2. A partir de 1580 a 1756 (séculos XVI e XVIII)
O Barroco em Portugal inicia-se durante o
período de colonização no Brasil.
Muitos conflitos com os holandeses e os
espanhóis (Guerra da Restauração).
Portugal estava sob o domínio espanhol e
lutava pela independência (conquistada só em
1640).
Enfraquecimento português: grande crise
econômica, política e social.
Barroco
Contexto histórico
Aclamação de D. João IV como rei de Portugal, pintado por
Veloso Salgado (Museu Militar de Lisboa).
3. Barroco
Contexto histórico
Europa: crise entre o humanismo renascimento
e o medievalismo religioso.
O Barroco foi um momento de transição:
diversas descobertas científicas incitaram
muitas dúvidas, sobretudo no campo religioso.
Reforma Protestante de Martinho Lutero:
enfraquecimento da Igreja Católica.
4. Principais
características:
Exagero e minúcia nos detalhes.
Temática religiosa e profana.
Dualidade e complexidade.
Uso de muitas figuras de linguagem.
Ex: antítese.
Teocentrismo x Antropocentrismo.
Cultismo (ou Gongorismo) e
conceptismo (Quevedismo).
5. Cultismo (Gongorismo):
A corrente cultista focaliza a forma, caracterizando-se pela construção de
imagens, por estímulos sensoriais, por paralelismos, por jogos de palavras
(sinonímia, antonímia) e pelo uso recorrente de figuras de linguagem,
principalmente as metáforas e os paradoxos. Linguagem rebuscada,
ornamental e culta.
Conceptismo (Quevedismo):
É o jogo de ideias e conceitos. Racionalismo e o pensamento lógico. Seu
principal objetivo é convencer o leitor. Privilegiam o conteúdo de suas obras,
isto é, as relações de sentido construídas entre as ideias que estruturam o texto,
tais como comparações, menções a outros textos, relações lógicas e referências
à origem dos vocábulos.
6. Principal escritor:
Padre Antônio Vieira (1608-1697)
Sermão de Santo António aos
Peixes (1654).
Sermão da Quinta Dominga da
Quaresma (1654)
Sermão da Sexagésima (1655).
Sermão do Bom Ladrão (1655).
7. “Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo
galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os
escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os
escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos,
os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em
pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os
escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens
vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria.” (VIEIRA,
1981, p. 58)
8. “Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-
se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições
como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem
durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que,
quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente
pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho.
De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo.
Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere,
abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e
foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às
coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas
para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O
mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos. [...]”
(VIEIRA, 1643, p. 2)
9. Arcadismo
Contexto histórico
Setecentismo ou Neoclassicismo. Início em 1759,
com a criação da "Arcádia Lusitânia", em Lisboa.
Século XVIII. "Século das luzes".
Ideias iluministas.
Desenvolvimento tecnológico, científico e social
na Europa.
Fase de transformações e renovações após a
Guerra de Restauração.
Reformas no campo de educação.
Destaque para os poemas de Bocage , um poeta
nacional português.
10. Principais
características:
Estilo de vida simples, bucólico,
longe dos centros urbanos (campo).
Busca do equilíbrio e retorno dos
modelos clássicos:
Fugere Urbem: fugir do urbano.
Locus Amoenus: lugar ameno;
Aurea Mediocritas: equilíbrio de ouro;
Inuntilia Truncat: cortar o inútil;
Carpe Diem: aproveitar o momento
12. Principais autores:
Manuel Maria Barbosa du
Bocage
Antônio Dinis da Cruz e Silva
Pedro Antônio Correia Garção
Marquesa de Alona
Francisco José Freire
Domingo dos Reis Quita
Nicolau Tolentino de Almeida
Filinto Elisio
13. Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara.