SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 45
A INFLUÊNCIA DA INTERNET NO
COMPORTAMENTO DE CONSUMO DO JOVEM
BRASILEIRO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3
CAPÍTULO 1: Do surgimento da internet aos dias de Hoje............................................ 6
CAPÍTULO 2: A chegada da internet ao Brasil e o uso dela pelos jovens.................... 17
CAPÍTULO 3: Comprando sem sair de casa.................................................................. 29
CAPÍTULO 4: Os mais consumidos no mundo virtual.................................................. 36
CONCLUSÃO................................................................................................................ 40
2
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como principal tema o advento da internet e a influência que
ela tem no comportamento de consumo dos jovens brasileiros de 17 a 25 anos. Este
estudo faz referência ao surgimento da Internet, abordando como, quando e por que
surgiu e como foi sua evolução até os dias de hoje. O crescimento da Internet desde o
seu surgimento e as mudanças que ela tem sofrido desde então, tem influenciado o
comportamento de muitos internautas brasileiros, e dos jovens especificamente,
considerando que estes constituem o maior percentual dos que navegam pela rede.
Com isso, será possível entender um pouco mais esta geração que nasceu e
cresceu neste mundo globalizado e cibernético. Que uso fazem, o que mais a atrai nesta
nova tecnologia, como se relacionam, o que buscam e qual o tempo que destinam à
navegação. Compreender a forma que esta geração se utiliza desta ferramenta e como
isso afetou sua maneira de consumir é importante para aqueles que se utilizam do
Comércio Eletrônico e vendem produtos para este público, desenvolvem ferramentas de
comunicação Web e estratégias de Marketing para atingir os jovens.
A relevância deste projeto está no fato de permitir a possibilidade do leitor
compreender melhor a história da Internet, a forma como ela tem evoluído e impactado
alguns comportamentos sociais. Com isso, será possível dar início a alguns
questionamentos importantes para entender o comportamento de consumo dos jovens
nos dias de hoje e pensar em novas formas de se utilizar da internet como um forte e
influente meio de comunicação com este público.
O objetivo principal é dar uma breve noção do que é a mídia Internet e das
mudanças que ela provocou e vem provocando desde que surgiu. Não espera-se que
após a leitura deste projeto o leitor domine o assunto por inteiro, mas que tenha uma boa
3
noção do que é a Internet, como surgiu, os serviços que oferece e como o jovem se
relaciona com ela. A partir destas colocações, o leitor que tiver maior interesse no
assunto poderá buscar em fontes sobre o assunto, muitas delas utilizadas neste trabalho,
mais informações sobre o tema para melhor compreensão e estudo sobre o assunto.
Como objetivos secundários, este projeto tem por finalidade provocar uma
reflexão acerca deste fenômeno midiático que acaba por ser um fenômeno social ao
provocar mudanças no comportamento, na comunicação, no consumo e no
relacionamento daqueles que a utilizam. Vale refletir, também, sobre o impacto que a
Internet é capaz de provocar e como isto se reflete em um país como o Brasil, onde para
muitos a Internet ainda é uma realidade distante em função das desigualdades sociais
existentes no país. Além destes objetivos, o de conceder uma introdução ao assunto para
aqueles que tiverem maior interesse em entender mais do tema.
A proposta do trabalho será desenvolvida em quatro capítulos. Os dois primeiros
capítulos têm como objetivo principal apresentar como a Internet surgiu, se desenvolveu
e evoluiu no Brasil e no mundo. O primeiro capítulo abordando o surgimento da
Internet, os principais nomes no decorrer da sua história, como foi a sua evolução, como
ela foi se constituindo e como foi a sua expansão pelo mundo. O segundo dará foco ao
desenvolvimento da Internet no Brasil. Como ela chegou, de que forma se desenvolveu
e se estabeleceu no país e como foram os contatos dos jovens com ela em um primeiro
momento e como esta relação se desenvolveu até os dias de hoje.
A partir da compreensão de como se dá o relacionamento dos jovens brasileiros
com a Internet, os dois últimos capítulos têm como foco principal o Comércio
Eletrônico. O terceiro capítulo tem por finalidade apresentar como funciona o e-
commerce e o que ele representa para o país em termos econômicos. Quanto movimenta
de dinheiro, como funciona e como tem se desenvolvido nos últimos anos.
4
Já o quarto capítulo tem como foco principal o comportamento de consumo dos
jovens brasileiros com o advento do ciberespaço. Quanto consomem, quais são os
produtos mais procurados e o que os motiva os atrai neste meio.
Portanto, ao final da leitura deste projeto o leitor terá uma breve noção da
história da Internet, de Comércio Eletrônico e da relação do jovem brasileiro com esta
nova mídia. É apenas uma introdução a um estudo que é muito rico e tem muitas
informações importantes para aqueles que pretendem desenvolver negócios virtuais para
os jovens brasileiros ou compreender a Internet como um fenômeno social.
5
Do surgimento da internet aos dias de hoje
Desde seu surgimento, a Internet tem revolucionado a sociedade, não só na sua
forma de se comunicar, mas também na maneira de se relacionar e se comportar. Tendo
nascido nos Estados Unidos a partir de necessidades militares, sendo utilizada
posteriormente para fins acadêmicos, e tendo sido aberta para a sociedade como um
todo na década de 90, hoje é um meio de comunicação interação, integração,
informação e entretenimento presente nos mais diversos países e utilizado pelos mais
diversos tipos de pessoas. Desde que surgiu até os dias atuais, a Internet tem mudado e
evoluído com muita velocidade em pouco tempo de história.
A história da Internet tem início na década de 60 e ainda se constrói nos dias de
hoje. O crescimento da mesma tem sido considerável neste tempo, e isto a distingue dos
outros meios de comunicação. Para que se possa ter uma idéia, basta considerar que o
telefone levou 35 anos para atingir 50 milhões de usuários, o rádio 22 anos, a televisão
26 anos, o celular 13 anos e a Internet levou apenas 4 anos para atingir 50 milhões de
usuários no mundo.1
Diante do fato da Internet ser um meio de comunicação que vem
sofrendo tantas mudanças, ganhando novos adeptos e novidades a cada dia, além de
provocar uma revolução social, torna-se curioso e interessante conhecer sobre o seu
surgimento e sua evolução até os dias atuais.
No entanto, é relevante levar em consideração que o crescimento da Internet
nessas proporções não teria sido possível sem as mídias criadas anteriormente. Elas
impulsionaram o desenvolvimento da Internet e permitiram que a Internet fosse
socialmente mais aceitável pelo fato da sociedade já ter tido experiências anteriores com
outras novas tecnologias de épocas diferentes. Não seri possível, por exemplo, falar
através da internet por meio de viva voz se não tivesse tido uma experiência anterior
1
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 18
6
com o telefone e o celular, ou ainda poder assistir vídeos pela Internet se a sociedade
não estivesse familiarizada com a televisão.
Na década de 60, durante a Guerra Fria, existia nos Estados Unidos uma rede
que ligava os departamentos de pesquisa às bases militares. Toda a comunicação desta
rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, bastava,
portanto, que a antiga URSS lançasse uma bomba na base militar norte-americana para
que a comunicação da defesa dos Estados Unidos entrasse em colapso. Temendo que
isso pudesse ocorrer, o governo americano visou estabelecer um modelo de troca e
compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas.
A criação desta rede ficou sob a responsabilidade da Advanced Research
Projects Agency (ARPA), o centro de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de
Defesa (DoD) dos Estados Unidos. A ARPA foi criada em 1957, durante a Guerra Fria,
com o intuito de estabelecer a liderança norte-americana em ciência e tecnologia na área
militar. Sendo assim, apoiou diversos projetos na área de informática, principalmente
em assuntos relacionados a redes de computadores e sistemas operacionais, e
desenvolveu a ARPANet (Advanced Research Projects Agency Network), que iniciou
sua operação em setembro de 1969. Com um backbone (infra-estrutura da rede) que
passava por baixo da terra, o que o tornava mais difícil de ser interrompido, a ARPANet
ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido, o que dificultava a sua
destruição.
Apesar da ARPANet ser o marco de interações sociais via rede, em agosto de
1962 já se tinham os primeiros registros de interações desse tipo. Esses registros foram
escritos por J.C.R. Licklider, do Massachussets Institute of Technology (MIT), em uma
série de memorandos discutindo o conceito da “Rede Galáxica”. Ele previa vários
computadores interconectados globalmente, pelo meio dos quais todos poderiam acessar
7
dados e programas de qualquer local rapidamente. Assim, Licklider estabeleceu a
importância do conceito de redes computadorizadas, tendo convencido inclusive os seus
sucessores, Ivan Sutherland, Robert Taylor e Lawrence G. Roberts, sobre isso.
Licklider, físico, matemático e psicólogo norte-americano, foi o primeiro gerente do
programa de pesquisa de computador da ARPA, começando em outubro de 1962.
Em 1965, Larry Roberts e Thomas Merrill, pesquisadores do MIT, conectaram
um computador TX-2 em Massachussets com um Q-32 na Califórnia com uma linha
discada de baixa velocidade, criando assim o primeiro computador de rede do mundo. O
resultado deste experimento foi a comprovação de que computadores poderiam
trabalhar bem juntos, rodando programas e recuperando dados quando necessário em
máquinas remotas. No final de 1966, Larry Roberts começou a trabalhar na ARPA para
desenvolver o conceito das redes computadorizadas e elaborou o seu plano para a
ARPANet, publicado em 1967.
Em agosto de 1968, um grupo dirigido por Frank Heart, da Bolt Beranek e
Newman (BBN) iniciou o desenvolvimento do Interface Message Processor (IMP), um
processador de mensagens cujo o roteamento de pacotes entre os mesmos era a base de
funcionamento da ARPANet. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a
serem comunicados são divididos em pequenas partes, identificadas de forma a mostrar
de onde vieram e para onde devem ir. Simultaneamente ao desenvolvimento do IMP,
Roberts em conjunto com Howard Frank e seu grupo da Network Analysis Corporation
desenvolviam e otimizavam a topologia e economia da rede, e o sistema de mensuração
da rede era preparado pelo pessoal de Kleinrock na University of California at Los
Angeles (UCLA).
Com estes trabalhos desenvolvidos, foi dado o primeiro nó da rede com o
computador SDS Sigma 7 (da Scientific Data Systems, hoje Xerox) da University of
8
California at Los Angeles (UCLA), interligado ao computador SDS 940, da Standford
Research Institute (SRI). Com isso, a primeira mensagem entre servidores foi enviada
do laboratório de Kleinrock para o SRI. Posteriormente, o computador IBM 360/75 da
University of California at Santa Bárbara (UCSB) foi acrescentado aos dois nós então
existentes e, finalmente, o computador DEC/PDP – 10 da Universidade of Utah formou
o quarto nó da rede. Cada nó da rede conectava-se a um IMP, que por sua vez
conectava-se aos IMP’s de outros nós, fazendo, então, a interligação de todos os nós.
Assim, no final de 1969, quatro servidores estavam conectados na ARPANet .
Computadores foram rapidamente adicionados à ARPANet nos anos seguintes e
os grupos de trabalho desenvolveram um protocolo servidor a servidor funcionalmente
completo e outros softwares de rede. Em dezembro de 1971, o Network Working Group
(NWG), gerenciado por S. Crocker, concluiu o primeiro protocolo servidor a servidor
da ARPANet, chamado Network Control Protocol (NCP). Assim, de 1971 a 1972, os
usuários da rede finalmente puderam começar a desenvolver as suas aplicações. Em
outubro de 1972 foi feita a primeira demonstração pública da ARPANet, quando Robert
Kahn, PhD em engenharia elétrica pela Universidade de Princeton e professor assistente
de engenharia elétrica no MIT, organizou uma grande e bem sucedida demonstração
sobre a nova tecnologia de rede na Conferência Internacional de Comunicação entre
Computadores (ICCC).
Foi também em 1972 que o correio eletrônico foi introduzido. Em março deste
ano, Ray Tomlinson, da BBN, escreveu o software básico de e-mail com as funções de
send (enviar) e read (ler), motivado pela necessidade dos desenvolvedores da ARPANet
terem um fácil mecanismo de coordenação. O e-mail aderiu mais funções em julho,
quando Roberts escreveu o primeiro programa utilitário de e-mail para listar, ler
9
seletivamente, arquivar, encaminhar e responder as mensagens. Dali, o correio
eletrônico se tornou a maior aplicação de rede por mais de uma década.
Em 1973, a College University de Londres foi conectada ao Royal Radar
Establishment, na Noruega, o que caracterizou a primeira conexão internacional da
ARPANet. E no ano seguinte, foram apresentados por Robert Kahn e Vinton Cerf,
matemático e cientista da computação, os primeiros estudos sobre um novo protocolo de
comunicação. A abordagem arquitetônica para a comunicação de Kahn e a experiência
em NCP de Cerf possibilitaram a construção do que se tornou o Transimssion Control
Protocol (TCP/IP). Denominado oficialmente Pilha de Protocolos de interligação em
redes TCP/IP (após os nomes de seus dois padrões principais) essa pilha pode ser
utilizada para comunicação em qualquer conjunto de redes interconectadas.2
O TCP/IP foi utilizado em várias redes, tendo sido adotado como protocolo
padrão da ARPANet em 1982. Na passagem da década de 70 para a de 80, começaram a
surgir as primeiras estações de trabalho, sendo o sistema operacional Unix 4.2BSD
(Berkeley Software Distribution), que já trazia os protocolos TCP/IP embutidos,
utilizado pela maioria delas.3
Em 1983 a ARPANet havia crescido bastante, e já era
constituída por mais de mil computadores conectados. Surge, então, a Internet, termo
derivado da junção de duas palavras inglesas: International Network. Assim, o termo
Internet significa rede internacional e designa a rede mundial pública de computadores
interligados, por meio da qual são transmitidos dados e informações. 4
2
COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios,
Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 2
3
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Brasport, 1996. p. 20
4
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 14
10
Neste mesmo ano de 1983, a Defense Comunication Agency (DCA) dividiu a
ARPANet em duas redes distintas, uma para futuras pesquisas, que conservou o nome
ARPANet, e outra para comunicação de caráter militar, denominada como MILNET.
Ambas continuavam conectadas e ao conjunto delas se deu o nome de DARPA Internet.
DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) foi o nome dado a ARPA em
23 de março de 1972. Em fevereiro de 1993 foi renomeada como ARPA e no mesmo
mês do ano de 1996 passou novamente a ser chamada de DARPA, como é denominada
atualmente. 5
Ainda no ano de 1983, foi criado o Internet Architeture Board (IAB), com o
intuito de estimular o intercâmbio de idéias entre os principais envolvidos em pesquisas
relacionadas ao TCP/IP e à Internet. Tendo passado por várias reorganizações desde
então, hoje está divido em Internet Engineering Task Force (IETF), responsável por
corrigir problemas de engenharia da Internet a curto e médio prazo, e Internet Research
Task Force (IRTF), que estabelece prioridades e coordena as atividades de pesquisa em
tecnologia na área de redes de computadores. Dentre essas funções do IAB, também
estão as de publicar documentos sobre a Internet e designar e registrar os vários
identificadores para o funcionamento da rede.
Em 1985, a National Science Fundation (NSF), órgão de fomento à pesquisa
existente nos Estados Unidos, iniciou um programa para estabelecer redes de acesso
centralizadas em torno de seus cinco centros de supercomputadores. Seu objetivo era
permitir o acesso de professores e pesquisadores a estas máquinas. Assim, a NSF
expandiu o desenvolvimento de redes ao criar a NSFNET, em 1986. A NSFNET era
uma rede inicialmente com um backbone de velocidade de transmissão de 56 Kbps
interligando diversas redes de universidades e centros de pesquisa aos centros de
5
http://www.darpa.mil/body/arpa_darpa (acessado em 25/04/2008)
11
supercomputação nos Estados Unidos. Em 1988, o backbone da NSFNET passou para
1.544 Mbps, denominado T1, e passou a ter posteriormente, em 1991, 44.736 Mbps,
sendo chamado de T3.6
Diante deste cenário, em 1989 a NSFNET, mantida com apoio das organizações
IBM (empresa de computadores), MCI (empresa de telecomunicações) e MERIT
(instituição responsável pela rede de computadores de instituições educacionais de
Michigan), que formaram uma associação conhecida como Advanced Network and
Services (ANS) em 1987, passa a ser o backbone da rede das redes e a ARPANet
encerra suas operações. A NSFNET foi aberta, então, para incluir outras redes
disseminadas pelo mundo, e teve o seu uso ampliado para além das atividades
acadêmicas.
Em março de 1989, Tim Berners-Lee, pesquisador do Centro Europeu de
Pesquisas voltado para o estudo das partículas, muda definitivamente a face da Internet
ao sugerir um projeto que tinha por objetivo reunir a Internet, o hipertexto e a
multimídia. “Suponha que eu tenha a possibilidade de programar meu computador para
criar um espaço em que tudo possa ser ligado a tudo. Suponha que toda a informação
arquivada nos computadores de todos os lugares estivesse interligada.”7
Especulava ele
na época. Mas ele não fez apenas especulações, e foi capaz de concretizar sua idéia ao
criar um padrão para representar dados e informações transmitidas pela Internet
denominado Hipertex Markup Language (HTML).
O HTML possibilita que um link, para outra página ou documento arquivado no
mesmo computador ou em outro computador na Internet, seja anexado a uma frase ou
palavra. Cada informação tem um endereço único e pode ser encontrada por qualquer
6
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 17
7
BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. Convergência. In: Uma História Social da Mídia. De Gutenberg à
Internet 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. p. 312
12
usuário da rede. Surge, assim, a World Wide Web (www ou W3 ou Web), que teve a
sua primeira página lançada em 6 de agosto de 1991.8
Com o seu surgimento o
conteúdo da rede ficou mais atraente ao possibilitar a incorporação de imagens e sons.
Os endereços da Web se iniciam com http, que significa Hipertext Transfer Protocol
(Protocolo de Transferência de Hipertexto).
A World Wide Web é uma rede que foi projetada para facilitar a troca de
informações e idéias entre os pesquisadores do Laboratório Europeu de Pesquisas em
Física Nuclear, e hoje é utilizada por milhares de pessoas em todo o mundo. A
utilização considerável da World Wide Web está muito relacionada ao fato da mesma
não estar vinculada a nenhum sistema proprietário, conforme fala o próprio Tim
Berners-Lee, em entrevista à Veja na edição especial de tecnologia de julho de 1996: 9
“A web só decolou porque não estava vinculada a nenhum sistema proprietário, pelo
qual as pessoas teriam de pagar para ter acesso. Digo isso porque, antes da web, muitas
idéias de sistemas fracassaram. Eram semelhantes ao que criei, mas não eram abertos.”
Meses após a criação da Web, a National Center for Supercomputing
Applications (NCSA), iniciou um projeto que tinha como finalidade desenvolver um
software para procura de informações disponíveis na Web. Assim, Marc Andreesen
desenvolve o Mosaic v 1.0, um programa de navegação para o sistema X-Windows,
lançado em 1993. Surge, então, a primeira interface gráfica, versátil e multiplataforma,
ou seja, nasce o browser. A NSCA ofereceu o download gratuito do Mosaic, descrito na
seção de negócios do New York Times de dezembro de 1993 como “a primeira janela
para o ciberespaço” e em 1994 o programa já tinha milhões de usuários no worldwide.10
Desde 1993 diversos browsers foram desenvolvidos, dentre eles o Natscape e o Internet
8
http://www.nsf.gov/news/special_reports/nsf-net/textonly/90s.jsp (acessado em 25/04/2008)
9
http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_040.html (acessado em 01/05/2008)
10
http://www.ncsa.uiuc.edu/Projects/mosaic.html (acessado em 26/04/2008)
13
Explorer. Com o surgimento do browser surgem os primeiros provedores de acesso
comercial, que foram crescendo em número de equipamentos e conexões.
Na década de 90, grandes companhias voltadas para o setor de computadores,
bem como muitas outras organizações de grande porte como companhias de petróleo,
indústria automobilística, empresas de eletrônica, companhias farmacêuticas e
portadoras de telecomunicações, conectaram-se à Internet. Em 1994, de acordo com
Comer em seu livro Interligação em Rede com TCP/IP, a Internet alcançava mais de 3
milhões de computadores em 61 países.11
Em 1995, o governo norte-americano deixou
de ser o patrocinador da rede. O controle de seu backbone passou a ser feito por
entidades comerciais, o que liberou o tráfego para fins não acadêmicos. Neste mesmo
ano a Internet já estava sendo utilizada pelo governo, por inúmeras empresas e
indivíduos como mídia de relevância e impacto.
Diante deste cenário no qual a Internet desvincula-se da tutela governamental
nos Estados Unidos, sua administração passa a ser fortemente descentralizada. No
entanto, são necessários mecanismos para que um mínimo indispensável de controle e
coordenação central funcionem. Com o intuito de efetuar esta coordenação, algumas
organizações foram criadas, e as mais importantes são a Internet Society (ISOC) e o
InterNIC. Ambas têm como objetivo básico estimular as adesões à Internet e coordenar,
de alguma forma, sua utilização em todo o mundo.
A Internet Society é uma organização internacional sem fins lucrativos criada em
1992 com o objetivo de promover a Internet e a tecnologia que a faz funcionar. Além
disso, organiza congressos e seminários com o intuito de divulgar conhecimentos da
tecnologia de redes. Tem escritórios em Washington DC, nos Estados Unidos, e em
Geneva, na Suíça, dedicados a assegurar o desenvolvimento aberto, a evolução e o uso
11
COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios,
Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 9
14
da Internet para benefício das pessoas em todo o mundo. Esta organização reúne mais
de 100 organizações e 20.000 pessoas de 180 países.12
Outra importante entidade relacionada à administração da Internet é o InterNIC,
formado por três distintas organizações: General Atomics, Performance Systems
International e AT&T. Este é o principal centro de informação da rede que coordena as
poucas atividades da Internet que são necessariamente centralizadas, ou seja, o
gerenciamento de endereços IP, de domínios e de computadores que desempenham
papéis vitais no funcionamento da Internet. O InterNIC também atua como um centro de
informações sobre a Internet, possuindo banco de dados com referências sobre recursos
disponíveis na rede, relatos de trabalhos e documentos oficiais da Internet.
Em 1995, mais da metade das máquinas da rede se localizavam em outros países
além dos Estados Unidos.13
Segundo o Network Wizard Internet Domains Survey, em
julho de 1995 já havia mais de 6 milhões de computadores permanentemente
conectados à Internet.14
Assim, muitas pessoas em diversas partes do mundo podiam se
comunicar pelo e-mail, expor suas opiniões em listas de discussão, em News ou em
BBS´s (Bulletin Board System), batiam papo pelos serviços de comunicação online
como o Talk e IRC, ou ainda conversavam através de viva voz e vídeo-conferência.
Além dos serviços de comunicação, na década de 90 a Internet já permitia a
transferência de arquivos pelo FTP e a procura de arquivos e programas pelo Archie ou
pelo Gopher.
Desde então, a Internet já se modificou bastante, e algumas das ferramentas e
serviços disponíveis na década de 90 já nem existem mais, como o Gopher. Já outras,
como o serviço de viva voz e vídeo conferência, evoluíram consideravelmente. Mas a
12
http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em 01/05/2008)
13
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Brasport, 1996. p. 22
14
http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008)
15
Internet não sofreu modificações apenas no que se refere aos serviços oferecidos por
ela, mas também no número de usuários conectados a esta enorme rede. Segundo dados
do Network Wizard Internet Domains Survey, em janeiro de 2000 mais de 72 milhões
de computadores estavam conectados à Internet, passando para 171 milhões em janeiro
de 2003 e 317 milhões no mesmo mês do ano de 2005.15
O número de pessoas que
acessaram a internet em janeiro de 2007 atingiu 746 milhões e 824 milhões em janeiro
de 2008, de acordo com estudo divulgado pela empresa de pesquisa comScore.16
Esses
dados mostram que a internet vem crescendo e evoluindo a cada dia desde que surgiu.
Hoje este meio oferece as mais diversas opções de uso e entretenimento. Muitos
fazem o uso diário do e-mail, conversam pelo chat ou pelo MSN, fazem compras
virtualmente, conhecem pessoas em sites de relacionamento, expõem idéias e opiniões
em blogs ou listas de discussão, sofrem impactos com as mídias interativas, buscam
informações, empregos e até namorados, realizam pesquisas, ou simplesmente navegam
de um site para o outro. O número de usuários cresce a cada dia e novidades surgem a
todo o momento no maior sistema de comunicação desenvolvido até os dias de hoje,
sendo difícil falar com precisão tudo o que a Internet oferece. Diante deste cenário, a
definição de Pedro Doria em seu livro Manual para a Internet: Uma Visão Brasileira,
define com uma boa metáfora o que é a Internet: “A Internet é uma cidade. Todos os
serviços de comunicação que funcionam como a Internet são cidades (...) A Internet é
uma cidade onde podemos encontrar de tudo. Como qualquer grande cidade.”17
A chegada da Internet ao Brasil e o uso dela pelos jovens
15
http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds (acessado em 11/04/2008)
16
http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2115 (acessado em 29/04/2008)
17
DORIA, Pedro. Se Internet tem definição. In: Manual para a Internet: Uma Visão Brasileira. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Revan, 1995. p. 35
16
A história da Internet no Brasil tem início em universidades e centros de
pesquisa. No início da década de 80, muitos pesquisadores brasileiros já reconheciam a
importância da tecnologia de redes de computadores. Assim, com o intuito de fomentar
as pesquisas nesta área e com o objetivo de criar uma infra-estrutura de redes no Brasil,
criou-se um consórcio de instituições acadêmicas, o LARC (Laboratório Nacional de
Redes de Computadores).
Em 1986, a implantação da NSFNet nos Estados Unidos serviu como modelo de
caminho a ser seguido no Brasil, impulsionando os projetos de interligação a uma rede
internacional. Em outubro de 1987, a possibilidade de se criar uma rede de
computadores para fins de ensino e pesquisa foi discutida em uma reunião realizada na
USP (Universidade de São Paulo) por representantes de entidades acadêmicas, do CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da SEI (Secretaria
Especial de Informática) e da Embratel. Nesta mesma reunião, foi levantada a questão
legal do impedimento da comutação de tráfego de terceiros, em uma estrutura de
telecomunicações montada por clientes da Embratel, em função do monopólio estatal de
telecomunicações.
Até o final dos anos 90, o monopólio das telecomunicações no país era exercido
por empresas do grupo Telebrás, composto pela Embratel, responsável por serviços
interurbanos e internacionais, e por operadoras regionais, responsáveis por serviços de
acesso dentro de um único estado. Assim, uma universidade que liberasse seu acesso
internacional a outra, estaria indo de encontro ao monopólio das telecomunicações.
Diante deste cenário, em outubro de 1988, um mês depois do estabelecimento da
primeira conexão internacional feita pelo LNCC (Laboratório Nacional de Computação
Científica), no Rio de Janeiro, esta restrição não era mais aplicada a casos específicos de
pesquisa e ensino.
17
As universidades brasileiras fizeram suas primeiras conexões às redes
internacionais de pesquisa através da rede BITNet (Because it´s Time Network). Esta é
uma rede, que transportava mensagens de correio eletrônico, composta por máquinas de
grande porte capazes de oferecer serviços de processamento a milhares de usuários
através de milhares de terminais conectados diretamente ou através de uma rede. Em
setembro de 1988, o LNCC, no Rio de Janeiro, conectou-se à BITNet através da
Universidade de Maryland, em College Park, usando uma linha de 9.600bps e ofereceu
o serviço de linha discada a qualquer pesquisador reconhecido pelo CNPq.
Em novembro, a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo) se ligou ao Fermilab (Fermi National Laboratory), em Chicago, a 4.800bps.
Assim, a FAPESP tinha conexão para as redes BITNet e HEPNet (Hight Energy
Physics Network), e considerava em seu projeto a interligação de instituições de todo o
estado de São Paulo. Uma terceira conexão foi estabelecida em maio de 1989, entre a
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a UCLA (Universidade da Califórnia
em Los Angeles). Desta forma, o país possuía neste período três ilhas distintas de acesso
à BITNet.
Diante deste cenário, o MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) criou um
Grupo de Trabalho (GT) que tinha o objetivo de apresentar uma rede acadêmica
nacional. A curto prazo, o GT deveria articular a integração de esforços para evitar que
a comunicação entre instituições nacionais fossem feitas através dos Estados Unidos.
Diante da complexidade do projeto, o GT foi vinculado de maneira formal à chefia do
gabinete do MCT.
Estavam vinculados ao projeto representantes do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da FAPESP (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo), da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), da
18
FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro) e da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do
Sul). Em 1989, este grupo apoiava o projeto da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), que
foi lançada oficialmente em 1990.18
O projeto da RNP foi concebido com o intuito de construir uma infra-estrutura
de rede Internet nacional de âmbito acadêmico e disseminar o uso de redes no país. Em
1991, os estado do Rio de Janeiro e de São Paulo foram interligados através de uma
conexão entre o LNCC e a FAPESP. Posteriormente, a conectividade se estendeu a
outros centros de pesquisa no país, e até o final de 1991 poucos estados não possuíam
pelo menos um nó na rede. Neste mesmo ano ocorreu a primeira conexão à Internet com
uma linha dedicada de 9.600bps, feita pela FAPESP.19
A conectividade IP foi logo
estendida para algumas instituições nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio
Grande do Sul e Minas Gerais.
Vale mencionar, no entanto, que apesar de se considerar que a primeira conexão
brasileira com a Internet tenha sido feita no ano de 1991, o IBASE (Instituto Brasileiro
de Análises Sociais e Econômicas), em 1989 já havia se conectado à rede. Em parceria
com o Institute for Global Communications (IGC), dos Estados Unidos, e com o apoio
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e de outras agências
internacionais, o IBASE colocou em operação o Alternex, um serviço internacional de
mensagens e conferências eletrônicas pioneiro no país, com o intuito de promover o
intercâmbio de informações entre ONG´s de todo o mundo. Através do Alternex era
possível trocar mensagens com diversos sistemas de correio eletrônico de todo o
mundo, incluindo a Internet.
18
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343
19
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343
19
O principal fator para a conexão tardia do país a rede Internet se deve ao fato da
Secretaria Especial de Informática (SEI) do Ministério de Ciência e Tecnologia, com
amplos poderes até 1990 para determinar as tecnologias de computação e comunicação
a serem usadas nas comunidades acadêmicas e de pesquisa, defender as soluções
OSI/ISO no campo da comunicação entre computadores. A tecnologia Internet não era
considerada uma alternativa adequada ao OSI, pois o mesmo não era governado por
padrões internacionais formais. Porém, quando Collor assume a presidência, os poderes
da SEI são reduzidos o governo não mais adere à posição declarada de se opor ao uso da
tecnologia Internet, composta por protocolos TCP/IP, nas redes de pesquisa.
A partir de então, a RNP foi reformulada e pouco tempo depois conseguiu se
desenvolver de fato, posto que a tecnologia OSI, utilizada até julho de 1990 não
permitia mais do que troca de mensagens por correio eletrônico. Para projeção de uma
rede nacional, era necessário adotar uma topologia de malha, o que requer uma estrutura
administrativa própria. Era, então, necessária a adoção de uma estratégia que permitisse
que o financiamento para a provisão da infra-estrutura de rede fosse feito pelo governo.
Assim, o CNPq , sob a coordenação de Tadao Takahashi, baseou-se em uma
arquitetura de rede que refletisse a organização administrativa do país, com três níveis
de backbone: nacional, financiado pelo governo federal e responsável um ponto de
presença da Internet em cada estado; regional, financiado pelo estado e incumbido de
promover a conexão das instituições regionais; e institucional, no qual cada
universidade ou centro de pesquisa é responsável pela interligação e custeamento das
redes existentes em seu campus..
Em 1993, a RNP já atendia a 11 estados brasileiros e o Brasil já havia alcançado
a posição de trigésimo país em ordem de atividade, com cerca de 2.000 nomes de
computadores registrados no domínio .BR do Domain Name System (DNS). Entre
20
1991 e 1993, foi montado o backbone da Fase I da RNP. Nesta primeira fase a Internet
se concentrou nos meios acadêmicos, e poucos fora deste meio sabiam da sua
existência. Mesmo no ambiente acadêmico brasileiro, muitos pesquisadores e alunos só
conheciam a BITNet.
Para que sem tenha idéia da incipiência da Internet no Brasil e do seu baixo
conhecimento no país nesta primeira fase da RNP, vale mencionar uma reportagem
publicada no Caderno de Informática do Jornal do Brasil em junho de 1992. Uma
reportagem sobre a ECO-92, ao mencionar o uso de computadores para conectar
jornalistas, ambientalistas e estudantes com o restante do mundo não fala no nome
Internet, apesar de mencionar a conexão do IBASE. Apenas cita a rede mais conhecida
pelos brasileiros, a BITNet.20
O backbone da Fase II da RNP foi montado entre os anos de 1994 e 1996.
Enquanto a Fase I tinha conexões em velocidades de 9,6 a 64 Kbps, a Fase II possuía
uma infra-estrutura bem mais veloz. Esta segunda fase marca o início da Internet
comercial no Brasil. Em julho de 1994 foi assinado um convênio entre o MiniCom
(Ministério de Comunicação) e o MCT para cobrança de tarifas mais baratas para o
tráfego de dados. O dinheiro economizado seria usado pelo CNPq para ampliara
capacidade da estrutura da RNP, e, assim, possibilitar a abertura da rede para a
iniciativa privada.21
Nos meses seguintes, vários artigos explicando o que era a Internet circulavam
em revistas e jornais. Uma relação contendo 28 home pages brasileiras, todas de
instituições de ensino e pesquisa, foi publicada em novembro de 1994 no Caderno de
Informática do Jornal do Brasil.22
Modens e livros para internautas iniciantes estavam na
lista de sugestões de presentes de Natal daquele ano. E pedidos como ganhar uma linha
20
Jornal do Brasil, Caderno de Informática. 8/06/1992. p.. 3
21
Revista Exame. 17/08/1994
22
Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 3
21
dedicada para conectar-se à Internet ou ter a garantia que o país tivesse um acesso cada
vez mais democrático à rede eram feitos.23
Neste ano de 1994 eram poucos os serviços disponíveis na Internet, no Brasil e
todos relacionados com universidades e institutos de pesquisa. As listas de discussões
era um dos serviços disponíveis. Estavam vinculadas, em sua maioria, a servidores de
listas da FAPESP. Os serviços de FTP (File Transfer Protocol), que permitem a
transferência de arquivos entre computadores através da rede, estavam disponíveis em
alguns sites brasileiros, cuja maioria não possuía arquivos de índice que descrevessem a
estrutura lógica dos diretórios. O serviço de busca de informações através de menus, o
Gopher, também estava disponível. O correio eletrônico e o www também já eram
disponibilizados e o Whois, um serviço de diretórios que permite a descoberta de
nomes, códigos, endereços eletrônicos ou postais, redes ou organizações na Internet que
estejam cadastrados numa base de dados. 24
Tendo a Fase II uma melhor velocidade de conexão, a RNP estende seus
serviços de acesso a todos os setores da sociedade, redefinindo, assim, o seu papel ao
deixar de ser um backbone restrito ao meio acadêmico. Desta forma, o governo fornece
conectividade a provedores de acesso comerciais. Neste momento, diante deste
acontecimentos, há um importante passo para a consolidação da Internet comercial no
Brasil. Assim, em dezembro de 1994 a Embratel, juntamente com a RNP e a Sun
microsystems, inaugurou o acesso à Internet em caráter experimental. Tanto as
empresas como os usuários individuais fariam uso gratuito até o primeiro dia do mês de
maio do ano de 1995, quando o acesso seria liberado definitivamente a todos os
interessados. 25
23
Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 6 e 20/12/1994. p. 1 e 2
24
VILLAS, Marcos e CAMPOS, Ricardo em TOLHURST, William e PIKE, Mary. Apêndise: O Brasil
na Internet. In: A Internet Um Guia Rápido de Recursos e Serviços. 1ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
25
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 360
22
No final de abril de 1995, a Secretaria de Serviços de Comunicação propôs
através de uma minuta de portaria que a exploração do serviço de acesso à rede fosse
liberada para empresas privadas, que teriam assegurado o direito de concorrer com as
empresas do sistema Telebrás em iguais condições. E, assim, no dia 31 de maio do
mesmo ano foi publicada uma Nota Conjunta de MC e do MCT com as regras gerais de
funcionamento da Internet no Brasil. De acordo com ela, as empresas do Sistema
Telebrás não deveriam mais oferecer serviço aos usuários finais, apenas conectividade
IP a provedores de acesso e informação. A presença destas últimas seria feita de forma
complementar a da iniciativa privada, nos casos em que a atuação do setor público fosse
necessária para estimular o surgimento de provedores e usuários.
Neste período, a RNP passou por uma redefinição de seu papel, estendendo seus
serviços de acesso a todos os setores da sociedade e dando apoio à consolidação da
Internet comercial no Brasil. Foi criado o Centro de Informações Internet/BR para dar
suporte no surgimento de provedores e usuários da rede. Mais de 3.000 questões
relativas à Internet foram respondidas em seu primeiro ano de funcionamento.26
Desde
então, há um aumento considerável de acessos a rede e torna-se necessário uma infra-
estrutura mais veloz e segura.
Diante da necessidade de melhorar a infra-estrutura, há um investimento em
tecnologia. Assim, em outubro de 1999, os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT)
e da Educação (MEC) assinaram um convênio, o Programa Interministerial de
Implantação e Manutenção da Rede Nacional para Ensino e Pesquisa (PI-MEC/MCT),
com o objetivo de levar a rede acadêmica a um novo patamar. Investiriam R$ 215
milhões na implantação e manutenção do backbone RNP2.27
Assim, inicia-se a Fase III
da RNP, que tinha por objetivo o desenvolvimento de uma infra-estrutura de rede
26
http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008)
27
http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008)
23
avançada, capaz de atender às novas necessidades de banda e de serviços para ensino e
pesquisa. E em maio de 2000, o novo backbone RNP2 é inaugurado e interliga os 27
estados brasileiros.28
Assim, hoje, diversos centros de pesquisa e instituições de ensino superior fazem
uso intensivo da Internet por meio dos serviços da RNP. Além desta, o Comitê Gestor
da Internet (CG) e a FAPESP são outros dois órgãos do Governo que desempenham o
importante papel no desenvolvimento da Internet no país. O CG, criado em maio de
1995, tem como principais atribuições a fomentação do desenvolvimento de serviços
Internet no Brasil, a coordenação da atribuição de endereços Internet, o registro de
nomes de domínios e a interconexão de backbones a recomendação de padrões e
procedimentos técnicos e operacionais para a Internet e coletagem, organização e
disseminação de informações sobre os serviços Internet. Já a FAPESP operacionaliza o
registro dos nomes de domínios e atribui números IP no Brasil.
Em relação ao uso da internet no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo
Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, 7.774.000
domicílios brasileiros possuíam acesso à rede no ano de 2007. No que se refere ao perfil
do usuário, dados da mesma pesquisa revelam que 35% dos internautas brasileiros eram
jovens de 16 a 24 anos que faziam uso dos mais diversos serviços na web,.29
Mas o
interesse desta geração de jovens da primeira década do ano 2000 pela internet não é
recente, já no ano de 1996 esta geração fazia uso deste meio. De acordo com dados de
uma pesquisa realizada pelo IBOPE no ano de 1996, 65% dos internautas brasileiros
tinham até 29 anos, sendo 30% pessoas com até 19 anos. Em relação à renda familiar,
28
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 30
29
www.cetic.br (acessado em 10/04/2008)
24
43% dos internautas tinham uma renda de 20 a 50 salários mínimos. No ano de 1998,
33% dos internautas brasileiros tinham até 19 anos e 32% de 10 a 29 anos.30
Desta forma, pode-se considerar que a internet é um meio de comunicação que
atrai principalmente os jovens. A interatividade que o meio oferece e o dinamismo da
rede são fatores influentes para atrair a atenção e o desejo de uso pela geração jovem. O
principal atrativo da rede, que permitiu os primeiros contatos desta geração com a
internet, foi a possibilidade de se comunicar com amigos e outras pessoas. Seja através
de e-mails, seja participando de discussões em grupo ou conversando em particular
através do IRC (Internet Relay Chat). Bate-papo ou Chat ("conversa", em inglês) é o
nome popular que foi dado para o IRC, o sistema online de troca de mensagens textuais.
A moda de comunicação online entre os jovens teve início com o mIRC, um
programa que conecta o usuário a um servidor da rede de IRC na Internet, criado em
1995. Todos os servidores de IRC no mundo estão interconectados e passam mensagens
de usuário para usuário.
Já no ano de 1997, foi criado o ICQ, cujo nome tem origem na expressão I Seek
You (Eu Procuro Você). É uma ferramenta de comunicação online que permite a
comunicação entre amigos e familiares, principalmente, pois a comunicação só é
possível com pessoas cadastradas no ICQ e adicionadas à lista do usuário. Para ter
acesso ao ICQ é necessário instalar o programa e realizar o registro de usuário. No
momento do registro o usuário tem a possibilidade de inserir dados pessoais, para
permitir que outros usuários o reconheçam, e recebe um número de ICQ. A partir deste
número é possível adicionar e ser adicionado por outras pessoas, e toda vez que alguém
se conecta ao ICQ o programa anuncia aos usuários definidos na lista.
Em 1999 a AOL adquiriu a Mirabilis, empresa responsável pelo ICQ, englobou
o serviço e desenvolveu seu próprio, AOL Instant Messenger. Neste mesmo ano a
30
IBOPE – Nov. 1996 e Mar. 1998 (www.ibope.com.br)
25
Microsoft decidiu lançar seu comunicador instantâneo e lançou o MSN Messenger. À
este novo programa foi incorporado smiles e desenhos, além de jogos, e o mesmo foi
integrado ao Hotmail e ao sistema operacional Windows. Com este serviço houve uma
queda no número de usuários do ICQ que migraram para o MSN Messenger. Este
aplicativo cresceu 71% no país entre julho de 2002 e maio de 2003, de acordo com
dados do Ibope e Ratings.com. Pelos dados do instituto, existia até meados de 2003 1,8
milhão de pessoas usando o programa, o equivalente a 52,5% do total de usuários de
mensageiros instantâneos no país.31
Victor Sarmento, de 17 anos, é um dos usuários do MSN e fez a seguinte
declaração em reportagem do Caderno Infoetc, do jornal O Globo:
Uso computador desde os 11 anos e sempre busquei a internet e os jogos, desde a era da
conexão discada. Hoje temos uma conexão Predialnet aqui de 600Kbps. No começo ficava
muito em chats, com o mIRC. Hoje uso muito o orkut, o MSN e corro atrás de notícias de
esportes.32
Assim, posteriormente, os jovens perceberam que a Internet também pode ser
uma ferramenta de informação e pesquisa, e não apenas um meio de interação e
comunicação. De acordo com dados do IBGE, entre os 32,1 milhões de pessoas que
acessaram a internet no Brasil em 2005, 13,9 milhões eram estudantes. 71,7% desses
jovens afirmam ter procurado a internet para fazer pesquisas e estudos. Um percentual
considerável, 68,6%, admite que sua maior finalidade ao utilizar a internet é se
comunicar. A proporção dos estudantes que buscaram a leitura de notícias on-line
atingiu 40,7%.33
Desta forma, cada vez mais o jovem tem buscado na internet um meio para se
informar, se comunicar e até mesmo se relacionar. Os blogs, as listas de discussão e os
sites de relacionamento como o orkut, por exemplo, tem a presença maciça de jovens
31
www.Ibope.com.br (acessado em 15/06/2008)
32
Jornal O Globo. Caderno InfoEtc. 26/05/2008. p. 1
33
www.ibge.org.br (acessado em 22/06/2008)
26
usuários da internet. O MSN e o orkut fazem parte do dia-a-dia de boa parte dos jovens
brasileiros que tem acesso à rede. Uma pesquisa realizada em 16 países, divulgada em
matéria do Globo em julho de 2007, indica que os jovens entre 14 e 24 anos no Brasil
são os que têm o maior número de amigos virtuais.34
Não apenas fazem parte do dia-a-
dia como, para muitos, torna-se algo essencial, sem o qual a rotina de vida mudaria
bastante. Foi com base nessa perspectiva que a Marie Claire realizou uma experiência
com cinco jovens brasileiros. A proposta é que os mesmos deveriam ficar sem utilizar o
orkut, o msn e o telefone celular por seis dias, e registrariam diariamente a experiência
com o uso de um gravador.
Assim, Ana Cristina, de vinte e dois anos, passa quatro horas por dia na internet
e tem 250 amigos no orkut, dos quais 10% são amigos na “vida real”. De acordo com
ela, após a experiência ela se redescobriu um ser social. André Leão, de 23 anos, passa
as madrugadas e os finais de semana no computador e após a experiência afirmou ter se
sentido isolado e carente. Marcela Barbosa, de 20 anos, revelou que foi um enorme
sacrifício ficar desconectada e afirmou ter certeza após essa experiência ter mais amigos
online do que na vida real.Vanessa de Campos, de 23 anos, que tem mais de 150 amigos
virtuais, diz que quando algum amigo que encontrá-la basta entrar no MSN. E Evellym
Castro, de 20 anos, lê revistas, faz compras e até pede pizza pela Internet e após a
experiência resgatou um hábito do passado, enviou cartas.35
A experiência com esses jovens retrata algumas mudanças de comportamento
desta geração que sofre a influência da Internet. Parte do tempo deste público, que até
então era utilizado para outras atividades, agora passa a ser destinado a navegar pela
rede. Conversas que antes eram tidas por telefone ou pessoalmente indo até a casa de
amigos agora podem ser realizadas pos mensagens instantâneas ou e-mails. Produtos
34
www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008)
35
Marie Claire, Rio de Janeiro, n. 200, novembro, 2007
27
que antes podiam ser consumidos apenas indo até determinados estabelecimentos agora
podem ser adquiridos pela rede ou comprados via transação com cartão de crédito por
algum site da Internet e entregues em determinado tempo no endereço de destino.
Enfim, a Internet mudou a forma dos jovens internautas consumirem e se relacionarem.
Comprando sem sair de casa
O advento da Internet permitiu o surgimento do comércio eletrônico. Mas afinal,
o que é de fato comércio eletrônico? De acordo com a definição do mestre e doutor em
Administração, Alberto Luiz Albertin, é a realização de toda a cadeia de valor dos
processos de negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das
tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio. Os
processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo as transações
28
negócio-a-negócio, negócio-a-consumidor e intra-organizacional, numa infra-estrutura
predominantemente pública de fácil e livre acesso a baixo custo.36
Vale considerar também o conceito de e-business e a relação deste com o e-
commerce. O comércio eletrônico cobre processos pelos quais os consumidores,
fornecedores e parceiros de negócios são atingidos, incluindo atividades como vendas,
marketing, recepção de pedidos, entregas, serviços ao consumidor e administração de
programas de fidelidade. Já o e-business abrange o comércio eletrônico e também
envolve processos internos como produção, administração de estoques,
desenvolvimento de produtos, administração de riscos, finanças, desenvolvimento de
estratégias, administração do conhecimento e recursos humanos.37
Assim, o comércio
eletrônico restringe-se às transações comerciais de compra e venda, enquanto o e-
business abrange a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio em um
ambiente eletrônico.
De acordo com os ensinos de Potter e Turban, existem vários tipos de Comércio
Eletrônico. Os mais comuns são o B2B (Business-to-Business), que é a negociação
eletrônica entre empresas; o B2C (Business to Consumer), negociação eletrônica entre
empresas e consumidores; o C2B (Consumers-to-Business), a negociação eletrônica
entre consumidores e empresas. E o reverso do B2C, também chamado de leilão
reverso, acontece quando consumidores vendem para empresas; e o C2C (Consumer-to-
Consumer), negociação eletrônica entre consumidores. Esta modalidade é muito
comum, efetua muitas negociações, mas de valores pequenos. O exemplo mais
conhecido no Brasil desta modalidade é o site www.mercadolivre.com.br.38
Para este
36
ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 3ª
ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 15
37
LIMEIRA, Tânia. O Comércio Eletrônico. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 39
38
POTTER, Richard, TURBAN, Efraim e RAINER, Kelly. Administração de Tecnologia da
Informação. 3ª. ed. São Paulo: Campus, 2005
29
estudo, o foco será o tipo B2C. Podemos citar exemplos como o site
www.americanas.com e www.submarino.com.br.
A convergência de dinheiro, comércio e redes está formando um mercado de
consumo global. As empresas podem vender para um cliente do mesmo bairro ou
residente em outro país. A integração dos serviços Web e de tecnologias via satélite tem
estendido o alcance de empresas para vender para qualquer um, em qualquer lugar, a
qualquer momento. Aplicações de consumo estão surgindo e sendo utilizadas cada vez
mais pelas empresas através de lojas on-line e shopping centers eletrônicos. Assim, os
consumidores podem entrar através de computadores em lojas eletrônicas, ver produtos,
ler a descrição dos mesmos, comparar preços e efetuar a compra com seu cartão de
crédito.
Já no ano de 1996, Débora Spar e Jeffrey Bussgang afirmaram que desde quando
a Internet explodiu para o domínio público, ela tinha mantido viva a promessa de uma
revolução comercial. A promessa seria de um novo e radical mundo dos negócios.
Livres das camadas de intermediários, as empresas poderiam vender seus produtos
diretamente a seus clientes; consumidores poderiam customizar produtos, interagir com
as empresas que os fornecem e realizar negócios a partir do conforto de suas próprias
casas.39
Embora para algumas empresas a promessa de um novo mundo dos negócios
ainda não tenha sido cumprida, a afirmação já feita no ano de 1996 tornou-se uma
realidade para diversas empresas.
Hoje, é possível comprar sem precisar sair de casa ou do escritório. Basta ter
acesso a um computador conectado à internet e fazer um pagamento fazer uma
transação via rede e aguardar a entrega do produto no endereço cadastrado. A
comodidade de poder comprar via internet e o poder concedido aos clientes, já que eles
39
SPAR, Debora e BUSSANG, Jeffrey. Ruling the Net.In: Harvard Business Review, maio-junho 1996.
p. 125-133
30
estão cada vez mais no controle tanto da transação quanto das vendas, uma vez que a
rede dá aos compradores mais opções, têm atraído cada vez mais e-consumidores no
Brasil.
De acordo com o IDC (International Data Corporation), o comércio eletrônico
movimentou US$ 76,7 milhões em 1999, sendo US$ 67,6 milhões movimentados em
sites sediados no Brasil.40
Segundo a Agência Estado, empresa de informações online do
Brasil, As compras do consumidor brasileiro feitas pela Internet cresceram mais de
500% em 2000, passando de US$ 121 milhões em 1999 para US$ 770 milhões em
2000. Embora o volume de compras tenha dado um grande salto, o número de
internautas aumentou apenas 20%.
No ano 2000 havia 1,1 milhão de consumidores eletrônicos no país, passando
para 2 milhões no ano seguinte, com um crescimento de 81%, passando para 4,8
milhões em 2005 e chegando a 9,5 milhões em 2007.41
Neste mesmo ano o Brasil
movimentou R$6,2 bilhões em compras realizadas no comércio eletrônico, o que
representou um aumento de 40% em relação a 2006. Em 2007 foram contabilizados
20,4 milhões de pedidos online, ante 14,8 milhões em relação ao ano anterior. No
período analisado, 9,5 milhões de brasileiros fizeram ao menos um pedido via Internet.
Os dados estão disponíveis no Meio e Mensagem e são da 17ª edição do relatório
WebShoppers, realizado pela e-bit, empresa especializada em informações e pesquisas
sobre e-commerce.42
No entanto, vale mencionar que, apesar do crescimento, ainda há muitas pessoas
que não realizam suas compras virtualmente em função do receio quanto à segurança do
pagamento. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia,
40
www.idc.com (acessado em 20/06/2008)
41
www.e-commerce.org.br (acessado em 20/06/2008)
42
www.meioemensagem.com.br (acessado em 13/03/2008)
31
cerca de 80% das compras são pagas com cartão de crédito.43
Pode-se dizer que as
transações com cartão de crédito no ambiente digital são consideradas mais seguras do
que no mundo físico, mas os consumidores de uma forma geral requerem ainda mais
segurança. Outra preocupação é com relação à proteção de privacidade. De acordo com
Frank Fiore, autor do livro E-Marketing Estratégico, os e-business precisam saber qual
deve ser a equação de privacidade para obter a colaboração dos consumidores e fazê-los
abrir mão de suas informações pessoais.44
Uma possibilidade para fornecer mais segurança aos potenciais compradores
virtuais seria realizar o pagamento com informações criptografadas. Porém, de acordo
com Albertin considera-se que a prática de criptografar as informações de cartões de
crédito e enviá-las de um comprador a um vendedor, como mensagem codificada, não
atende a importantes requerimentos para um sistema financeiro adequado, tais como não
repúdio, velocidade, proteção contra danos, privacidade e garantia total de segurança.
Assim, a falta de segurança pode ser considerada um importante fator que provoca
rejeição à compra pela Internet.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas on-line Opinia
no ano de 2001, somente 10% dos internautas brasileiros tinham o hábito de realizar
compras pela rede mundial de computadores. Segundo o levantamento, no entanto, 12%
dos entrevistados tinham rejeição total às compras pela Internet e alegaram,
principalmente, a falta de segurança como o fator prioritário para não adquirir bens por
esse meio.45
O e-commerce perdeu 2,6 bilhões de dólares em 2004, de acordo com
dados, disponíveis no site do Ministério da Ciência e Tecnologia, da empresa de
pesquisas norte-americana eMarketer. O montante, que representa 1,8% do total das
43
ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008)
44
FIORE, Frank. E-Marketing Estratégico. 1ª ed. São Paulo: Makron Books, 2001. p. 239
45
www.opinia.com (acessado em 01/05/2008)
32
vendas, está relacionado a pagamentos fraudulentos e ao medo que os internautas têm
de realizar transações online.46
De acordo com o consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico,
Gastão Mattos, o crescimento no comércio eletrônico seria bem maior se os brasileiros
não tivessem medo de usar o cartão nas compras. "Eu arrisco a dizer que, se as pessoas
não tivessem tanto medo de usar o cartão nas compras virtuais, esse índice poderia ser
de 70%". O consultor afirma ainda que, com relação às compras na internet, os
brasileiros têm uma percepção de insegurança muito maior do que na verdade acontece.
Sempre existiu um medo muito maior do que na verdade deveria acontecer. Não estou
dizendo que não existam problemas. Existem sim. Mas, do ponto de vista estatístico, o
volume de problemas de segurança em compras on-line é muito pequeno, se comparado ao
mundo físico.47
Apesar das inseguranças de alguns que ainda não consomem pela Internet, os
internautas consumidores se mostram satisfeitos com os processos de compra. 90% dos
entrevistados na pesquisa feita pela on-line Opinia responderam estar bastante
satisfeitos com os processos de compra pela internet.48
Esta satisfação está diretamente
relacionada com a qualidade do produto e do serviço oferecido, como prazo de entrega,
facilidade de cadastro e obtenção do produto. Além da facilidade proporcionada pela
Internet para pesquisa de preços, produtos e busca de informações. Assim, os
consumidores têm maior poder de escolha e mais fontes de pesquisas, e as empresas se
deparam com uma maior concorrência. Com isso, buscam investir mais em publicidade
neste meio. De acordo com dados do Inter-Meios divulgado pela IAB Brasil (Interactive
Advertising Bureau), a internet foi a mídia que mais cresceu percentualmente em 2007
em investimentos de publicidade no Brasil, registrando um aumento de cerca de 45%.
46
ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008)
47
http://www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=9053 (acessado em 20/06/2008)
48
www.opinia.com (acessado em 01/05/2008)
33
Assim, o comércio virtual tem se concretizado e crescido no país, e as empresas
tem percebido mais isso a cada dia. A Internet brasileira cresce, se diversifica e acesso
domiciliar já é comparável com os países do Mediterrâneo europeu. Em termos de
intensidade e tipo de acesso residencial, inclusive penetração de tecnologias de alta
velocidade, o Brasil já pode ser comparado com alguns países como Itália, França e
Espanha. O dado faz parte de um estudo comparativo sobre o acesso mundial,
apresentado em evento que reuniu mais de 100 representantes de anunciantes, veículos e
agências de publicidade na sede do IBOPE eRatings, em São Paulo no dia 26 de
fevereiro de 2003.49
Boa parte dos consumidores online é constituída por jovens. O Brasil está em
sétimo lugar dentre os países com maior percentual de jovens online comprando pela
web. Entre os internautas que têm de 12 a 24 anos, 84% costumam visitar lojas online e
16% compram pela web, segundo estudo da Ipsos-Reid divulgado em 2001. A pesquisa
mostrou também que entre os internautas jovens de todo o mundo, 54% visitam lojas
online e 27% compram produtos ou serviços pela web. Ainda segundo o estudo, 19%
dos jovens internautas de todo o mundo compraram música online, 16% roupas e 14%,
livros. 50
Assim, eles adquirem músicas, filmes, acessam home bankings, compram
livros e outros artigos através da rede.
49
www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?
temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=A70B97F18BD9B13483256EC
A00657AAC (acessado em 01/05/2008)
50
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/022001/28022001-8.shl (acessado em 05/05/2008)
34
Os mais consumidos pelos jovens brasileiros no mundo virtual
A oferta de produtos e serviços é enorme no mundo virtual. São DVD´s, livros,
artigos eletrônicos, serviços de banco, roupas, brinquedos, telefone celulares, eletro-
domésticos, artigos de cama, mesa e banho, artigos de moda e acessórios, jogos e até
alimentos e bebidas, enfim, uma vitrine com as mais diversas ofertas. Basta acessar o
site, clicar na categoria desejada, clicar no produto, colocar na sacola ou carrinho
virtual, fazer o cadastro de endereço, inserir o número do cartão de crédito e aguardar a
entrega do produto.
35
A facilidade e a comodidade da compra tem atraído muitos consumidores. De
acordo com matéria da Folha Online publicada em abril de 2007, as compras pela
internet somaram R$ 4,4 bi e crescem 57% no 1º trimestre deste ano. As compras pela
internet de CDS, DVDs, livros e outros bens de consumo, somadas à aquisição de
automóveis e serviços ligados ao turismo somaram R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre
de 2007. O resultado significa um crescimento de 57% em relação ao mesmo período do
ano passado (de R$ 2,8 bilhões).51
Os dados fazem parte do Índice de Varejo On Line,
estudo divulgado E-Consulting e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico
(camara-e.net).
Dentro deste valor gerado a partir do comércio eletrônico, boa parte tem origem
no consumo dos jovens. Cada um dos 2,8 milhões de jovens brasileiros de 12 a 24 anos
que entram na internet dispõe de 397 reais para gastar todos os meses na web, pelas
contas do Ibope//NetRatings - o que significa um potencial de consumo de mais de 1,1
bilhão de reais por mês. Isto porque, diz o Ibope (usando dados do Target Group Index),
estes jovens apresentam uma renda 28% superior à registrada entre o total de brasileiros
com idades entre 12 e 24 anos. No último mês de setembro, estes internautas passaram,
em média, 14h26m navegando na web. Este número só é inferior se comparado com os
americanos, que em setembro passaram 21h48m conectados. 52
Segundo o Ibope, os sites que apresentam maior afinidade com este público são
os de música, entretenimento, comunicação (blogs, e-mail e mensagens instantâneas) e
os das operadoras de telefonia celular, como TIM e Vivo - que apresentam índices de
afinidade com o segmento acima de 50% da média nacional. No setor financeiro e de
comércio, a liderança fica com o Banco do Brasil, com 37% acima de média, seguido de
perto pelo Submarino, com índices de afinidade 27% acima da média no segmento.
51
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116217.shtml (acessado em 19/05/2008)
52
www.ibope.com.br (acessado em 01/04/2008)
36
Assim, os serviços de home banking, home shoppings e home entretainment são os que
mais atraem os jovens brasileiros.
Os serviços de home banking são geralmente categorizados como básicos
intermediários e avançados. Os serviços básicos são relativos a finanças pessoais, os
intermediários incluem uma série crescente de serviços de gerenciamento financeiro
doméstico e os mais avançados incluem intermediação de estoque e fundo mútuo. O
home banking permite aos clientes evitar longas filas e oferece a eles a flexibilidade de
fazer suas transações bancárias a qualquer momento. A falta de tempo dos clientes está
incentivando o uso desses serviços.
Como exemplo de organização que está atuando forte nesse segmento de
público, Juliasz, diretora executiva do IBOPE eRatings, citou o banco Itaú, cuja
participação dos jovens no acesso ao seu site aumentou de 8% em janeiro para 17% em
dezembro passado. Os números do eRatings também mostram que os executivos e
profissionais liberais brasileiros navegam em casa tanto quanto os americanos,
chegando mesmo a superá-los em alguns meses do ano.53
Os serviços de Home Shopping permitem ao consumidor entrar em lojas online,
olhar os produtos, algumas vezes experimentá-los virtualmente - como no caso de
experimentar roupas computadorizadas e poder olhar um reflexo em um espelho digital
- e comprar com entrega imediata contra faturamento em cartão de crédito. As empresas
de varejo estão atentas para o potencial criado pela possibilidade de interatividade com
o consumidor. Lojas como americanas.com e algumas redes de supermercado já
interagem virtualmente com seus consumidores e permitem a oferta e compra virtual.
Os serviços de Home Entertainment permitem que um cliente que deseje assistir
a um filme passe os olhos por um guia online que contém milhares de filmes, vídeos de
53
http://www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008)
37
música, documentários, novelas, concertos e eventos esportivos. Após selecionar um
filme específico de um distribuidor que opera um servidor correspondente, ele envia
uma requisição para o distribuidor. O distribuidor informa-o de que só aceita cartões de
crédito para pagamento. O cliente então envia seu número de cartão de crédito com data
de expiração, utilizando mensagem criptografada. O distribuidor valida o cartão de
crédito e transfere o filme para sua TV set-top, com as proteções necessárias para
prevenir qualquer cópia ou reprodução do filme. Esse mesmo cenário também
caracteriza jogos interativos.
No ano de 2002, os brasileiros entre 12 e 17 anos que acessaram a Internet no
domicílio navegaram mais tempo que alemães, franceses, ingleses, italianos e
espanhóis, de acordo com dados do IBOPE. Os adolescentes brasileiros passam em
média 14 horas mensais na web, contra cerca de 9 horas dos europeus. "Os jovens
internautas brasileiros estão mais expostos à Web que ao cinema, por exemplo", afirma
Fabia Juliasz, diretora executiva do IBOPE eRatings. Ela destaca ainda que:
Esse público é composto majoritariamente pela classe A e B, com grande poder de compra
e influência sobre os gastos familiares em itens como eletrônicos, alimentação e diversão.
Cresceram dentro de um ambiente bem mais digitalizado que a geração anterior, e irão se
relacionar com a mídia e o marketing de maneira mais sofisticada que seus pais.54
Wolton notou que as novas tecnologias agradam tanto aos jovens pela idéia de
abertura, de recusa das mídias de massa, pelo desejo de responder à inegável angústia
antropológica, pela atração que os jovens têm pelo moderno. Para ele, três palavras são
essenciais para compreender o sucesso das novas tecnologias entre os jovens:
autonomia, domínio e velocidade.55
O isso da Internet pelos jovens, especialmente
aqueles mais próximos do topo da pirâmide de classes sociais, tornou-se uma tendência
cada vez maior no mundo.
54
www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008)
55
WOLTON, D. Internet e depois? Um teoria crítica das mídias. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 75
38
Em matéria publicada no Globonline em julho de 2007, Andrew Davidson, vice-
presidente da VBS International Insight, uma divisão da MTV Networks encarregada de
fazer pesquisas, afirma: “os jovens não vêem tecnologia como algo independente – é
parte de suas vidas. Eles não gostam de mandar e-mails ou torpedos por si só, o que eles
gostam é de se comunicar com os amigos o tempo todo.”56
O crescimento da aceitação da internet como ponto central nas vidas dos jovens
têm implicações econômicas significativas. Muito desse sucesso vai depender da
habilidade dos anunciantes em entender e atender às percepções e preocupações com a
população jovem atual.
CONCLUSÃO
Quando a Internet surgiu, provavelmente não se imaginava a proporção que a
mesma alcançaria e os usos que a ela possibilitaria poucos anos depois. Tendo nascido a
partir de necessidades militares nos Estados Unidos, a Internet passou a atender
necessidades acadêmicas e posteriormente teve abertura comercial. Passou por
modificações e evoluiu em pouco tempo, ultrapassando barreiras e estando presente em
quase todos os países do mundo.
Este fenômeno midiático tem atraído a atenção de muitos estudiosos não por
acaso. Com este estudo foi possível perceber o porquê disso. A evolução que ela sofreu,
56
www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008)
39
os serviços que oferece, o alcance que possui, a influência que exerce nos usuários e na
sociedade como um todo é motivo de querer entender e conhecer melhor este meio.
Dentre os diversos serviços que oferece, o Comércio Eletrônico tem sido alvo de
muito discussão e estudo por parte de muitos, principalmente dos que estão inseridos no
mundo empresarial e precisam entender melhor o funcionamento desta nova maneira de
vender e se relacionar com o mercado. Apesar de ser algo ainda incipiente se
consideráramos seu formato e tempo de realização no mercado brasileiro, o Comércio
Eletrônico já sofreu um considerável crescimento e aprimoramento.
O número de compradores têm crescido e, como abordou este trabalho, os
jovens têm sido um alvo potencial para este serviço. É perceptível que a Internet
modificou o comportamento dos jovens que hoje navegam na Internet e que, há pouco
tempo atrás, destinavam este tempo a outras atividades e funções. Antes, mais encontros
com amigos, mais contato pessoal e mais tempo para a família. Hoje, mais amigos
virtuais, comunicação simultânea com várias pessoas através do MSN e do Orkut.
Este projeto abordou não apenas as mudanças nos relacionamentos, mas
principalmente no comportamento de consumo dos jovens brasileiros com o advento da
Internet. Cada vez compram menos CD´s e baixam mais músicas para escutarem no
MP3; Baixam filmes ao invés de irem ao cinema ou à locadora; acessam os bancos de
casa e não enfrentam fila nas agências; compram livros através de compras virtuais e
comparecem menos às livrarias. Enfim, o jovem brasileiro tem se relacionado menos
com o mundo real desde o advento da Internet. O que não necessariamente é bom ou
ruim, mas apenas diferente.
40
BIBLIOGRAFIA
Livros:
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003. p. 18
COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP:
Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 2
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 20
41
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003. p. 14
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003. p. 17
BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. Convergência. In: Uma História Social da Mídia. De
Gutenberg à Internet 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. p. 312
COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP:
Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 9
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 22
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 22
DORIA, Pedro. Se Internet tem definição. In: Manual para a Internet: Uma Visão
Brasileira. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 1995. p. 35
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à
Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à
Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343
VILLAS, Marcos e CAMPOS, Ricardo em TOLHURST, William e PIKE, Mary.
Apêndise: O Brasil na Internet. In: A Internet Um Guia Rápido de Recursos e Serviços.
1ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à
Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 360
LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003. p. 30
42
ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de
sua aplicação. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 15
LIMEIRA, Tânia. O Comércio Eletrônico. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003. p. 39
POTTER, Richard, TURBAN, Efraim e RAINER, Kelly. Administração de Tecnologia
da Informação. 3ª. ed. São Paulo: Campus, 2005
SPAR, Debora e BUSSANG, Jeffrey. Ruling the Net.In: Harvard Business Review,
maio-junho 1996. p. 125-133
FIORE, Frank. E-Marketing Estratégico. 1ª ed. São Paulo: Makron Books, 2001. p. 239
WOLTON, D. Internet e depois? Um teoria crítica das mídias. 1ª ed. Porto Alegre:
Sulina, 2003. p. 75
Jornais:
Jornal do Brasil, Caderno de Informática. 8/06/1992. p.. 3
Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 3
Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 6 e 20/12/1994. p. 1 e 2
Jornal O Globo. Caderno InfoEtc. 26/05/2008. p. 1
Revistas:
Maire Claire, Rio de Janeiro, n. 200, novembro, 2007
Revista Exame. 17/08/1994
Sites:
http://www.darpa.mil/body/arpa_darpa (acessado em 25/04/2008)
http://www.nsf.gov/news/special_reports/nsf-net/textonly/90s.jsp (acessado em
25/04/2008)
http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_040.html (acessado em
01/05/2008)
43
http://www.ncsa.uiuc.edu/Projects/mosaic.html (acessado em 26/04/2008)
http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em
01/05/2008)
http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008)
http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em
01/05/2008)
http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008)
http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds (acessado em 11/04/2008)
http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2115 (acessado em 29/04/2008)
http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008)
http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008)
www.cetic.br (acessado em 10/04/2008)
IBOPE – Nov. 1996 e Mar. 1998 (www.ibope.com.br)
www.Ibope.com.br (acessado em 15/06/2008)
www.ibge.org.br (acessado em 22/06/2008)
www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em
20/06/2008)
www.idc.com (acessado em 20/06/2008)
www.e-commerce.org.br (acessado em 20/06/2008)
www.meioemensagem.com.br (acessado em 13/03/2008)
ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008)
www.opinia.com (acessado em 01/05/2008)
ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008)
http://www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=9053 (acessado em
20/06/2008)
44
www.opinia.com (acessado em 01/05/2008)
www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?
temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=A70B97F18B
D9B13483256ECA00657AAC (acessado em 01/05/2008)
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/022001/28022001-8.shl (acessado em
05/05/2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116217.shtml (acessado em
19/05/2008)
www.ibope.com.br (acessado em 01/04/2008)
http://www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008)
www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008)
www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em
20/06/2008)
45

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Slide Geração Digital
Slide Geração DigitalSlide Geração Digital
Slide Geração DigitalNalva-Brand
 
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDF
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDFNEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDF
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDFFernando Pontes
 
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...Paulo Milreu
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e InternetTerceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internetma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e TecnologiasENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e Tecnologiasma.no.el.ne.ves
 
Facebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo culturalFacebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo culturalTiago Nogueira
 
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação Social
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação SocialNovos Horizontes Profissionais em Comunicação Social
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação SocialNosdaComunicacao
 
Novos Horizontes da Comunicação - Semana Estácio
Novos Horizontes da Comunicação - Semana EstácioNovos Horizontes da Comunicação - Semana Estácio
Novos Horizontes da Comunicação - Semana EstácioCamila Leite
 
3 redes sociais – a conexão
3 redes sociais – a conexão3 redes sociais – a conexão
3 redes sociais – a conexãointerativoweb
 
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBAO Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBAPaperCliQ Comunicação
 
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia BecharaTrevisan Escola de Negócios
 
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.Editora Generale
 

Mais procurados (19)

Slide Geração Digital
Slide Geração DigitalSlide Geração Digital
Slide Geração Digital
 
Cartilha Eleições
Cartilha EleiçõesCartilha Eleições
Cartilha Eleições
 
Media Kit - Seja O Melhor
Media Kit - Seja O MelhorMedia Kit - Seja O Melhor
Media Kit - Seja O Melhor
 
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDF
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDFNEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDF
NEGÓCIOS DIGITAIS – A INTERNET COMO PLATAFORMA DE SERVIÇOS - PDF
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...
Palestra Uninove Bauru - O impacto das novas mídias digitais no comportamento...
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e InternetTerceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
 
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e TecnologiasENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
 
Facebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo culturalFacebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo cultural
 
Pesquisa de reputação on line - llorente & cuenca
Pesquisa de reputação on line - llorente & cuencaPesquisa de reputação on line - llorente & cuenca
Pesquisa de reputação on line - llorente & cuenca
 
Negócios digitais
Negócios digitaisNegócios digitais
Negócios digitais
 
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação Social
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação SocialNovos Horizontes Profissionais em Comunicação Social
Novos Horizontes Profissionais em Comunicação Social
 
Novos Horizontes da Comunicação - Semana Estácio
Novos Horizontes da Comunicação - Semana EstácioNovos Horizontes da Comunicação - Semana Estácio
Novos Horizontes da Comunicação - Semana Estácio
 
Poli tics ed06_art03
Poli tics ed06_art03Poli tics ed06_art03
Poli tics ed06_art03
 
Geração Cybernética
Geração CybernéticaGeração Cybernética
Geração Cybernética
 
3 redes sociais – a conexão
3 redes sociais – a conexão3 redes sociais – a conexão
3 redes sociais – a conexão
 
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBAO Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA
O Uso da Internet por Alunos de Graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA
 
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara
3º Workshop de Aprendizagem e Desenvolvimento - Apresentação de Letícia Bechara
 
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.
Social Commerce - Quando as conversas potencializam as vendas.
 

Semelhante a A influência da internet no comportamento de consumo do jovem brasileiro

Desvendando as Redes Sociais
Desvendando as Redes SociaisDesvendando as Redes Sociais
Desvendando as Redes SociaisIbrahim Cesar
 
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...Victoria Siqueira
 
Novas Tecnologias da Comunicação
Novas Tecnologias da ComunicaçãoNovas Tecnologias da Comunicação
Novas Tecnologias da ComunicaçãoSuzana Cohen
 
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01Camila Leite
 
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMR
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMRO impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMR
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMRPaulo Milreu
 
Desafios aos educadores do século XXI
Desafios aos educadores do século XXI Desafios aos educadores do século XXI
Desafios aos educadores do século XXI SONIA BERTOCCHI
 
Desafios a educadores do século XXI
Desafios a educadores do século XXIDesafios a educadores do século XXI
Desafios a educadores do século XXIEscolas que Inovam
 
Oficina de Internet eEvangelização
Oficina de Internet eEvangelizaçãoOficina de Internet eEvangelização
Oficina de Internet eEvangelizaçãopjest
 
Artigo sobre Redes Sociais na Internet
Artigo sobre Redes Sociais na InternetArtigo sobre Redes Sociais na Internet
Artigo sobre Redes Sociais na Internetisisnogueira
 
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovens
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovensCompartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovens
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovensAlberto Pereira
 
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...Marina Amâncio
 
Mídias sociais na educação inteligência coletiva entre docentes e discentes
Mídias sociais na educação   inteligência coletiva entre docentes e discentesMídias sociais na educação   inteligência coletiva entre docentes e discentes
Mídias sociais na educação inteligência coletiva entre docentes e discentesTiago Nogueira
 
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TA
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TAMedindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TA
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TAErika Heidi
 
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoA+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoMoisés Costa Pinto
 
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02Carlos20115
 
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPC
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPCO impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPC
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPCPaulo Milreu
 
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...Thiago Aisengart Accioly
 

Semelhante a A influência da internet no comportamento de consumo do jovem brasileiro (20)

Síntese conclusiva
Síntese conclusivaSíntese conclusiva
Síntese conclusiva
 
Desvendando as Redes Sociais
Desvendando as Redes SociaisDesvendando as Redes Sociais
Desvendando as Redes Sociais
 
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...
Relacionamento 2.0: a dinâmica entre influenciadores digitais e as marcas em ...
 
Novas Tecnologias da Comunicação
Novas Tecnologias da ComunicaçãoNovas Tecnologias da Comunicação
Novas Tecnologias da Comunicação
 
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01
Novoshorizontes Estcio13 05 090915201615 Phpapp01
 
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMR
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMRO impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMR
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - FMR
 
Desafios aos educadores do século XXI
Desafios aos educadores do século XXI Desafios aos educadores do século XXI
Desafios aos educadores do século XXI
 
Desafios a educadores do século XXI
Desafios a educadores do século XXIDesafios a educadores do século XXI
Desafios a educadores do século XXI
 
Oficina de Internet eEvangelização
Oficina de Internet eEvangelizaçãoOficina de Internet eEvangelização
Oficina de Internet eEvangelização
 
Artigo sobre Redes Sociais na Internet
Artigo sobre Redes Sociais na InternetArtigo sobre Redes Sociais na Internet
Artigo sobre Redes Sociais na Internet
 
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovens
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovensCompartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovens
Compartilhar: um estudo sobre os usos da tecnologia entre os jovens
 
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...
A Utilização das Mídias Digitais nas Manifestações Ocorridas no Brasil em 201...
 
Questões uerj
Questões uerjQuestões uerj
Questões uerj
 
Mídias sociais na educação inteligência coletiva entre docentes e discentes
Mídias sociais na educação   inteligência coletiva entre docentes e discentesMídias sociais na educação   inteligência coletiva entre docentes e discentes
Mídias sociais na educação inteligência coletiva entre docentes e discentes
 
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TA
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TAMedindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TA
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TA
 
Adriana rabassa
Adriana rabassaAdriana rabassa
Adriana rabassa
 
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoA+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
 
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02
Massmedia trabalhodegrupo-090319213544-phpapp02
 
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPC
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPCO impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPC
O impacto das novas mídias digitais no comportamento do consumidor - Grupo RPC
 
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...
COMO AS INTERAÇÕES PROPORCIONADAS PELAS REDES SOCIAIS ONLINE PODEM INFLUENC...
 

Último

Coleção Sentidos Maio/24
Coleção Sentidos                             Maio/24Coleção Sentidos                             Maio/24
Coleção Sentidos Maio/24mktjan
 
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...Fabio Mestriner
 
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdfJooParreira21
 
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...Rothmam Benther
 
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradores
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradoresCartaz de conscientização para donos de animais e moradores
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradoressindiconet
 
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomíniosInformativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomíniossindiconet
 

Último (6)

Coleção Sentidos Maio/24
Coleção Sentidos                             Maio/24Coleção Sentidos                             Maio/24
Coleção Sentidos Maio/24
 
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...
Inteligência de Embalagem - Como a Embalagem Agrega Valor para o Negócio da ...
 
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf
513484301-UFCD-4421-Marketing-na-restaurac-a-o 2 (1).pdf
 
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...
Midiakit BDROPS 2024 - Rede de mídia DOOH com drops de conteúdos em ambientes...
 
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradores
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradoresCartaz de conscientização para donos de animais e moradores
Cartaz de conscientização para donos de animais e moradores
 
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomíniosInformativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
 

A influência da internet no comportamento de consumo do jovem brasileiro

  • 1. A INFLUÊNCIA DA INTERNET NO COMPORTAMENTO DE CONSUMO DO JOVEM BRASILEIRO
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3 CAPÍTULO 1: Do surgimento da internet aos dias de Hoje............................................ 6 CAPÍTULO 2: A chegada da internet ao Brasil e o uso dela pelos jovens.................... 17 CAPÍTULO 3: Comprando sem sair de casa.................................................................. 29 CAPÍTULO 4: Os mais consumidos no mundo virtual.................................................. 36 CONCLUSÃO................................................................................................................ 40 2
  • 3. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como principal tema o advento da internet e a influência que ela tem no comportamento de consumo dos jovens brasileiros de 17 a 25 anos. Este estudo faz referência ao surgimento da Internet, abordando como, quando e por que surgiu e como foi sua evolução até os dias de hoje. O crescimento da Internet desde o seu surgimento e as mudanças que ela tem sofrido desde então, tem influenciado o comportamento de muitos internautas brasileiros, e dos jovens especificamente, considerando que estes constituem o maior percentual dos que navegam pela rede. Com isso, será possível entender um pouco mais esta geração que nasceu e cresceu neste mundo globalizado e cibernético. Que uso fazem, o que mais a atrai nesta nova tecnologia, como se relacionam, o que buscam e qual o tempo que destinam à navegação. Compreender a forma que esta geração se utiliza desta ferramenta e como isso afetou sua maneira de consumir é importante para aqueles que se utilizam do Comércio Eletrônico e vendem produtos para este público, desenvolvem ferramentas de comunicação Web e estratégias de Marketing para atingir os jovens. A relevância deste projeto está no fato de permitir a possibilidade do leitor compreender melhor a história da Internet, a forma como ela tem evoluído e impactado alguns comportamentos sociais. Com isso, será possível dar início a alguns questionamentos importantes para entender o comportamento de consumo dos jovens nos dias de hoje e pensar em novas formas de se utilizar da internet como um forte e influente meio de comunicação com este público. O objetivo principal é dar uma breve noção do que é a mídia Internet e das mudanças que ela provocou e vem provocando desde que surgiu. Não espera-se que após a leitura deste projeto o leitor domine o assunto por inteiro, mas que tenha uma boa 3
  • 4. noção do que é a Internet, como surgiu, os serviços que oferece e como o jovem se relaciona com ela. A partir destas colocações, o leitor que tiver maior interesse no assunto poderá buscar em fontes sobre o assunto, muitas delas utilizadas neste trabalho, mais informações sobre o tema para melhor compreensão e estudo sobre o assunto. Como objetivos secundários, este projeto tem por finalidade provocar uma reflexão acerca deste fenômeno midiático que acaba por ser um fenômeno social ao provocar mudanças no comportamento, na comunicação, no consumo e no relacionamento daqueles que a utilizam. Vale refletir, também, sobre o impacto que a Internet é capaz de provocar e como isto se reflete em um país como o Brasil, onde para muitos a Internet ainda é uma realidade distante em função das desigualdades sociais existentes no país. Além destes objetivos, o de conceder uma introdução ao assunto para aqueles que tiverem maior interesse em entender mais do tema. A proposta do trabalho será desenvolvida em quatro capítulos. Os dois primeiros capítulos têm como objetivo principal apresentar como a Internet surgiu, se desenvolveu e evoluiu no Brasil e no mundo. O primeiro capítulo abordando o surgimento da Internet, os principais nomes no decorrer da sua história, como foi a sua evolução, como ela foi se constituindo e como foi a sua expansão pelo mundo. O segundo dará foco ao desenvolvimento da Internet no Brasil. Como ela chegou, de que forma se desenvolveu e se estabeleceu no país e como foram os contatos dos jovens com ela em um primeiro momento e como esta relação se desenvolveu até os dias de hoje. A partir da compreensão de como se dá o relacionamento dos jovens brasileiros com a Internet, os dois últimos capítulos têm como foco principal o Comércio Eletrônico. O terceiro capítulo tem por finalidade apresentar como funciona o e- commerce e o que ele representa para o país em termos econômicos. Quanto movimenta de dinheiro, como funciona e como tem se desenvolvido nos últimos anos. 4
  • 5. Já o quarto capítulo tem como foco principal o comportamento de consumo dos jovens brasileiros com o advento do ciberespaço. Quanto consomem, quais são os produtos mais procurados e o que os motiva os atrai neste meio. Portanto, ao final da leitura deste projeto o leitor terá uma breve noção da história da Internet, de Comércio Eletrônico e da relação do jovem brasileiro com esta nova mídia. É apenas uma introdução a um estudo que é muito rico e tem muitas informações importantes para aqueles que pretendem desenvolver negócios virtuais para os jovens brasileiros ou compreender a Internet como um fenômeno social. 5
  • 6. Do surgimento da internet aos dias de hoje Desde seu surgimento, a Internet tem revolucionado a sociedade, não só na sua forma de se comunicar, mas também na maneira de se relacionar e se comportar. Tendo nascido nos Estados Unidos a partir de necessidades militares, sendo utilizada posteriormente para fins acadêmicos, e tendo sido aberta para a sociedade como um todo na década de 90, hoje é um meio de comunicação interação, integração, informação e entretenimento presente nos mais diversos países e utilizado pelos mais diversos tipos de pessoas. Desde que surgiu até os dias atuais, a Internet tem mudado e evoluído com muita velocidade em pouco tempo de história. A história da Internet tem início na década de 60 e ainda se constrói nos dias de hoje. O crescimento da mesma tem sido considerável neste tempo, e isto a distingue dos outros meios de comunicação. Para que se possa ter uma idéia, basta considerar que o telefone levou 35 anos para atingir 50 milhões de usuários, o rádio 22 anos, a televisão 26 anos, o celular 13 anos e a Internet levou apenas 4 anos para atingir 50 milhões de usuários no mundo.1 Diante do fato da Internet ser um meio de comunicação que vem sofrendo tantas mudanças, ganhando novos adeptos e novidades a cada dia, além de provocar uma revolução social, torna-se curioso e interessante conhecer sobre o seu surgimento e sua evolução até os dias atuais. No entanto, é relevante levar em consideração que o crescimento da Internet nessas proporções não teria sido possível sem as mídias criadas anteriormente. Elas impulsionaram o desenvolvimento da Internet e permitiram que a Internet fosse socialmente mais aceitável pelo fato da sociedade já ter tido experiências anteriores com outras novas tecnologias de épocas diferentes. Não seri possível, por exemplo, falar através da internet por meio de viva voz se não tivesse tido uma experiência anterior 1 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 18 6
  • 7. com o telefone e o celular, ou ainda poder assistir vídeos pela Internet se a sociedade não estivesse familiarizada com a televisão. Na década de 60, durante a Guerra Fria, existia nos Estados Unidos uma rede que ligava os departamentos de pesquisa às bases militares. Toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, bastava, portanto, que a antiga URSS lançasse uma bomba na base militar norte-americana para que a comunicação da defesa dos Estados Unidos entrasse em colapso. Temendo que isso pudesse ocorrer, o governo americano visou estabelecer um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas. A criação desta rede ficou sob a responsabilidade da Advanced Research Projects Agency (ARPA), o centro de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos. A ARPA foi criada em 1957, durante a Guerra Fria, com o intuito de estabelecer a liderança norte-americana em ciência e tecnologia na área militar. Sendo assim, apoiou diversos projetos na área de informática, principalmente em assuntos relacionados a redes de computadores e sistemas operacionais, e desenvolveu a ARPANet (Advanced Research Projects Agency Network), que iniciou sua operação em setembro de 1969. Com um backbone (infra-estrutura da rede) que passava por baixo da terra, o que o tornava mais difícil de ser interrompido, a ARPANet ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido, o que dificultava a sua destruição. Apesar da ARPANet ser o marco de interações sociais via rede, em agosto de 1962 já se tinham os primeiros registros de interações desse tipo. Esses registros foram escritos por J.C.R. Licklider, do Massachussets Institute of Technology (MIT), em uma série de memorandos discutindo o conceito da “Rede Galáxica”. Ele previa vários computadores interconectados globalmente, pelo meio dos quais todos poderiam acessar 7
  • 8. dados e programas de qualquer local rapidamente. Assim, Licklider estabeleceu a importância do conceito de redes computadorizadas, tendo convencido inclusive os seus sucessores, Ivan Sutherland, Robert Taylor e Lawrence G. Roberts, sobre isso. Licklider, físico, matemático e psicólogo norte-americano, foi o primeiro gerente do programa de pesquisa de computador da ARPA, começando em outubro de 1962. Em 1965, Larry Roberts e Thomas Merrill, pesquisadores do MIT, conectaram um computador TX-2 em Massachussets com um Q-32 na Califórnia com uma linha discada de baixa velocidade, criando assim o primeiro computador de rede do mundo. O resultado deste experimento foi a comprovação de que computadores poderiam trabalhar bem juntos, rodando programas e recuperando dados quando necessário em máquinas remotas. No final de 1966, Larry Roberts começou a trabalhar na ARPA para desenvolver o conceito das redes computadorizadas e elaborou o seu plano para a ARPANet, publicado em 1967. Em agosto de 1968, um grupo dirigido por Frank Heart, da Bolt Beranek e Newman (BBN) iniciou o desenvolvimento do Interface Message Processor (IMP), um processador de mensagens cujo o roteamento de pacotes entre os mesmos era a base de funcionamento da ARPANet. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são divididos em pequenas partes, identificadas de forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir. Simultaneamente ao desenvolvimento do IMP, Roberts em conjunto com Howard Frank e seu grupo da Network Analysis Corporation desenvolviam e otimizavam a topologia e economia da rede, e o sistema de mensuração da rede era preparado pelo pessoal de Kleinrock na University of California at Los Angeles (UCLA). Com estes trabalhos desenvolvidos, foi dado o primeiro nó da rede com o computador SDS Sigma 7 (da Scientific Data Systems, hoje Xerox) da University of 8
  • 9. California at Los Angeles (UCLA), interligado ao computador SDS 940, da Standford Research Institute (SRI). Com isso, a primeira mensagem entre servidores foi enviada do laboratório de Kleinrock para o SRI. Posteriormente, o computador IBM 360/75 da University of California at Santa Bárbara (UCSB) foi acrescentado aos dois nós então existentes e, finalmente, o computador DEC/PDP – 10 da Universidade of Utah formou o quarto nó da rede. Cada nó da rede conectava-se a um IMP, que por sua vez conectava-se aos IMP’s de outros nós, fazendo, então, a interligação de todos os nós. Assim, no final de 1969, quatro servidores estavam conectados na ARPANet . Computadores foram rapidamente adicionados à ARPANet nos anos seguintes e os grupos de trabalho desenvolveram um protocolo servidor a servidor funcionalmente completo e outros softwares de rede. Em dezembro de 1971, o Network Working Group (NWG), gerenciado por S. Crocker, concluiu o primeiro protocolo servidor a servidor da ARPANet, chamado Network Control Protocol (NCP). Assim, de 1971 a 1972, os usuários da rede finalmente puderam começar a desenvolver as suas aplicações. Em outubro de 1972 foi feita a primeira demonstração pública da ARPANet, quando Robert Kahn, PhD em engenharia elétrica pela Universidade de Princeton e professor assistente de engenharia elétrica no MIT, organizou uma grande e bem sucedida demonstração sobre a nova tecnologia de rede na Conferência Internacional de Comunicação entre Computadores (ICCC). Foi também em 1972 que o correio eletrônico foi introduzido. Em março deste ano, Ray Tomlinson, da BBN, escreveu o software básico de e-mail com as funções de send (enviar) e read (ler), motivado pela necessidade dos desenvolvedores da ARPANet terem um fácil mecanismo de coordenação. O e-mail aderiu mais funções em julho, quando Roberts escreveu o primeiro programa utilitário de e-mail para listar, ler 9
  • 10. seletivamente, arquivar, encaminhar e responder as mensagens. Dali, o correio eletrônico se tornou a maior aplicação de rede por mais de uma década. Em 1973, a College University de Londres foi conectada ao Royal Radar Establishment, na Noruega, o que caracterizou a primeira conexão internacional da ARPANet. E no ano seguinte, foram apresentados por Robert Kahn e Vinton Cerf, matemático e cientista da computação, os primeiros estudos sobre um novo protocolo de comunicação. A abordagem arquitetônica para a comunicação de Kahn e a experiência em NCP de Cerf possibilitaram a construção do que se tornou o Transimssion Control Protocol (TCP/IP). Denominado oficialmente Pilha de Protocolos de interligação em redes TCP/IP (após os nomes de seus dois padrões principais) essa pilha pode ser utilizada para comunicação em qualquer conjunto de redes interconectadas.2 O TCP/IP foi utilizado em várias redes, tendo sido adotado como protocolo padrão da ARPANet em 1982. Na passagem da década de 70 para a de 80, começaram a surgir as primeiras estações de trabalho, sendo o sistema operacional Unix 4.2BSD (Berkeley Software Distribution), que já trazia os protocolos TCP/IP embutidos, utilizado pela maioria delas.3 Em 1983 a ARPANet havia crescido bastante, e já era constituída por mais de mil computadores conectados. Surge, então, a Internet, termo derivado da junção de duas palavras inglesas: International Network. Assim, o termo Internet significa rede internacional e designa a rede mundial pública de computadores interligados, por meio da qual são transmitidos dados e informações. 4 2 COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 2 3 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 20 4 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 14 10
  • 11. Neste mesmo ano de 1983, a Defense Comunication Agency (DCA) dividiu a ARPANet em duas redes distintas, uma para futuras pesquisas, que conservou o nome ARPANet, e outra para comunicação de caráter militar, denominada como MILNET. Ambas continuavam conectadas e ao conjunto delas se deu o nome de DARPA Internet. DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) foi o nome dado a ARPA em 23 de março de 1972. Em fevereiro de 1993 foi renomeada como ARPA e no mesmo mês do ano de 1996 passou novamente a ser chamada de DARPA, como é denominada atualmente. 5 Ainda no ano de 1983, foi criado o Internet Architeture Board (IAB), com o intuito de estimular o intercâmbio de idéias entre os principais envolvidos em pesquisas relacionadas ao TCP/IP e à Internet. Tendo passado por várias reorganizações desde então, hoje está divido em Internet Engineering Task Force (IETF), responsável por corrigir problemas de engenharia da Internet a curto e médio prazo, e Internet Research Task Force (IRTF), que estabelece prioridades e coordena as atividades de pesquisa em tecnologia na área de redes de computadores. Dentre essas funções do IAB, também estão as de publicar documentos sobre a Internet e designar e registrar os vários identificadores para o funcionamento da rede. Em 1985, a National Science Fundation (NSF), órgão de fomento à pesquisa existente nos Estados Unidos, iniciou um programa para estabelecer redes de acesso centralizadas em torno de seus cinco centros de supercomputadores. Seu objetivo era permitir o acesso de professores e pesquisadores a estas máquinas. Assim, a NSF expandiu o desenvolvimento de redes ao criar a NSFNET, em 1986. A NSFNET era uma rede inicialmente com um backbone de velocidade de transmissão de 56 Kbps interligando diversas redes de universidades e centros de pesquisa aos centros de 5 http://www.darpa.mil/body/arpa_darpa (acessado em 25/04/2008) 11
  • 12. supercomputação nos Estados Unidos. Em 1988, o backbone da NSFNET passou para 1.544 Mbps, denominado T1, e passou a ter posteriormente, em 1991, 44.736 Mbps, sendo chamado de T3.6 Diante deste cenário, em 1989 a NSFNET, mantida com apoio das organizações IBM (empresa de computadores), MCI (empresa de telecomunicações) e MERIT (instituição responsável pela rede de computadores de instituições educacionais de Michigan), que formaram uma associação conhecida como Advanced Network and Services (ANS) em 1987, passa a ser o backbone da rede das redes e a ARPANet encerra suas operações. A NSFNET foi aberta, então, para incluir outras redes disseminadas pelo mundo, e teve o seu uso ampliado para além das atividades acadêmicas. Em março de 1989, Tim Berners-Lee, pesquisador do Centro Europeu de Pesquisas voltado para o estudo das partículas, muda definitivamente a face da Internet ao sugerir um projeto que tinha por objetivo reunir a Internet, o hipertexto e a multimídia. “Suponha que eu tenha a possibilidade de programar meu computador para criar um espaço em que tudo possa ser ligado a tudo. Suponha que toda a informação arquivada nos computadores de todos os lugares estivesse interligada.”7 Especulava ele na época. Mas ele não fez apenas especulações, e foi capaz de concretizar sua idéia ao criar um padrão para representar dados e informações transmitidas pela Internet denominado Hipertex Markup Language (HTML). O HTML possibilita que um link, para outra página ou documento arquivado no mesmo computador ou em outro computador na Internet, seja anexado a uma frase ou palavra. Cada informação tem um endereço único e pode ser encontrada por qualquer 6 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 17 7 BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. Convergência. In: Uma História Social da Mídia. De Gutenberg à Internet 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. p. 312 12
  • 13. usuário da rede. Surge, assim, a World Wide Web (www ou W3 ou Web), que teve a sua primeira página lançada em 6 de agosto de 1991.8 Com o seu surgimento o conteúdo da rede ficou mais atraente ao possibilitar a incorporação de imagens e sons. Os endereços da Web se iniciam com http, que significa Hipertext Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Hipertexto). A World Wide Web é uma rede que foi projetada para facilitar a troca de informações e idéias entre os pesquisadores do Laboratório Europeu de Pesquisas em Física Nuclear, e hoje é utilizada por milhares de pessoas em todo o mundo. A utilização considerável da World Wide Web está muito relacionada ao fato da mesma não estar vinculada a nenhum sistema proprietário, conforme fala o próprio Tim Berners-Lee, em entrevista à Veja na edição especial de tecnologia de julho de 1996: 9 “A web só decolou porque não estava vinculada a nenhum sistema proprietário, pelo qual as pessoas teriam de pagar para ter acesso. Digo isso porque, antes da web, muitas idéias de sistemas fracassaram. Eram semelhantes ao que criei, mas não eram abertos.” Meses após a criação da Web, a National Center for Supercomputing Applications (NCSA), iniciou um projeto que tinha como finalidade desenvolver um software para procura de informações disponíveis na Web. Assim, Marc Andreesen desenvolve o Mosaic v 1.0, um programa de navegação para o sistema X-Windows, lançado em 1993. Surge, então, a primeira interface gráfica, versátil e multiplataforma, ou seja, nasce o browser. A NSCA ofereceu o download gratuito do Mosaic, descrito na seção de negócios do New York Times de dezembro de 1993 como “a primeira janela para o ciberespaço” e em 1994 o programa já tinha milhões de usuários no worldwide.10 Desde 1993 diversos browsers foram desenvolvidos, dentre eles o Natscape e o Internet 8 http://www.nsf.gov/news/special_reports/nsf-net/textonly/90s.jsp (acessado em 25/04/2008) 9 http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_040.html (acessado em 01/05/2008) 10 http://www.ncsa.uiuc.edu/Projects/mosaic.html (acessado em 26/04/2008) 13
  • 14. Explorer. Com o surgimento do browser surgem os primeiros provedores de acesso comercial, que foram crescendo em número de equipamentos e conexões. Na década de 90, grandes companhias voltadas para o setor de computadores, bem como muitas outras organizações de grande porte como companhias de petróleo, indústria automobilística, empresas de eletrônica, companhias farmacêuticas e portadoras de telecomunicações, conectaram-se à Internet. Em 1994, de acordo com Comer em seu livro Interligação em Rede com TCP/IP, a Internet alcançava mais de 3 milhões de computadores em 61 países.11 Em 1995, o governo norte-americano deixou de ser o patrocinador da rede. O controle de seu backbone passou a ser feito por entidades comerciais, o que liberou o tráfego para fins não acadêmicos. Neste mesmo ano a Internet já estava sendo utilizada pelo governo, por inúmeras empresas e indivíduos como mídia de relevância e impacto. Diante deste cenário no qual a Internet desvincula-se da tutela governamental nos Estados Unidos, sua administração passa a ser fortemente descentralizada. No entanto, são necessários mecanismos para que um mínimo indispensável de controle e coordenação central funcionem. Com o intuito de efetuar esta coordenação, algumas organizações foram criadas, e as mais importantes são a Internet Society (ISOC) e o InterNIC. Ambas têm como objetivo básico estimular as adesões à Internet e coordenar, de alguma forma, sua utilização em todo o mundo. A Internet Society é uma organização internacional sem fins lucrativos criada em 1992 com o objetivo de promover a Internet e a tecnologia que a faz funcionar. Além disso, organiza congressos e seminários com o intuito de divulgar conhecimentos da tecnologia de redes. Tem escritórios em Washington DC, nos Estados Unidos, e em Geneva, na Suíça, dedicados a assegurar o desenvolvimento aberto, a evolução e o uso 11 COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 9 14
  • 15. da Internet para benefício das pessoas em todo o mundo. Esta organização reúne mais de 100 organizações e 20.000 pessoas de 180 países.12 Outra importante entidade relacionada à administração da Internet é o InterNIC, formado por três distintas organizações: General Atomics, Performance Systems International e AT&T. Este é o principal centro de informação da rede que coordena as poucas atividades da Internet que são necessariamente centralizadas, ou seja, o gerenciamento de endereços IP, de domínios e de computadores que desempenham papéis vitais no funcionamento da Internet. O InterNIC também atua como um centro de informações sobre a Internet, possuindo banco de dados com referências sobre recursos disponíveis na rede, relatos de trabalhos e documentos oficiais da Internet. Em 1995, mais da metade das máquinas da rede se localizavam em outros países além dos Estados Unidos.13 Segundo o Network Wizard Internet Domains Survey, em julho de 1995 já havia mais de 6 milhões de computadores permanentemente conectados à Internet.14 Assim, muitas pessoas em diversas partes do mundo podiam se comunicar pelo e-mail, expor suas opiniões em listas de discussão, em News ou em BBS´s (Bulletin Board System), batiam papo pelos serviços de comunicação online como o Talk e IRC, ou ainda conversavam através de viva voz e vídeo-conferência. Além dos serviços de comunicação, na década de 90 a Internet já permitia a transferência de arquivos pelo FTP e a procura de arquivos e programas pelo Archie ou pelo Gopher. Desde então, a Internet já se modificou bastante, e algumas das ferramentas e serviços disponíveis na década de 90 já nem existem mais, como o Gopher. Já outras, como o serviço de viva voz e vídeo conferência, evoluíram consideravelmente. Mas a 12 http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em 01/05/2008) 13 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 22 14 http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008) 15
  • 16. Internet não sofreu modificações apenas no que se refere aos serviços oferecidos por ela, mas também no número de usuários conectados a esta enorme rede. Segundo dados do Network Wizard Internet Domains Survey, em janeiro de 2000 mais de 72 milhões de computadores estavam conectados à Internet, passando para 171 milhões em janeiro de 2003 e 317 milhões no mesmo mês do ano de 2005.15 O número de pessoas que acessaram a internet em janeiro de 2007 atingiu 746 milhões e 824 milhões em janeiro de 2008, de acordo com estudo divulgado pela empresa de pesquisa comScore.16 Esses dados mostram que a internet vem crescendo e evoluindo a cada dia desde que surgiu. Hoje este meio oferece as mais diversas opções de uso e entretenimento. Muitos fazem o uso diário do e-mail, conversam pelo chat ou pelo MSN, fazem compras virtualmente, conhecem pessoas em sites de relacionamento, expõem idéias e opiniões em blogs ou listas de discussão, sofrem impactos com as mídias interativas, buscam informações, empregos e até namorados, realizam pesquisas, ou simplesmente navegam de um site para o outro. O número de usuários cresce a cada dia e novidades surgem a todo o momento no maior sistema de comunicação desenvolvido até os dias de hoje, sendo difícil falar com precisão tudo o que a Internet oferece. Diante deste cenário, a definição de Pedro Doria em seu livro Manual para a Internet: Uma Visão Brasileira, define com uma boa metáfora o que é a Internet: “A Internet é uma cidade. Todos os serviços de comunicação que funcionam como a Internet são cidades (...) A Internet é uma cidade onde podemos encontrar de tudo. Como qualquer grande cidade.”17 A chegada da Internet ao Brasil e o uso dela pelos jovens 15 http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds (acessado em 11/04/2008) 16 http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2115 (acessado em 29/04/2008) 17 DORIA, Pedro. Se Internet tem definição. In: Manual para a Internet: Uma Visão Brasileira. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 1995. p. 35 16
  • 17. A história da Internet no Brasil tem início em universidades e centros de pesquisa. No início da década de 80, muitos pesquisadores brasileiros já reconheciam a importância da tecnologia de redes de computadores. Assim, com o intuito de fomentar as pesquisas nesta área e com o objetivo de criar uma infra-estrutura de redes no Brasil, criou-se um consórcio de instituições acadêmicas, o LARC (Laboratório Nacional de Redes de Computadores). Em 1986, a implantação da NSFNet nos Estados Unidos serviu como modelo de caminho a ser seguido no Brasil, impulsionando os projetos de interligação a uma rede internacional. Em outubro de 1987, a possibilidade de se criar uma rede de computadores para fins de ensino e pesquisa foi discutida em uma reunião realizada na USP (Universidade de São Paulo) por representantes de entidades acadêmicas, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da SEI (Secretaria Especial de Informática) e da Embratel. Nesta mesma reunião, foi levantada a questão legal do impedimento da comutação de tráfego de terceiros, em uma estrutura de telecomunicações montada por clientes da Embratel, em função do monopólio estatal de telecomunicações. Até o final dos anos 90, o monopólio das telecomunicações no país era exercido por empresas do grupo Telebrás, composto pela Embratel, responsável por serviços interurbanos e internacionais, e por operadoras regionais, responsáveis por serviços de acesso dentro de um único estado. Assim, uma universidade que liberasse seu acesso internacional a outra, estaria indo de encontro ao monopólio das telecomunicações. Diante deste cenário, em outubro de 1988, um mês depois do estabelecimento da primeira conexão internacional feita pelo LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), no Rio de Janeiro, esta restrição não era mais aplicada a casos específicos de pesquisa e ensino. 17
  • 18. As universidades brasileiras fizeram suas primeiras conexões às redes internacionais de pesquisa através da rede BITNet (Because it´s Time Network). Esta é uma rede, que transportava mensagens de correio eletrônico, composta por máquinas de grande porte capazes de oferecer serviços de processamento a milhares de usuários através de milhares de terminais conectados diretamente ou através de uma rede. Em setembro de 1988, o LNCC, no Rio de Janeiro, conectou-se à BITNet através da Universidade de Maryland, em College Park, usando uma linha de 9.600bps e ofereceu o serviço de linha discada a qualquer pesquisador reconhecido pelo CNPq. Em novembro, a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) se ligou ao Fermilab (Fermi National Laboratory), em Chicago, a 4.800bps. Assim, a FAPESP tinha conexão para as redes BITNet e HEPNet (Hight Energy Physics Network), e considerava em seu projeto a interligação de instituições de todo o estado de São Paulo. Uma terceira conexão foi estabelecida em maio de 1989, entre a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Desta forma, o país possuía neste período três ilhas distintas de acesso à BITNet. Diante deste cenário, o MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) criou um Grupo de Trabalho (GT) que tinha o objetivo de apresentar uma rede acadêmica nacional. A curto prazo, o GT deveria articular a integração de esforços para evitar que a comunicação entre instituições nacionais fossem feitas através dos Estados Unidos. Diante da complexidade do projeto, o GT foi vinculado de maneira formal à chefia do gabinete do MCT. Estavam vinculados ao projeto representantes do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), da 18
  • 19. FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul). Em 1989, este grupo apoiava o projeto da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), que foi lançada oficialmente em 1990.18 O projeto da RNP foi concebido com o intuito de construir uma infra-estrutura de rede Internet nacional de âmbito acadêmico e disseminar o uso de redes no país. Em 1991, os estado do Rio de Janeiro e de São Paulo foram interligados através de uma conexão entre o LNCC e a FAPESP. Posteriormente, a conectividade se estendeu a outros centros de pesquisa no país, e até o final de 1991 poucos estados não possuíam pelo menos um nó na rede. Neste mesmo ano ocorreu a primeira conexão à Internet com uma linha dedicada de 9.600bps, feita pela FAPESP.19 A conectividade IP foi logo estendida para algumas instituições nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Vale mencionar, no entanto, que apesar de se considerar que a primeira conexão brasileira com a Internet tenha sido feita no ano de 1991, o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), em 1989 já havia se conectado à rede. Em parceria com o Institute for Global Communications (IGC), dos Estados Unidos, e com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e de outras agências internacionais, o IBASE colocou em operação o Alternex, um serviço internacional de mensagens e conferências eletrônicas pioneiro no país, com o intuito de promover o intercâmbio de informações entre ONG´s de todo o mundo. Através do Alternex era possível trocar mensagens com diversos sistemas de correio eletrônico de todo o mundo, incluindo a Internet. 18 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343 19 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343 19
  • 20. O principal fator para a conexão tardia do país a rede Internet se deve ao fato da Secretaria Especial de Informática (SEI) do Ministério de Ciência e Tecnologia, com amplos poderes até 1990 para determinar as tecnologias de computação e comunicação a serem usadas nas comunidades acadêmicas e de pesquisa, defender as soluções OSI/ISO no campo da comunicação entre computadores. A tecnologia Internet não era considerada uma alternativa adequada ao OSI, pois o mesmo não era governado por padrões internacionais formais. Porém, quando Collor assume a presidência, os poderes da SEI são reduzidos o governo não mais adere à posição declarada de se opor ao uso da tecnologia Internet, composta por protocolos TCP/IP, nas redes de pesquisa. A partir de então, a RNP foi reformulada e pouco tempo depois conseguiu se desenvolver de fato, posto que a tecnologia OSI, utilizada até julho de 1990 não permitia mais do que troca de mensagens por correio eletrônico. Para projeção de uma rede nacional, era necessário adotar uma topologia de malha, o que requer uma estrutura administrativa própria. Era, então, necessária a adoção de uma estratégia que permitisse que o financiamento para a provisão da infra-estrutura de rede fosse feito pelo governo. Assim, o CNPq , sob a coordenação de Tadao Takahashi, baseou-se em uma arquitetura de rede que refletisse a organização administrativa do país, com três níveis de backbone: nacional, financiado pelo governo federal e responsável um ponto de presença da Internet em cada estado; regional, financiado pelo estado e incumbido de promover a conexão das instituições regionais; e institucional, no qual cada universidade ou centro de pesquisa é responsável pela interligação e custeamento das redes existentes em seu campus.. Em 1993, a RNP já atendia a 11 estados brasileiros e o Brasil já havia alcançado a posição de trigésimo país em ordem de atividade, com cerca de 2.000 nomes de computadores registrados no domínio .BR do Domain Name System (DNS). Entre 20
  • 21. 1991 e 1993, foi montado o backbone da Fase I da RNP. Nesta primeira fase a Internet se concentrou nos meios acadêmicos, e poucos fora deste meio sabiam da sua existência. Mesmo no ambiente acadêmico brasileiro, muitos pesquisadores e alunos só conheciam a BITNet. Para que sem tenha idéia da incipiência da Internet no Brasil e do seu baixo conhecimento no país nesta primeira fase da RNP, vale mencionar uma reportagem publicada no Caderno de Informática do Jornal do Brasil em junho de 1992. Uma reportagem sobre a ECO-92, ao mencionar o uso de computadores para conectar jornalistas, ambientalistas e estudantes com o restante do mundo não fala no nome Internet, apesar de mencionar a conexão do IBASE. Apenas cita a rede mais conhecida pelos brasileiros, a BITNet.20 O backbone da Fase II da RNP foi montado entre os anos de 1994 e 1996. Enquanto a Fase I tinha conexões em velocidades de 9,6 a 64 Kbps, a Fase II possuía uma infra-estrutura bem mais veloz. Esta segunda fase marca o início da Internet comercial no Brasil. Em julho de 1994 foi assinado um convênio entre o MiniCom (Ministério de Comunicação) e o MCT para cobrança de tarifas mais baratas para o tráfego de dados. O dinheiro economizado seria usado pelo CNPq para ampliara capacidade da estrutura da RNP, e, assim, possibilitar a abertura da rede para a iniciativa privada.21 Nos meses seguintes, vários artigos explicando o que era a Internet circulavam em revistas e jornais. Uma relação contendo 28 home pages brasileiras, todas de instituições de ensino e pesquisa, foi publicada em novembro de 1994 no Caderno de Informática do Jornal do Brasil.22 Modens e livros para internautas iniciantes estavam na lista de sugestões de presentes de Natal daquele ano. E pedidos como ganhar uma linha 20 Jornal do Brasil, Caderno de Informática. 8/06/1992. p.. 3 21 Revista Exame. 17/08/1994 22 Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 3 21
  • 22. dedicada para conectar-se à Internet ou ter a garantia que o país tivesse um acesso cada vez mais democrático à rede eram feitos.23 Neste ano de 1994 eram poucos os serviços disponíveis na Internet, no Brasil e todos relacionados com universidades e institutos de pesquisa. As listas de discussões era um dos serviços disponíveis. Estavam vinculadas, em sua maioria, a servidores de listas da FAPESP. Os serviços de FTP (File Transfer Protocol), que permitem a transferência de arquivos entre computadores através da rede, estavam disponíveis em alguns sites brasileiros, cuja maioria não possuía arquivos de índice que descrevessem a estrutura lógica dos diretórios. O serviço de busca de informações através de menus, o Gopher, também estava disponível. O correio eletrônico e o www também já eram disponibilizados e o Whois, um serviço de diretórios que permite a descoberta de nomes, códigos, endereços eletrônicos ou postais, redes ou organizações na Internet que estejam cadastrados numa base de dados. 24 Tendo a Fase II uma melhor velocidade de conexão, a RNP estende seus serviços de acesso a todos os setores da sociedade, redefinindo, assim, o seu papel ao deixar de ser um backbone restrito ao meio acadêmico. Desta forma, o governo fornece conectividade a provedores de acesso comerciais. Neste momento, diante deste acontecimentos, há um importante passo para a consolidação da Internet comercial no Brasil. Assim, em dezembro de 1994 a Embratel, juntamente com a RNP e a Sun microsystems, inaugurou o acesso à Internet em caráter experimental. Tanto as empresas como os usuários individuais fariam uso gratuito até o primeiro dia do mês de maio do ano de 1995, quando o acesso seria liberado definitivamente a todos os interessados. 25 23 Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 6 e 20/12/1994. p. 1 e 2 24 VILLAS, Marcos e CAMPOS, Ricardo em TOLHURST, William e PIKE, Mary. Apêndise: O Brasil na Internet. In: A Internet Um Guia Rápido de Recursos e Serviços. 1ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. 25 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 360 22
  • 23. No final de abril de 1995, a Secretaria de Serviços de Comunicação propôs através de uma minuta de portaria que a exploração do serviço de acesso à rede fosse liberada para empresas privadas, que teriam assegurado o direito de concorrer com as empresas do sistema Telebrás em iguais condições. E, assim, no dia 31 de maio do mesmo ano foi publicada uma Nota Conjunta de MC e do MCT com as regras gerais de funcionamento da Internet no Brasil. De acordo com ela, as empresas do Sistema Telebrás não deveriam mais oferecer serviço aos usuários finais, apenas conectividade IP a provedores de acesso e informação. A presença destas últimas seria feita de forma complementar a da iniciativa privada, nos casos em que a atuação do setor público fosse necessária para estimular o surgimento de provedores e usuários. Neste período, a RNP passou por uma redefinição de seu papel, estendendo seus serviços de acesso a todos os setores da sociedade e dando apoio à consolidação da Internet comercial no Brasil. Foi criado o Centro de Informações Internet/BR para dar suporte no surgimento de provedores e usuários da rede. Mais de 3.000 questões relativas à Internet foram respondidas em seu primeiro ano de funcionamento.26 Desde então, há um aumento considerável de acessos a rede e torna-se necessário uma infra- estrutura mais veloz e segura. Diante da necessidade de melhorar a infra-estrutura, há um investimento em tecnologia. Assim, em outubro de 1999, os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Educação (MEC) assinaram um convênio, o Programa Interministerial de Implantação e Manutenção da Rede Nacional para Ensino e Pesquisa (PI-MEC/MCT), com o objetivo de levar a rede acadêmica a um novo patamar. Investiriam R$ 215 milhões na implantação e manutenção do backbone RNP2.27 Assim, inicia-se a Fase III da RNP, que tinha por objetivo o desenvolvimento de uma infra-estrutura de rede 26 http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008) 27 http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008) 23
  • 24. avançada, capaz de atender às novas necessidades de banda e de serviços para ensino e pesquisa. E em maio de 2000, o novo backbone RNP2 é inaugurado e interliga os 27 estados brasileiros.28 Assim, hoje, diversos centros de pesquisa e instituições de ensino superior fazem uso intensivo da Internet por meio dos serviços da RNP. Além desta, o Comitê Gestor da Internet (CG) e a FAPESP são outros dois órgãos do Governo que desempenham o importante papel no desenvolvimento da Internet no país. O CG, criado em maio de 1995, tem como principais atribuições a fomentação do desenvolvimento de serviços Internet no Brasil, a coordenação da atribuição de endereços Internet, o registro de nomes de domínios e a interconexão de backbones a recomendação de padrões e procedimentos técnicos e operacionais para a Internet e coletagem, organização e disseminação de informações sobre os serviços Internet. Já a FAPESP operacionaliza o registro dos nomes de domínios e atribui números IP no Brasil. Em relação ao uso da internet no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, 7.774.000 domicílios brasileiros possuíam acesso à rede no ano de 2007. No que se refere ao perfil do usuário, dados da mesma pesquisa revelam que 35% dos internautas brasileiros eram jovens de 16 a 24 anos que faziam uso dos mais diversos serviços na web,.29 Mas o interesse desta geração de jovens da primeira década do ano 2000 pela internet não é recente, já no ano de 1996 esta geração fazia uso deste meio. De acordo com dados de uma pesquisa realizada pelo IBOPE no ano de 1996, 65% dos internautas brasileiros tinham até 29 anos, sendo 30% pessoas com até 19 anos. Em relação à renda familiar, 28 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 30 29 www.cetic.br (acessado em 10/04/2008) 24
  • 25. 43% dos internautas tinham uma renda de 20 a 50 salários mínimos. No ano de 1998, 33% dos internautas brasileiros tinham até 19 anos e 32% de 10 a 29 anos.30 Desta forma, pode-se considerar que a internet é um meio de comunicação que atrai principalmente os jovens. A interatividade que o meio oferece e o dinamismo da rede são fatores influentes para atrair a atenção e o desejo de uso pela geração jovem. O principal atrativo da rede, que permitiu os primeiros contatos desta geração com a internet, foi a possibilidade de se comunicar com amigos e outras pessoas. Seja através de e-mails, seja participando de discussões em grupo ou conversando em particular através do IRC (Internet Relay Chat). Bate-papo ou Chat ("conversa", em inglês) é o nome popular que foi dado para o IRC, o sistema online de troca de mensagens textuais. A moda de comunicação online entre os jovens teve início com o mIRC, um programa que conecta o usuário a um servidor da rede de IRC na Internet, criado em 1995. Todos os servidores de IRC no mundo estão interconectados e passam mensagens de usuário para usuário. Já no ano de 1997, foi criado o ICQ, cujo nome tem origem na expressão I Seek You (Eu Procuro Você). É uma ferramenta de comunicação online que permite a comunicação entre amigos e familiares, principalmente, pois a comunicação só é possível com pessoas cadastradas no ICQ e adicionadas à lista do usuário. Para ter acesso ao ICQ é necessário instalar o programa e realizar o registro de usuário. No momento do registro o usuário tem a possibilidade de inserir dados pessoais, para permitir que outros usuários o reconheçam, e recebe um número de ICQ. A partir deste número é possível adicionar e ser adicionado por outras pessoas, e toda vez que alguém se conecta ao ICQ o programa anuncia aos usuários definidos na lista. Em 1999 a AOL adquiriu a Mirabilis, empresa responsável pelo ICQ, englobou o serviço e desenvolveu seu próprio, AOL Instant Messenger. Neste mesmo ano a 30 IBOPE – Nov. 1996 e Mar. 1998 (www.ibope.com.br) 25
  • 26. Microsoft decidiu lançar seu comunicador instantâneo e lançou o MSN Messenger. À este novo programa foi incorporado smiles e desenhos, além de jogos, e o mesmo foi integrado ao Hotmail e ao sistema operacional Windows. Com este serviço houve uma queda no número de usuários do ICQ que migraram para o MSN Messenger. Este aplicativo cresceu 71% no país entre julho de 2002 e maio de 2003, de acordo com dados do Ibope e Ratings.com. Pelos dados do instituto, existia até meados de 2003 1,8 milhão de pessoas usando o programa, o equivalente a 52,5% do total de usuários de mensageiros instantâneos no país.31 Victor Sarmento, de 17 anos, é um dos usuários do MSN e fez a seguinte declaração em reportagem do Caderno Infoetc, do jornal O Globo: Uso computador desde os 11 anos e sempre busquei a internet e os jogos, desde a era da conexão discada. Hoje temos uma conexão Predialnet aqui de 600Kbps. No começo ficava muito em chats, com o mIRC. Hoje uso muito o orkut, o MSN e corro atrás de notícias de esportes.32 Assim, posteriormente, os jovens perceberam que a Internet também pode ser uma ferramenta de informação e pesquisa, e não apenas um meio de interação e comunicação. De acordo com dados do IBGE, entre os 32,1 milhões de pessoas que acessaram a internet no Brasil em 2005, 13,9 milhões eram estudantes. 71,7% desses jovens afirmam ter procurado a internet para fazer pesquisas e estudos. Um percentual considerável, 68,6%, admite que sua maior finalidade ao utilizar a internet é se comunicar. A proporção dos estudantes que buscaram a leitura de notícias on-line atingiu 40,7%.33 Desta forma, cada vez mais o jovem tem buscado na internet um meio para se informar, se comunicar e até mesmo se relacionar. Os blogs, as listas de discussão e os sites de relacionamento como o orkut, por exemplo, tem a presença maciça de jovens 31 www.Ibope.com.br (acessado em 15/06/2008) 32 Jornal O Globo. Caderno InfoEtc. 26/05/2008. p. 1 33 www.ibge.org.br (acessado em 22/06/2008) 26
  • 27. usuários da internet. O MSN e o orkut fazem parte do dia-a-dia de boa parte dos jovens brasileiros que tem acesso à rede. Uma pesquisa realizada em 16 países, divulgada em matéria do Globo em julho de 2007, indica que os jovens entre 14 e 24 anos no Brasil são os que têm o maior número de amigos virtuais.34 Não apenas fazem parte do dia-a- dia como, para muitos, torna-se algo essencial, sem o qual a rotina de vida mudaria bastante. Foi com base nessa perspectiva que a Marie Claire realizou uma experiência com cinco jovens brasileiros. A proposta é que os mesmos deveriam ficar sem utilizar o orkut, o msn e o telefone celular por seis dias, e registrariam diariamente a experiência com o uso de um gravador. Assim, Ana Cristina, de vinte e dois anos, passa quatro horas por dia na internet e tem 250 amigos no orkut, dos quais 10% são amigos na “vida real”. De acordo com ela, após a experiência ela se redescobriu um ser social. André Leão, de 23 anos, passa as madrugadas e os finais de semana no computador e após a experiência afirmou ter se sentido isolado e carente. Marcela Barbosa, de 20 anos, revelou que foi um enorme sacrifício ficar desconectada e afirmou ter certeza após essa experiência ter mais amigos online do que na vida real.Vanessa de Campos, de 23 anos, que tem mais de 150 amigos virtuais, diz que quando algum amigo que encontrá-la basta entrar no MSN. E Evellym Castro, de 20 anos, lê revistas, faz compras e até pede pizza pela Internet e após a experiência resgatou um hábito do passado, enviou cartas.35 A experiência com esses jovens retrata algumas mudanças de comportamento desta geração que sofre a influência da Internet. Parte do tempo deste público, que até então era utilizado para outras atividades, agora passa a ser destinado a navegar pela rede. Conversas que antes eram tidas por telefone ou pessoalmente indo até a casa de amigos agora podem ser realizadas pos mensagens instantâneas ou e-mails. Produtos 34 www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008) 35 Marie Claire, Rio de Janeiro, n. 200, novembro, 2007 27
  • 28. que antes podiam ser consumidos apenas indo até determinados estabelecimentos agora podem ser adquiridos pela rede ou comprados via transação com cartão de crédito por algum site da Internet e entregues em determinado tempo no endereço de destino. Enfim, a Internet mudou a forma dos jovens internautas consumirem e se relacionarem. Comprando sem sair de casa O advento da Internet permitiu o surgimento do comércio eletrônico. Mas afinal, o que é de fato comércio eletrônico? De acordo com a definição do mestre e doutor em Administração, Alberto Luiz Albertin, é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio. Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo as transações 28
  • 29. negócio-a-negócio, negócio-a-consumidor e intra-organizacional, numa infra-estrutura predominantemente pública de fácil e livre acesso a baixo custo.36 Vale considerar também o conceito de e-business e a relação deste com o e- commerce. O comércio eletrônico cobre processos pelos quais os consumidores, fornecedores e parceiros de negócios são atingidos, incluindo atividades como vendas, marketing, recepção de pedidos, entregas, serviços ao consumidor e administração de programas de fidelidade. Já o e-business abrange o comércio eletrônico e também envolve processos internos como produção, administração de estoques, desenvolvimento de produtos, administração de riscos, finanças, desenvolvimento de estratégias, administração do conhecimento e recursos humanos.37 Assim, o comércio eletrônico restringe-se às transações comerciais de compra e venda, enquanto o e- business abrange a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio em um ambiente eletrônico. De acordo com os ensinos de Potter e Turban, existem vários tipos de Comércio Eletrônico. Os mais comuns são o B2B (Business-to-Business), que é a negociação eletrônica entre empresas; o B2C (Business to Consumer), negociação eletrônica entre empresas e consumidores; o C2B (Consumers-to-Business), a negociação eletrônica entre consumidores e empresas. E o reverso do B2C, também chamado de leilão reverso, acontece quando consumidores vendem para empresas; e o C2C (Consumer-to- Consumer), negociação eletrônica entre consumidores. Esta modalidade é muito comum, efetua muitas negociações, mas de valores pequenos. O exemplo mais conhecido no Brasil desta modalidade é o site www.mercadolivre.com.br.38 Para este 36 ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 15 37 LIMEIRA, Tânia. O Comércio Eletrônico. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 39 38 POTTER, Richard, TURBAN, Efraim e RAINER, Kelly. Administração de Tecnologia da Informação. 3ª. ed. São Paulo: Campus, 2005 29
  • 30. estudo, o foco será o tipo B2C. Podemos citar exemplos como o site www.americanas.com e www.submarino.com.br. A convergência de dinheiro, comércio e redes está formando um mercado de consumo global. As empresas podem vender para um cliente do mesmo bairro ou residente em outro país. A integração dos serviços Web e de tecnologias via satélite tem estendido o alcance de empresas para vender para qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer momento. Aplicações de consumo estão surgindo e sendo utilizadas cada vez mais pelas empresas através de lojas on-line e shopping centers eletrônicos. Assim, os consumidores podem entrar através de computadores em lojas eletrônicas, ver produtos, ler a descrição dos mesmos, comparar preços e efetuar a compra com seu cartão de crédito. Já no ano de 1996, Débora Spar e Jeffrey Bussgang afirmaram que desde quando a Internet explodiu para o domínio público, ela tinha mantido viva a promessa de uma revolução comercial. A promessa seria de um novo e radical mundo dos negócios. Livres das camadas de intermediários, as empresas poderiam vender seus produtos diretamente a seus clientes; consumidores poderiam customizar produtos, interagir com as empresas que os fornecem e realizar negócios a partir do conforto de suas próprias casas.39 Embora para algumas empresas a promessa de um novo mundo dos negócios ainda não tenha sido cumprida, a afirmação já feita no ano de 1996 tornou-se uma realidade para diversas empresas. Hoje, é possível comprar sem precisar sair de casa ou do escritório. Basta ter acesso a um computador conectado à internet e fazer um pagamento fazer uma transação via rede e aguardar a entrega do produto no endereço cadastrado. A comodidade de poder comprar via internet e o poder concedido aos clientes, já que eles 39 SPAR, Debora e BUSSANG, Jeffrey. Ruling the Net.In: Harvard Business Review, maio-junho 1996. p. 125-133 30
  • 31. estão cada vez mais no controle tanto da transação quanto das vendas, uma vez que a rede dá aos compradores mais opções, têm atraído cada vez mais e-consumidores no Brasil. De acordo com o IDC (International Data Corporation), o comércio eletrônico movimentou US$ 76,7 milhões em 1999, sendo US$ 67,6 milhões movimentados em sites sediados no Brasil.40 Segundo a Agência Estado, empresa de informações online do Brasil, As compras do consumidor brasileiro feitas pela Internet cresceram mais de 500% em 2000, passando de US$ 121 milhões em 1999 para US$ 770 milhões em 2000. Embora o volume de compras tenha dado um grande salto, o número de internautas aumentou apenas 20%. No ano 2000 havia 1,1 milhão de consumidores eletrônicos no país, passando para 2 milhões no ano seguinte, com um crescimento de 81%, passando para 4,8 milhões em 2005 e chegando a 9,5 milhões em 2007.41 Neste mesmo ano o Brasil movimentou R$6,2 bilhões em compras realizadas no comércio eletrônico, o que representou um aumento de 40% em relação a 2006. Em 2007 foram contabilizados 20,4 milhões de pedidos online, ante 14,8 milhões em relação ao ano anterior. No período analisado, 9,5 milhões de brasileiros fizeram ao menos um pedido via Internet. Os dados estão disponíveis no Meio e Mensagem e são da 17ª edição do relatório WebShoppers, realizado pela e-bit, empresa especializada em informações e pesquisas sobre e-commerce.42 No entanto, vale mencionar que, apesar do crescimento, ainda há muitas pessoas que não realizam suas compras virtualmente em função do receio quanto à segurança do pagamento. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, 40 www.idc.com (acessado em 20/06/2008) 41 www.e-commerce.org.br (acessado em 20/06/2008) 42 www.meioemensagem.com.br (acessado em 13/03/2008) 31
  • 32. cerca de 80% das compras são pagas com cartão de crédito.43 Pode-se dizer que as transações com cartão de crédito no ambiente digital são consideradas mais seguras do que no mundo físico, mas os consumidores de uma forma geral requerem ainda mais segurança. Outra preocupação é com relação à proteção de privacidade. De acordo com Frank Fiore, autor do livro E-Marketing Estratégico, os e-business precisam saber qual deve ser a equação de privacidade para obter a colaboração dos consumidores e fazê-los abrir mão de suas informações pessoais.44 Uma possibilidade para fornecer mais segurança aos potenciais compradores virtuais seria realizar o pagamento com informações criptografadas. Porém, de acordo com Albertin considera-se que a prática de criptografar as informações de cartões de crédito e enviá-las de um comprador a um vendedor, como mensagem codificada, não atende a importantes requerimentos para um sistema financeiro adequado, tais como não repúdio, velocidade, proteção contra danos, privacidade e garantia total de segurança. Assim, a falta de segurança pode ser considerada um importante fator que provoca rejeição à compra pela Internet. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas on-line Opinia no ano de 2001, somente 10% dos internautas brasileiros tinham o hábito de realizar compras pela rede mundial de computadores. Segundo o levantamento, no entanto, 12% dos entrevistados tinham rejeição total às compras pela Internet e alegaram, principalmente, a falta de segurança como o fator prioritário para não adquirir bens por esse meio.45 O e-commerce perdeu 2,6 bilhões de dólares em 2004, de acordo com dados, disponíveis no site do Ministério da Ciência e Tecnologia, da empresa de pesquisas norte-americana eMarketer. O montante, que representa 1,8% do total das 43 ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008) 44 FIORE, Frank. E-Marketing Estratégico. 1ª ed. São Paulo: Makron Books, 2001. p. 239 45 www.opinia.com (acessado em 01/05/2008) 32
  • 33. vendas, está relacionado a pagamentos fraudulentos e ao medo que os internautas têm de realizar transações online.46 De acordo com o consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gastão Mattos, o crescimento no comércio eletrônico seria bem maior se os brasileiros não tivessem medo de usar o cartão nas compras. "Eu arrisco a dizer que, se as pessoas não tivessem tanto medo de usar o cartão nas compras virtuais, esse índice poderia ser de 70%". O consultor afirma ainda que, com relação às compras na internet, os brasileiros têm uma percepção de insegurança muito maior do que na verdade acontece. Sempre existiu um medo muito maior do que na verdade deveria acontecer. Não estou dizendo que não existam problemas. Existem sim. Mas, do ponto de vista estatístico, o volume de problemas de segurança em compras on-line é muito pequeno, se comparado ao mundo físico.47 Apesar das inseguranças de alguns que ainda não consomem pela Internet, os internautas consumidores se mostram satisfeitos com os processos de compra. 90% dos entrevistados na pesquisa feita pela on-line Opinia responderam estar bastante satisfeitos com os processos de compra pela internet.48 Esta satisfação está diretamente relacionada com a qualidade do produto e do serviço oferecido, como prazo de entrega, facilidade de cadastro e obtenção do produto. Além da facilidade proporcionada pela Internet para pesquisa de preços, produtos e busca de informações. Assim, os consumidores têm maior poder de escolha e mais fontes de pesquisas, e as empresas se deparam com uma maior concorrência. Com isso, buscam investir mais em publicidade neste meio. De acordo com dados do Inter-Meios divulgado pela IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), a internet foi a mídia que mais cresceu percentualmente em 2007 em investimentos de publicidade no Brasil, registrando um aumento de cerca de 45%. 46 ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008) 47 http://www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=9053 (acessado em 20/06/2008) 48 www.opinia.com (acessado em 01/05/2008) 33
  • 34. Assim, o comércio virtual tem se concretizado e crescido no país, e as empresas tem percebido mais isso a cada dia. A Internet brasileira cresce, se diversifica e acesso domiciliar já é comparável com os países do Mediterrâneo europeu. Em termos de intensidade e tipo de acesso residencial, inclusive penetração de tecnologias de alta velocidade, o Brasil já pode ser comparado com alguns países como Itália, França e Espanha. O dado faz parte de um estudo comparativo sobre o acesso mundial, apresentado em evento que reuniu mais de 100 representantes de anunciantes, veículos e agências de publicidade na sede do IBOPE eRatings, em São Paulo no dia 26 de fevereiro de 2003.49 Boa parte dos consumidores online é constituída por jovens. O Brasil está em sétimo lugar dentre os países com maior percentual de jovens online comprando pela web. Entre os internautas que têm de 12 a 24 anos, 84% costumam visitar lojas online e 16% compram pela web, segundo estudo da Ipsos-Reid divulgado em 2001. A pesquisa mostrou também que entre os internautas jovens de todo o mundo, 54% visitam lojas online e 27% compram produtos ou serviços pela web. Ainda segundo o estudo, 19% dos jovens internautas de todo o mundo compraram música online, 16% roupas e 14%, livros. 50 Assim, eles adquirem músicas, filmes, acessam home bankings, compram livros e outros artigos através da rede. 49 www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect? temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=A70B97F18BD9B13483256EC A00657AAC (acessado em 01/05/2008) 50 http://info.abril.com.br/aberto/infonews/022001/28022001-8.shl (acessado em 05/05/2008) 34
  • 35. Os mais consumidos pelos jovens brasileiros no mundo virtual A oferta de produtos e serviços é enorme no mundo virtual. São DVD´s, livros, artigos eletrônicos, serviços de banco, roupas, brinquedos, telefone celulares, eletro- domésticos, artigos de cama, mesa e banho, artigos de moda e acessórios, jogos e até alimentos e bebidas, enfim, uma vitrine com as mais diversas ofertas. Basta acessar o site, clicar na categoria desejada, clicar no produto, colocar na sacola ou carrinho virtual, fazer o cadastro de endereço, inserir o número do cartão de crédito e aguardar a entrega do produto. 35
  • 36. A facilidade e a comodidade da compra tem atraído muitos consumidores. De acordo com matéria da Folha Online publicada em abril de 2007, as compras pela internet somaram R$ 4,4 bi e crescem 57% no 1º trimestre deste ano. As compras pela internet de CDS, DVDs, livros e outros bens de consumo, somadas à aquisição de automóveis e serviços ligados ao turismo somaram R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre de 2007. O resultado significa um crescimento de 57% em relação ao mesmo período do ano passado (de R$ 2,8 bilhões).51 Os dados fazem parte do Índice de Varejo On Line, estudo divulgado E-Consulting e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). Dentro deste valor gerado a partir do comércio eletrônico, boa parte tem origem no consumo dos jovens. Cada um dos 2,8 milhões de jovens brasileiros de 12 a 24 anos que entram na internet dispõe de 397 reais para gastar todos os meses na web, pelas contas do Ibope//NetRatings - o que significa um potencial de consumo de mais de 1,1 bilhão de reais por mês. Isto porque, diz o Ibope (usando dados do Target Group Index), estes jovens apresentam uma renda 28% superior à registrada entre o total de brasileiros com idades entre 12 e 24 anos. No último mês de setembro, estes internautas passaram, em média, 14h26m navegando na web. Este número só é inferior se comparado com os americanos, que em setembro passaram 21h48m conectados. 52 Segundo o Ibope, os sites que apresentam maior afinidade com este público são os de música, entretenimento, comunicação (blogs, e-mail e mensagens instantâneas) e os das operadoras de telefonia celular, como TIM e Vivo - que apresentam índices de afinidade com o segmento acima de 50% da média nacional. No setor financeiro e de comércio, a liderança fica com o Banco do Brasil, com 37% acima de média, seguido de perto pelo Submarino, com índices de afinidade 27% acima da média no segmento. 51 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116217.shtml (acessado em 19/05/2008) 52 www.ibope.com.br (acessado em 01/04/2008) 36
  • 37. Assim, os serviços de home banking, home shoppings e home entretainment são os que mais atraem os jovens brasileiros. Os serviços de home banking são geralmente categorizados como básicos intermediários e avançados. Os serviços básicos são relativos a finanças pessoais, os intermediários incluem uma série crescente de serviços de gerenciamento financeiro doméstico e os mais avançados incluem intermediação de estoque e fundo mútuo. O home banking permite aos clientes evitar longas filas e oferece a eles a flexibilidade de fazer suas transações bancárias a qualquer momento. A falta de tempo dos clientes está incentivando o uso desses serviços. Como exemplo de organização que está atuando forte nesse segmento de público, Juliasz, diretora executiva do IBOPE eRatings, citou o banco Itaú, cuja participação dos jovens no acesso ao seu site aumentou de 8% em janeiro para 17% em dezembro passado. Os números do eRatings também mostram que os executivos e profissionais liberais brasileiros navegam em casa tanto quanto os americanos, chegando mesmo a superá-los em alguns meses do ano.53 Os serviços de Home Shopping permitem ao consumidor entrar em lojas online, olhar os produtos, algumas vezes experimentá-los virtualmente - como no caso de experimentar roupas computadorizadas e poder olhar um reflexo em um espelho digital - e comprar com entrega imediata contra faturamento em cartão de crédito. As empresas de varejo estão atentas para o potencial criado pela possibilidade de interatividade com o consumidor. Lojas como americanas.com e algumas redes de supermercado já interagem virtualmente com seus consumidores e permitem a oferta e compra virtual. Os serviços de Home Entertainment permitem que um cliente que deseje assistir a um filme passe os olhos por um guia online que contém milhares de filmes, vídeos de 53 http://www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008) 37
  • 38. música, documentários, novelas, concertos e eventos esportivos. Após selecionar um filme específico de um distribuidor que opera um servidor correspondente, ele envia uma requisição para o distribuidor. O distribuidor informa-o de que só aceita cartões de crédito para pagamento. O cliente então envia seu número de cartão de crédito com data de expiração, utilizando mensagem criptografada. O distribuidor valida o cartão de crédito e transfere o filme para sua TV set-top, com as proteções necessárias para prevenir qualquer cópia ou reprodução do filme. Esse mesmo cenário também caracteriza jogos interativos. No ano de 2002, os brasileiros entre 12 e 17 anos que acessaram a Internet no domicílio navegaram mais tempo que alemães, franceses, ingleses, italianos e espanhóis, de acordo com dados do IBOPE. Os adolescentes brasileiros passam em média 14 horas mensais na web, contra cerca de 9 horas dos europeus. "Os jovens internautas brasileiros estão mais expostos à Web que ao cinema, por exemplo", afirma Fabia Juliasz, diretora executiva do IBOPE eRatings. Ela destaca ainda que: Esse público é composto majoritariamente pela classe A e B, com grande poder de compra e influência sobre os gastos familiares em itens como eletrônicos, alimentação e diversão. Cresceram dentro de um ambiente bem mais digitalizado que a geração anterior, e irão se relacionar com a mídia e o marketing de maneira mais sofisticada que seus pais.54 Wolton notou que as novas tecnologias agradam tanto aos jovens pela idéia de abertura, de recusa das mídias de massa, pelo desejo de responder à inegável angústia antropológica, pela atração que os jovens têm pelo moderno. Para ele, três palavras são essenciais para compreender o sucesso das novas tecnologias entre os jovens: autonomia, domínio e velocidade.55 O isso da Internet pelos jovens, especialmente aqueles mais próximos do topo da pirâmide de classes sociais, tornou-se uma tendência cada vez maior no mundo. 54 www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008) 55 WOLTON, D. Internet e depois? Um teoria crítica das mídias. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 75 38
  • 39. Em matéria publicada no Globonline em julho de 2007, Andrew Davidson, vice- presidente da VBS International Insight, uma divisão da MTV Networks encarregada de fazer pesquisas, afirma: “os jovens não vêem tecnologia como algo independente – é parte de suas vidas. Eles não gostam de mandar e-mails ou torpedos por si só, o que eles gostam é de se comunicar com os amigos o tempo todo.”56 O crescimento da aceitação da internet como ponto central nas vidas dos jovens têm implicações econômicas significativas. Muito desse sucesso vai depender da habilidade dos anunciantes em entender e atender às percepções e preocupações com a população jovem atual. CONCLUSÃO Quando a Internet surgiu, provavelmente não se imaginava a proporção que a mesma alcançaria e os usos que a ela possibilitaria poucos anos depois. Tendo nascido a partir de necessidades militares nos Estados Unidos, a Internet passou a atender necessidades acadêmicas e posteriormente teve abertura comercial. Passou por modificações e evoluiu em pouco tempo, ultrapassando barreiras e estando presente em quase todos os países do mundo. Este fenômeno midiático tem atraído a atenção de muitos estudiosos não por acaso. Com este estudo foi possível perceber o porquê disso. A evolução que ela sofreu, 56 www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008) 39
  • 40. os serviços que oferece, o alcance que possui, a influência que exerce nos usuários e na sociedade como um todo é motivo de querer entender e conhecer melhor este meio. Dentre os diversos serviços que oferece, o Comércio Eletrônico tem sido alvo de muito discussão e estudo por parte de muitos, principalmente dos que estão inseridos no mundo empresarial e precisam entender melhor o funcionamento desta nova maneira de vender e se relacionar com o mercado. Apesar de ser algo ainda incipiente se consideráramos seu formato e tempo de realização no mercado brasileiro, o Comércio Eletrônico já sofreu um considerável crescimento e aprimoramento. O número de compradores têm crescido e, como abordou este trabalho, os jovens têm sido um alvo potencial para este serviço. É perceptível que a Internet modificou o comportamento dos jovens que hoje navegam na Internet e que, há pouco tempo atrás, destinavam este tempo a outras atividades e funções. Antes, mais encontros com amigos, mais contato pessoal e mais tempo para a família. Hoje, mais amigos virtuais, comunicação simultânea com várias pessoas através do MSN e do Orkut. Este projeto abordou não apenas as mudanças nos relacionamentos, mas principalmente no comportamento de consumo dos jovens brasileiros com o advento da Internet. Cada vez compram menos CD´s e baixam mais músicas para escutarem no MP3; Baixam filmes ao invés de irem ao cinema ou à locadora; acessam os bancos de casa e não enfrentam fila nas agências; compram livros através de compras virtuais e comparecem menos às livrarias. Enfim, o jovem brasileiro tem se relacionado menos com o mundo real desde o advento da Internet. O que não necessariamente é bom ou ruim, mas apenas diferente. 40
  • 41. BIBLIOGRAFIA Livros: LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 18 COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 2 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 20 41
  • 42. LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 14 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 17 BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. Convergência. In: Uma História Social da Mídia. De Gutenberg à Internet 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. p. 312 COMER, Douglas. Introdução e visão geral. In: Interligação em Rede com TCP/IP: Princípios, Protocolos e Arquitetura. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p. 9 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 22 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 22 DORIA, Pedro. Se Internet tem definição. In: Manual para a Internet: Uma Visão Brasileira. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 1995. p. 35 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343 FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 343 VILLAS, Marcos e CAMPOS, Ricardo em TOLHURST, William e PIKE, Mary. Apêndise: O Brasil na Internet. In: A Internet Um Guia Rápido de Recursos e Serviços. 1ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. FILIPPO, Denise e SZTAJNBERG, Alexandre. A Internet no Brasil. In: Bem-Vindo à Internet. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 1996. p. 360 LIMEIRA, Tânia. Entendendo a internet. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 30 42
  • 43. ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 15 LIMEIRA, Tânia. O Comércio Eletrônico. In: E-Marketing. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 39 POTTER, Richard, TURBAN, Efraim e RAINER, Kelly. Administração de Tecnologia da Informação. 3ª. ed. São Paulo: Campus, 2005 SPAR, Debora e BUSSANG, Jeffrey. Ruling the Net.In: Harvard Business Review, maio-junho 1996. p. 125-133 FIORE, Frank. E-Marketing Estratégico. 1ª ed. São Paulo: Makron Books, 2001. p. 239 WOLTON, D. Internet e depois? Um teoria crítica das mídias. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 75 Jornais: Jornal do Brasil, Caderno de Informática. 8/06/1992. p.. 3 Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 3 Jornal do Brasil. Caderno de Informática. 22/11/1994. p. 6 e 20/12/1994. p. 1 e 2 Jornal O Globo. Caderno InfoEtc. 26/05/2008. p. 1 Revistas: Maire Claire, Rio de Janeiro, n. 200, novembro, 2007 Revista Exame. 17/08/1994 Sites: http://www.darpa.mil/body/arpa_darpa (acessado em 25/04/2008) http://www.nsf.gov/news/special_reports/nsf-net/textonly/90s.jsp (acessado em 25/04/2008) http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_040.html (acessado em 01/05/2008) 43
  • 44. http://www.ncsa.uiuc.edu/Projects/mosaic.html (acessado em 26/04/2008) http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em 01/05/2008) http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008) http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_038.html (acessado em 01/05/2008) http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds/ (acessado em 11/04/2008) http://www.isc.org/index.pl?/ops/ds (acessado em 11/04/2008) http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2115 (acessado em 29/04/2008) http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008) http://www.rnp.br/rnp/historico.html (acessado em 19/05/2008) www.cetic.br (acessado em 10/04/2008) IBOPE – Nov. 1996 e Mar. 1998 (www.ibope.com.br) www.Ibope.com.br (acessado em 15/06/2008) www.ibge.org.br (acessado em 22/06/2008) www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008) www.idc.com (acessado em 20/06/2008) www.e-commerce.org.br (acessado em 20/06/2008) www.meioemensagem.com.br (acessado em 13/03/2008) ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008) www.opinia.com (acessado em 01/05/2008) ftp.mct.gov.br (acessado em 15/05/2008) http://www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=9053 (acessado em 20/06/2008) 44
  • 45. www.opinia.com (acessado em 01/05/2008) www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect? temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=A70B97F18B D9B13483256ECA00657AAC (acessado em 01/05/2008) http://info.abril.com.br/aberto/infonews/022001/28022001-8.shl (acessado em 05/05/2008) http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116217.shtml (acessado em 19/05/2008) www.ibope.com.br (acessado em 01/04/2008) http://www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008) www.ibope.com.br (acessado em 20/06/2008) www.oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/07/25/296969564.asp (acessado em 20/06/2008) 45