SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
1
PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DO RIO SÃO
FRANCISCO COM VISTAS A SUA SUSTENTABILIDADE
Autores:
Engenheiros
- Pedro Alves de Melo
- Sergio Balaban
- José Altino Bezerra
- Iony Patriota de Siqueira
- Roberto Gomes
I - CONTEXTO
1. O Rio São Francisco, por ser a principal fonte hídrica permanente para
a Região Nordeste, deverá desempenhar um papel cada vez mais
relevante para o desenvolvimento regional, através do uso múltiplo de
sua água, podendo, inclusive, ultrapassar, em termos econômicos, os
benefícios associados à geração de energia elétrica.
2. A importância do rio São Francisco para a segurança hídrica da região
Nordeste extrapolou os limites da própria bacia hidrográfica, a partir
da entrada em operação do Eixo Leste do Projeto de Integração do
São Francisco – PISF, em abril passado.
3. O Projeto de Integração do Rio São Francisco - PISF com as Bacias
Hidrográficas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do
Governo Federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração
Nacional, destinado a assegurar a oferta de água, até 2025, para 12
milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades do
Semiárido dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande
do Norte.
4. A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários da
Região semiárida será possível com a retirada contínua de 26 m³/s de
água, no trecho do rio onde se dará a captação. Este montante hídrico
será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do
Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional. Nos
anos em que o reservatório de Sobradinho estiver vertendo, o volume
captado poderá ser ampliado para até 114 m³/s, contribuindo para o
aumento da garantia da oferta de água para múltiplos usos.
2
5. Os custos variáveis para operação do PISF são fortemente impactados
pela energia elétrica necessária ao sistema de bombeamento do
Projeto. Para usos da água além do consumo humano ou expansão do
sistema, o PISF tem difícil viabilidade sem uma tarifa adequada para a
entrega da água.
6. O papel de Operadora Federal do PISF foi atribuído à CODEVASF,
empresa focada principalmente no desenvolvimento de projetos de
irrigação no âmbito da bacia dos rios São Francisco e Parnaíba,
apresentando, assim, um conflito de interesse com a missão original
daquela entidade. Dado seu caráter institucional os aportes financeiros
para a operação, manutenção e vigilância das instalações do PISF
ficam expostos às oscilações dos limites orçamentários anuais
alocados à esta Empresa.
7. Considerando a sua dimensão, necessidades de frequentes
investimentos em manutenção, guarda, conservação e expansão das
estruturas, há uma forte preocupação de que o PISF, em curto prazo,
não alcance seus objetivos, ou seja, se torne um “elefante branco”,
colocando em risco o investimento de cerca de R$ 10 bilhões já
alocados no Projeto pela União.
8. Por outro lado, conforme define o Artigo 20 da Constituição Federal,
o recurso hídrico é um bem da União. A Lei nº 9.074 de 07 de julho
de 1995 no seu Artigo 4º § 1º estabeleceu que as contratações,
outorgas e prorrogações de aproveitamento energético dos cursos de
água poderão ser feitas a título oneroso em favor da União. Este ônus
pode ser na forma de outorga a ser paga como compensação pela
exploração de um bem público ou benefício direto à sociedade através
da venda de energia por preços inferiores ao do mercado. Como a
proposta do MME, objeto da Nota Técnica No. 05/2017/AEREG/SE,
destaca as usinas do São Francisco abre-se, portanto, um espaço para
discussão do status adequado para a CHESF.
9. Quanto ao atendimento ao mercado de energia elétrica do País pelo
Sistema Interligado Nacional – SIN, a participação das usinas
hidrelétricas da Cascata do Rio São Francisco vem sendo
gradativamente reduzida e continuará decrescendo substancialmente
nos próximos anos, tendo-se em conta a implantação de novas fontes
de energia limpa e de interligações inter-regionais. Cabe assim ao
MME, rever a prioridade dada à geração de energia.
3
10. Por outro lado, os empreendimentos hidrelétricos na bacia do São
Francisco já estão praticamente definidos, os projetos de irrigação
atuais e futuros já são conhecidos; e da mesma forma já estão
identificados os potenciais projetos de irrigação na região do
Semiárido Setentrional, através de estudos realizados pelo Ministério
da Integração Nacional.
11. Portanto, já existe uma demanda potencial de água para irrigação na
região. Como a irrigação é uma forma de manter as pessoas na área
rural, haja vista ser um importante insumo para as atividades rurais e
desse modo para a economia da população envolvida, reduzindo as
pressões da urbanização nas regiões metropolitanas, o PISF é um
mecanismo fundamental de desenvolvimento sustentável para os
estados receptores da água transposta do São Francisco, uma vez
então superada a limitação associada ao fator água e,
consequentemente, influindo na visão de desenvolvimento desses
estados.
12. Está em curso no Ministério de Minas e Energia a discussão de uma
proposta de reforma do Setor Elétrico Brasileiro, o que abre a
oportunidade para ser examinado o tema: Uso Múltiplo da Água do
São Francisco, de forma abrangente. Essa proposta de reforma parece
não contemplar explicitamente esta questão, exceto no que se refere
apenas a uma proposição genérica sobre a revitalização do rio São
Francisco.
13. Consta dessa proposta a descotização e possibilidade de privatização
das usinas de Xingó, Complexo de Paulo Afonso e Itaparica cujo
lastro para fins de contratação de energia elétrica totaliza 4.884 MW
médios. Segundo a proposta do MME, a privatização destes ativos
tem, entre outros objetivos, o equilíbrio das contas públicas no curto
prazo. Todavia, esta visão, ao não atender as necessidades mais
abrangentes da região, coloca em risco o futuro da Nordeste.
14. Por outro lado, a comercialização do lastro destas usinas poderia ser
feita com uma tarifa adequada, na qual estaria embutida a cobertura de
outros custos como O&M do PISF, inclusive o consumo de energia
elétrica, ou até mesmo investimentos na sua expansão. A justificativa
seria considerando que o mesmo é de interesse nacional ao contribuir
para a redução das desigualdades regionais.
4
15. Com as interligações elétricas entre as diferentes regiões do país e a
necessidade de equilibrar o balanço energético destas através de
intercâmbios de energia, a operação das usinas nem sempre atende aos
interesses regionais como as vazões mínimas e demais usos da água.
Este aspecto se torna cada vez mais relevante no caso do trecho de rio
a jusante de Sobradinho.
16. Esses intercâmbios, com base no conceito de despacho centralizado,
procuram minimizar o custo de operação do Sistema Interligado
Nacional, sendo a geração das usinas uma consequência. As questões
associadas aos usos múltiplos da água são tratadas como restrições.
Portanto, como externalidades ao processo.
17. No contexto da utilização plena e integrada dos recursos hídricos a
geração das usinas deverá levar em conta as vazões transpostas para
atender aos requisitos hídricos dos PISF, considerando as diretrizes do
seu Comitê Gestor, bem como os condicionantes associados aos
demais usos da água na própria bacia do São Francisco, definidos
pelas Agências Reguladoras do uso da água e demais usuários.
18. Portanto, a necessidade de uma revisão na política de operação hidro
energética para a bacia do São Francisco, visando um equilíbrio entre
os aspectos hídricos e energéticos independentemente da situação
hidrológica, fica evidente e inadiável.
19. É importante, durante a discussão da revisão na política de operação
hidro energética, a definição de papeis para os atores envolvidos, com
direitos e responsabilidades claramente estabelecidos para que se
contornem futuros impasses na utilização dos recursos hídricos tanto
da bacia do São Francisco como do Semiárido Setentrional.
20. Dentre estes atores cabe destaque para a Chesf que tem condições de
ser um agente catalizador de ações estruturadoras, muitas das quais já
contempladas nos planos específicos dos órgãos setoriais que atuam
na bacia do São Francisco. Este papel suportaria o desenvolvimento
sustentável da região, mediante a implementação de uma política de
gestão integrada dos recursos hídricos desta bacia com as bacias
receptoras da água da transposição. Salienta-se que este novo papel
para Chesf é recomendado por técnicos independentes de expertise
amplamente reconhecida no Setor Elétrico e de Recursos Hídricos
Nacionais.
5
21. Também, convém ser ressaltado que o PISF - solução sonhada desde
os tempos do Império para os grandes problemas da seca que vem
assolando periodicamente o semiárido nordestino - é fundamental
para o desenvolvimento da Região, precisando ser preservado em
benefício do sofrido povo do Nordeste Brasileiro.
II - PROPOSTA
Com base no acima exposto, encaminhamos a proposta a
seguir:
1. Por isto tudo, antes de qualquer iniciativa de privatizar as usinas da
CHESF no Rio São Francisco é imperioso que se defina como será o
suporte econômico-financeiro para a operação, manutenção, guarda e
expansão do PISF, examinando-se as vantagens da CHESF assumir
tal nova missão que beneficiará o custo do m3 de água a ser transposta
para a Paraíba, o Ceará e o Rio Grande do Norte, além de
Pernambuco, os principais estados beneficiários do PISF.
2. A CHESF, dada sua experiência na construção, operação e
manutenção de grandes estruturas hidráulicas, máquinas hidráulicas
de grande porte, além de extensos sistemas de transmissão, agregada a
um corpo técnico de capacidade reconhecida nacional e
internacionalmente, representa uma adequada alternativa para
Operação Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco,
agregando maior segurança na operação, manutenção e expansão do
PISF, além da entrega da água bruta aos Estados.
3. A Nova CHESF poderia implantar e gerir em conjunto com a ANA
um sistema de monitoramento dos perímetros irrigados na bacia do
São Francisco e no Semiárido, na área sob a influência da
transposição, desde que os custos fossem reconhecidos na tarifa. Isto
daria uma ideia mais precisa dos desvios de água para irrigação. Cabe
ressaltar o impacto significativo destes desvios na garantia física das
usinas e, consequentemente, na receita, bem como nos requisitos de
energia para o bombeamento.
6
4. A Nova CHESF como operadora do PISF, arcaria, portanto, com os
custos fixos e variáveis de O&M deste. Nesse caso, o equilíbrio
econômico-financeiro desta dependeria de sua receita com a
comercialização de sua garantia física, segundo as hipóteses de tarifas
adequadas, e dos custos fixos e variáveis deste.
5. Essas responsabilidades adicionais para a CHESF requerem
adequações no seu modelo institucional que possibilite à Nova
CHESF assumir adequadamente as atribuições de gestora de recursos
hídricos da bacia do São Francisco e operadora federal da
transposição, gerando ganhos para todos os usuários da bacia.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mmx maio 2013 - português - v2
Mmx   maio 2013 - português - v2Mmx   maio 2013 - português - v2
Mmx maio 2013 - português - v2
mmxriweb
 
Mmx maio 2013 - português - vfinal
Mmx   maio 2013 - português - vfinalMmx   maio 2013 - português - vfinal
Mmx maio 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
Mmx maio 2013 - português - vfinal
Mmx   maio 2013 - português - vfinalMmx   maio 2013 - português - vfinal
Mmx maio 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
Apresentação oficial do projeto da BR-101
Apresentação oficial do projeto da BR-101Apresentação oficial do projeto da BR-101
Apresentação oficial do projeto da BR-101
Jornal do Commercio
 
Mmx setembro 2013 - português - vfinal
Mmx   setembro 2013 - português - vfinalMmx   setembro 2013 - português - vfinal
Mmx setembro 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto SulRIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
Secom Ilhéus
 
Mmx outubro 2013 - português - vfinal
Mmx   outubro 2013 - português - vfinalMmx   outubro 2013 - português - vfinal
Mmx outubro 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
mmxriweb
 

Mais procurados (18)

Mmx maio 2013 - português - v2
Mmx   maio 2013 - português - v2Mmx   maio 2013 - português - v2
Mmx maio 2013 - português - v2
 
Mmx maio 2013 - português - vfinal
Mmx   maio 2013 - português - vfinalMmx   maio 2013 - português - vfinal
Mmx maio 2013 - português - vfinal
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
 
Carta da Sanasa ao Comdema
Carta da Sanasa ao ComdemaCarta da Sanasa ao Comdema
Carta da Sanasa ao Comdema
 
Disputas territoriais entre o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e as p...
Disputas territoriais entre o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e as p...Disputas territoriais entre o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e as p...
Disputas territoriais entre o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e as p...
 
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Novembro 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Novembro 2012Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Novembro 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Novembro 2012
 
Mmx maio 2013 - português - vfinal
Mmx   maio 2013 - português - vfinalMmx   maio 2013 - português - vfinal
Mmx maio 2013 - português - vfinal
 
Apresentação oficial do projeto da BR-101
Apresentação oficial do projeto da BR-101Apresentação oficial do projeto da BR-101
Apresentação oficial do projeto da BR-101
 
Mmx setembro 2013 - português - vfinal
Mmx   setembro 2013 - português - vfinalMmx   setembro 2013 - português - vfinal
Mmx setembro 2013 - português - vfinal
 
Obras da Copa 2014
Obras da Copa 2014Obras da Copa 2014
Obras da Copa 2014
 
Projeto 1 apresentação
Projeto 1 apresentaçãoProjeto 1 apresentação
Projeto 1 apresentação
 
Bacia hidrográfica do rio doce
Bacia hidrográfica do rio doceBacia hidrográfica do rio doce
Bacia hidrográfica do rio doce
 
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto SulRIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Porto Sul
 
2013 6ano geografia_etapa02
2013 6ano geografia_etapa022013 6ano geografia_etapa02
2013 6ano geografia_etapa02
 
Mmx outubro 2013 - português - vfinal
Mmx   outubro 2013 - português - vfinalMmx   outubro 2013 - português - vfinal
Mmx outubro 2013 - português - vfinal
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 4)Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 4)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 4)
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
 
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
Mmx   agosto 2013 - português - vfinalMmx   agosto 2013 - português - vfinal
Mmx agosto 2013 - português - vfinal
 

Semelhante a Engenheiros da Chesf não aceitam venda de usinas para ajudar no ajuste fiscal do governo Temer

Amparo memorial descritivo e justificativo
Amparo memorial descritivo e justificativoAmparo memorial descritivo e justificativo
Amparo memorial descritivo e justificativo
Rogerio Catanese
 
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
Licenciamento
 
Transposição do São Francisco
Transposição do São FranciscoTransposição do São Francisco
Transposição do São Francisco
CADUCOC2
 
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em HidrelétricasImpactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
Fernanda Souza Cruz Buenaga
 
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
Resgate Cambuí
 
Transposição do rio são francisco
Transposição do rio são franciscoTransposição do rio são francisco
Transposição do rio são francisco
profleofonseca
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
Edinho Silva
 

Semelhante a Engenheiros da Chesf não aceitam venda de usinas para ajudar no ajuste fiscal do governo Temer (20)

Leia o relatório do TCU sobre as obras da Transposição do São Francisco
Leia o relatório do TCU sobre as obras da Transposição do São FranciscoLeia o relatório do TCU sobre as obras da Transposição do São Francisco
Leia o relatório do TCU sobre as obras da Transposição do São Francisco
 
Amparo memorial descritivo e justificativo
Amparo memorial descritivo e justificativoAmparo memorial descritivo e justificativo
Amparo memorial descritivo e justificativo
 
Carta _ Dois lados da moeda
Carta _ Dois lados da moeda  Carta _ Dois lados da moeda
Carta _ Dois lados da moeda
 
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
FunçõEs EcolóGicas Estudo De Caso 03
 
Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco
 
Transposição do São Francisco
Transposição do São FranciscoTransposição do São Francisco
Transposição do São Francisco
 
SANASA/edital barragem -AEGEA
SANASA/edital barragem -AEGEASANASA/edital barragem -AEGEA
SANASA/edital barragem -AEGEA
 
Barragem Sanasa-Sousas-Edital 2017
Barragem Sanasa-Sousas-Edital 2017 Barragem Sanasa-Sousas-Edital 2017
Barragem Sanasa-Sousas-Edital 2017
 
TEMA 3 HIDRELÉTRICAS, Histórico Tendências.pdf
TEMA 3 HIDRELÉTRICAS, Histórico Tendências.pdfTEMA 3 HIDRELÉTRICAS, Histórico Tendências.pdf
TEMA 3 HIDRELÉTRICAS, Histórico Tendências.pdf
 
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em HidrelétricasImpactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
Impactos Ambientais do Trecho de Vazão Reduzida em Hidrelétricas
 
Módulo 3_Gerenciamento Integrado.pdf
Módulo 3_Gerenciamento Integrado.pdfMódulo 3_Gerenciamento Integrado.pdf
Módulo 3_Gerenciamento Integrado.pdf
 
Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São FranciscoTransposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco
 
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
3b dados sobre MZ 8 nos anexos 2a e 3a e 3b
 
Transposição do rio são francisco
Transposição do rio são franciscoTransposição do rio são francisco
Transposição do rio são francisco
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
Balanço Final do Governo Lula - livro 5 (cap. 1)
 
Minuta Da MoçãO Cbh Velhas Nº 01 2009
Minuta Da MoçãO Cbh Velhas Nº 01 2009Minuta Da MoçãO Cbh Velhas Nº 01 2009
Minuta Da MoçãO Cbh Velhas Nº 01 2009
 
Minicurso_Noções básicas de revitalização de microbacias
Minicurso_Noções básicas de revitalização de microbaciasMinicurso_Noções básicas de revitalização de microbacias
Minicurso_Noções básicas de revitalização de microbacias
 
Informativo insp 53
Informativo insp   53Informativo insp   53
Informativo insp 53
 
Informativo insp 65
Informativo insp   65Informativo insp   65
Informativo insp 65
 
Informativo insp 43
Informativo insp   43Informativo insp   43
Informativo insp 43
 

Mais de Portal NE10

Mais de Portal NE10 (20)

CNH Pai DÉgua: veja lista de classificados
CNH Pai DÉgua: veja lista de classificadosCNH Pai DÉgua: veja lista de classificados
CNH Pai DÉgua: veja lista de classificados
 
Brasileirão: CBF divulga tabela da Série B 2024
Brasileirão: CBF divulga tabela da Série B 2024Brasileirão: CBF divulga tabela da Série B 2024
Brasileirão: CBF divulga tabela da Série B 2024
 
Concurso do edital da Polícia Civil de Pernambuco
Concurso do edital da Polícia Civil de PernambucoConcurso do edital da Polícia Civil de Pernambuco
Concurso do edital da Polícia Civil de Pernambuco
 
CNH Gratuita em Belém: veja o resultado CNH Pai d'Égua.pdf
CNH Gratuita em Belém: veja o resultado CNH Pai d'Égua.pdfCNH Gratuita em Belém: veja o resultado CNH Pai d'Égua.pdf
CNH Gratuita em Belém: veja o resultado CNH Pai d'Égua.pdf
 
Edital Caixa 2024 - nível superior - DOU.pdf
Edital Caixa 2024 - nível superior - DOU.pdfEdital Caixa 2024 - nível superior - DOU.pdf
Edital Caixa 2024 - nível superior - DOU.pdf
 
Edital Caixa 2024 - nível médio - DOU.pdf
Edital Caixa 2024 - nível médio - DOU.pdfEdital Caixa 2024 - nível médio - DOU.pdf
Edital Caixa 2024 - nível médio - DOU.pdf
 
Carnaval 2024: Veja a lista das linhas de ônibus que terão o itinerário modif...
Carnaval 2024: Veja a lista das linhas de ônibus que terão o itinerário modif...Carnaval 2024: Veja a lista das linhas de ônibus que terão o itinerário modif...
Carnaval 2024: Veja a lista das linhas de ônibus que terão o itinerário modif...
 
Edital do concurso público do Banco do Nordeste
Edital do concurso público do Banco do NordesteEdital do concurso público do Banco do Nordeste
Edital do concurso público do Banco do Nordeste
 
Concurso para a Saúde da Prefeitura do Recife
Concurso para a Saúde da Prefeitura do RecifeConcurso para a Saúde da Prefeitura do Recife
Concurso para a Saúde da Prefeitura do Recife
 
Edital do concurso PMPE e Corpo de Bombeiros.pdf
Edital do concurso PMPE e Corpo de Bombeiros.pdfEdital do concurso PMPE e Corpo de Bombeiros.pdf
Edital do concurso PMPE e Corpo de Bombeiros.pdf
 
TV JORNAL - REGULAMENTO DO QUADRO SENAC NA PRESSÃO
TV JORNAL - REGULAMENTO DO QUADRO SENAC NA PRESSÃOTV JORNAL - REGULAMENTO DO QUADRO SENAC NA PRESSÃO
TV JORNAL - REGULAMENTO DO QUADRO SENAC NA PRESSÃO
 
Cartilha do Piso salarial da enfermagem
Cartilha do Piso salarial da enfermagemCartilha do Piso salarial da enfermagem
Cartilha do Piso salarial da enfermagem
 
Mapa do Metrô de São Paulo
Mapa do Metrô de São PauloMapa do Metrô de São Paulo
Mapa do Metrô de São Paulo
 
Piso salarial da enfermagem - Portaria GM_MS Nº 1.135, DE 16 DE AGOSTO DE 2023
Piso salarial da enfermagem - Portaria GM_MS Nº 1.135, DE 16 DE AGOSTO DE 2023Piso salarial da enfermagem - Portaria GM_MS Nº 1.135, DE 16 DE AGOSTO DE 2023
Piso salarial da enfermagem - Portaria GM_MS Nº 1.135, DE 16 DE AGOSTO DE 2023
 
Bula do Ozempic, remédio para tratar diabetes tipo 2 usado para emagrecer
Bula do Ozempic, remédio para tratar diabetes tipo 2 usado para emagrecerBula do Ozempic, remédio para tratar diabetes tipo 2 usado para emagrecer
Bula do Ozempic, remédio para tratar diabetes tipo 2 usado para emagrecer
 
Piso salarial da enfermagem: Portaria nº 597 do Ministério da Saúde é republi...
Piso salarial da enfermagem: Portaria nº 597 do Ministério da Saúde é republi...Piso salarial da enfermagem: Portaria nº 597 do Ministério da Saúde é republi...
Piso salarial da enfermagem: Portaria nº 597 do Ministério da Saúde é republi...
 
Relatório Termômetro LIDE-Conectar - Abril 2023
Relatório Termômetro LIDE-Conectar - Abril 2023Relatório Termômetro LIDE-Conectar - Abril 2023
Relatório Termômetro LIDE-Conectar - Abril 2023
 
INVASÃO EM BRASÍLIA: AGU pede prisão em flagrante dos invasores e de Anderson...
INVASÃO EM BRASÍLIA: AGU pede prisão em flagrante dos invasores e de Anderson...INVASÃO EM BRASÍLIA: AGU pede prisão em flagrante dos invasores e de Anderson...
INVASÃO EM BRASÍLIA: AGU pede prisão em flagrante dos invasores e de Anderson...
 
Lula decreta intervenção federal no Distrito Federal
Lula decreta intervenção federal no Distrito FederalLula decreta intervenção federal no Distrito Federal
Lula decreta intervenção federal no Distrito Federal
 
Resultado do concurso para professor em Pernambuco
Resultado do concurso para professor em PernambucoResultado do concurso para professor em Pernambuco
Resultado do concurso para professor em Pernambuco
 

Engenheiros da Chesf não aceitam venda de usinas para ajudar no ajuste fiscal do governo Temer

  • 1. 1 PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DO RIO SÃO FRANCISCO COM VISTAS A SUA SUSTENTABILIDADE Autores: Engenheiros - Pedro Alves de Melo - Sergio Balaban - José Altino Bezerra - Iony Patriota de Siqueira - Roberto Gomes I - CONTEXTO 1. O Rio São Francisco, por ser a principal fonte hídrica permanente para a Região Nordeste, deverá desempenhar um papel cada vez mais relevante para o desenvolvimento regional, através do uso múltiplo de sua água, podendo, inclusive, ultrapassar, em termos econômicos, os benefícios associados à geração de energia elétrica. 2. A importância do rio São Francisco para a segurança hídrica da região Nordeste extrapolou os limites da própria bacia hidrográfica, a partir da entrada em operação do Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco – PISF, em abril passado. 3. O Projeto de Integração do Rio São Francisco - PISF com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do Governo Federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, destinado a assegurar a oferta de água, até 2025, para 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades do Semiárido dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. 4. A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários da Região semiárida será possível com a retirada contínua de 26 m³/s de água, no trecho do rio onde se dará a captação. Este montante hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver vertendo, o volume captado poderá ser ampliado para até 114 m³/s, contribuindo para o aumento da garantia da oferta de água para múltiplos usos.
  • 2. 2 5. Os custos variáveis para operação do PISF são fortemente impactados pela energia elétrica necessária ao sistema de bombeamento do Projeto. Para usos da água além do consumo humano ou expansão do sistema, o PISF tem difícil viabilidade sem uma tarifa adequada para a entrega da água. 6. O papel de Operadora Federal do PISF foi atribuído à CODEVASF, empresa focada principalmente no desenvolvimento de projetos de irrigação no âmbito da bacia dos rios São Francisco e Parnaíba, apresentando, assim, um conflito de interesse com a missão original daquela entidade. Dado seu caráter institucional os aportes financeiros para a operação, manutenção e vigilância das instalações do PISF ficam expostos às oscilações dos limites orçamentários anuais alocados à esta Empresa. 7. Considerando a sua dimensão, necessidades de frequentes investimentos em manutenção, guarda, conservação e expansão das estruturas, há uma forte preocupação de que o PISF, em curto prazo, não alcance seus objetivos, ou seja, se torne um “elefante branco”, colocando em risco o investimento de cerca de R$ 10 bilhões já alocados no Projeto pela União. 8. Por outro lado, conforme define o Artigo 20 da Constituição Federal, o recurso hídrico é um bem da União. A Lei nº 9.074 de 07 de julho de 1995 no seu Artigo 4º § 1º estabeleceu que as contratações, outorgas e prorrogações de aproveitamento energético dos cursos de água poderão ser feitas a título oneroso em favor da União. Este ônus pode ser na forma de outorga a ser paga como compensação pela exploração de um bem público ou benefício direto à sociedade através da venda de energia por preços inferiores ao do mercado. Como a proposta do MME, objeto da Nota Técnica No. 05/2017/AEREG/SE, destaca as usinas do São Francisco abre-se, portanto, um espaço para discussão do status adequado para a CHESF. 9. Quanto ao atendimento ao mercado de energia elétrica do País pelo Sistema Interligado Nacional – SIN, a participação das usinas hidrelétricas da Cascata do Rio São Francisco vem sendo gradativamente reduzida e continuará decrescendo substancialmente nos próximos anos, tendo-se em conta a implantação de novas fontes de energia limpa e de interligações inter-regionais. Cabe assim ao MME, rever a prioridade dada à geração de energia.
  • 3. 3 10. Por outro lado, os empreendimentos hidrelétricos na bacia do São Francisco já estão praticamente definidos, os projetos de irrigação atuais e futuros já são conhecidos; e da mesma forma já estão identificados os potenciais projetos de irrigação na região do Semiárido Setentrional, através de estudos realizados pelo Ministério da Integração Nacional. 11. Portanto, já existe uma demanda potencial de água para irrigação na região. Como a irrigação é uma forma de manter as pessoas na área rural, haja vista ser um importante insumo para as atividades rurais e desse modo para a economia da população envolvida, reduzindo as pressões da urbanização nas regiões metropolitanas, o PISF é um mecanismo fundamental de desenvolvimento sustentável para os estados receptores da água transposta do São Francisco, uma vez então superada a limitação associada ao fator água e, consequentemente, influindo na visão de desenvolvimento desses estados. 12. Está em curso no Ministério de Minas e Energia a discussão de uma proposta de reforma do Setor Elétrico Brasileiro, o que abre a oportunidade para ser examinado o tema: Uso Múltiplo da Água do São Francisco, de forma abrangente. Essa proposta de reforma parece não contemplar explicitamente esta questão, exceto no que se refere apenas a uma proposição genérica sobre a revitalização do rio São Francisco. 13. Consta dessa proposta a descotização e possibilidade de privatização das usinas de Xingó, Complexo de Paulo Afonso e Itaparica cujo lastro para fins de contratação de energia elétrica totaliza 4.884 MW médios. Segundo a proposta do MME, a privatização destes ativos tem, entre outros objetivos, o equilíbrio das contas públicas no curto prazo. Todavia, esta visão, ao não atender as necessidades mais abrangentes da região, coloca em risco o futuro da Nordeste. 14. Por outro lado, a comercialização do lastro destas usinas poderia ser feita com uma tarifa adequada, na qual estaria embutida a cobertura de outros custos como O&M do PISF, inclusive o consumo de energia elétrica, ou até mesmo investimentos na sua expansão. A justificativa seria considerando que o mesmo é de interesse nacional ao contribuir para a redução das desigualdades regionais.
  • 4. 4 15. Com as interligações elétricas entre as diferentes regiões do país e a necessidade de equilibrar o balanço energético destas através de intercâmbios de energia, a operação das usinas nem sempre atende aos interesses regionais como as vazões mínimas e demais usos da água. Este aspecto se torna cada vez mais relevante no caso do trecho de rio a jusante de Sobradinho. 16. Esses intercâmbios, com base no conceito de despacho centralizado, procuram minimizar o custo de operação do Sistema Interligado Nacional, sendo a geração das usinas uma consequência. As questões associadas aos usos múltiplos da água são tratadas como restrições. Portanto, como externalidades ao processo. 17. No contexto da utilização plena e integrada dos recursos hídricos a geração das usinas deverá levar em conta as vazões transpostas para atender aos requisitos hídricos dos PISF, considerando as diretrizes do seu Comitê Gestor, bem como os condicionantes associados aos demais usos da água na própria bacia do São Francisco, definidos pelas Agências Reguladoras do uso da água e demais usuários. 18. Portanto, a necessidade de uma revisão na política de operação hidro energética para a bacia do São Francisco, visando um equilíbrio entre os aspectos hídricos e energéticos independentemente da situação hidrológica, fica evidente e inadiável. 19. É importante, durante a discussão da revisão na política de operação hidro energética, a definição de papeis para os atores envolvidos, com direitos e responsabilidades claramente estabelecidos para que se contornem futuros impasses na utilização dos recursos hídricos tanto da bacia do São Francisco como do Semiárido Setentrional. 20. Dentre estes atores cabe destaque para a Chesf que tem condições de ser um agente catalizador de ações estruturadoras, muitas das quais já contempladas nos planos específicos dos órgãos setoriais que atuam na bacia do São Francisco. Este papel suportaria o desenvolvimento sustentável da região, mediante a implementação de uma política de gestão integrada dos recursos hídricos desta bacia com as bacias receptoras da água da transposição. Salienta-se que este novo papel para Chesf é recomendado por técnicos independentes de expertise amplamente reconhecida no Setor Elétrico e de Recursos Hídricos Nacionais.
  • 5. 5 21. Também, convém ser ressaltado que o PISF - solução sonhada desde os tempos do Império para os grandes problemas da seca que vem assolando periodicamente o semiárido nordestino - é fundamental para o desenvolvimento da Região, precisando ser preservado em benefício do sofrido povo do Nordeste Brasileiro. II - PROPOSTA Com base no acima exposto, encaminhamos a proposta a seguir: 1. Por isto tudo, antes de qualquer iniciativa de privatizar as usinas da CHESF no Rio São Francisco é imperioso que se defina como será o suporte econômico-financeiro para a operação, manutenção, guarda e expansão do PISF, examinando-se as vantagens da CHESF assumir tal nova missão que beneficiará o custo do m3 de água a ser transposta para a Paraíba, o Ceará e o Rio Grande do Norte, além de Pernambuco, os principais estados beneficiários do PISF. 2. A CHESF, dada sua experiência na construção, operação e manutenção de grandes estruturas hidráulicas, máquinas hidráulicas de grande porte, além de extensos sistemas de transmissão, agregada a um corpo técnico de capacidade reconhecida nacional e internacionalmente, representa uma adequada alternativa para Operação Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco, agregando maior segurança na operação, manutenção e expansão do PISF, além da entrega da água bruta aos Estados. 3. A Nova CHESF poderia implantar e gerir em conjunto com a ANA um sistema de monitoramento dos perímetros irrigados na bacia do São Francisco e no Semiárido, na área sob a influência da transposição, desde que os custos fossem reconhecidos na tarifa. Isto daria uma ideia mais precisa dos desvios de água para irrigação. Cabe ressaltar o impacto significativo destes desvios na garantia física das usinas e, consequentemente, na receita, bem como nos requisitos de energia para o bombeamento.
  • 6. 6 4. A Nova CHESF como operadora do PISF, arcaria, portanto, com os custos fixos e variáveis de O&M deste. Nesse caso, o equilíbrio econômico-financeiro desta dependeria de sua receita com a comercialização de sua garantia física, segundo as hipóteses de tarifas adequadas, e dos custos fixos e variáveis deste. 5. Essas responsabilidades adicionais para a CHESF requerem adequações no seu modelo institucional que possibilite à Nova CHESF assumir adequadamente as atribuições de gestora de recursos hídricos da bacia do São Francisco e operadora federal da transposição, gerando ganhos para todos os usuários da bacia.