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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
Pré-projeto de pesquisa:
SNAPCHAT:
O compartilhamento do cotidiano e a valorização da privacidade na era da exposição.
Proponente: Juliana Dantas.
Orientadores sugeridos: Prof. Dr. Marcos Nicolau
Prof. Dr. Cláudio Paiva
Linha de Pesquisa: Culturas Midiáticas Audiovisuais.
Natal - RN
Outubro de 2015
OBJETO DE ESTUDO
Estamos passando por transformações significativas na comunicação. A nova era
digital, aliada as evoluções tecnológicas e ao, cada vez maior, poder de compra dos
indivíduos faz com que transitemos por meios a fenômenos comunicacionais cada vez
mais presentes no nosso dia a dia.
Desde a criação das primeiras redes sociais para internet, os ciclos sociais sentiram
necessidade de ocupar o ciberespaço. A pesquisadora Raquel Recuero, baseando-se em
Wasserman & Faust (1994) e Degenne & Forse (1999), conceitua que “uma rede social é
definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os
nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais)" (RECUERO, 2009, p. 24).
O Instagram (vendido ao Facebook por 1 bilhão de dólares)1
possibilitou que as
pessoas compartilhassem seu cotidiano diretamente do seu celular através de fotos e
vídeos, que podem ser facilmente editadas, formando um histórico de vida do indivíduo.
O aplicativo Vine (dos mesmos criadores do Twitter) viabilizou, através de sua
ferramenta, que as pessoas criassem e compartilhassem vídeos de no máximo seis
segundos. Já o WhatsApp revolucionou os antigos costumes de trocar SMS e fazer
ligações, permitindo que o usuário envie e receba mensagens de texto e imagens através
da internet do seu smartphone. O Whatsapp custou ao Facebook cerca de 22 bilhões de
dólares.2
O que será então que um aplicativo que também despertou interesse de compra do
gigante Facebook - tendo negado sua oferta de 3 bilhões de dólares3
- tem a oferecer de
inovador aos seus usuários?
O Snapchat é uma rede social baseada em troca de mensagens de texto e imagens
que são autodestrutíveis. Todas as mensagens enviadas dentro da plataforma do aplicativo
são automaticamente apagadas assim que o receptor as visualiza. No caso das fotos e
1
In: http://gizmodo.uol.com.br/facebook-adquire-instagram-e-promete-que-nada-mudara Acesso em:
31/08/2015 às 02:26.
2
In: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/10/preco-de-compra-do-whatsapp-pelo-
facebook-sobe-us-22-bilhoes.html Acesso em: 02/09/2015 às 04:12.
3
In: http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2013/11/14/Snapchat-nega-oferta-de-
US-3-bi-do-Facebook.html Acesso em: 02/09/2015 às 04:39.
vídeos, o autor da mensagem escolhe o tempo de exibição da mesma, que pode durar até
10 segundos.
Criado por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, durante uma aula na
Universidade Stanford, em 2011, o Snapchat rapidamente conseguiu seu espaço no Top
10 de aplicativos baixados na Apple Store e hoje é o mais novo fenômeno das redes
sociais, principalmente entre os adolescentes e os jovens adultos.
O fenômeno se dá, basicamente, pelo sigilo que o aplicativo possibilita ao usuário.
Embora esteja bem claro nos guias da empresa que toda e qualquer mensagem é de
responsabilidade do autor, a ferramenta de auto destruição, que os desenvolvedores
garantem não armazenar nem mesmo no banco de dados da empresa, proporciona uma
sensação de segurança inegável4
.
Acho que o Snapchat é um fenômeno de privacidade muito interessante, pois
ele cria um novo tipo de espaço para comunicar, o que faz com que as pessoas,
que inicialmente não seriam capazes de compartilhar algo, agora sentem que
têm o lugar ideal para o fazer. Eu acho que é realmente importante e isso é um
grande tipo de inovação que nós vamos continuar a insistir em manter e tentar
fazer mais. ZUCKERBERG, Mark (2014).
Por causa da autodestruição das mensagens, o Snapchat ficou popularmente
conhecido como uma ferramenta para sexting5
. Todos os dias surgem casos de imagens
de nudez vazadas. Muitos desses casos são os chamados revenge porn (pornô vingativo),
uma das principais práticas de ciberbullying6
, onde fotos ou vídeos sexuais de uma pessoa
- mulheres em sua esmagadora maioria - são expostas na rede por vingança. Uma
ferramenta que proporciona a autodestruição de conteúdos sigilosos pode, por um lado,
resolver o problema da insegurança daqueles que praticam sexo virtual.
Embora carregue fama de ser um aplicativo usado para sexo virtual, o Snapchat tem
muito a oferecer. Além do sigilo da autodestruição de mensagens em conversas privadas,
o usuário do aplicativo também pode publicar imagens (através da ferramenta que oferece
filtros, inserção de textos e desenhos) para os seus seguidores. É uma atividade
semelhante a outros aplicativos de compartilhamento de cotidiano, como o Instagram e o
Vine, por exemplo. Essas imagens também duram o tempo que o autor determina, mas
fica disponível para replay no histórico dos seus seguidores por até vinte e quatro horas.
Outra particularidade do Snapchat são as seções “Live” e “Discover”, que são
oferecidas igualmente para todos os usuários do aplicativo.
4
In: https://www.snapchat.com/privacy/ Tradução da autora. Acesso em 03/09/ 2015 às 01:34.
5
Termo em inglês que configura a troca de mensagens de teor sexual via internet.
6
Termo em inglês que denomina a prática de humilhação pública no ciberespaço.
O “Live” são imagens de determinados eventos transmitidas para todos os usuários
do aplicativo através de geolocalização. Os editores criam um canal e nele é exibido a
atividade dos usuários que lá estão. Cidades famosas como Nova Iorque, Paris e Rio de
Janeiro já foram transmitidas. Também através do “Live” usuários do mundo todo
puderam acompanhar a celebração do Ramadã, em Meca, tradicionalmente fechada a não
mulçumanos7
.
O “Discover” são canais pré-estabelecidos de renomadas agências de comunicação
com conteúdo exclusivo para o aplicativo. Atualmente 15 empresas publicam diariamente
conteúdos exclusivos na seção. Entre elas estão CNN, MTV, National Geographic, Daily
Mail, Vice, People e Cosmopolitan.
A dúvida é sobre o que se espera de uma sociedade em rede que preza pelo sigilo e
privacidade ao mesmo tempo em que se expõe em abundância, além de integrar uma
cultura participativa e consumir conteúdo de grandes empresas de comunicação em um
só lugar. O que os hábitos de um ator inserido neste multi-espaço pode acarretar para o
futuro da comunicação?
JUSTIFICATIVA
Aparentemente é a primeira vez que estamos diante de um conflito sobre a relação
de público e privado nas redes sociais. Ao mesmo tempo que atores buscam o Spanchat
pra troca de mensagens sigilosas, se aproveitam para expor o seu dia-a-dia para os seus
seguidores. Além do mais, o espaço em que este ator está inserido oferece conteúdos ricos
em cultura participativa e transmidiação. É estimulante procurar entender o que este ator
busca neste espaço. E mais, é motivador tentar compreender quem é este ator e o que os
seus hábitos acarretarão no futuro.
O sucesso de uma rede social baseada na autodestruição de dados é um fato inédito.
Não existe linha do tempo, álbum e hastags8
. Tudo nasce e morre -ou deveria morrer- no
Snapchat. Michael Rush (2003, p. 10) afirma que “na primeira época, era o ‘tempo real’
que interessava aos artistas: vídeo, não-processado e não-editado, podia capturar o tempo
como era experiência, logo aqui e agora, internamente ou externamente".
7
In: http://time.com/3958256/snapchat-mecca-ramadan-prayers/ Tradução da autora. Acesso em:
03/09/2015 às 03:13.
8
Palavras-chave que antecedidas pelo símbolo da cerquilha determinam mecanismos de busca em
algumas redes sociais.
Hoje em dia o imediatismo do dia-a-dia sugere que compartilhemos esse tempo
real, aqui e agora, sem muitos caprichos, sem edição. Com o Snapchat esse
compartilhamento é feito, mas desaparece, deixando o ator sempre em movimento, sem
comprometimento com sua identidade digital. Pela primeira vez o usuário de uma rede
social pode determinar o tempo em que sua mensagem ficará ativa. Esse tempo de
exposição empodera o ator como nunca antes nas redes sociais.
Ademais, o ator está inserido num espaço que estimula a cultura participativa ao
mesmo tempo em que consome conteúdos de gigantes da comunicação que se adaptaram
para oferecer conteúdos diários (estes também desaparecem em vinte e quatro horas) com
a linguagem que está sendo desenvolvida a partir dos atuais hábitos tanto no Snapchat
quanto nas redes sociais em geral.
A compreensão destes hábitos comunicacionais que estão em constante movimento
é de extrema importância para sociedade. É possível enxergar o fenômeno do Snapchat
quando se sabe que são compartilhadas cerca de 9 mil imagens por segundo, com apenas
duzentos milhões de usuários, contra 8 mil imagens por segundo do Whatsapp, com
setecentos milhões de usuários.9
A atividade no Snapchat é intensa. É preciso registrar estes fenômenos
participativos em rede. Também é primordial apontar a preocupação de grandes empresas
de comunicação em convergirem para o Snapchat. Finalmente, é necessário compreender
o porquê de atores estarem cada vez mais utilizando um espaço que estimula a sua
exposição como indivíduo ao mesmo tempo que assegura o sigilo na troca de mensagens.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Compreender a relação de exposição e sigilo que está presente no ator que é usuário
do aplicativo Snapchat e, a partir disso, elaborar uma pesquisa cientifica baseada nos
hábitos de consumo de ferramentas multi-comunicacionais. Contribuir para estudos
científicos no âmbito da comunicação, antropologia, sociologia e tecnologia através do
registro de acontecimentos de construção de identidades em rede, representações sociais,
cultura participativa e transmidiação.
Objetivos específicos
9
In: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/06/snapchat-supera-whatsapp-instagram-e-
facebook-em-volume-de-fotos.html Acesso em: 07/09/2015 às 02:47.
• Analisar a construção de identidades a partir do uso do aplicativo Snapchat;
• Compreender a atual necessidade de exposição do cotidiano dos atores em rede;
• Estudar a relação de público versus privado dos atores em rede;
• Registrar o fenômeno da cultura participativa na seção “Live” do Snapchat;
• Registrar o processo transmidiatico da seção “Discover” do Snpachat.
REVISÃO PRELIMINAR DA LITERATURA
As relações com os meios não são simplesmente esquecidas ou finalizadas, elas são
adaptadas. É válido observar que o Snapchat traz consigo um conjunto de usabilidades.
O fato da troca de mensagens de forma sigilosa está preenchendo um campo que, até
então, tinha sido pouco explorado nas redes sociais. Segundo Henry Jenkins “o conteúdo
de um meio pode mudar [...], seu público pode mudar [...] e seu status social pode subir
ou cair [...], mas uma vez que um meio de estabelece, ao satisfazer alguma demanda
humana essencial, ele continua a funcionar dentro de um sistema maior de operações de
comunicação.” (JENKINS, 2009. p. 41).
Por mais que outras redes sociais ofereçam privacidade, o sistema pessoal do
usuário pode ser invadido e aquela conversa exposta. O Snapchat vem suprir a demanda
do sigilo no ciberespaço.
O contraponto interessante do Snapchat é que, ao mesmo tempo que ele oferece
sigilo em conversas privadas, seus usuários compartilham o cotidiano em abundância para
os seus seguidores. Por mais que essas mensagens durem no máximo vinte e quatro horas
no histórico do aplicativo, o usuário usa o mesmo como mais uma ferramenta de
exposição.
Segundo Evan Spiegel, co-fundador do aplicativo, “as pessoas então vivendo com
um enorme fardo de gerenciarem versões digitais de si mesmas [...] o Snapchat é uma
forma divertida de se comunicar10
”. O fato das imagens não ficarem salvas e formarem
um histórico do usuário leva a uma falta de comprometimento do ator com a mensagem.
É puramente o compartilhamento de cotidiano, imediato, sem compromisso estético. Esse
descompromisso mostra que o ator desenvolveu hábitos diferentes para cada rede social,
10
In: http://www.forbes.com/sites/jjcolao/2012/11/27/snapchat-the-biggest-no-revenue-mobile-app-
since-instagram/ Tradução da autora. Acesso em: 08/09/2015 às 00:18.
criando assim várias versões de si mesmo e, segundo o conceito de “modernidade liquida”
de Zygmunt Bauman, pode ser que este ator esteja se diluindo.
As várias representações de si mesmo nas redes sociais demonstram tempos de
vasta exposição pessoal. Burguess e Greene afirmam que “o fascínio da imagem atinge
seu ápice quando nós somos a própria mensagem.” (BURGUESS E GREENE, 2009. p.9)
É neste mundo globalizado e intensamente audiovisual do século XXI que o
mercado das aparências e o culto à personalidade atingem dimensões jamais
imaginadas. O fenômeno saiu das dalas de cinema para abarrotar todas as
telas, inclusive às dos ubíquos telefones celulares [...] Hoje como nunca,
qualquer um realmente pode - e habitualmente quer, e talvez daqui a pouco
inclusive deva - ser um personagem como aqueles que incansavelmente se
mostram nas telas (SIBILIA, 2008, p. 245)
Paula Sibilia sintetiza bem isso. É como se o próprio homem entrasse no aparelho
de celular e ganhasse vida em outra dimensão, como definiu McLuhan (1964, p.59) “Os
homens se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmos em qualquer material
que não seja o deles próprios”
A seção “Live” do aplicativo é fruto dessa abundante exposição. A diferença é que
os acontecimentos que são transmitidos pelo “Live” são histórias construídas por usuários
que estão compartilhando seus cotidianos, em conjunto, diretamente do local onde está
havendo a eventualidade. Toda a narrativa, que é linear, é construída automaticamente
com o enviar de imagens dos usuários daquele mesmo local.
A expressão "cultura participativa" contrasta com noções mais antigas sobre a
passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar
sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes papeis separados
podemos agora considera-los como participantes interagindo de acordo com
um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo.
(JENKINS, 2009. p. 30)
A popularização do aplicativo também despertou o interesse de jornais, revistas,
emissoras de TV e portais de sucesso. O Snapchat conseguiu incorporar o interesse dessas
empresas na seção “Discover”. As empresas trazem, com uma linguagem criada
especialmente para atingir o público do aplicativo, conteúdos que estão sendo consumidos
em seus meios “tradicionais”. Criar diferentes linguagens de um mesmo conteúdo para
diferentes meios é o que se chama de transmídia. Cada plataforma dá uma contribuição
especial para este conteúdo, e a contribuição que o Snapchat oferece é um caso
interessante de quebra no sistema tradicional.
Os novos meios e tecnologias pelos quais nós ampliamos e prolongamos
constituem vastas cirurgias coletivas levadas ao corpo social com completo
desdém pelos anestésicos. [...] Ao se operar uma sociedade com uma nova
tecnologia, a área que sofre a incisão não é mais afetada. A área da incisão e
do impacto fica entorpecida. O sistema inteiro é que muda.
(MCLUHAN, 1964, p 84).
O contemplamento da vida alheia, aliada a vontade de ser a mensagem, garantem o
sucesso do Snapchat. Ora, nele o ator pode acompanhar a vida alheia, inclusive de seus
ídolos. Aconteceu no Twitter, no Instagram e agora com o Snapchat. As redes sociais
cortam as barreiras. Quem era intocável agora está a um clique de distância. Entre nomes
consagrados mundialmente e celebridades locais, o Snapchat se solidifica e se torna cada
vez mais popular.
Nem todos os participantes são criados iguais. Corporações - e mesmo
indivíduos dentro das corporações de mídia - ainda exercem maior poder do
que qualquer consumidor individual, ou mesmo um conjunto de
consumidores. E alguns consumidores têm mais habilidades para participar
dessa cultura emergente do que outros. (JENKINS, 2008. p. 30)
As atuais transformações na comunicação são retrato de um tempo corrente e
imediato. Embora sejam tempos que se lê como nunca, o foco e a atenção agora são
outros. O volume de conteúdo é tão grandioso que os atores não aturam mais delongas.
Zygmunt Bauman colocou isso em sua última visita ao Brasil11
“As informações mais
bem-sucedidas, que têm mais probabilidade de serem consumidas, são apenas pedaços.”
(BAUMAN, 2015).
O Snapchat é feito de mensagem em pedados que se autodestroem. Será esse
desapego aos dados e ao cultivo –ou não- de uma identidade digital em movimento um
indicativo dos novos tempos no ciberespaço?
METODOLOGIA
O método do estudo de caso foi escolhido por ser o mais apropriado caminho para
responder as questões desta pesquisa. A técnica permite ao pesquisador atuar, ao mesmo
tempo, tanto como observador como investigador. [...] o estudo de caso é o método que
contribui para a compreensão dos fenômenos sociais complexos, sejam individuais,
organizacionais, sociais ou políticos. É o estudo das peculiaridades, das diferenças
11
In: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/ha-uma-crise-de-atencao-
17476629#ixzz3mRgafFPR Acesso em: 22/09/2015 às 05:15.
daquilo que o torna único e por essa mesma razão, o distingue ou o aproxima dos demais
fenômenos. (DUARTE, 2010)
Yin (2005) esclarece que o estudo de caso beneficia o investigador ao permitir o
desenvolvimento da pesquisa a partir das proposições teóricas que orientam a busca de
dados, bem como referendam os achados. O estudo de caso conta com muitas das técnicas
utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que
usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos
acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas.”
(YIN, 2005, p.27)
CRONOGRAMA
Semestre
2016.1
• Cumprimento de disciplinas curriculares obrigatórias.
• Busca de mais autores pertinentes a pesquisa
Semestre
2016.2
• Cumprimento de disciplinas optativas voltadas para o estudo.
• Produção de artigos que compõem os capítulos da fundamentação
teórica.
• Participação em encontros da área com envio de artigo.
Semestre
2017.1
• Realização dos capítulos de fundamentação teórica para Qualificação.
• Participação em encontros da área enquanto ministrante de oficina ou
minicurso.
Semestre
2017.2
• Elaboração do texto final da dissertação, contendo todos os capítulos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUMAN, Zygmunt. Tempos Liquidos. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007.
BURGESS, Jean; GREEN, Joshua. YouTube e a revolução digital: como o maior
fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo:
Aleph, 2009.
CHARTERIS, J; GREGORY, S; MASTERS, Y. Snapchat “selfies’: The case of
disappearing data. In Rhetoric and Reality: Critical perspectives on an educational
technology. Dunedin, NZ, 2014.
Disponível em: http://ascilite2014.otago.ac.nz/files/concisepapers/47-Charteris.pdf
DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa em
comunicação. 2. ed.- 4. reimp.- São Paulo: Atlas, 2010
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª edição. Tradução:
Tomaz Tadeu da Silva/Guacira Lops Louro. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2010.
JENKINS, H. Cultura da Convergência. Tradução Suzana Alexandria. São Paulo:
Aleph, 2008.
LEN, Fernando; MAZZILLI, Paola. Um Estudo Sobre a Construção de Indentidades no
Aplicativo Snapchat. In ANAIS Intercom 2015. Uberlândia, MG, 2015. Disponível em:
http://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2015/resumos/R48-1547-1.pdf
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São
Paulo, Cultrix, 1999.
NICOLE, A Poltash. Snapchat and Sexting: A Snapshot of Baring Your Bare Essentials.
In Richmond Journal of Law & Technology. Richmond, VA, 2013. Disponível em:
http://jolt.richmond.edu/vl9i4/article14.pdf.
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
SIBILIA, Paula. O Show do eu: A intimidade como espetáculo. 1ª edição. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2008.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. trad. Daniel Grassi. – 3. ed.
– Porto Alegre: Bookman, 2005.

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SNAPCHAT: O compartilhamento do cotidiano e a valorização da privacidade na era da exposição.

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO Pré-projeto de pesquisa: SNAPCHAT: O compartilhamento do cotidiano e a valorização da privacidade na era da exposição. Proponente: Juliana Dantas. Orientadores sugeridos: Prof. Dr. Marcos Nicolau Prof. Dr. Cláudio Paiva Linha de Pesquisa: Culturas Midiáticas Audiovisuais. Natal - RN Outubro de 2015
  • 2. OBJETO DE ESTUDO Estamos passando por transformações significativas na comunicação. A nova era digital, aliada as evoluções tecnológicas e ao, cada vez maior, poder de compra dos indivíduos faz com que transitemos por meios a fenômenos comunicacionais cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Desde a criação das primeiras redes sociais para internet, os ciclos sociais sentiram necessidade de ocupar o ciberespaço. A pesquisadora Raquel Recuero, baseando-se em Wasserman & Faust (1994) e Degenne & Forse (1999), conceitua que “uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais)" (RECUERO, 2009, p. 24). O Instagram (vendido ao Facebook por 1 bilhão de dólares)1 possibilitou que as pessoas compartilhassem seu cotidiano diretamente do seu celular através de fotos e vídeos, que podem ser facilmente editadas, formando um histórico de vida do indivíduo. O aplicativo Vine (dos mesmos criadores do Twitter) viabilizou, através de sua ferramenta, que as pessoas criassem e compartilhassem vídeos de no máximo seis segundos. Já o WhatsApp revolucionou os antigos costumes de trocar SMS e fazer ligações, permitindo que o usuário envie e receba mensagens de texto e imagens através da internet do seu smartphone. O Whatsapp custou ao Facebook cerca de 22 bilhões de dólares.2 O que será então que um aplicativo que também despertou interesse de compra do gigante Facebook - tendo negado sua oferta de 3 bilhões de dólares3 - tem a oferecer de inovador aos seus usuários? O Snapchat é uma rede social baseada em troca de mensagens de texto e imagens que são autodestrutíveis. Todas as mensagens enviadas dentro da plataforma do aplicativo são automaticamente apagadas assim que o receptor as visualiza. No caso das fotos e 1 In: http://gizmodo.uol.com.br/facebook-adquire-instagram-e-promete-que-nada-mudara Acesso em: 31/08/2015 às 02:26. 2 In: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/10/preco-de-compra-do-whatsapp-pelo- facebook-sobe-us-22-bilhoes.html Acesso em: 02/09/2015 às 04:12. 3 In: http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2013/11/14/Snapchat-nega-oferta-de- US-3-bi-do-Facebook.html Acesso em: 02/09/2015 às 04:39.
  • 3. vídeos, o autor da mensagem escolhe o tempo de exibição da mesma, que pode durar até 10 segundos. Criado por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, durante uma aula na Universidade Stanford, em 2011, o Snapchat rapidamente conseguiu seu espaço no Top 10 de aplicativos baixados na Apple Store e hoje é o mais novo fenômeno das redes sociais, principalmente entre os adolescentes e os jovens adultos. O fenômeno se dá, basicamente, pelo sigilo que o aplicativo possibilita ao usuário. Embora esteja bem claro nos guias da empresa que toda e qualquer mensagem é de responsabilidade do autor, a ferramenta de auto destruição, que os desenvolvedores garantem não armazenar nem mesmo no banco de dados da empresa, proporciona uma sensação de segurança inegável4 . Acho que o Snapchat é um fenômeno de privacidade muito interessante, pois ele cria um novo tipo de espaço para comunicar, o que faz com que as pessoas, que inicialmente não seriam capazes de compartilhar algo, agora sentem que têm o lugar ideal para o fazer. Eu acho que é realmente importante e isso é um grande tipo de inovação que nós vamos continuar a insistir em manter e tentar fazer mais. ZUCKERBERG, Mark (2014). Por causa da autodestruição das mensagens, o Snapchat ficou popularmente conhecido como uma ferramenta para sexting5 . Todos os dias surgem casos de imagens de nudez vazadas. Muitos desses casos são os chamados revenge porn (pornô vingativo), uma das principais práticas de ciberbullying6 , onde fotos ou vídeos sexuais de uma pessoa - mulheres em sua esmagadora maioria - são expostas na rede por vingança. Uma ferramenta que proporciona a autodestruição de conteúdos sigilosos pode, por um lado, resolver o problema da insegurança daqueles que praticam sexo virtual. Embora carregue fama de ser um aplicativo usado para sexo virtual, o Snapchat tem muito a oferecer. Além do sigilo da autodestruição de mensagens em conversas privadas, o usuário do aplicativo também pode publicar imagens (através da ferramenta que oferece filtros, inserção de textos e desenhos) para os seus seguidores. É uma atividade semelhante a outros aplicativos de compartilhamento de cotidiano, como o Instagram e o Vine, por exemplo. Essas imagens também duram o tempo que o autor determina, mas fica disponível para replay no histórico dos seus seguidores por até vinte e quatro horas. Outra particularidade do Snapchat são as seções “Live” e “Discover”, que são oferecidas igualmente para todos os usuários do aplicativo. 4 In: https://www.snapchat.com/privacy/ Tradução da autora. Acesso em 03/09/ 2015 às 01:34. 5 Termo em inglês que configura a troca de mensagens de teor sexual via internet. 6 Termo em inglês que denomina a prática de humilhação pública no ciberespaço.
  • 4. O “Live” são imagens de determinados eventos transmitidas para todos os usuários do aplicativo através de geolocalização. Os editores criam um canal e nele é exibido a atividade dos usuários que lá estão. Cidades famosas como Nova Iorque, Paris e Rio de Janeiro já foram transmitidas. Também através do “Live” usuários do mundo todo puderam acompanhar a celebração do Ramadã, em Meca, tradicionalmente fechada a não mulçumanos7 . O “Discover” são canais pré-estabelecidos de renomadas agências de comunicação com conteúdo exclusivo para o aplicativo. Atualmente 15 empresas publicam diariamente conteúdos exclusivos na seção. Entre elas estão CNN, MTV, National Geographic, Daily Mail, Vice, People e Cosmopolitan. A dúvida é sobre o que se espera de uma sociedade em rede que preza pelo sigilo e privacidade ao mesmo tempo em que se expõe em abundância, além de integrar uma cultura participativa e consumir conteúdo de grandes empresas de comunicação em um só lugar. O que os hábitos de um ator inserido neste multi-espaço pode acarretar para o futuro da comunicação? JUSTIFICATIVA Aparentemente é a primeira vez que estamos diante de um conflito sobre a relação de público e privado nas redes sociais. Ao mesmo tempo que atores buscam o Spanchat pra troca de mensagens sigilosas, se aproveitam para expor o seu dia-a-dia para os seus seguidores. Além do mais, o espaço em que este ator está inserido oferece conteúdos ricos em cultura participativa e transmidiação. É estimulante procurar entender o que este ator busca neste espaço. E mais, é motivador tentar compreender quem é este ator e o que os seus hábitos acarretarão no futuro. O sucesso de uma rede social baseada na autodestruição de dados é um fato inédito. Não existe linha do tempo, álbum e hastags8 . Tudo nasce e morre -ou deveria morrer- no Snapchat. Michael Rush (2003, p. 10) afirma que “na primeira época, era o ‘tempo real’ que interessava aos artistas: vídeo, não-processado e não-editado, podia capturar o tempo como era experiência, logo aqui e agora, internamente ou externamente". 7 In: http://time.com/3958256/snapchat-mecca-ramadan-prayers/ Tradução da autora. Acesso em: 03/09/2015 às 03:13. 8 Palavras-chave que antecedidas pelo símbolo da cerquilha determinam mecanismos de busca em algumas redes sociais.
  • 5. Hoje em dia o imediatismo do dia-a-dia sugere que compartilhemos esse tempo real, aqui e agora, sem muitos caprichos, sem edição. Com o Snapchat esse compartilhamento é feito, mas desaparece, deixando o ator sempre em movimento, sem comprometimento com sua identidade digital. Pela primeira vez o usuário de uma rede social pode determinar o tempo em que sua mensagem ficará ativa. Esse tempo de exposição empodera o ator como nunca antes nas redes sociais. Ademais, o ator está inserido num espaço que estimula a cultura participativa ao mesmo tempo em que consome conteúdos de gigantes da comunicação que se adaptaram para oferecer conteúdos diários (estes também desaparecem em vinte e quatro horas) com a linguagem que está sendo desenvolvida a partir dos atuais hábitos tanto no Snapchat quanto nas redes sociais em geral. A compreensão destes hábitos comunicacionais que estão em constante movimento é de extrema importância para sociedade. É possível enxergar o fenômeno do Snapchat quando se sabe que são compartilhadas cerca de 9 mil imagens por segundo, com apenas duzentos milhões de usuários, contra 8 mil imagens por segundo do Whatsapp, com setecentos milhões de usuários.9 A atividade no Snapchat é intensa. É preciso registrar estes fenômenos participativos em rede. Também é primordial apontar a preocupação de grandes empresas de comunicação em convergirem para o Snapchat. Finalmente, é necessário compreender o porquê de atores estarem cada vez mais utilizando um espaço que estimula a sua exposição como indivíduo ao mesmo tempo que assegura o sigilo na troca de mensagens. OBJETIVOS Objetivo Geral Compreender a relação de exposição e sigilo que está presente no ator que é usuário do aplicativo Snapchat e, a partir disso, elaborar uma pesquisa cientifica baseada nos hábitos de consumo de ferramentas multi-comunicacionais. Contribuir para estudos científicos no âmbito da comunicação, antropologia, sociologia e tecnologia através do registro de acontecimentos de construção de identidades em rede, representações sociais, cultura participativa e transmidiação. Objetivos específicos 9 In: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/06/snapchat-supera-whatsapp-instagram-e- facebook-em-volume-de-fotos.html Acesso em: 07/09/2015 às 02:47.
  • 6. • Analisar a construção de identidades a partir do uso do aplicativo Snapchat; • Compreender a atual necessidade de exposição do cotidiano dos atores em rede; • Estudar a relação de público versus privado dos atores em rede; • Registrar o fenômeno da cultura participativa na seção “Live” do Snapchat; • Registrar o processo transmidiatico da seção “Discover” do Snpachat. REVISÃO PRELIMINAR DA LITERATURA As relações com os meios não são simplesmente esquecidas ou finalizadas, elas são adaptadas. É válido observar que o Snapchat traz consigo um conjunto de usabilidades. O fato da troca de mensagens de forma sigilosa está preenchendo um campo que, até então, tinha sido pouco explorado nas redes sociais. Segundo Henry Jenkins “o conteúdo de um meio pode mudar [...], seu público pode mudar [...] e seu status social pode subir ou cair [...], mas uma vez que um meio de estabelece, ao satisfazer alguma demanda humana essencial, ele continua a funcionar dentro de um sistema maior de operações de comunicação.” (JENKINS, 2009. p. 41). Por mais que outras redes sociais ofereçam privacidade, o sistema pessoal do usuário pode ser invadido e aquela conversa exposta. O Snapchat vem suprir a demanda do sigilo no ciberespaço. O contraponto interessante do Snapchat é que, ao mesmo tempo que ele oferece sigilo em conversas privadas, seus usuários compartilham o cotidiano em abundância para os seus seguidores. Por mais que essas mensagens durem no máximo vinte e quatro horas no histórico do aplicativo, o usuário usa o mesmo como mais uma ferramenta de exposição. Segundo Evan Spiegel, co-fundador do aplicativo, “as pessoas então vivendo com um enorme fardo de gerenciarem versões digitais de si mesmas [...] o Snapchat é uma forma divertida de se comunicar10 ”. O fato das imagens não ficarem salvas e formarem um histórico do usuário leva a uma falta de comprometimento do ator com a mensagem. É puramente o compartilhamento de cotidiano, imediato, sem compromisso estético. Esse descompromisso mostra que o ator desenvolveu hábitos diferentes para cada rede social, 10 In: http://www.forbes.com/sites/jjcolao/2012/11/27/snapchat-the-biggest-no-revenue-mobile-app- since-instagram/ Tradução da autora. Acesso em: 08/09/2015 às 00:18.
  • 7. criando assim várias versões de si mesmo e, segundo o conceito de “modernidade liquida” de Zygmunt Bauman, pode ser que este ator esteja se diluindo. As várias representações de si mesmo nas redes sociais demonstram tempos de vasta exposição pessoal. Burguess e Greene afirmam que “o fascínio da imagem atinge seu ápice quando nós somos a própria mensagem.” (BURGUESS E GREENE, 2009. p.9) É neste mundo globalizado e intensamente audiovisual do século XXI que o mercado das aparências e o culto à personalidade atingem dimensões jamais imaginadas. O fenômeno saiu das dalas de cinema para abarrotar todas as telas, inclusive às dos ubíquos telefones celulares [...] Hoje como nunca, qualquer um realmente pode - e habitualmente quer, e talvez daqui a pouco inclusive deva - ser um personagem como aqueles que incansavelmente se mostram nas telas (SIBILIA, 2008, p. 245) Paula Sibilia sintetiza bem isso. É como se o próprio homem entrasse no aparelho de celular e ganhasse vida em outra dimensão, como definiu McLuhan (1964, p.59) “Os homens se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmos em qualquer material que não seja o deles próprios” A seção “Live” do aplicativo é fruto dessa abundante exposição. A diferença é que os acontecimentos que são transmitidos pelo “Live” são histórias construídas por usuários que estão compartilhando seus cotidianos, em conjunto, diretamente do local onde está havendo a eventualidade. Toda a narrativa, que é linear, é construída automaticamente com o enviar de imagens dos usuários daquele mesmo local. A expressão "cultura participativa" contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes papeis separados podemos agora considera-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo. (JENKINS, 2009. p. 30) A popularização do aplicativo também despertou o interesse de jornais, revistas, emissoras de TV e portais de sucesso. O Snapchat conseguiu incorporar o interesse dessas empresas na seção “Discover”. As empresas trazem, com uma linguagem criada especialmente para atingir o público do aplicativo, conteúdos que estão sendo consumidos em seus meios “tradicionais”. Criar diferentes linguagens de um mesmo conteúdo para diferentes meios é o que se chama de transmídia. Cada plataforma dá uma contribuição especial para este conteúdo, e a contribuição que o Snapchat oferece é um caso interessante de quebra no sistema tradicional. Os novos meios e tecnologias pelos quais nós ampliamos e prolongamos constituem vastas cirurgias coletivas levadas ao corpo social com completo desdém pelos anestésicos. [...] Ao se operar uma sociedade com uma nova
  • 8. tecnologia, a área que sofre a incisão não é mais afetada. A área da incisão e do impacto fica entorpecida. O sistema inteiro é que muda. (MCLUHAN, 1964, p 84). O contemplamento da vida alheia, aliada a vontade de ser a mensagem, garantem o sucesso do Snapchat. Ora, nele o ator pode acompanhar a vida alheia, inclusive de seus ídolos. Aconteceu no Twitter, no Instagram e agora com o Snapchat. As redes sociais cortam as barreiras. Quem era intocável agora está a um clique de distância. Entre nomes consagrados mundialmente e celebridades locais, o Snapchat se solidifica e se torna cada vez mais popular. Nem todos os participantes são criados iguais. Corporações - e mesmo indivíduos dentro das corporações de mídia - ainda exercem maior poder do que qualquer consumidor individual, ou mesmo um conjunto de consumidores. E alguns consumidores têm mais habilidades para participar dessa cultura emergente do que outros. (JENKINS, 2008. p. 30) As atuais transformações na comunicação são retrato de um tempo corrente e imediato. Embora sejam tempos que se lê como nunca, o foco e a atenção agora são outros. O volume de conteúdo é tão grandioso que os atores não aturam mais delongas. Zygmunt Bauman colocou isso em sua última visita ao Brasil11 “As informações mais bem-sucedidas, que têm mais probabilidade de serem consumidas, são apenas pedaços.” (BAUMAN, 2015). O Snapchat é feito de mensagem em pedados que se autodestroem. Será esse desapego aos dados e ao cultivo –ou não- de uma identidade digital em movimento um indicativo dos novos tempos no ciberespaço? METODOLOGIA O método do estudo de caso foi escolhido por ser o mais apropriado caminho para responder as questões desta pesquisa. A técnica permite ao pesquisador atuar, ao mesmo tempo, tanto como observador como investigador. [...] o estudo de caso é o método que contribui para a compreensão dos fenômenos sociais complexos, sejam individuais, organizacionais, sociais ou políticos. É o estudo das peculiaridades, das diferenças 11 In: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/ha-uma-crise-de-atencao- 17476629#ixzz3mRgafFPR Acesso em: 22/09/2015 às 05:15.
  • 9. daquilo que o torna único e por essa mesma razão, o distingue ou o aproxima dos demais fenômenos. (DUARTE, 2010) Yin (2005) esclarece que o estudo de caso beneficia o investigador ao permitir o desenvolvimento da pesquisa a partir das proposições teóricas que orientam a busca de dados, bem como referendam os achados. O estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas.” (YIN, 2005, p.27) CRONOGRAMA Semestre 2016.1 • Cumprimento de disciplinas curriculares obrigatórias. • Busca de mais autores pertinentes a pesquisa Semestre 2016.2 • Cumprimento de disciplinas optativas voltadas para o estudo. • Produção de artigos que compõem os capítulos da fundamentação teórica. • Participação em encontros da área com envio de artigo. Semestre 2017.1 • Realização dos capítulos de fundamentação teórica para Qualificação. • Participação em encontros da área enquanto ministrante de oficina ou minicurso. Semestre 2017.2 • Elaboração do texto final da dissertação, contendo todos os capítulos.
  • 10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, Zygmunt. Tempos Liquidos. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007. BURGESS, Jean; GREEN, Joshua. YouTube e a revolução digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009. CHARTERIS, J; GREGORY, S; MASTERS, Y. Snapchat “selfies’: The case of disappearing data. In Rhetoric and Reality: Critical perspectives on an educational technology. Dunedin, NZ, 2014. Disponível em: http://ascilite2014.otago.ac.nz/files/concisepapers/47-Charteris.pdf DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed.- 4. reimp.- São Paulo: Atlas, 2010 HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª edição. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva/Guacira Lops Louro. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2010. JENKINS, H. Cultura da Convergência. Tradução Suzana Alexandria. São Paulo: Aleph, 2008. LEN, Fernando; MAZZILLI, Paola. Um Estudo Sobre a Construção de Indentidades no Aplicativo Snapchat. In ANAIS Intercom 2015. Uberlândia, MG, 2015. Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2015/resumos/R48-1547-1.pdf MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo, Cultrix, 1999. NICOLE, A Poltash. Snapchat and Sexting: A Snapshot of Baring Your Bare Essentials. In Richmond Journal of Law & Technology. Richmond, VA, 2013. Disponível em: http://jolt.richmond.edu/vl9i4/article14.pdf. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. SIBILIA, Paula. O Show do eu: A intimidade como espetáculo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2008. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. trad. Daniel Grassi. – 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2005.