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CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE SYLVIO DE CAMARGO
CURSO DE ASSESSORIA EM ESTADO-MAIOR PARA
SUBOFICIAIS FUZILEIROS NAVAIS
(C-ASEMSO-FN/EAD)
RESENHA CRÍTICA
ALUNO: SO FN-AT 86.3027.01 IVALDINO VENTURIM JÚNIOR
Abrashoff, D. Michael. Este barco também é seu: práticas inovadoras de gestão que
levaram o USS Benfold a ser o melhor navio de guerra da marinha americana / Capitão-de-
mar-e-guerra D. Michael Abrashoff. São Paulo: Cultrix, 2006, 200p.
O capitão-de-mar-e-guerra D. Michael Abrashoff é formado pela Academia Naval
americana em Annapolis, Maryland, e foi assistente militar do ex-secretário de Defesa, o
honorável Dr. William J. Perry. Abrashoff deixou a Marinha em 2001 e tornou-se fundador e
CEO da Grassroots Leadership, Inc., em Boston.
O livro narra a experiência vivida pelo Comandante D. Michael Abrashoff em um
navio de guerra americano, batizado de Benfold. Uma homenagem à memória do Sargento
Edward Clyde Benfold – militar Técnico de Serviço Médico de Campo, que morreu em ação
aos 21 anos de idade enquanto atendia a dois fuzileiros navais feridos durante a Batalha de
Bunker Hill na Coréia. A obra está dividida em 12 capítulos com os seguintes títulos: Assuma
o Comando; Lidere pelo Exemplo; Ouça com o Máximo de Atenção; Comunique o Objetivo e
o Sentido; Crie um Clima de Confiança; Busque Resultados, Não Elogios; Assuma Riscos
Calculados; Vá Além do Procedimento Padrão; Prepare o Seu Pessoal; Estimule a União;
Melhore a Qualidade de Vida do Seu Pessoal; e A Vida Após o Benfold. Possui 200 páginas,
onde o autor relata de maneira distinta e objetiva sua percepção sobre os temas: gestão e
liderança.
Abrashoff assume o comando do Benfold, um contratorpedeiro com a mais alta
tecnologia disponível na indústria naval. Seu navio era dotado de uma invejada arma de
combate, os incríveis mísseis tomahawk. À frente de uma extraordinária máquina de guerra, o
seu novo comandante tinha adiante um desafio enorme, no qual teria que lidar com uma
tripulação desmotivada dentro de um ambiente tóxico com pouca produtividade. Assim,
decidiu mudar o rumo da história, e torná-lo o melhor navio de guerra da Esquadra do
Pacífico.
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Em primeiro lugar, seu princípio organizacional partiu do mais simples para o mais
complexo. Em seguida, começa a “enxergar o navio pelos olhos da tripulação”, averiguando o
que estava errado para depois ajudar a sua guarnição na busca por soluções. Adotou uma
postura de comprometimento e responsabilidade com a missão assumida. Como também,
quebra alguns paradigmas do tipo: “ninguém é insubstituível” e “sempre foi feito assim”.
Além de motivar a colaboração de todos na melhor maneira de se fazer o que já estava sendo
feito, ou seja, aprimorar os processos para obter bons resultados nas tarefas rotineiras do
navio. Cria um ambiente favorável ao progresso e aperfeiçoamento dos seus marinheiros e,
por causa disso, a valorização necessária para reter o máximo possível de seu pessoal a bordo
do Benfold e na Marinha.
Conforme exposto acima, a estratégia posta em prática pelo comandante começou a
trazer resultados ao conquistarem o Troféu Spokane – prêmio criado em 1908, pelo presidente
Theodore Roosevelt para reconhecer a proficiência dos combatentes de superfície. Ele é
concedido anualmente ao navio que demonstra maior presteza para o combate na Esquadra do
Pacífico. Logo depois, sua competência de gerenciamento e liderança passa a ser evidenciada
pela sua cadeia de comando. As comissões anteriores ao Benfold deram grandes
oportunidades no desenvolvimento da capacidade de liderar de Abrashoff. Destacando-se
como a experiência mais importante de sua carreira, a de assistente militar do Secretário de
Defesa americano William Perry. Onde teve a chance de estar nos níveis mais alto da tomada
de decisão: político e estratégico. A observação de como Perry agia e lidava com as pessoas e
problemas, trouxeram-lhe ensinamentos que agregaram valores aos seus princípios morais. O
mesmo narra que o Secretário de Defesa tornou-se modelo de conduta, no qual provocou
mudanças no seu estilo de liderança. Dessa forma, mostrou estar sempre atento a ações
daqueles que detinham o maior grau de responsabilidade do Estado Americano.
Embora o cargo de comandante de navio simbolize uma liderança autocrática,
Abrashoff compreendeu muito bem o seu papel de líder dentro da Marinha. De tal modo que a
consciência situacional lhe permitiu refletir sobre suas palavras e ações. Além disso, tinha
ciência de que a influência exercida sobre o comportamento de seu pessoal dependia
exclusivamente da credibilidade conquistada por ele. “Dar o exemplo não é a melhor maneira
de influenciar os outros; é a única”, (SCHWEITZER, 1952), seguindo essa mesma dinâmica,
ele descreve: “lidere pelo exemplo, não por preceitos”. Assim sendo, sabia que suas atitudes
eram observadas por toda tripulação, que toda decisão tomada iria repercutir de forma
positiva ou negativa na atuação de seus marinheiros e no ambiente de trabalho. Procurou ser
um líder entusiasmado para que sua equipe desenvolvesse uma força-tarefa entusiasmada e
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competitiva. Em síntese, ele não buscava a simpatia, mas sim, a confiança, respeito e
admiração de seus liderados.
Examinando os problemas que o navio enfrentava com relação aos processos, iniciou
uma sequência de entrevistas, ouvindo com o máximo de atenção a tripulação na intenção de
encontrar soluções que tornasse o navio mais produtivo. E destas entrevistas, ele narra que um
marujo que pintava e lixava o navio para evitar ferrugens, surgiu com um novo procedimento
que facilitaria a atividade de pintura e retrabalho. Sugeriu usar parafusos, porcas e arruelas de
aço inoxidável para substituir os de ferro que oxidavam e manchavam de ferrugem o costado
do navio. Abrashoff com os recursos de que dispõe, coloca em prática a idéia do marinheiro, e
começa a empreender um modelo de gestão inovador visando alcançar a eficiência e a
eficácia. Logo, os tripulantes passam a perceber o que seu comandante esperava deles:
máxima cooperação e contribuição com novas idéias.
Para Abrashoff, o grande segredo para comandar um navio ou administrar uma
empresa, é fazer com que as pessoas busquem alcançar objetivos comuns ao grupo. Essa
análise provém do conceito de liderança, tal qual o Estado-Maior da Armada (EMA-137,
2013, p.1-2) define como: “o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que
ajam, voluntariamente, em prol do cumprimento da missão”. Diante disso, o foco da
liderança está no cumprimento da missão, e as pessoas serão os meios para se alcançar os
objetivos. Por isso, na liderança se procura compreender as relações humanas em todos os
seus aspectos, sejam eles: sociais, filosóficos, psicológicos ou religiosos.
Não há dúvidas que a habilidade de comunicação assertiva do comandante foi o
facilitador para que pudesse influenciar seu pessoal a alcançar as metas desejadas, e extrair as
informações necessárias ao aumento da capacidade operacional do USS Benfold. A
comunicação interpessoal é definida como fator essencial ao processo de liderança. Por isso,
teve a atitude de manter todo o navio informado das metas, idéias e elogios que surgissem.
Assim, fez com que as pessoas se sentissem importantes por terem participação no que
acontecia a bordo. Por certo, considerava que a falta de informação provocava o isolamento e
por consequência o fracasso. Segundo ele: “conhecimento é poder, sim, mas o que os líderes
precisam é poder coletivo, e isso requer conhecimento coletivo”. Assim sendo, com intuito de
manter o fluxo de informação, costumava usar o sistema de alto-falantes do navio. O sistema
de alto-falantes era tão usado que a tripulação começou a chamar seu comandante de “Mega
Mike” ou “Mike Megafone” e diziam que ele não resistia falar ao microfone.
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No Benfold o lema implementado foi: “este barco também é seu”, com o propósito de
incentivar a tripulação a desenvolver o sentimento de pertencimento do navio. Entre outras
medidas, estava a saudação de boas-vindas: “bem-vindo ao melhor navio de guerra da
Marinha”. O comandante procurava fazer com que os marinheiros sentissem orgulho do navio
e tivessem um olhar cativante do trabalho realizado no USS Benfold. Por esta razão, a cada dia
crescia a responsabilidade individual tão almejada. A partir daí, todo marinheiro passou a
contribuir de forma significativa para o alcance das metas. Conforme o autor, se você só sabe
dar ordens, o que você vai receber de volta são homens que só sabem executar ordens. Diante
disso, um Chefe que só transmite ordens mediante as ações a serem empreendidas, nunca dará
oportunidade ao seu subordinado de exercer sua proatividade e iniciativa. Durante o exercício
da liderança cabe sempre ao mais antigo estimular os liderados a aplicarem suas competências
para melhorar a execução das tarefas.
O estímulo a união fez parte de uma das metas a serem alcançadas pelo comandante. O
programa de treinamento sobre união desenvolvido por ele ajudou muitos dos membros de
sua tripulação a mudar seus pensamentos e emoções e, por conseguinte, a melhorar seus
comportamentos no trabalho. Então, a compreensão de que somente auxiliando um ao outro,
todos seriam beneficiados, foi aos poucos conquistando espaço, e o espírito de equipe sendo
lapidado em cada um de seus marinheiros. Certamente, acreditava que o método de comando
e controle não traria grandes resultados, por isso, adotou o estilo participativo de liderança
onde o líder espera uma maior colaboração de sua equipe e busca aproveitar suas idéias.
De acordo com as conclusões de COVEY (1989), “A liderança não é o
gerenciamento. O gerenciamento é a segunda criação. A liderança precisa vir primeiro”. O
Comandante do Benfold soube reconhecer a diferença entre gerenciar e liderar. De fato, suas
atuações visavam sempre em primeiro lugar cuidar de seu pessoal para depois criar um
ambiente favorável ao gerenciamento de processos. Sua gestão atribuía tarefas por efeito
desejado, permitindo que seus subordinados tomassem decisões e escolhessem a melhor linha
de ação para solucionar os problemas, dando liberdade com responsabilidade. Também,
atitudes como estar junto das praças nos almoços de confraternização ao ar livre, almoçar uma
vez semanalmente com a guarnição no rancho das praças e garantir que os VIPs visitantes
tivessem contato com a tripulação, mostrava aos oficiais que investir nas relações humanas
trataria a unidade. Desse modo, prestigiando cada integrante das equipes de todas as divisões
do navio.
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O senso de justiça praticado por Abrashoff permitia estabelecer um clima de segurança
e entendimento a bordo. Ele era totalmente contrário ao regime de tolerância zero, pois um
regime que trata qualquer transgressão disciplinar com o máximo de rigor, não favorece a
correção, e nem a recuperação da disciplina consciente do indivíduo. O combate as
hostilidades sexuais, preconceitos e estereótipos pelo líder do Benfold, fortaleceram a crença
de toda a tripulação, de que estavam sendo guiados por alguém que era digno de confiança.
De tal maneira que todas as punições impostas pelo comandante geravam um sentimento de
terem sido aplicadas com rigor, mas de maneira justa e com total imparcialidade. Sem dúvida,
os erros às vezes ensinam mais do que os acertos, visto que eles ficam mais tempo retidos no
nosso cérebro. Por exemplo, devemos tomar como lições aprendidas todas as experiências
negativas que tivemos, e sairmos mais revigorados dessas situações. Portanto, a sinergia e o
espírito de equipe permitem que as pessoas superem suas frustrações com mais facilidade e
rapidez, que são características da resiliência.
Finalmente, é chegada à hora do comandante do USS Benfold passar o comando.
Encerra-se a comissão mais marcante na vida de Abrashoff. Para ele, o orgulho de ter
contribuído de forma profunda na vida de seus marinheiros, valeu à pena todo esforço e risco
corridos durante sua permanência no cargo. Bem como, provocando transformações nas
atitudes de sua tripulação, afirma ser o homem mais feliz por ter passado por uma experiência
única. Deixou o seu legado para o novo comandante, considerando que sua missão foi
cumprida na Marinha. Dessa maneira, deseja que suas ações inovadoras inspirem outros
oficiais a dar continuidade ou até mesmo criar novas técnicas de condução e direção de
pessoas.
Em conclusão, o autor assemelha liderança a um compromisso assumido, e não a uma
forma de ganhar dinheiro. Explica que para ser um líder você precisa ter vontade, despender a
energia que faz com que o ser humano persiga a meta até alcançá-la. Expõe que os problemas
de liderança que acontecem nas organizações são conseqüência de gerentes ou chefes de
temperamentos reativos e resistentes a mudanças. Principalmente, adverte aos diretores que
dêem a devida importância ao relacionamento interpessoal no trabalho. Registra que um bom
clima organizacional trás resultados incalculáveis para os negócios. Compara o chefe que
procura satisfazer o seu egocentrismo, em relação ao líder que resolve os piores problemas e
inspira os seus colaboradores a fazer o melhor. Por último, expressa estar consciente de que as
organizações de todas as partes do mundo são capazes de realizar o mesmo. E conclui com o
discurso: “este barco também é nosso”.
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Em virtude dos fatos mencionados, a obra fornece subsídios e sugestões para o
desenvolvimento da capacidade individual de liderança, visto que os assuntos são tratos de
forma abrangente, numa abordagem clara e objetiva. O autor alcança valores considerados
essenciais como: ser exemplo, coragem física e moral, lealdade, integridade ética, humildade,
determinação, autoconfiança, competência profissional e outros.
É uma leitura que exige conhecimento prévio sobre teoria de liderança, para que possa
agregar valores às conclusões dos leitores, pois os fatos apresentados serão melhores
compreendidos, evitando assim, um juízo de valor preconceituoso e infundado.
Abrashoff empregou os estilos de liderança participativa, carismática e
transformacional na gestão de pessoas. Como resultado, produziu novos cenários propiciando
o surgimento de modelos mentais como: “pensar fora da caixa”. Além disso, demonstrou ser
capaz de atingir por meio da liderança a efetividade necessária ao sucesso do USS Benfold.
A obra tem como propósito discutir alternativas e propor métodos inovadores de
liderança. Impactando principalmente naqueles militares que desde o início de suas carreiras,
somente aprenderam o exercício da chefia, como o único meio de alcançar os objetivos da
organização.
O livro é indicado ao público militar, embora o autor recomende também às
organizações empresariais. No entanto, para que o mundo coorporativo tire o máximo de
aproveito de todo o conhecimento transmitido, há necessidade de adaptação dos contextos
apresentados, uma vez que a realidade da liderança militar não condiz com aquilo que existe
numa liderança puramente administrativa.
Por fim, a descrição do perfil do líder Abrashoff: pessoa de muita habilidade social,
que lhe proporcionou ter um bom relacionamento com os seus superiores e subordinados;
elevado equilíbrio emocional para lidar com as situações de estresses causados por fatores
externos; possuidor de uma automotivação capaz de mantê-lo no foco de suas metas, apesar
dos desafios encontrados; alta capacidade de empatia em relação às pessoas, que possibilitou
sempre uma avaliação justa diante dos problemas encontrados; e permitiu desenvolver o
autoconhecimento emocional por meio de feedback de sua tripulação.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
CITAÇÕES E FRASES FAMOSAS. Disponível em:< https://citacoes.in/autores/albert-
schweitzer/ >. Acesso em: 20 de Abril de 2020.
BRASIL. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada. Doutrina de Liderança da Marinha
– EMA-137. Brasília, 2013.
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COVEY, Stephen R. Os Setes Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. São Paulo: Editora
Best Seller, 1989.
BRASIL. Marinha do Brasil. Comando- Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Manual de
Fundamentos de Fuzileiros Navais – CGCFN-0-1. rev.1.Rio de Janeiro, 2013.
WIKIPEDIA. Edward Clyde Benfold .Disponível em:< https://en.wikipedia.org/wiki/Edward
Clyde Benfold >. Acesso em: 20 de Abril de 2020.
WIKIPEDIA. Troféu Spokane .Disponível em:< https://pt.qwe.wiki/wiki/Spokane Trophy >.
Acesso em: 20 de Abril de 2020.
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  • 1. CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE SYLVIO DE CAMARGO CURSO DE ASSESSORIA EM ESTADO-MAIOR PARA SUBOFICIAIS FUZILEIROS NAVAIS (C-ASEMSO-FN/EAD) RESENHA CRÍTICA ALUNO: SO FN-AT 86.3027.01 IVALDINO VENTURIM JÚNIOR Abrashoff, D. Michael. Este barco também é seu: práticas inovadoras de gestão que levaram o USS Benfold a ser o melhor navio de guerra da marinha americana / Capitão-de- mar-e-guerra D. Michael Abrashoff. São Paulo: Cultrix, 2006, 200p. O capitão-de-mar-e-guerra D. Michael Abrashoff é formado pela Academia Naval americana em Annapolis, Maryland, e foi assistente militar do ex-secretário de Defesa, o honorável Dr. William J. Perry. Abrashoff deixou a Marinha em 2001 e tornou-se fundador e CEO da Grassroots Leadership, Inc., em Boston. O livro narra a experiência vivida pelo Comandante D. Michael Abrashoff em um navio de guerra americano, batizado de Benfold. Uma homenagem à memória do Sargento Edward Clyde Benfold – militar Técnico de Serviço Médico de Campo, que morreu em ação aos 21 anos de idade enquanto atendia a dois fuzileiros navais feridos durante a Batalha de Bunker Hill na Coréia. A obra está dividida em 12 capítulos com os seguintes títulos: Assuma o Comando; Lidere pelo Exemplo; Ouça com o Máximo de Atenção; Comunique o Objetivo e o Sentido; Crie um Clima de Confiança; Busque Resultados, Não Elogios; Assuma Riscos Calculados; Vá Além do Procedimento Padrão; Prepare o Seu Pessoal; Estimule a União; Melhore a Qualidade de Vida do Seu Pessoal; e A Vida Após o Benfold. Possui 200 páginas, onde o autor relata de maneira distinta e objetiva sua percepção sobre os temas: gestão e liderança. Abrashoff assume o comando do Benfold, um contratorpedeiro com a mais alta tecnologia disponível na indústria naval. Seu navio era dotado de uma invejada arma de combate, os incríveis mísseis tomahawk. À frente de uma extraordinária máquina de guerra, o seu novo comandante tinha adiante um desafio enorme, no qual teria que lidar com uma tripulação desmotivada dentro de um ambiente tóxico com pouca produtividade. Assim, decidiu mudar o rumo da história, e torná-lo o melhor navio de guerra da Esquadra do Pacífico. S O F N - A T V E N T U R I M
  • 2. Em primeiro lugar, seu princípio organizacional partiu do mais simples para o mais complexo. Em seguida, começa a “enxergar o navio pelos olhos da tripulação”, averiguando o que estava errado para depois ajudar a sua guarnição na busca por soluções. Adotou uma postura de comprometimento e responsabilidade com a missão assumida. Como também, quebra alguns paradigmas do tipo: “ninguém é insubstituível” e “sempre foi feito assim”. Além de motivar a colaboração de todos na melhor maneira de se fazer o que já estava sendo feito, ou seja, aprimorar os processos para obter bons resultados nas tarefas rotineiras do navio. Cria um ambiente favorável ao progresso e aperfeiçoamento dos seus marinheiros e, por causa disso, a valorização necessária para reter o máximo possível de seu pessoal a bordo do Benfold e na Marinha. Conforme exposto acima, a estratégia posta em prática pelo comandante começou a trazer resultados ao conquistarem o Troféu Spokane – prêmio criado em 1908, pelo presidente Theodore Roosevelt para reconhecer a proficiência dos combatentes de superfície. Ele é concedido anualmente ao navio que demonstra maior presteza para o combate na Esquadra do Pacífico. Logo depois, sua competência de gerenciamento e liderança passa a ser evidenciada pela sua cadeia de comando. As comissões anteriores ao Benfold deram grandes oportunidades no desenvolvimento da capacidade de liderar de Abrashoff. Destacando-se como a experiência mais importante de sua carreira, a de assistente militar do Secretário de Defesa americano William Perry. Onde teve a chance de estar nos níveis mais alto da tomada de decisão: político e estratégico. A observação de como Perry agia e lidava com as pessoas e problemas, trouxeram-lhe ensinamentos que agregaram valores aos seus princípios morais. O mesmo narra que o Secretário de Defesa tornou-se modelo de conduta, no qual provocou mudanças no seu estilo de liderança. Dessa forma, mostrou estar sempre atento a ações daqueles que detinham o maior grau de responsabilidade do Estado Americano. Embora o cargo de comandante de navio simbolize uma liderança autocrática, Abrashoff compreendeu muito bem o seu papel de líder dentro da Marinha. De tal modo que a consciência situacional lhe permitiu refletir sobre suas palavras e ações. Além disso, tinha ciência de que a influência exercida sobre o comportamento de seu pessoal dependia exclusivamente da credibilidade conquistada por ele. “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros; é a única”, (SCHWEITZER, 1952), seguindo essa mesma dinâmica, ele descreve: “lidere pelo exemplo, não por preceitos”. Assim sendo, sabia que suas atitudes eram observadas por toda tripulação, que toda decisão tomada iria repercutir de forma positiva ou negativa na atuação de seus marinheiros e no ambiente de trabalho. Procurou ser um líder entusiasmado para que sua equipe desenvolvesse uma força-tarefa entusiasmada e S O F N - A T V E N T U R I M
  • 3. competitiva. Em síntese, ele não buscava a simpatia, mas sim, a confiança, respeito e admiração de seus liderados. Examinando os problemas que o navio enfrentava com relação aos processos, iniciou uma sequência de entrevistas, ouvindo com o máximo de atenção a tripulação na intenção de encontrar soluções que tornasse o navio mais produtivo. E destas entrevistas, ele narra que um marujo que pintava e lixava o navio para evitar ferrugens, surgiu com um novo procedimento que facilitaria a atividade de pintura e retrabalho. Sugeriu usar parafusos, porcas e arruelas de aço inoxidável para substituir os de ferro que oxidavam e manchavam de ferrugem o costado do navio. Abrashoff com os recursos de que dispõe, coloca em prática a idéia do marinheiro, e começa a empreender um modelo de gestão inovador visando alcançar a eficiência e a eficácia. Logo, os tripulantes passam a perceber o que seu comandante esperava deles: máxima cooperação e contribuição com novas idéias. Para Abrashoff, o grande segredo para comandar um navio ou administrar uma empresa, é fazer com que as pessoas busquem alcançar objetivos comuns ao grupo. Essa análise provém do conceito de liderança, tal qual o Estado-Maior da Armada (EMA-137, 2013, p.1-2) define como: “o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol do cumprimento da missão”. Diante disso, o foco da liderança está no cumprimento da missão, e as pessoas serão os meios para se alcançar os objetivos. Por isso, na liderança se procura compreender as relações humanas em todos os seus aspectos, sejam eles: sociais, filosóficos, psicológicos ou religiosos. Não há dúvidas que a habilidade de comunicação assertiva do comandante foi o facilitador para que pudesse influenciar seu pessoal a alcançar as metas desejadas, e extrair as informações necessárias ao aumento da capacidade operacional do USS Benfold. A comunicação interpessoal é definida como fator essencial ao processo de liderança. Por isso, teve a atitude de manter todo o navio informado das metas, idéias e elogios que surgissem. Assim, fez com que as pessoas se sentissem importantes por terem participação no que acontecia a bordo. Por certo, considerava que a falta de informação provocava o isolamento e por consequência o fracasso. Segundo ele: “conhecimento é poder, sim, mas o que os líderes precisam é poder coletivo, e isso requer conhecimento coletivo”. Assim sendo, com intuito de manter o fluxo de informação, costumava usar o sistema de alto-falantes do navio. O sistema de alto-falantes era tão usado que a tripulação começou a chamar seu comandante de “Mega Mike” ou “Mike Megafone” e diziam que ele não resistia falar ao microfone. S O F N - A T V E N T U R I M
  • 4. No Benfold o lema implementado foi: “este barco também é seu”, com o propósito de incentivar a tripulação a desenvolver o sentimento de pertencimento do navio. Entre outras medidas, estava a saudação de boas-vindas: “bem-vindo ao melhor navio de guerra da Marinha”. O comandante procurava fazer com que os marinheiros sentissem orgulho do navio e tivessem um olhar cativante do trabalho realizado no USS Benfold. Por esta razão, a cada dia crescia a responsabilidade individual tão almejada. A partir daí, todo marinheiro passou a contribuir de forma significativa para o alcance das metas. Conforme o autor, se você só sabe dar ordens, o que você vai receber de volta são homens que só sabem executar ordens. Diante disso, um Chefe que só transmite ordens mediante as ações a serem empreendidas, nunca dará oportunidade ao seu subordinado de exercer sua proatividade e iniciativa. Durante o exercício da liderança cabe sempre ao mais antigo estimular os liderados a aplicarem suas competências para melhorar a execução das tarefas. O estímulo a união fez parte de uma das metas a serem alcançadas pelo comandante. O programa de treinamento sobre união desenvolvido por ele ajudou muitos dos membros de sua tripulação a mudar seus pensamentos e emoções e, por conseguinte, a melhorar seus comportamentos no trabalho. Então, a compreensão de que somente auxiliando um ao outro, todos seriam beneficiados, foi aos poucos conquistando espaço, e o espírito de equipe sendo lapidado em cada um de seus marinheiros. Certamente, acreditava que o método de comando e controle não traria grandes resultados, por isso, adotou o estilo participativo de liderança onde o líder espera uma maior colaboração de sua equipe e busca aproveitar suas idéias. De acordo com as conclusões de COVEY (1989), “A liderança não é o gerenciamento. O gerenciamento é a segunda criação. A liderança precisa vir primeiro”. O Comandante do Benfold soube reconhecer a diferença entre gerenciar e liderar. De fato, suas atuações visavam sempre em primeiro lugar cuidar de seu pessoal para depois criar um ambiente favorável ao gerenciamento de processos. Sua gestão atribuía tarefas por efeito desejado, permitindo que seus subordinados tomassem decisões e escolhessem a melhor linha de ação para solucionar os problemas, dando liberdade com responsabilidade. Também, atitudes como estar junto das praças nos almoços de confraternização ao ar livre, almoçar uma vez semanalmente com a guarnição no rancho das praças e garantir que os VIPs visitantes tivessem contato com a tripulação, mostrava aos oficiais que investir nas relações humanas trataria a unidade. Desse modo, prestigiando cada integrante das equipes de todas as divisões do navio. S O F N - A T V E N T U R I M
  • 5. O senso de justiça praticado por Abrashoff permitia estabelecer um clima de segurança e entendimento a bordo. Ele era totalmente contrário ao regime de tolerância zero, pois um regime que trata qualquer transgressão disciplinar com o máximo de rigor, não favorece a correção, e nem a recuperação da disciplina consciente do indivíduo. O combate as hostilidades sexuais, preconceitos e estereótipos pelo líder do Benfold, fortaleceram a crença de toda a tripulação, de que estavam sendo guiados por alguém que era digno de confiança. De tal maneira que todas as punições impostas pelo comandante geravam um sentimento de terem sido aplicadas com rigor, mas de maneira justa e com total imparcialidade. Sem dúvida, os erros às vezes ensinam mais do que os acertos, visto que eles ficam mais tempo retidos no nosso cérebro. Por exemplo, devemos tomar como lições aprendidas todas as experiências negativas que tivemos, e sairmos mais revigorados dessas situações. Portanto, a sinergia e o espírito de equipe permitem que as pessoas superem suas frustrações com mais facilidade e rapidez, que são características da resiliência. Finalmente, é chegada à hora do comandante do USS Benfold passar o comando. Encerra-se a comissão mais marcante na vida de Abrashoff. Para ele, o orgulho de ter contribuído de forma profunda na vida de seus marinheiros, valeu à pena todo esforço e risco corridos durante sua permanência no cargo. Bem como, provocando transformações nas atitudes de sua tripulação, afirma ser o homem mais feliz por ter passado por uma experiência única. Deixou o seu legado para o novo comandante, considerando que sua missão foi cumprida na Marinha. Dessa maneira, deseja que suas ações inovadoras inspirem outros oficiais a dar continuidade ou até mesmo criar novas técnicas de condução e direção de pessoas. Em conclusão, o autor assemelha liderança a um compromisso assumido, e não a uma forma de ganhar dinheiro. Explica que para ser um líder você precisa ter vontade, despender a energia que faz com que o ser humano persiga a meta até alcançá-la. Expõe que os problemas de liderança que acontecem nas organizações são conseqüência de gerentes ou chefes de temperamentos reativos e resistentes a mudanças. Principalmente, adverte aos diretores que dêem a devida importância ao relacionamento interpessoal no trabalho. Registra que um bom clima organizacional trás resultados incalculáveis para os negócios. Compara o chefe que procura satisfazer o seu egocentrismo, em relação ao líder que resolve os piores problemas e inspira os seus colaboradores a fazer o melhor. Por último, expressa estar consciente de que as organizações de todas as partes do mundo são capazes de realizar o mesmo. E conclui com o discurso: “este barco também é nosso”. S O F N - A T V E N T U R I M
  • 6. Em virtude dos fatos mencionados, a obra fornece subsídios e sugestões para o desenvolvimento da capacidade individual de liderança, visto que os assuntos são tratos de forma abrangente, numa abordagem clara e objetiva. O autor alcança valores considerados essenciais como: ser exemplo, coragem física e moral, lealdade, integridade ética, humildade, determinação, autoconfiança, competência profissional e outros. É uma leitura que exige conhecimento prévio sobre teoria de liderança, para que possa agregar valores às conclusões dos leitores, pois os fatos apresentados serão melhores compreendidos, evitando assim, um juízo de valor preconceituoso e infundado. Abrashoff empregou os estilos de liderança participativa, carismática e transformacional na gestão de pessoas. Como resultado, produziu novos cenários propiciando o surgimento de modelos mentais como: “pensar fora da caixa”. Além disso, demonstrou ser capaz de atingir por meio da liderança a efetividade necessária ao sucesso do USS Benfold. A obra tem como propósito discutir alternativas e propor métodos inovadores de liderança. Impactando principalmente naqueles militares que desde o início de suas carreiras, somente aprenderam o exercício da chefia, como o único meio de alcançar os objetivos da organização. O livro é indicado ao público militar, embora o autor recomende também às organizações empresariais. No entanto, para que o mundo coorporativo tire o máximo de aproveito de todo o conhecimento transmitido, há necessidade de adaptação dos contextos apresentados, uma vez que a realidade da liderança militar não condiz com aquilo que existe numa liderança puramente administrativa. Por fim, a descrição do perfil do líder Abrashoff: pessoa de muita habilidade social, que lhe proporcionou ter um bom relacionamento com os seus superiores e subordinados; elevado equilíbrio emocional para lidar com as situações de estresses causados por fatores externos; possuidor de uma automotivação capaz de mantê-lo no foco de suas metas, apesar dos desafios encontrados; alta capacidade de empatia em relação às pessoas, que possibilitou sempre uma avaliação justa diante dos problemas encontrados; e permitiu desenvolver o autoconhecimento emocional por meio de feedback de sua tripulação. REFERÊNCIAS UTILIZADAS CITAÇÕES E FRASES FAMOSAS. Disponível em:< https://citacoes.in/autores/albert- schweitzer/ >. Acesso em: 20 de Abril de 2020. BRASIL. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada. Doutrina de Liderança da Marinha – EMA-137. Brasília, 2013. S O F N - A T V E N T U R I M
  • 7. COVEY, Stephen R. Os Setes Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. São Paulo: Editora Best Seller, 1989. BRASIL. Marinha do Brasil. Comando- Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Manual de Fundamentos de Fuzileiros Navais – CGCFN-0-1. rev.1.Rio de Janeiro, 2013. WIKIPEDIA. Edward Clyde Benfold .Disponível em:< https://en.wikipedia.org/wiki/Edward Clyde Benfold >. Acesso em: 20 de Abril de 2020. WIKIPEDIA. Troféu Spokane .Disponível em:< https://pt.qwe.wiki/wiki/Spokane Trophy >. Acesso em: 20 de Abril de 2020. S O F N - A T V E N T U R I M