
a avaliação estrutural do Ativo e Passivo. Resumindo, o ativo total ou passivo
total está para 100% e a conta analisada está para X%.
35
“O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a participação relativa
de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado
referencial”. (SILVA, 2008, p. 204)
Essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para
projeção de uma demonstração de resultados. Porém, essa projeção
apresenta algumas limitações, principalmente porque não leva em
conta as mudanças no processo tecnológico e/ou nos custos dos
insumos e/ou nos preços de venda. Qualquer projeção baseada em
dados históricos requer muito cuidado. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009,
p. 244)
Padoveze e Benedicto (2007) afirmam que para o balanço patrimonial,
usa-se como 100% o total do ativo e do passivo e para a DRE como100% a
receita operacional líquida.
1.5 Indicadores econômicos
Em relação aos indicadores econômicos - financeiros, existe uma
parcela grande de índices que fazem parte da análise de balanços e possuem
a função de auxiliar o crescimento das organizações com as informações
provenientes. Padoveze (2006) afirma que estes são elementos
representativos da análise do balanço. São cálculos realizados através das
informações do Balanço Patrimonial e DRE, em busca de valores que deixem
claro a situação financeira, patrimonial e rentável da organização.
O objetivo é mostrar a situação da empresa e fornecer uma ideia sobre o
que pode acontecer futuramente com a mesma.
1.5.1 Índices de Liquidez
Os índices de liquidez servem para avaliar a capacidade de pagamento
da organização. Para Tófoli (2012), quanto maior o resultado dos índices,
melhor, pois assim maior apresenta sua folga financeira. Iudícibus (2008)
salienta que, a análise da liquidez e rentabilidade se complementam, pois o
índice de rentabilidade influencia o de liquidez.
“Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma
empresa frente a seus diversos compromissos financeiros”. (ASSAF NETO,
36
2007, p. 189)
“No geral, a liquidez decorre da capacidade de a empresa ser lucrativa,
da administração de seu ciclo financeiro e de suas decisões estratégicas de
investimento e financiamento”. (SILVA, 2008, p. 283)
1.5.1.1 Liquidez Geral
Conforme Tófoli (2012), esse índice indica a saúde financeira da
organização em longo prazo. Para Silva (2008) indica o quanto à empresa
possui de recursos a curto e longo prazo para fazer face às suas dívidas totais.
ILG = (AC + RLP) / (PC + PNC) x 100
Para Silva (2008), a interpretação do índice de liquidez geral, é do tipo
quanto maior, melhor. Marion (2012) afirma que como os demais índices, o ILG
não deve ser estudado de forma isolada, pois talvez em determinado momento,
a empresa adquira um determinado financiamento e o invista totalmente em
seu ativo permanente, sendo assim haverá uma redução do índice, pois
aumentará seu exigível a longo prazo, mas não aumentará o AC e o RLP. No
entanto, após um momento, seu permanente irá gerar receita, aumentando seu
AC e assim consequentemente melhorará sua capacidade de pagamento.
1.5.1.2 Índice de liquidez corrente
Conforme Tófoli (2012), esse índice mostra a relação direta entre bens e
direitos de curto prazo e as obrigações de curto prazo.
Assaf Neto (2007) afirma que, a liquidez corrente representa quanto
existe de ativo circulante para cada R$1,00 de dívida a curto prazo.
ILC = AC / PC x 100
Se o ILC for superior a 1 (> 100%) indica a existência de capital de
giro líquido positivo; se igual a 1, inexistência de CGL e se inferior a 1
(<100%) a existência de capital de giro líquido negativo. Em princípio,
quanto maior, melhor. (TÓFOLI, 2012, p. 67)
37
1.5.1.3 Índice de liquidez seca
Tófoli (2012) afirma que, esse índice mede a capacidade da organização
pagar seus compromissos de curto prazo, sem levar em conta a venda de
estoques e os valores destinados para despesas antecipadas. Essa exclusão
do estoque se deve ao fato de que na maioria das vezes, para transformar o
estoque em dinheiro, é um processo mais demorado. E em relação às
despesas antecipadas, é uma conta excluída, pois esses valores não se
converterão em numerários.
O índice de liquidez seca indica quanto a empresa possui em
disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações
financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras a curto prazo
e duplicatas a receber, para fazer face a seu passivo circulante.
(SILVA, 2008, p. 289)
ILS = AC – Estoques - Despesas Antecipadas / PC x 100
1.5.1.4 Índice de liquidez imediata
Marion (2012), afirma que o índice de liquidez imediata está relacionado
à capacidade da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo com o
disponível no momento. Tófoli (2012) complementa ao afirmar que, este
representa quanto das dívidas de curto prazo podem ser quitadas
imediatamente.
ILI = Disponível / PC x 100
Geralmente é um índice baixo, pois as organizações não se interessam
tanto em manter valores em caixa.
1.5.2 Índices de Endividamento
Os índices de endividamento são considerados também como índices de
estrutura de capital. Silva (2008), afirma que a estrutura de capital de uma
organização abrange a procedência de seus financiamentos. Todos os fundos
38
aplicados em ativos são decorrentes dos proprietários da organização ou de
terceiros. Iudícibus (2008) complementa afirmando que esses índices retratam
a posição do capital próprio da empresa em relação ao capital de terceiros, ou
seja, denotam o índice de endividamento da empresa.
Conforme Marion (2012), os indicadores de endividamento informam se
a empresa utiliza mais recursos de terceiros ou próprios. Através dos índices, é
possível obter informações se os recursos de terceiros tem seu vencimento a
longo ou curto prazo.
1.5.2.1 Índice de participação de capital de terceiros
Esse índice, conforme Tófoli (2012) representa quanto à empresa usou
de capital de terceiro para cada unidade do capital próprio. É um índice que
quanto menor, melhor. Conforme Iudícibus (2008), o índice representa qual a
porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros
IPCT = Capital de terceiros/ Patrimônio Líquido x 100 ou
IPCT = Exigível total/ Patrimônio Líquido x 100
.
Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação dos
capitais de terceiros com o patrimônio líquido, menor a liberdade de
decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses
terceiros. Do ponto de vista da obtenção do lucro, pode ser vantajoso
para a empresa trabalhar com capitais de terceiros se a remuneração
paga a esses recursos for menos que o lucro conseguido com sua
aplicação no negócio. (TÓFOLI, 2012, p. 63)
1.5.2.2 Índice de Endividamento Geral
O enfoque do índice de endividamento geral é avaliar se a empresa está
operando com dívidas de terceiros em excesso, e o risco do negócio. Para
Tófoli (2012) indica a dependência dos recursos de terceiros para
financiamento do ativo.
Para Padoveze e Benedicto (2007), esse índice verifica qual a
possibilidade de no futuro, caso a organização interrompa suas operações,
desta garantir todas as suas dívidas com os próprios recursos.
39
IEG = (Passivo Circulante + Passivo não circulante) / Ativo Total x100
1.5.2.3 Índice de Endividamento a Longo Prazo
Esse índice tem como objetivo, avaliar se suas dívidas a longo prazo
não são excessivas.
ELP = Passivo exigível a longo prazo / Ativo Total x 100
1.5.2.4 Índice de Endividamento a Curto Prazo
Conforme Tófoli (2012), esse índice mostra a dependência de recursos
de terceiros de curto prazo para financiar o ativo da organização. Quanto
menor, melhor.
Ele avalia a quantidade de dívidas a curto prazo que a empresa está
tomando para si, pois apesar de geralmente serem menos onerosas, devem
ser pagas a curto prazo, o que se torna na maioria das vezes, um
inconveniente para a organização.
IECP = Passivo Circulante / Ativo Total x 100
1.5.3 Índice de Rentabilidade
Os índices de rentabilidade demonstram o que os investimentos
realizados pela empresa, renderam. Segundo Matarazzo (2003), os índices de
rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos. Conforme
Tófoli (2012) lembra, toda empresa tem como um de seus objetivos, aumentar
o valor atual da riqueza de seus sócios, portanto, faz se necessário existir
rentabilidade.
“É uma avaliação econômica do desempenho da empresa,
dimensionando o retorno sobre os investimentos realizados e a lucratividade
apresentada pelas vendas”. (ASSAF NETO, 2007, p. 59)
1.5.3.1 Margem Bruta
40
Conforme Tófoli (2012) representa qual o percentual de lucro bruto em
comparação às vendas líquidas. Begalli e Perez Junior (2009) complementam
afirmando, que a margem bruta é a diferença entre a receita líquida de vendas
e o custo das vendas.
MB = LB/ VL x 100
1.5.3.2 Margem Operacional
De acordo com Tófoli (2012), indica qual a porcentagem de lucro antes
das despesas financeiras e impostos sobre as vendas líquidas, ou como
afirmam Begalli e Perez Junior (2009), é o percentual que o lucro operacional
corresponde das vendas líquidas.
MOp = LAJIR/ VL x 100
1.5.3.3 Margem Líquida
Segundo Tófoli (2012) é a representação do lucro líquido sobre as
vendas líquidas em determinado período. Begalli e Perez Junior (2009)
descrevem que esse índice indica a capacidade da organização gerar lucro
comparando à receita líquida de vendas. Tradicionalmente é o índice mais
utilizado e de maior interesse dos proprietários.
ML = LL / VL x 100
1.5.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Conforme Tófoli (2012) indica o retorno dos recursos aplicados na
organização pelos seus acionistas, ou seja, o percentual de lucro adquiridos
pelos sócios. De uma forma mais clara, representa o rendimento de cada real
investido na empresa.
RPL = LL / PL x 100
41
1.5.3.5 Rentabilidade sobre o ativo total
Tófoli (2012) afirma que, esse índice representa o retorno obtido pelas
atividades realizadas pela empresa em seus ativos. Conforme Begalli e Perez
Junior (2009) quanto maior esse índice, melhor. Ele indica o rendimento de
cada real investido na organização.
ROA = LL/ Ativo Total
1.5.3.6 Rentabilidade sobre o investimento
De acordo com Tófoli (2012), este indicador é referente ao retorno sobre
os recursos levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. O
investimento corresponde aos recursos onerosos, ou seja, empréstimos e
financiamentos, mais os recursos próprios da empresa.
ROI = LADJIR / Investimento
LADJIR = Lucro antes dos juros e depois do imposto de renda e contribuição
social.
1.6 Capital de Giro
Para Tófoli (2012), administrar o capital de giro é gerenciar as contas do
ativo e passivo circulante e suas inter-relações. Ou seja, é a forma de buscar o
equilíbrio entre rentabilidade e liquidez, sendo que rentabilidade é o resultado
obtido pelo capital investido, e a liquidez é a capacidade da organização de
saldar seus compromissos de curto prazo através de seus ativos circulantes.
Existem alguns fatores que influenciam a definição do volume de capital
de giro a ser preservado numa empresa, sendo eles: volume de vendas no
período; sazonalidade do negócio; economia; tecnologia e políticas de negócio.
Normalmente, o capital de giro é representado pelos valores do ativo
circulante (disponível, valores a receber e estoques). São os valores
que compõem o ativo circulante operacional que permitem o
funcionamento normal da empresa. (TÓFOLI, 2012, p.173)
42
Assaf Neto (2007) afirma que, o capital de giro é o fundamento básico do
equilíbrio financeiro de uma organização. O autor ressalta que o capital de giro
é dinâmico, exigindo modelos eficientes de avaliação financeira.
1.7 Necessidade de Capital de Giro
Para Tófoli (2012), a necessidade de capital de giro é a quantia de
recursos que a organização necessita para financiar suas operações, ou seja, o
quanto necessita para saldar seus compromissos na data correta e no valor
total, dispondo de um excedente para sua segurança. Estas necessidades,
geralmente são cobertas pelo patrimônio líquido e passivo não circulante. Pode
ser feito de duas formas a estimativa da necessidade de capital de giro, sendo
através do ciclo financeiro ou através dos demonstrativos contábeis.
1.7.1 Necessidade de Capital de Giro com base no ciclo financeiro
Segundo Tófoli (2012), este método também conhecido como
necessidade de capital de giro com base no ciclo de caixa, representa o
mínimo de capital de giro que uma organização necessita a um determinado
volume de vendas. Sua fórmula é a seguinte: NCG = Ciclo de caixa x vendas
diárias. O melhor é que este capital de giro mínimo seja proveniente de fontes
de financiamento de longo prazo.
O Ciclo de Caixa conforme Tófoli (2012) é o tempo entre o pagamento
de seus fornecedores e o momento de recebimento de seus clientes. É o
intervalo de tempo em que a organização financia suas atividades sem a
participação dos fornecedores. Quanto maior, pior, pois indica que existem
recursos próprios e de terceiros sendo aplicados nas operações, o que provoca
custos financeiros e afeta a rentabilidade da organização.
1.7.2 Necessidade de Capital de Giro com base nos demonstrativos contábeis
Conforme Tófoli (2012), para cálculo do capital de giro bruto (AC) e
capital de giro líquido (AC-PC) é importante salientar que tanto o AC como PC
possuem algumas contas que são categorizadas como transitórias. Portanto,
43
para uma análise de capital de giro correta, é necessária a reclassificação do
Balanço Patrimonial.
A fórmula para cálculo da necessidade de capital de giro é:
NCG = Ativo circulante operacional – Passivo circulante operacional
(ACO – PCO).
Essa fórmula representa os valores que a própria organização financia
menos o que foi financiado por capital de terceiro de curto prazo.
Conforme Matarazzo (2010), quando o ativo circulante operacional é
maior que o passivo circulante operacional, sendo esta a situação mais comum
das empresas, representa que existe uma necessidade de capital de giro para
qual a empresa deve encontrar fontes propícias de financiamento. Quando o
ACO é igual ao PCO, a empresa não tem necessidade de financiamento para o
giro e por fim quando o ACO é menor que o PCO, representa que a
organização possui mais financiamentos do que investimentos.
Tófoli (2012) destaca alguns elementos que afetam a necessidade de
capital de giro. A NCG aumenta quando (TÓFOLI, 2012, p. 183-184):
a) as vendas aumentam;
b) são concedidos maiores prazos aos clientes;
c) quando os estoques aumentam;
d) quando o prazo dos fornecedores diminui;
e) pagamento de fornecedores;
f) inadimplência;
A NCG diminui quando:
a) as vendas diminuem;
b) são concedidos menores prazos aos clientes;
c) quando os estoques diminuem e
d) quando os prazos dos fornecedores aumentam.
Vale ressaltar que a necessidade do capital de giro é dinâmica. Varia de
acordo com as novas situações apresentadas nas vendas, por exemplo.
1.8 Valor econômico agregado (VEA)
Conforme Silva (2008), o VEA trouxe sua contribuição para a análise
44
financeira, pois considera o custo de oportunidade do capital próprio. Iudícibus
(2008) afirma que o conceito do VEA, é que toda organização além do lucro
operacional, deve possuir lucro suficiente para pelo menos remunerar seus
acionistas, pois uma empresa que não consegue nem remunerar seus
investidores é uma organização que fatalmente destrói valor.
Como o objetivo enunciado de qualquer empresa é promover, em
suas decisões financeiras, um retorno que remunere as expectativas
de rendimentos de seus proprietários de capital, a comparação do
ROI com o custo total de capital (CMPC) permite identificar se a
empresa está agregando ou destruindo valor econômico. (ASSAF
NETO, 2007, p. 269)
VEA = NOPAT – (C% x TC)
NOPAT = Lucro operacional líquido depois dos impostos
C% = Percentual do custo do capital investido
TC = Total do capital investido
Conforme afirma Hoji (2017), o VEA indica a verdadeira lucratividade
das atividades organizacionais, pois evidencia o valor adicionado ao patrimônio
líquido em determinado período.
Assaf Neto (2008) indica que, a principal finalidade do VEA é indicar se a
companhia está conseguindo gerar um retorno que atinja as expectativas de
ganhos de seus proprietários. Quanto mais alto, maior é a riqueza gerada pela
empresa no período, consequentemente, seu preço de mercado é valorizado.
1.9 Considerações
A análise financeira tradicional juntamente com a análise da
necessidade de capital de giro e do VEA propiciam um conhecimento mais
profundo sobre a real situação da organização. Cada um desses estudos
permite um conhecimento mais adequado e real da empresa analisada. A
junção desses três conhecimentos pode ser considerada como uma arte, pois
fornecem dados pertinentes e importantes para qualquer pessoa interessada
em determinada organização.
45
CAPÍTULO III
ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
JUNTAMENTE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) E O
VALOR ECONÔMICO AGREGADO (VEA)
1 INTRODUÇÃO
Atualmente é de grande relevância que as organizações tenham controle
sobre a situação da organização frente ao mercado. A análise financeira é uma
forma de controle muito apropriada, pois vai além de simples números, fornece
informações dos índices extraídos.
Com a finalidade de averiguar a importância da análise financeira
tradicional, juntamente com a NCG e o VEA nas organizações, foi realizada
uma pesquisa de campo na empresa Advanced Iteam, no período de fevereiro
a outubro de 2017.
Para a realização da pesquisa utilizou-se dos métodos:
No método de estudo de caso foi observada a relevância de uma análise
completa dos resultados contábeis da organização e seu impacto para a
organização.
Para o desenvolvimento do método de observação sistemática foram
observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados à análise
financeira das demonstrações contábeis como suporte para desenvolvimento
do estudo de caso.
No método histórico foram observados os dados e evolução da história
da empresa Advanced Iteam, no aspecto voltado a análise financeira, como
suporte para desenvolvimento do Estudo de Caso.
As técnicas utilizadas foram: Balanço Patrimonial (Apêndice A),
Demonstração do resultado do exercício (Apêndice B), Margem e Giro
(Apêndice C), Indicadores financeiros (Apêndice D), Roteiro de Estudo de Caso
(Apêndice E), Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice F), Roteiro do
Histórico da Advanced Iteam (Apêndice G), Roteiro de entrevista para o
proprietário da empresa (Apêndice H), Roteiro de entrevista para o contador da
46
empresa (Apêndice I).
Assim, foram analisados os resultados da empresa Advanced Iteam
Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA, utilizando o Balanço
Patrimonial e o DRE dos anos de 2014, 2015 e 2016, que permitiram examinar
diversos índices tanto da análise tradicional, quanto do NCG e VEA.
1.1 Demonstrações financeiras
Nos apêndices A e B são apresentados o Balanço Patrimonial e as
Demonstrações de Resultado da empresa dos últimos três anos, com a análise
vertical e horizontal, em uma planilha estruturada e concedida pelas autoras
Fernanda Furio Crivellaro e Fernanda Teixeira de Souza, ex-alunas do curso
de Administração, do UniSALESIANO.
Com a estruturação dos valores contábeis fornecidos pela empresa,
percebe-se que o Ativo Circulante do primeiro para o segundo ano aumentou
em 20,81%, e no terceiro ano reduziu em (15,17%). As contas que mais
influenciaram este resultado foram Duplicatas a Receber, Caixa, Bancos e
Aplicações Financeiras e Impostos a Compensar. O ativo imobilizado reduziu
em (29,38%) no primeiro ano e em 2016 tornou a crescer, aumentando
14,91%.
O Passivo Circulante do primeiro para o segundo ano sofreu uma queda
substancial de (60,32%), mas no terceiro ano cresceu 14,49%, em relação ao
anterior. Esta variação é decorrente do aumento em 101,69% da conta: Outras
Contas a Pagar. A queda significativa de 2014 para 2015 decorreu
especialmente da redução em (89,98%) da conta Tributos a Recolher e
(61,35%) de Outras Contas a Pagar, mesmo com a conta de Obrigações
Trabalhistas ampliando em 149,19%.O Passivo não Circulante foi constituído
em 2015, sofrendo uma pequena queda de 2015 para 2016 em (1,33%).
O total do Patrimônio Líquido (PL) variou de 2014 para 2015 em
(87,46%) e (72,82%) de 2015 para 2016, mudança esta decorrente da queda
de R$ 1.461.309,00 de lucros acumulados em 2014 para R$ 749.577,00 em
2015, se modificando para prejuízos acumulados em 2016 no valor de
(R$380.956,00).
Analisando o faturamento da empresa, observa-se um crescimento do
47
primeiro para o segundo ano de 6,07%, e no ano seguinte decaiu em (20,07%).
Em relação ao Custo do Serviço Prestado (CSP), na planilha identificado
como CMV, é notória a minimização em (2,51%) do primeiro para o segundo
ano e no ano de 2016, redução de (6,26%), porém, destaca-se que sua
participação nos valores das receitas líquidas (análise vertical) foi de 88,3% no
primeiro ano, 81,16% no segundo ano, subindo para 95,8% no último ano,
reduzindo significativamente o lucro bruto. A margem bruta passa de 18,8%
para 4,8%.
Desta forma, nota-se a alteração do valor de lucro bruto. O ano de 2016
encerrou com R$511.769,00, uma diferença de (79,55%) comparado com
2015, onde o valor foi de R$2.502.462,00.
Observa-se também que, a empresa passou de lucro líquido no ano de
2014, para prejuízo em 2015, devido ao aumento das Despesas
Administrativas na ordem de 35,78% e no aumento excessivo de despesas
tributárias (na planilha, apresenta-se como outras despesas), sendo este
702,56%. No ano de 2016, o lucro líquido continuou no saldo negativo, porém
inferior a 2015. A conta Despesas Administrativas reduziu em (34,53%), no
entanto houve a inclusão de Despesas Comerciais. Some-se a isso, os valores
despendidos com Despesas Financeiras, nos dois exercícios finais.
1.2 Análise dos índices
Os índices financeiros permitem analisar de forma mais adequada à
situação da empresa. São apresentados no apêndice D, os resultados dos
demonstrativos contábeis da Advanced Iteam.
1.2.1 Liquidez
Verificando o índice de liquidez geral (ILG), nota-se uma decaída de
2014 para 2015 de 187,85% para 104,76%, e em 2016 seu indicador
apresentava 100,76%. Portanto, ao analisar este índice, nota-se a saúde
financeira da empresa em curto e em longo prazo, afirmando que a empresa
tem capacidade de pagamento em 2016 de 100,76% de suas obrigações do
Passivo Circulante (PC) e Passivo Não Circulante (PNC), em relação ao Ativo
48
Circulante (AC) e Realizável a Longo Prazo (RPL).
No tocante ao índice de liquidez corrente (ILC), verifica-se que em 2014
a empresa demonstrava um índice estável de 187,85%, pois pagaria todas
suas obrigações de curto prazo, utilizando seu ativo circulante e ainda
sobejaria dinheiro. No entanto comparada aos outros anos, 2015 e 2016, este
índice teve uma melhora significativa passando de 2014 para 2015 de 187,85%
para 571,99%, e em 2016 para 423,80%. Esta melhora significativa ocorreu
devido à redução do Passivo Circulante, nas seguintes contas: Fornecedores,
sofreu uma redução de (42,34%) em 2015 e (81,61%) em 2016, Tributos a
Recolher (89,98%) no ano de 2015 e (24,64%) em 2016, e Outras Contas a
Pagar (61,35%) em 2015, no ano de 2016 esta conta sofreu um aumento
excessivo de 101,69%. Levando em conta a redução destas principais contas,
o ILC foi influenciado, logo aumentando a capacidade da empresa em suprir
suas obrigações e ainda permanecer com um saldo positivo em caixa.
Portanto, analisando o último resultado afirma-se que para cada um real de
obrigações do PC, a empresa disponibiliza aproximadamente R$ 4,00 em bens
e direitos também de curto prazo.
Os Índices de Liquidez Seca (ILS) da empresa, em virtude desta não
dispor de estoques, apresentam-se semelhantes aos da liquidez corrente, com
variações mínimas relacionadas às Despesas do Exercício Seguinte.
Analisando o Índice de liquidez imediata (ILI) da organização, obtivemos
um resultado em 2014, de 88,53%, passando para 157,17% em 2015 e
mantendo a mesma faixa de porcentagem em 2016, sendo 157,69%. Esse
índice indica quanto à empresa consegue saldar de suas dívidas de curto prazo
com o disponível no momento.
Figura 8 - Índices de Liquidez
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
0,00%
200,00%
400,00%
600,00%
2014 2015 2016
ILG
ILC
ILS
ILI
49
1.2.2 Endividamento
O índice de participação de capital de terceiros (IPCT) apontou-se com
os valores de 112,19% em 2014, 1.938,82% em 2015 e 7.244,31% em 2016.
Esse índice representa quanto a empresa usou de capital de terceiros para
cada unidade de capital próprio. É um índice que quanto menor melhor,
mostrando então que a organização não apresenta um IPCT adequado, ou
seja, a empresa recorre ao capital externo, em grandes volumes. O índice de
endividamento geral (IEG) na organização apresentou os seguintes valores,
52,87% em 2014, 95,10% em 2015 e 98,64% em 2016. Esse aumento é
decorrente de uma dívida com tributos, que foram devidamente parcelados.
O índice de endividamento a longo prazo (ELP) tem como objetivo,
avaliar se suas dívidas a longo prazo não são excessivas.Em 2015, o índice da
empresa era de 78%, ou seja, para cada R$1,00 da empresa, R$0,78 era de
dívida de longo prazo. Em 2016o resultado apresentou-se da mesma forma.
O índice de endividamento a curto prazo (IECP), mostra a dependência
de recursos de terceiros de curto prazo para financiar o ativo da organização,
lembrando que quanto menor, melhor. Na Iteam, observou-se no primeiro ano
52,87%, no segundo ano 17,42% e no terceiro ano 20,36%.
A figura 9 apresenta uma comparação nos três anos analisados, dos
índices de endividamento geral, de curto e longo prazo.
Figura 9 - Índices de endividamento
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
2014 2015 2016
IEG
IECP
ELP
50
Figura 10 - Índice de participação de capital de terceiros
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
1.2.3 Rentabilidade
Estes índices demonstram a capacidade da empresa em gerar lucro,
através de suas vendas, ou do seu capital investido. A margem bruta mostra a
rentabilidade da empresa, isto é, a porcentagem de lucro, através das vendas
líquidas. No ano de 2014 foi de 11,70%, em 2015, 18,84%, e 2016 apresentou
4,82%. A margem líquida retrata quanto foi o percentual de lucro líquido sobre
as vendas líquidas. No ano de 2014 foi de 6,70% passando para 2015 com o
percentual negativo (8,51%). Em 2016, a margem continuou de forma negativa,
com o percentual de (1,81%). A margem operacional, que representa o lucro
antes das despesas financeiras e impostos sobre as vendas líquidas,
apresentou-se em 2014 no percentual de 8,93%, em 2015, 10,27%, baixando
para (5,22%) em 2016.
A taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) aponta o retorno das
atividades realizadas pela empresa sobre seus ativos disponíveis, quanto maior
o rendimento pela empresa sobre o total dos ativos, melhor. A empresa
apresentou em 2014, 18,76%, em 2015 (21,00%) resultado do prejuízo no
período, e em 2016 foi de (3,65%).A taxa de Retorno sobre o Patrimônio
Líquido (RPL) indica o retorno do capital obtido com o investimento do capital
próprio, recursos aplicados pelos sócios, medindo seu percentual investido. Em
0,00%
1000,00%
2000,00%
3000,00%
4000,00%
5000,00%
6000,00%
7000,00%
8000,00%
2014 2015 2016
IPCT
51
2014 foi de 39,81%, passando em 2015 para (428,16%) e 2016 (267,89%),
indicando resultado negativo perante os recursos aplicados nas empresas
pelos sócios.
Figura 11 - Índices de Rentabilidade
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
Figura 12 - Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Ativo Total
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017
-10,00%
-5,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
2014 2015 2016
MB
MOP
ML
-450,00%
-400,00%
-350,00%
-300,00%
-250,00%
-200,00%
-150,00%
-100,00%
-50,00%
0,00%
50,00%
2014 2015 2016
ROA
RPL
52
1.3 Margem e Giro
Verificando a planilha de Margem e Giro no apêndice C, observa-se que
a venda líquida cresceu 6,07% de 2014 para 2015, no entanto sofre uma queda
de (15,21%) no ano de 2016. O custo total passou de 23,36% em 2015 para
(7,48%), que resultou no ano de 2015 em um prejuízo de (234,82%) e em 2016
repete o prejuízo (122,93%). Nos anos de 2015 e 2016, o custo foi maior que
suas vendas, em consequência apresentou margem negativa, de (227,10%)
em 2015 e (127,04%) em 2016. O giro do ativo passou de (11,94) vezes em
2015 para (28,11) vezes em 2016, devido ao aumento de seu ativo imobilizado.
A variação da taxa de retorno apresentada pela empresa foi de
(211,93%) e (119,44%) nos anos de 2015 e 2016 respectivamente. Esses
indicadores mostram que a empresa não conseguiu atingir lucro necessário
para cada unidade monetária investida.
Como o desempenho das Vendas Líquidas foi negativo, apresentou-se
em queda, os custos deveriam acompanhar e apresentam queda superior, o
que não aconteceu com a conta Custos dos Serviços Prestados, Despesas
Administrativas, Despesas Comerciais e Despesas Financeiras, pelo lado da
margem, confirmando as análises citadas no item 1.1
Por parte do giro dos ativos, comprometem o resultado as rubricas de
Duplicatas a Receber e Ativo Imobilizado.
1.4 Capital de giro
Para Tófoli (2012), administrar o capital de giro é gerenciar as contas do
ativo e passivo circulante e suas inter-relações. Ou seja, é a forma de buscar o
equilíbrio entre rentabilidade e liquidez, sendo que rentabilidade é o resultado
obtido pelo capital investido, e a liquidez é a capacidade da organização de
saldar seus compromissos de curto prazo através de seus ativos circulantes.
Normalmente, o capital de giro é representado pelos valores do ativo
circulante (disponível, valores a receber e estoques). São os valores
que compõem o ativo circulante operacional que permitem o
funcionamento normal da empresa. (TÓFOLI, 2012, p.173)
53
Nesta análise, percebe-se que a empresa tem capital de giro suficiente,
isto é, valores superiores às suas necessidades, conforme Quadro 3.
1.4.1 Necessidade de capital de giro
Para Tófoli (2012), a necessidade de capital de giro é a quantia de
recursos que a organização necessita para financiar suas operações, ou seja, o
quanto necessita para saldar seus compromissos na data correta e no valor
total, tendo um excedente para sua segurança. A fórmula é:NCG= Ativo
circulante operacional (ACO) – Passivo circulante operacional (PCO).
Essa fórmula representa os valores que necessitam de financiamento
menos o que foi financiado por capital de terceiros de curto prazo.
O quadro 2 apresenta os valores do ativo operacional da organização
nos três anos analisados, menos, os valores do passivo operacional,
resultando na necessidade de capital de giro.
Quadro 2– Necessidade de capital de giro
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017
Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores NCG
Duplicatas a receber 1.711.414,00 Fornecedores 55.134,00
outros créditos 2.406,00 Tributos a recolher 1.414.993,00
imp a receber 627.369,00 Outras contas a pagar 721.750,00
Despesas antecipadas 6011 Obrigações trabalhistas 171.249,00
Total do ACO 2.347.200,00 Total do PCO 2.363.126,00
Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores
Duplicatas a receber 3.170.316,00 Fornecedores 31.792,00
outros créditos 3.500,00 Tributos a recolher 141.842,00
imp a receber 711.796,00 Outras contas a pagar 337.245,00
Despesas antecipadas 3.740,00 Obrigações trabalhistas 426.731,00
Total do ACO 3.889.352,00 Total do PCO 937.610,00
Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores
Duplicatas a receber 2.199.645,00 Fornecedores 5.846,00
outros créditos - Tributos a recolher 106.895,00
imp a receber 648.709,00 Outras contas a pagar 620.818,00
Despesas antecipadas 8.142,00 Obrigações trabalhistas 339.866,00
Total do ACO 2.856.496,00 Total do PCO 1.073.425,00
-
2016
-
-
2015
2014
=
=
=
15.926,00-
2.951.742,00
1.783.071,00
54
Estes resultados indicam o quanto à empresa necessita para financiar
suas operações.
Quadro 3 - Capital de Giro versus Necessidade de capital de giro
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017
1.5 Valor econômico agregado (VEA)
O VEA é a forma de verificação de criação de valor para uma
organização. Através deste índice é possível conhecer se a empresa consegue
remunerar seus sócios, ou seja, se esta atingiu lucro e também deu retorno aos
seus investidores.A cifra que exceder essa remuneração representa o valor
que foi agregado. Não conseguindo remunerar, estará desagregando valor.
Considerando a dificuldade de estabelecer-se um valor adequado do
custo de oportunidade da empresa, e pela ausência de uma rentabilidade do
patrimônio líquido, dado os prejuízos, decidiu-se escolher a taxa de 7,5%,
baseando-se na média nacional de todos os setores empresariais, apresentada
na Revista Exame de 2017. Em 2014 a empresa agregou valor na ordem de
R$680.599,83, passando para desagregação de valor da empresa nas cifras de
R$1.150.337,30 e R$875.564,90 para os anos de 2015 e 2016,
respectivamente.
Quadro 4 - Valor Econômico Agregado
VALOR ECONÔMICO AGREGADO
2014 2015 2016
R$ 680.599,83 -R$ 1.150.337,30 -R$ 875.564,90
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017
1.6 Parecer final
Avaliando as três técnicas de análise, percebe-se que os resultados
foram variados, o que mostrou a importância da utilização de várias técnicas de
análise.
Capital de Giro 2.076.081,00 4.425.427,00 3.475.787,00
Necessidade de capital de giro -15.926,00 2.951.742,00 1.783.071,00
55
Através da análise tradicional, a empresa apresentou um resultado
positivo quanto à liquidez, no entanto no quesito endividamento, apresenta uma
taxa elevada e perigosa. A sua taxa de retorno, apresentou-se negativa,
indicando que a empresa não obteve lucro nos anos de 2015 e 2016.
Já na análise da Necessidade de Capital de Giro, a empresa apresenta
um valor positivo, pois seu capital de giro líquido em todos os anos analisados
é maior do que sua necessidade para financiar suas operações, justificado pelo
alto valor de capital de terceiros de longo prazo. Convém observar que a
origem dessa fonte de longo prazo sustenta-se em parcelamento de tributos.
Na análise do VEA, apresentou um resultado negativo, indicando que a
empresa está desagregando valor nos dois últimos exercícios.
56
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após análise dos demonstrativos contábeis da organização, sustentada
pelo conhecimento resultante da pesquisa em bibliografias específicas e o
aprendizado em sala de aula, através das três técnicas de análise, sugere-
seque a organização passe a avaliar suas demonstrações financeiras utilizando
as três técnicas, pois foi notória a percepção da atual situação da organização
e a necessidade de um cuidado todo especial para que a empresa continue
dentro do mercado de forma sustentável e adequada.
Assim, propõe-se que a empresa realize, no mínimo anualmente, a
análise do resultado de suas operações, aplicando:
a) a Análise Tradicional;
b) a análise do Capital de Giro e da Necessidade de Capital de Giro;
c) a análise do Valor Econômico Agregado e,
d) proceda um comparativo entre elas, para ter a percepção clara da
situação, em caso de encerramento das atividades, na Análise
Tradicional, no caso de continuidade das atividades, na análise do
Capital de Giro e sua Necessidade e, por fim, avaliar se houve
agregação ou desagregação de valor da empresa.
57
CONCLUSÃO
A análise das demonstrações contábeis tem como finalidade
diagnosticar a real situação da organização, e por fim, auxiliar no processo de
tomada de decisão. É uma forma de avaliar o passado, seu presente e prever o
futuro da organização e através das informações levantadas, ajustar o que for
necessário para melhoria da empresa.
Além da análise tradicional existem outras técnicas que foram avaliadas
neste trabalho, sendo elas, a Necessidade de Capital de Giro e o Valor
Econômico Agregado. O principal motivo para unir essas três técnicas é o de
apresentar à empresa e demais interessados, que muitas vezes, ao realizar
apenas um tipo de análise, a organização pode apresentar-se economicamente
bem estruturada, no entanto, ao estudar-se outro ponto de vista, acaba-se
percebendo que a empresa não está tão bem quanto se imaginava, ou seja,
existem aspectos a serem corrigidos e melhorados. Com o Balanço Patrimonial
e Demonstração do Resultado do Exercício dos anos de 2014, 2015 e 2016, foi
possível avaliar as três técnicas de análise.
A análise proporciona a identificação dos pontos fortes e fracos de todos
os processos da organização, o que possibilita a identificação de soluções para
mudanças.
Diante do estudo realizado na empresa, observou-se através da análise
financeira que a empresa aumentou suas vendas de 2014 para 2015, no
entanto de 2015 para 2016, houve uma redução bem significativa.
Em relação ao Índice de Liquidez Geral (ILG), a empresa houve uma
redução durante os 3 anos, chegando em 2016 com um índice de 100,76%.
Em compensação os Índices de Liquidez Corrente (ILC) e Índice de Liquidez
Seca evoluíram de 2014 para 2016.
Em relação ao Índice de endividamento, notou-se que a empresa se
endividou de 2014 para 2016, passando de 52,87% para 98,64% no tocante a
endividamento geral. No quesito endividamento a curto prazo, notou-se o
contrário da situação anterior, o índice diminui ano após ano, chegando em
2016 com um índice de 20,36%.
Em relação aos índices de rentabilidade e lucratividade, no tocante a
margem bruta e margem operacional, a empresa decaiu durante os três anos,
58
levando, consequentemente, a resultados finais negativos, com a margem
líquida, o retorno sobre o ativo e o retorno sobre o patrimônio líquido, com
indicadores negativos
Na análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG), notou-se a
necessidade R$1.783.071,00 em 2016. Valor um pouco melhor quando
comparado ao ano de 2015, onde sua necessidade era de R$2.951.742,00.
Nesta comparação a empresa apresenta-se com situação tranquila, já que
apresente capital de giro superior às suas necessidades, nos três exercícios
contábeis, valores estes oriundos dos compromissos de longo prazo.
Há também que se atentar para o fato de que esse capital de giro
excedente se justifica pelo financiamento, em longo prazo, de tributos não
recolhidos na época correta.
O Valor Econômico Agregado (VEA) mostrou que a empresa
desagregou valor nos últimos dois anos.
O presente estudo comprovou a necessidade do uso das três técnicas
de análise, pois permitiram uma avaliação mais adequada da real posição da
empresa no mercado atualmente. Sendo assim, considera-se respondida a
pergunta problema da pesquisa, que uma análise conjunta das demonstrações
contábeis direciona para tomada de decisão mais assertiva.
O presente trabalho não esgotou todo o assunto, podendo ser base para
outras pesquisas. Acredita-se ser válida para toda e qualquer empresa a
utilização de vários métodos, para que seja possível comparações entre elas.
59
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
______. Finanças corporativas e valor. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
BEGALLI, G. A.; PEREZ JR., J. H. Elaboração e análise das demonstrações
contábeis .4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento CPC 26
(R1) – apresentação das demonstrações contábeis. CPC.Org – Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, Brasília-DF, 02 dez. 2011. Disponível em:
< http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>Acesso em: 07 maio. 2017.
FRANCO, H. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São
Paulo: Atlas, 1992.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 12 ed. São Paulo: Atlas,
2017.
IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 7. ed. São Paulo,
2012.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas,
2003.
______. Análise financeira de balanços. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MELHORES & maiores. Exame. São Paulo: agosto, ed. Especial, p. 373, ago.
2017.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
60
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações
financeiras. 2 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SAP. SAP. [s.l], 2017. Disponível em <https: //www.sap.com >. Acesso em 09
abr. 2017.
SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. Lins: Raízes gráfica e
editora, 2012.
61
APÊNDICES
62
APÊNDICE A – Balanço Patrimonial
(continua)
Empresa: AdvancedIteam
Contas Ano1 AV% Ano2 AV% AH% Ano3 AV% AHa%
Caixa,BancoseAplicFinanc 2.092.007,00 46,81 1.473.685,00 27,37 -29,56 1.692.716,00 32,11 14,86
Duplicatasareceber 1.711.414,00 38,29 3.170.316,00 58,89 85,25 2.199.645,00 41,73 -30,62
(Duplicatasdescontadas)
(Prov.Cred.LiqDuvidosa) 0,00 0,00 - 0,00 -
Estoques 0,00 0,00 - 0,00 -
Despesasantecipadas 6.011,00 0,13 3.740,00 0,07 -37,78 8.142,00 0,15 117,70
outroscréditos 2.406,00 0,05 3.500,00 0,07 45,47 0,00 -100,00
impareceber 627.369,00 14,04 711.796,00 13,22 13,46 648.709,00 12,31 -8,86
TotaldoAC 4.439.207,00 99,32 5.363.037,00 99,62 20,81 4.549.212,00 86,30 -15,17
Diversos 0,00 0,00 - 677.912,00 12,86 -
Outros 0,00 0,00 - 12.037,00 0,23 -
TotaldoRLP - 0,00 - 0,00 - 689.949,00 13,09 -
Investimentos 0,00 0,00 - 0,00 -
Prédios 0,00 0,00 - 0,00 -
Máquinaseequipamentos 0,00 0,00 - 0,00 -
Móveiseutensilios 0,00 0,00 - 0,00 -
Veículos 0,00 0,00 - 0,00 -
ComputadoresePeriféricos 136.741,00 3,06 96.560,00 1,79 -29,38 110.960,00 2,11 14,91
0,00 0,00 - 0,00 -
Outros 0,00 0,00 - 0,00 -
(-)Depreciações -106.512,00 -2,38 -76.209,00 -1,42 -28,45 -78.962,00 -1,50 3,61
Totalativos:Int.Imob.Invest 30.229,00 0,68 20.351,00 0,38 -32,68 31.998,00 0,61 57,23
Ativonãocirculante 30.229,00 0,68 20.351,00 0,38 -32,68 721.947,00 13,70 3447,48
TOTALDOATIVO 4.469.436,00 100,00 5.383.388,00 100,00 20,45 5.271.159,00 100,00 -2,08
ATIVO
63
(conclusão)
Contas Ano1 AV% Ano2 AV% AH% Ano3 AV% AHa%
Empréstimos - 0,00 0,00 - 0,00 -
DuplicatasDescontadas
Fornecedores 55.134,00 1,23 31.792,00 0,59 -42,34 5.846,00 0,11 -81,61
Saláriosapagar 0,00 0,00 - 0,00 -
Tributosarecolher 1.414.993,00 31,66 141.842,00 2,63 -89,98 106.895,00 2,03 -24,64
Outrascontasapagar 721.750,00 16,15 278.958,00 5,18 -61,35 562.631,00 10,67 101,69
Adiantamentodeclientes 0,00 58.287,00 1,08 - 58.187,00 1,10 -0,17
Obrigaçõestrabalhistas 171.249,00 3,83 426.731,00 7,93 149,19 339.866,00 6,45 -20,36
TotaldoPC 2.363.126,00 52,87 937.610,00 17,42 -60,32 1.073.425,00 20,36 14,49
FinancBNDES 0,00 0,00 - 0,00 -
Outrasdívidas 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33
TotaldoELP - 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33
Passivonãocirculante - 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33
Capital 645.000,00 14,43 645.000,00 11,98 0,00 645.000,00 12,24 0,00
Reservas 0,00 0,00 - 0,00 -
Reservas 0,00 0,00 - 0,00 -
PrejuizoAcum. 1.461.309,00 32,70 749.577,00 13,92 -48,71 380.956,00- -7,23 -150,82
SaldoadisposiçãodaAGO 0,00 0,00 - 0,00 -
Resultadodoperíodo 0,00 1.130.534,00- -21,00 - 192.272,00- -3,65 -82,99
0,00 0,00 - 0,00 -
TotaldoPL 2.106.309,00 47,13 264.043,00 4,90 -87,46 71.772,00 1,36 -72,82
TOTALDOPASSIVO 4.469.435,00 100,00 5.383.388,00 100,00 20,45 5.271.160,00 100,00 -2,08
PASSIVO
64
APÊNDICE B – Demonstração do Resultado do Exercício
65
APÊNDICE C – Margem e Giro
66
APÊNDICE D – Indicadores Financeiros
67
APÊNDICE E – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
Será realizado um levantamento de dados sobre as demonstrações
contábeis do período do período de três anos da Advanced Iteam, e verificar
através de índices a real situação da empresa, e como ela está diante do
mercado atual.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
As informações serão coletadas através de entrevistas para o diretor da
empresa, contador e as demonstrações contábeis apresentadas.
1.2 Discussão
Através da pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática,
através de referencial teórico estudado.
1.3 Parecer Final
Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a necessidade da empresa
em realizar anualmente a análise financeira para tomada de decisões mais
assertivas.
68
APÊNDICE F – Roteiro de Observação Sistemática
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Evolução da visão e missão da empresa
2 Processo de levantamento de dados para tomada de decisão
3 Balanço Patrimonial e DRE
4 Uso dos dados financeiros elaborados pela contabilidade
69
APÊNDICE G – Roteiro do Histórico da Empresa
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
Data da Fundação:
II ASPECTOS HISTÓRICO DA EMPRESA ADVANCED ITEAM
1 Surgimento
2 Missão, Visão, Valores
3 Evolução
4 Serviços Prestados
5 SAP
6 Concorrentes
7 Clientes
8 Balanço Patrimonial
9 DRE
10 Perspectivas
70
APÊNDICE H – Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Cargo:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras Experiências:
Residência / Local:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. Quais os principais serviços oferecidos pela empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. A empresa utiliza análise financeira para verificar seus resultados. Se
sim, qual a periodicidade?
_______________________________________________________________
____________________________________________________________
3. Quais os tipos de análise financeira aplica-se na empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 Para você, qual o nível de importância e quais os benefícios de uma
análise das demonstrações contábeis para o processo de tomada de decisão?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5. Qual a abrangência da Iteam no mercado, e como funciona o papel da
contabilidade dentro da organização?
71
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6. Quais dados contábeis vocês utilizam atualmente no processo de
tomada de decisão?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7. Quais controles financeiros são praticados na empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
72
APÊNDICE I – Roteiro de entrevista para o Contador da Empresa
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Tempo de atuação na área:
Local do escritório:
Tempo de serviço para a Empresa:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. Qual a necessidade, em sua opinião, da análise financeira das
demonstrações contábeis?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
2. Atualmente vocês realizam essa análise, ou apenas quando existe a
necessidade e solicitação do cliente?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. Vocês consideram relevante esse tipo de estudo do balanço e DRE para as
organizações? Se sim ou não, qual a razão?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. Pelo conhecimento na área, vocês consideram importante que a análise das
demonstrações seja realizada em qual periodicidade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
73
5. Quais os principais indicadores considerados nas análises financeiras
praticadas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6. Diante do mercado, e da crise que o país está enfrentando, como vocês
enxergam o futuro da empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
74
ANEXOS
75
ANEXO A – Balanço Patrimonial 2014/2015/2016
76
77
78
ANEXO B – DRE 2014/2015/2016
79
80

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  • 1. UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Bruna Costa Silva Bruna Florindo Vieira de Souza Natália Gomes Camargo Ribeiro ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA Lins - SP LINS – SP 2017
  • 2. BRUNA COSTA SILVA BRUNA FLORINDO VIEIRA DE SOUZA NATÁLIA GOMES CAMARGO RIBEIRO ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Irso Tófoli e orientação técnica da Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner. LINS – SP 2017
  • 3. Silva, Bruna Costa; Souza, Bruna Florindo Vieira de; Ribeiro, Natália Gomes Camargo Análise financeira das demonstrações contábeis: Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA / Bruna Costa Silva; Bruna Florindo Vieira de Souza; Natália Gomes Camargo Ribeiro. – – Lins, 2017. 80p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2017. Orientadores: Irso Tófoli; Érica Cristiane dos Santos Campaner 1. Análise Financeira. 2. Demonstrações Contábeis. 3. Tomada de decisão. I Título. CDU 657 S578a a
  • 4. BRUNA COSTA SILVA BRUNA FLORINDO VIEIRA DE SOUZA NATÁLIA GOMES CAMARGO RIBEIRO ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Monografia apresentado ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: 29 / 11 / 2017 Banca Examinadora: Profº Orientador: Me. Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração pela CNEC - FACECA – MG. Assinatura:______________________________________________________ 1ª Profª. Ma. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa Titulação: Mestra em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília - UNIMAR - Marília - SP Assinatura: ______________________________________________________ 2º Profº: Me. Ricardo Yoshio Horita Titulação: Mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, São Carlos - SP Assinatura: ______________________________________________________
  • 5. Dedico primeiramente a Deus, pois dEle provém toda sabedoria. Também dedico aos meus pais Roseli e Paulo, por terem investido em mim, me incentivando a cada dia, com dedicação e esforço. Obrigada pelo apoio e amor. As minhas companheiras de monografia, Bruna Costa e Natália, por conseguirmos alcançar nossos objetivos através de muito trabalho. Aos meus amigos, obrigada pelo apoio e incentivo durante todo esse ano. Bruna Florindo
  • 6. Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pois sem Ele não somos nada. A minha família e amigos, pelo total apoio. Destacando minha mãe Gigleisse Sousa Costa e meu pai Alexsandro Pereira da Silva, pelos ensinamentos e apoio em sempre estudar, permanecer firme em minha caminhada. As minhas companheiras de TCC Bruna Florindo e Natalia Gomes, foi de suma importância, a amizade no decorrer do trabalho. Aos professores do curso Ciências Contábeis, pelos ensinamentos adquiridos ao longo do curso, foram sem sobra de dúvidas essenciais, para a base da formação, em especial ao nosso orientador Profº. Irso Tófoli, alguém que tive o privilégio de ter conhecido e ter aproveitado um pouco de sua imensa sabedoria, contribuiu de forma significante em minha formação. Muito obrigada a todos! Bruna Costa
  • 7. Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele nada em minha vida seria possível. Ao meu marido Marcos, por seu amor, dedicação, compreensão, apoio e paciência nesses quatro longos anos. A minha filha Sara, pois sua ajuda foi crucial nesta minha trajetória. Aos meus outros filhos, Lucas, Ashlley e Nathaly, pela total compreensão e por entenderem que a distância da mãe nestes anos era para um futuro melhor para nossa família. Natália Camargo
  • 8. AGRADECIMENTOS A Deus Agradecemos a Deus pela vida que nos deu, por ter nos concedido sabedoria e persistência nessa etapa de nossa vida. Somos gratas por nos permitir estudar e concluir com sucesso. Aos orientadores Agradecemos pelo apoio, ajuda, paciência e dedicação. Irso e Érica, vocês foram extraordinários na orientação. Agradecemos imensamente. À empresa Agradecemos pelo profissionalismo e colaboração, especialmente ao diretor Luiz Henrique, que sempre se propôs a ajudar no que precisávamos. Que Deus abençoe o trabalho ali desempenhado. Aos mestres Agradecemos pelos anos que compartilharam experiências e ensinamentos com cada uma de nós. Bruna Costa, Bruna Florindo e Natália Camargo
  • 9. RESUMO Com o intuito de analisar os resultados das organizações, a análise financeira torna-se de suma importância, pois apresenta as condições atuais e permite uma visão futura dos seus resultados econômicos e financeiros. A análise financeira através dos índices é uma ferramenta eficiente e que auxilia as organizações, pois viabiliza a confrontação de valores atuais com anteriores e a relação destes valores. Através de variados índices é possível ter um auxílio para o processo de tomada de decisão, permitindo um acompanhamento contínuo do desempenho da organização e fornecendo um caminho para que a empresa atinja seus objetivos. Uma análise detalhada propicia às empresas de qualquer ramo, identificar seus pontos positivos e negativos de todo desempenho operacional, detectar falhas de gestão e definir planejamentos estratégicos. Foram analisadas as demonstrações contábeis da empresa Advanced Iteam, através do uso das três técnicas de análise - a análise tradicional, a análise pelo capital de giro e do valor econômico agregado, o que possibilitou informações necessárias para avaliar sua saúde financeira, direcionando para tomada de decisões mais assertivas. Palavras - chave: Análise financeira. Demonstrações contábeis. Tomada de decisão.
  • 10. ABSTRACT In order to analyze the outcomes of the organizations, the financial analysis becomes of utmost importance, since it shows the current conditions and allows a future vision of the economic and financial outcomes of them. The financial analysis through the indexes is an effective tool which supports the organizations, due to it enables the comparison of current values to previous versions and the relation in both. Through several indexes it is possible to have a support for decision-making, allowing continuous attendance of the organization’s performance and providing a way for the company to get the goals. A detailed analysis supports companies of any branch to identify their positives and negatives of all the operational performance, to detect management failures and to define the strategic plans. The accounting statements were analysed of the company ‘Advanced Iteam’, by the use of three analysis techniques - the traditional analysis, analysis by working capital and the economic value added, which allows the necessary information to evaluate its financial health, leading to more assertive decision-making. Keywords: Financial analysis. Accounting statements. Decision-making.
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Escritório da Matriz em Lins .............................................................18 Figura 2 - Escritório da Filial em São Paulo......................................................18 Figura 3 - Organograma ...................................................................................20 Figura 4 - Principais clientes da fábrica de software.........................................22 Figura 5: Clientes da fábrica de soluções .........................................................23 Figura 6 - Clientes do Helpdesk........................................................................23 Figura 7 - Clientes de AMS...............................................................................24 Figura 8 - Índices de Liquidez...........................................................................48 Figura 9 - Índices de endividamento.................................................................49 Figura 10 - Índice de participação de capital de terceiros.................................50 Figura 11 - Índices de Rentabilidade ................................................................51 Figura 12 - Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Ativo Total ..........................51 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício......................................32 Quadro 2 - Necessidade de capital de giro.......................................................53 Quadro 3 - Capital de Giro versus Necessidade de capital de giro...................54 Quadro 4 - Valor Econômico Agregado ............................................................54
  • 12. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AC: Ativo Circulante ACO: Ativo Circulante Operacional BP: Balanço Patrimonial CGL: Capital de Giro Líquido CPC: Comitê de Pronunciamento Contábil CSP: Custo do Serviço Prestado CMV: Custo das Mercadorias Vendidas ELP: Exigível a Longo Prazo ERPs: Enterprise Resource Planning DRE: Demonstração do Resultado do Exercício IECP: Índice de Endividamento de Curto Prazo IEG: Índice de Endividamento Geral IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros ILC: Índice de Liquidez Corrente ILI: Índice de Liquidez Imediata ILS: Índice de Liquidez Seca ILG: Índice de Liquidez Geral LADJIR: Lucro antes dos juros e depois do imposto de renda e contribuição social LAJIR: Lucro antes de juros e imposto de renda LB: Lucro Bruto LL: Lucro Líquido MB: Margem Bruta ML: Margem Líquida MOp: Margem Operacional NOPAT: Lucro Operacional líquido depois dos impostos NCG: Necessidade de Capital de Giro PC: Passivo Circulante PCO: Passivo Circulante Operacional PJ: Pessoa Jurídica PNC: Passivo Não Circulante PL: Patrimônio Líquido
  • 13. ROA: Retorno sobre o Ativo Total RLP: Realizável a Longo Prazo RPL: Retorno sobre o Patrimônio Líquido TC: Total do Capital Investido VEA: Valor Econômico Agregado VL: Vendas Líquidas
  • 14. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 15 CAPÍTULO I - ADVANCED ITEAM SOLUÇÕES E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA 17 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA 17 1.1 Missão .................................................................................................19 1.2 Visão....................................................................................................19 1.3 Valores.................................................................................................19 1.4 Estrutura organizacional ......................................................................19 1.5 SAP......................................................................................................20 1.6 Serviços...............................................................................................21 1.6.1 Fábrica de Software.............................................................................21 1.6.2 Fábrica de soluções.............................................................................22 1.6.3 Helpdesk ..............................................................................................23 1.6.4 AMS .....................................................................................................23 1.6.5 Integração ............................................................................................24 1.6.6 Projetos SAP........................................................................................24 1.6.7 SAP Success Factors...........................................................................25 1.7 Clientes................................................................................................25 1.8 Mercado...............................................................................................25 1.9 Expansão dos negócios.......................................................................25 1.10 Objetivos e perspectiva........................................................................26 CAPÍTULO II - ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 27 1 CONCEITO DE ANÁLISE FINANCEIRA 27 1.2 Usuários da análise financeira.............................................................29 1.3 Estrutura das demonstrações contábeis..............................................31 1.3.1 Balanço Patrimonial .............................................................................31 1.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE .................................32 1.3.3 CPC 26.................................................................................................33
  • 15. 1.4 Técnicas de análise .............................................................................33 1.4.1 Análise Horizontal ................................................................................34 1.4.2 Análise Vertical ....................................................................................34 1.5 Indicadores econômicos ......................................................................35 1.5.1 Índices de Liquidez...............................................................................35 1.5.2 Índices de Endividamento....................................................................37 1.5.2.1 Índice de participação de capital de terceiros......................................38 1.5.2.2 Índice de Endividamento Geral............................................................38 1.5.2.3 Índice de Endividamento a Longo Prazo .............................................39 1.5.2.4 Índice de Endividamento a Curto Prazo...............................................39 1.5.3 Índice de Rentabilidade .......................................................................39 1.5.3.1 Margem Bruta......................................................................................39 1.5.3.2 Margem Operacional ...........................................................................40 1.5.3.3 Margem Líquida...................................................................................40 1.5.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ...................................................40 1.5.3.5 Rentabilidade sobre o ativo total..........................................................41 1.5.3.6 Rentabilidade sobre o investimento.....................................................41 1.6 Capital de Giro.....................................................................................41 1.7 Necessidade de Capital de Giro ..........................................................42 1.7.1 Necessidade de Capital de Giro com base no ciclo financeiro.............42 1.7.2 Necessidade de Capital de Giro com base nos demonstrativos contábeis ..........................................................................................................42 1.8 Valor econômico agregado (VEA) .......................................................43 1.9 Considerações.....................................................................................44 CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS JUNTAMENTE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) E O VALOR ECONÔMICO AGREGADO (VEA) 45 1 INTRODUÇÃO 45 1.1 Demonstrações financeiras .................................................................46 1.2 Análise dos índices..............................................................................47 1.2.1 Liquidez................................................................................................47 1.2.2 Endividamento.....................................................................................49 1.2.3 Rentabilidade.......................................................................................50
  • 16. 1.3 Margem e Giro.....................................................................................52 1.4 Capital de giro......................................................................................52 1.4.1 Necessidade de capital de giro............................................................53 1.5 Valor econômico agregado (VEA) .......................................................54 1.6 Parecer final.........................................................................................54 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 56 CONCLUSÃO 57 REFERÊNCIAS 59 APÊNDICES 61 ANEXOS 74
  • 17. 15 INTRODUÇÃO Para toda situação da existência humana é necessária a busca de informações precisas para o processo de tomada de decisão. Partindo deste princípio, as organizações que almejam alcançar sucesso em seus empreendimentos devem buscar um profundo conhecimento sobre o mercado, a concorrência, situação econômica, e principalmente conhecer sua própria condição econômico-financeira. Através deste conhecimento é possível projetar situações que a empresa possa vivenciar futuramente. Uma ferramenta de grande utilidade para conhecimento econômico- financeiro é a análise de balanço. Através de seus indicadores é possível demonstrar a real situação da empresa, fornecendo dados que, quando bem verificados, possibilitam grandes retornos financeiros, apresentando suas deficiências e qualidades. Além da análise tradicional, é conveniente que as organizações trabalhem com a análise da necessidade de capital de giro e o valor econômico agregado. A junção destes índices fornece um conhecimento amplo sobre a situação da empresa diante do mercado, oferecendo informações para que a mesma trabalhe na direção correta, possibilitando um crescimento da organização diante da economia. Conhecendo a importância desses elementos, estabeleceu-se como objetivo verificar a importância da análise financeira nas empresas, especificamente na Advanced Iteam, uma organização do setor de TI, ramo que vem se destacando ano após ano. No decorrer da pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento: a utilização da análise conjunta das demonstrações contábeis direciona para tomada de decisão mais assertiva? Em resposta a tal questionamento surgiu à seguinte hipótese: a análise conjunta das demonstrações contábeis direciona para a tomada de decisão assertiva, pois contempla a análise de indicadores tradicionais, a necessidade de capital de giro e a correspondente agregação ou não de valor à empresa. Para demonstrar, na prática, a veracidade da hipótese, foi realizada uma pesquisa na empresa Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA, durante o período de fevereiro a outubro de 2017.
  • 18. 16 Os métodos e técnicas utilizados na pesquisa de campo estão descritos no Capítulo III da pesquisa. O trabalho está estruturado da seguinte maneira: Capítulo I aborda a evolução histórica da empresa analisada. Capítulo II através de uma pesquisa bibliográfica descreve os conceitos das demonstrações contábeis, a análise financeira, seus indicadores, juntamente com a análise da necessidade de capital de giro e o conceito de valor econômico agregado. Capítulo III relata os resultados obtidos através da análise financeira efetuada na organização, analisando os três últimos anos por meio das três técnicas, mostrando seus resultados, e a importância destas nos processos de tomada de decisão. Por fim, encerra-se com a proposta de intervenção e conclusão.
  • 19. 17 CAPÍTULO I ADVANCED ITEAM SOLUÇÕES E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA A Advanced Iteam é uma empresa prestadora de serviços, atuante no mercado de TI. Seu objetivo é prestar suporte às empresas do país que trabalham coma tecnologia SAP, a empresa líder de venda de software empresarial. A Iteam é uma parceira SAP, que desenvolve, amplia e personaliza as plataformas tecnológicas, através de soluções inovadoras e que estejam de acordo com as necessidades dos clientes. A Iteam foi constituída em 2004, com a união dos sócios: Luiz Henrique Teixeira, Carlos Eduardo Moraes e Celso Oliveira. O proprietário Luiz Henrique percorreu algumas empresas antes de decidir investir nesse setor. Iniciou sua carreira no escritório Lupa, posteriormente na Equipav, Garavelo e por fim na Basf. No final da década de 90, as empresas começaram a utilizar softwares comprados, Enterprise Resource Planning, os chamados ERPs, em vez dos considerados caseiros. Nesse período, a Basf trouxe para a América do Sul, o SAP. Nessa fase de adequação, o Luiz foi convidado a participar do treinamento de implementação deste novo software. Com o treinamento realizado, a vida deste sofre uma mudança grandiosa, mudando radicalmente a ideia de software de gestão que o mesmo até então possuía. No ano de 2000, iniciou uma onda de terceirização, onde a Basf, que até então era seu local de serviço, resolveu terceirizar a área de TI. Nesse momento, é que ele tem a ideia de investir nessa área, e construir seu próprio negócio empresarial. Conhecendo então os outros dois sócios, Carlos Eduardo e Celso, que trabalhavam em uma empresa de consultoria, e nutriam o desejo de abrir o próprio negócio, os três se uniram e fundaram a Advanced Iteam. Inicialmente, a empresa foi fundada de forma fiscal em Lins, sendo esta a matriz, e o escritório em São Caetano do Sul, como filial. Após quatro anos, mudaram o escritório da cidade de São Caetano para a grande São Paulo, e
  • 20. 18 apenas em 2010, inauguraram fisicamente o escritório em Lins. Atualmente, a matriz se encontra na Rua Paulo Aparecido Giraldi, 274, no Centro de Lins. Figura 1 - Escritório da Matriz em Lins Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017. Figura 2 - Escritório da Filial em São Paulo Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017.
  • 21. 19 1.1 Missão Garantir a excelência dos serviços prestados com rigor técnico através de uma equipe constituída por profissionais experientes e capacitados, comprometida com a satisfação dos clientes. 1.2 Visão Ser uma das empresas líderes do mercado, reunindo talentos humanos e incrementando continuamente produtividade e qualidade aos serviços prestados. 1.3 Valores Foco e compromisso com o cliente, integridade, transparência, metodologia para melhorar sempre e compromisso social. 1.4 Estrutura organizacional Os proprietários atuais da empresa são os sócios Raul Hallak, que ingressou na organização em meados de 2016, e Carlos Eduardo Moraes Luiz. Celso Oliveira e Luiz Henrique Teixeira, atualmente trabalham como diretores da mesma, no entanto não mais como sócios. Cada diretor ficou responsável por uma área dentro da organização, sendo que a parte administrativo-financeira, recursos humanos, contábil, jurídico e fiscal ficou sob responsabilidade do sócio Raul Hallak. As partes de marketing, relacionamento com a SAP e parcerias com outras empresas ficou sob os cuidados do sócio Carlos Eduardo. E os diretores Luiz Henrique e Celso Oliveira ficaram responsáveis pela parte de vendas, projetos, fábrica de software e soluções, tudo voltado à parte de prestação de serviço da empresa. A empresa atualmente conta com 25 funcionários entre matriz e filial, além dos prestadores de serviços, pessoas jurídicas (PJs), ou seja, profissionais autônomos que atendem a Iteam de acordo com a necessidade da organização. Esses profissionais autônomos são selecionados através do
  • 22. 20 Linkedin, grupos de currículos, ou seja, todas as redes sociais de negócios aptas para captação de profissionais dessa área de TI. Figura 3 - Organograma Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 1.5 SAP A SAP atualmente é líder de mercado no ramo de softwares empresariais, auxiliando as organizações se desenvolverem e se manterem a frente da concorrência. Ela é responsável por uma ferramenta eficaz, um software de gestão que leva o mesmo nome da empresa, cujo principal objetivo é transformar um sistema usual em um sistema integrado. SAP significa: Sistemas, Aplicativos e Produtos para processamento de dados. A empresa fundada em 1972 é de origem alemã, fundada por ex- funcionários da IBM, que decidiram criar sua própria organização de desenvolvimento de sistemas, com a intenção de desenvolver um software para processos de negócios em tempo real. ITEAM Luiz Gestão de projetos Fábrica de Software, Soluções e Heklpdesk Celso Pré- Vendas Time &Material -Clientes Raul Administrativo Financeiro Contábil/Fiscal RH Eduardo MKT/CRM Relacionamentos SAP Success Factors
  • 23. 21 A visão da organização é auxiliar seus clientes, através de uma execução simples de sistema que conecte as pessoas e a tecnologia de maneira perfeita e em tempo real. A SAP Brasil está entre as mais importantes subsidiárias da empresa em todo o mundo. Possui cerca de 3.700 clientes. A companhia atua em todo o território nacional apoiada por uma rede de mais de 200 parceiros de negócios. Presente há 19 anos no país, a SAP desenvolve soluções para simplificar os processos das empresas, tornando-as mais eficientes e produtivas. A empresa cresce continuamente, e atualmente é impulsionada pela plataforma SAP HANA (ela permite atuação rápida em tempo real). Esta faz com que a análise de dados rápida seja uma realidade. O SAP HANA é uma plataforma de computação que permite acelerar processos de negócios, oferecer mais inteligência de negócios e simplificar o ambiente de TI. Toda a inovação da empresa e suas estratégias fazem desta uma organização líder em redes de computação em nuvem e negócios de comércio eletrônico. 1.6 Serviços O escritório em Lins trabalha com a parte de fábrica de Software e Fábrica de Soluções e a parte administrativa. E na filial em São Paulo, encontram-se os departamentos comercial, administrativo e de coordenação geral. 1.6.1 Fábrica de Software A Fábrica de Software garante ao cliente padronização de códigos e processos, assegurando qualidade nos serviços prestados. É garantida adaptação aos padrões dos clientes, determinadas regras para aprovação de programas, documentos de especificação e seus devidos testes. Os clientes sempre são informados pelo gerente da fábrica qual a evolução do trabalho desempenhado. Com isso, há maior controle e administração das prioridades, flexibilidade quanto ao dimensionamento da equipe de acordo com a necessidade do projeto e um custo mais baixo com equipe e infraestrutura.
  • 24. 22 Figura 4 - Principais clientes da fábrica de software Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017. 1.6.2 Fábrica de soluções É um serviço de TI que busca a análise de processos, desenvolvimento de softwares e testes, atendendo pequenas e médias melhorias, ou novos desenvolvimentos em modelo de outsourcing, que traduzindo seria o mesmo que terceirização, com custo inferior e alta qualidade. O conceito de Fábrica de Soluções está baseado na ideia de ter uma linha de produção de sistemas a partir de requisitos levantados e especificados por um cliente da fábrica. Este processo é totalmente direcionado às necessidades do cliente, de acordo com um escopo, cronogramas e padrões pré-estabelecidos de qualidade e de projeto. A fábrica possibilita que cada integrante do projeto de software tenha uma visão geral do processo de desenvolvimento e se especialize em sua área, buscando a solução correta conforme a necessidade especificada e entendimento do cliente. A Iteam lida com a fábrica de soluções fundamentado no ambiente de desenvolvimento de software da plataforma SAP ERP, SUP, NW e BW. A figura 5 indica alguns dos clientes da fábrica de soluções, como Bombril, Raízen, entre outros.
  • 25. 23 Figura 5 - Clientes da fábrica de soluções Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017. 1.6.3 Helpdesk Helpdeské um termo em inglês que retrata serviço de atendimento ao cliente que visa encontrar soluções e esclarecimentos sobre determinados problemas técnicos. A Iteam possui uma equipe especializada nesse tipo de atendimento a fim de promover redução no tempo de chamados, custos operacionais e solução de problemas mais rapidamente através de acesso remoto. Figura 6 - Clientes do Helpdesk Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017. 1.6.4 AMS O serviço de AMS, que em inglês é definido como Aplication
  • 26. 24 Management Service, ou seja, serviço de gerenciamento de aplicações, é um tipo de serviço prestado pela empresa que visa identificar e corrigir erros em ambientes produtivos, com certa agilidade e eficiência.Dentro do processo de atendimento e diretamente ligado ao serviço encontra-se à fábrica de soluções. Figura 7 - Clientes de AMS Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017. 1.6.5 Integração A Iteam tem vasta experiência na integração do SAP R/3 com outras aplicações, outros ambientes e outras tecnologias.A equipe da organização é especialista em utilizar e desenvolver soluções de comunicação e utilização do SAP PI, NET Connector, Bussiness Connector, Java Connector e Biztalk, fazendo com que o SAP ECC e as aplicações desenvolvidas em outras linguagens sejam integradas de forma segura como se fosse um único ambiente. 1.6.6 Projetos SAP A Iteam possui vasta experiência em projetos de implementação de soluções SAP e seus componentes individuais, componentes muitas vezes implementados em ondas seguintes a implementação do ERP. Muitas organizações contratam a empresa para projetos denominados fechados, ou seja, a Iteam trabalha em qualquer dificuldade que o cliente possuir com o sistema.
  • 27. 25 1.6.7 SAP Success Factors O Success Factors é um software de recursos humanos, que possui soluções para todos os principais processos de áreas de recrutamento, gestão de desempenho, gestão de metas, compensação, aprendizagem, planejamento de sucessão e desenvolvimento. O software auxilia os executivos de recursos humanos a melhorar o engajamento dos funcionários e os resultados do negócio para atrair, desenvolver e reter o talento certo, além de ajudar a simplificar a gestão de talentos para que os profissionais de RH possam facilmente medir e comunicar claramente os resultados de talento e impacto nos negócios. 1.7 Clientes Os principais clientes da Iteam atualmente são: Alpargatas, Basf, Bombril, Brasil Kirin, Dori, CBA, Eldorado, Fibria, JSL, Lanxess, Raízen, Solvi, Viarondon, Votorantim Cimentos, Votorantim Metais, Votorantim Industrial, entre outros. 1.8 Mercado O mercado de TI atualmente é muito vasto, com várias vertentes como infraestrutura, software, jogos digitais, entre outros. Nesse momento econômico dentro da área de TI, o setor mais aquecido é o de jogos, e dentro do ramo empresarial isso vem se destacando como uma possibilidade, onde essa área de jogos ingressará para as organizações. A Iteam atua especificamente na área de software de gestão, mas não descarta mudanças devido às alterações no próprio SAP, que com o passar do tempo alterou suas formas de atuação. Atualmente, o SAP está em sua quarta fase de software, chamado de 4SAP HANA.As fases do SAP foram o R/1, R2, R/3 e agora o HANA. 1.9 Expansão dos negócios O primeiro ponto de expansão da empresa foi com a entrada do sócio
  • 28. 26 Raul Hallak, que já atuante nessa área de TI, ingressou com o intuito de alavancar os serviços prestados pela empresa para mais clientes e parceiros de negócios. A Iteam tem planos para venda de licenças SAP, o que até então não ocorre, pois a empresa apenas trabalha com a parte de atendimento e suporte as necessidades dos clientes que já possuem o sistema do SAP. A organização planeja a partir de 2018 investir além do SAP, passando assim a trabalhar com plataformas como JAVA, entre outros. Essa ideia surgiu devido a pedidos de alguns clientes que além do SAP trabalham com outras plataformas digitais. 1.10 Objetivos e perspectiva Hoje, a empresa conta como um de seus principais objetivos, ser uma das melhores empresas nessa área SAP e ser reconhecida como tal. Além disso, como toda organização, faturar cada dia mais e estar sempre à frente, conhecendo todas as novidades do mercado tecnológico e principalmente atender seus clientes de uma forma cada vez melhor e mais produtiva. Outro objetivo da empresa é investir mais na área de marketing, para consequentemente alavancar mais clientes. Atualmente, a empresa não possui um setor específico para isso, mas está pensando seriamente nessa parte para que a empresa seja mais reconhecida no mercado e assim mais serviços sejam vendidos pela Iteam.
  • 29. 27 CAPÍTULO II ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 1 CONCEITO DE ANÁLISE FINANCEIRA Conforme Iudícibus (2008), a necessidade da análise das demonstrações contábeis é bem antiga, provavelmente desde os primórdios da contabilidade já existia uma preocupação em anotar as suas variações, sejam de ordem quantitativa quanto qualitativa. O autor ainda relata que recentemente, a importância de se analisar balanços é notada com mais ênfase, principalmente em relação aos banqueiros, que antes de concederem empréstimos, analisam a relação entre os valores a receber e os a pagar das empresas. Em relação aos investidores, eles avaliam os resultados financeiros das organizações, antes de investirem em compra de ações. Lógico que estes utilizam mais ferramentas para suas análises, mas nada é feito antes de um bom estudo sobre os resultados dos balanços das mesmas. Franco (1992) afirma que, análise de balanço, é uma forma de analisar de forma detalhada o patrimônio de determinada empresa e suas variações. O próprio autor confirma que “analisar uma demonstração é decompô-la nas partes que a formam para melhor interpretação de seus componentes”. (FRANCO, 1992, p.93) Para Tófoli (2012), a análise de balanços é realizada com os dados do balanço patrimonial juntamente com a demonstração de resultados do exercício, sendo que através dos resultados gerados, é possível conhecer a empresa de forma mais detalhada. Para Silva (2008), a análise financeira, consiste num exame detalhado dos dados financeiros que a empresa apresenta, como também das condições exógenas e endógenas que afetam a empresa. As exógenas são os fatores de ordem política e econômica, a concorrência, entre outros. Podem-se citar como endógenas, a estrutura organizacional, a capacidade da gerência e o nível tecnológico da organização.
  • 30. 28 Percebe-se que todo o processo de análise financeira, vai além dos dados contábeis apresentados, é imprescindível como afirma Silva (2008), buscar explicações, que vão além dos dados contábeis, é preciso conhecer o mercado, a demanda, a economia local, nacional ou internacional, dependendo do porte da organização, entre outros fatores que influenciam nos resultados. Iudícibus (2008) define análise de balanços como uma arte, pois apesar de existirem muitos cálculos já formalizados, não existe uma única maneira eficaz comprovada para relacionar os índices e obter um resultado preciso. Poderiam ser obtidas variadas conclusões por diversos analistas, mesmo utilizando as mesmas informações. No entanto, é provável, que dois analistas que tenham muito conhecimento sobre o ramo de atividade da organização, cheguem a conclusões bem parecidas, mas nunca idênticas, sobre a situação da empresa, mas sempre apontando tendências diferentes. Para Franco (1992) somente analisar não é o bastante, é preciso correta interpretação dos dados disponibilizados pela análise. Sabe-se que a interpretação, decorre da comparação entre os elementos do conjunto avaliados. Ainda segundo o autor, a análise e sua devida interpretação, além de apresentarem a situação da empresa naquele momento, pode também determinar a potencialidade e as perspectivas futuras da organização. Segundo Matarazzo (2010), a análise permite que se extraiam informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisões. O acompanhamento das tendências e do desempenho financeiro e de rentabilidade da concorrência é essencial para nossa empresa ‘situar-se’ no mercado, saber em que ponto da curva se encontra e, o fundamental, decidir se está satisfeita com a posição ocupada ou se pretende desempenho mais ambicioso. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 04) De acordo com Assaf Neto (2007), a análise de balanço, pretende expor, de acordo com as demonstrações contábeis da organização, a sua devida posição tanto econômica quanto financeira, as causas que determinaram sua evolução ou não, e suas tendências futuras. Ou seja, são extraídas informações sobre a posição passada, presente e futura da empresa. Não existe uma forma criteriosa de como se fazer análise, a maneira com que os indicadores serão avaliados vai depender de quem a faz. É importante a união de experiência, conhecimento e intuição do analista em questão.
  • 31. 29 A contabilidade é a linguagem dos negócios e as demonstrações contábeis são os canais de comunicação que nos fornecem dados e informações para diagnosticarmos o desempenho e a saúde financeira da empresa. Uma análise desenvolvida com base em dados contábeis confiáveis reduz o grau de incerteza decorrente da ausência de referenciais quantitativos.Nossas percepções subjetivas baseadas apenas em nossa intuição, experiência, desconfiança ou capacidade de adivinhação não são suficientes para orientar decisões que envolvam expectativas de risco e de retorno. Adicionalmente, sabemos que a análise financeira ultrapassa a fronteira das demonstrações contábeis. Nesse sentido, necessitamos de uma visão completa dos negócios. (SILVA, 2008, p.4) Através de uma visão completa da real situação de determinada organização, é possível identificar os pontos assertivos, mas também as falhas que a organização apresenta, possibilitando uma melhor orientação para o processo de tomada de decisão. Para Padoveze (2006), a finalidade da análise financeira é identificar os pontos fortes e fracos da companhia no sentido operacional e financeiro, com a intenção de sugerir mudanças quando necessário. O autor destaca que, análise quando feita de forma estática, ou seja, de apenas um período, pouco valor trará para a área gerencial da mesma. É importante que a análise seja um instrumento que permita comparações entre períodos ou setores por exemplo. Assaf Neto (2007) destaca alguns pontos de extrema importância dentro de uma análise financeira de balanços. Ele afirma que o primeiro passo é analisar a empresa e o mercado, pois toda análise torna-se mais consistente quando seus dados são interpretados dentro do seu setor de atividade. E em relação ao mercado, é preciso avaliar os potenciais atuais e futuros do mercado consumidor, a concorrência, os fornecedores e a política de preços do setor. 1.2 Usuários da análise financeira Conforme Padoveze e Benedicto (2007), as informações obtidas através da análise financeira podem atender diversos objetivos e interesses de seus envolvidos. Em todo este processo, cada usuário procura detalhes específicos para suas necessidades. Os principais interessados nas análises de balanços são: fornecedores, empresas clientes, intermediários financeiros, acionistas, concorrentes,
  • 32. 30 governo e os próprios administradores. Em relação a cada um desses, Assaf Neto (2007), aborda sobre quais são os principais interesses de cada grupo. Em relação aos fornecedores, sabe-se que a principal preocupação desses é em relação à capacidade de pagamento da empresa, ou seja, sua liquidez e também o nível de endividamento. A importância da análise para as empresas clientes, diz respeito à relevância que existe em se conhecer a capacidade de tal empresa fornecer os produtos suficientes e no tempo adequado para tal consumidor. Nesse ponto, é importante o conhecimento acerca dos níveis de investimento da empresa, suas condições econômicas e financeiras a curto e longo prazo, sua capacidade física para produção, entre outros aspectos. Considerados uns dos principais usuários da análise de balanços, os intermediários financeiros, são basicamente os bancos comerciais e os de investimento. Para esses, o que interessa é conhecer sobre o grau de endividamento, solvência, rentabilidade e a relação com o curto e longo prazo que a empresa trabalha. Os acionistas buscam informações capazes de identificar o retorno de seus investimentos na organização, ou seja, a capacidade de gerar lucros e reembolsá-los. Em relação aos concorrentes, é interessante conhecer as empresas que lutam diariamente no mesmo ramo que a organização em questão. Estudar a rentabilidade, liquidez, crescimento de vendas, auxiliam no crescimento das empresas. O governo também é tido como um dos principais interessados, poisem casos de concorrência pública, uma análise bem avaliada desempenha papel importante para selecionar as melhores empresas, de forma a facilitar as escolhas do governo. E por fim, os próprios administradores têm interesse em conhecer os resultados de sua empresa de forma mais clara e detalhada. Através dessas análises, há uma facilidade em se acompanhar os resultados e auxiliar nas tomadas de decisões. Iudícibus (2008) afirma que, se uma boa análise de balanços é importante para banqueiros e investidores, para as gerências é ainda mais. O
  • 33. 31 que os diferencia é o enfoque dos detalhes de cada análise. Através delas, pode-se construir uma série de indicadores financeiros e avaliar o progresso ou declínio em espaços de tempos menores. A análise das demonstrações contábeis é essencial para os usuários do sistema de informações atenderem seus interesses específicos tais como saber através dos relatórios contábeis se a empresa analisada tem condições de ser financiada e por quanto tempo; se esses usuários são os seus credores; se vale a pena comprar ações da empresa ou investir na empresa; se o usuário é o investidor; se o desempenho da direção e da gerência da empresa é satisfatório e os resultados são favoráveis; se o usuário é o acionista controlador; enfim, como anda a saúde econômica e financeira da empresa, utilizando-se do processo de análise. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009, p. 239) 1.3 Estrutura das demonstrações contábeis As demonstrações financeiras mais relevantes de qualquer tipo de empresa são: Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do exercício (DRE). 1.3.1 Balanço Patrimonial Para Ribeiro (2013), o Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que apresenta de forma resumida, o patrimônio da organização de forma quantitativa e qualitativa. Complementando, Iudícibus (2008), afirma que o balanço reflete a posição do patrimônio da empresa em determinado momento, geralmente no fim do ano ou de um período já estabelecido. Begalli e Perez Junior (2009) afirmam que, o objetivo básico do balanço patrimonial é apresentar o patrimônio da organização. O balanço é formado pelo Ativo e pelo Passivo mais o Patrimônio Líquido, em que obedecem a uma equação, onde o ativo total é igual à soma do passivo com o Patrimônio Líquido. Para Iudícibus (2008), o ativo são todos os bens e direitos da empresa, avaliados em dinheiro e representantes de benefícios presentes ou futuros para a mesma. Assaf Neto (2007) complementa ao afirmar que esses componentes, dividem-se em ativos circulantes, quando apresentarem alta rotação, como, por exemplo, os valores em caixa. O ativo não circulante, é composto pelo ativo
  • 34. 32 realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Em relação ao passivo, Ribeiro (2013), afirma que este grupo representa a origem dos recursos que foram aplicados no ativo. Iudícibus (2008) simplifica, ao indicar que o passivo representa toda obrigação da empresa com terceiros, como contas a pagar, fornecedores, impostos a pagar, financiamento, entre outros. Juntamente com o passivo, encontra-se o Patrimônio Líquido, que representa os recursos próprios da empresa. Iudícibus (2008) acrescenta que este representa os investimentos dos proprietários mais o lucro acumulado no decorrer dos anos, que não são distribuídos. É composto pelo capital, reservas de capital e o lucro ou prejuízo acumulado. 1.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Em relação à DRE, demonstração do resultado do exercício, Assaf Neto (2007), afirma que esta visa fornecer, de forma prática, os resultados da empresa, sejam eles lucros ou prejuízos, que foram obtidos pela empresa em certo período, os quais são transferidos para o patrimônio líquido. Para Tófoli (2012), a DRE é composta pelas receitas e despesas incorridas no exercício social, que são ordenadas de forma harmoniosa. Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício Receitas Brutas de Vendas ou Serviços (-) Deduções da Receita Bruta (-) Impostos sobre vendas (+) Receitas Líquidas (-) Custo da Mercadoria Vendida ou Custo do Serviço Prestado (=) Lucro Bruto (-) Despesas com vendas (-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras despesas (+) Outras receitas (=) Resultado antes das despesas e receitas financeiras (+-) Despesas Financeiras Líquidas (deduzidas as Receitas Financeiras) (=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro (-) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social (=) Resultado Líquido das operações continuadas (-) Resultado líquido das operações descontinuadas (=) Lucro Líquido do Período Fonte: Tófoli, 2012, p. 30
  • 35. 33 De acordo com Padoveze e Benedicto (2007), o Balanço Patrimonial e a DRE são os principais demonstrativos para análise financeira, mas existem outros relatórios que os complementam, sendo eles os inventários, demonstração de mutações do patrimônio líquido, demonstração do fluxo de caixa, notas explicativas, parecer dos auditores, entre outros. 1.3.3 CPC 26 Conforme o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC) 26, as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para apresentação adequada, é necessária a representação confiável dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. 1.4 Técnicas de análise As principais técnicas de análise de balanços conforme Assaf Neto (2007) são: a) Análise Horizontal: identifica a evolução dos elementos patrimoniais e de resultado ao longo de certo tempo. b) Análise Vertical: de igual modo ao da análise horizontal, verifica as tendências da organização. A diferença está na situação que a
  • 36. 34 análise vertical estuda a participação relativa de cada elemento. c) Indicadores econômico-financeiros: relacionam elementos em comum das demonstrações contábeis, de maneira a extrair informações mais claras e precisas sobre a situação da organização. Existem diversos índices classificados nos grupos de liquidez, rentabilidade e endividamento. 1.4.1 Análise Horizontal Destacando a visão de Tófoli (2012), em relação à análise horizontal, ele aborda que é feita a partir de um conjunto de resultados consecutivos. A fórmula é a seguinte: Ano base está para 100%, assim como o analisado está para X% , menos 100%, ou ano anterior está para 100%, assim como o ano analisado está para X%, menos 100%. “O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis”. (SILVA, 2008, p. 210) Para Marion (2012), quando se compara os indicadores de vários períodos, é avaliada a tendência desses índices, e é definido como análise horizontal. Padoveze e Benedicto (2007) definem como avaliação do aumento ou diminuição dos valores indicados nas demonstrações contábeis, mediante confrontação. A análise horizontal enfatiza as modificações ou evoluções em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim de caracterizar tendências. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009, p. 247) 1.4.2 Análise Vertical Em relação à análise vertical, Tófoli (2012) afirma que é um estudo sobre as alterações dos principais conjuntos de contas, ao longo de um período. Ao se analisar dessa maneira, observam-se indicadores que facilitam a avaliação estrutural do Ativo e Passivo. Resumindo, o ativo total ou passivo total está para 100% e a conta analisada está para X%.
  • 37. 35 “O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial”. (SILVA, 2008, p. 204) Essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para projeção de uma demonstração de resultados. Porém, essa projeção apresenta algumas limitações, principalmente porque não leva em conta as mudanças no processo tecnológico e/ou nos custos dos insumos e/ou nos preços de venda. Qualquer projeção baseada em dados históricos requer muito cuidado. (BEGALLI; PEREZ JR., 2009, p. 244) Padoveze e Benedicto (2007) afirmam que para o balanço patrimonial, usa-se como 100% o total do ativo e do passivo e para a DRE como100% a receita operacional líquida. 1.5 Indicadores econômicos Em relação aos indicadores econômicos - financeiros, existe uma parcela grande de índices que fazem parte da análise de balanços e possuem a função de auxiliar o crescimento das organizações com as informações provenientes. Padoveze (2006) afirma que estes são elementos representativos da análise do balanço. São cálculos realizados através das informações do Balanço Patrimonial e DRE, em busca de valores que deixem claro a situação financeira, patrimonial e rentável da organização. O objetivo é mostrar a situação da empresa e fornecer uma ideia sobre o que pode acontecer futuramente com a mesma. 1.5.1 Índices de Liquidez Os índices de liquidez servem para avaliar a capacidade de pagamento da organização. Para Tófoli (2012), quanto maior o resultado dos índices, melhor, pois assim maior apresenta sua folga financeira. Iudícibus (2008) salienta que, a análise da liquidez e rentabilidade se complementam, pois o índice de rentabilidade influencia o de liquidez. “Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros”. (ASSAF NETO,
  • 38. 36 2007, p. 189) “No geral, a liquidez decorre da capacidade de a empresa ser lucrativa, da administração de seu ciclo financeiro e de suas decisões estratégicas de investimento e financiamento”. (SILVA, 2008, p. 283) 1.5.1.1 Liquidez Geral Conforme Tófoli (2012), esse índice indica a saúde financeira da organização em longo prazo. Para Silva (2008) indica o quanto à empresa possui de recursos a curto e longo prazo para fazer face às suas dívidas totais. ILG = (AC + RLP) / (PC + PNC) x 100 Para Silva (2008), a interpretação do índice de liquidez geral, é do tipo quanto maior, melhor. Marion (2012) afirma que como os demais índices, o ILG não deve ser estudado de forma isolada, pois talvez em determinado momento, a empresa adquira um determinado financiamento e o invista totalmente em seu ativo permanente, sendo assim haverá uma redução do índice, pois aumentará seu exigível a longo prazo, mas não aumentará o AC e o RLP. No entanto, após um momento, seu permanente irá gerar receita, aumentando seu AC e assim consequentemente melhorará sua capacidade de pagamento. 1.5.1.2 Índice de liquidez corrente Conforme Tófoli (2012), esse índice mostra a relação direta entre bens e direitos de curto prazo e as obrigações de curto prazo. Assaf Neto (2007) afirma que, a liquidez corrente representa quanto existe de ativo circulante para cada R$1,00 de dívida a curto prazo. ILC = AC / PC x 100 Se o ILC for superior a 1 (> 100%) indica a existência de capital de giro líquido positivo; se igual a 1, inexistência de CGL e se inferior a 1 (<100%) a existência de capital de giro líquido negativo. Em princípio, quanto maior, melhor. (TÓFOLI, 2012, p. 67)
  • 39. 37 1.5.1.3 Índice de liquidez seca Tófoli (2012) afirma que, esse índice mede a capacidade da organização pagar seus compromissos de curto prazo, sem levar em conta a venda de estoques e os valores destinados para despesas antecipadas. Essa exclusão do estoque se deve ao fato de que na maioria das vezes, para transformar o estoque em dinheiro, é um processo mais demorado. E em relação às despesas antecipadas, é uma conta excluída, pois esses valores não se converterão em numerários. O índice de liquidez seca indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras a curto prazo e duplicatas a receber, para fazer face a seu passivo circulante. (SILVA, 2008, p. 289) ILS = AC – Estoques - Despesas Antecipadas / PC x 100 1.5.1.4 Índice de liquidez imediata Marion (2012), afirma que o índice de liquidez imediata está relacionado à capacidade da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo com o disponível no momento. Tófoli (2012) complementa ao afirmar que, este representa quanto das dívidas de curto prazo podem ser quitadas imediatamente. ILI = Disponível / PC x 100 Geralmente é um índice baixo, pois as organizações não se interessam tanto em manter valores em caixa. 1.5.2 Índices de Endividamento Os índices de endividamento são considerados também como índices de estrutura de capital. Silva (2008), afirma que a estrutura de capital de uma organização abrange a procedência de seus financiamentos. Todos os fundos
  • 40. 38 aplicados em ativos são decorrentes dos proprietários da organização ou de terceiros. Iudícibus (2008) complementa afirmando que esses índices retratam a posição do capital próprio da empresa em relação ao capital de terceiros, ou seja, denotam o índice de endividamento da empresa. Conforme Marion (2012), os indicadores de endividamento informam se a empresa utiliza mais recursos de terceiros ou próprios. Através dos índices, é possível obter informações se os recursos de terceiros tem seu vencimento a longo ou curto prazo. 1.5.2.1 Índice de participação de capital de terceiros Esse índice, conforme Tófoli (2012) representa quanto à empresa usou de capital de terceiro para cada unidade do capital próprio. É um índice que quanto menor, melhor. Conforme Iudícibus (2008), o índice representa qual a porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros IPCT = Capital de terceiros/ Patrimônio Líquido x 100 ou IPCT = Exigível total/ Patrimônio Líquido x 100 . Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação dos capitais de terceiros com o patrimônio líquido, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Do ponto de vista da obtenção do lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros se a remuneração paga a esses recursos for menos que o lucro conseguido com sua aplicação no negócio. (TÓFOLI, 2012, p. 63) 1.5.2.2 Índice de Endividamento Geral O enfoque do índice de endividamento geral é avaliar se a empresa está operando com dívidas de terceiros em excesso, e o risco do negócio. Para Tófoli (2012) indica a dependência dos recursos de terceiros para financiamento do ativo. Para Padoveze e Benedicto (2007), esse índice verifica qual a possibilidade de no futuro, caso a organização interrompa suas operações, desta garantir todas as suas dívidas com os próprios recursos.
  • 41. 39 IEG = (Passivo Circulante + Passivo não circulante) / Ativo Total x100 1.5.2.3 Índice de Endividamento a Longo Prazo Esse índice tem como objetivo, avaliar se suas dívidas a longo prazo não são excessivas. ELP = Passivo exigível a longo prazo / Ativo Total x 100 1.5.2.4 Índice de Endividamento a Curto Prazo Conforme Tófoli (2012), esse índice mostra a dependência de recursos de terceiros de curto prazo para financiar o ativo da organização. Quanto menor, melhor. Ele avalia a quantidade de dívidas a curto prazo que a empresa está tomando para si, pois apesar de geralmente serem menos onerosas, devem ser pagas a curto prazo, o que se torna na maioria das vezes, um inconveniente para a organização. IECP = Passivo Circulante / Ativo Total x 100 1.5.3 Índice de Rentabilidade Os índices de rentabilidade demonstram o que os investimentos realizados pela empresa, renderam. Segundo Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos. Conforme Tófoli (2012) lembra, toda empresa tem como um de seus objetivos, aumentar o valor atual da riqueza de seus sócios, portanto, faz se necessário existir rentabilidade. “É uma avaliação econômica do desempenho da empresa, dimensionando o retorno sobre os investimentos realizados e a lucratividade apresentada pelas vendas”. (ASSAF NETO, 2007, p. 59) 1.5.3.1 Margem Bruta
  • 42. 40 Conforme Tófoli (2012) representa qual o percentual de lucro bruto em comparação às vendas líquidas. Begalli e Perez Junior (2009) complementam afirmando, que a margem bruta é a diferença entre a receita líquida de vendas e o custo das vendas. MB = LB/ VL x 100 1.5.3.2 Margem Operacional De acordo com Tófoli (2012), indica qual a porcentagem de lucro antes das despesas financeiras e impostos sobre as vendas líquidas, ou como afirmam Begalli e Perez Junior (2009), é o percentual que o lucro operacional corresponde das vendas líquidas. MOp = LAJIR/ VL x 100 1.5.3.3 Margem Líquida Segundo Tófoli (2012) é a representação do lucro líquido sobre as vendas líquidas em determinado período. Begalli e Perez Junior (2009) descrevem que esse índice indica a capacidade da organização gerar lucro comparando à receita líquida de vendas. Tradicionalmente é o índice mais utilizado e de maior interesse dos proprietários. ML = LL / VL x 100 1.5.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Conforme Tófoli (2012) indica o retorno dos recursos aplicados na organização pelos seus acionistas, ou seja, o percentual de lucro adquiridos pelos sócios. De uma forma mais clara, representa o rendimento de cada real investido na empresa. RPL = LL / PL x 100
  • 43. 41 1.5.3.5 Rentabilidade sobre o ativo total Tófoli (2012) afirma que, esse índice representa o retorno obtido pelas atividades realizadas pela empresa em seus ativos. Conforme Begalli e Perez Junior (2009) quanto maior esse índice, melhor. Ele indica o rendimento de cada real investido na organização. ROA = LL/ Ativo Total 1.5.3.6 Rentabilidade sobre o investimento De acordo com Tófoli (2012), este indicador é referente ao retorno sobre os recursos levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. O investimento corresponde aos recursos onerosos, ou seja, empréstimos e financiamentos, mais os recursos próprios da empresa. ROI = LADJIR / Investimento LADJIR = Lucro antes dos juros e depois do imposto de renda e contribuição social. 1.6 Capital de Giro Para Tófoli (2012), administrar o capital de giro é gerenciar as contas do ativo e passivo circulante e suas inter-relações. Ou seja, é a forma de buscar o equilíbrio entre rentabilidade e liquidez, sendo que rentabilidade é o resultado obtido pelo capital investido, e a liquidez é a capacidade da organização de saldar seus compromissos de curto prazo através de seus ativos circulantes. Existem alguns fatores que influenciam a definição do volume de capital de giro a ser preservado numa empresa, sendo eles: volume de vendas no período; sazonalidade do negócio; economia; tecnologia e políticas de negócio. Normalmente, o capital de giro é representado pelos valores do ativo circulante (disponível, valores a receber e estoques). São os valores que compõem o ativo circulante operacional que permitem o funcionamento normal da empresa. (TÓFOLI, 2012, p.173)
  • 44. 42 Assaf Neto (2007) afirma que, o capital de giro é o fundamento básico do equilíbrio financeiro de uma organização. O autor ressalta que o capital de giro é dinâmico, exigindo modelos eficientes de avaliação financeira. 1.7 Necessidade de Capital de Giro Para Tófoli (2012), a necessidade de capital de giro é a quantia de recursos que a organização necessita para financiar suas operações, ou seja, o quanto necessita para saldar seus compromissos na data correta e no valor total, dispondo de um excedente para sua segurança. Estas necessidades, geralmente são cobertas pelo patrimônio líquido e passivo não circulante. Pode ser feito de duas formas a estimativa da necessidade de capital de giro, sendo através do ciclo financeiro ou através dos demonstrativos contábeis. 1.7.1 Necessidade de Capital de Giro com base no ciclo financeiro Segundo Tófoli (2012), este método também conhecido como necessidade de capital de giro com base no ciclo de caixa, representa o mínimo de capital de giro que uma organização necessita a um determinado volume de vendas. Sua fórmula é a seguinte: NCG = Ciclo de caixa x vendas diárias. O melhor é que este capital de giro mínimo seja proveniente de fontes de financiamento de longo prazo. O Ciclo de Caixa conforme Tófoli (2012) é o tempo entre o pagamento de seus fornecedores e o momento de recebimento de seus clientes. É o intervalo de tempo em que a organização financia suas atividades sem a participação dos fornecedores. Quanto maior, pior, pois indica que existem recursos próprios e de terceiros sendo aplicados nas operações, o que provoca custos financeiros e afeta a rentabilidade da organização. 1.7.2 Necessidade de Capital de Giro com base nos demonstrativos contábeis Conforme Tófoli (2012), para cálculo do capital de giro bruto (AC) e capital de giro líquido (AC-PC) é importante salientar que tanto o AC como PC possuem algumas contas que são categorizadas como transitórias. Portanto,
  • 45. 43 para uma análise de capital de giro correta, é necessária a reclassificação do Balanço Patrimonial. A fórmula para cálculo da necessidade de capital de giro é: NCG = Ativo circulante operacional – Passivo circulante operacional (ACO – PCO). Essa fórmula representa os valores que a própria organização financia menos o que foi financiado por capital de terceiro de curto prazo. Conforme Matarazzo (2010), quando o ativo circulante operacional é maior que o passivo circulante operacional, sendo esta a situação mais comum das empresas, representa que existe uma necessidade de capital de giro para qual a empresa deve encontrar fontes propícias de financiamento. Quando o ACO é igual ao PCO, a empresa não tem necessidade de financiamento para o giro e por fim quando o ACO é menor que o PCO, representa que a organização possui mais financiamentos do que investimentos. Tófoli (2012) destaca alguns elementos que afetam a necessidade de capital de giro. A NCG aumenta quando (TÓFOLI, 2012, p. 183-184): a) as vendas aumentam; b) são concedidos maiores prazos aos clientes; c) quando os estoques aumentam; d) quando o prazo dos fornecedores diminui; e) pagamento de fornecedores; f) inadimplência; A NCG diminui quando: a) as vendas diminuem; b) são concedidos menores prazos aos clientes; c) quando os estoques diminuem e d) quando os prazos dos fornecedores aumentam. Vale ressaltar que a necessidade do capital de giro é dinâmica. Varia de acordo com as novas situações apresentadas nas vendas, por exemplo. 1.8 Valor econômico agregado (VEA) Conforme Silva (2008), o VEA trouxe sua contribuição para a análise
  • 46. 44 financeira, pois considera o custo de oportunidade do capital próprio. Iudícibus (2008) afirma que o conceito do VEA, é que toda organização além do lucro operacional, deve possuir lucro suficiente para pelo menos remunerar seus acionistas, pois uma empresa que não consegue nem remunerar seus investidores é uma organização que fatalmente destrói valor. Como o objetivo enunciado de qualquer empresa é promover, em suas decisões financeiras, um retorno que remunere as expectativas de rendimentos de seus proprietários de capital, a comparação do ROI com o custo total de capital (CMPC) permite identificar se a empresa está agregando ou destruindo valor econômico. (ASSAF NETO, 2007, p. 269) VEA = NOPAT – (C% x TC) NOPAT = Lucro operacional líquido depois dos impostos C% = Percentual do custo do capital investido TC = Total do capital investido Conforme afirma Hoji (2017), o VEA indica a verdadeira lucratividade das atividades organizacionais, pois evidencia o valor adicionado ao patrimônio líquido em determinado período. Assaf Neto (2008) indica que, a principal finalidade do VEA é indicar se a companhia está conseguindo gerar um retorno que atinja as expectativas de ganhos de seus proprietários. Quanto mais alto, maior é a riqueza gerada pela empresa no período, consequentemente, seu preço de mercado é valorizado. 1.9 Considerações A análise financeira tradicional juntamente com a análise da necessidade de capital de giro e do VEA propiciam um conhecimento mais profundo sobre a real situação da organização. Cada um desses estudos permite um conhecimento mais adequado e real da empresa analisada. A junção desses três conhecimentos pode ser considerada como uma arte, pois fornecem dados pertinentes e importantes para qualquer pessoa interessada em determinada organização.
  • 47. 45 CAPÍTULO III ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS JUNTAMENTE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) E O VALOR ECONÔMICO AGREGADO (VEA) 1 INTRODUÇÃO Atualmente é de grande relevância que as organizações tenham controle sobre a situação da organização frente ao mercado. A análise financeira é uma forma de controle muito apropriada, pois vai além de simples números, fornece informações dos índices extraídos. Com a finalidade de averiguar a importância da análise financeira tradicional, juntamente com a NCG e o VEA nas organizações, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Advanced Iteam, no período de fevereiro a outubro de 2017. Para a realização da pesquisa utilizou-se dos métodos: No método de estudo de caso foi observada a relevância de uma análise completa dos resultados contábeis da organização e seu impacto para a organização. Para o desenvolvimento do método de observação sistemática foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados à análise financeira das demonstrações contábeis como suporte para desenvolvimento do estudo de caso. No método histórico foram observados os dados e evolução da história da empresa Advanced Iteam, no aspecto voltado a análise financeira, como suporte para desenvolvimento do Estudo de Caso. As técnicas utilizadas foram: Balanço Patrimonial (Apêndice A), Demonstração do resultado do exercício (Apêndice B), Margem e Giro (Apêndice C), Indicadores financeiros (Apêndice D), Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice E), Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice F), Roteiro do Histórico da Advanced Iteam (Apêndice G), Roteiro de entrevista para o proprietário da empresa (Apêndice H), Roteiro de entrevista para o contador da
  • 48. 46 empresa (Apêndice I). Assim, foram analisados os resultados da empresa Advanced Iteam Soluções e Serviços de Tecnologia da Informação LTDA, utilizando o Balanço Patrimonial e o DRE dos anos de 2014, 2015 e 2016, que permitiram examinar diversos índices tanto da análise tradicional, quanto do NCG e VEA. 1.1 Demonstrações financeiras Nos apêndices A e B são apresentados o Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultado da empresa dos últimos três anos, com a análise vertical e horizontal, em uma planilha estruturada e concedida pelas autoras Fernanda Furio Crivellaro e Fernanda Teixeira de Souza, ex-alunas do curso de Administração, do UniSALESIANO. Com a estruturação dos valores contábeis fornecidos pela empresa, percebe-se que o Ativo Circulante do primeiro para o segundo ano aumentou em 20,81%, e no terceiro ano reduziu em (15,17%). As contas que mais influenciaram este resultado foram Duplicatas a Receber, Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras e Impostos a Compensar. O ativo imobilizado reduziu em (29,38%) no primeiro ano e em 2016 tornou a crescer, aumentando 14,91%. O Passivo Circulante do primeiro para o segundo ano sofreu uma queda substancial de (60,32%), mas no terceiro ano cresceu 14,49%, em relação ao anterior. Esta variação é decorrente do aumento em 101,69% da conta: Outras Contas a Pagar. A queda significativa de 2014 para 2015 decorreu especialmente da redução em (89,98%) da conta Tributos a Recolher e (61,35%) de Outras Contas a Pagar, mesmo com a conta de Obrigações Trabalhistas ampliando em 149,19%.O Passivo não Circulante foi constituído em 2015, sofrendo uma pequena queda de 2015 para 2016 em (1,33%). O total do Patrimônio Líquido (PL) variou de 2014 para 2015 em (87,46%) e (72,82%) de 2015 para 2016, mudança esta decorrente da queda de R$ 1.461.309,00 de lucros acumulados em 2014 para R$ 749.577,00 em 2015, se modificando para prejuízos acumulados em 2016 no valor de (R$380.956,00). Analisando o faturamento da empresa, observa-se um crescimento do
  • 49. 47 primeiro para o segundo ano de 6,07%, e no ano seguinte decaiu em (20,07%). Em relação ao Custo do Serviço Prestado (CSP), na planilha identificado como CMV, é notória a minimização em (2,51%) do primeiro para o segundo ano e no ano de 2016, redução de (6,26%), porém, destaca-se que sua participação nos valores das receitas líquidas (análise vertical) foi de 88,3% no primeiro ano, 81,16% no segundo ano, subindo para 95,8% no último ano, reduzindo significativamente o lucro bruto. A margem bruta passa de 18,8% para 4,8%. Desta forma, nota-se a alteração do valor de lucro bruto. O ano de 2016 encerrou com R$511.769,00, uma diferença de (79,55%) comparado com 2015, onde o valor foi de R$2.502.462,00. Observa-se também que, a empresa passou de lucro líquido no ano de 2014, para prejuízo em 2015, devido ao aumento das Despesas Administrativas na ordem de 35,78% e no aumento excessivo de despesas tributárias (na planilha, apresenta-se como outras despesas), sendo este 702,56%. No ano de 2016, o lucro líquido continuou no saldo negativo, porém inferior a 2015. A conta Despesas Administrativas reduziu em (34,53%), no entanto houve a inclusão de Despesas Comerciais. Some-se a isso, os valores despendidos com Despesas Financeiras, nos dois exercícios finais. 1.2 Análise dos índices Os índices financeiros permitem analisar de forma mais adequada à situação da empresa. São apresentados no apêndice D, os resultados dos demonstrativos contábeis da Advanced Iteam. 1.2.1 Liquidez Verificando o índice de liquidez geral (ILG), nota-se uma decaída de 2014 para 2015 de 187,85% para 104,76%, e em 2016 seu indicador apresentava 100,76%. Portanto, ao analisar este índice, nota-se a saúde financeira da empresa em curto e em longo prazo, afirmando que a empresa tem capacidade de pagamento em 2016 de 100,76% de suas obrigações do Passivo Circulante (PC) e Passivo Não Circulante (PNC), em relação ao Ativo
  • 50. 48 Circulante (AC) e Realizável a Longo Prazo (RPL). No tocante ao índice de liquidez corrente (ILC), verifica-se que em 2014 a empresa demonstrava um índice estável de 187,85%, pois pagaria todas suas obrigações de curto prazo, utilizando seu ativo circulante e ainda sobejaria dinheiro. No entanto comparada aos outros anos, 2015 e 2016, este índice teve uma melhora significativa passando de 2014 para 2015 de 187,85% para 571,99%, e em 2016 para 423,80%. Esta melhora significativa ocorreu devido à redução do Passivo Circulante, nas seguintes contas: Fornecedores, sofreu uma redução de (42,34%) em 2015 e (81,61%) em 2016, Tributos a Recolher (89,98%) no ano de 2015 e (24,64%) em 2016, e Outras Contas a Pagar (61,35%) em 2015, no ano de 2016 esta conta sofreu um aumento excessivo de 101,69%. Levando em conta a redução destas principais contas, o ILC foi influenciado, logo aumentando a capacidade da empresa em suprir suas obrigações e ainda permanecer com um saldo positivo em caixa. Portanto, analisando o último resultado afirma-se que para cada um real de obrigações do PC, a empresa disponibiliza aproximadamente R$ 4,00 em bens e direitos também de curto prazo. Os Índices de Liquidez Seca (ILS) da empresa, em virtude desta não dispor de estoques, apresentam-se semelhantes aos da liquidez corrente, com variações mínimas relacionadas às Despesas do Exercício Seguinte. Analisando o Índice de liquidez imediata (ILI) da organização, obtivemos um resultado em 2014, de 88,53%, passando para 157,17% em 2015 e mantendo a mesma faixa de porcentagem em 2016, sendo 157,69%. Esse índice indica quanto à empresa consegue saldar de suas dívidas de curto prazo com o disponível no momento. Figura 8 - Índices de Liquidez Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 0,00% 200,00% 400,00% 600,00% 2014 2015 2016 ILG ILC ILS ILI
  • 51. 49 1.2.2 Endividamento O índice de participação de capital de terceiros (IPCT) apontou-se com os valores de 112,19% em 2014, 1.938,82% em 2015 e 7.244,31% em 2016. Esse índice representa quanto a empresa usou de capital de terceiros para cada unidade de capital próprio. É um índice que quanto menor melhor, mostrando então que a organização não apresenta um IPCT adequado, ou seja, a empresa recorre ao capital externo, em grandes volumes. O índice de endividamento geral (IEG) na organização apresentou os seguintes valores, 52,87% em 2014, 95,10% em 2015 e 98,64% em 2016. Esse aumento é decorrente de uma dívida com tributos, que foram devidamente parcelados. O índice de endividamento a longo prazo (ELP) tem como objetivo, avaliar se suas dívidas a longo prazo não são excessivas.Em 2015, o índice da empresa era de 78%, ou seja, para cada R$1,00 da empresa, R$0,78 era de dívida de longo prazo. Em 2016o resultado apresentou-se da mesma forma. O índice de endividamento a curto prazo (IECP), mostra a dependência de recursos de terceiros de curto prazo para financiar o ativo da organização, lembrando que quanto menor, melhor. Na Iteam, observou-se no primeiro ano 52,87%, no segundo ano 17,42% e no terceiro ano 20,36%. A figura 9 apresenta uma comparação nos três anos analisados, dos índices de endividamento geral, de curto e longo prazo. Figura 9 - Índices de endividamento Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 2014 2015 2016 IEG IECP ELP
  • 52. 50 Figura 10 - Índice de participação de capital de terceiros Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 1.2.3 Rentabilidade Estes índices demonstram a capacidade da empresa em gerar lucro, através de suas vendas, ou do seu capital investido. A margem bruta mostra a rentabilidade da empresa, isto é, a porcentagem de lucro, através das vendas líquidas. No ano de 2014 foi de 11,70%, em 2015, 18,84%, e 2016 apresentou 4,82%. A margem líquida retrata quanto foi o percentual de lucro líquido sobre as vendas líquidas. No ano de 2014 foi de 6,70% passando para 2015 com o percentual negativo (8,51%). Em 2016, a margem continuou de forma negativa, com o percentual de (1,81%). A margem operacional, que representa o lucro antes das despesas financeiras e impostos sobre as vendas líquidas, apresentou-se em 2014 no percentual de 8,93%, em 2015, 10,27%, baixando para (5,22%) em 2016. A taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) aponta o retorno das atividades realizadas pela empresa sobre seus ativos disponíveis, quanto maior o rendimento pela empresa sobre o total dos ativos, melhor. A empresa apresentou em 2014, 18,76%, em 2015 (21,00%) resultado do prejuízo no período, e em 2016 foi de (3,65%).A taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) indica o retorno do capital obtido com o investimento do capital próprio, recursos aplicados pelos sócios, medindo seu percentual investido. Em 0,00% 1000,00% 2000,00% 3000,00% 4000,00% 5000,00% 6000,00% 7000,00% 8000,00% 2014 2015 2016 IPCT
  • 53. 51 2014 foi de 39,81%, passando em 2015 para (428,16%) e 2016 (267,89%), indicando resultado negativo perante os recursos aplicados nas empresas pelos sócios. Figura 11 - Índices de Rentabilidade Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 Figura 12 - Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Ativo Total Fonte: Elaborada pelas autoras, 2017 -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 2014 2015 2016 MB MOP ML -450,00% -400,00% -350,00% -300,00% -250,00% -200,00% -150,00% -100,00% -50,00% 0,00% 50,00% 2014 2015 2016 ROA RPL
  • 54. 52 1.3 Margem e Giro Verificando a planilha de Margem e Giro no apêndice C, observa-se que a venda líquida cresceu 6,07% de 2014 para 2015, no entanto sofre uma queda de (15,21%) no ano de 2016. O custo total passou de 23,36% em 2015 para (7,48%), que resultou no ano de 2015 em um prejuízo de (234,82%) e em 2016 repete o prejuízo (122,93%). Nos anos de 2015 e 2016, o custo foi maior que suas vendas, em consequência apresentou margem negativa, de (227,10%) em 2015 e (127,04%) em 2016. O giro do ativo passou de (11,94) vezes em 2015 para (28,11) vezes em 2016, devido ao aumento de seu ativo imobilizado. A variação da taxa de retorno apresentada pela empresa foi de (211,93%) e (119,44%) nos anos de 2015 e 2016 respectivamente. Esses indicadores mostram que a empresa não conseguiu atingir lucro necessário para cada unidade monetária investida. Como o desempenho das Vendas Líquidas foi negativo, apresentou-se em queda, os custos deveriam acompanhar e apresentam queda superior, o que não aconteceu com a conta Custos dos Serviços Prestados, Despesas Administrativas, Despesas Comerciais e Despesas Financeiras, pelo lado da margem, confirmando as análises citadas no item 1.1 Por parte do giro dos ativos, comprometem o resultado as rubricas de Duplicatas a Receber e Ativo Imobilizado. 1.4 Capital de giro Para Tófoli (2012), administrar o capital de giro é gerenciar as contas do ativo e passivo circulante e suas inter-relações. Ou seja, é a forma de buscar o equilíbrio entre rentabilidade e liquidez, sendo que rentabilidade é o resultado obtido pelo capital investido, e a liquidez é a capacidade da organização de saldar seus compromissos de curto prazo através de seus ativos circulantes. Normalmente, o capital de giro é representado pelos valores do ativo circulante (disponível, valores a receber e estoques). São os valores que compõem o ativo circulante operacional que permitem o funcionamento normal da empresa. (TÓFOLI, 2012, p.173)
  • 55. 53 Nesta análise, percebe-se que a empresa tem capital de giro suficiente, isto é, valores superiores às suas necessidades, conforme Quadro 3. 1.4.1 Necessidade de capital de giro Para Tófoli (2012), a necessidade de capital de giro é a quantia de recursos que a organização necessita para financiar suas operações, ou seja, o quanto necessita para saldar seus compromissos na data correta e no valor total, tendo um excedente para sua segurança. A fórmula é:NCG= Ativo circulante operacional (ACO) – Passivo circulante operacional (PCO). Essa fórmula representa os valores que necessitam de financiamento menos o que foi financiado por capital de terceiros de curto prazo. O quadro 2 apresenta os valores do ativo operacional da organização nos três anos analisados, menos, os valores do passivo operacional, resultando na necessidade de capital de giro. Quadro 2– Necessidade de capital de giro Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores NCG Duplicatas a receber 1.711.414,00 Fornecedores 55.134,00 outros créditos 2.406,00 Tributos a recolher 1.414.993,00 imp a receber 627.369,00 Outras contas a pagar 721.750,00 Despesas antecipadas 6011 Obrigações trabalhistas 171.249,00 Total do ACO 2.347.200,00 Total do PCO 2.363.126,00 Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores Duplicatas a receber 3.170.316,00 Fornecedores 31.792,00 outros créditos 3.500,00 Tributos a recolher 141.842,00 imp a receber 711.796,00 Outras contas a pagar 337.245,00 Despesas antecipadas 3.740,00 Obrigações trabalhistas 426.731,00 Total do ACO 3.889.352,00 Total do PCO 937.610,00 Ano Ativo Circ. Operacional Valores Passivo Circ. Operacional Valores Duplicatas a receber 2.199.645,00 Fornecedores 5.846,00 outros créditos - Tributos a recolher 106.895,00 imp a receber 648.709,00 Outras contas a pagar 620.818,00 Despesas antecipadas 8.142,00 Obrigações trabalhistas 339.866,00 Total do ACO 2.856.496,00 Total do PCO 1.073.425,00 - 2016 - - 2015 2014 = = = 15.926,00- 2.951.742,00 1.783.071,00
  • 56. 54 Estes resultados indicam o quanto à empresa necessita para financiar suas operações. Quadro 3 - Capital de Giro versus Necessidade de capital de giro Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 1.5 Valor econômico agregado (VEA) O VEA é a forma de verificação de criação de valor para uma organização. Através deste índice é possível conhecer se a empresa consegue remunerar seus sócios, ou seja, se esta atingiu lucro e também deu retorno aos seus investidores.A cifra que exceder essa remuneração representa o valor que foi agregado. Não conseguindo remunerar, estará desagregando valor. Considerando a dificuldade de estabelecer-se um valor adequado do custo de oportunidade da empresa, e pela ausência de uma rentabilidade do patrimônio líquido, dado os prejuízos, decidiu-se escolher a taxa de 7,5%, baseando-se na média nacional de todos os setores empresariais, apresentada na Revista Exame de 2017. Em 2014 a empresa agregou valor na ordem de R$680.599,83, passando para desagregação de valor da empresa nas cifras de R$1.150.337,30 e R$875.564,90 para os anos de 2015 e 2016, respectivamente. Quadro 4 - Valor Econômico Agregado VALOR ECONÔMICO AGREGADO 2014 2015 2016 R$ 680.599,83 -R$ 1.150.337,30 -R$ 875.564,90 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 1.6 Parecer final Avaliando as três técnicas de análise, percebe-se que os resultados foram variados, o que mostrou a importância da utilização de várias técnicas de análise. Capital de Giro 2.076.081,00 4.425.427,00 3.475.787,00 Necessidade de capital de giro -15.926,00 2.951.742,00 1.783.071,00
  • 57. 55 Através da análise tradicional, a empresa apresentou um resultado positivo quanto à liquidez, no entanto no quesito endividamento, apresenta uma taxa elevada e perigosa. A sua taxa de retorno, apresentou-se negativa, indicando que a empresa não obteve lucro nos anos de 2015 e 2016. Já na análise da Necessidade de Capital de Giro, a empresa apresenta um valor positivo, pois seu capital de giro líquido em todos os anos analisados é maior do que sua necessidade para financiar suas operações, justificado pelo alto valor de capital de terceiros de longo prazo. Convém observar que a origem dessa fonte de longo prazo sustenta-se em parcelamento de tributos. Na análise do VEA, apresentou um resultado negativo, indicando que a empresa está desagregando valor nos dois últimos exercícios.
  • 58. 56 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Após análise dos demonstrativos contábeis da organização, sustentada pelo conhecimento resultante da pesquisa em bibliografias específicas e o aprendizado em sala de aula, através das três técnicas de análise, sugere- seque a organização passe a avaliar suas demonstrações financeiras utilizando as três técnicas, pois foi notória a percepção da atual situação da organização e a necessidade de um cuidado todo especial para que a empresa continue dentro do mercado de forma sustentável e adequada. Assim, propõe-se que a empresa realize, no mínimo anualmente, a análise do resultado de suas operações, aplicando: a) a Análise Tradicional; b) a análise do Capital de Giro e da Necessidade de Capital de Giro; c) a análise do Valor Econômico Agregado e, d) proceda um comparativo entre elas, para ter a percepção clara da situação, em caso de encerramento das atividades, na Análise Tradicional, no caso de continuidade das atividades, na análise do Capital de Giro e sua Necessidade e, por fim, avaliar se houve agregação ou desagregação de valor da empresa.
  • 59. 57 CONCLUSÃO A análise das demonstrações contábeis tem como finalidade diagnosticar a real situação da organização, e por fim, auxiliar no processo de tomada de decisão. É uma forma de avaliar o passado, seu presente e prever o futuro da organização e através das informações levantadas, ajustar o que for necessário para melhoria da empresa. Além da análise tradicional existem outras técnicas que foram avaliadas neste trabalho, sendo elas, a Necessidade de Capital de Giro e o Valor Econômico Agregado. O principal motivo para unir essas três técnicas é o de apresentar à empresa e demais interessados, que muitas vezes, ao realizar apenas um tipo de análise, a organização pode apresentar-se economicamente bem estruturada, no entanto, ao estudar-se outro ponto de vista, acaba-se percebendo que a empresa não está tão bem quanto se imaginava, ou seja, existem aspectos a serem corrigidos e melhorados. Com o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício dos anos de 2014, 2015 e 2016, foi possível avaliar as três técnicas de análise. A análise proporciona a identificação dos pontos fortes e fracos de todos os processos da organização, o que possibilita a identificação de soluções para mudanças. Diante do estudo realizado na empresa, observou-se através da análise financeira que a empresa aumentou suas vendas de 2014 para 2015, no entanto de 2015 para 2016, houve uma redução bem significativa. Em relação ao Índice de Liquidez Geral (ILG), a empresa houve uma redução durante os 3 anos, chegando em 2016 com um índice de 100,76%. Em compensação os Índices de Liquidez Corrente (ILC) e Índice de Liquidez Seca evoluíram de 2014 para 2016. Em relação ao Índice de endividamento, notou-se que a empresa se endividou de 2014 para 2016, passando de 52,87% para 98,64% no tocante a endividamento geral. No quesito endividamento a curto prazo, notou-se o contrário da situação anterior, o índice diminui ano após ano, chegando em 2016 com um índice de 20,36%. Em relação aos índices de rentabilidade e lucratividade, no tocante a margem bruta e margem operacional, a empresa decaiu durante os três anos,
  • 60. 58 levando, consequentemente, a resultados finais negativos, com a margem líquida, o retorno sobre o ativo e o retorno sobre o patrimônio líquido, com indicadores negativos Na análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG), notou-se a necessidade R$1.783.071,00 em 2016. Valor um pouco melhor quando comparado ao ano de 2015, onde sua necessidade era de R$2.951.742,00. Nesta comparação a empresa apresenta-se com situação tranquila, já que apresente capital de giro superior às suas necessidades, nos três exercícios contábeis, valores estes oriundos dos compromissos de longo prazo. Há também que se atentar para o fato de que esse capital de giro excedente se justifica pelo financiamento, em longo prazo, de tributos não recolhidos na época correta. O Valor Econômico Agregado (VEA) mostrou que a empresa desagregou valor nos últimos dois anos. O presente estudo comprovou a necessidade do uso das três técnicas de análise, pois permitiram uma avaliação mais adequada da real posição da empresa no mercado atualmente. Sendo assim, considera-se respondida a pergunta problema da pesquisa, que uma análise conjunta das demonstrações contábeis direciona para tomada de decisão mais assertiva. O presente trabalho não esgotou todo o assunto, podendo ser base para outras pesquisas. Acredita-se ser válida para toda e qualquer empresa a utilização de vários métodos, para que seja possível comparações entre elas.
  • 61. 59 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ______. Finanças corporativas e valor. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2008. BEGALLI, G. A.; PEREZ JR., J. H. Elaboração e análise das demonstrações contábeis .4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento CPC 26 (R1) – apresentação das demonstrações contábeis. CPC.Org – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, Brasília-DF, 02 dez. 2011. Disponível em: < http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>Acesso em: 07 maio. 2017. FRANCO, H. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São Paulo: Atlas, 1992. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2017. IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 7. ed. São Paulo, 2012. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Análise financeira de balanços. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MELHORES & maiores. Exame. São Paulo: agosto, ed. Especial, p. 373, ago. 2017. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
  • 62. 60 PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 2 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. SAP. SAP. [s.l], 2017. Disponível em <https: //www.sap.com >. Acesso em 09 abr. 2017. SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. Lins: Raízes gráfica e editora, 2012.
  • 64. 62 APÊNDICE A – Balanço Patrimonial (continua) Empresa: AdvancedIteam Contas Ano1 AV% Ano2 AV% AH% Ano3 AV% AHa% Caixa,BancoseAplicFinanc 2.092.007,00 46,81 1.473.685,00 27,37 -29,56 1.692.716,00 32,11 14,86 Duplicatasareceber 1.711.414,00 38,29 3.170.316,00 58,89 85,25 2.199.645,00 41,73 -30,62 (Duplicatasdescontadas) (Prov.Cred.LiqDuvidosa) 0,00 0,00 - 0,00 - Estoques 0,00 0,00 - 0,00 - Despesasantecipadas 6.011,00 0,13 3.740,00 0,07 -37,78 8.142,00 0,15 117,70 outroscréditos 2.406,00 0,05 3.500,00 0,07 45,47 0,00 -100,00 impareceber 627.369,00 14,04 711.796,00 13,22 13,46 648.709,00 12,31 -8,86 TotaldoAC 4.439.207,00 99,32 5.363.037,00 99,62 20,81 4.549.212,00 86,30 -15,17 Diversos 0,00 0,00 - 677.912,00 12,86 - Outros 0,00 0,00 - 12.037,00 0,23 - TotaldoRLP - 0,00 - 0,00 - 689.949,00 13,09 - Investimentos 0,00 0,00 - 0,00 - Prédios 0,00 0,00 - 0,00 - Máquinaseequipamentos 0,00 0,00 - 0,00 - Móveiseutensilios 0,00 0,00 - 0,00 - Veículos 0,00 0,00 - 0,00 - ComputadoresePeriféricos 136.741,00 3,06 96.560,00 1,79 -29,38 110.960,00 2,11 14,91 0,00 0,00 - 0,00 - Outros 0,00 0,00 - 0,00 - (-)Depreciações -106.512,00 -2,38 -76.209,00 -1,42 -28,45 -78.962,00 -1,50 3,61 Totalativos:Int.Imob.Invest 30.229,00 0,68 20.351,00 0,38 -32,68 31.998,00 0,61 57,23 Ativonãocirculante 30.229,00 0,68 20.351,00 0,38 -32,68 721.947,00 13,70 3447,48 TOTALDOATIVO 4.469.436,00 100,00 5.383.388,00 100,00 20,45 5.271.159,00 100,00 -2,08 ATIVO
  • 65. 63 (conclusão) Contas Ano1 AV% Ano2 AV% AH% Ano3 AV% AHa% Empréstimos - 0,00 0,00 - 0,00 - DuplicatasDescontadas Fornecedores 55.134,00 1,23 31.792,00 0,59 -42,34 5.846,00 0,11 -81,61 Saláriosapagar 0,00 0,00 - 0,00 - Tributosarecolher 1.414.993,00 31,66 141.842,00 2,63 -89,98 106.895,00 2,03 -24,64 Outrascontasapagar 721.750,00 16,15 278.958,00 5,18 -61,35 562.631,00 10,67 101,69 Adiantamentodeclientes 0,00 58.287,00 1,08 - 58.187,00 1,10 -0,17 Obrigaçõestrabalhistas 171.249,00 3,83 426.731,00 7,93 149,19 339.866,00 6,45 -20,36 TotaldoPC 2.363.126,00 52,87 937.610,00 17,42 -60,32 1.073.425,00 20,36 14,49 FinancBNDES 0,00 0,00 - 0,00 - Outrasdívidas 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33 TotaldoELP - 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33 Passivonãocirculante - 0,00 4.181.735,00 77,68 - 4.125.963,00 78,27 -1,33 Capital 645.000,00 14,43 645.000,00 11,98 0,00 645.000,00 12,24 0,00 Reservas 0,00 0,00 - 0,00 - Reservas 0,00 0,00 - 0,00 - PrejuizoAcum. 1.461.309,00 32,70 749.577,00 13,92 -48,71 380.956,00- -7,23 -150,82 SaldoadisposiçãodaAGO 0,00 0,00 - 0,00 - Resultadodoperíodo 0,00 1.130.534,00- -21,00 - 192.272,00- -3,65 -82,99 0,00 0,00 - 0,00 - TotaldoPL 2.106.309,00 47,13 264.043,00 4,90 -87,46 71.772,00 1,36 -72,82 TOTALDOPASSIVO 4.469.435,00 100,00 5.383.388,00 100,00 20,45 5.271.160,00 100,00 -2,08 PASSIVO
  • 66. 64 APÊNDICE B – Demonstração do Resultado do Exercício
  • 67. 65 APÊNDICE C – Margem e Giro
  • 68. 66 APÊNDICE D – Indicadores Financeiros
  • 69. 67 APÊNDICE E – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Será realizado um levantamento de dados sobre as demonstrações contábeis do período do período de três anos da Advanced Iteam, e verificar através de índices a real situação da empresa, e como ela está diante do mercado atual. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado As informações serão coletadas através de entrevistas para o diretor da empresa, contador e as demonstrações contábeis apresentadas. 1.2 Discussão Através da pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática, através de referencial teórico estudado. 1.3 Parecer Final Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a necessidade da empresa em realizar anualmente a análise financeira para tomada de decisões mais assertivas.
  • 70. 68 APÊNDICE F – Roteiro de Observação Sistemática I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade: II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Evolução da visão e missão da empresa 2 Processo de levantamento de dados para tomada de decisão 3 Balanço Patrimonial e DRE 4 Uso dos dados financeiros elaborados pela contabilidade
  • 71. 69 APÊNDICE G – Roteiro do Histórico da Empresa I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade: Data da Fundação: II ASPECTOS HISTÓRICO DA EMPRESA ADVANCED ITEAM 1 Surgimento 2 Missão, Visão, Valores 3 Evolução 4 Serviços Prestados 5 SAP 6 Concorrentes 7 Clientes 8 Balanço Patrimonial 9 DRE 10 Perspectivas
  • 72. 70 APÊNDICE H – Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras Experiências: Residência / Local: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1. Quais os principais serviços oferecidos pela empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. A empresa utiliza análise financeira para verificar seus resultados. Se sim, qual a periodicidade? _______________________________________________________________ ____________________________________________________________ 3. Quais os tipos de análise financeira aplica-se na empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Para você, qual o nível de importância e quais os benefícios de uma análise das demonstrações contábeis para o processo de tomada de decisão? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Qual a abrangência da Iteam no mercado, e como funciona o papel da contabilidade dentro da organização?
  • 73. 71 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Quais dados contábeis vocês utilizam atualmente no processo de tomada de decisão? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Quais controles financeiros são praticados na empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 74. 72 APÊNDICE I – Roteiro de entrevista para o Contador da Empresa I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Escolaridade: Experiências Profissionais: Tempo de atuação na área: Local do escritório: Tempo de serviço para a Empresa: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1. Qual a necessidade, em sua opinião, da análise financeira das demonstrações contábeis? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2. Atualmente vocês realizam essa análise, ou apenas quando existe a necessidade e solicitação do cliente? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Vocês consideram relevante esse tipo de estudo do balanço e DRE para as organizações? Se sim ou não, qual a razão? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4. Pelo conhecimento na área, vocês consideram importante que a análise das demonstrações seja realizada em qual periodicidade? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 75. 73 5. Quais os principais indicadores considerados nas análises financeiras praticadas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Diante do mercado, e da crise que o país está enfrentando, como vocês enxergam o futuro da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 77. 75 ANEXO A – Balanço Patrimonial 2014/2015/2016
  • 78. 76
  • 79. 77
  • 80. 78 ANEXO B – DRE 2014/2015/2016
  • 81. 79
  • 82. 80