SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
PPrroojjeettoo ddee GGaasseeiiffiiccaaççããoo iinn--ssiittuu 
UUCCGG ((UUnnddeerrggrroouunndd CCooaall GGaassiiffiiccaattiioonn)) 
REALIZAÇÃO: 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS 
Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de 
Carbono - CEPAC 
APOIO: 
Petrobras 
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP 
Rede Carvão
Conteúdo 
 Definição de Gaseificação; 
 Dados históricos; 
 Gaseificação in-situ (UCG): 
 Aplicações; 
 Métodos de injeção; 
 Reações químicas; 
 Eficiência; 
 Conclusões; 
 Projetos Mundiais.
Definição de Gaseificação: 
 A gaseificação do carvão consiste em converter carvão sólido 
num gás que pode ser usado para gerar energia, produzir 
combustíveis líquidos e produtos químicos; 
 A gaseificação expõe o carvão a temperaturas que 
normalmente provocariam a sua combustão mas regulando a 
quantidade de oxigênio fornecida e adicionando vapor de 
água, o carvão origina gás de síntese (syngas: Monóxido de 
Carbono, Hidrogênio, Dióxido de Carbono e Metano).
Conversão de Carvão 
 Na produção de energia elétrica, o carvão pode ser utilizado em 
queima direta que é a forma mais corrente. 
 No entanto, atualmente desenvolvem-se outras formas mais 
limpas do ponto de vista ambiental: é o caso da gaseificação do 
carvão, que permite a produção de energia elétrica em centrais de 
ciclo combinado e da sua liquefação que permite a produção de 
combustíveis líquidos sintéticos.
Dados Históricos 
1888 – D.I. Mendeleev expressou pela primeira vez a ideia sobre UCG. 
1912 – Químico inglês William Ramsay ofereceu a tecnologia sobre UCG. 
1913 – V.I. Lenin publicou o artigo “One of the great victory in technics”. 
1933 – teste piloto em condições naturais para geração de gás (bacia de 
Moscow – “brown coals”, bacia de Donetzk – “black coals”). 
1935 – o método “Flow” foi proposto para gaseificar em canais de carvão. 
1935-1941 – 9 experiências em UCG foram levadas a cabo pelo método 
“Flow” na bacia de Moscow, bacia de Donetzk e bacia de Kuznetzk. Todos 
deram resultados positivos. 
1946-1996 – realizados 5 testes comerciais e 2 testes piloto de UCG na 
antiga USSR (4 – com gaseificação de “brown coals” e 3 – com 
gaseificação de “black coals”). Foram obtidos 50 biliões de m3 de gás e 
foram gaseificadas 15 milliões de tons de carvão.
Dados Históricos 
Local de gaseificação na ex-URSS
Gaseificação in-situ (UCG): 
Esquema de gaseificação in-situ 
(Fonte: CEPAC, 2008)
Gaseificação in-situ (UCG): 
Aplicações 
Possíveis aplicações para os produtos resultantes da gaseificação in-situ 
(Fonte: CEPAC, 2008)
Gaseificação in-situ (UCG): 
Mapa de testes Gaseificação de carvão in-situ (UCG) no mundo 
(Fonte: www.co2sinus.org)
Gaseificação in-situ (UCG): 
Etapas de pesquisa em projetos de UCG: 
• Composição e maturação do carvão; 
• Geologia local e estrutural; 
• Modelagem 3D da camada de carvão; 
• Hidrogeologia local; 
• Layout de sondagem – métodos de injeção (CRIP, Vertical, 
…); 
• Controle operacional; 
• Rocha-selo (Mecânica de rochas); 
• Subsidência. 
A escolha do método de injeção depende de parâmetros tais como: 
• circulação de gás na camada; 
• ponto onde ocorre a ignição.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Métodos de injeção 
Fonte: Carbon Energy 
Fonte: Carbon Energy
Gaseificação in-situ (UCG): 
Métodos de injeção 
Fonte: Carbon Energy 
Fonte: Carbon Energy
Gaseificação in-situ (UCG): 
Fonte: CARBON ENERGY e CSIRO, 2006
Gaseificação in-situ (UCG): 
Reações químicas 
RReeaaççããoo ΔΔHH ((kkJJ//mmooll)) NNoottaa 
Gaseificação (geração do gás de síntese) 
C (s) + H2O (g) <=> H2 (g) + CO (g) 
+118,5 Endotérmica 
Conversão 
CO(g) + H2O (g) <=> H2(g) + CO2 (g) 
-42,3 Exotérmica 
Formação de metano 
CO (g) + 3H2 (g) <=> CH4 (g) + H2O (g) 
-206,0 Exotérmica 
Gaseificação com hidrogénio 
C(s) + 2H2 (g) <=> CH4 (g) 
-87,5 Exotérmica 
Oxidação Parcial 
C(s) + ½ O2 (g) <=> CO (g) 
-123,1 Exotérmica 
Oxidação 
C(s) + O2 (g) <=> CO2 (g) 
-406,0 Exotérmica 
Boudouard 
C(s) + CO2 (g) <=> 2CO (g) 
+159,9 Endotérmica
Gaseificação in-situ (UCG): 
Eficiência 
Fonte: Clean Coal Technologies for Power Generation, a South 
African perspective, 2007)
Gaseificação in-situ (UCG):
Gaseificação in-situ (UCG): 
Eficiência 
DDeessccrriiççããoo ddoo pprroocceessssoo EEffiicciiêênncciiaa nnaa ggeerraaççããoo ddee eelleeccttrriicciiddaaddee 
((%% ppooddeerr ccaalloorrííffiiccoo ddee ccaarrvvããoo 
ccoonnssuummiiddoo)) 
UUCCGG ccoomm aarr 45.40 
UUCCGG ccoomm OO22 46.50 
UUCCGG ccoomm OO22 ++ CCCCSS 39.80 
CCaarrvvããoo ccoonnvveenncciioonnaall ~ 37 
IIGGCCCC ~ 45 
Fonte: “Optimisation of underground coal gasification for improved performance 
and reduced environmental impact” CSIRO Exploration and mining Sustainable 
Mining Research group.
Gaseificação in-situ (UCG): 
VVaannttaaggeennss DDeessvvaannttaaggeennss 
UUCCGG Permite retirar energia de camadas de 
carvão que atualmente são 
economicamente não viáveis 
Possibilidade de transmissão 
de gases da zona de 
combustão para os estratos 
adjacentes 
Consume menos água e gera menos 
poluição 
Possibilidade de contaminação 
de aquíferos 
Os custos com investimento capital e de 
produção de gás de síntese são 
reduzidos pelo menos 25% comparado 
com gaseificação à superfície 
Possibilidade de ocorrer 
subsidência 
GGaasseeiiffiiccaaççããoo 
àà SSuuppeerrffíícciiee 
Flexibilidade para construção em 
qualquer lugar sem ter em atenção 
aspectos geográficos entre outros 
Requer mineração 
convencional e transporte até 
ao gaseificador 
Permite um maior controlo do processo 
pois é feita em reator químico – controlo 
sobre todas as variáveis 
Custos capital elevados 
associados a todo o 
equipamento necessário 
Perdas de gás são mínimas Requer grandes quantidades 
de água 
Fonte: “Viability of Underground Coal Gasification in the “Deep Coals” of the 
powder river basin,Wyoming”, Gás Tech, Inc. June 2007”.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Comparação de carvão gaseificado em planta à superfície acoplado 
a IGCC vs UCG acoplado com IGCC. (preço em US$) 
Gaseificador 
superfície + IGCC 
UCG + IGCC % Vantagem 
UCG 
Capital/kW 
Instalado 
$1,544 $1,180 24% 
Custo operacional, 
$/MW-hr trabalho 
$21.99 $11.96 46% 
Preço para 15% 
retorno de 
investimento 
$80.60 $51.68 36% 
Taxa de retorno 
(descontada) 
10.4% 18.3% 75% 
Pagamento (anos) 10.77 7.64 29% 
Fonte: “Viability of Underground Coal Gasification in the “Deep Coals” of the 
powder river basin,Wyoming”, Gás Tech, Inc. June 2007”.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Layout do projeto 
Fonte: CEPAC, 2008.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Impactos ambientais - ar
Gaseificação in-situ (UCG): 
Impactos ambientais - solo 
Fonte: “Groundwater pollution from underground coal gasification” , 2007, 
Journal of China University of Mining & Technology
Gaseificação in-situ (UCG): 
Impactos ambientais - solo 
Fonte: “Groundwater pollution from underground coal gasification” , 2007, 
Journal of China University of Mining & Technology
Gaseificação in-situ (UCG): 
Medidas de controlo ambiental 
Pós-operacional 
 Para minimizar a geração de contaminantes a 
partir da pirólise deve-se: 
 acelerar o arrefecimento da cavidade e evitar o 
aumento da pressão na cavidade; 
retirar a água da cavidade através de 
bombeamento, mantendo um gradiente hidrostático; 
maximizar a remoção de contaminantes, orgânicos e 
inorgânicos, do sub-solo, com o recurso a 
bombeamento e realizar tratamento posterior a 
superfície.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Medidas de controlo ambiental 
Pós-operacional 
Pode também realizar-se biorremediação do solo 
para evitar propagação da contaminação para os 
extratos adjacentes; 
Pode ser colocada uma barreira permeável á água e 
que faça a retenção de contaminantes como metais 
pesados; 
Fazer injeção de solução aquosa de hidróxido de 
amônia ou de metais alcalinos para solubilizar os 
fenóis gerados no processo.
Gaseificação in-situ (UCG): 
Conclusões 
UCG aparece como uma tecnologia viável e 
competitiva para a geração de energia; 
UCG apresenta vários benefícios ambientais 
como por exemplo: 
 redução de emissão de gases de efeito de estufa; 
 não há necessidade de mineração tradicional; 
 sem necessidade de tratamento das cinzas, 
 drenagem ácida e rejeitos de lavadores; 
Possibilidade de realizar seqüestro de carbono 
na cavidade formada através da re-injecção do 
mesmo como agente oxidante.
Projetos Mundiais 
 1955 – planta comercial de UCG começou a operar na antiga 
União Soviética. Angren (Uzbekistão) continua a operar hoje 
(desde 1955); 
 1958 – 1987 – sites de demonstração nacionais nos EUA, EU e 
Nova Zelândia; 
 1990’s – Operações de UCG iniciam-se na China para extrair o 
remanescente do trabalho de mineração; 
 1997 – teste piloto El Tremedal, Espanha; 
 1999 – teste piloto com sucesso em Chinchilla, Austrália; 
 2007- 2008 – projeto Majuba na África do Sul.
Projetos Mundiais 
África do Sul 
 Foram consumidas 4950 tons de carvão; 
 Gás produzido = 22.545.000 Nm3; 
 Não foi observada contaminação do aquífero devido à atividade 
de UCG; 
 UCG-IGCC promove uma redução de 25% na emissão de gases 
de efeito de estufa, comparando com plantas convencionais; 
 Até agora não foi observada ocorrência de subsidência;
Projetos Mundiais 
África do Sul 
 O projeto decorre à 22 meses; 
 Não foram notados impactos ambientais significativos; 
 Impacto à superfície foi mínimo na pós-gaseificação; 
 Tem como objetivo criar uma planta IGCC com capacidade de 
2100 MW operando com syngas proveniente de UCG.
FIM 
Obrigado pela atenção 
Luis Miguel Bordalo Filipe : lmfilipe@hotmail.com

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Workshop ucg

Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 anoRevisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Rodrigo Sampaio
 
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
itgfiles
 
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 anoRevisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Rodrigo Sampaio
 

Semelhante a Workshop ucg (20)

Problemas no protocolo
Problemas no protocoloProblemas no protocolo
Problemas no protocolo
 
Reposição de aula tratamento bioógico
Reposição de aula   tratamento bioógicoReposição de aula   tratamento bioógico
Reposição de aula tratamento bioógico
 
EDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
EDEN - Tarefa E 3.7 PurificacaoEDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
EDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
 
EDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
EDEN - Tarefa E 3.7 PurificacaoEDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
EDEN - Tarefa E 3.7 Purificacao
 
Mudanças climáticas globais
Mudanças climáticas globaisMudanças climáticas globais
Mudanças climáticas globais
 
Instalação de sistema de distribuição de gas em edificações
Instalação de sistema de distribuição de gas em edificaçõesInstalação de sistema de distribuição de gas em edificações
Instalação de sistema de distribuição de gas em edificações
 
Apres 11CNG.pdf
Apres 11CNG.pdfApres 11CNG.pdf
Apres 11CNG.pdf
 
Gas es instalacao-prediais
Gas es instalacao-prediaisGas es instalacao-prediais
Gas es instalacao-prediais
 
Gas es instalacao-prediais
Gas es instalacao-prediaisGas es instalacao-prediais
Gas es instalacao-prediais
 
Aula Biogás - GNBio - Ceramica Vermelha
Aula Biogás - GNBio - Ceramica VermelhaAula Biogás - GNBio - Ceramica Vermelha
Aula Biogás - GNBio - Ceramica Vermelha
 
9º GEAR - Biogas
9º GEAR - Biogas9º GEAR - Biogas
9º GEAR - Biogas
 
#Emissões: Inventários Corporativos
#Emissões: Inventários Corporativos#Emissões: Inventários Corporativos
#Emissões: Inventários Corporativos
 
Gás Natural (Natural Gas, Gas Natural)
Gás Natural (Natural Gas, Gas Natural)Gás Natural (Natural Gas, Gas Natural)
Gás Natural (Natural Gas, Gas Natural)
 
09 esgostos vazao dbo dqo
09   esgostos vazao dbo dqo09   esgostos vazao dbo dqo
09 esgostos vazao dbo dqo
 
InjeçAo De Co2 SemináRio
InjeçAo De Co2 SemináRioInjeçAo De Co2 SemináRio
InjeçAo De Co2 SemináRio
 
poluição parte química.pdf
poluição parte química.pdfpoluição parte química.pdf
poluição parte química.pdf
 
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 anoRevisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
 
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
18.ago ametista 11.00_218_cemig-gt
 
Resumo das pesquisas do INOG-UERJ sobre Gás Não Convencional.pdf
Resumo das pesquisas do INOG-UERJ sobre Gás Não Convencional.pdfResumo das pesquisas do INOG-UERJ sobre Gás Não Convencional.pdf
Resumo das pesquisas do INOG-UERJ sobre Gás Não Convencional.pdf
 
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 anoRevisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
Revisão rendimento excesso pureza e consecutivas 3 ano
 

Último

Último (8)

ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
 
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdfLuís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
 
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
 
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
 
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdfProgramação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
 
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
 
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
 

Workshop ucg

  • 1. PPrroojjeettoo ddee GGaasseeiiffiiccaaççããoo iinn--ssiittuu UUCCGG ((UUnnddeerrggrroouunndd CCooaall GGaassiiffiiccaattiioonn)) REALIZAÇÃO: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono - CEPAC APOIO: Petrobras Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP Rede Carvão
  • 2. Conteúdo  Definição de Gaseificação;  Dados históricos;  Gaseificação in-situ (UCG):  Aplicações;  Métodos de injeção;  Reações químicas;  Eficiência;  Conclusões;  Projetos Mundiais.
  • 3. Definição de Gaseificação:  A gaseificação do carvão consiste em converter carvão sólido num gás que pode ser usado para gerar energia, produzir combustíveis líquidos e produtos químicos;  A gaseificação expõe o carvão a temperaturas que normalmente provocariam a sua combustão mas regulando a quantidade de oxigênio fornecida e adicionando vapor de água, o carvão origina gás de síntese (syngas: Monóxido de Carbono, Hidrogênio, Dióxido de Carbono e Metano).
  • 4. Conversão de Carvão  Na produção de energia elétrica, o carvão pode ser utilizado em queima direta que é a forma mais corrente.  No entanto, atualmente desenvolvem-se outras formas mais limpas do ponto de vista ambiental: é o caso da gaseificação do carvão, que permite a produção de energia elétrica em centrais de ciclo combinado e da sua liquefação que permite a produção de combustíveis líquidos sintéticos.
  • 5. Dados Históricos 1888 – D.I. Mendeleev expressou pela primeira vez a ideia sobre UCG. 1912 – Químico inglês William Ramsay ofereceu a tecnologia sobre UCG. 1913 – V.I. Lenin publicou o artigo “One of the great victory in technics”. 1933 – teste piloto em condições naturais para geração de gás (bacia de Moscow – “brown coals”, bacia de Donetzk – “black coals”). 1935 – o método “Flow” foi proposto para gaseificar em canais de carvão. 1935-1941 – 9 experiências em UCG foram levadas a cabo pelo método “Flow” na bacia de Moscow, bacia de Donetzk e bacia de Kuznetzk. Todos deram resultados positivos. 1946-1996 – realizados 5 testes comerciais e 2 testes piloto de UCG na antiga USSR (4 – com gaseificação de “brown coals” e 3 – com gaseificação de “black coals”). Foram obtidos 50 biliões de m3 de gás e foram gaseificadas 15 milliões de tons de carvão.
  • 6. Dados Históricos Local de gaseificação na ex-URSS
  • 7. Gaseificação in-situ (UCG): Esquema de gaseificação in-situ (Fonte: CEPAC, 2008)
  • 8. Gaseificação in-situ (UCG): Aplicações Possíveis aplicações para os produtos resultantes da gaseificação in-situ (Fonte: CEPAC, 2008)
  • 9. Gaseificação in-situ (UCG): Mapa de testes Gaseificação de carvão in-situ (UCG) no mundo (Fonte: www.co2sinus.org)
  • 10. Gaseificação in-situ (UCG): Etapas de pesquisa em projetos de UCG: • Composição e maturação do carvão; • Geologia local e estrutural; • Modelagem 3D da camada de carvão; • Hidrogeologia local; • Layout de sondagem – métodos de injeção (CRIP, Vertical, …); • Controle operacional; • Rocha-selo (Mecânica de rochas); • Subsidência. A escolha do método de injeção depende de parâmetros tais como: • circulação de gás na camada; • ponto onde ocorre a ignição.
  • 11. Gaseificação in-situ (UCG): Métodos de injeção Fonte: Carbon Energy Fonte: Carbon Energy
  • 12. Gaseificação in-situ (UCG): Métodos de injeção Fonte: Carbon Energy Fonte: Carbon Energy
  • 13. Gaseificação in-situ (UCG): Fonte: CARBON ENERGY e CSIRO, 2006
  • 14. Gaseificação in-situ (UCG): Reações químicas RReeaaççããoo ΔΔHH ((kkJJ//mmooll)) NNoottaa Gaseificação (geração do gás de síntese) C (s) + H2O (g) <=> H2 (g) + CO (g) +118,5 Endotérmica Conversão CO(g) + H2O (g) <=> H2(g) + CO2 (g) -42,3 Exotérmica Formação de metano CO (g) + 3H2 (g) <=> CH4 (g) + H2O (g) -206,0 Exotérmica Gaseificação com hidrogénio C(s) + 2H2 (g) <=> CH4 (g) -87,5 Exotérmica Oxidação Parcial C(s) + ½ O2 (g) <=> CO (g) -123,1 Exotérmica Oxidação C(s) + O2 (g) <=> CO2 (g) -406,0 Exotérmica Boudouard C(s) + CO2 (g) <=> 2CO (g) +159,9 Endotérmica
  • 15. Gaseificação in-situ (UCG): Eficiência Fonte: Clean Coal Technologies for Power Generation, a South African perspective, 2007)
  • 17. Gaseificação in-situ (UCG): Eficiência DDeessccrriiççããoo ddoo pprroocceessssoo EEffiicciiêênncciiaa nnaa ggeerraaççããoo ddee eelleeccttrriicciiddaaddee ((%% ppooddeerr ccaalloorrííffiiccoo ddee ccaarrvvããoo ccoonnssuummiiddoo)) UUCCGG ccoomm aarr 45.40 UUCCGG ccoomm OO22 46.50 UUCCGG ccoomm OO22 ++ CCCCSS 39.80 CCaarrvvããoo ccoonnvveenncciioonnaall ~ 37 IIGGCCCC ~ 45 Fonte: “Optimisation of underground coal gasification for improved performance and reduced environmental impact” CSIRO Exploration and mining Sustainable Mining Research group.
  • 18. Gaseificação in-situ (UCG): VVaannttaaggeennss DDeessvvaannttaaggeennss UUCCGG Permite retirar energia de camadas de carvão que atualmente são economicamente não viáveis Possibilidade de transmissão de gases da zona de combustão para os estratos adjacentes Consume menos água e gera menos poluição Possibilidade de contaminação de aquíferos Os custos com investimento capital e de produção de gás de síntese são reduzidos pelo menos 25% comparado com gaseificação à superfície Possibilidade de ocorrer subsidência GGaasseeiiffiiccaaççããoo àà SSuuppeerrffíícciiee Flexibilidade para construção em qualquer lugar sem ter em atenção aspectos geográficos entre outros Requer mineração convencional e transporte até ao gaseificador Permite um maior controlo do processo pois é feita em reator químico – controlo sobre todas as variáveis Custos capital elevados associados a todo o equipamento necessário Perdas de gás são mínimas Requer grandes quantidades de água Fonte: “Viability of Underground Coal Gasification in the “Deep Coals” of the powder river basin,Wyoming”, Gás Tech, Inc. June 2007”.
  • 19. Gaseificação in-situ (UCG): Comparação de carvão gaseificado em planta à superfície acoplado a IGCC vs UCG acoplado com IGCC. (preço em US$) Gaseificador superfície + IGCC UCG + IGCC % Vantagem UCG Capital/kW Instalado $1,544 $1,180 24% Custo operacional, $/MW-hr trabalho $21.99 $11.96 46% Preço para 15% retorno de investimento $80.60 $51.68 36% Taxa de retorno (descontada) 10.4% 18.3% 75% Pagamento (anos) 10.77 7.64 29% Fonte: “Viability of Underground Coal Gasification in the “Deep Coals” of the powder river basin,Wyoming”, Gás Tech, Inc. June 2007”.
  • 20. Gaseificação in-situ (UCG): Layout do projeto Fonte: CEPAC, 2008.
  • 21. Gaseificação in-situ (UCG): Impactos ambientais - ar
  • 22. Gaseificação in-situ (UCG): Impactos ambientais - solo Fonte: “Groundwater pollution from underground coal gasification” , 2007, Journal of China University of Mining & Technology
  • 23. Gaseificação in-situ (UCG): Impactos ambientais - solo Fonte: “Groundwater pollution from underground coal gasification” , 2007, Journal of China University of Mining & Technology
  • 24. Gaseificação in-situ (UCG): Medidas de controlo ambiental Pós-operacional  Para minimizar a geração de contaminantes a partir da pirólise deve-se:  acelerar o arrefecimento da cavidade e evitar o aumento da pressão na cavidade; retirar a água da cavidade através de bombeamento, mantendo um gradiente hidrostático; maximizar a remoção de contaminantes, orgânicos e inorgânicos, do sub-solo, com o recurso a bombeamento e realizar tratamento posterior a superfície.
  • 25. Gaseificação in-situ (UCG): Medidas de controlo ambiental Pós-operacional Pode também realizar-se biorremediação do solo para evitar propagação da contaminação para os extratos adjacentes; Pode ser colocada uma barreira permeável á água e que faça a retenção de contaminantes como metais pesados; Fazer injeção de solução aquosa de hidróxido de amônia ou de metais alcalinos para solubilizar os fenóis gerados no processo.
  • 26. Gaseificação in-situ (UCG): Conclusões UCG aparece como uma tecnologia viável e competitiva para a geração de energia; UCG apresenta vários benefícios ambientais como por exemplo:  redução de emissão de gases de efeito de estufa;  não há necessidade de mineração tradicional;  sem necessidade de tratamento das cinzas,  drenagem ácida e rejeitos de lavadores; Possibilidade de realizar seqüestro de carbono na cavidade formada através da re-injecção do mesmo como agente oxidante.
  • 27. Projetos Mundiais  1955 – planta comercial de UCG começou a operar na antiga União Soviética. Angren (Uzbekistão) continua a operar hoje (desde 1955);  1958 – 1987 – sites de demonstração nacionais nos EUA, EU e Nova Zelândia;  1990’s – Operações de UCG iniciam-se na China para extrair o remanescente do trabalho de mineração;  1997 – teste piloto El Tremedal, Espanha;  1999 – teste piloto com sucesso em Chinchilla, Austrália;  2007- 2008 – projeto Majuba na África do Sul.
  • 28. Projetos Mundiais África do Sul  Foram consumidas 4950 tons de carvão;  Gás produzido = 22.545.000 Nm3;  Não foi observada contaminação do aquífero devido à atividade de UCG;  UCG-IGCC promove uma redução de 25% na emissão de gases de efeito de estufa, comparando com plantas convencionais;  Até agora não foi observada ocorrência de subsidência;
  • 29. Projetos Mundiais África do Sul  O projeto decorre à 22 meses;  Não foram notados impactos ambientais significativos;  Impacto à superfície foi mínimo na pós-gaseificação;  Tem como objetivo criar uma planta IGCC com capacidade de 2100 MW operando com syngas proveniente de UCG.
  • 30.
  • 31. FIM Obrigado pela atenção Luis Miguel Bordalo Filipe : lmfilipe@hotmail.com