O documento discute a crise hídrica no Brasil, suas causas e consequências. As principais causas são o aumento do consumo de água, a diminuição das chuvas devido ao desmatamento e o desperdício. A região Sudeste, especialmente São Paulo, foi a mais afetada com a seca entre 2014-2015. A falta de água impacta a agricultura, energia e abastecimento da população.
2. O QUE É
UMA CRISE
HÍDRICA?
A crise hídrica é o resultado dos
baixos níveis de água nos
reservatórios, no momento em que
deveriam estar em níveis normais
para atender as necessidades da
população.
No Brasil, a falta de água tornou-se
mais grave a partir do ano de 2014.
Na ocasião, a região Sudeste foi a
principal afetada. A atual crise
hídrica do Brasil é considerada a pior
da história.
3. CAUSAS
Aumento do
consumo de água
Segundo a Agência Nacional de
Águas (ANA), de cada cem litros
de água consumidos, 72 são
usados na irrigação agrícola.
Diminuição do nível
de chuvas
O desmatamento na floresta
amazônica é também diretamente
relacionado a falta de chuva no
país. Isso ocorre devido ao
fenômeno dinâmico dos "rios
voadores", que leva umidade a
várias regiões da América do Sul.
Desperdício de água
4. Regiões afetadas pela crise
hídrica
A REGIÃO SUDESTE FOI A MAIS AFETADA PELA CRISE DA FALTA DE ÁGUA
EM 2014 E 2015. O SISTEMA CANTAREIRA, EM SÃO PAULO, FOI O QUE MAIS
SOFREU COM A ESTIAGEM. ELE ATENDE MAIS DE 9 MILHÕES DE PESSOAS. A
capacidade do sistema é de 1,46 trilhão de litros, dos quais 973 bilhões
constituem o chamado "volume útil". Esse volume corresponde a reserva de
água acumulada acima do nível das comportas. Foi esse volume que se
esgotou em 2014. Passou a ser usado, então, o "volume morto", que se situa
abaixo do nível das comportas e que nunca havia sido utilizado. Em 2016, o
volume do sistema Cantareira começou a retornar à normalidade.
5. Regiões afetadas pela crise
hídrica
OS RESERVATÓRIOS DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E MINAS GERAIS
TAMBÉM APRESENTARAM NÍVEIS PREOCUPANTES.
A região Nordeste também enfrenta a crise hídrica, inclusive, há mais
tempo do que os estados da região Sudeste e que dura até o momento.
Enquanto a região Sudeste recuperou os níveis de água de seus
reservatórios, o Nordeste é afetado pela pior seca do século. Essa situação
levou várias cidades nordestinas a declarar estado de emergência ou
calamidade pública entre 2015 a 2017.
6. CONSEQUÊNCIAS DA ESCASSEZ
REDUÇÃO DA
OFERTA DE
ALIMENTOS
62% DA ENERGIA
DO BRASIL É
GERADA EM USINAS
HIDRELÉTRICAS.
ASSIM, A FALTA DE
ÁGUA TAMBÉM
COMPROMETE O
FORNECIMENTO DE
ENERGIA ELÉTRICA
DIMINUIÇÃO DA
OFERTA DE ÁGUA
PARA A
POPULAÇÃO
IMPACTOS NA
ECONOMIA
7. Soluções para
a crise hídrica
REUSO DA ÁGUA
REUTILIZAR A ÁGUA DA
CHUVA
UTILIZAR A ÁGUA DE
MANEIRA RACIONAL
CONSERVAR AS BACIAS
HÍDRICAS, NASCENTES DE
ÁGUA E RIOS
TÉCNICAS DE IRRIGAÇÃO
MAIS EFICIENTES
TRATAMENTO DE ÁGUA
8. TEXTO I
Com poucas chuvas e proximidade do inverno, Brasil
enfrenta risco de nova crise hídrica No Rio Grande do Sul,
386 dos 497 municípios já decretaram situação de
emergência por conta da seca. Em Santa Catarina, a
situação é similar em pelo menos 65 cidades. No Paraná,
depois de 10 meses de estiagem, a emergência hídrica foi
decretada pelo governo estadual — a medida autoriza,
por exemplo, rodízio no fornecimento de água. Ex-
presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente
Andreu comenta à DW Brasil que o cenário de estiagem
na região sul do país afeta principalmente dois setores
que dependem da água nesses estados: a agricultura e as
usinas hidrelétricas — sobretudo no Paraná. “São regiões
que têm seca com alguma frequência. E com [o atual
contexto de] mudanças climáticas, esses fenômenos têm
sido extremos”, pontua.
9. TEXTO I
Ele avalia que a situação é mais preocupante no Paraná
do que no extremo sul do País. “Porque o sul do Brasil
tem uma característica de chuvas constantes ao longo do
ano. Já o Paraná é, em aspectos climáticos, mais parecido
com o sudeste”, afirma. Ou seja: tem invernos secos. (...)
Fantasma da crise de 2014 Em 23 maio de 2013, o nível do
Cantareira era similar ao atual, 59,6% de sua capacidade.
Vinha em queda, acentuada pela inverno. O período de
verão não foi suficiente para frear a derrocada do
reservatório e, em maio de 2014, o sinal vermelho estava
ligado: o sistema operava com 6% de sua capacidade.
Então foram dois anos de torneiras contidas e 17 meses
utilizando água da reserva técnica do Cantareira,
apelidada de “volume morto” — significava que o índice
operava no negativo.
10. TEXTO I
Para o geógrafo Luiz de Campos Júnior, do projeto Rios e
Ruas, o risco de uma nova crise hídrica é resultado da falta de
ajuste nas políticas voltada para a produção de água. “Os
sistemas de abastecimento, em geral, só estão preocupados
com a água saindo da represa, sendo tratada e distribuída”,
afirma. “É preciso olhar para a produção de água na bacia
hidrográfica, aquela produção que vai manter o reservatório
cheio e com boa vazão. Isso significa conservar os lençóis
freáticos, diminuir a erosão no entorno dos rios e dos
reservatórios. Deveríamos conservar todo o ambiente
produtor de água e não pensar apenas na produção como
pensam as empresas [de abastecimento].” Responsável pelo
abastecimento em São Paulo, a Sabesp enfatizou que a
situação atual dos reservatórios “é satisfatória”. “Houve, no
entanto, registro de pouca chuva nos mananciais nos últimos
60 dias e, por isso, a companhia solicita à população que
mantenha o uso consciente de água, evitando desperdício”,
informou. (...)
11.
12.
13. TEXTO IV
Falta de chuvas, represas à míngua, rodízio no
abastecimento, fornecimento com caminhões-
pipas, água armazenada em baldes, torneiras
vazias... Esse cenário, que o brasileiro acostumou-
se por anos a associar ao cotidiano da população
do sertão nordestino, passou a fazer parte nos
últimos anos dos centros urbanos do Sudeste. No
verão de 2013/2014, a região foi atingida por uma
severa estiagem que reduziu drasticamente as
chuvas, levou ao esgotamento dos mananciais e
fez a população conviver com o fantasma da
escassez. A seca atingiu todos os estados do
Sudeste, mas foi em São Paulo – e mais
especificamente na região metropolitana da
capital – que seus efeitos foram mais acentuados.
14. TEXTO IV
Com o sumiço das chuvas, o principal sistema
de abastecimento da capital paulista, o
Cantareira, responsável pelo fornecimento de
água para 8,8 milhões de pessoas, entrou
gradativamente em colapso e viu seu nível bater
sucessivos recordes negativos. Em março de 2014,
a primeira marca foi quebrada: as seis represas
que formam o sistema acumulavam apenas
14,6% de seu volume total, o menos desde que o
Cantareira havia começado a operar nos anos
1970. Dois meses depois, às vésperas do inverno
(estação que coincide com o período seco,
quando as chuvas em São Paulo e em toda a
região são escassas), o reservatório tinha apenas
8% de água – e as previsões apontavam que ele
poderia secar até o fim do ano.
15. IDEIAS PARA REPERTÓRIO
AQUAMETRAGEM
Curta-metragem animado
vencedor da categoria
“Proteger o nosso planeta” no
Festival de Filmes ODS em
Ação, em 2019.
A LEI DA ÁGUA: NOVO
CÓDIGO FLORESTAL
Documentário que explica a
relação do novo Código
Florestal com a crise hídrica
brasileira.
COWSPIRACY: O
SEGREDO DA
SUSTENTABILIDADE
Documentário que investiga
como organizações ambientais
lidam com impactos causados
por pecuária e pesca ao redor
do mundo.
16. IDEIAS PARA REPERTÓRIO
UFSC EXPLICA:
ESCASSEZ DE ÁGUA
Vídeo curto produzido pela
Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) em que
pesquisadores acadêmicos
comentam causas, consequências
e desafios da falta de água.
MAD MAX: ESTRADA
DA FÚRIA
Distopia em que a água é um
bem valioso (e raro). Aclamado
pela crítica, foi indicado a 10
Oscars e ganhou 6.
AGÊNCIA NACIONAL DE
ÁGUAS E SANEAMENTO
BÁSICO (ANA)
A ANA é agência reguladora
responsável pelo cumprimento dos
objetivos e diretrizes da Lei de Águas
do Brasil, a Lei n. 9.433/1997. Criada
em 2000, ela atua por meio de 4
frentes: regulação, monitoramento,
aplicação da lei e planejamento.