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A matemática é considerada a ciência do raciocínio lógico e abstrato, base de
todas as ciências. É usada como ferramenta essencial em praticamente todas as
áreas do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, biologia e
ciências sociais. Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e, ainda
assim, a matemática continua a se desenvolver permanentemente.
Apresentamos a coleção Matemática com Aplicações Tecnológicas, que foi
concebida e organizada por experientes professores da Faculdade de Tecnologia
de São Paulo (FATEC-SP) em quatro volumes, respectivamente: Matemática Básica,
Cálculo I, Cálculo II e Matemática Financeira.
Este livro, terceiro volume da coleção, apresenta o Cálculo II de forma clara e
objetiva por meio de textos, ilustrações, exemplos e exercícios resolvidos e
propostos com resultados. Tem por finalidade conduzir o aprendizado no sentido
de clarear conceitos e firmar raciocínios geralmente pouco absorvidos em cursos
de Matemática.
Destina-se a alunos e professores de cursos superiores de tecnologia, Engenharia,
bacharelado em Matemática e em Física, Ciência da Computação, Administração,
Economia e áreas afins.
Matemática
com Aplicações Tecnológicas
Seizen Yamashiro
Suzana Abreu de Oliveira Souza
Dirceu D'Alkmin Telles (organizador)
Cálculo II | Volume 3
Autores
SEIZEN YAMASHIRO
Licenciado em Matemática pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Mestre em Matemática pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Professor decano da Academia de Polícia
Militar do Barro Branco (APMBB). Professor
pleno na Faculdade de Tecnologia de São
Paulo (FATEC-SP). Professor do curso de
reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP.
SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA
Bacharel em Matemática pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em
Ciências – Matemática Aplicada pela
Universidade de São Paulo (USP). Doutora em
Ciências – Matemática Aplicada pela USP.
Professora na FATEC-SP e no Centro
Universitário da Fundação Educacional
Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI).
Professora do curso de reforço para alunos
ingressantes na FATEC-SP.
Organizador
DIRCEU D’ALKMIN TELLES
Engenheiro, mestre e doutor pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo
(EPUSP). Atua como colaborador da
Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT).
Professor do Programa de Pós-Graduação do
Centro Estadual de Educação Tecnológica
Paula Souza (CEETEPS). Foi presidente da
Associação Brasileira de Irrigação e
Drenagem (ABID), professor e diretor da
FATEC-SP, coordenador de irrigação do
Departamento de Águas e Energia Elétrica
(DAEE) e professor do Programa de
Pós-Graduação da EPUSP.
www.blucher.com.br
1
FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS
REAIS: CONCEITOS E LIMITES
2
DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS
VARIÁVEIS
3
INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS
4
INTEGRAIS DE LINHA
5
INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS
6
SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS
APÊNDICES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Yamashiro|SouzaMatemáticacomAplicaçõesTecnológicas
DIRCEU D’ALKMIN TELLES
Organizador
SEIZEN YAMASHIRO
SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA
Autores
M A T E M Á T I CAcom AplicaçõesTecnológicas
Cálculo II | Volume 3
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Yamashiro, Seizen
Matemática com aplicações tecnológicas :
Cálculo II – Volume 3 / Seizen Yamashiro, Suzana
Abreu de Oliveira Souza ; organizado por Dirceu
D’Alkmin Telles. – São Paulo : Blucher, 2018.
326 p. : il.
Bibliografia
ISBN 978-85-212-1221-8
17-0851	 CDD 510
Índice para catálogo sistemático:
1. Matemática – Problemas, questões, exercícios
Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4o
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Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme
5. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, Academia Brasileira de Letras,
março de 2009.
É proibida a reprodução total ou parcial por
quaisquer meios sem autorização escrita da
editora.
Todos os direitos reservados pela Editora Edgard
Blücher Ltda.
Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 – Cálculo II
© 2018 Dirceu D’Alkmin Telles (organizador), Seizen Yamashiro, Suzana Abreu de Oliveira Souza
Editora Edgard Blücher Ltda.
Capa: Alba Mancini – Mexerica Design
Sobre a capa:
Com seus 3776 metros de altura, o Monte Fuji, um dos símbolos mais conhecidos do Japão, tem a forma de
um cone vulcânico e apresenta-se frequentemente nevado. Próximo à costa do Pacífico, a oeste de Tóquio,
de onde pode ser visto em dias claros, é a mais alta montanha da ilha de Honshu e de todo o arquipélago
japonês. Podemos estudar sua altura por meio de máximos e mínimos de funções de duas variáveis e sua
topografia por meio do estudo da curva de nível.
CONTEÚDO
Capítulo 1    FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS: CONCEITOS E LIMITES  21
1.1 Introdução 21
1.2  Conceito e exemplos de funções de duas ou mais variáveis  21
1.3  Funções de duas variáveis  22
1.4  Limites para funções de duas variáveis ou mais variáveis  34
1.5  Continuidade de funções de duas ou mais variáveis  39
1.6  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos   42
Capítulo 2    DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS  63
2.1 Introdução 63
2.2  Derivada parcial de uma função de duas ou mais variáveis  63
2.3  Interpretação geométrica das derivadas parciais  67
2.4  Derivadas parciais de ordem superior ou derivadas parciais sucessivas  68
2.5  Regra da cadeia para derivadas parciais  72
2.6 Derivada direcional 74
2.7 Vetor gradiente 80
2.8 Plano tangente 91
2.9  Máximos e mínimos de funções de duas variáveis  93
2.10  Máximos e mínimos de funções de duas variáveis com restrições  97
2.11 Campo vetorial 101
2.12  Divergente de um campo vetorial  103
2.13  Rotacional de um campo vetorial  106
20 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
2.14  Campos conservativos 108
2.15  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  110
Capítulo 3   INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS  129
3.1 Integrais duplas 129
3.2 Integrais triplas 143
3.3  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  154
Capítulo 4   INTEGRAIS DE LINHA  175
4.1  Curva parametrizada   175
4.2  Integral de linha  180
4.3  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  197
Capítulo 5   INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS  211
5.1 Introdução histórica 211
5.2 Equação diferencial 211
5.3  Equações diferenciais ordinárias  215
5.4  Métodos de resolução de equações diferenciais ordinárias  216
5.5  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  241
Capítulo 6   SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS  263
6.1 Introdução histórica 263
6.2  Conceito de sequência numérica  264
6.3  Conceito de série numérica  267
6.4  Princípio da Indução Finita  286
6.5  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  287
APÊNDICE 1  303
APÊNDICE 2  309
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  325
FUNÇÕES REAIS
DE VÁRIAS
VARIÁVEIS REAIS:
CONCEITOS
E LIMITES
1
1.1	INTRODUÇÃO
Neste capítulo, estudaremos alguns conceitos básicos do cálculo para funções de
duas ou mais variáveis. Iniciaremos estudando limites e continuidades de funções de
duas ou três variáveis.
No Volume 2, estudamos funções reais de uma variável. Mas, quando vamos fazer
modelagem matemática, na maioria das aplicações, precisamos de mais de uma variável
para representar as expressões.
Exemplos:
E 1.1  Cálculo da área de um retângulo. Sejam x a largura e y a altura de um retân-
gulo qualquer. A sua área é dada por x y. . Então para cada retângulo, a função área é
f x y x y, .( ) = .
E 1.2  Cálculo do perímetro de um retângulo. Sejam x a largura e y a altura de um
retângulo qualquer. O seu perímetro é dado por 2 2x y+ . Para cada retângulo, temos
que, então, a função perímetro é f x y x y,( ) = +( )2 .
1.2	 CONCEITO E EXEMPLOS DE FUNÇÕES DE DUAS
OU MAIS VARIÁVEIS
Seja D um conjunto no espaço n-dimensional, ou seja, D n
⊆  . Os elementos de D
são n-uplas ordenadas P x x xn= …( )1 2, , , de números reais.
22 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
Se a cada ponto P pertencente ao conjunto D associamos um único elemento w ∈,
temos uma função f D n
: ⊆ → , que é denominada função de n variáveis reais inde-
pendentes x x xn1 2, , ,… . Os números reais x x xn1 2, , ,… são também denominados variá-
veis de entrada da função e w f x x xn= …( )1 2, , , ou w f P= ( ) é a variável dependente,
também denominada variável de saída.
O conjunto D é chamado de domínio da função e o conjunto dos valores de w assu-
midos pela função é o conjunto imagem da função.
Exemplos:
E 1.3  Cálculo da área de um triângulo. Sejam x a largura da base e y a altura de um
triângulo qualquer. Pela fórmula da geometria,
A
xy
=
×
=
base altura
2 2
Então, a função área do triângulo é dada por f x y
xy
,( ) =
2
. Se o triângulo tem
base 3 e altura 4, logo, a área é dada por: ,
.
f 3 4
3 4
2
6( ) = = unidades de área (u.a.).
E 1.4  Cálculo do volume de uma caixa retangular. Sejam x y z, e os lados de uma caixa
retangular qualquer. Pela fórmula da geometria,
V = ×área da base altura
Então, a função volume de uma caixa retangular é dada por f x y z x y z, , . .( ) = . Se a
caixa tem dimensões 3, 4 e 5, seu volume é dado por: f 3 4 5 3 4 5 60, , . .( ) = = unidades de
volume (u.v.).
E 1.5  Cálculo da média aritmética de n números reais x x xn1 2, , ,… .
Pela fórmula estatística,
x
x x x
n
n
=
+ +…+1 2
Então, a função média aritmética de n números reais é dada por:
f x x x
x x x
nn
n
1 2
1 2
, , ,…( ) =
+ +…+
1.3	 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS
Uma função real f de duas variáveis é uma relação que transforma em um único nú-
mero real z cada par ordenado x y,( ) de números reais pertencentes a certo conjunto
DERIVADAS DE
FUNÇÕES DE
VÁRIASVARIÁVEIS
2
2.1	INTRODUÇÃO
No Capítulo 2 do Volume 2, estudamos a função com apenas uma variável. Defini-
mos a derivada da função como a taxa de variação da função em um ponto dado x0, per-
tencente ao domínio da função. Mas, agora, se tivermos uma função de duas variáveis,
teremos duas variáveis para fazer a variação. Então, para se calcular a taxa de variação
em relação a apenas uma variável, por exemplo, x, fixamos a outra, por exemplo, y; a
seguir, aplicamos a regra de derivação apenas à variável livre x, e obtemos, então, uma
derivada parcial dessa função com relação a x.
Agora, se a função tem n variáveis independentes, fixamos n −( )1 variáveis e dei-
xamos apenas uma livre; se derivarmos essa variável como se fosse uma função de uma
variável, teremos uma derivada parcial da função com relação a essa variável.
Neste capítulo, estudaremos as diversas maneiras de derivar uma função de duas
ou mais variáveis.
2.2	 DERIVADA PARCIAL DE UMA FUNÇÃO DE DUAS
OU MAIS VARIÁVEIS
Para ilustrar o conceito de derivada parcial de função de várias variáveis, vamos
construir as definições com funções de duas variáveis, para melhor visualização, mas
apresentaremos, nos exemplos e exercícios, funções de três ou mais variáveis, sabendo
que as definições são equivalentes, aumentando apenas o número de variáveis.
Seja z f x y= ( ), uma função real de duas variáveis, definida em um conjunto aberto D
e x y0 0,( )∈D.
64 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
2.2.1	 DERIVADA PARCIAL COM RELAÇÃO A x
Fixando y0 nodomíniodafunção, f x y, 0( ) passaaserumafunçãoapenasdavariávelx.
A derivada parcial de f com relação a x, no ponto x y0 0,( )∈ D, é dada pelo seguinte limite
lim
, ,
x x
f x y f x y
x x→
( )− ( )
−0
0 0 0
0
se este limite existir e for finito. Ou, ainda,
lim
, ,
∆
∆
∆x
f x x y f x y
x→
+( )− ( )
0
0 0
E temos, como notações,
f x y
f
x
x y
z
x
x y z x yx x0 0 0 0 0 0 0 0, , , ,( ) ∂
∂
( ) ∂
∂
( ) ( )ou ou ou
onde z f x y= ( ), .
O símbolo ∂ usado na representação da derivada parcial é conhecido como “del”, mas
seu nome é “D-rond” (pronuncia-se “derrond”), que significa D-redondo, em francês.
Se A é um subconjunto de D, domínio da função z f x y= ( ), , tal que para todos os
pontos x y A,( )∈ exista f x yx ,( ), fica, assim, definida uma nova função: função derivada
parcial com relação a x de f x y,( ), que a cada par x y A,( )∈ associa f x yx ,( ), onde
f x y
f x x y f x y
xx
x
, lim
, ,
( ) =
+( )− ( )
→∆
∆
∆0
2.2.2	 DERIVADA PARCIAL COM RELAÇÃO A y
De modo semelhante, fixando x0 no domínio da função, f x y0,( ) passa a ser uma
função apenas da variável y. A derivada parcial de f com relação a y, no ponto x y0 0,( )∈ D
é dada pelo seguinte limite,
lim
, ,
y y
f x y f x y
y y→
( )− ( )
−0
0 0 0
0
se este limite existir e for finito. Ou ainda,
lim
, ,
∆
∆
∆y
f x y y f x y
y→
+( )− ( )
0
0 0
E temos, como notações,
f x y
f
y
x y
z
y
x y z x yy y0 0 0 0 0 0 0 0, , , ,( ) ∂
∂
( ) ∂
∂
( ) ( )ou ou ou
onde z f x y= ( ), .
INTEGRAIS
DUPLAS ETRIPLAS
3
Neste capítulo, estenderemos a ideia de integrais definidas para integrais duplas de
funções de duas variáveis f x y,( ) sobre uma região no plano e integrais triplas de fun-
ções de três variáveis f x,y,z( ) sobre uma região no espaço. Essas ideias serão utilizadas
para calcular volumes, áreas de superfícies e para muitas outras aplicações tecnológicas.
3.1	 INTEGRAIS DUPLAS
Seja uma função f D: ⊂ → 2
, de duas variáveis, contínua, definida em uma re-
gião D fechada, limitada e simples, ou seja, sem autointerseções. Passemos retas para-
lelas aos eixos dos x e dos y, formando, assim, uma rede de retângulos. Considerando
apenas os retângulos inteiramente contidos na região D, vamos numerá-los de 1 a n.
D
x
y
Figura 3.1
130 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
Observamos que cada retângulo tem área ∆ ∆ ∆A x yi i i= , para i n= …1 . Em cada
retângulo Di, escolhemos o ponto médio x yi i,( ) e calculamos a função neste ponto:
f x yi i,( ). Se f x y,( )≥ 0, para cada i n= …1 , a quantidade f x y Ai i i,( )∆ representa o
volume do paralelepípedo de base retangular Di e altura f x yi i, .( )
z
ƒ(xi,yi)
x
y
Figura 3.2
Se adicionarmos os volumes de todos os paralelepípedos de i n= 1 , temos a soma
de Riemann, que é dada por:
S f x y A
i
n
i i i= ( )
=
∑1
, ∆
Observe que esta soma aproxima o volume do sólido formado entre a função e a
região do plano D. Quanto maior o número de retângulos, mais próximo do volume real
estará a soma. Definimos a integral dupla de f x y,( ) sobre D, ao limite da soma, se o
limite existir e for finito:
f x y dA f x y A
D
n
i
n
i i i∫∫ ∑( ) = ( )→∞
=
, lim ,
1
∆
Matemático alemão e gênio da matemática moderna,
além de trabalhar com cálculo, fez diversas descobertas
na geometria, demonstrando que existem diferentes
tipos de espaços de três dimensões.
GEORG
FRIEDRICH
BERNHARD
RIEMANN
(1826-1866)Foto: Wikipédia.
INTEGRAIS
DE LINHA
4
O estudo das integrais de linha teve início no final do século XVIII, com o desenvol-
vimento da geometria diferencial. Muitos nomes, como Augustin Louis Cauchy (1789-
1857), F. Frenet (1816-1888) e J. A. Serret (1819-1885) foram fundamentais ao de-
senvolvimento do cálculo nesta área. Particularmente, Frenet e Serret descreveram as
curvas no espaço. Não podemos deixar de mencionar as contribuições de Carl Friedrich
Gauss (1777-1855), que foram fundamentais para o estudo das integrais de linha.
Antes de definir a integral de linha, precisamos apresentar o conceito de curva pa-
rametrizada.
4.1	 CURVA PARAMETRIZADA
Dada uma curva C no espaço, podemos escrevê-la em função de um certo parâme-
tro t. Chamamos de curva parametrizada ao conjunto de pontos do espaço:
x x t
y y t
z z t
t I
= ( )
= ( )
= ( )
∈ ⊂





para 
Outra maneira de representar uma curva no espaço é a sua forma vetorial:
C r t x t i y t j z t k:
   
( ) = ( ) + ( ) + ( ) , para t I∈ ⊂ 
176 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
Exemplos:
E 4.1  A representação gráfica da curva
x t
y t
z t
t
=
=
=
∈[ ]





cos
,sen 0 2π é dada por:
Hélice
Figura 4.1
E 4.2  A representação gráfica da curva
x t
y t
z t
t
= +
=
= −
∈[ ]





2 1
2
0 6, é dada por:
x
y
z
Segmento de reta
no espaço
Figura 4.2
4.1.1	 PARAMETRIZAÇÃO DE ALGUMAS CURVAS
4.1.1.1	 Segmento de reta
Dados dois pontos do espaço, A x y z0 0 0, ,( ) e B x y z1 1 1, ,( ), queremos escrever o seg-
mento de reta AB parametrizado. Observe que,

r t t A tB( ) = −( ) +1 , para 0 1≤ ≤t
INTRODUÇÃO
ÀTEORIA
DAS EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS
5
5.1	 INTRODUÇÃO HISTÓRICA
As equações diferenciais surgiram logo em seguida à descoberta do cálculo di-
ferencial de Newton e Leibniz. Newton não trabalhou diretamente com as equações
diferenciais, mas suas descobertas em mecânica forneceram ferramentas para o de-
senvolvimento posterior. Já Leibniz, como viajava muito, além de resolver as equações
diferencias separáveis, teve contato direto com a família Bernoulli, contato esse que
resultou em alguns métodos de soluções de equações diferencias. Esse início se deu no
século XVII, e até hoje a matemática moderna continua ampliando o estudo de equações
diferenciais, bem como suas aplicações em áreas tão diversas quanto se imagina.
Vamos apresentar, neste capítulo, alguns conceitos básicos para o estudo das equa-
ções diferenciais, alguns métodos de resolução e exemplificar com algumas aplicações.
5.2	 EQUAÇÃO DIFERENCIAL
Uma equação diferencial é uma igualdade que envolve uma função incógnita e suas
derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes.
Exemplos:
E 5.1 
dy
dx
x= +5 3
E 5.2  y y y′′ ′− + =3 5 0
212 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
E 5.3 
∂
∂
+
∂
∂
= +
2
2
2
2
2f
x
f
y
x y
E 5.4  x dx ydy2
3 0+ =
5.2.1	 NOTAÇÕES DE DERIVADAS
1)	 Leibniz (1646-1716)
dy
dx
d y
dx
d y
dx
d y
dx
n
n
�; ; ; ;
2
2
3
3
…
2)	 Lagrange (1736-1813)
y y y y
n
′ ′′ ′′′; ; ; ;… ( )
3)	 Newton (notação de ponto) (1642-1727)
 y y y y
n
; ; ; ;… ( )
4)	 Notação em subscrito
∂
∂
=
∂
∂
=
u
x
u
u
x
ux xx;
2
2
5.2.2	 CLASSIFICAÇÃO DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL
Podemos classificar uma equação diferencial de várias maneiras. Uma dela é quanto
ao tipo.
5.2.2.1	 Classificação quanto ao tipo
•	 Equação diferencial ordinária – Uma equação diferencial cuja função in-
cógnita é função de apenas uma variável dependente é denominada equação
diferencial ordinária (EDO).
Exemplos:
E 5.5 
dy
dx
x= +5 3
E 5.6  ′′ ′− + =y y y3 5 0
E 5.7  x dx ydy2
3 0+ =
SEQUÊNCIAS
E SÉRIES
NUMÉRICAS
6
6.1	 INTRODUÇÃO HISTÓRICA
A ideia de sequência é muito antiga e vem da época dos babilônicos. Tem-se regis-
tros de somas de termos de uma sequência em documentos muito antigos, como a tábua
Plimpton 322, cerca de 1900 a 1600 a.C. Pitágoras (585 a.C.-500 a.C.) e os sábios gregos
que viveram depois dele conheciam bem as progressões aritméticas, as geométricas, as
harmônicas e as musicais.
Mas foi Zenão (490 a.C.-425 a.C.), com uma coletânea de 40 paradoxos relativos ao
contínuo e ao infinito, que inspirou os pais do Cálculo Diferencial e Integral a estudar
mais de perto o assunto.
Em 1202, Leonardo de Pisa (Fibonacci = filho de Bonacci), matemático e comercian-
te da Idade Média, escreveu um livro denominado Liber Abacci, ilustrado com muitos
problemas, sendo que um deles é o dos pares de coelhos: Deseja-se saber quantos pares
de coelhos podem ser gerados de um único par em um ano, se de um modo natural a cada
mês ocorre a produção de um par, e um par começa a produzir coelhos quando completa
dois meses de vida. Esta ficou conhecida como sequên­cia de Fibonacci e tem muitas
propriedades interessantes.
Por volta de 1590, Napier revelou possuir completo conhecimento da correspon-
dência entre progressões aritméticas e geométricas, que o levou à construção dos
logaritmos.
Gauss, em 1787, aos 10 anos de idade, durante uma aula de Matemática, quando
seu professor pediu para que todos os alunos obtivessem a soma dos números de 1 a
100, em poucos minutos apresentou o resultado correto, usando o que conhecemos hoje
como a soma dos n primeiros números de uma progressão aritmética.
264 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3
Hoje, as sequências e séries têm ampla aplicação em todas as áreas, desde a matemática
aplicada (construção de algoritmos computacionais) até a biologia (controle de epidemias).
Vamos apresentar neste capítulo alguns conceitos básicos para o estudo de se­
quências e séries.
6.2	 CONCEITO DE SEQUÊNCIA NUMÉRICA
Chamamos de sequência o conjunto imagem de uma função f cujo domínio é o con-
junto dos inteiros positivos.
f A
n f n
:
( )
»+ →
Exemplos:
E 6.1  Seja a sequência: 1 2 4 8 16, , , , ,… . Note que, f n n
( )= 2 , para todo n ≥ 0.
E 6.2  Seja a sequência: 1 1 1 1 1, , , , ,− − … . Note que, f n
n
( )= −( )1 , para todo n ≥ 0.
Uma maneira de representar uma sequência é pela expressão do termo geral:
an n
{ } ∈
Exemplos:
E 6.3  Progressão aritmética (P.A.) de razão r = 3: 3n n
{ } ∈
E 6.4  Progressão geométrica (P.G.) de razão q = 4: 4n
n
{ } ∈
Dizemos que uma sequência numérica an n
{ } ∈
converge, se lim
n
na
→∞
existe e é finito,
ou seja, se existe L ∈ tal que lim
n
na L
→∞
= . Ou, ainda, dado ε > 0 , existe N > 0 tal que
a Ln − < ε, para todo n N> .
Caso contrário, dizemos que a sequência diverge.
Observação
Para se calcular o limite de uma sequência, deve-se associar a uma função real
que coincida com o termo geral da sequência nos números naturais e proceder com
os métodos conhecidos para cálculo de limites.
A matemática é considerada a ciência do raciocínio lógico e abstrato, base de
todas as ciências. É usada como ferramenta essencial em praticamente todas as
áreas do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, biologia e
ciências sociais. Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e, ainda
assim, a matemática continua a se desenvolver permanentemente.
Apresentamos a coleção Matemática com Aplicações Tecnológicas, que foi
concebida e organizada por experientes professores da Faculdade de Tecnologia
de São Paulo (FATEC-SP) em quatro volumes, respectivamente: Matemática Básica,
Cálculo I, Cálculo II e Matemática Financeira.
Este livro, terceiro volume da coleção, apresenta o Cálculo II de forma clara e
objetiva por meio de textos, ilustrações, exemplos e exercícios resolvidos e
propostos com resultados. Tem por finalidade conduzir o aprendizado no sentido
de clarear conceitos e firmar raciocínios geralmente pouco absorvidos em cursos
de Matemática.
Destina-se a alunos e professores de cursos superiores de tecnologia, Engenharia,
bacharelado em Matemática e em Física, Ciência da Computação, Administração,
Economia e áreas afins.
Matemática
com Aplicações Tecnológicas
Seizen Yamashiro
Suzana Abreu de Oliveira Souza
Dirceu D'Alkmin Telles (organizador)
Cálculo II | Volume 3
Autores
SEIZEN YAMASHIRO
Licenciado em Matemática pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Mestre em Matemática pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Professor decano da Academia de Polícia
Militar do Barro Branco (APMBB). Professor
pleno na Faculdade de Tecnologia de São
Paulo (FATEC-SP). Professor do curso de
reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP.
SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA
Bacharel em Matemática pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em
Ciências – Matemática Aplicada pela
Universidade de São Paulo (USP). Doutora em
Ciências – Matemática Aplicada pela USP.
Professora na FATEC-SP e no Centro
Universitário da Fundação Educacional
Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI).
Professora do curso de reforço para alunos
ingressantes na FATEC-SP.
Organizador
DIRCEU D’ALKMIN TELLES
Engenheiro, mestre e doutor pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo
(EPUSP). Atua como colaborador da
Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT).
Professor do Programa de Pós-Graduação do
Centro Estadual de Educação Tecnológica
Paula Souza (CEETEPS). Foi presidente da
Associação Brasileira de Irrigação e
Drenagem (ABID), professor e diretor da
FATEC-SP, coordenador de irrigação do
Departamento de Águas e Energia Elétrica
(DAEE) e professor do Programa de
Pós-Graduação da EPUSP.
www.blucher.com.br
1
FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS
REAIS: CONCEITOS E LIMITES
2
DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS
VARIÁVEIS
3
INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS
4
INTEGRAIS DE LINHA
5
INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS
6
SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS
APÊNDICES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Yamashiro|SouzaMatemáticacomAplicaçõesTecnológicas
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Matemática com Aplicações
Tecnológicas - Vol. 3
Cálculo II
Dirceu D'Alkmin Telles (organizador)
Seizen Yamashiro (autor)
Suzana Abreu de Oliveira Souza (autora)
ISBN: 9788521212218
Páginas: 326
Formato: 17 x 24 cm
Ano de Publicação: 2018
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Matemática: Funções, Limites e Cálculo

  • 1. A matemática é considerada a ciência do raciocínio lógico e abstrato, base de todas as ciências. É usada como ferramenta essencial em praticamente todas as áreas do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, biologia e ciências sociais. Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e, ainda assim, a matemática continua a se desenvolver permanentemente. Apresentamos a coleção Matemática com Aplicações Tecnológicas, que foi concebida e organizada por experientes professores da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) em quatro volumes, respectivamente: Matemática Básica, Cálculo I, Cálculo II e Matemática Financeira. Este livro, terceiro volume da coleção, apresenta o Cálculo II de forma clara e objetiva por meio de textos, ilustrações, exemplos e exercícios resolvidos e propostos com resultados. Tem por finalidade conduzir o aprendizado no sentido de clarear conceitos e firmar raciocínios geralmente pouco absorvidos em cursos de Matemática. Destina-se a alunos e professores de cursos superiores de tecnologia, Engenharia, bacharelado em Matemática e em Física, Ciência da Computação, Administração, Economia e áreas afins. Matemática com Aplicações Tecnológicas Seizen Yamashiro Suzana Abreu de Oliveira Souza Dirceu D'Alkmin Telles (organizador) Cálculo II | Volume 3 Autores SEIZEN YAMASHIRO Licenciado em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor decano da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). Professor pleno na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP). Professor do curso de reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP. SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA Bacharel em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Ciências – Matemática Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Ciências – Matemática Aplicada pela USP. Professora na FATEC-SP e no Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI). Professora do curso de reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP. Organizador DIRCEU D’ALKMIN TELLES Engenheiro, mestre e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP). Atua como colaborador da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). Professor do Programa de Pós-Graduação do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). Foi presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID), professor e diretor da FATEC-SP, coordenador de irrigação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e professor do Programa de Pós-Graduação da EPUSP. www.blucher.com.br 1 FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS: CONCEITOS E LIMITES 2 DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 3 INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS 4 INTEGRAIS DE LINHA 5 INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 6 SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS APÊNDICES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Yamashiro|SouzaMatemáticacomAplicaçõesTecnológicas
  • 2. DIRCEU D’ALKMIN TELLES Organizador SEIZEN YAMASHIRO SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA Autores M A T E M Á T I CAcom AplicaçõesTecnológicas Cálculo II | Volume 3
  • 3. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Yamashiro, Seizen Matemática com aplicações tecnológicas : Cálculo II – Volume 3 / Seizen Yamashiro, Suzana Abreu de Oliveira Souza ; organizado por Dirceu D’Alkmin Telles. – São Paulo : Blucher, 2018. 326 p. : il. Bibliografia ISBN 978-85-212-1221-8 17-0851 CDD 510 Índice para catálogo sistemático: 1. Matemática – Problemas, questões, exercícios Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4o andar 04531-012 – São Paulo – SP – Brasil Tel.: 55 11 3078-5366 contato@blucher.com.br www.blucher.com.br Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, março de 2009. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita da editora. Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda. Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 – Cálculo II © 2018 Dirceu D’Alkmin Telles (organizador), Seizen Yamashiro, Suzana Abreu de Oliveira Souza Editora Edgard Blücher Ltda. Capa: Alba Mancini – Mexerica Design Sobre a capa: Com seus 3776 metros de altura, o Monte Fuji, um dos símbolos mais conhecidos do Japão, tem a forma de um cone vulcânico e apresenta-se frequentemente nevado. Próximo à costa do Pacífico, a oeste de Tóquio, de onde pode ser visto em dias claros, é a mais alta montanha da ilha de Honshu e de todo o arquipélago japonês. Podemos estudar sua altura por meio de máximos e mínimos de funções de duas variáveis e sua topografia por meio do estudo da curva de nível.
  • 4. CONTEÚDO Capítulo 1    FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS: CONCEITOS E LIMITES  21 1.1 Introdução 21 1.2  Conceito e exemplos de funções de duas ou mais variáveis  21 1.3  Funções de duas variáveis  22 1.4  Limites para funções de duas variáveis ou mais variáveis  34 1.5  Continuidade de funções de duas ou mais variáveis  39 1.6  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos   42 Capítulo 2    DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS  63 2.1 Introdução 63 2.2  Derivada parcial de uma função de duas ou mais variáveis  63 2.3  Interpretação geométrica das derivadas parciais  67 2.4  Derivadas parciais de ordem superior ou derivadas parciais sucessivas  68 2.5  Regra da cadeia para derivadas parciais  72 2.6 Derivada direcional 74 2.7 Vetor gradiente 80 2.8 Plano tangente 91 2.9  Máximos e mínimos de funções de duas variáveis  93 2.10  Máximos e mínimos de funções de duas variáveis com restrições  97 2.11 Campo vetorial 101 2.12  Divergente de um campo vetorial  103 2.13  Rotacional de um campo vetorial  106
  • 5. 20 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 2.14  Campos conservativos 108 2.15  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  110 Capítulo 3   INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS  129 3.1 Integrais duplas 129 3.2 Integrais triplas 143 3.3  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  154 Capítulo 4   INTEGRAIS DE LINHA  175 4.1  Curva parametrizada   175 4.2  Integral de linha  180 4.3  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  197 Capítulo 5   INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS  211 5.1 Introdução histórica 211 5.2 Equação diferencial 211 5.3  Equações diferenciais ordinárias  215 5.4  Métodos de resolução de equações diferenciais ordinárias  216 5.5  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  241 Capítulo 6   SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS  263 6.1 Introdução histórica 263 6.2  Conceito de sequência numérica  264 6.3  Conceito de série numérica  267 6.4  Princípio da Indução Finita  286 6.5  Roteiro de estudos com exercícios resolvidos e exercícios propostos  287 APÊNDICE 1  303 APÊNDICE 2  309 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  325
  • 6. FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS: CONCEITOS E LIMITES 1 1.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo, estudaremos alguns conceitos básicos do cálculo para funções de duas ou mais variáveis. Iniciaremos estudando limites e continuidades de funções de duas ou três variáveis. No Volume 2, estudamos funções reais de uma variável. Mas, quando vamos fazer modelagem matemática, na maioria das aplicações, precisamos de mais de uma variável para representar as expressões. Exemplos: E 1.1  Cálculo da área de um retângulo. Sejam x a largura e y a altura de um retân- gulo qualquer. A sua área é dada por x y. . Então para cada retângulo, a função área é f x y x y, .( ) = . E 1.2  Cálculo do perímetro de um retângulo. Sejam x a largura e y a altura de um retângulo qualquer. O seu perímetro é dado por 2 2x y+ . Para cada retângulo, temos que, então, a função perímetro é f x y x y,( ) = +( )2 . 1.2 CONCEITO E EXEMPLOS DE FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS Seja D um conjunto no espaço n-dimensional, ou seja, D n ⊆  . Os elementos de D são n-uplas ordenadas P x x xn= …( )1 2, , , de números reais.
  • 7. 22 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 Se a cada ponto P pertencente ao conjunto D associamos um único elemento w ∈, temos uma função f D n : ⊆ → , que é denominada função de n variáveis reais inde- pendentes x x xn1 2, , ,… . Os números reais x x xn1 2, , ,… são também denominados variá- veis de entrada da função e w f x x xn= …( )1 2, , , ou w f P= ( ) é a variável dependente, também denominada variável de saída. O conjunto D é chamado de domínio da função e o conjunto dos valores de w assu- midos pela função é o conjunto imagem da função. Exemplos: E 1.3  Cálculo da área de um triângulo. Sejam x a largura da base e y a altura de um triângulo qualquer. Pela fórmula da geometria, A xy = × = base altura 2 2 Então, a função área do triângulo é dada por f x y xy ,( ) = 2 . Se o triângulo tem base 3 e altura 4, logo, a área é dada por: , . f 3 4 3 4 2 6( ) = = unidades de área (u.a.). E 1.4  Cálculo do volume de uma caixa retangular. Sejam x y z, e os lados de uma caixa retangular qualquer. Pela fórmula da geometria, V = ×área da base altura Então, a função volume de uma caixa retangular é dada por f x y z x y z, , . .( ) = . Se a caixa tem dimensões 3, 4 e 5, seu volume é dado por: f 3 4 5 3 4 5 60, , . .( ) = = unidades de volume (u.v.). E 1.5  Cálculo da média aritmética de n números reais x x xn1 2, , ,… . Pela fórmula estatística, x x x x n n = + +…+1 2 Então, a função média aritmética de n números reais é dada por: f x x x x x x nn n 1 2 1 2 , , ,…( ) = + +…+ 1.3 FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS Uma função real f de duas variáveis é uma relação que transforma em um único nú- mero real z cada par ordenado x y,( ) de números reais pertencentes a certo conjunto
  • 8. DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIASVARIÁVEIS 2 2.1 INTRODUÇÃO No Capítulo 2 do Volume 2, estudamos a função com apenas uma variável. Defini- mos a derivada da função como a taxa de variação da função em um ponto dado x0, per- tencente ao domínio da função. Mas, agora, se tivermos uma função de duas variáveis, teremos duas variáveis para fazer a variação. Então, para se calcular a taxa de variação em relação a apenas uma variável, por exemplo, x, fixamos a outra, por exemplo, y; a seguir, aplicamos a regra de derivação apenas à variável livre x, e obtemos, então, uma derivada parcial dessa função com relação a x. Agora, se a função tem n variáveis independentes, fixamos n −( )1 variáveis e dei- xamos apenas uma livre; se derivarmos essa variável como se fosse uma função de uma variável, teremos uma derivada parcial da função com relação a essa variável. Neste capítulo, estudaremos as diversas maneiras de derivar uma função de duas ou mais variáveis. 2.2 DERIVADA PARCIAL DE UMA FUNÇÃO DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS Para ilustrar o conceito de derivada parcial de função de várias variáveis, vamos construir as definições com funções de duas variáveis, para melhor visualização, mas apresentaremos, nos exemplos e exercícios, funções de três ou mais variáveis, sabendo que as definições são equivalentes, aumentando apenas o número de variáveis. Seja z f x y= ( ), uma função real de duas variáveis, definida em um conjunto aberto D e x y0 0,( )∈D.
  • 9. 64 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 2.2.1 DERIVADA PARCIAL COM RELAÇÃO A x Fixando y0 nodomíniodafunção, f x y, 0( ) passaaserumafunçãoapenasdavariávelx. A derivada parcial de f com relação a x, no ponto x y0 0,( )∈ D, é dada pelo seguinte limite lim , , x x f x y f x y x x→ ( )− ( ) −0 0 0 0 0 se este limite existir e for finito. Ou, ainda, lim , , ∆ ∆ ∆x f x x y f x y x→ +( )− ( ) 0 0 0 E temos, como notações, f x y f x x y z x x y z x yx x0 0 0 0 0 0 0 0, , , ,( ) ∂ ∂ ( ) ∂ ∂ ( ) ( )ou ou ou onde z f x y= ( ), . O símbolo ∂ usado na representação da derivada parcial é conhecido como “del”, mas seu nome é “D-rond” (pronuncia-se “derrond”), que significa D-redondo, em francês. Se A é um subconjunto de D, domínio da função z f x y= ( ), , tal que para todos os pontos x y A,( )∈ exista f x yx ,( ), fica, assim, definida uma nova função: função derivada parcial com relação a x de f x y,( ), que a cada par x y A,( )∈ associa f x yx ,( ), onde f x y f x x y f x y xx x , lim , , ( ) = +( )− ( ) →∆ ∆ ∆0 2.2.2 DERIVADA PARCIAL COM RELAÇÃO A y De modo semelhante, fixando x0 no domínio da função, f x y0,( ) passa a ser uma função apenas da variável y. A derivada parcial de f com relação a y, no ponto x y0 0,( )∈ D é dada pelo seguinte limite, lim , , y y f x y f x y y y→ ( )− ( ) −0 0 0 0 0 se este limite existir e for finito. Ou ainda, lim , , ∆ ∆ ∆y f x y y f x y y→ +( )− ( ) 0 0 0 E temos, como notações, f x y f y x y z y x y z x yy y0 0 0 0 0 0 0 0, , , ,( ) ∂ ∂ ( ) ∂ ∂ ( ) ( )ou ou ou onde z f x y= ( ), .
  • 10. INTEGRAIS DUPLAS ETRIPLAS 3 Neste capítulo, estenderemos a ideia de integrais definidas para integrais duplas de funções de duas variáveis f x y,( ) sobre uma região no plano e integrais triplas de fun- ções de três variáveis f x,y,z( ) sobre uma região no espaço. Essas ideias serão utilizadas para calcular volumes, áreas de superfícies e para muitas outras aplicações tecnológicas. 3.1 INTEGRAIS DUPLAS Seja uma função f D: ⊂ → 2 , de duas variáveis, contínua, definida em uma re- gião D fechada, limitada e simples, ou seja, sem autointerseções. Passemos retas para- lelas aos eixos dos x e dos y, formando, assim, uma rede de retângulos. Considerando apenas os retângulos inteiramente contidos na região D, vamos numerá-los de 1 a n. D x y Figura 3.1
  • 11. 130 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 Observamos que cada retângulo tem área ∆ ∆ ∆A x yi i i= , para i n= …1 . Em cada retângulo Di, escolhemos o ponto médio x yi i,( ) e calculamos a função neste ponto: f x yi i,( ). Se f x y,( )≥ 0, para cada i n= …1 , a quantidade f x y Ai i i,( )∆ representa o volume do paralelepípedo de base retangular Di e altura f x yi i, .( ) z ƒ(xi,yi) x y Figura 3.2 Se adicionarmos os volumes de todos os paralelepípedos de i n= 1 , temos a soma de Riemann, que é dada por: S f x y A i n i i i= ( ) = ∑1 , ∆ Observe que esta soma aproxima o volume do sólido formado entre a função e a região do plano D. Quanto maior o número de retângulos, mais próximo do volume real estará a soma. Definimos a integral dupla de f x y,( ) sobre D, ao limite da soma, se o limite existir e for finito: f x y dA f x y A D n i n i i i∫∫ ∑( ) = ( )→∞ = , lim , 1 ∆ Matemático alemão e gênio da matemática moderna, além de trabalhar com cálculo, fez diversas descobertas na geometria, demonstrando que existem diferentes tipos de espaços de três dimensões. GEORG FRIEDRICH BERNHARD RIEMANN (1826-1866)Foto: Wikipédia.
  • 12. INTEGRAIS DE LINHA 4 O estudo das integrais de linha teve início no final do século XVIII, com o desenvol- vimento da geometria diferencial. Muitos nomes, como Augustin Louis Cauchy (1789- 1857), F. Frenet (1816-1888) e J. A. Serret (1819-1885) foram fundamentais ao de- senvolvimento do cálculo nesta área. Particularmente, Frenet e Serret descreveram as curvas no espaço. Não podemos deixar de mencionar as contribuições de Carl Friedrich Gauss (1777-1855), que foram fundamentais para o estudo das integrais de linha. Antes de definir a integral de linha, precisamos apresentar o conceito de curva pa- rametrizada. 4.1 CURVA PARAMETRIZADA Dada uma curva C no espaço, podemos escrevê-la em função de um certo parâme- tro t. Chamamos de curva parametrizada ao conjunto de pontos do espaço: x x t y y t z z t t I = ( ) = ( ) = ( ) ∈ ⊂      para  Outra maneira de representar uma curva no espaço é a sua forma vetorial: C r t x t i y t j z t k:     ( ) = ( ) + ( ) + ( ) , para t I∈ ⊂ 
  • 13. 176 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 Exemplos: E 4.1  A representação gráfica da curva x t y t z t t = = = ∈[ ]      cos ,sen 0 2π é dada por: Hélice Figura 4.1 E 4.2  A representação gráfica da curva x t y t z t t = + = = − ∈[ ]      2 1 2 0 6, é dada por: x y z Segmento de reta no espaço Figura 4.2 4.1.1 PARAMETRIZAÇÃO DE ALGUMAS CURVAS 4.1.1.1 Segmento de reta Dados dois pontos do espaço, A x y z0 0 0, ,( ) e B x y z1 1 1, ,( ), queremos escrever o seg- mento de reta AB parametrizado. Observe que,  r t t A tB( ) = −( ) +1 , para 0 1≤ ≤t
  • 14. INTRODUÇÃO ÀTEORIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 5 5.1 INTRODUÇÃO HISTÓRICA As equações diferenciais surgiram logo em seguida à descoberta do cálculo di- ferencial de Newton e Leibniz. Newton não trabalhou diretamente com as equações diferenciais, mas suas descobertas em mecânica forneceram ferramentas para o de- senvolvimento posterior. Já Leibniz, como viajava muito, além de resolver as equações diferencias separáveis, teve contato direto com a família Bernoulli, contato esse que resultou em alguns métodos de soluções de equações diferencias. Esse início se deu no século XVII, e até hoje a matemática moderna continua ampliando o estudo de equações diferenciais, bem como suas aplicações em áreas tão diversas quanto se imagina. Vamos apresentar, neste capítulo, alguns conceitos básicos para o estudo das equa- ções diferenciais, alguns métodos de resolução e exemplificar com algumas aplicações. 5.2 EQUAÇÃO DIFERENCIAL Uma equação diferencial é uma igualdade que envolve uma função incógnita e suas derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes. Exemplos: E 5.1  dy dx x= +5 3 E 5.2  y y y′′ ′− + =3 5 0
  • 15. 212 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 E 5.3  ∂ ∂ + ∂ ∂ = + 2 2 2 2 2f x f y x y E 5.4  x dx ydy2 3 0+ = 5.2.1 NOTAÇÕES DE DERIVADAS 1) Leibniz (1646-1716) dy dx d y dx d y dx d y dx n n �; ; ; ; 2 2 3 3 … 2) Lagrange (1736-1813) y y y y n ′ ′′ ′′′; ; ; ;… ( ) 3) Newton (notação de ponto) (1642-1727)  y y y y n ; ; ; ;… ( ) 4) Notação em subscrito ∂ ∂ = ∂ ∂ = u x u u x ux xx; 2 2 5.2.2 CLASSIFICAÇÃO DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL Podemos classificar uma equação diferencial de várias maneiras. Uma dela é quanto ao tipo. 5.2.2.1 Classificação quanto ao tipo • Equação diferencial ordinária – Uma equação diferencial cuja função in- cógnita é função de apenas uma variável dependente é denominada equação diferencial ordinária (EDO). Exemplos: E 5.5  dy dx x= +5 3 E 5.6  ′′ ′− + =y y y3 5 0 E 5.7  x dx ydy2 3 0+ =
  • 16. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS 6 6.1 INTRODUÇÃO HISTÓRICA A ideia de sequência é muito antiga e vem da época dos babilônicos. Tem-se regis- tros de somas de termos de uma sequência em documentos muito antigos, como a tábua Plimpton 322, cerca de 1900 a 1600 a.C. Pitágoras (585 a.C.-500 a.C.) e os sábios gregos que viveram depois dele conheciam bem as progressões aritméticas, as geométricas, as harmônicas e as musicais. Mas foi Zenão (490 a.C.-425 a.C.), com uma coletânea de 40 paradoxos relativos ao contínuo e ao infinito, que inspirou os pais do Cálculo Diferencial e Integral a estudar mais de perto o assunto. Em 1202, Leonardo de Pisa (Fibonacci = filho de Bonacci), matemático e comercian- te da Idade Média, escreveu um livro denominado Liber Abacci, ilustrado com muitos problemas, sendo que um deles é o dos pares de coelhos: Deseja-se saber quantos pares de coelhos podem ser gerados de um único par em um ano, se de um modo natural a cada mês ocorre a produção de um par, e um par começa a produzir coelhos quando completa dois meses de vida. Esta ficou conhecida como sequên­cia de Fibonacci e tem muitas propriedades interessantes. Por volta de 1590, Napier revelou possuir completo conhecimento da correspon- dência entre progressões aritméticas e geométricas, que o levou à construção dos logaritmos. Gauss, em 1787, aos 10 anos de idade, durante uma aula de Matemática, quando seu professor pediu para que todos os alunos obtivessem a soma dos números de 1 a 100, em poucos minutos apresentou o resultado correto, usando o que conhecemos hoje como a soma dos n primeiros números de uma progressão aritmética.
  • 17. 264 Matemática com aplicações tecnológicas – Volume 3 Hoje, as sequências e séries têm ampla aplicação em todas as áreas, desde a matemática aplicada (construção de algoritmos computacionais) até a biologia (controle de epidemias). Vamos apresentar neste capítulo alguns conceitos básicos para o estudo de se­ quências e séries. 6.2 CONCEITO DE SEQUÊNCIA NUMÉRICA Chamamos de sequência o conjunto imagem de uma função f cujo domínio é o con- junto dos inteiros positivos. f A n f n : ( ) »+ → Exemplos: E 6.1  Seja a sequência: 1 2 4 8 16, , , , ,… . Note que, f n n ( )= 2 , para todo n ≥ 0. E 6.2  Seja a sequência: 1 1 1 1 1, , , , ,− − … . Note que, f n n ( )= −( )1 , para todo n ≥ 0. Uma maneira de representar uma sequência é pela expressão do termo geral: an n { } ∈ Exemplos: E 6.3  Progressão aritmética (P.A.) de razão r = 3: 3n n { } ∈ E 6.4  Progressão geométrica (P.G.) de razão q = 4: 4n n { } ∈ Dizemos que uma sequência numérica an n { } ∈ converge, se lim n na →∞ existe e é finito, ou seja, se existe L ∈ tal que lim n na L →∞ = . Ou, ainda, dado ε > 0 , existe N > 0 tal que a Ln − < ε, para todo n N> . Caso contrário, dizemos que a sequência diverge. Observação Para se calcular o limite de uma sequência, deve-se associar a uma função real que coincida com o termo geral da sequência nos números naturais e proceder com os métodos conhecidos para cálculo de limites.
  • 18. A matemática é considerada a ciência do raciocínio lógico e abstrato, base de todas as ciências. É usada como ferramenta essencial em praticamente todas as áreas do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, biologia e ciências sociais. Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e, ainda assim, a matemática continua a se desenvolver permanentemente. Apresentamos a coleção Matemática com Aplicações Tecnológicas, que foi concebida e organizada por experientes professores da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) em quatro volumes, respectivamente: Matemática Básica, Cálculo I, Cálculo II e Matemática Financeira. Este livro, terceiro volume da coleção, apresenta o Cálculo II de forma clara e objetiva por meio de textos, ilustrações, exemplos e exercícios resolvidos e propostos com resultados. Tem por finalidade conduzir o aprendizado no sentido de clarear conceitos e firmar raciocínios geralmente pouco absorvidos em cursos de Matemática. Destina-se a alunos e professores de cursos superiores de tecnologia, Engenharia, bacharelado em Matemática e em Física, Ciência da Computação, Administração, Economia e áreas afins. Matemática com Aplicações Tecnológicas Seizen Yamashiro Suzana Abreu de Oliveira Souza Dirceu D'Alkmin Telles (organizador) Cálculo II | Volume 3 Autores SEIZEN YAMASHIRO Licenciado em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor decano da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). Professor pleno na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP). Professor do curso de reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP. SUZANA ABREU DE OLIVEIRA SOUZA Bacharel em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Ciências – Matemática Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Ciências – Matemática Aplicada pela USP. Professora na FATEC-SP e no Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI). Professora do curso de reforço para alunos ingressantes na FATEC-SP. Organizador DIRCEU D’ALKMIN TELLES Engenheiro, mestre e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP). Atua como colaborador da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). Professor do Programa de Pós-Graduação do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). Foi presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID), professor e diretor da FATEC-SP, coordenador de irrigação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e professor do Programa de Pós-Graduação da EPUSP. www.blucher.com.br 1 FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS: CONCEITOS E LIMITES 2 DERIVADAS DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 3 INTEGRAIS DUPLAS E TRIPLAS 4 INTEGRAIS DE LINHA 5 INTRODUÇÃO À TEORIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 6 SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS APÊNDICES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Yamashiro|SouzaMatemáticacomAplicaçõesTecnológicas
  • 19. Veja na loja Matemática com Aplicações Tecnológicas - Vol. 3 Cálculo II Dirceu D'Alkmin Telles (organizador) Seizen Yamashiro (autor) Suzana Abreu de Oliveira Souza (autora) ISBN: 9788521212218 Páginas: 326 Formato: 17 x 24 cm Ano de Publicação: 2018 Clique aqui e: