SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 61
1
APOSTILA DE
PRÁTICAS CONTABEIS I
PROF. MS.ANTONIO ROBERTO DA COSTA
São Paulo, 2013
2
SUMÁRIO
Introdução 3
1 – Origem da Contabilidade 4
2 – Conceitos de Contabilidade 5
3 – Legislação Contábil 9
4 - Patrimônio 11
5 – Balanço Patrimonial 12
6 - Equação Fundamental do Patrimônio 13
7 – Contas Contábeis 13
Exercícios de conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 14
8 – Formação do Patrimônio 17
Exercícios sobre variações patrimoniais e Balanço Patrimonial 18
9 – Atos e Fatos Administrativos 20
10 – Plano de Contas 21
11- Escrituração Contábil, Método das Partidas Dobradas e
exercícios
24
12 – Origem e Aplicação de Recursos 31
13 - Balancete de Verificação 34
14 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 34
15 - Apuração de Resultados e exercícios 30
16 - Regime de Apuração Contábil: Caixa x Competência- Conceitos e
exercícios
32
17 – Provisão, Análise e Ajustes Contábeis 33
18 - Operações com Mercadorias(Estoques): Conceitos e exercícios 35
19 - Nova estrutura das Demonstrações Contábeis – Lei 11638/07 45
20 - Incidência de Impostos sobre Compras e Vendas 48
21 – Recuperação e Apuração de Impostos Depreciação, Amortização e
Exaustão
50
22 – Principais documentos utilizados pela contabilidade
56
23 - Exercícios diversos e Folha de Pagamento
57
24 - Bibliografia
59
3
INTRODUÇÃO
Com a crescente globalização e a alta competitividade na economia, muito se fala em
adaptação às freqüentes transformações do mercado. É preciso agilidade na tomada de
decisões, com o auxílio de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas.
Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados
que a sociedade investe seus recursos. Nesse sentido, em Fundamentos da Contabilidade,
trataremos a Contabilidade como uma ferramenta de gestão e controle, que busca mensurar
os resultados de uma organização.
Em Fundamentos da Contabilidade, trataremos a contabilidade como um instrumento de
gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados de uma organização. As análises
desses resultados tornam-se relevantes em função da globalização e da alta competitividade da
economia. Verificaremos, ainda, como números passados permitem que projetemos resultados e
é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos.
Hoje, as empresas, qualquer que seja o seu tamanho, devem competir numa perspectiva
global, dispor das tecnologias de informação mais modernas e o conhecimento das melhores
práticas de gestão empresarial, além de saber aplicá-las de forma eficaz e rentável. Esta
combinação entre tecnologia e ferramentas de gestão se torna fator decisivo para a lucratividade
e longevidade das empresas.
Para a tomada de decisões em uma empresa é necessário ter à disposição: uma estrutura
contábil / econômica / financeira, eficiente, uma visão estratégica integrada de negócios,
conhecimentos e informações atualizadas.
A Contabilidade é imprescindível em todas as empresas, pois é a linguagem com a qual o
mundo dos negócios se comunica. A Contabilidade tem por fim mensurar os resultados de uma
entidade. Com estes números, podemos perceber se a condução da empresa tem sido boa,
razoável ou ruim. Números passados permitem que se projetem resultados. E é em função
desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Os números passados, também,
tornam possível ao governo legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários
possam discutir a participação deles no lucro da companhia. Em resumo, a Contabilidade é um
instrumento de gestão e controle, representando um sustentáculo da democracia.
4
1. ORIGEM DA CONTABILIDADE
A Contabilidade não surgiu por força de lei de natureza fiscal ou societária, surgiu com
base em princípios filosóficos ou com base em regras pré-estabelecidas. Ela surgiu muito mais,
como método que ordenava valores, mostrava a evolução do patrimônio, media resultados e por
final mantinha o próprio escriturador (dono/criador) e usuário informado daquilo de que ele
necessitava.
O surgimento e a evolução da contabilidade confundem-se com o próprio desenvolvimento
da humanidade. Nesse contexto os estudos sobre as civilizações da Antiguidade nos mostram que
o homem primitivo já, “cuidava de sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do
controle de seu rebanho. Porém, alguns estudiosos fazem remontar os primeiros sinais objetivos
da existência das contas e os primeiros exemplos completos de contabilidade rudimentar, a
aproximadamente 4000 a.C. na civilização sumério-babilonense.
A contabilidade aprimorou-se de acordo com as necessidades de cada período histórico. O
aparecimento da escrita, o surgimento da moeda, o descobrimento da América, a invenção da
máquina a vapor, que deu impulso à revolução industrial, são marcos da nossa história que
fizeram desencadear o desenvolvimento da ciência contábil. O desenvolvimento da contabilidade
em toda a sua história esteve intimamente ligado ao desenvolvimento econômico e às
transformações sociopolíticas e socioculturais experimentais em cada época. O homem foi
sentindo a necessidade de aperfeiçoar seu instrumento de avaliação da situação patrimonial ao
mesmo tempo em que as atividades econômicas foram-se tornando mais complexas.
Podemos delimitar a evolução da contabilidade em duas grandes escolas: a italiana e a
norte-americana.
ESCOLA ITALIANA: após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIV), e
sua divulgação em 1494, através da obra de Luca Pacioli, a chamada “escola italiana” teve
impulso e se espalhou pela Europa. A escrituração contábil ganhou relevância, fazendo com que
os registros patrimoniais e os métodos da avaliação se desenvolvessem enormemente.
ESCOLA AMERICANA: Diversas organizações norte-americanas ligadas à pesquisa e
desenvolvimento de normas e procedimentos de contabilidade, como a American Accounting
Association (AAA) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), muito contribuíram para o
amadurecimento da ciência contábil. A escola norte-americana, além de aperfeiçoar as técnicas
de registro advindas da escola italiana, também aprimorou as técnicas de auditoria desenvolvidas
pelos ingleses.
A CONTABILIDADE NO BRASIL: No Brasil, a contabilidade é baseada na legislação, e
por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, iniciou-se a formação profissional na área
contábil, quando foi autorizada a criação do curso “Aula de Comércio”, supervisionado pela junta
de comércio de Lisboa. Ao longo do tempo a contabilidade foi se aperfeiçoando e se aprimorando
cada vez mais, até chegar à Lei 6404/76 das sociedades por ações, que permanece até os dias
de hoje, e também à Lei 11638/07 que converge o Brasil para as normas internacionais de
contabilidade.
5
2. CONCEITO DE CONTABILIDADE
Segundo (RIBEIRO, 2003) A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas
técnicas, manterem um controle permanente do Patrimônio da empresa, ou seja, estuda o
Patrimônio sob o ponto de vista econômico e financeiro.
Segundo (A Equipe de Professores da FEA/USP, 1998, p.21), a Contabilidade é uma
ciência social aplicada, ou instrumento básico para: registrar, controlar e analisar as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de pessoas físicas, entidades não lucrativas e empresas
em geral, inclusive as de direito público (Estados, Municípios, União, Autarquias, etc...).
Segundo (MARION, 2007,), a Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os
resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomada de
decisões.
Portanto podemos afirmar que a Contabilidade é uma ciência social, que estuda o
patrimônio de uma entidade, registrando as variações por ele sofridas, apurando resultados e
prestando informações aos usuários da informação contábil.
A contabilidade é também um sistema de informação, que tem seu campo de ação
basicamente apoiado em um tripé:
 REGISTRO;
 CONTROLE;
 INFORMAÇÃO.
A contabilidade é uma ciência social que tem por objetivo estudar o sistema da riqueza
administrativa a fim de observar o complexo de obrigações, bens materiais e direitos que
constituem o patrimônio da empresa. No Brasil é regida pelos seus princípios fundamentais de
contabilidade.
2.1 Objetivo da Contabilidade
O objetivo da contabilidade é o de informar, permitir, a cada grupo de usuários, internos e
externos a avaliação da situação econômica e financeira da empresa. Ex: fornecedores, clientes,
governos, bancos (externos), e diretores, funcionários (internos).
2.2 Finalidade da Contabilidade
A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio de ordem
econômica e financeira que facilitem as tomadas de decisões por parte dos administradores ou
proprietários como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa. Tem
também outras duas finalidades importantes:
A) CONTROLE: Através de relatórios, balancetes, inventários, livro diário, etc...
B) PLANEJAMENTO: Decisão do futuro
2.3 Aplicação da Contabilidade
6
O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-
administrativas, até mesmo as pessoas de direito publico, como a União, os Estados, os
Municípios, as autarquias etc., e também pessoas físicas.
A contabilidade inicia-se com a ocorrência de fatos que provocam modificações no
Patrimônio da empresa. Ex: compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc...
2.4 Objeto da Contabilidade
O objeto da contabilidade é o Patrimônio das empresas.
2.5 Grupos Interessados na Informação Contábil:
2.5.1 Sócios Acionistas e Proprietários em Geral.
Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus
investimentos, que por motivos diversos se mantêm ausentes das empresas, necessitam de
informações resumidas, claras e precisas, para administrar o retorno de seus investimentos a
médio e longo prazo. Essas pessoas normalmente se mantém afastadas das operações das
empresas e por isto necessitam de informações resumidas que dêem respostas claras, em
relação, por exemplo, à rentabilidade e segurança de seus investimentos.
2.5.2 Administradores, Diretores e Executivos.
O interesse desse grupo atinge um grau de importância bem maior que os demais. É
através das informações contábeis que eles partirão para tomada de decisões. Tais decisões
visam principalmente o futuro, mais para se preparar para agir no futuro é necessário conhecer
detalhes do que ocorreu no passado, como também o que esta ocorrendo no presente. A
contabilidade fornece todos os subsídios necessários para que este grupo possa gerenciar a
empresa.
Cabe ao administrador usar as informações contábeis inteligentemente, como ferramentas
de trabalho que possa permitir tomar decisões visando o futuro com maior segurança e também
conhecer a situação atual. Desta forma, a orientação e acompanhamento do contador são
fundamentais.
2.5.3 Município, Estado, União, Mercado e Empregados:
O Governo interessa-se também pela contabilidade, porque é através dela que exerce o
poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições, principalmente o imposto de renda
que é taxado a partir dos balanços, após ajuste do lucro liquido do exercício. E também para
fazer uma análise setorial da economia.
O mercado analisa as demonstrações financeiras para acompanhar a evolução das
cotações das ações, principalmente a bolsa de valores para as empresas do capital aberto.
Os empregados, quando há participações nos resultados (lucros).
7
2.5.4 Bancos, Fornecedores, Capitalistas Emprestadores de Dinheiro.
É através de análises específicas em relatórios econômico-financeiro, quem empresta o
dinheiro poderá decidir sobre a conveniência ou não de se conceder o empréstimo. Se a empresa
estiver com dificuldades financeiras, e não tiver perspectivas de saneamento, a tendência é de
que elas aumentem.
Para as instituições financeiras, fornecedores, as perguntas são basicamente as mesmas dos
sócios e acionistas.
EXEMPLO:
Terei o retorno esperado?
Qual a solidez da empresa?
2.5.5 Pessoas Físicas.
A contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das finanças
também nos casos dos patrimônios individuais. Freqüentemente, as pessoas se esquecem de
alguns conhecimentos de contabilidade que muito as ajudariam no controle, ordem e equilíbrio de
seus orçamentos domésticos.
2.6 Papel da Contabilidade
2.6.1 - Instrumento Legal
Como vimos no tópico anterior, são varias as entidades e pessoas interessadas na
contabilidade da empresa.
Os seus princípios, regras, normas e critérios são geralmente uniformes de sorte de
permitir apurar resultados mensuráveis e comparáveis no presente e no futuro.
Sendo as empresas organismos sociais, parte de seus resultados irão contribuir na
manutenção e bem estar da sociedade, sob a forma de tributos e empregos diretos e indiretos,
razão porque desde a constituição da empresa há Leis definindo e regulamentando todas as
transações que vierem ocorrer ao longo de sua existência.
2.6.2 - Instrumento Gerencial
A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informações e avaliação, destinado a
prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza, econômico-financeira, física e
de produtividade em um determinado momento. Este sistema é compreendido por um conjunto
articulado de dados técnicos de acumulação, ajustes e de relatórios, com a finalidade de avaliar a
situação financeira e econômica da empresa em momento estático, bem como fazer inferências
sobre suas tendências futuras.
A contabilidade não é utilizada visando unicamente a atender exigências fiscais, mas,
auxiliar as pessoas (físicas e jurídicas) a tomarem decisões.
8
2.6.3 - Instrumento Informativo
A contabilidade registra todas as operações ou movimentações possíveis de se medir
monetariamente. Resume os dados, registrados ou contabilizados, em forma de relatórios ou
demonstrações, disponibilizando-as aos interessados em conhecer a situação econômico-
financeira da empresa. Através dessas informações os interessados recordam fatos realizados,
analisam resultados e tomam decisões gerenciais visando o planejamento de suas atividades.
2.7 - Contabilidade financeira x contabilidade gerencial
Para finalizarmos este primeiro módulo em que discutimos o surgimento da contabilidade
e seus principais conceitos, basta diferenciarmos a contabilidade financeira da gerencial.
Contabilidade financeira: é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros
para propósitos externos, como acionistas, credores e autoridade governamentais. Ela é
condicionada a imposições legais e requisitos fiscais e voltada para o passado.
Contabilidade gerencial: é o processo de identificação, mensuração, acumulação,
análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela
administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso
apropriado e responsável de seus recursos.
ITEM FINANCEIRA GERENCIAL
Clientela Externa Interna
Propósito Reportar o desempenho
passado
Informar decisões tomadas
pelos gerentes
Data Histórica, atrasada. Reflete
uma realidade passada
Atual, orientada para o
futuro
Restrições Regulamentada: leis fiscais e
princípios fundamentais de
contabilidade
Desregulamentada:
satisfazer necessidades
estratégicas e operacionais
Tipo de informação Somente para mensuração
financeira
Mensuração física e
operacional dos processos,
tecnologia e competidores
Natureza da informação Objetiva, auditável,
confiável, consistente e
precisa
Mais subjetiva e sujeita a
juízo de valor, válida,
relevante e acurada
Escopo Muito agregada; reporta
toda a empresa. Está presa
à obediência de toda a
legislação
Desagregada; informa as
decisões e ações locais. Não
está presa à obediência de
legislação, assim pode
produzir relatórios setoriais
e com conteúdo mais
informacional
9
3. LEIS QUE REGEM A CONTABILIDADE
3.1 - Lei Das Sociedades Por Ações nº. 6404 DE 1976 e 11638/07
A LEI 6404, de 15/12/1976 dispõe sobre as sociedades por ações, mais comumente
chamada da Lei das S. As, e também da Lei 11.638 de 28/12/2007 e MP 449 de 03/12/2008,
onde o Brasil com estas alterações e atualizações na legislação está convergindo para as normas
internacionais de contabilidade a partir de 2010, em que as empresas deverão elaborar as
demonstrações financeiras e contábeis consolidadas de acordo com o IFRS (Internacional
Financial Reporting Standard), que é um conjunto de pronunciamentos de contabilidade
internacional e que já é adotado em mais de 100 países em todo o mundo.
No Brasil, a lei das sociedades por ações é que normaliza todos os procedimentos
societários de montagem das demonstrações financeiras e rege toda a administração das
empresas de capital aberto.
3.2 CFC – Conselho Federal de Contabilidade
O CFC define as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) no artigo 1º da Resolução CFC
nº. 711/91:
"Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem um corpo de doutrina
contábil que estabelece regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem
observados quando da realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº. 560/83, de
28.10.1983.”
3.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
3.3.1 Princípios, Postulados e Convenções Contábeis
Os princípios representam à essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de
Contabilidade, constituem as regras centrais da estrutura contábil;
As convenções são as delimitações das regras centrais dos princípios e postulados;
Os postulados dizem respeito à abrangência da atuação da entidade, são as premissas
básicas acerca do ambiente econômico, político e social.
Representam, portanto, a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. As convenções
(restrições) seriam como sinais ou placas indicando com mais especificidade o caminho a seguir,
os desvios, as estradas, as saídas, etc...
Postulados da Entidade Contábil:
“A Contabilidade é mantida para as entidades: os sócios ou quotistas desta, não se
confundem para efeitos contábeis, com aquelas...”
Postulados da Continuidade das Entidades:
“Para a contabilidade a Entidade é um organismo vivo que irá viver por um longo período
de tempo (indeterminado), até que surjam fortes evidências em contrário...”
10
Princípio do Custo Como Base de Valor:
“O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-los e colocá-lo
em condições de gerar benefícios para a Entidade, representa a base de valor para a
contabilidade, expresso em termos de poder aquisitivo constante...”
Princípio do Denominador Comum Monetário:
“As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados, serão expressos em
termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimonial...”
Princípio da Realização da Receita:
“A Receita é considerada e, portanto, passível de registros pela contabilidade quando os
produtos ou serviço pela entidade são transferidos para outra entidade mediante pagamento ou
compromisso de pagamento...”
Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas Com os Períodos Contábeis:
“Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado
período com as mesmas, deverá ser confrontada...”
Convenção da Objetividade:
“Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação do princípio, preferir-
se-ão, em ordem decrescente:
a) os que puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos;
b) os que puderem ser elaborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão.
Convenção da Materialidade:
“O contador deverá sempre avaliar a influência a materialidade da informação evidenciada
ou negada para o usuário à luz da relação custo-benefício...”
Convenção do Conservadorismo:
“Entre conjuntos alternativos de avaliação para o Patrimônio, igualmente válidos segundo
os princípios fundamentais da contabilidade, escolherá o que representar o menor valor atual
para o ativo e o maior para as obrigações.”
Convenção da Consistência:
“A contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que, os usuários das
demonstrações contábeis, tenham possibilidade de detalhar a tendência da mesma com o menor
grau de dificuldade possível...”
3.3.2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS
Conceito: São os dados coletados pela contabilidade, apresentados periodicamente aos
interessados de maneira resumida, ordenada e de acordo com a legislação.
Principais demonstrações, obrigatórias por lei:
a) Balanço Patrimonial (BP),
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAC),
d) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
11
Período de apresentação das demonstrações financeiras.
A lei das Sociedades por Ações (S/A) estabelece que ao fim de cada período de 12 meses
a diretoria da empresa elaborar com base na contabilidade as demonstrações financeiras.
3.4 IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
O IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil tem a função de discutir,
desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao
mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados
e da sociedade em geral.
Dessa forma, contribuímos para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido
pela ética profissional. Também é função do IBRACON atuar no conjunto das entidades de ensino
colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das
atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em
nossa sociedade.
3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários
A CVM é um órgão regulador das sociedades anônimas, emite deliberações, que devem
ser seguidas pelas S/As. De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários
exercerá, entre outras, as seguintes funções:
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;
 Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de
administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de
valores mobiliários;
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições
artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado;
4 - O QUE É PATRIMÔNIO?
PATRIMÔNIO: é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma Entidade.
BENS: qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade do homem e que seja
suscetível de avaliação econômica (preço). Os bens se classificam em:
Tangíveis: que têm existência física. Ex. automóvel, dinheiro, casa, etc.
Intangíveis: são os chamados bens abstratos ou imateriais, não têm existência física. Ex.
marcas e patentes, direitos autorais, etc.
DIREITOS: são bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob posse de
terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a receber. Ex. clientes ou duplicatas a receber,
títulos a receber, etc.
12
OBRIGAÇÕES: são bens que se encontram sob nossa posse, mas o domínio sobre eles é
exercido por terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a pagar. Ex. duplicatas a pagar,
títulos a pagar, etc. conforme quadro ilustrativo a seguir:
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA do PATRIMÔNIO:
ATIVO PASSIVO
BENS
E
DIREITOS
(EXIGÍVEL)
OBRIGAÇÕES P/COM TERCEIROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PARTE DOS SÓCIOS
5 – BALANÇO PATRIMONIAL
É o mais importante relatório gerado pela contabilidade através dele pode-se identificar a
saúde financeira e econômica da empresa, em qualquer data. Divide-se em duas colunas, a do
lado esquerdo é denominado Ativo, a do lado direito Passivo. A denominação é mera convenção.
É a representação quantitativa do patrimônio de uma empresa ou entidade.
ATIVO: É o conjunto de bens e direitos de propriedades da empresa, são itens positivos
do patrimônio, trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa.
PASSIVO: Significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão
cobradas ou reclamadas a partir do seu vencimento.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Representa o total das obrigações dos proprietários da
empresa, essa quantia inicial concedida pelos proprietários denomina-se capital, que pode ser
aumentado a qualquer momento.
O termo Capital em contabilidade de maneira geral significa recursos. Capital Próprio
denota recursos dos proprietários. Capital de Terceiros, significa recursos de terceiros.
CAPITAL NOMINAL – É o investimento inicial feito pelos proprietários, que só será
alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumento de capital) ou
desinvestimento (diminuições de capital);
CAPITAL PRÓPRIO – corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital
inicial e suas variações (lucros e reservas);
CAPITAL DE TERCEIROS – Corresponde aos investimentos feitos na empresa com
recursos provenientes de terceiros (obrigações com terceiros);
CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA – É a soma do capital de terceiros e
capital próprio.
PASSIVO+PATRIMÔNIO LÍQUIDO: indica a origem dos capitais ou recursos.
ATIVO: Indica a forma de aplicação desses capitais ou recursos.
13
Modelo de um Balanço Patrimonial:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO $ PASSIVO $
Bens
Mercadorias 70
Móveis e Utensílios 100
Máquinas 30
200
Direitos
Contas A Receber 100
Alug Rec Antec 50
Dupl. Ou Tít. a Receber 150
300
Total 500
Obrigações (Passivo)
Fornecedores 50
Contas a Pagar 30
Aluguéis a Pagar 70
150
Patrimônio Líquido
Capital Social 300
Lucros Acumulados 50
____
350
_____________________________
Total 500
6 – EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO: PL=A-P
Geralmente na maioria das entidades o Ativo suplanta o Passivo, a representação mais
comum do seu Balanço Patrimonial seria: A=P+PL.
Caso o Passivo supere o Ativo: A - PL=P.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO
7 – CONTAS CONTÁBEIS
As operações de uma empresa ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e
no Patrimônio Líquido; sendo que esses aumentos e diminuições são registrados em contas
específicas. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do
Passivo e do Patrimônio Líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais pela sua
denominação.
Portanto, conta é o título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação
patrimonial.
Sua função é acumular de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma natureza, de
maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do elemento patrimonial
ou da variação patrimonial a que se refere.
Dividem-se em:
Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido)
Contas de Resultado (Receitas e Despesas)
DESPESAS: consumo de bens e serviços que direta ou indiretamente, deverá produzir
uma receita, ou seja, são gastos necessários ao desenvolvimento das operações da Entidade.
A despesa poderá diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo. Ex. despesa com aluguéis,
despesa com salários, despesa com juros, etc.
14
RECEITAS: entrada de elementos para o Ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a
receber, proveniente das operações da Entidade. Ex. receita de serviços, receita com vendas,
receita com juros, etc.
RESULTADO: é a diferença obtida entre receitas e despesas em um determinado período.
Toda receita aumenta o Patrimônio Líquido e toda despesa ocasiona diminuições, logo:
Se as receitas superarem as despesas do período, o resultado será positivo (LUCRO),
aumentando o Patrimônio Líquido.
Se as despesas superarem as receitas do período, o resultado será negativo (PREJUÍZO),
diminuindo o Patrimônio Líquido.
Exemplos de contas que representam o ATIVO:
Elementos a representar
CONTA
(Nome Técnico)
Terrenos, edifícios, prédios, sobrados, casas, enfim, o solo e o que
sobre ele esta construído.
Imóveis
Automóveis, caminhões, utilitários, motocicletas, bicicletas, etc. de
uso da empresa.
Veículos
Prateleiras, balcões, vitrinas e similares utilizados na empresa. instalações
Dinheiro em poder da empresa. Caixa
Escrivaninhas, mesas, cadeiras, máquinas de calcular etc. de uso da
empresa.
Móveis e utensílios
Maquinário e equipamentos para confecção do produto. Máquinas e
equipamentos
Exemplos de contas que representam o PASSIVO:
Elementos a representar CONTA
(Nome Técnico)
Obrigações a pagar decorrentes de compras de mercadorias a
prazo.
Duplicatas a pagar
Valores a pagar de correntes de compras de imóveis ou veículos,
tendo como garantia um título ou boleto bancário.
Títulos a pagar
Impostos devidos aos poderes públicos. (governos). Impostos a recolher
Salários devidos aos serviços prestados pelos funcionários. Salários a pagar
Investimentos iniciais do proprietário ou proprietários aplicados
na empresa.
Capital Social
Lucros obtidos em função dos resultados das atividades
operacionais da empresa. (Receitas menos custos e despesas)
Lucros acumulados
15
EXERCÍCIOS de fixação sobre contas contábeis, e Balanço Patrimonial:
7.1 - Relacionar os elementos com os nomes técnicos:
01 - Sobrados, casas, edifícios etc.
02 - Valores a receber provenientes de vendas a prazo
03 - Valores depositados em estabelecimentos bancários
04 - Bens adquiridos pela empresa para comercialização e revenda
05 – Mesas, cadeiras, máquinas de calcular, armários, etc.
06 - Valores a pagar provenientes de compras a prazo
07 - Salários dos funcionários da empresa
08 - Valores a pagar, referente a empréstimos bancários
09 - Automóveis, caminhões de uso da empresa
10 - Prateleiras, balcões, vitrinas etc.
( ) - Móveis e utensílios
( ) - Ordenados a pagar
( ) - Bancos conta movimento
( ) - Imóveis
( ) - Veículos
( ) - Duplicatas a receber
( ) - Mercadorias, estoque
( ) - Duplicatas a pagar
( ) - Instalações
( ) - Títulos a Pagar
7.2 - Determinar os bens, Diretos e Obrigações abaixo com seus nomes técnicos:
( ) - Cadeiras
( ) - Estoques de materiais
( ) - Valores a receber ( vendas de mercadorias a prazo )
( ) - Valores a pagar ref. compra de veículos a prazo
( ) - Prédio da Administração da empresa
( ) - Valores depositados em bancos
( ) - Automóveis e Caminhões da empresa
( ) - Prateleiras e Vitrines
( ) - Dinheiro em poder da empresa
( ) - Valores a Pagar (Compra de mercadorias a prazo)
01 - Imóveis
02 - Veículos
03 - Instalações
04 - Móveis e utensílios
05 - Mercadorias
06 - Caixa
07 - Duplicatas a receber
08 - Bcos conta movimento
09 - Duplicatas a pagar
10 - Títulos a pagar
16
7.3. NOÇÕES DE ATIVO/PASSIVO
Classifique os valores das contas patrimoniais abaixo em Ativo e Passivo:
Elementos patrimoniais Valor Ativo Passivo
Mercadorias para revenda
10.000
Salários a pagar
3.000
Moveis e Utensílios
3.700
IPI a recolher ( ou a pagar)
1.500
Empréstimo a pagar
2.000
Duplicatas a Receber
25.000
Contas a pagar
300
Caixa e Bancos
500
Fornecedores
7.000
Capital Social
25.400
TOTAIS
78.400
7.4 AS CONTAS 1. ALUGUEIS A RECEBER, 2. SALARIOS A PAGAR E 3.
DUPLICATAS A RECEBER SÃO, RESPECTIVAMENTE
a) conta de ativo, conta de passivo e conta de ativo
b) conta de passivo, conta de ativo e conta de passivo
c) todas são contas de passivo
d) todas são contas de ativo
8 - FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando
a empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de
elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo:
Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$
5.000 em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$
65.000, sendo:
 Em dinheiro ......................................... R$ 5.000
 Em veículos ......................................... R$ 60.000
Total do Capital ..................................... R$ 65.000
Este Capital é conhecido também por:
 Capital
 Capital inicial
 Capital Nominal
17
EXERCÍCIOS sobre a formação do Patrimônio e Balanço Patrimonial: Variações
Patrimoniais
8.1 EXEMPLO RESOLVIDO:
1 ) – Formação de um patrimônio que inicia suas atividades com R$ 200.000 em dinheiro.
Representação do patrimônio
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens
Caixa 200.000
Patrimônio Liquido
Capital social 200.000
Total 200.000 Total 200.000
2 ) – Compra da mesas e cadeiras, a vista, para uso da empresa, no valor de R$ 50.000
Representação do patrimônio
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens
Caixa 150.000
Móveis e utensílios 50.000
Patrimônio Liquido
Capital social 200.000
Total 200.000 Total 200.000
3 ) – Depósito de R$ 30.000 no banco MERCOSUL S/A:
Representação do patrimônio
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens
Caixa 120.000
Bancos conta movimento 30.000
Móveis e utensílios 50.000
Patrimônio Liquido
Capital social 200.000
Total 200.000 Total 200.000
8.2 Represente, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da firma individual de
Vera Lúcia Ribeiro, após cada fato ocorrido.
a) Vera Lúcia Ribeiro inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000
em dinheiro:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Total................................................. Total............................................
18
b) Compras á vista (em dinheiro):
Um automóvel
R$
25.000
Mercadorias 20.000
Móveis e utensílios 3.000
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Total................................... Total...............................
c) Compra de mercadorias a prazo, mediante Duplicatas, no valor de R$ 30.000:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Total...................................... Total.................................
d) Compra a prazo de uma casa no valor de R$ 100.000, mediante financiamento
bancário:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Total...................................... Total................................
19
e) Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Total.................................. Total.............................
f) Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 2.000
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Total................................ Total...........................
8.3) Identifique as operações que deram origem às Situações Patrimoniais a seguir
representadas. Considere o Patrimônio em evolução, isto é, compare o gráfico do
item em análise sempre com o gráfico anterior e responda quais foram os fatos que
provocaram tais modificações.
a)
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 24.000 Capital 24.000
b)
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 24.000 Duplicatas a pagar 6.000
Móveis 6.000 Capital 24.000
TOTAL 30.000 TOTAL 30.000
c)
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.000 Duplicatas a pagar 6.000
Móveis 6.000 Capital 24.000
Veículos 14.000
TOTAL 30.000 TOTAL 30.000
20
8.4) Veja a seguir esta representação gráfica do Patrimônio:Analise e responda as
questões:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 1.100 Duplicatas a pagar 1.000
Estoque de mercadorias 1.400 Promissórias a pagar 500
Duplicatas a receber 700 Capital 1.000
Lucros Acumulados 700
TOTAL 3.200 TOTAL 3.200
a) Qual é o valor do Capital Nominal?
b) Qual é o valor dos recursos totais à disposição da empresa?
c) O Capital Próprio é de R$
d) O Capital de Terceiros é de R$
9. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
O Patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos
que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos:
 atos administrativos;
 fatos administrativos.
Atos administrativos dão os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não
provocam alterações no Patrimônio. Por exemplo, admissão de empregados, assinaturas de
contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, fiança em favor de terceiros etc.
Fatos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores
patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modificarem o Patrimônio, devem
ser contabilizados. Podem ser classificados em três grupos:
 Fatos permutativos;
 Fatos modificativos;
 Fatos mistos.
Fatos permutativos são aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo
e/ou do Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os
elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo.
Exemplo: Recebimento de venda a prazo (haverá um aumento de caixa e uma diminuição
de contas a receber) – Compra de móveis e utensílios á prazo (aumento de Ativo e de Passivo) –
Pagamento de dívida com terceiro (diminuição de Ativo e de Passivo).
Fatos Modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no
Patrimônio Líquido. Envolvem as Contas Patrimoniais e as Contas de Resultado. Exemplo:
pagamento de conta de água ou venda de mercadorias.
21
Fatos mistos envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo,
causando alterações no Ativo ou no Passivo e no Patrimônio Líquido. Exemplo: venda de um bem
do Ativo com lucro.
10 – PLANO DE CONTAS
É um elenco de todas as contas previstas pelo Setor Contábil da empresa como
necessárias aos seus registros contábeis.
Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo aos seus
interesses e, principalmente, á legislação pertinente (atualmente a Lei das Sociedade por Ações,
Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976)
O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a
finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois
instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.
Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.
O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em
informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número
mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o
plano de contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas,
sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de
contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre, a
necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa.
TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS.
O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os
valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma
detalhada a fim de não ocorrerem confusões.
Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos
menores - do geral para o particular.
Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes
grupos;
a) CONTAS PATRIMONIAIS:
1.- ATIVO
2.- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO
b) CONTAS DE RESULTADO;
3.- RECEITAS
4.- DESPESAS
22
Ou, visando à elaboração das demonstrações contábeis, em apenas três:
1. ATIVO (Circulante e Não Circulante);
2. PASSIVO (Circulante e Não Circulante) e PATRIMÔNIO LÍQUIDO
3. CONTAS DE RESULTADO.
As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais:
1. ATIVO:
Agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa;
2. PASSIVO:
Agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio
(Patrimônio líquido);
PATRIMÔNIO LIQUIDO - Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa,
formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados.
3. CONTAS DE RESULTADO:.
Agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro,
quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor.
As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se
divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a
apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes
grandes grupos:
A lei das S/As (Lei 6.404/76) e mais recentemente as leis 11638/07 e 11941/09 estabelecem que
as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez.
Apresentamos, a seguir, um “modelo” de um Plano de Contas:
A – CONTAS PATRIMONIAIS
1 – ATIVO 2 - PASSIVO
10 ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE
10.1 Caixa 20.1 Fornecedores
10.2 Bancos Conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar
10.3 Aplicações Financeiras 20.3 Contas a Pagar
10.4 Clientes 20.4 COFINS a Recolher
10.5 Duplicatas a Receber 20.5 PIS a Recolher
10.6 Promissórias a Receber 20.6 ICMS a Recolher
10.7 Ações de Outras Empresas 20.7 FGTS a Recolher
10.8 Estoque de Mercadorias 20.8 INSS a Recolher
10.1
1
Estoque de Material de
Expediente
20.9 Salários a Pagar
10.1
2
Juros Passivos a Vencer 20.10 Dividendos a Pagar
10.1
3
Prêmios de Seguros a Vencer 20.11 Impostos e taxas a Recolher
20.12 Provisão para a Contribuição
Social
20.13 Provisão para o Imposto de
Renda
23
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
11 ATIVO REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO
21 PASSIVO EXIGÍVEL A
LONGO PRAZO
11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar
11.2 Promissórias a Receber 21.2 Promissórias a Pagar
12 ATIVO PERMANENTE 22 RESULTADOS DE
EXERCÍCIOS FUTUROS
12.1 Participações em Outras
Empresas
22.1 Aluguéis Ativos a Vencer
12.2 Imóveis 22.2 Outras Receitas a Vencer
12.3 Computadores 22.3 ( - ) Custos ou Perdas
Correspondentes
12.4 Instalações
12.5 Móveis e Utensílios 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
12.6 Veículos 23.1 Capital
12.1
0
Marcas e Patentes 23.2 Reservas de Lucros
12.1
1
( - ) Depreciação Acumulada 23.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados
12.1
2
Despesas de Organização
12.1
3
( - ) Amortização Acumulada
B – CONTAS DE RESULTADO
3 – DESPESAS 4 - RECEITAS
30 DESPESAS
OPERACIONAIS
40 RECEITAS OPERACIONAIS
30.1 Água e Esgoto 40.1 Receitas de Vendas de Mercadorias
30.2 Aluguéis Passivos 40.2 Receitas de Prestação de Serviços
30.3 Amortização 40.3 Aluguéis Ativos
30.4 Café e Lanches 40.4 Juros Ativos
30.5 Combustíveis 40.5 Receitas Eventuais
30.6 Salários e Encargos
30.7 Depreciação 41 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
30.8 Descontos Concedidos 41.1 Ganhos em transações do Ativo
Permanente
30.9 Despesas Bancárias
30.1
0
Férias e Encargos
30.1
1
13º Salário e Encargos
30.1
2
Fretes e Carretos
30.1
3
Impostos e Taxas
30.1
4
Luz e Telefone
30.1
5
Prêmios de Seguro
30.1
6
Despesas Diversas
24
11 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL:
11.1 LIVRO RAZÃO
No passado as contas eram registradas nas páginas de um livro manuscrito chamado
RAZÃO. Depois foram registradas em fichas ou folhas soltas. Atualmente, com o sistema
eletrônico, são registradas na memória dos computadores ou em registros especiais, pelo sistema
de processamento eletrônico de dados; mas o seu conjunto, mantidas em arquivo, continuam
com a mesma denominação Razão. Para cada conta deve existir pelo menos uma ficha de Razão.
RAZONETE
Para efeito didático, representamos uma Conta por uma CONTA EM T, ou RAZONETE EM
T, ou simplesmente, RAZONETE.
DÉBITO E CRÉDITO
Por convenção contábil:
O lado esquerdo de uma conta denomina-se de lado do DÉBITO.
O lado direito denomina-se lado do CRÉDITO.
Assim:
Título da
Conta
D C
Lado
Esquerdo
Lado
Direito
A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta em
determinado período é denominada SALDO.
Se o valor dos débitos for maior que o valor dos créditos, a conta terá saldo DEVEDOR,
caso ocorrer o contrário, a conta terá saldo CREDOR.
Na terminologia contábil, essas palavras tem significados antagônicos. Quando o aluno
principiante não se conscientiza disso, dificilmente aceita que débito pode representar elementos
positivos, o que prejudica sensivelmente a aprendizagem. Portanto, muito cuidado com a
terminologia.
Crédito na linguagem coloquial, significa: situação positiva, possuir crédito na praça, poder
comprar a prazo, etc.
25
Na terminologia contábil, a palavra CRÉDITO também possui significado oposto. As
mesmas
observações que fizemos para a palavra débito aplicam-se à palavra crédito.
11.2 – LIVRO DIÁRIO
O livro Diário é obrigatório, exigido pelo Código Comercial Brasileiro em seu artigo no
. 11,
livro essencialmente cronológico registra, em ordem de dia, mês e ano, todas as operações
contabilizáveis verificados na existência de uma pessoa jurídica.
O registro de uma operação no livro Diário, denomina-se PARTIDA DE DIÁRIO ou
LANÇAMENTO CONTÁBIL. Ao conjunto dos lançamentos denominamos ESCRITURAÇÃO
CONTÁBIL.
11.3 – LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
Fazer um lançamento do lado esquerdo é simplesmente fazer um lançamento a débito
ou um débito, ou ainda, debitar a conta.
Fazer um lançamento do lado direito é simplesmente fazer um lançamento a crédito ou
um crédito, ou ainda, creditar a conta.
SALDO: como já vimos, é a diferença de débitos e créditos efetuados em uma conta.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO CONTÁBIL:
1- Local e data
2- Conta (s) Devedora (s)
3- Conta (s) Credora (s)
4- Histórico
5- Valor
11.4 - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS:
O método universalmente usado em todos os sistemas contábeis, para se efetuar uma
partida de diário (lançamento contábil) é o Método das Partidas Dobradas, ou seja, a cada
lançamento a débito (ou débitos), corresponde um crédito (ou créditos) de igual valor.
Enunciado:
Para cada débito há um crédito de igual valor, e vice-
versa.
Para um ou mais débitos há sempre um ou mais
créditos cujo somatório é de igual valor, e vice-versa.
26
11.5 – MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS:
Para efeito de controle do Patrimônio e das atividades da empresa, os seus elementos
estão representados por contas.
As contas de Ativo estão do Lado Esquerdo, que é o Débito, então, ao representá-las em
razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado esquerdo – Débito.
As contas de Passivo e Patrimônio Líquido estão do Lado Direito, que é o Crédito, então,
ao representá-las em razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado direito – Crédito.
EXEMPLO:
Sociedade Comercial W Ltda.
Balanço Patrimonial em 01/02/2003
ATIVO $ PASSIVO $
Caixa 10.000
Total 10.000
Patrimônio Líquido
Capital 10.000
Total 10.000
D CAIXA C D CAPITAL C
1 10.000 10.000
1
Assim:
Para representar uma Conta de Ativo, usamos o lado esquerdo, do Débito.
Quando ADQUIRIMOS um Bem ou Direito, AUMENTAMOS o Ativo, portanto aumentamos o lado
Esquerdo – DÉBITO.
Quando VENDEMOS um Bem, RECEBEMOS um Direito, ou PAGAMOS algo,
DIMINUÍMOS o Ativo e registramos do Lado Direito do Razonete – CRÉDITO.
Para representar uma Conta de Passivo, usamos o lado direito, do Crédito.
Quando ADQUIRIMOS uma Obrigação, AUMENTAMOS o Passivo, portanto aumentamos o lado
Direito – CRÉDITO.
Quando PAGAMOS uma Obrigação, DIMINUÍMOS o Passivo e registramos do Lado
Esquerdo do Razonete – DÉBITO.
Quanto às Contas de Resultado:
Receita: a obtenção de receita significa um AUMENTO do Patrimônio Líquido.
Despesa: a realização de uma despesa significa a DIMINUÇÃO do Patrimônio Líquido.
Se aumentam ou diminuem o Patrimônio Liquido funcionam como estas contas:
Quando OBTEMOS uma receita AUMENTAMOS o Patrimônio Líquido – CRÉDITO
Quando REALIZAMOS uma despesa DIMINUÍMOS o Patrimônio Líquido –DÉBITO.
27
RESUMO DO MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO:
Efetua-se um Lançamento a:
Contas Débito Crédito
de Para Para
Ativo Aumentar Diminuir
Passivo Diminuir Aumentar
Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar
Receita Aumentar
Despesa Diminuir
Outra forma de compreender o método das partidas dobradas é através das origens e aplicações
de recursos.
12 - ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS.
ORIGENS de recursos: patrimônio líquido, passivo, receita ou diminuição de ativo (caixa,
estoques,etc.)
APLICAÇÕES de recursos: ativo, despesa ou diminuição de passivo (pagamento de
fornecedores, empréstimos, etc.)
Assim:
BALANÇO PATRIMONIAL DE ACÔRDO COM A LEI 11638/07
ATIVO R$ (APLICAÇÕES) PASSIVO R$ (ORIGENS)
Circulante
Não Circulante:
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Circulante
Não Circulante:
Financiamentos
Receita diferida
Patrimônio Líquido
Capital Social
Reservas de Capital
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Total Total
28
12.1) Exercícios - LIVRO RAZÃO:
FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E LEVANTE O BALANÇO
PATRIMONIAL
EXERCICIO A
a) abertura da empresa com capital de R$ 80.000 em dinheiro
b) compra de instalações à vista por R$ 10.000
c) compra de mercadoria a prazo R$ 40.000
d) compra de automóvel por R$ 8.000, sendo 60% à vista e o restante a prazo
EXERCICIO B
a) abertura da empresa com capital de R$ 20.000 em dinheiro
b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 19.000
c) compra de máquinas a prazo por R$ 12.000.
d) pagamento de parte da compra de máquinas, R$ 6.000 em cheque
e) compra de cadeiras R$ 500, em dinheiro
EXERCICIO C
a) abertura da empresa com capital de R$ 10.000, sendo R$ 5.000 em dinheiro e R$ 5.000
em veículo
b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 4.500
c) compra de mercadorias, R$ 3.000, a prazo
d) compra de uma cadeira, R$ 100 em dinheiro
e) pagamento de parte das mercadorias compradas a prazo R$ 1.500, em cheque
EXERCÍCIO D
a) abertura de empresa com capital de R$ 5.000 em dinheiro
b) abertura de conta bancária com depósito de R$ 4.800
c) compra de imóvel R$ 3.800, em cheque.
d) compra de mercadorias R$ 1.000, em cheque.
e) compra de uma mesa por R$ 100, em dinheiro
EXERCÍCIO E
a) abertura de empresa com capital de R$ 6.000, sendo R$ 3.000 em dinheiro e R$ 3.000
em veículo
b) compra de máquinas R$ 6.000, sendo a prazo
c) compra de mercadorias para revenda R$ 2.000, à vista
d) pagamento de parte das máquinas, R$ 1.000 em dinheiro.
e) venda de parte das mercadorias compradas, pelo preço de custo, R$ 300 a vista
EXERCICIO F
a) abertura de empresa com capital de R$ 10.000 em dinheiro
b) compra de imóvel, por R$ 12.000, sendo 50% a prazo e o restante a vista
c) abertura de conta no banco com depósito de R$ 3.800
d) compra de máquinas R$ 3.000, em cheque
e) compra de instalações, R$ 200 em dinheiro
f) emissão de cheque para colocar no caixa no valor de 100,00
13 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Vimos que a escrituração de cada operação é feita através de débitos e créditos de igual
valor (Método das Partidas Dobradas), daí se conclui que, somando os débitos de todas as
contas, teremos um total que será igual à soma dos créditos de todas as contas. Pelo mesmo
motivo, é fácil concluir que o valor total dos saldos credores deve ser igual ao valor total dos
saldos devedores.
29
Essa comprovação comparação se faz com o uso do Balancete de Verificação, se a soma
dos débitos se igualar a soma dos créditos significara que os registros feitos no Diário e
transcritos para o Razão estão corretos.
Exemplo:
CONTAS
SALDOS
DEVEDORES CREDORES
CAIXA 60.000
DUPLICATAS A RECEBER 9.000
MERCADORIAS 78.000
IMÓVEIS 50.000
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 31.000
FORNECEDORES 58.000
CAPITAL 170.000
TOTAL 228.000 228.000
14 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
APURAÇÃO DO RESULTADO: Para saber se obteve lucro ou prejuízo, a contabilidade
confronta a receita (vendas), com as despesas. Se a receita for maior que a despesas, a empresa
teve lucro. Se a receita for menor que a despesa, teve prejuízo.
Despesas: Gastos necessários a manutenção da atividade.
Receita: Recuperação das despesas acrescido de uma margem de lucro.
OBS.: Ativo e Despesas são contas de natureza devedora, enquanto, o Passivo e as
Receitas são contas de natureza credora.
A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.), elaborada simultaneamente com o
Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa
durante determinado período de tempo, nele sobressai um dos valores mais importantes às
pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo.
A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício, um completando o outro, atinge a finalidade de mostrar a situação
patrimonial e econômico-financeira da Entidade.
Exemplo:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
RECEITAS
 Receita com Vendas $ 50
 Receita com Juros $ 10
------
60
DESPESAS
 Despesa com Aluguel $ 10
 Despesa com Material de Escritório $ 5
 Despesa com Telefones $ 3
-------
($ 18)
LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO $ 42
30
15 – APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
(ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO)
A apuração do resultado é saber se houve lucro ou prejuízo ao final de um período, faz-se
através de uma conta especial denominada “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE),
para ela devem ser transferidos os saldos de todas as contas de resultado.
Encerram-se as contas de receita, transferindo seus saldos credores para crédito da conta
“Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), e as contas de despesa, transferindo seus saldos
devedores para débito da conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE).
A conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), deve ser encerrada também, seu
saldo será transferido para uma conta patrimonial denominada Lucros ou Prejuízos
Acumulados (LAC/PAC).
MECANISMO:
 DESPESAS SEMPRE DÉBITO
 RECEITAS SEMPRE CRÉDITO
Exemplo:
RECEITA C/VENDAS RECEITA C/JUROS DESPESA C/ALUGUEL
(1) 50 50 (1) 10 10 10 10 (2)
DESP.C/MATL.ESCR. DESP.C/TELEFONES A.R.E.
5 5 (2) 3 3 (2) (2) 18
(3) 42
60 (1)
---
42
LAC/PAC
42 (3)
Exemplo de Lançamento no Livro Diário
1-) São Paulo 31 de março de 2009
Diversos
a ARE
Receita com vendas $ 50
Receita com Juros $ 10
----------
$ 60
31
2-) ARE
a Diversos
a Despesa com Aluguel $ 10
a Despesa com Material de Escritório $ 5
a Despesa com Telefones $ 3
--------
$ 18
EXERCICIOS SOBRE RECEITA E DESPESA: APURAÇÃO DE RESULTADO
15.1) FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E AO FINAL LEVANTE O BALANÇO
PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Exercício 1 (balanço R$ 6.200 - resultado R$ 2.200)
A empresa Takaro iniciou suas operações em janeiro de 2004, com capital de R$ 4.000 em
dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês:
12/01 – compra de moveis, a vista, no valor de R$ 500
13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, á vista
31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, no valor de R$ 800.
Exercício 2 (balanço R$ 3.100 - resultado R$ 300 negativo)
A empresa Morro de Fome & Mas não Trabalho SA iniciou suas operações em janeiro de 2004,
com capital de R$ 900 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês:
12/01 – compra de computador e impressora, R$ 2.500, a prazo
13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 500, á vista
31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, R$ 800.
Exercício 3 (balanço R$ 2.700 - resultado R$ 1.700)
A empresa Dias & Dias Parado iniciou suas operações em janeiro de 2004, com capital de R$
1.000 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês:
12/01 – abertura de conta no Banco X, no valor de R$ 500
13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, recebido em cheque.
31/01 – pagamento de aluguel, no valor de R$ 800 em cheque
31/01 – pagamento de salários, R$ 500 em cheque
Exercício 4 (balanço R$ 3.200 - resultado R$ 1.700)
A empresa Eu Sozinho iniciou suas operações em janeiro de 2008, com capital de R$ 1.500 em
dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês:
04/01 – abertura de conta no Banco X, com deposito de R$ 1.000
12/01 – compra de moveis, R$ 500, em dinheiro
13/01 – Venda ref.prestação de serviços, R$ 2.500, recebido em cheque.
31/01 – pagamento de aluguel, R$ 800, em cheque
31/01 – emissão de cheque no valor de R$ 500 para colocar no caixa
Exercício 5
Operações da Cia Chicletes
Janeiro/2008 (balanço R$ 2.450 – resultado do mês R$ 1.450)
05/01 – abertura da empresa com capital de R$ 1.000, em dinheiro
06/01 – compra de mesas e cadeiras, no valor de R$ 400 a vista.
15/01 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.500, a prazo
30/01 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro
Fevereiro/2008 (balanço R$ 3.320 - resultado do mês R$ 870)
02/02 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.000, recebido em cheque
28/02 – Despesa ref. baixa de uma cadeira por quebra, no valor de R$ 80
28/02 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro
Março/2008 (balanço R$ 3.270 - resultado R$ 50 negativo)
01/03 – recebimento da prestação de serviços de 15/01
30/03 – pagamento de água e luz R$ 50, em dinheiro
32
16 – RECEITAS E DESPESAS – REGIME DE COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS
De acordo com o regime de competência de exercícios, as receitas e as despesas são
consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento receita ou
pagamento da despesa.
Difere, pois, do regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas do
exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período.
Exemplo: Venda de mercadorias no mês de setembro/04, a prazo, com vencimento em
outubro/04, no valor de 1.000,00
Em setembro/04: Regime de Competência: 1.000,00
Regime de Caixa: 0,00
Em outubro/04: Regime de Competência: 0,00
Regime de Caixa: 1.000,00
Detalhe: O regime de caixa e de competência, somente são utilizados quando ocorrerem
operações financeiras a prazo. Pois quando for a vista, o efeito é o mesmo tanto em um como em
outro.
Por exemplo: Utilizando o mesmo exemplo acima, mas a vista. Aí teríamos:
Em setembro/04: Regime de Competência: 1.000,00
Regime de Caixa: 1.000,00
Quando que não é utilizado o regime de caixa ou de competência?
R: Quando ocorrer, por exemplo as seguintes operações:
- requisição de material de escritório do setor administrativa para o setor de compras.
- solicitação de pedido de compras de matérias primas para a produção.
- requisição de materiais diversos do setor de almoxarifado para o setor de compras.
- transferências bancárias.
- requisição de materiais diversos do setor comercial para o almoxarifado.
- etc.................
Portanto, no Regime de Competência de Exercícios, as receitas de um exercício são aquelas
ganhas nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não dentro do exercício.
As despesas de um exercício são aquelas incorridas nesse período, não se importando se foram
pagas ou não dentro do exercício.
Difere do Regime de Caixa, onde são consideradas como receitas e despesas do exercício,
aquelas efetivamente recebidas e pagas dentro desse período.
Atenção especial deve ser dada o reconhecimento do Fato Gerador.
O Fato Gerador de uma receita ocorre quando se completa a transação e da despesa quando a
empresa usufrui do beneficio gerado essa despesa.
Exemplos que desenvolveremos abaixo:
A) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE;
B) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO CORRENTE;
C) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS = RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
D) RECEITAS VENCIDAS E NÃO RECEBIDAS = RESULTADO DO EXERCÍCIO CORRENTE
33
17 – PROVISÃO, ANÁLISE E CONTABILIZAÇÃO: AJUSTE DE DESPESAS
A-) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS
Em 30/06/X0, foi pago o valor de $ 12.000 referente a um contrato de seguros por um ano, com
vigência a partir de 01/07/X0
1o.
lançamento – quando do pagamento da apólice em 30/06/X0:
Seguros Pagos Antecipadamente
a Caixa $ 12.000
2o
. lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (julho a
dezembro = 6 meses).
Calcular a proporção do valor da apólice para o ano de X0 ($12.000 : 12 meses = $ 1.000/mês x
6 meses = $ 6.000)
Despesa com Seguros
a Seguros Pagos Antecipadamente $ 6.000
CAIXA SEG. PAGOS ANTEC. DESP. C/ SEGUROS
12.000
(1)
(1)
12.000
------
--
6.000
6.000
(2)
(2)
6.000
OBS.: as contas Caixa e Seguros Pagos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão compor
o Balanço Patrimonial de X0. A conta Despesa com Seguros por ser uma conta de resultado será
encerrada no ARE de X0.
B-) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS
Valor da folha de pagamento de dezembro/X0, a ser paga em 05/01/X1 é de $ 50.000.
O lançamento a ser feito em 31/12/X0, levando-se em consideração que o fato gerador ocorreu
dentro do mês (os empregados trabalharam em dezembro/X0) e a folha de pagamento é de
competência dez/X0, é o seguinte:
Despesa com Salários
a Salários a Pagar $ 50.000
DESP. C/ SALÁRIOS SALÁRIOS A PAGAR
50.000
50.000(
2)
Obs.: a conta Despesa com Salários será encerrada no ARE de X0 e a conta Salários a Pagar irá
compor o Balanço Patrimonial de X0.
A conta Salários a Pagar representa uma obrigação, que será paga em 05/01/X1, portanto seu
saldo passará para o exercício seguinte (X1).
Quando do pagamento da folha de dez/X0 em 05/01/X1, o lançamento será:
Salários a Pagar
a Caixa $ 50.000
34
CAIXA SALÁRIOS A PAGAR
50.000
50.000
50.000
(SI)
SI (SALDO INICIAL)
C-) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS
Em 30/09/X0, nossa empresa alugou um de seus imóveis e neste dia recebeu o valor de $
30.000, correspondentes a seis meses de locação, a contar de 01/10/X0.
1o.
lançamento – quando do recebimento dos aluguéis em 30/09/X0:
Caixa
a Aluguéis Recebidos Antecipadamente $ 30.000
2o
. lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (outubro a
dezembro = 3 meses).
Calcular a proporção do valor do recebimento para o ano de X0 ($30.000 : 6 meses = $
5.000/mês x 3 meses = $ 15.000)
Aluguéis Recebidos Antecipadamente
a Receita com Aluguéis $ 15.000
CAIXA ALUGUÉIS REC.ANT. RECEITA C/ ALUGUÉIS
(1)
30.000
(2)
15.000
30.000
(1)
--------
15.000
15.000
(2)
OBS.: as contas Caixa e Aluguéis Recebidos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão
compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Receita com Aluguéis por ser uma conta de
resultado será encerrada no ARE de X0.
35
18 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (RCM)
As mercadorias compreendem todos os Bens que as empresas comerciais compram para
revender. As operações que envolvem as compras e as vendas de mercadorias constituem a
atividade principal das empresas comerciais.
Para contabilizar operações com mercadorias vamos utilizar o método da conta
desdobrada, que consiste em utilizar três contas básicas: Estoque de Mercadorias (para registrar
os estoques inicial e final), Compras de Mercadorias e vendas de Mercadorias. Pra conhecer o
estoque final, é feito um inventário no final do período (periódico).
Supondo, em um exemplo, que os saldos de uma determinada empresa, em 31 de
dezembro, tenham sido os seguintes:
estoque de Mercadorias Compras de Mercadorias Vendas de
Mercadorias
5.000 20.000 23.000
O inventário físico realizado em 31 de dezembro tenha sido de R$ 12.000, vamos estudar dois
processos de apuração: extracontábil e contábil.
Apuração extra-contábil
Fórmula
CMV = Ei + C – Ef
Onde:
CMV = Custo das mercadorias Vendidas
Ei = Estoque inicial de mercadorias
C = Compras de mercadorias
Ef = Estoque final de mercadorias
Assim temos:
CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 = 13.000
Apuração contábil
Para contabilizar o Resultado da Conta Mercadorias no Razonete, vamos tomar como roteiro as
duas fórmulas apresentadas e proceder aos lançamentos, seguindo a ordem em que as contas
aparecem nas respectivas fórmulas.
A primeira conta que aparece na fórmula é o Ei (estoque inicial) que é transferido para a conta
CMV:
Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV
5.000 5.000
(1)
(1)
5.000
36
Agora é feita a transferência das compras do período:
Compras de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV
20.000 20.000
(2)
(1)
5.000
(2)
20.000
Continuando, registra-se o valor do estoque final, encontrado no inventário:
Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV
5.000
(3)12.00
0
5.000
(1)
(1)
5.000
(2)
20.000
12.000(3
)
Chegamos ao final da fórmula do CMV:
Custo das Mercadorias Vendidas CMV
(1)
5.000
(2)
20.000
soma
25.000
saldo
13.000
12.000(3)
Resultado Bruto com mercadorias ou Resultado com Mercadorias é a diferença total entre as
Receitas obtidas pelas Vendas e o Custo dessas mercadorias que foram vendidas. Essa diferença
bruta não leva em consideração as demais Receitas e Despesas da empresa, como Receitas de
juros, despesas com aluguéis, salários, impostos etc. Elas aparecem quando se deseja conhecer o
Resultado Líquido do Exercício.
Fórmula
RCM = V – CMV
Onde:
RCM = Resultado da conta mercadorias ou Lucro Bruto
V = Vendas de mercadorias
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas, apurado pela 1ª fórmula
RESULTADO COM MERCADORIAS = VENDAS – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO = RESULTADO COM MERCADORIAS + OUTRAS
RECEITAS – OUTRAS DESPESAS
Se o Resultado Bruto for positivo, isto é, se as Vendas forem maiores do que o Custo das
Mercadorias Vendidas, teremos Lucro Bruto com Mercadorias. Se for negativo, teremos Prejuízo
com Mercadorias.
37
Exemplo:
Demonstração de Resultado do ano 20x2 da Cia Alfa
Vendas 150.000
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (105.000)
( = ) Resultado Bruto com Mercadorias ou L.Bruto 45.000
Menos
Despesas de Salários (15.000)
Despesas Diversas (5.000)
Resultado Líquido do Exercício 25.000
18.1 – Critérios de Avaliação de Estoques:
Inventário Permanente
Desde que o Controle de Estoque forneça permanentemente o valor dos estoques com certeza da
existência das quantidades correspondentes, diz-se que o regime de Controle de Estoque é
Permanente. De uma forma mais prática: é a “famosa’ Ficha de Controle de Estoque.
Inventário Periódico
É o inventário levantado no fim de cada período contábil (levanta-se a quantidade de
mercadorias, e considera a quantidade apurada como estoque final), geralmente adotado quando
o permanente é inviável. Por isso, é comum observar em empresas comerciais uma placa ou
faixa, colocada na fachada da loja, em fim de ano: “Fechada para inventário”.
Obs.: Para apurar o valor do Estoque Final, prevalece o critério do “Custo ou Mercado, dos dois o
menor”.
CRITÉRIOS DE CUSTEIO DO CMV
CRITÉRIOS CARACTERÍS
TICAS
ESTOQUE FISCO LUCRO PARA FINS
GERENCIAI
S
PEPS (ou
FIFO)
Primeiro que
entra, primeiro
que sai
Valorizado
pelas
últimas
entradas
remanescen
tes
Aceita Normalmente
dá maior Lucro
Inadequado
UEPS (ou
LIFO)
O último que
entra é o
primeiro que
sai
Valorizado
pelas
primeiras
entradas
remanescen
tes
Não
Aceita
Normalmente o
Lucro é menor
que o PEPS e
Média
Ponderada
Satisfatório
Preço
Médio
A média
ponderada das
diversas
compras
Valorização
pelo preço
médio do
mercado
Aceita Normalmente o
Lucro é entre
UEPS e o PEPS
Inadequado
 com base numa economia inflacionária
38
18.2 – Exercícios sobre Apuração de CMV e Ficha Controle de Estoque:
A) Uma concessionária, possui um Estoque Inicial em 01/06 composto de 30 unidades de carros
novos, adquiridos por 40.000 cada um, num total de 1.200.000 e no mês ocorreu a seguinte
movimentação:
02/06: Compra de 10 unidades por 42.000 cada uma = 420.000,00
03/06: Venda de 3 unidades por 50.000 cada uma = 150.000,00
04/06: Venda de 27 unidades por 45.000 cada uma = 1.215.000,00
05/06: Compra de 5 unidades por 42.000 cada uma = 210.000,00
06/06: Venda de 10 unidades por 48.000 cada uma = 480.000,00
-As despesas administrativas são de 100.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de
5% das receitas totais.
B) A empresa ABC, em 01/06/X2 tinha em seu estoque inicial 20 unidades ao custo unitário de
800,00 = 16.000,00. Durante o mês de julho, foram realizadas as seguintes operações com
mercadorias:
02/06 – Compra de 40 unidades por 950 cada uma, a prazo = 38.000,00
02/06 – Venda de 10 unidades a 1.200 cada, a vista = 12.000,00
15/06 – Venda de 20 unidades a 1.500 cada, a prazo = 30.000,00
18/06 – Compra de 20 unidades 1.200 cada, a prazo = 24.000,00
20/06 – Venda de 10 unidades a 1.400 cada, a vista = 14.000,00
-As despesas administrativas são de 5.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de
5% das receitas totais.
C) A empresa xyz, em 01/10/01 tinha em seu estoque inicial 40 unidade de microcomputadores a
1.000 cada unidade. = 40.000,00
Durante o mês de novembro/01, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias:
04/10 – Compra de 60 unidade a prazo por 1.200 cada. = 72.000,00
16/10 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada. = 100.000,00
17/10 – Venda de 30 unidades a 1.500 cada, a prazo. = 45.000,00
28/10 – Compra de 20 unidades por 1.200 cada, a prazo.= 24.000,00
-As despesas administrativas são de 8.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de
7% das vendas totais.
D) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 50 unidade de microcomputadores
a 1.000 cada unidade. = 50.000,00
Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias:
04/11 – Compra de 50 unidade a prazo por 1.200 cada. = 60.000,00
06/11 – Venda de 20 unidades ao fornecedor a 1.500 cada, a vista. = 30.000,00
16/11 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada, a prazo. = 100.000,00
17/11 – Compra de 20 unidades a 1.000 cada. = 20.000,00
25/11 – Venda de 30 unidades por 1.500 cada, a vista. = 45.000,00
As despesas Administrativas são de 5.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as
vendas totais.
E) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 70 unidade de microcomputadores a
100 cada unidade. = 7.000,00
Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias:
04/11 – Compra de 70 unidade a prazo por 120 cada. = 8.400,00
16/11 – Venda de 50 unidades a 200 cada, a prazo. = 10.000,00
17/11 – Compra de 10 unidades a 100 cada. = 1.000,00
25/11 – Venda de 40 unidades por 150 cada, a vista. = 6.000,00
As despesas Administrativas são de 1.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as
vendas totais
39
Pede-se:
1)Elaborar a ficha controle de estoque pela Média Ponderada ou Preço Médio.
2)Apurar o CMV (Custo da Mercadoria Vendida): EI+C-EF
3)Elaborar a DRE (Demonstração de resultados do Exercício
19 – NOVA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A Lei 6.404/76, em seu art. 178, preconiza “no balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.
BALANÇO PATRIMONIAL (de acordo com a lei 11638/07)
A T I V O
--------------------------------
Circulante
Não Circulante:
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
P A S S I V O
-------------------------------------
Circulante
Não Circulante:
Financiamentos
Receita diferida
Patrimônio Líquido
Capital Social
Reservas de Capital
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e
quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade.
Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é
constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido.
O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela
entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos.
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros,
resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação.
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença
positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o
valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio
Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto.
ATIVO CIRCULANTE
O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente. Assim, por
exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o
encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2006, deverá classificar no Ativo Circulante
todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2007.
40
Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no
circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. Raramente, porém, é usado esta
classificação mais extensa, de forma que, como padrão, pode-se adotar a classificação das contas
como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano.
ATIVO NÃO CIRCULANTE
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos
com essa finalidade.
O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos:
Ativo Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Ativo Realizável a Longo Prazo
De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza
das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do
exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir
do próprio balanço.
As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no Ativo Realizável
a Longo Prazo.
Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da empresa, serão classificados no Ativo Realizável a
Longo Prazo.
Investimentos
No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações
societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e
outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente,
seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte
permanente de renda.
Imobilizado
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das
atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas,
etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou
arrendados.
Intangível
Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da MP 449/08 e
da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos
de uso permanente.
Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante
concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio
adquirido.
41
PASSIVO CIRCULANTE
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição
de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo
operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o
prazo desse ciclo.
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição
de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte. No caso de o
ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por
base o prazo desse ciclo.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas
de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e
Prejuízos Acumulados.
O Ativo deve ser classificado em ordem decrescente de grau de liquidez, isto é, devem ser
apresentadas em primeiro as contas que se convertem mais rapidamente em disponibilidades,
iniciando com o disponível.
O Passivo, em ordem decrescente de prioridades de pagamento das exigibilidades, isto é,
devem ser apresentadas em primeiro as contas que cuja exigibilidade ocorre antes.
Para a Demonstração do Resultado do Exercício a lei determina que seja apresentada na forma
dedutiva, isto é, parte-se da Receita Bruta de Vendas para se obter o Resultado Líquido (Lucro ou
Prejuízo).
Deve-se seguir o princípio contábil de Competência dos Exercícios, conforme modelo a seguir:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)
Receita Bruta
Vendas
Serviços
(-) Dedução de Vendas
Vendas Canceladas
Abatimentos sobre vendas
Impostos sobre Vendas
(=) Receita Líquida de Vendas
( - ) C M V
(= Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
Vendas
Administrativas
Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(+/-) Outras Receitas / Despesas Operac
42
(=) Lucro Operacional
(+/-) Rec / Desp Não Operacionais
(+) Receita Não Operacional
(-) Despesa Não Operacional
(=) Lucro Antes do Imp Renda (Lair)
(-) Provisão IRPJ / CSLL
(=) Lucro/(Prej) Líquido
20. A INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA DE
MERCADORIAS.
IMPOSTOS SOBRE VENDAS
Uma empresa, seja comercial, industrial ou prestadora de serviços, ao exercer sua
atividade de venda de mercadorias, produtos ou serviços ficam sujeitas ao recolhimento dos
impostos incidentes sobre as vendas.
As empresas NÃO PAGAM impostos. São meras REPASSADORAS dos impostos.
Os impostos sobre vendas DEVEM ESTAR incluídos no preço de venda.
É sempre o Consumidor Final que paga os IMPOSTOS.
São impostos incidentes sobre vendas: o ICMS, o PIS, a COFINS, o IPI, o ISSQN e o IVV.
Há duas características no impostos sobre vendas: Cumulativos e Não Cumulativos
O princípio da cumulatividade ou não dos impostos previstos no CTN está na possibilidade
do comprador se creditar dos Impostos pagos na compra do produto ou serviço. Só pode se
creditar dos respectivos impostos, se na operação subseqüente, de venda, haja incidência dos
mesmos impostos, ainda que em alíquotas diferentes. Assim:
IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS:
Para as empresas tributadas pelo Lucro Real, são considerados impostos não cumulativos:
DE COMPETÊNCIA FEDERAL:
I P I (Imposto sobre Produto Industrializado): Incide sobre a produção de bens. A
alíquota varia de o% até, 200%, 300%, dependendo da classificação do produto fabricado. Há
um Regulamento do IPI (RIPI) e uma Tabela do IPI (TIPI) onde se relacionam todos os produtos
e suas respectivas alíquotas. O fato gerador é a circulação do produto (saída) da empresa.
É um imposto “por fora”, isto é, não está incluído no preço de venda do produto ou
serviço.
43
P I S (Programa de Integração Social) (12/2002): Incidente sobre as receitas da empresa
à alíquota de 1,65%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do
produto ou serviço.
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) (2004): Incidente
sobre as receitas da empresa à alíquota de 7,60%. É um imposto “por dentro”, isto é, está
incluso no preço de venda do produto ou serviço.
DE COMPETÊNCIA ESTADUAL
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Incidente sobre
CIRCULAÇÃO da mercadoria o a prestação de determinados serviços. O fato gerador é a saída da
mercadoria da empresa da empresa.
Cada estado possui seu próprio regulamento, o RICMS, onde se prevê a tributação e
alíquotas respectivas.
Com a Constituição de 1988 alguns serviços passaram a ser tributados pelos estados. São
eles: transporte interestadual e intermunicipal, de comunicações, de radiodifusão, telefonia e
energia elétrica.
É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço.
IMPOSTOS CUMULATIVOS
Para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, Arbitrado e SIMPLES são considerados
impostos cumulativos. O seu efeito é “em cascata”, incidindo sobre toda a cadeia produtiva.
DE COMPETÊNCIA FEDERAL:
I P I (Imposto sobre Produto Industrializado): Incide sobre a produção de bens. A
alíquota varia de 0% até, 200%, 300%, dependendo da classificação do produto fabricado. Há
um Regulamento do IPI (RIPI) e uma Tabela do IPI (TIPI) onde se relacionam todos os produtos
e suas respectivas alíquotas. É cobrado na circulação do produto (saída).
É um imposto “por fora”, isto é, não está incluído no preço de venda do produto ou
serviço.
P I S (Programa de Integração Social): Incidente sobre as receitas da empresa à alíquota
de 0,65%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou
serviço.
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): Incidente sobre as
receitas da empresa à alíquota de 3%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço
de venda do produto ou serviço.
44
No SIMPLES, acresce-se uma determinada percentagem ao total recolhido para cobrir
esses impostos.
DE COMPETÊNCIA MUNICIPAL:
ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza): Incidente sobre as receitas da
empresa . Cada município tem sua própria legislação, respeitando do Decreto Federal sobre o
ISS. A forma e alíquotas de tributação estão contidas em regulamento próprio. É um imposto
“por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço.
IVVC (Imposto sobre Venda a Varejo de Combustíveis): Criado pela Constituição de 1988.
Incidente sobre as receitas da empresa distribuidoras e vendedoras de combustíveis. Cada
município tem sua própria legislação, respeitando do Decreto Federal sobre o ISS. A forma e
alíquotas de tributação estão contidas em regulamento próprio. É um imposto “por dentro”, isto
é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço.
21. A RECUPERAÇÃO E A INCIDÊNCIA DOS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES DE COMPRA E
VENDA DE MERCADORIAS
A empresa, ao exercer sua atividade, fica sujeita à tributação de suas vendas. Na
operação de compra e na de venda estão embutidos os tributos.
Quando a empresa realiza suas compras pode recuperar o imposto pago se na operação
subseqüente de venda incidir o mesmo tipo de tributo, embora com alíquotas diferentes.
Pela legislação, tanto societária quanto fiscal, os Estoques são registrados pelo valor de
custo, isto é, quanto se pagou pelo bem, diminuído dos impostos recuperáveis e acrescido de
outras despesas (seguros, fretes, etc.) para disponibilizá-los no estabelecimento.
A Contabilidade registrará as operações econômico-financeiras de Compra e Venda da
seguinte forma:
A) NA COMPRA DE MERCADORIAS
Quando a empresa adquire mercadorias para revenda, atividade tipicamente
comercial, passa a ter o direito de se creditar do imposto embutido no preço da mesma.
Exemplo:
1) Aquisição de Mercadorias para revenda no valor de R$ 100.000, a prazo.
Denominar-se-á a conta de COMPRAS.
Considerando a incidência dos seguintes impostos recuperáveis:
I.P.I (por fora) = 4,00%
ICMS (por dentro) = 18,00%
PIS (por dentro) = 1,65%
COFINS (por dentro) = 7,60%
45
Fazendo os cálculos:
Valor Total da Nota Fiscal: R$ 100.000 + R$ 4.000 (4% IPI ) = R$ 104.000
Valor do ICMS = R$ 100.000 x 18% = R$ 18.000
Valor do PIS = R$ 100.000 x 1,65% = R$ 1.650
Valor da COFINS = R$ 100.000 x 7,60% = R$ 7.600
Lançando no diário (contabilizando):
PELA COMPRA E RECUPERAÇÃO DOS IMPOSTOS:
Na compra de mercadorias, a empresa constitui-se no direito de receber os impostos
recuperáveis, embutidos no valor pago. O valor da compra deve refletir o valor líquido, isto é, o
valor total menos os impostos recuperáveis. Assim:
(1) D – Compras 72.750
D – I P I a recuperar 4.000
D – ICMS a recuperar 18.000
D – PIS a recuperar 1.650
D – COFINS a recuperar 7.600
C – Fornecedores 104.000
Compras IPI a recuperar ICMS a recuperar
(1) 72.750 (1) 4.000 (1) 18.000
PIS a recuperar COFINS a recuperar Fornecedores
(1) 1.650 (1) 7.600 104.000 (1)
B) NA VENDA DE MERCADORIAS
Quando a empresa vende mercadorias passa a ter obrigação de pagar o imposto embutido
no preço e cobrado do comprador.
Exemplo:
2) Venda de Mercadorias no valor de R$ 150.000, a prazo, com IPI
Considerando a incidência dos seguintes impostos:
I.P.I (por fora) = 4%
ICMS (por dentro) = 18%
PIS (por dentro) = 1,65%
COFINS (por dentro) = 7,60%
Fazendo os cálculos:
Valor Total da Nota Fiscal: R$ 150.000 + R$ 6.000 (4% IPI ) = R$ 156.000
Valor do ICMS = R$ 150.000 x 18% = R$ 27.000
46
Valor do PIS = R$ 150.000 x 1,65% = R$ 2.475
Valor da COFINS = R$ 150.000 x 7,60% = R$ 11.400
Valor do ISS = alíquota do município para prestação de serviço.
Os impostos sobre vendas são considerados no sub-grupo da DRE - dedução de vendas
(negativo).
Lançando no diário (contabilizando):
PELA VENDA
(2) D – Duplic a Receber 156.000
C - Receita de Vendas 156.000
PELA INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS NA VENDA
(3) D - IPI sobre vendas 6.000
C - IPI a pagar 6.000
(4) D - ICMS sobre vendas 27.000
C - ICMS a pagar 27.000
(5) D – PIS sobre vendas 2.475
C - PIS a pagar 2.475
(6) D - COFINS sobre vendas 11.400
C - COFINS a pagar 11.400
(7) D - ISS XXXX
C – ISS a pagar XXXX
C) APURAÇÃO DOS IMPOSTOS A RECUPERAR OU A PAGAR
Ao final de cada mês, ou como determinar a legislação fiscal de cada tipo de imposto, far-
se-á a verificação dos saldos das contas contábeis referente aos direitos e obrigações com os
impostos. Isto é, precisa-se saber se a empresa tem direito de receber o imposto pago a maior
ou se tem obrigação de pagar o imposto recebido a maior.
Na contabilidade, o lançamento denomina-se de “encontro de contas”.
A estrutura do lançamento será sempre a mesma, ou seja:
D - IMPOSTO A PAGAR (conta de Passivo) XXXXX
C - IMPOSTO A RECUPERAR (conta de Ativo) XXXXX
Transfere-se SEMPRE O MENOR SALDO existente.
Assim, levando-se em consideração as operações anteriores, temos:
(8) D - IPI a pagar 4.000
C - IPI a recuperar 4.000
47
(9) D – ICMS a pagar 18.000
C - ICMS a recuperar 18.000
(10) D - PIS a pagar 1.650
C – PIS a recuperar 1.650
(11) D - COFINS a pagar 7.600
C – COFINS a recuperar 7.600
22 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO
22.1 DEPRECIAÇÃO
Fenômeno contábil que expressa a perda de valor que os valores imobilizados de utilização
sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão.
Conceitua-se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o
ativo permanente, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza
ou obsolescência.
O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o
caso. A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a depreciação dos
demais bens deverá ser registrada como despesa operacional:
O lançamento característico da depreciação é:
D – DESPESAS (ou CUSTO) DE DEPRECIAÇÃO
C – DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
A conta devedora é de resultado e representa o encargo econômico suportado pela entidade.
A conta credora retifica o bem do ativo sujeito a depreciação. Integra o Balanço Patrimonial,
sendo demonstrada juntamente com a conta do bem que ela retifica, em subtração a seu saldo.
NOTA: o encargo de depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da
época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir.
O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem a que se
refere corrigido monetariamente. O mesmo se aplica à amortização e à exaustão.
Os encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase
pré-operacional serão escriturados no ativo diferido para posterior amortização, no prazo mínimo
de cinco anos e máximo de dez anos.
Não é admitido o registro de quota de depreciação em relação aos seguintes bens:
 terrenos, salvo em relação aos melhoramentos e construções;
48
 prédios e construções não alugados nem utilizados por seu proprietário na produção de
seus rendimentos ou imóveis destinados à venda;
 bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou
antiguidades;
 bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão.
Segue abaixo a tabela de taxas aplicáveis aos bens de ocorrência mais usual:
Taxa anual
Anos de
vida útil
Edifícios 4% 25
Máquinas e Equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Móveis e Utensílios 10% 10
Veículos 20% 5
Computadores e periféricos 20% 5
FORMA DE CÁLCULO
Depreciação = Valor do Bem = ou = 100% = 100% = 10% a.a.
Vida Útil Vida Útil 10 a.
Se for proporcional ao número de meses, calcular.
22.2 AMORTIZAÇÃO
Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos do exercício, das
imobilizações financeiras ou imateriais.
É a recuperação econômica do capital aplicado em:
I – Despesas que contribuam para formação do resultado de mais de um exercício social.
Exemplos: Despesas pré-operacionais, Despesas com pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos;
II – Direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens cuja utilização tenha
prazo legal ou contratual limitado e desde que em nenhuma hipótese caiba indenização, como:
a) bens intangíveis ou direitos de uso, como, por exemplo: patentes de invenção, fórmulas e
processos de fabricação.
b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço
público, devem reverter ao poder concedente ao final do prazo de concessão;
c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica,
concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou
modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio;
d) custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por terceiros;
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas.
49
A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o número de anos restantes de
existência do direito ou o número de exercícios sociais em que deverão ser usufruídos os
benefícios das despesas registradas no ativo diferido.
A amortização dos componentes do ativo diferido sujeita-se a dois prazos:
a) um mínimo de cinco anos, para fins fiscais;
b) um máximo de dez anos, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que possuam
escrituração contábil regular.
O lançamento característico da amortização é:
D – DESPESAS DE AMORTIZAÇÃO
C – AMORTIZAÇÃO ACUMULADA
A forma de cálculo é semelhante à da depreciação
DEPRECIAÇÃO x AMORTIZAÇÃO
A depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como máquinas, móveis, etc., e a
amortização destina-se apenas a significar perda de valor de coisas imateriais ou de
imobilizações financeiras; são objetos de amortização: despesas gerais de instalação,
aviamentos, dívidas de longo prazo etc.
22.3 EXAUSTÃO
Fenômeno patrimonial que caracteriza a perda de valor que sofrem as imobilizações suscetíveis
de exploração e que se esgotam no correr do tempo, como, por exemplo, as reservas minerais e
vegetais (bosques, florestas, jazidas etc.).
Corresponde à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais ou florestais ou de
bens aplicados nessa exploração.
O lançamento característico da exaustão é:
D – DESPESAS DE EXAUSTÃO
C – EXAUSTÃO ACUMULADA
A Foram de cálculo segue a da depreciação.
DEPRECIAÇÃO x EXAUSTÃO
A depreciação é a perda de valor pelo uso; a exaustão é a perda de valor por exploração; a
depreciação é custo indireto de fabricação; a exaustão é custo direto de fabricação.
EXEMPLO DE CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO
A empresa possuía em seu imobilizado no balanço inicial, Veículos no valor de $ 25.000. Calcule
e contabilize a depreciação anual.
Depreciação = Valor do Bem = ou = 100% = 100% = 10% a.a.
Vida Útil Vida Útil 10 a.
50
Depreciação = $ 25.000 = $ 5.000 ou = 100% = 100% = 20%
a.a.
5 anos Vida Útil 5 a.
$ 25.000 x 20% = $ 5.000
D – Despesa de Depreciação
C – Depreciação Acumulada $ 5.000
Desp Depreciação Depreciação Acumulada
(1)
156.000
156.000 (2)
EXEMPLO:
A empresa Assessoria S.A. adquiriu os seguintes bens
* Em 01/01/2010 - móveis. Custo: R$ 6.000,00. Valor residual estimado: R$
0,00. Vida útil estimada: 5 anos.
RESOLUÇÃO:
Método de depreciação LINEAR
Mês/ano Valor Taxa Dep. Período Dep. Acum. Valor Residual
2010 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 1,200.00 R$ 4,800.00
2011 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 2,400.00 R$ 3,600.00
2012 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 3,600.00 R$ 2,400.00
2013 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 4,800.00 R$ 1,200.00
2014 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 6,000.00 0.0
Um veículo (depreciável em 5 anos) foi comprado por R$ 25.000,00.
É previsto um VRE de R$ 10.000,00 após 8 anos de uso.
a) Calcule seu valor contábil depois de 4 anos. Resposta: R$ 5.000,00
b) Calcule seu valor real depois de 3 anos, considerando uma depreciação exponencial.
Resposta: R$ 17.730,15
1. Um equipamento foi comprado por R$ 25.000,00. É previsto um VRE
5.000,00 após 15 anos de uso. Calcule seu valor real depois de 6
depreciação linear. R$ 17.000,00
2. Um prédio foi comprado por R$ 50.000,00. É previsto um VRE de R$ 15.000,00 após 30 anos de
uso. Calcule seu valor contábil depois de 15 anos
3. Um veículo foi comprado por R$ 15.000,00.
uso. Calcule seu valor contábil depois de 3 anos.
4. Um prédio (depreciação por 25 anos) de R$ 80.000,00 foi comprado a vista, depois de 5 anos,
será vendido por R$ 64.000,00.
5. Um veículo foi comprado por R$ 25.000,00. É previsto um VRE de R$ 10.000,00 após 8 anos de
51
uso. Calcule seu valor contábil depois de 4 anos.
6. Um equipamento é utilizado em um turno diário de 8 horas, e sua taxa de
de 10%. Em 31/12/2010, ele aparecia registrado na contabilidade da seguinte maneira:
Equipamento:
(-) Depreciação Acumulada
Se for mantida a mesma taxa de depreciação,
equipamento? 4 anos e 3 meses.
7. Em 20 de outubro de 2010, a empresa
uma máquina de uso, auferindo um lucro da ordem de 20% sobre o preço obtido na alienação.
Referida máquina fora comprada
tem sido atualizado, trimestralmente, por depreciação feita com base em vida útil estimada de
10 anos e saldo residual de 20% do custo.
90.000,00.
8. A empresa ETECONT S/A possuía uma máquina,
utilização em 12 anos. Após nove anos de uso desse equipamento,
adequada sido oportunamente contabilizada, foi ele vendido, ocasionando
Para que as afirmações acima sejam corretas
9. A Metalúrgica de Reposição tinha máquinas e equipamentos comprados
R$ 40.000,00, com vida útil estimada em 10 anos. A depreciação tem sido feita em bases anuais
considerando valor residual de 10%. Quando
2010, por R$ 20.000,00. Qual foi o valor
anos, considerando uma
anos. R$ 32.499,95
É previsto um VRE de R$ 8.000,00 após 7 anos de
R$ 12.000,00
O valor está correto? Sim.
R$ 17.500,00
, R$ 87.000,00
) R$ (50.025,00)
Qual o período restante de
, ETECONT S/A mandou contabilizar a baixa por venda de
por R$ 150.000,00, em primeiro de abril de
Qual o preço de venda obtido na alienação
que foi adquirida por R$ 7.680,00, instalada para
corretas, qual o valor obtido na venda
foi vendido esse equipamento, no fim de m
, contabilizado em “perda de capital”
(Valor residual) de R$
depreciação anual é
eríodo depreciação do
2004, e seu valor
alienação? R$
tendo a depreciação
perda de R$ 720,00.
venda? R$ 1.200,00.
em julho de 2006 por
março de
capital”? R$
52
23 - PRINCIPAIS DOCUMENTOS UTILIZADOS PELA CONTABILIDADE
CHEQUE
É uma ordem de pagamento à vista.
Tipos: ao portador, nominal, cruzado, viagem e administrativo.
NOTA FISCAL
É um documento obrigatório que deve ser emitido pelos estabelecimentos sempre que
estes promovem a saída de mercadorias.
Possui vários modelos: Modelo 1(indústrias e Comércio), Cupom Fiscal, Nota de Venda
a Consumidor, Nota Fiscal de Serviços (prestadores de serviços).
FATURA E DUPLICATA
A Fatura é um documento de caráter essencialmente comercial que deve ser emitido
nas vendas à prazo com vencimento superior a 30 (trinta) dias.
A principal finalidade da fatura é informar ao comprador a relação das Notas Fiscais
correspondentes às compras, bem como a data em que o cliente deverá efetuar o
pagamento.
Duplicata é um título de crédito que pode ser emitido pelas empresas sempre que
efetuarem vendas de mercadorias a prazo. A duplicata tem esse nome por
corresponder à cópia da Fatura.
NOTA PROMISSÓRIA
É um título de crédito que representa uma promessa de pagamento. É emitida, por
exemplo, sempre que:
 Uma pessoa ou empresa toma emprestado dinheiro de bancos ou financeiras;
 Um particular vende ou compra imóveis à prazo;
 Um particular vende ou compra veículos de particulares.
Na emissão de uma nota promissória, a pessoa que empresta pode exigir do devedor
um avalista, que também assinará o documento.
RECIBO
É um documento no qual a pessoa que assina declara ter recebido alguma coisa.
Pode ser: comum, recibo de aluguel, recibo de depósito bancário.
ANEXOS: EXERCÍCIOS E ESTUDOS DE CASOS ADICIONAIS
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS:
EXERCICIO G
a) abertura de empresa com capital de R$ 25.000, sendo R$ 20.000 em dinheiro e R$ 5.000
em veículo
b) compra de imóvel R$ 15.000 a prazo
c) compra de mercadorias R$ 18.000, sendo R$ 9.000 à vista
d) venda do automóvel, pelo valor que entrou, a prazo (5.000,00).
e) compra de um caminhão R$ 20.000, sendo R$ 10.000 à vista
f) recebimento de 50% da venda do veículo
EXERCÍCIO H
a) abertura da empresa R$ 8.000, sendo R$ 4.000 em máquinas e R$ 4.000 em dinheiro
b) venda da máquina R$ 4.000, a prazo
c) compra de automóvel, por 5.000,00 sendo 50% à vista.
d) compra de máquina R$ 6.000, sendo R$ 4.000 a prazo
e) recebimento de R$ 2.000 da venda da máquina
f) abertura de conta no banco com depósito de R$ 1.500
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc
APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc

contabilidade-basica (3).pdf
contabilidade-basica (3).pdfcontabilidade-basica (3).pdf
contabilidade-basica (3).pdfSolicitaoClnica
 
Atps contabilidade basica 2014
Atps contabilidade basica 2014Atps contabilidade basica 2014
Atps contabilidade basica 2014Detetive Felix
 
Contabilidade intermediaria2
Contabilidade intermediaria2Contabilidade intermediaria2
Contabilidade intermediaria2ElaineLouzada
 
Livro contabilidade intermediaria 2
Livro contabilidade intermediaria 2Livro contabilidade intermediaria 2
Livro contabilidade intermediaria 2zeramento contabil
 
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01Vanderson Mota
 
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdf
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdfLivro_contabilidade_intermediaria2.pdf
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdfjoaogrisi
 
Fundamentos de contabilidade 2
Fundamentos de contabilidade 2Fundamentos de contabilidade 2
Fundamentos de contabilidade 2lucasjatem
 
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEISASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEISClaudeir Novais
 

Semelhante a APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc (20)

contabilidade-basica (3).pdf
contabilidade-basica (3).pdfcontabilidade-basica (3).pdf
contabilidade-basica (3).pdf
 
Apostilacontabilidadebasica
ApostilacontabilidadebasicaApostilacontabilidadebasica
Apostilacontabilidadebasica
 
Apostila contabil basica
Apostila contabil basicaApostila contabil basica
Apostila contabil basica
 
Atps contabilidade basica 2014
Atps contabilidade basica 2014Atps contabilidade basica 2014
Atps contabilidade basica 2014
 
Contabilidade intermediaria2
Contabilidade intermediaria2Contabilidade intermediaria2
Contabilidade intermediaria2
 
Livro contabilidade intermediaria 2
Livro contabilidade intermediaria 2Livro contabilidade intermediaria 2
Livro contabilidade intermediaria 2
 
Apostila contabilidade basica
Apostila contabilidade basicaApostila contabilidade basica
Apostila contabilidade basica
 
Apostila contabilidade basica
Apostila contabilidade basicaApostila contabilidade basica
Apostila contabilidade basica
 
Contabilidade
ContabilidadeContabilidade
Contabilidade
 
Teoria da contabilidade_c.c
Teoria da contabilidade_c.cTeoria da contabilidade_c.c
Teoria da contabilidade_c.c
 
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01
 
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdf
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdfLivro_contabilidade_intermediaria2.pdf
Livro_contabilidade_intermediaria2.pdf
 
1401_Artigo Seget.pdf
1401_Artigo Seget.pdf1401_Artigo Seget.pdf
1401_Artigo Seget.pdf
 
Revisão av1
Revisão av1Revisão av1
Revisão av1
 
Estrutura contábil
Estrutura contábilEstrutura contábil
Estrutura contábil
 
mediacao_ctb_geral_ (1).pptx
mediacao_ctb_geral_ (1).pptxmediacao_ctb_geral_ (1).pptx
mediacao_ctb_geral_ (1).pptx
 
Contabilidade financeira e gerencial(1)
Contabilidade financeira e gerencial(1)Contabilidade financeira e gerencial(1)
Contabilidade financeira e gerencial(1)
 
Fundamentos de contabilidade 2
Fundamentos de contabilidade 2Fundamentos de contabilidade 2
Fundamentos de contabilidade 2
 
Conceito_contabilidade
 Conceito_contabilidade Conceito_contabilidade
Conceito_contabilidade
 
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEISASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ASPECTO INTRODUTÓRIO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
 

Último

William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 

Último (20)

William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 

APOSTILA_DE_PRATICAS_CONTABEIS_I.doc

  • 1. 1 APOSTILA DE PRÁTICAS CONTABEIS I PROF. MS.ANTONIO ROBERTO DA COSTA São Paulo, 2013
  • 2. 2 SUMÁRIO Introdução 3 1 – Origem da Contabilidade 4 2 – Conceitos de Contabilidade 5 3 – Legislação Contábil 9 4 - Patrimônio 11 5 – Balanço Patrimonial 12 6 - Equação Fundamental do Patrimônio 13 7 – Contas Contábeis 13 Exercícios de conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 14 8 – Formação do Patrimônio 17 Exercícios sobre variações patrimoniais e Balanço Patrimonial 18 9 – Atos e Fatos Administrativos 20 10 – Plano de Contas 21 11- Escrituração Contábil, Método das Partidas Dobradas e exercícios 24 12 – Origem e Aplicação de Recursos 31 13 - Balancete de Verificação 34 14 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 34 15 - Apuração de Resultados e exercícios 30 16 - Regime de Apuração Contábil: Caixa x Competência- Conceitos e exercícios 32 17 – Provisão, Análise e Ajustes Contábeis 33 18 - Operações com Mercadorias(Estoques): Conceitos e exercícios 35 19 - Nova estrutura das Demonstrações Contábeis – Lei 11638/07 45 20 - Incidência de Impostos sobre Compras e Vendas 48 21 – Recuperação e Apuração de Impostos Depreciação, Amortização e Exaustão 50 22 – Principais documentos utilizados pela contabilidade 56 23 - Exercícios diversos e Folha de Pagamento 57 24 - Bibliografia 59
  • 3. 3 INTRODUÇÃO Com a crescente globalização e a alta competitividade na economia, muito se fala em adaptação às freqüentes transformações do mercado. É preciso agilidade na tomada de decisões, com o auxílio de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas. Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Nesse sentido, em Fundamentos da Contabilidade, trataremos a Contabilidade como uma ferramenta de gestão e controle, que busca mensurar os resultados de uma organização. Em Fundamentos da Contabilidade, trataremos a contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados de uma organização. As análises desses resultados tornam-se relevantes em função da globalização e da alta competitividade da economia. Verificaremos, ainda, como números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Hoje, as empresas, qualquer que seja o seu tamanho, devem competir numa perspectiva global, dispor das tecnologias de informação mais modernas e o conhecimento das melhores práticas de gestão empresarial, além de saber aplicá-las de forma eficaz e rentável. Esta combinação entre tecnologia e ferramentas de gestão se torna fator decisivo para a lucratividade e longevidade das empresas. Para a tomada de decisões em uma empresa é necessário ter à disposição: uma estrutura contábil / econômica / financeira, eficiente, uma visão estratégica integrada de negócios, conhecimentos e informações atualizadas. A Contabilidade é imprescindível em todas as empresas, pois é a linguagem com a qual o mundo dos negócios se comunica. A Contabilidade tem por fim mensurar os resultados de uma entidade. Com estes números, podemos perceber se a condução da empresa tem sido boa, razoável ou ruim. Números passados permitem que se projetem resultados. E é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Os números passados, também, tornam possível ao governo legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir a participação deles no lucro da companhia. Em resumo, a Contabilidade é um instrumento de gestão e controle, representando um sustentáculo da democracia.
  • 4. 4 1. ORIGEM DA CONTABILIDADE A Contabilidade não surgiu por força de lei de natureza fiscal ou societária, surgiu com base em princípios filosóficos ou com base em regras pré-estabelecidas. Ela surgiu muito mais, como método que ordenava valores, mostrava a evolução do patrimônio, media resultados e por final mantinha o próprio escriturador (dono/criador) e usuário informado daquilo de que ele necessitava. O surgimento e a evolução da contabilidade confundem-se com o próprio desenvolvimento da humanidade. Nesse contexto os estudos sobre as civilizações da Antiguidade nos mostram que o homem primitivo já, “cuidava de sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do controle de seu rebanho. Porém, alguns estudiosos fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência das contas e os primeiros exemplos completos de contabilidade rudimentar, a aproximadamente 4000 a.C. na civilização sumério-babilonense. A contabilidade aprimorou-se de acordo com as necessidades de cada período histórico. O aparecimento da escrita, o surgimento da moeda, o descobrimento da América, a invenção da máquina a vapor, que deu impulso à revolução industrial, são marcos da nossa história que fizeram desencadear o desenvolvimento da ciência contábil. O desenvolvimento da contabilidade em toda a sua história esteve intimamente ligado ao desenvolvimento econômico e às transformações sociopolíticas e socioculturais experimentais em cada época. O homem foi sentindo a necessidade de aperfeiçoar seu instrumento de avaliação da situação patrimonial ao mesmo tempo em que as atividades econômicas foram-se tornando mais complexas. Podemos delimitar a evolução da contabilidade em duas grandes escolas: a italiana e a norte-americana. ESCOLA ITALIANA: após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIV), e sua divulgação em 1494, através da obra de Luca Pacioli, a chamada “escola italiana” teve impulso e se espalhou pela Europa. A escrituração contábil ganhou relevância, fazendo com que os registros patrimoniais e os métodos da avaliação se desenvolvessem enormemente. ESCOLA AMERICANA: Diversas organizações norte-americanas ligadas à pesquisa e desenvolvimento de normas e procedimentos de contabilidade, como a American Accounting Association (AAA) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), muito contribuíram para o amadurecimento da ciência contábil. A escola norte-americana, além de aperfeiçoar as técnicas de registro advindas da escola italiana, também aprimorou as técnicas de auditoria desenvolvidas pelos ingleses. A CONTABILIDADE NO BRASIL: No Brasil, a contabilidade é baseada na legislação, e por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, iniciou-se a formação profissional na área contábil, quando foi autorizada a criação do curso “Aula de Comércio”, supervisionado pela junta de comércio de Lisboa. Ao longo do tempo a contabilidade foi se aperfeiçoando e se aprimorando cada vez mais, até chegar à Lei 6404/76 das sociedades por ações, que permanece até os dias de hoje, e também à Lei 11638/07 que converge o Brasil para as normas internacionais de contabilidade.
  • 5. 5 2. CONCEITO DE CONTABILIDADE Segundo (RIBEIRO, 2003) A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manterem um controle permanente do Patrimônio da empresa, ou seja, estuda o Patrimônio sob o ponto de vista econômico e financeiro. Segundo (A Equipe de Professores da FEA/USP, 1998, p.21), a Contabilidade é uma ciência social aplicada, ou instrumento básico para: registrar, controlar e analisar as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de pessoas físicas, entidades não lucrativas e empresas em geral, inclusive as de direito público (Estados, Municípios, União, Autarquias, etc...). Segundo (MARION, 2007,), a Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomada de decisões. Portanto podemos afirmar que a Contabilidade é uma ciência social, que estuda o patrimônio de uma entidade, registrando as variações por ele sofridas, apurando resultados e prestando informações aos usuários da informação contábil. A contabilidade é também um sistema de informação, que tem seu campo de ação basicamente apoiado em um tripé:  REGISTRO;  CONTROLE;  INFORMAÇÃO. A contabilidade é uma ciência social que tem por objetivo estudar o sistema da riqueza administrativa a fim de observar o complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem o patrimônio da empresa. No Brasil é regida pelos seus princípios fundamentais de contabilidade. 2.1 Objetivo da Contabilidade O objetivo da contabilidade é o de informar, permitir, a cada grupo de usuários, internos e externos a avaliação da situação econômica e financeira da empresa. Ex: fornecedores, clientes, governos, bancos (externos), e diretores, funcionários (internos). 2.2 Finalidade da Contabilidade A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio de ordem econômica e financeira que facilitem as tomadas de decisões por parte dos administradores ou proprietários como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa. Tem também outras duas finalidades importantes: A) CONTROLE: Através de relatórios, balancetes, inventários, livro diário, etc... B) PLANEJAMENTO: Decisão do futuro 2.3 Aplicação da Contabilidade
  • 6. 6 O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, até mesmo as pessoas de direito publico, como a União, os Estados, os Municípios, as autarquias etc., e também pessoas físicas. A contabilidade inicia-se com a ocorrência de fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa. Ex: compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc... 2.4 Objeto da Contabilidade O objeto da contabilidade é o Patrimônio das empresas. 2.5 Grupos Interessados na Informação Contábil: 2.5.1 Sócios Acionistas e Proprietários em Geral. Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus investimentos, que por motivos diversos se mantêm ausentes das empresas, necessitam de informações resumidas, claras e precisas, para administrar o retorno de seus investimentos a médio e longo prazo. Essas pessoas normalmente se mantém afastadas das operações das empresas e por isto necessitam de informações resumidas que dêem respostas claras, em relação, por exemplo, à rentabilidade e segurança de seus investimentos. 2.5.2 Administradores, Diretores e Executivos. O interesse desse grupo atinge um grau de importância bem maior que os demais. É através das informações contábeis que eles partirão para tomada de decisões. Tais decisões visam principalmente o futuro, mais para se preparar para agir no futuro é necessário conhecer detalhes do que ocorreu no passado, como também o que esta ocorrendo no presente. A contabilidade fornece todos os subsídios necessários para que este grupo possa gerenciar a empresa. Cabe ao administrador usar as informações contábeis inteligentemente, como ferramentas de trabalho que possa permitir tomar decisões visando o futuro com maior segurança e também conhecer a situação atual. Desta forma, a orientação e acompanhamento do contador são fundamentais. 2.5.3 Município, Estado, União, Mercado e Empregados: O Governo interessa-se também pela contabilidade, porque é através dela que exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições, principalmente o imposto de renda que é taxado a partir dos balanços, após ajuste do lucro liquido do exercício. E também para fazer uma análise setorial da economia. O mercado analisa as demonstrações financeiras para acompanhar a evolução das cotações das ações, principalmente a bolsa de valores para as empresas do capital aberto. Os empregados, quando há participações nos resultados (lucros).
  • 7. 7 2.5.4 Bancos, Fornecedores, Capitalistas Emprestadores de Dinheiro. É através de análises específicas em relatórios econômico-financeiro, quem empresta o dinheiro poderá decidir sobre a conveniência ou não de se conceder o empréstimo. Se a empresa estiver com dificuldades financeiras, e não tiver perspectivas de saneamento, a tendência é de que elas aumentem. Para as instituições financeiras, fornecedores, as perguntas são basicamente as mesmas dos sócios e acionistas. EXEMPLO: Terei o retorno esperado? Qual a solidez da empresa? 2.5.5 Pessoas Físicas. A contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das finanças também nos casos dos patrimônios individuais. Freqüentemente, as pessoas se esquecem de alguns conhecimentos de contabilidade que muito as ajudariam no controle, ordem e equilíbrio de seus orçamentos domésticos. 2.6 Papel da Contabilidade 2.6.1 - Instrumento Legal Como vimos no tópico anterior, são varias as entidades e pessoas interessadas na contabilidade da empresa. Os seus princípios, regras, normas e critérios são geralmente uniformes de sorte de permitir apurar resultados mensuráveis e comparáveis no presente e no futuro. Sendo as empresas organismos sociais, parte de seus resultados irão contribuir na manutenção e bem estar da sociedade, sob a forma de tributos e empregos diretos e indiretos, razão porque desde a constituição da empresa há Leis definindo e regulamentando todas as transações que vierem ocorrer ao longo de sua existência. 2.6.2 - Instrumento Gerencial A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informações e avaliação, destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza, econômico-financeira, física e de produtividade em um determinado momento. Este sistema é compreendido por um conjunto articulado de dados técnicos de acumulação, ajustes e de relatórios, com a finalidade de avaliar a situação financeira e econômica da empresa em momento estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. A contabilidade não é utilizada visando unicamente a atender exigências fiscais, mas, auxiliar as pessoas (físicas e jurídicas) a tomarem decisões.
  • 8. 8 2.6.3 - Instrumento Informativo A contabilidade registra todas as operações ou movimentações possíveis de se medir monetariamente. Resume os dados, registrados ou contabilizados, em forma de relatórios ou demonstrações, disponibilizando-as aos interessados em conhecer a situação econômico- financeira da empresa. Através dessas informações os interessados recordam fatos realizados, analisam resultados e tomam decisões gerenciais visando o planejamento de suas atividades. 2.7 - Contabilidade financeira x contabilidade gerencial Para finalizarmos este primeiro módulo em que discutimos o surgimento da contabilidade e seus principais conceitos, basta diferenciarmos a contabilidade financeira da gerencial. Contabilidade financeira: é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos, como acionistas, credores e autoridade governamentais. Ela é condicionada a imposições legais e requisitos fiscais e voltada para o passado. Contabilidade gerencial: é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável de seus recursos. ITEM FINANCEIRA GERENCIAL Clientela Externa Interna Propósito Reportar o desempenho passado Informar decisões tomadas pelos gerentes Data Histórica, atrasada. Reflete uma realidade passada Atual, orientada para o futuro Restrições Regulamentada: leis fiscais e princípios fundamentais de contabilidade Desregulamentada: satisfazer necessidades estratégicas e operacionais Tipo de informação Somente para mensuração financeira Mensuração física e operacional dos processos, tecnologia e competidores Natureza da informação Objetiva, auditável, confiável, consistente e precisa Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, relevante e acurada Escopo Muito agregada; reporta toda a empresa. Está presa à obediência de toda a legislação Desagregada; informa as decisões e ações locais. Não está presa à obediência de legislação, assim pode produzir relatórios setoriais e com conteúdo mais informacional
  • 9. 9 3. LEIS QUE REGEM A CONTABILIDADE 3.1 - Lei Das Sociedades Por Ações nº. 6404 DE 1976 e 11638/07 A LEI 6404, de 15/12/1976 dispõe sobre as sociedades por ações, mais comumente chamada da Lei das S. As, e também da Lei 11.638 de 28/12/2007 e MP 449 de 03/12/2008, onde o Brasil com estas alterações e atualizações na legislação está convergindo para as normas internacionais de contabilidade a partir de 2010, em que as empresas deverão elaborar as demonstrações financeiras e contábeis consolidadas de acordo com o IFRS (Internacional Financial Reporting Standard), que é um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacional e que já é adotado em mais de 100 países em todo o mundo. No Brasil, a lei das sociedades por ações é que normaliza todos os procedimentos societários de montagem das demonstrações financeiras e rege toda a administração das empresas de capital aberto. 3.2 CFC – Conselho Federal de Contabilidade O CFC define as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) no artigo 1º da Resolução CFC nº. 711/91: "Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem um corpo de doutrina contábil que estabelece regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº. 560/83, de 28.10.1983.” 3.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: 3.3.1 Princípios, Postulados e Convenções Contábeis Os princípios representam à essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de Contabilidade, constituem as regras centrais da estrutura contábil; As convenções são as delimitações das regras centrais dos princípios e postulados; Os postulados dizem respeito à abrangência da atuação da entidade, são as premissas básicas acerca do ambiente econômico, político e social. Representam, portanto, a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. As convenções (restrições) seriam como sinais ou placas indicando com mais especificidade o caminho a seguir, os desvios, as estradas, as saídas, etc... Postulados da Entidade Contábil: “A Contabilidade é mantida para as entidades: os sócios ou quotistas desta, não se confundem para efeitos contábeis, com aquelas...” Postulados da Continuidade das Entidades: “Para a contabilidade a Entidade é um organismo vivo que irá viver por um longo período de tempo (indeterminado), até que surjam fortes evidências em contrário...”
  • 10. 10 Princípio do Custo Como Base de Valor: “O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-los e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a Entidade, representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de poder aquisitivo constante...” Princípio do Denominador Comum Monetário: “As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados, serão expressos em termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimonial...” Princípio da Realização da Receita: “A Receita é considerada e, portanto, passível de registros pela contabilidade quando os produtos ou serviço pela entidade são transferidos para outra entidade mediante pagamento ou compromisso de pagamento...” Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas Com os Períodos Contábeis: “Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período com as mesmas, deverá ser confrontada...” Convenção da Objetividade: “Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação do princípio, preferir- se-ão, em ordem decrescente: a) os que puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que puderem ser elaborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão. Convenção da Materialidade: “O contador deverá sempre avaliar a influência a materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-benefício...” Convenção do Conservadorismo: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o Patrimônio, igualmente válidos segundo os princípios fundamentais da contabilidade, escolherá o que representar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações.” Convenção da Consistência: “A contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que, os usuários das demonstrações contábeis, tenham possibilidade de detalhar a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível...” 3.3.2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS Conceito: São os dados coletados pela contabilidade, apresentados periodicamente aos interessados de maneira resumida, ordenada e de acordo com a legislação. Principais demonstrações, obrigatórias por lei: a) Balanço Patrimonial (BP), b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAC), d) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
  • 11. 11 Período de apresentação das demonstrações financeiras. A lei das Sociedades por Ações (S/A) estabelece que ao fim de cada período de 12 meses a diretoria da empresa elaborar com base na contabilidade as demonstrações financeiras. 3.4 IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil O IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral. Dessa forma, contribuímos para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido pela ética profissional. Também é função do IBRACON atuar no conjunto das entidades de ensino colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em nossa sociedade. 3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários A CVM é um órgão regulador das sociedades anônimas, emite deliberações, que devem ser seguidas pelas S/As. De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá, entre outras, as seguintes funções:  Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;  Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários;  Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 4 - O QUE É PATRIMÔNIO? PATRIMÔNIO: é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma Entidade. BENS: qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade do homem e que seja suscetível de avaliação econômica (preço). Os bens se classificam em: Tangíveis: que têm existência física. Ex. automóvel, dinheiro, casa, etc. Intangíveis: são os chamados bens abstratos ou imateriais, não têm existência física. Ex. marcas e patentes, direitos autorais, etc. DIREITOS: são bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob posse de terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a receber. Ex. clientes ou duplicatas a receber, títulos a receber, etc.
  • 12. 12 OBRIGAÇÕES: são bens que se encontram sob nossa posse, mas o domínio sobre eles é exercido por terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a pagar. Ex. duplicatas a pagar, títulos a pagar, etc. conforme quadro ilustrativo a seguir: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA do PATRIMÔNIO: ATIVO PASSIVO BENS E DIREITOS (EXIGÍVEL) OBRIGAÇÕES P/COM TERCEIROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARTE DOS SÓCIOS 5 – BALANÇO PATRIMONIAL É o mais importante relatório gerado pela contabilidade através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa, em qualquer data. Divide-se em duas colunas, a do lado esquerdo é denominado Ativo, a do lado direito Passivo. A denominação é mera convenção. É a representação quantitativa do patrimônio de uma empresa ou entidade. ATIVO: É o conjunto de bens e direitos de propriedades da empresa, são itens positivos do patrimônio, trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa. PASSIVO: Significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas ou reclamadas a partir do seu vencimento. PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Representa o total das obrigações dos proprietários da empresa, essa quantia inicial concedida pelos proprietários denomina-se capital, que pode ser aumentado a qualquer momento. O termo Capital em contabilidade de maneira geral significa recursos. Capital Próprio denota recursos dos proprietários. Capital de Terceiros, significa recursos de terceiros. CAPITAL NOMINAL – É o investimento inicial feito pelos proprietários, que só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumento de capital) ou desinvestimento (diminuições de capital); CAPITAL PRÓPRIO – corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital inicial e suas variações (lucros e reservas); CAPITAL DE TERCEIROS – Corresponde aos investimentos feitos na empresa com recursos provenientes de terceiros (obrigações com terceiros); CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA – É a soma do capital de terceiros e capital próprio. PASSIVO+PATRIMÔNIO LÍQUIDO: indica a origem dos capitais ou recursos. ATIVO: Indica a forma de aplicação desses capitais ou recursos.
  • 13. 13 Modelo de um Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO $ PASSIVO $ Bens Mercadorias 70 Móveis e Utensílios 100 Máquinas 30 200 Direitos Contas A Receber 100 Alug Rec Antec 50 Dupl. Ou Tít. a Receber 150 300 Total 500 Obrigações (Passivo) Fornecedores 50 Contas a Pagar 30 Aluguéis a Pagar 70 150 Patrimônio Líquido Capital Social 300 Lucros Acumulados 50 ____ 350 _____________________________ Total 500 6 – EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO: PL=A-P Geralmente na maioria das entidades o Ativo suplanta o Passivo, a representação mais comum do seu Balanço Patrimonial seria: A=P+PL. Caso o Passivo supere o Ativo: A - PL=P. PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO 7 – CONTAS CONTÁBEIS As operações de uma empresa ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido; sendo que esses aumentos e diminuições são registrados em contas específicas. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais pela sua denominação. Portanto, conta é o título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. Sua função é acumular de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma natureza, de maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do elemento patrimonial ou da variação patrimonial a que se refere. Dividem-se em: Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) Contas de Resultado (Receitas e Despesas) DESPESAS: consumo de bens e serviços que direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita, ou seja, são gastos necessários ao desenvolvimento das operações da Entidade. A despesa poderá diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo. Ex. despesa com aluguéis, despesa com salários, despesa com juros, etc.
  • 14. 14 RECEITAS: entrada de elementos para o Ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, proveniente das operações da Entidade. Ex. receita de serviços, receita com vendas, receita com juros, etc. RESULTADO: é a diferença obtida entre receitas e despesas em um determinado período. Toda receita aumenta o Patrimônio Líquido e toda despesa ocasiona diminuições, logo: Se as receitas superarem as despesas do período, o resultado será positivo (LUCRO), aumentando o Patrimônio Líquido. Se as despesas superarem as receitas do período, o resultado será negativo (PREJUÍZO), diminuindo o Patrimônio Líquido. Exemplos de contas que representam o ATIVO: Elementos a representar CONTA (Nome Técnico) Terrenos, edifícios, prédios, sobrados, casas, enfim, o solo e o que sobre ele esta construído. Imóveis Automóveis, caminhões, utilitários, motocicletas, bicicletas, etc. de uso da empresa. Veículos Prateleiras, balcões, vitrinas e similares utilizados na empresa. instalações Dinheiro em poder da empresa. Caixa Escrivaninhas, mesas, cadeiras, máquinas de calcular etc. de uso da empresa. Móveis e utensílios Maquinário e equipamentos para confecção do produto. Máquinas e equipamentos Exemplos de contas que representam o PASSIVO: Elementos a representar CONTA (Nome Técnico) Obrigações a pagar decorrentes de compras de mercadorias a prazo. Duplicatas a pagar Valores a pagar de correntes de compras de imóveis ou veículos, tendo como garantia um título ou boleto bancário. Títulos a pagar Impostos devidos aos poderes públicos. (governos). Impostos a recolher Salários devidos aos serviços prestados pelos funcionários. Salários a pagar Investimentos iniciais do proprietário ou proprietários aplicados na empresa. Capital Social Lucros obtidos em função dos resultados das atividades operacionais da empresa. (Receitas menos custos e despesas) Lucros acumulados
  • 15. 15 EXERCÍCIOS de fixação sobre contas contábeis, e Balanço Patrimonial: 7.1 - Relacionar os elementos com os nomes técnicos: 01 - Sobrados, casas, edifícios etc. 02 - Valores a receber provenientes de vendas a prazo 03 - Valores depositados em estabelecimentos bancários 04 - Bens adquiridos pela empresa para comercialização e revenda 05 – Mesas, cadeiras, máquinas de calcular, armários, etc. 06 - Valores a pagar provenientes de compras a prazo 07 - Salários dos funcionários da empresa 08 - Valores a pagar, referente a empréstimos bancários 09 - Automóveis, caminhões de uso da empresa 10 - Prateleiras, balcões, vitrinas etc. ( ) - Móveis e utensílios ( ) - Ordenados a pagar ( ) - Bancos conta movimento ( ) - Imóveis ( ) - Veículos ( ) - Duplicatas a receber ( ) - Mercadorias, estoque ( ) - Duplicatas a pagar ( ) - Instalações ( ) - Títulos a Pagar 7.2 - Determinar os bens, Diretos e Obrigações abaixo com seus nomes técnicos: ( ) - Cadeiras ( ) - Estoques de materiais ( ) - Valores a receber ( vendas de mercadorias a prazo ) ( ) - Valores a pagar ref. compra de veículos a prazo ( ) - Prédio da Administração da empresa ( ) - Valores depositados em bancos ( ) - Automóveis e Caminhões da empresa ( ) - Prateleiras e Vitrines ( ) - Dinheiro em poder da empresa ( ) - Valores a Pagar (Compra de mercadorias a prazo) 01 - Imóveis 02 - Veículos 03 - Instalações 04 - Móveis e utensílios 05 - Mercadorias 06 - Caixa 07 - Duplicatas a receber 08 - Bcos conta movimento 09 - Duplicatas a pagar 10 - Títulos a pagar
  • 16. 16 7.3. NOÇÕES DE ATIVO/PASSIVO Classifique os valores das contas patrimoniais abaixo em Ativo e Passivo: Elementos patrimoniais Valor Ativo Passivo Mercadorias para revenda 10.000 Salários a pagar 3.000 Moveis e Utensílios 3.700 IPI a recolher ( ou a pagar) 1.500 Empréstimo a pagar 2.000 Duplicatas a Receber 25.000 Contas a pagar 300 Caixa e Bancos 500 Fornecedores 7.000 Capital Social 25.400 TOTAIS 78.400 7.4 AS CONTAS 1. ALUGUEIS A RECEBER, 2. SALARIOS A PAGAR E 3. DUPLICATAS A RECEBER SÃO, RESPECTIVAMENTE a) conta de ativo, conta de passivo e conta de ativo b) conta de passivo, conta de ativo e conta de passivo c) todas são contas de passivo d) todas são contas de ativo 8 - FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo:  Em dinheiro ......................................... R$ 5.000  Em veículos ......................................... R$ 60.000 Total do Capital ..................................... R$ 65.000 Este Capital é conhecido também por:  Capital  Capital inicial  Capital Nominal
  • 17. 17 EXERCÍCIOS sobre a formação do Patrimônio e Balanço Patrimonial: Variações Patrimoniais 8.1 EXEMPLO RESOLVIDO: 1 ) – Formação de um patrimônio que inicia suas atividades com R$ 200.000 em dinheiro. Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 200.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 2 ) – Compra da mesas e cadeiras, a vista, para uso da empresa, no valor de R$ 50.000 Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 150.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 3 ) – Depósito de R$ 30.000 no banco MERCOSUL S/A: Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 120.000 Bancos conta movimento 30.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 8.2 Represente, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da firma individual de Vera Lúcia Ribeiro, após cada fato ocorrido. a) Vera Lúcia Ribeiro inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000 em dinheiro: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total................................................. Total............................................
  • 18. 18 b) Compras á vista (em dinheiro): Um automóvel R$ 25.000 Mercadorias 20.000 Móveis e utensílios 3.000 Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total................................... Total............................... c) Compra de mercadorias a prazo, mediante Duplicatas, no valor de R$ 30.000: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total...................................... Total................................. d) Compra a prazo de uma casa no valor de R$ 100.000, mediante financiamento bancário: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total...................................... Total................................
  • 19. 19 e) Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total.................................. Total............................. f) Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 2.000 Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total................................ Total........................... 8.3) Identifique as operações que deram origem às Situações Patrimoniais a seguir representadas. Considere o Patrimônio em evolução, isto é, compare o gráfico do item em análise sempre com o gráfico anterior e responda quais foram os fatos que provocaram tais modificações. a) Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Capital 24.000 b) Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Duplicatas a pagar 6.000 Móveis 6.000 Capital 24.000 TOTAL 30.000 TOTAL 30.000 c) Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 10.000 Duplicatas a pagar 6.000 Móveis 6.000 Capital 24.000 Veículos 14.000 TOTAL 30.000 TOTAL 30.000
  • 20. 20 8.4) Veja a seguir esta representação gráfica do Patrimônio:Analise e responda as questões: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 1.100 Duplicatas a pagar 1.000 Estoque de mercadorias 1.400 Promissórias a pagar 500 Duplicatas a receber 700 Capital 1.000 Lucros Acumulados 700 TOTAL 3.200 TOTAL 3.200 a) Qual é o valor do Capital Nominal? b) Qual é o valor dos recursos totais à disposição da empresa? c) O Capital Próprio é de R$ d) O Capital de Terceiros é de R$ 9. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS O Patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos:  atos administrativos;  fatos administrativos. Atos administrativos dão os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio. Por exemplo, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, fiança em favor de terceiros etc. Fatos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados. Podem ser classificados em três grupos:  Fatos permutativos;  Fatos modificativos;  Fatos mistos. Fatos permutativos são aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e/ou do Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo. Exemplo: Recebimento de venda a prazo (haverá um aumento de caixa e uma diminuição de contas a receber) – Compra de móveis e utensílios á prazo (aumento de Ativo e de Passivo) – Pagamento de dívida com terceiro (diminuição de Ativo e de Passivo). Fatos Modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido. Envolvem as Contas Patrimoniais e as Contas de Resultado. Exemplo: pagamento de conta de água ou venda de mercadorias.
  • 21. 21 Fatos mistos envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo, causando alterações no Ativo ou no Passivo e no Patrimônio Líquido. Exemplo: venda de um bem do Ativo com lucro. 10 – PLANO DE CONTAS É um elenco de todas as contas previstas pelo Setor Contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis. Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo aos seus interesses e, principalmente, á legislação pertinente (atualmente a Lei das Sociedade por Ações, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976) O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre, a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa. TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS. O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada a fim de não ocorrerem confusões. Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores - do geral para o particular. Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos; a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1.- ATIVO 2.- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO b) CONTAS DE RESULTADO; 3.- RECEITAS 4.- DESPESAS
  • 22. 22 Ou, visando à elaboração das demonstrações contábeis, em apenas três: 1. ATIVO (Circulante e Não Circulante); 2. PASSIVO (Circulante e Não Circulante) e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3. CONTAS DE RESULTADO. As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais: 1. ATIVO: Agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa; 2. PASSIVO: Agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio (Patrimônio líquido); PATRIMÔNIO LIQUIDO - Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados. 3. CONTAS DE RESULTADO:. Agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor. As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos: A lei das S/As (Lei 6.404/76) e mais recentemente as leis 11638/07 e 11941/09 estabelecem que as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez. Apresentamos, a seguir, um “modelo” de um Plano de Contas: A – CONTAS PATRIMONIAIS 1 – ATIVO 2 - PASSIVO 10 ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10.1 Caixa 20.1 Fornecedores 10.2 Bancos Conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar 10.3 Aplicações Financeiras 20.3 Contas a Pagar 10.4 Clientes 20.4 COFINS a Recolher 10.5 Duplicatas a Receber 20.5 PIS a Recolher 10.6 Promissórias a Receber 20.6 ICMS a Recolher 10.7 Ações de Outras Empresas 20.7 FGTS a Recolher 10.8 Estoque de Mercadorias 20.8 INSS a Recolher 10.1 1 Estoque de Material de Expediente 20.9 Salários a Pagar 10.1 2 Juros Passivos a Vencer 20.10 Dividendos a Pagar 10.1 3 Prêmios de Seguros a Vencer 20.11 Impostos e taxas a Recolher 20.12 Provisão para a Contribuição Social 20.13 Provisão para o Imposto de Renda
  • 23. 23 ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 11 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 21 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar 11.2 Promissórias a Receber 21.2 Promissórias a Pagar 12 ATIVO PERMANENTE 22 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 12.1 Participações em Outras Empresas 22.1 Aluguéis Ativos a Vencer 12.2 Imóveis 22.2 Outras Receitas a Vencer 12.3 Computadores 22.3 ( - ) Custos ou Perdas Correspondentes 12.4 Instalações 12.5 Móveis e Utensílios 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 12.6 Veículos 23.1 Capital 12.1 0 Marcas e Patentes 23.2 Reservas de Lucros 12.1 1 ( - ) Depreciação Acumulada 23.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados 12.1 2 Despesas de Organização 12.1 3 ( - ) Amortização Acumulada B – CONTAS DE RESULTADO 3 – DESPESAS 4 - RECEITAS 30 DESPESAS OPERACIONAIS 40 RECEITAS OPERACIONAIS 30.1 Água e Esgoto 40.1 Receitas de Vendas de Mercadorias 30.2 Aluguéis Passivos 40.2 Receitas de Prestação de Serviços 30.3 Amortização 40.3 Aluguéis Ativos 30.4 Café e Lanches 40.4 Juros Ativos 30.5 Combustíveis 40.5 Receitas Eventuais 30.6 Salários e Encargos 30.7 Depreciação 41 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 30.8 Descontos Concedidos 41.1 Ganhos em transações do Ativo Permanente 30.9 Despesas Bancárias 30.1 0 Férias e Encargos 30.1 1 13º Salário e Encargos 30.1 2 Fretes e Carretos 30.1 3 Impostos e Taxas 30.1 4 Luz e Telefone 30.1 5 Prêmios de Seguro 30.1 6 Despesas Diversas
  • 24. 24 11 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: 11.1 LIVRO RAZÃO No passado as contas eram registradas nas páginas de um livro manuscrito chamado RAZÃO. Depois foram registradas em fichas ou folhas soltas. Atualmente, com o sistema eletrônico, são registradas na memória dos computadores ou em registros especiais, pelo sistema de processamento eletrônico de dados; mas o seu conjunto, mantidas em arquivo, continuam com a mesma denominação Razão. Para cada conta deve existir pelo menos uma ficha de Razão. RAZONETE Para efeito didático, representamos uma Conta por uma CONTA EM T, ou RAZONETE EM T, ou simplesmente, RAZONETE. DÉBITO E CRÉDITO Por convenção contábil: O lado esquerdo de uma conta denomina-se de lado do DÉBITO. O lado direito denomina-se lado do CRÉDITO. Assim: Título da Conta D C Lado Esquerdo Lado Direito A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta em determinado período é denominada SALDO. Se o valor dos débitos for maior que o valor dos créditos, a conta terá saldo DEVEDOR, caso ocorrer o contrário, a conta terá saldo CREDOR. Na terminologia contábil, essas palavras tem significados antagônicos. Quando o aluno principiante não se conscientiza disso, dificilmente aceita que débito pode representar elementos positivos, o que prejudica sensivelmente a aprendizagem. Portanto, muito cuidado com a terminologia. Crédito na linguagem coloquial, significa: situação positiva, possuir crédito na praça, poder comprar a prazo, etc.
  • 25. 25 Na terminologia contábil, a palavra CRÉDITO também possui significado oposto. As mesmas observações que fizemos para a palavra débito aplicam-se à palavra crédito. 11.2 – LIVRO DIÁRIO O livro Diário é obrigatório, exigido pelo Código Comercial Brasileiro em seu artigo no . 11, livro essencialmente cronológico registra, em ordem de dia, mês e ano, todas as operações contabilizáveis verificados na existência de uma pessoa jurídica. O registro de uma operação no livro Diário, denomina-se PARTIDA DE DIÁRIO ou LANÇAMENTO CONTÁBIL. Ao conjunto dos lançamentos denominamos ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. 11.3 – LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Fazer um lançamento do lado esquerdo é simplesmente fazer um lançamento a débito ou um débito, ou ainda, debitar a conta. Fazer um lançamento do lado direito é simplesmente fazer um lançamento a crédito ou um crédito, ou ainda, creditar a conta. SALDO: como já vimos, é a diferença de débitos e créditos efetuados em uma conta. ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO CONTÁBIL: 1- Local e data 2- Conta (s) Devedora (s) 3- Conta (s) Credora (s) 4- Histórico 5- Valor 11.4 - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS: O método universalmente usado em todos os sistemas contábeis, para se efetuar uma partida de diário (lançamento contábil) é o Método das Partidas Dobradas, ou seja, a cada lançamento a débito (ou débitos), corresponde um crédito (ou créditos) de igual valor. Enunciado: Para cada débito há um crédito de igual valor, e vice- versa. Para um ou mais débitos há sempre um ou mais créditos cujo somatório é de igual valor, e vice-versa.
  • 26. 26 11.5 – MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS: Para efeito de controle do Patrimônio e das atividades da empresa, os seus elementos estão representados por contas. As contas de Ativo estão do Lado Esquerdo, que é o Débito, então, ao representá-las em razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado esquerdo – Débito. As contas de Passivo e Patrimônio Líquido estão do Lado Direito, que é o Crédito, então, ao representá-las em razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado direito – Crédito. EXEMPLO: Sociedade Comercial W Ltda. Balanço Patrimonial em 01/02/2003 ATIVO $ PASSIVO $ Caixa 10.000 Total 10.000 Patrimônio Líquido Capital 10.000 Total 10.000 D CAIXA C D CAPITAL C 1 10.000 10.000 1 Assim: Para representar uma Conta de Ativo, usamos o lado esquerdo, do Débito. Quando ADQUIRIMOS um Bem ou Direito, AUMENTAMOS o Ativo, portanto aumentamos o lado Esquerdo – DÉBITO. Quando VENDEMOS um Bem, RECEBEMOS um Direito, ou PAGAMOS algo, DIMINUÍMOS o Ativo e registramos do Lado Direito do Razonete – CRÉDITO. Para representar uma Conta de Passivo, usamos o lado direito, do Crédito. Quando ADQUIRIMOS uma Obrigação, AUMENTAMOS o Passivo, portanto aumentamos o lado Direito – CRÉDITO. Quando PAGAMOS uma Obrigação, DIMINUÍMOS o Passivo e registramos do Lado Esquerdo do Razonete – DÉBITO. Quanto às Contas de Resultado: Receita: a obtenção de receita significa um AUMENTO do Patrimônio Líquido. Despesa: a realização de uma despesa significa a DIMINUÇÃO do Patrimônio Líquido. Se aumentam ou diminuem o Patrimônio Liquido funcionam como estas contas: Quando OBTEMOS uma receita AUMENTAMOS o Patrimônio Líquido – CRÉDITO Quando REALIZAMOS uma despesa DIMINUÍMOS o Patrimônio Líquido –DÉBITO.
  • 27. 27 RESUMO DO MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO: Efetua-se um Lançamento a: Contas Débito Crédito de Para Para Ativo Aumentar Diminuir Passivo Diminuir Aumentar Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar Receita Aumentar Despesa Diminuir Outra forma de compreender o método das partidas dobradas é através das origens e aplicações de recursos. 12 - ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS. ORIGENS de recursos: patrimônio líquido, passivo, receita ou diminuição de ativo (caixa, estoques,etc.) APLICAÇÕES de recursos: ativo, despesa ou diminuição de passivo (pagamento de fornecedores, empréstimos, etc.) Assim: BALANÇO PATRIMONIAL DE ACÔRDO COM A LEI 11638/07 ATIVO R$ (APLICAÇÕES) PASSIVO R$ (ORIGENS) Circulante Não Circulante: Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Circulante Não Circulante: Financiamentos Receita diferida Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Total Total
  • 28. 28 12.1) Exercícios - LIVRO RAZÃO: FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E LEVANTE O BALANÇO PATRIMONIAL EXERCICIO A a) abertura da empresa com capital de R$ 80.000 em dinheiro b) compra de instalações à vista por R$ 10.000 c) compra de mercadoria a prazo R$ 40.000 d) compra de automóvel por R$ 8.000, sendo 60% à vista e o restante a prazo EXERCICIO B a) abertura da empresa com capital de R$ 20.000 em dinheiro b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 19.000 c) compra de máquinas a prazo por R$ 12.000. d) pagamento de parte da compra de máquinas, R$ 6.000 em cheque e) compra de cadeiras R$ 500, em dinheiro EXERCICIO C a) abertura da empresa com capital de R$ 10.000, sendo R$ 5.000 em dinheiro e R$ 5.000 em veículo b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 4.500 c) compra de mercadorias, R$ 3.000, a prazo d) compra de uma cadeira, R$ 100 em dinheiro e) pagamento de parte das mercadorias compradas a prazo R$ 1.500, em cheque EXERCÍCIO D a) abertura de empresa com capital de R$ 5.000 em dinheiro b) abertura de conta bancária com depósito de R$ 4.800 c) compra de imóvel R$ 3.800, em cheque. d) compra de mercadorias R$ 1.000, em cheque. e) compra de uma mesa por R$ 100, em dinheiro EXERCÍCIO E a) abertura de empresa com capital de R$ 6.000, sendo R$ 3.000 em dinheiro e R$ 3.000 em veículo b) compra de máquinas R$ 6.000, sendo a prazo c) compra de mercadorias para revenda R$ 2.000, à vista d) pagamento de parte das máquinas, R$ 1.000 em dinheiro. e) venda de parte das mercadorias compradas, pelo preço de custo, R$ 300 a vista EXERCICIO F a) abertura de empresa com capital de R$ 10.000 em dinheiro b) compra de imóvel, por R$ 12.000, sendo 50% a prazo e o restante a vista c) abertura de conta no banco com depósito de R$ 3.800 d) compra de máquinas R$ 3.000, em cheque e) compra de instalações, R$ 200 em dinheiro f) emissão de cheque para colocar no caixa no valor de 100,00 13 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO Vimos que a escrituração de cada operação é feita através de débitos e créditos de igual valor (Método das Partidas Dobradas), daí se conclui que, somando os débitos de todas as contas, teremos um total que será igual à soma dos créditos de todas as contas. Pelo mesmo motivo, é fácil concluir que o valor total dos saldos credores deve ser igual ao valor total dos saldos devedores.
  • 29. 29 Essa comprovação comparação se faz com o uso do Balancete de Verificação, se a soma dos débitos se igualar a soma dos créditos significara que os registros feitos no Diário e transcritos para o Razão estão corretos. Exemplo: CONTAS SALDOS DEVEDORES CREDORES CAIXA 60.000 DUPLICATAS A RECEBER 9.000 MERCADORIAS 78.000 IMÓVEIS 50.000 MÓVEIS E UTENSÍLIOS 31.000 FORNECEDORES 58.000 CAPITAL 170.000 TOTAL 228.000 228.000 14 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO APURAÇÃO DO RESULTADO: Para saber se obteve lucro ou prejuízo, a contabilidade confronta a receita (vendas), com as despesas. Se a receita for maior que a despesas, a empresa teve lucro. Se a receita for menor que a despesa, teve prejuízo. Despesas: Gastos necessários a manutenção da atividade. Receita: Recuperação das despesas acrescido de uma margem de lucro. OBS.: Ativo e Despesas são contas de natureza devedora, enquanto, o Passivo e as Receitas são contas de natureza credora. A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.), elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo, nele sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo. A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, um completando o outro, atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da Entidade. Exemplo: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITAS  Receita com Vendas $ 50  Receita com Juros $ 10 ------ 60 DESPESAS  Despesa com Aluguel $ 10  Despesa com Material de Escritório $ 5  Despesa com Telefones $ 3 ------- ($ 18) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO $ 42
  • 30. 30 15 – APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO) A apuração do resultado é saber se houve lucro ou prejuízo ao final de um período, faz-se através de uma conta especial denominada “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), para ela devem ser transferidos os saldos de todas as contas de resultado. Encerram-se as contas de receita, transferindo seus saldos credores para crédito da conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), e as contas de despesa, transferindo seus saldos devedores para débito da conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE). A conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), deve ser encerrada também, seu saldo será transferido para uma conta patrimonial denominada Lucros ou Prejuízos Acumulados (LAC/PAC). MECANISMO:  DESPESAS SEMPRE DÉBITO  RECEITAS SEMPRE CRÉDITO Exemplo: RECEITA C/VENDAS RECEITA C/JUROS DESPESA C/ALUGUEL (1) 50 50 (1) 10 10 10 10 (2) DESP.C/MATL.ESCR. DESP.C/TELEFONES A.R.E. 5 5 (2) 3 3 (2) (2) 18 (3) 42 60 (1) --- 42 LAC/PAC 42 (3) Exemplo de Lançamento no Livro Diário 1-) São Paulo 31 de março de 2009 Diversos a ARE Receita com vendas $ 50 Receita com Juros $ 10 ---------- $ 60
  • 31. 31 2-) ARE a Diversos a Despesa com Aluguel $ 10 a Despesa com Material de Escritório $ 5 a Despesa com Telefones $ 3 -------- $ 18 EXERCICIOS SOBRE RECEITA E DESPESA: APURAÇÃO DE RESULTADO 15.1) FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E AO FINAL LEVANTE O BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Exercício 1 (balanço R$ 6.200 - resultado R$ 2.200) A empresa Takaro iniciou suas operações em janeiro de 2004, com capital de R$ 4.000 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – compra de moveis, a vista, no valor de R$ 500 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, á vista 31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, no valor de R$ 800. Exercício 2 (balanço R$ 3.100 - resultado R$ 300 negativo) A empresa Morro de Fome & Mas não Trabalho SA iniciou suas operações em janeiro de 2004, com capital de R$ 900 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – compra de computador e impressora, R$ 2.500, a prazo 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 500, á vista 31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, R$ 800. Exercício 3 (balanço R$ 2.700 - resultado R$ 1.700) A empresa Dias & Dias Parado iniciou suas operações em janeiro de 2004, com capital de R$ 1.000 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – abertura de conta no Banco X, no valor de R$ 500 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, recebido em cheque. 31/01 – pagamento de aluguel, no valor de R$ 800 em cheque 31/01 – pagamento de salários, R$ 500 em cheque Exercício 4 (balanço R$ 3.200 - resultado R$ 1.700) A empresa Eu Sozinho iniciou suas operações em janeiro de 2008, com capital de R$ 1.500 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 04/01 – abertura de conta no Banco X, com deposito de R$ 1.000 12/01 – compra de moveis, R$ 500, em dinheiro 13/01 – Venda ref.prestação de serviços, R$ 2.500, recebido em cheque. 31/01 – pagamento de aluguel, R$ 800, em cheque 31/01 – emissão de cheque no valor de R$ 500 para colocar no caixa Exercício 5 Operações da Cia Chicletes Janeiro/2008 (balanço R$ 2.450 – resultado do mês R$ 1.450) 05/01 – abertura da empresa com capital de R$ 1.000, em dinheiro 06/01 – compra de mesas e cadeiras, no valor de R$ 400 a vista. 15/01 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.500, a prazo 30/01 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro Fevereiro/2008 (balanço R$ 3.320 - resultado do mês R$ 870) 02/02 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.000, recebido em cheque 28/02 – Despesa ref. baixa de uma cadeira por quebra, no valor de R$ 80 28/02 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro Março/2008 (balanço R$ 3.270 - resultado R$ 50 negativo) 01/03 – recebimento da prestação de serviços de 15/01 30/03 – pagamento de água e luz R$ 50, em dinheiro
  • 32. 32 16 – RECEITAS E DESPESAS – REGIME DE COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS De acordo com o regime de competência de exercícios, as receitas e as despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento receita ou pagamento da despesa. Difere, pois, do regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas do exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período. Exemplo: Venda de mercadorias no mês de setembro/04, a prazo, com vencimento em outubro/04, no valor de 1.000,00 Em setembro/04: Regime de Competência: 1.000,00 Regime de Caixa: 0,00 Em outubro/04: Regime de Competência: 0,00 Regime de Caixa: 1.000,00 Detalhe: O regime de caixa e de competência, somente são utilizados quando ocorrerem operações financeiras a prazo. Pois quando for a vista, o efeito é o mesmo tanto em um como em outro. Por exemplo: Utilizando o mesmo exemplo acima, mas a vista. Aí teríamos: Em setembro/04: Regime de Competência: 1.000,00 Regime de Caixa: 1.000,00 Quando que não é utilizado o regime de caixa ou de competência? R: Quando ocorrer, por exemplo as seguintes operações: - requisição de material de escritório do setor administrativa para o setor de compras. - solicitação de pedido de compras de matérias primas para a produção. - requisição de materiais diversos do setor de almoxarifado para o setor de compras. - transferências bancárias. - requisição de materiais diversos do setor comercial para o almoxarifado. - etc................. Portanto, no Regime de Competência de Exercícios, as receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não dentro do exercício. As despesas de um exercício são aquelas incorridas nesse período, não se importando se foram pagas ou não dentro do exercício. Difere do Regime de Caixa, onde são consideradas como receitas e despesas do exercício, aquelas efetivamente recebidas e pagas dentro desse período. Atenção especial deve ser dada o reconhecimento do Fato Gerador. O Fato Gerador de uma receita ocorre quando se completa a transação e da despesa quando a empresa usufrui do beneficio gerado essa despesa. Exemplos que desenvolveremos abaixo: A) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE; B) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO CORRENTE; C) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS = RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS D) RECEITAS VENCIDAS E NÃO RECEBIDAS = RESULTADO DO EXERCÍCIO CORRENTE
  • 33. 33 17 – PROVISÃO, ANÁLISE E CONTABILIZAÇÃO: AJUSTE DE DESPESAS A-) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS Em 30/06/X0, foi pago o valor de $ 12.000 referente a um contrato de seguros por um ano, com vigência a partir de 01/07/X0 1o. lançamento – quando do pagamento da apólice em 30/06/X0: Seguros Pagos Antecipadamente a Caixa $ 12.000 2o . lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (julho a dezembro = 6 meses). Calcular a proporção do valor da apólice para o ano de X0 ($12.000 : 12 meses = $ 1.000/mês x 6 meses = $ 6.000) Despesa com Seguros a Seguros Pagos Antecipadamente $ 6.000 CAIXA SEG. PAGOS ANTEC. DESP. C/ SEGUROS 12.000 (1) (1) 12.000 ------ -- 6.000 6.000 (2) (2) 6.000 OBS.: as contas Caixa e Seguros Pagos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Despesa com Seguros por ser uma conta de resultado será encerrada no ARE de X0. B-) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS Valor da folha de pagamento de dezembro/X0, a ser paga em 05/01/X1 é de $ 50.000. O lançamento a ser feito em 31/12/X0, levando-se em consideração que o fato gerador ocorreu dentro do mês (os empregados trabalharam em dezembro/X0) e a folha de pagamento é de competência dez/X0, é o seguinte: Despesa com Salários a Salários a Pagar $ 50.000 DESP. C/ SALÁRIOS SALÁRIOS A PAGAR 50.000 50.000( 2) Obs.: a conta Despesa com Salários será encerrada no ARE de X0 e a conta Salários a Pagar irá compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Salários a Pagar representa uma obrigação, que será paga em 05/01/X1, portanto seu saldo passará para o exercício seguinte (X1). Quando do pagamento da folha de dez/X0 em 05/01/X1, o lançamento será: Salários a Pagar a Caixa $ 50.000
  • 34. 34 CAIXA SALÁRIOS A PAGAR 50.000 50.000 50.000 (SI) SI (SALDO INICIAL) C-) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS Em 30/09/X0, nossa empresa alugou um de seus imóveis e neste dia recebeu o valor de $ 30.000, correspondentes a seis meses de locação, a contar de 01/10/X0. 1o. lançamento – quando do recebimento dos aluguéis em 30/09/X0: Caixa a Aluguéis Recebidos Antecipadamente $ 30.000 2o . lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (outubro a dezembro = 3 meses). Calcular a proporção do valor do recebimento para o ano de X0 ($30.000 : 6 meses = $ 5.000/mês x 3 meses = $ 15.000) Aluguéis Recebidos Antecipadamente a Receita com Aluguéis $ 15.000 CAIXA ALUGUÉIS REC.ANT. RECEITA C/ ALUGUÉIS (1) 30.000 (2) 15.000 30.000 (1) -------- 15.000 15.000 (2) OBS.: as contas Caixa e Aluguéis Recebidos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Receita com Aluguéis por ser uma conta de resultado será encerrada no ARE de X0.
  • 35. 35 18 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (RCM) As mercadorias compreendem todos os Bens que as empresas comerciais compram para revender. As operações que envolvem as compras e as vendas de mercadorias constituem a atividade principal das empresas comerciais. Para contabilizar operações com mercadorias vamos utilizar o método da conta desdobrada, que consiste em utilizar três contas básicas: Estoque de Mercadorias (para registrar os estoques inicial e final), Compras de Mercadorias e vendas de Mercadorias. Pra conhecer o estoque final, é feito um inventário no final do período (periódico). Supondo, em um exemplo, que os saldos de uma determinada empresa, em 31 de dezembro, tenham sido os seguintes: estoque de Mercadorias Compras de Mercadorias Vendas de Mercadorias 5.000 20.000 23.000 O inventário físico realizado em 31 de dezembro tenha sido de R$ 12.000, vamos estudar dois processos de apuração: extracontábil e contábil. Apuração extra-contábil Fórmula CMV = Ei + C – Ef Onde: CMV = Custo das mercadorias Vendidas Ei = Estoque inicial de mercadorias C = Compras de mercadorias Ef = Estoque final de mercadorias Assim temos: CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 = 13.000 Apuração contábil Para contabilizar o Resultado da Conta Mercadorias no Razonete, vamos tomar como roteiro as duas fórmulas apresentadas e proceder aos lançamentos, seguindo a ordem em que as contas aparecem nas respectivas fórmulas. A primeira conta que aparece na fórmula é o Ei (estoque inicial) que é transferido para a conta CMV: Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 5.000 5.000 (1) (1) 5.000
  • 36. 36 Agora é feita a transferência das compras do período: Compras de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 20.000 20.000 (2) (1) 5.000 (2) 20.000 Continuando, registra-se o valor do estoque final, encontrado no inventário: Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 5.000 (3)12.00 0 5.000 (1) (1) 5.000 (2) 20.000 12.000(3 ) Chegamos ao final da fórmula do CMV: Custo das Mercadorias Vendidas CMV (1) 5.000 (2) 20.000 soma 25.000 saldo 13.000 12.000(3) Resultado Bruto com mercadorias ou Resultado com Mercadorias é a diferença total entre as Receitas obtidas pelas Vendas e o Custo dessas mercadorias que foram vendidas. Essa diferença bruta não leva em consideração as demais Receitas e Despesas da empresa, como Receitas de juros, despesas com aluguéis, salários, impostos etc. Elas aparecem quando se deseja conhecer o Resultado Líquido do Exercício. Fórmula RCM = V – CMV Onde: RCM = Resultado da conta mercadorias ou Lucro Bruto V = Vendas de mercadorias CMV = Custo das Mercadorias Vendidas, apurado pela 1ª fórmula RESULTADO COM MERCADORIAS = VENDAS – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO = RESULTADO COM MERCADORIAS + OUTRAS RECEITAS – OUTRAS DESPESAS Se o Resultado Bruto for positivo, isto é, se as Vendas forem maiores do que o Custo das Mercadorias Vendidas, teremos Lucro Bruto com Mercadorias. Se for negativo, teremos Prejuízo com Mercadorias.
  • 37. 37 Exemplo: Demonstração de Resultado do ano 20x2 da Cia Alfa Vendas 150.000 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (105.000) ( = ) Resultado Bruto com Mercadorias ou L.Bruto 45.000 Menos Despesas de Salários (15.000) Despesas Diversas (5.000) Resultado Líquido do Exercício 25.000 18.1 – Critérios de Avaliação de Estoques: Inventário Permanente Desde que o Controle de Estoque forneça permanentemente o valor dos estoques com certeza da existência das quantidades correspondentes, diz-se que o regime de Controle de Estoque é Permanente. De uma forma mais prática: é a “famosa’ Ficha de Controle de Estoque. Inventário Periódico É o inventário levantado no fim de cada período contábil (levanta-se a quantidade de mercadorias, e considera a quantidade apurada como estoque final), geralmente adotado quando o permanente é inviável. Por isso, é comum observar em empresas comerciais uma placa ou faixa, colocada na fachada da loja, em fim de ano: “Fechada para inventário”. Obs.: Para apurar o valor do Estoque Final, prevalece o critério do “Custo ou Mercado, dos dois o menor”. CRITÉRIOS DE CUSTEIO DO CMV CRITÉRIOS CARACTERÍS TICAS ESTOQUE FISCO LUCRO PARA FINS GERENCIAI S PEPS (ou FIFO) Primeiro que entra, primeiro que sai Valorizado pelas últimas entradas remanescen tes Aceita Normalmente dá maior Lucro Inadequado UEPS (ou LIFO) O último que entra é o primeiro que sai Valorizado pelas primeiras entradas remanescen tes Não Aceita Normalmente o Lucro é menor que o PEPS e Média Ponderada Satisfatório Preço Médio A média ponderada das diversas compras Valorização pelo preço médio do mercado Aceita Normalmente o Lucro é entre UEPS e o PEPS Inadequado  com base numa economia inflacionária
  • 38. 38 18.2 – Exercícios sobre Apuração de CMV e Ficha Controle de Estoque: A) Uma concessionária, possui um Estoque Inicial em 01/06 composto de 30 unidades de carros novos, adquiridos por 40.000 cada um, num total de 1.200.000 e no mês ocorreu a seguinte movimentação: 02/06: Compra de 10 unidades por 42.000 cada uma = 420.000,00 03/06: Venda de 3 unidades por 50.000 cada uma = 150.000,00 04/06: Venda de 27 unidades por 45.000 cada uma = 1.215.000,00 05/06: Compra de 5 unidades por 42.000 cada uma = 210.000,00 06/06: Venda de 10 unidades por 48.000 cada uma = 480.000,00 -As despesas administrativas são de 100.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 5% das receitas totais. B) A empresa ABC, em 01/06/X2 tinha em seu estoque inicial 20 unidades ao custo unitário de 800,00 = 16.000,00. Durante o mês de julho, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 02/06 – Compra de 40 unidades por 950 cada uma, a prazo = 38.000,00 02/06 – Venda de 10 unidades a 1.200 cada, a vista = 12.000,00 15/06 – Venda de 20 unidades a 1.500 cada, a prazo = 30.000,00 18/06 – Compra de 20 unidades 1.200 cada, a prazo = 24.000,00 20/06 – Venda de 10 unidades a 1.400 cada, a vista = 14.000,00 -As despesas administrativas são de 5.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 5% das receitas totais. C) A empresa xyz, em 01/10/01 tinha em seu estoque inicial 40 unidade de microcomputadores a 1.000 cada unidade. = 40.000,00 Durante o mês de novembro/01, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/10 – Compra de 60 unidade a prazo por 1.200 cada. = 72.000,00 16/10 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada. = 100.000,00 17/10 – Venda de 30 unidades a 1.500 cada, a prazo. = 45.000,00 28/10 – Compra de 20 unidades por 1.200 cada, a prazo.= 24.000,00 -As despesas administrativas são de 8.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 7% das vendas totais. D) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 50 unidade de microcomputadores a 1.000 cada unidade. = 50.000,00 Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/11 – Compra de 50 unidade a prazo por 1.200 cada. = 60.000,00 06/11 – Venda de 20 unidades ao fornecedor a 1.500 cada, a vista. = 30.000,00 16/11 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada, a prazo. = 100.000,00 17/11 – Compra de 20 unidades a 1.000 cada. = 20.000,00 25/11 – Venda de 30 unidades por 1.500 cada, a vista. = 45.000,00 As despesas Administrativas são de 5.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as vendas totais. E) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 70 unidade de microcomputadores a 100 cada unidade. = 7.000,00 Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/11 – Compra de 70 unidade a prazo por 120 cada. = 8.400,00 16/11 – Venda de 50 unidades a 200 cada, a prazo. = 10.000,00 17/11 – Compra de 10 unidades a 100 cada. = 1.000,00 25/11 – Venda de 40 unidades por 150 cada, a vista. = 6.000,00 As despesas Administrativas são de 1.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as vendas totais
  • 39. 39 Pede-se: 1)Elaborar a ficha controle de estoque pela Média Ponderada ou Preço Médio. 2)Apurar o CMV (Custo da Mercadoria Vendida): EI+C-EF 3)Elaborar a DRE (Demonstração de resultados do Exercício 19 – NOVA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A Lei 6.404/76, em seu art. 178, preconiza “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. BALANÇO PATRIMONIAL (de acordo com a lei 11638/07) A T I V O -------------------------------- Circulante Não Circulante: Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível P A S S I V O ------------------------------------- Circulante Não Circulante: Financiamentos Receita diferida Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. ATIVO CIRCULANTE O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente. Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2006, deverá classificar no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2007.
  • 40. 40 Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano. ATIVO NÃO CIRCULANTE São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Ativo Realizável a Longo Prazo De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço. As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo. Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa, serão classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo. Investimentos No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. Imobilizado O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. Intangível Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da MP 449/08 e da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido.
  • 41. 41 PASSIVO CIRCULANTE Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. PASSIVO NÃO CIRCULANTE Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. PATRIMÔNIO LÍQUIDO É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. O Ativo deve ser classificado em ordem decrescente de grau de liquidez, isto é, devem ser apresentadas em primeiro as contas que se convertem mais rapidamente em disponibilidades, iniciando com o disponível. O Passivo, em ordem decrescente de prioridades de pagamento das exigibilidades, isto é, devem ser apresentadas em primeiro as contas que cuja exigibilidade ocorre antes. Para a Demonstração do Resultado do Exercício a lei determina que seja apresentada na forma dedutiva, isto é, parte-se da Receita Bruta de Vendas para se obter o Resultado Líquido (Lucro ou Prejuízo). Deve-se seguir o princípio contábil de Competência dos Exercícios, conforme modelo a seguir: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) Receita Bruta Vendas Serviços (-) Dedução de Vendas Vendas Canceladas Abatimentos sobre vendas Impostos sobre Vendas (=) Receita Líquida de Vendas ( - ) C M V (= Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Vendas Administrativas Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+/-) Outras Receitas / Despesas Operac
  • 42. 42 (=) Lucro Operacional (+/-) Rec / Desp Não Operacionais (+) Receita Não Operacional (-) Despesa Não Operacional (=) Lucro Antes do Imp Renda (Lair) (-) Provisão IRPJ / CSLL (=) Lucro/(Prej) Líquido 20. A INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS. IMPOSTOS SOBRE VENDAS Uma empresa, seja comercial, industrial ou prestadora de serviços, ao exercer sua atividade de venda de mercadorias, produtos ou serviços ficam sujeitas ao recolhimento dos impostos incidentes sobre as vendas. As empresas NÃO PAGAM impostos. São meras REPASSADORAS dos impostos. Os impostos sobre vendas DEVEM ESTAR incluídos no preço de venda. É sempre o Consumidor Final que paga os IMPOSTOS. São impostos incidentes sobre vendas: o ICMS, o PIS, a COFINS, o IPI, o ISSQN e o IVV. Há duas características no impostos sobre vendas: Cumulativos e Não Cumulativos O princípio da cumulatividade ou não dos impostos previstos no CTN está na possibilidade do comprador se creditar dos Impostos pagos na compra do produto ou serviço. Só pode se creditar dos respectivos impostos, se na operação subseqüente, de venda, haja incidência dos mesmos impostos, ainda que em alíquotas diferentes. Assim: IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS: Para as empresas tributadas pelo Lucro Real, são considerados impostos não cumulativos: DE COMPETÊNCIA FEDERAL: I P I (Imposto sobre Produto Industrializado): Incide sobre a produção de bens. A alíquota varia de o% até, 200%, 300%, dependendo da classificação do produto fabricado. Há um Regulamento do IPI (RIPI) e uma Tabela do IPI (TIPI) onde se relacionam todos os produtos e suas respectivas alíquotas. O fato gerador é a circulação do produto (saída) da empresa. É um imposto “por fora”, isto é, não está incluído no preço de venda do produto ou serviço.
  • 43. 43 P I S (Programa de Integração Social) (12/2002): Incidente sobre as receitas da empresa à alíquota de 1,65%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) (2004): Incidente sobre as receitas da empresa à alíquota de 7,60%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. DE COMPETÊNCIA ESTADUAL ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Incidente sobre CIRCULAÇÃO da mercadoria o a prestação de determinados serviços. O fato gerador é a saída da mercadoria da empresa da empresa. Cada estado possui seu próprio regulamento, o RICMS, onde se prevê a tributação e alíquotas respectivas. Com a Constituição de 1988 alguns serviços passaram a ser tributados pelos estados. São eles: transporte interestadual e intermunicipal, de comunicações, de radiodifusão, telefonia e energia elétrica. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. IMPOSTOS CUMULATIVOS Para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, Arbitrado e SIMPLES são considerados impostos cumulativos. O seu efeito é “em cascata”, incidindo sobre toda a cadeia produtiva. DE COMPETÊNCIA FEDERAL: I P I (Imposto sobre Produto Industrializado): Incide sobre a produção de bens. A alíquota varia de 0% até, 200%, 300%, dependendo da classificação do produto fabricado. Há um Regulamento do IPI (RIPI) e uma Tabela do IPI (TIPI) onde se relacionam todos os produtos e suas respectivas alíquotas. É cobrado na circulação do produto (saída). É um imposto “por fora”, isto é, não está incluído no preço de venda do produto ou serviço. P I S (Programa de Integração Social): Incidente sobre as receitas da empresa à alíquota de 0,65%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): Incidente sobre as receitas da empresa à alíquota de 3%. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço.
  • 44. 44 No SIMPLES, acresce-se uma determinada percentagem ao total recolhido para cobrir esses impostos. DE COMPETÊNCIA MUNICIPAL: ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza): Incidente sobre as receitas da empresa . Cada município tem sua própria legislação, respeitando do Decreto Federal sobre o ISS. A forma e alíquotas de tributação estão contidas em regulamento próprio. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. IVVC (Imposto sobre Venda a Varejo de Combustíveis): Criado pela Constituição de 1988. Incidente sobre as receitas da empresa distribuidoras e vendedoras de combustíveis. Cada município tem sua própria legislação, respeitando do Decreto Federal sobre o ISS. A forma e alíquotas de tributação estão contidas em regulamento próprio. É um imposto “por dentro”, isto é, está incluso no preço de venda do produto ou serviço. 21. A RECUPERAÇÃO E A INCIDÊNCIA DOS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS A empresa, ao exercer sua atividade, fica sujeita à tributação de suas vendas. Na operação de compra e na de venda estão embutidos os tributos. Quando a empresa realiza suas compras pode recuperar o imposto pago se na operação subseqüente de venda incidir o mesmo tipo de tributo, embora com alíquotas diferentes. Pela legislação, tanto societária quanto fiscal, os Estoques são registrados pelo valor de custo, isto é, quanto se pagou pelo bem, diminuído dos impostos recuperáveis e acrescido de outras despesas (seguros, fretes, etc.) para disponibilizá-los no estabelecimento. A Contabilidade registrará as operações econômico-financeiras de Compra e Venda da seguinte forma: A) NA COMPRA DE MERCADORIAS Quando a empresa adquire mercadorias para revenda, atividade tipicamente comercial, passa a ter o direito de se creditar do imposto embutido no preço da mesma. Exemplo: 1) Aquisição de Mercadorias para revenda no valor de R$ 100.000, a prazo. Denominar-se-á a conta de COMPRAS. Considerando a incidência dos seguintes impostos recuperáveis: I.P.I (por fora) = 4,00% ICMS (por dentro) = 18,00% PIS (por dentro) = 1,65% COFINS (por dentro) = 7,60%
  • 45. 45 Fazendo os cálculos: Valor Total da Nota Fiscal: R$ 100.000 + R$ 4.000 (4% IPI ) = R$ 104.000 Valor do ICMS = R$ 100.000 x 18% = R$ 18.000 Valor do PIS = R$ 100.000 x 1,65% = R$ 1.650 Valor da COFINS = R$ 100.000 x 7,60% = R$ 7.600 Lançando no diário (contabilizando): PELA COMPRA E RECUPERAÇÃO DOS IMPOSTOS: Na compra de mercadorias, a empresa constitui-se no direito de receber os impostos recuperáveis, embutidos no valor pago. O valor da compra deve refletir o valor líquido, isto é, o valor total menos os impostos recuperáveis. Assim: (1) D – Compras 72.750 D – I P I a recuperar 4.000 D – ICMS a recuperar 18.000 D – PIS a recuperar 1.650 D – COFINS a recuperar 7.600 C – Fornecedores 104.000 Compras IPI a recuperar ICMS a recuperar (1) 72.750 (1) 4.000 (1) 18.000 PIS a recuperar COFINS a recuperar Fornecedores (1) 1.650 (1) 7.600 104.000 (1) B) NA VENDA DE MERCADORIAS Quando a empresa vende mercadorias passa a ter obrigação de pagar o imposto embutido no preço e cobrado do comprador. Exemplo: 2) Venda de Mercadorias no valor de R$ 150.000, a prazo, com IPI Considerando a incidência dos seguintes impostos: I.P.I (por fora) = 4% ICMS (por dentro) = 18% PIS (por dentro) = 1,65% COFINS (por dentro) = 7,60% Fazendo os cálculos: Valor Total da Nota Fiscal: R$ 150.000 + R$ 6.000 (4% IPI ) = R$ 156.000 Valor do ICMS = R$ 150.000 x 18% = R$ 27.000
  • 46. 46 Valor do PIS = R$ 150.000 x 1,65% = R$ 2.475 Valor da COFINS = R$ 150.000 x 7,60% = R$ 11.400 Valor do ISS = alíquota do município para prestação de serviço. Os impostos sobre vendas são considerados no sub-grupo da DRE - dedução de vendas (negativo). Lançando no diário (contabilizando): PELA VENDA (2) D – Duplic a Receber 156.000 C - Receita de Vendas 156.000 PELA INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS NA VENDA (3) D - IPI sobre vendas 6.000 C - IPI a pagar 6.000 (4) D - ICMS sobre vendas 27.000 C - ICMS a pagar 27.000 (5) D – PIS sobre vendas 2.475 C - PIS a pagar 2.475 (6) D - COFINS sobre vendas 11.400 C - COFINS a pagar 11.400 (7) D - ISS XXXX C – ISS a pagar XXXX C) APURAÇÃO DOS IMPOSTOS A RECUPERAR OU A PAGAR Ao final de cada mês, ou como determinar a legislação fiscal de cada tipo de imposto, far- se-á a verificação dos saldos das contas contábeis referente aos direitos e obrigações com os impostos. Isto é, precisa-se saber se a empresa tem direito de receber o imposto pago a maior ou se tem obrigação de pagar o imposto recebido a maior. Na contabilidade, o lançamento denomina-se de “encontro de contas”. A estrutura do lançamento será sempre a mesma, ou seja: D - IMPOSTO A PAGAR (conta de Passivo) XXXXX C - IMPOSTO A RECUPERAR (conta de Ativo) XXXXX Transfere-se SEMPRE O MENOR SALDO existente. Assim, levando-se em consideração as operações anteriores, temos: (8) D - IPI a pagar 4.000 C - IPI a recuperar 4.000
  • 47. 47 (9) D – ICMS a pagar 18.000 C - ICMS a recuperar 18.000 (10) D - PIS a pagar 1.650 C – PIS a recuperar 1.650 (11) D - COFINS a pagar 7.600 C – COFINS a recuperar 7.600 22 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO 22.1 DEPRECIAÇÃO Fenômeno contábil que expressa a perda de valor que os valores imobilizados de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão. Conceitua-se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a depreciação dos demais bens deverá ser registrada como despesa operacional: O lançamento característico da depreciação é: D – DESPESAS (ou CUSTO) DE DEPRECIAÇÃO C – DEPRECIAÇÃO ACUMULADA A conta devedora é de resultado e representa o encargo econômico suportado pela entidade. A conta credora retifica o bem do ativo sujeito a depreciação. Integra o Balanço Patrimonial, sendo demonstrada juntamente com a conta do bem que ela retifica, em subtração a seu saldo. NOTA: o encargo de depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem a que se refere corrigido monetariamente. O mesmo se aplica à amortização e à exaustão. Os encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase pré-operacional serão escriturados no ativo diferido para posterior amortização, no prazo mínimo de cinco anos e máximo de dez anos. Não é admitido o registro de quota de depreciação em relação aos seguintes bens:  terrenos, salvo em relação aos melhoramentos e construções;
  • 48. 48  prédios e construções não alugados nem utilizados por seu proprietário na produção de seus rendimentos ou imóveis destinados à venda;  bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades;  bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão. Segue abaixo a tabela de taxas aplicáveis aos bens de ocorrência mais usual: Taxa anual Anos de vida útil Edifícios 4% 25 Máquinas e Equipamentos 10% 10 Instalações 10% 10 Móveis e Utensílios 10% 10 Veículos 20% 5 Computadores e periféricos 20% 5 FORMA DE CÁLCULO Depreciação = Valor do Bem = ou = 100% = 100% = 10% a.a. Vida Útil Vida Útil 10 a. Se for proporcional ao número de meses, calcular. 22.2 AMORTIZAÇÃO Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos do exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É a recuperação econômica do capital aplicado em: I – Despesas que contribuam para formação do resultado de mais de um exercício social. Exemplos: Despesas pré-operacionais, Despesas com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos; II – Direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens cuja utilização tenha prazo legal ou contratual limitado e desde que em nenhuma hipótese caiba indenização, como: a) bens intangíveis ou direitos de uso, como, por exemplo: patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação. b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente ao final do prazo de concessão; c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio; d) custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por terceiros; e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas.
  • 49. 49 A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o número de anos restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais em que deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas no ativo diferido. A amortização dos componentes do ativo diferido sujeita-se a dois prazos: a) um mínimo de cinco anos, para fins fiscais; b) um máximo de dez anos, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que possuam escrituração contábil regular. O lançamento característico da amortização é: D – DESPESAS DE AMORTIZAÇÃO C – AMORTIZAÇÃO ACUMULADA A forma de cálculo é semelhante à da depreciação DEPRECIAÇÃO x AMORTIZAÇÃO A depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como máquinas, móveis, etc., e a amortização destina-se apenas a significar perda de valor de coisas imateriais ou de imobilizações financeiras; são objetos de amortização: despesas gerais de instalação, aviamentos, dívidas de longo prazo etc. 22.3 EXAUSTÃO Fenômeno patrimonial que caracteriza a perda de valor que sofrem as imobilizações suscetíveis de exploração e que se esgotam no correr do tempo, como, por exemplo, as reservas minerais e vegetais (bosques, florestas, jazidas etc.). Corresponde à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais ou florestais ou de bens aplicados nessa exploração. O lançamento característico da exaustão é: D – DESPESAS DE EXAUSTÃO C – EXAUSTÃO ACUMULADA A Foram de cálculo segue a da depreciação. DEPRECIAÇÃO x EXAUSTÃO A depreciação é a perda de valor pelo uso; a exaustão é a perda de valor por exploração; a depreciação é custo indireto de fabricação; a exaustão é custo direto de fabricação. EXEMPLO DE CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO A empresa possuía em seu imobilizado no balanço inicial, Veículos no valor de $ 25.000. Calcule e contabilize a depreciação anual. Depreciação = Valor do Bem = ou = 100% = 100% = 10% a.a. Vida Útil Vida Útil 10 a.
  • 50. 50 Depreciação = $ 25.000 = $ 5.000 ou = 100% = 100% = 20% a.a. 5 anos Vida Útil 5 a. $ 25.000 x 20% = $ 5.000 D – Despesa de Depreciação C – Depreciação Acumulada $ 5.000 Desp Depreciação Depreciação Acumulada (1) 156.000 156.000 (2) EXEMPLO: A empresa Assessoria S.A. adquiriu os seguintes bens * Em 01/01/2010 - móveis. Custo: R$ 6.000,00. Valor residual estimado: R$ 0,00. Vida útil estimada: 5 anos. RESOLUÇÃO: Método de depreciação LINEAR Mês/ano Valor Taxa Dep. Período Dep. Acum. Valor Residual 2010 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 1,200.00 R$ 4,800.00 2011 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 2,400.00 R$ 3,600.00 2012 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 3,600.00 R$ 2,400.00 2013 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 4,800.00 R$ 1,200.00 2014 R$ 6,000.00 20% R$ 1,200.00 R$ 6,000.00 0.0 Um veículo (depreciável em 5 anos) foi comprado por R$ 25.000,00. É previsto um VRE de R$ 10.000,00 após 8 anos de uso. a) Calcule seu valor contábil depois de 4 anos. Resposta: R$ 5.000,00 b) Calcule seu valor real depois de 3 anos, considerando uma depreciação exponencial. Resposta: R$ 17.730,15 1. Um equipamento foi comprado por R$ 25.000,00. É previsto um VRE 5.000,00 após 15 anos de uso. Calcule seu valor real depois de 6 depreciação linear. R$ 17.000,00 2. Um prédio foi comprado por R$ 50.000,00. É previsto um VRE de R$ 15.000,00 após 30 anos de uso. Calcule seu valor contábil depois de 15 anos 3. Um veículo foi comprado por R$ 15.000,00. uso. Calcule seu valor contábil depois de 3 anos. 4. Um prédio (depreciação por 25 anos) de R$ 80.000,00 foi comprado a vista, depois de 5 anos, será vendido por R$ 64.000,00. 5. Um veículo foi comprado por R$ 25.000,00. É previsto um VRE de R$ 10.000,00 após 8 anos de
  • 51. 51 uso. Calcule seu valor contábil depois de 4 anos. 6. Um equipamento é utilizado em um turno diário de 8 horas, e sua taxa de de 10%. Em 31/12/2010, ele aparecia registrado na contabilidade da seguinte maneira: Equipamento: (-) Depreciação Acumulada Se for mantida a mesma taxa de depreciação, equipamento? 4 anos e 3 meses. 7. Em 20 de outubro de 2010, a empresa uma máquina de uso, auferindo um lucro da ordem de 20% sobre o preço obtido na alienação. Referida máquina fora comprada tem sido atualizado, trimestralmente, por depreciação feita com base em vida útil estimada de 10 anos e saldo residual de 20% do custo. 90.000,00. 8. A empresa ETECONT S/A possuía uma máquina, utilização em 12 anos. Após nove anos de uso desse equipamento, adequada sido oportunamente contabilizada, foi ele vendido, ocasionando Para que as afirmações acima sejam corretas 9. A Metalúrgica de Reposição tinha máquinas e equipamentos comprados R$ 40.000,00, com vida útil estimada em 10 anos. A depreciação tem sido feita em bases anuais considerando valor residual de 10%. Quando 2010, por R$ 20.000,00. Qual foi o valor anos, considerando uma anos. R$ 32.499,95 É previsto um VRE de R$ 8.000,00 após 7 anos de R$ 12.000,00 O valor está correto? Sim. R$ 17.500,00 , R$ 87.000,00 ) R$ (50.025,00) Qual o período restante de , ETECONT S/A mandou contabilizar a baixa por venda de por R$ 150.000,00, em primeiro de abril de Qual o preço de venda obtido na alienação que foi adquirida por R$ 7.680,00, instalada para corretas, qual o valor obtido na venda foi vendido esse equipamento, no fim de m , contabilizado em “perda de capital” (Valor residual) de R$ depreciação anual é eríodo depreciação do 2004, e seu valor alienação? R$ tendo a depreciação perda de R$ 720,00. venda? R$ 1.200,00. em julho de 2006 por março de capital”? R$
  • 52. 52 23 - PRINCIPAIS DOCUMENTOS UTILIZADOS PELA CONTABILIDADE CHEQUE É uma ordem de pagamento à vista. Tipos: ao portador, nominal, cruzado, viagem e administrativo. NOTA FISCAL É um documento obrigatório que deve ser emitido pelos estabelecimentos sempre que estes promovem a saída de mercadorias. Possui vários modelos: Modelo 1(indústrias e Comércio), Cupom Fiscal, Nota de Venda a Consumidor, Nota Fiscal de Serviços (prestadores de serviços). FATURA E DUPLICATA A Fatura é um documento de caráter essencialmente comercial que deve ser emitido nas vendas à prazo com vencimento superior a 30 (trinta) dias. A principal finalidade da fatura é informar ao comprador a relação das Notas Fiscais correspondentes às compras, bem como a data em que o cliente deverá efetuar o pagamento. Duplicata é um título de crédito que pode ser emitido pelas empresas sempre que efetuarem vendas de mercadorias a prazo. A duplicata tem esse nome por corresponder à cópia da Fatura. NOTA PROMISSÓRIA É um título de crédito que representa uma promessa de pagamento. É emitida, por exemplo, sempre que:  Uma pessoa ou empresa toma emprestado dinheiro de bancos ou financeiras;  Um particular vende ou compra imóveis à prazo;  Um particular vende ou compra veículos de particulares. Na emissão de uma nota promissória, a pessoa que empresta pode exigir do devedor um avalista, que também assinará o documento. RECIBO É um documento no qual a pessoa que assina declara ter recebido alguma coisa. Pode ser: comum, recibo de aluguel, recibo de depósito bancário. ANEXOS: EXERCÍCIOS E ESTUDOS DE CASOS ADICIONAIS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS: EXERCICIO G a) abertura de empresa com capital de R$ 25.000, sendo R$ 20.000 em dinheiro e R$ 5.000 em veículo b) compra de imóvel R$ 15.000 a prazo c) compra de mercadorias R$ 18.000, sendo R$ 9.000 à vista d) venda do automóvel, pelo valor que entrou, a prazo (5.000,00). e) compra de um caminhão R$ 20.000, sendo R$ 10.000 à vista f) recebimento de 50% da venda do veículo EXERCÍCIO H a) abertura da empresa R$ 8.000, sendo R$ 4.000 em máquinas e R$ 4.000 em dinheiro b) venda da máquina R$ 4.000, a prazo c) compra de automóvel, por 5.000,00 sendo 50% à vista. d) compra de máquina R$ 6.000, sendo R$ 4.000 a prazo e) recebimento de R$ 2.000 da venda da máquina f) abertura de conta no banco com depósito de R$ 1.500