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ZONAS AZUIS: AS LIÇÕES PARA UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL
Há cinco regiões no mundo onde as pessoas vivem mais e melhor. A combinação de fatores
determinante para a longevidade inclui hábitos alimentares, estilo de vida, a própria comunidade e, até,
genética
Tudo começou com uma curiosidade sobre pessoas que “viviam verdadeiramente felizes e saudáveis
até aos 100 anos”. Dan Buettner, investigador da National Geographic, viajou pelo mundo para as
conhecer e entrevistar, juntamente com uma equipa de investigadores, incluindo médicos, antropólogos
e demógrafos, com o objetivo de perceber o que justificava a sua longevidade.
Foi assim que surgiu o conceito de Zonas Azuis: regiões que se destacam pela longa vida dos seus
habitantes, não apenas por serem centenários, mas também por envelhecerem sem doenças. Trata-se
não só de viver mais, mas de viver melhor. O nome surgiu porque a equipa começou por sinalizar essas
áreas no mapa com círculos azuis. Em 2009, encontraram os cinco locais que cumpriam os critérios
definidos: Okinawa, no Japão; Icária, na Grécia; Província de Ogliastra, na Sardenha (Itália); Loma
Linda, nos EUA; Península de Nicoya, na Costa Rica.
Além das particularidades de cada uma destas regiões, os especialistas conseguiram detetar nove
denominadores comuns que contribuem para a longevidade das populações analisadas:
- Mover-se de forma saudável: Não se trata de ir ao ginásio ou de correr a maratona, mas sim de viver
em ambientes que promovem o movimento físico, como por exemplo cultivar uma horta ou ir a pé visitar
um amigo;
- Ter um propósito: A investigação mostrou que ter um propósito, isto é, ter uma razão para se levantar
de manhã, pode acrescentar até sete anos à esperança de vida. Em todas as Zonas Azuis, as pessoas
vivem em função de mais alguma coisa além do trabalho;
- Abrandar: Adotar rotinas que diminuam o stress porque, de acordo com os investigadores, este
“conduz à inflamação crónica relacionada com todas as principais doenças resultantes da idade”;
- Regra dos 80%: Parar de comer quando 80% do estômago estiver cheio. Os habitantes das Zonas
Azuis guardam a refeição mais ligeira para o fim da tarde ou início da noite e não comem mais até ao
final do dia;
- Render-se aos vegetais: Os legumes e as leguminosas são o ponto central das dietas da maioria das
pessoas centenárias. Só comem carne, em média, cinco vezes por mês e em doses de cerca de 100
gramas;
- Vinho às 5: As pessoas de todas as Zonas Azuis bebem álcool de forma moderada e regular,
normalmente um ou dois copos por dia com amigos e/ou a acompanhar a refeição;
- Tribo certa: As redes sociais dos mais velhos influenciam de forma positiva os seus comportamentos
saudáveis. A pesquisa demonstrou que o tabaco, a obesidade, a felicidade e a solidão são “elementos
contagiosos”;
- Comunidade: Participar em cerimónias de culto quatro vezes por mês acrescenta quatro a 14 anos à
esperança de vida, mostrou a investigação. Só 5 em 263 pessoas centenárias entrevistadas não
pertencem a comunidades baseadas na fé;
- Primeiro os que se ama: Durante a sua longa vida, estes indivíduos colocam a família em primeiro
lugar, mantendo por perto os pais ou os avós e dedicando tempo aos filhos.
As cinco Zonas Azuis
OKINAWA (JAPÃO)
Okinawa
Ippei Naoi/Getty Images
Okinawa é conhecida como a “terra dos imortais”. É a maior ilha de um arquipélago subtropical, onde
vivem as mulheres mais velhas do planeta. Talvez o maior segredo dos seus habitantes seja a forte
dedicação aos amigos e à família. Mantêm uma rede social chamada “moai”, um círculo de amigos que
constitui uma rede de apoio para toda a vida. Têm também um forte sentido de propósito na vida, uma
força motriz a que os japoneses chamam “ikigai”, que lhes dá responsabilidade e o sentimento de que
são necessários até ao fim da vida. Ao longo do dia, reservam alguns momentos para relembrar os seus
antepassados.
Os seniores de Okinawa andam a pé, a suas casas têm muito pouco mobiliário e tomam refeições e
relaxam sentados em tapetes de tatami no chão. O facto de se levantarem do chão várias vezes por dia
aumenta a força e o equilíbrio do corpo, o que ajuda a proteger contra quedas. Quase todos cultivam ou
já cultivaram uma horta: é uma fonte de atividade física diária que exercita o corpo, ajuda a reduzir o
stress e, ao mesmo tempo, desfrutam da luz do sol durante todo o ano.
As suas refeições são compostas por legumes salteados, batata doce e tofu, portanto são ricas em
nutrientes e baixas em calorias. A carne de porco é reservada apenas para pontuais ocasiões
cerimoniais e consumida em pequenas quantidades.
ICÁRIA (GRÉCIA)
Icária
Alexandros Dedoukos/Getty Images
Icária é uma ilha grega no mar Egeu, a 12 quilómetros da costa da Turquia, que tem uma das mais
baixas taxas de mortalidade em meia-idade e de demência a nível mundial. Um em cada três habitantes
chega aos 90 anos de idade.
O seu estilo de vida inclui um ritmo descontraído, sem preocupação com horários, com sestas à tarde e
jogos de dominó à noite, fomentando as amizades. As pessoas que dormem regularmente a sesta têm
até 35% menos probabilidade de morrer de doenças cardíacas, possivelmente porque tal reduz o stress,
explica a equipa de Dan Buettner.
O terreno acidentado da ilha, com ar puro e brisas quentes, atraem-nos para o exterior, o que
proporciona um estilo de vida ativo, em que se movimentam com naturalidade. Seguem uma dieta
mediterrânica, à base de frutas e vegetais, leguminosas, batatas e azeite. Fazem jejum ocasionalmente,
preferem leite de cabra em vez de leite de vaca e bebem chás de ervas aromáticas, como alecrim
selvagem, salva e orégãos, que atuam como diuréticos.
PROVÍNCIA DE OGLIASTRA, SARDENHA (ITÁLIA)
Ogliastra
Jeremy Woodhouse/Getty Images
A área montanhosa da ilha italiana da Sardenha foi a primeira Zona Azul a ser identificada. Tem a maior
concentração de homens centenários, o que se deve a uma particularidade genética: o marcador M26
está ligado a um aumento da longevidade e, devido ao isolamento geográfico, esse gene permaneceu.
Ainda mais importante é o isolamento cultural, o que lhes tem permitido manter um estilo de vida muito
tradicional e saudável. Ainda caçam, pescam e colhem os alimentos que comem.
A alimentação consiste em pão integral, feijão, legumes e frutas. A carne é em grande parte reservada
aos domingos e ocasiões especiais. Permanecem próximos de amigos e familiares durante toda a vida e
é com eles que riem e bebem vinho moderadamente. De acordo com os especialistas, as pessoas que
vivem em famílias com ligações fortes e saudáveis sofrem taxas mais baixas de depressão, suicídio e
stress.
Outro fator determinante para a longevidade desta população é a importância atribuída aos mais velhos.
Os avós desempenham um papel ativo, prestando cuidados aos mais pequenos e transmitindo
sabedoria, com o intuito de perpetuar tradições e impulsionar o sucesso das novas gerações.
LOMA LINDA (EUA)
Loma Linda
Sebastian Kopp/Getty Images
Em Loma Linda, na Califórnia, encontra-se a comunidade com o maior número de Adventistas do Sétimo
Dia nos Estados Unidos, onde alguns habitantes vivem mais dez anos, de forma saudável, do que a
média dos norte-americanos. Tal como acontece com outras fés, esta igreja encoraja e oferece
oportunidades aos seus membros para fazerem voluntariado, o que permite que se concentrem na ajuda
ao próximo e evitem possíveis estados de depressão.
Para sair da vida quotidiana, ao sábado dedicam-se à família, aos amigos e à natureza, além da fé,
fortalecendo os laços sociais, o que está comprovado que beneficia a saúde no geral e a longevidade.
Os adventistas tendem a passar tempo com outros adventistas, o que lhes proporciona bem-estar ao
partilhar valores e apoiando-se mutuamente nos seus hábitos.
Preocupam-se em manter um índice de massa corporal saudável, ou seja, o peso adequado à altura, o
que permite baixar a pressão arterial, ter menos colesterol e menos doenças cardiovasculares. Para
isso, incluem frutos secos, frutas e leguminosas na alimentação, além de pouco sal e pouco açúcar.
Fazem uma refeição leve e cedo ao jantar, bebem muita água e comem carne com moderação. Muitos
adventistas seguem mesmo uma dieta vegetariana.
PENÍNSULA DE NICOYA (COSTA RICA)
Nicoya
Christian Aslund/Getty Images
Esta é a comunidade onde a população tem a taxa de mortalidade em meia-idade mais baixa do mundo
e a segunda maior concentração de homens centenários. O segredo passa por ter um plano de vida: os
centenários bem-sucedidos têm um forte sentido de propósito. Sentem-se necessários e querem
contribuir para um bem maior.
O sentimento de pertença também está associado à relação com as famílias, com quem vivem,
contando com o apoio de filhos ou netos. Além disso, recebem visitas frequentes dos seus vizinhos, com
quem riem e apreciam o que têm.
A dieta tradicional baseia-se em abóbora, milho e feijão e comem um jantar leve ao início da noite. A
água de Nicoya tem o maior teor de cálcio da Costa Rica, o que poderá explicar as taxas mais baixas de
doenças cardíacas, assim como ossos mais fortes e menos fraturas da anca, de acordo com a
investigação.
ZONAS AZUIS: 9 ENSINAMENTOS PARA UMA VIDA MAIS LONGA E SAUDÁVEL!
Com a população mais longeva e saudável do mundo, as Zonas Azuis têm ensinamentos preciosos
sobre a manutenção da saúde. Nossa metodologia no Instituto Nova Saúde é inspirada neles.
Você já ouviu falar sobre as Zonas Azuis (Blue Zones)?
Elas são 5 áreas no planeta cuja população alcança uma longevidade maior que outras partes do globo,
com uma concentração alta de idosos com 100 anos ou mais! E eles não só chegam a essa idade
avançada, mas o fazem com saúde. Os centenários das Zonas Azuis mostram-se com muita vitalidade e
com baixa incidência de doenças crônicas, como diabetes, câncer e problemas cardiovasculares.
As zonas azuis são: Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Nicoya (Costa Rica), Loma Linda (EUA), Ikaria
(Grécia). Elas foram mapeadas e estudadas pelo pesquisador e jornalista Dan Buettner, em parceria
com a National Geographic. Juntos, eles encontraram o que havia em comum nos hábitos de vida de
populações tão distintas, para encontrar as chaves para viver mais e melhor.
Essa pesquisa foi publicada no livro “Zonas Azuis: a solução para comer e viver como os povos mais
saudáveis do planeta” (Editora nVersos) e nós vamos elencar suas descobertas aqui. No livro, 9 tópicos
condensam os hábitos comuns dos moradores da zonais azuis.
Se você prestar atenção, vai notar que os 4 pilares da saúde que usamos como metodologia no Instituto
Nova Saúde – Alimentação, Sono, Exercício Físico e Saúde Mental – têm sua inspiração nos 9
ensinamentos das Zonas Azuis. Vamos a eles!
Os 9 ensinamentos das Zonas Azuis para a longevidade com saúde:
 Mexer o corpo naturalmente: os habitantes das zonas azuis mexem o corpo regularmente, mas não
em exercícios físicos extenuantes. Eles caminham, limpam suas casas, cuidam de seus jardins, plantam
seu alimento. O corpo é mantido ativo todos os dias e sem muito estresse corporal.
 Ter um propósito na vida: no Japão, a palavra Ikigai significa “razão para levantar da cama todas as
manhãs”. É a melhor maneira de resumir o que significa ter um propósito na vida. Em sua apresentação
no Ted Talks, Buettner ressalta como os moradores de Okinawa não hesitam em responder qual seu
Ikigai, quando entrevistados. O nosso propósito é algo que temos que buscar dentro de nós mesmos,
com fidelidade a nossa autenticidade.
 Reduzir o estresse: cada grupo de pessoas das Zonas Azuis tem sua maneira de desacelerar. Seja
pela oração ou por ter um momento de silêncio e veneração dos ancestrais. Desacelerar todos os dias, à
sua forma, é fundamental para se lidar com o estresse. Ao fazer isso, o corpo responde de maneira anti-
inflamatória à reação inflamatória que o estresse causa em nosso organismo.
 Dieta baseada em alimentos frescos: não há uma dieta da longevidade. Porém, nas Zonas Azuis, as
dietas se caracterizam por baixo consumo de alimentos processados e uma alimentação baseada em
legumes, verduras e grãos. Ela é basicamente feita de produtos frescos. A carne está presente, mas não
é a base da nutrição – há bastante consumo de peixes e não somente da carne vermelha.
 Um pouquinho de vinho!: quem diria que um pouco de vinho poderia fazer tão bem? A bebida,
consumida com moderação, faz parte do cardápio das Zonas Azuis. O vinho possui polifenóis, que têm
efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. A bebida consumida na Sardenha é um vinho chamado
Cannonau, que possui 3 vezes o nível de polifenóis que qualquer outro vinho no mundo.
 Satisfazer até 80% do estômago: é um ensinamento de Confúcio que os japoneses recitam: “Hara
hachi bu”, comer até se sentir 80% satisfeito. Isso evita excessos alimentares e prolonga a longevidade
das comunidades. O jejum é uma prática comum também nas diferentes áreas, seja por estar inserido
num contexto religioso, seja porque o jantar é feito cedo à noite.
 Priorize as pessoas que ama: nas Zonas Azuis, os familiares tendem a conviver entre gerações.
Dedicar tempo e amor aos familiares, cotidianamente, faz parte da organização social. Isso aumenta a
expectativa de vida dos idosos e reduz a mortalidade das crianças – Buettner chama isso de “efeito
vovó” (tradução livre). O senso de conexão é muito importante nesse tópico e nos próximos.
 Pertencimento: a fé ou a dedicação a princípios espirituais é uma constante. Isso gera um senso de
comunidade e pertencimento, além de suporte nos momentos de dor e desamparo. Independente do
nome da tradição a que se filiam, a dedicação à própria espiritualidade é cultivada nas 5 áreas.
 Encontre sua tribo: as pessoas que nos cercam a maior parte do tempo são muito importantes na
determinação de nossa longevidade. A família, que é o grupo social que não elegemos, tem seu papel
em nossa saúde. Mas a tribo que elegemos ativamente, nossos amigos, é fundamental para o senso de
pertencimento e modula profundamente nossos hábitos também. Em Okinawa, os moais são grupos de
amigos que se cuidam e se dão suporte regularmente por toda a vida. Incrível, né?
Gostou do nosso blog? Comenta aqui embaixo o que achou dele. A pesquisa nas Zonas Azuis reflete
como o estilo de vida e o ambiente são os fatores mais influentes em nossa saúde, mais que nosso
DNA.
Referências:
Dan Buettner – “Como viver para ter mais de 100 anos”, Disponível em
< https://www.ted.com/talks/dan_buettner_how_to_live_to_be_100/transcript?ga_source=embed&langua
ge=pt-br#t-1109915 >
Todos nós habitamos este belo planeta e por mais que sejamos diferentes, vivemos integrados através
das ações fundamentais da vida – dormir, acordar, comer, beber, se movimentar, pensar, sentir e se
relacionar. Estes aspectos influenciam diretamente nossa saúde, a qualidade e a duração das nossas
vidas. É fato que algumas pessoas são mais saudáveis do que outras e
que alguns indivíduos vivem em mais do que outros. Determinadas regiões ao redor do mundo
apresentam uma população com alto índice de saúde e longevidade. Estes locais foram chamados
de “zonas azuis”.
O conceito das zonas azuis se desenvolveu a partir do trabalho demográfico de Gianni Pes e
Michael Poulain, que identificaram a província de Nuoro da Sardenha como a região com a mais elevada
concentração de centenários do sexo masculino do mundo.
Dan Buettner e sua equipe se uniram à National Geographic para ampliar essa pesquisa e descobrir
onde estão as pessoas mais longevas e quais fatores contribuem para isso. Eles identificaram
cinco áreas geográficas espalhadas ao redor do planeta, incluindo povoados na Grécia, Costa Rica,
Itália, Japão e Califórnia.
Essa experiência resultou no livro “A solução das zonas azuis” (“Blue Zones, Lessons for Living Longer
from the People Who’ve Lived the Longest), em que Dan Buettner oferece uma explicação, com base em
dados empíricos e observações de primeira mão, do porquê estas populações vivem mais e com mais
saúde.
Certamente podemos aprender muito observando os elementos em comum no estilo de vida das
pessoas mais longevas e saudáveis. Ainda de acordo com os pesquisadores, a expectativa de vida
média de uma pessoa pode aumentar de dez a doze anos ao adotar os hábitos mais importantes
presentes nas zonas azuis.
A Sardenha tem a mais alta concentração de centenários do sexo masculino do mundo. As cinco
regiões que atenderam aos critérios dos pesquisadores foram:
 Barbágia da Sardenha – região de planaltos montanhosos do interior da Sardenha com a mais elevada
concentração de centenários do sexo masculino.
 Icária, Grécia – ilha egeia com uma das menores taxas de mortalidade de meia idade e as menores
taxas de demência.
 Península de Nicoya, Costa Rica – apresenta as menores taxas de mortalidade de meia idade do mundo
e a segunda mais alta concentração de centenários do sexo masculino.
 Adventistas do Sétimo Dia – sua maior concentração está ao redor de Loma Linda, na Califórnia. Eles
vivem dez anos mais do que suas contrapartes norte-americanas.
 Okinawa, Japão – as mulheres com mais de setenta anos de idade são a população mais longeva do
mundo.
De acordo com esses achados, Dan Buettner reuniu um time de médicos, antropólogos, demógrafos e
epidemiologistas para procurar por denominadores comuns entre estes cinco lugares e descobrir
quais elementos são decisivos para a longevidade.
As zonas azuis estão em diferentes partes do mundo, com características climáticas, culturais e
históricas bem distintas, mas o estilo de vida de seus habitantes, de acordo com a pesquisa, tem nove
fatores em comum.
Tendo como base estes nove fatores, elaboramos as dicas abaixo para que você tenha uma vida mais
longa, saudável e feliz:
1. MOVIMENTE-SE NATURALMENTE
Nestes locais, o movimento é parte natural da rotina. Atividades como o cultivo de jardins e hortas,
marcenaria, locomoção e um cotidiano sem as comodidades modernas, faz com que seja necessário o
uso de trabalho braçal para que as coisas aconteçam.
Os homens sardenhos, por exemplo, criam animais, quase sempre vivem em encostas íngremes e
caminham longas distâncias todos os dias para trabalhar. A movimentação acaba sendo uma exigência
do dia a dia e é algo e acontece constantemente.
Quer você esteja praticando jardinagem, caminhadas, preparando a comida ou outras atividades, o
movimento irá ajudá-lo a melhorar sua saúde.
O exercício faz parte da rotina diária através de jardinagem, caminhadas e trabalho na cozinha.
2. CONHEÇA E CULTIVE SEU PROPÓSITO
As pessoas nas zonas azuis tendem a ter um forte senso de seu propósito de vida, conhecido
como ‘ikigai’ em Okinawa ou ‘projeto de vida’ em Nicoya, o que se pode traduzir como ‘a razão pela qual
se deve levantar pela manhã’.
Este propósito, que também está associado à sensação de pertencimento, geralmente traz benefícios
para outras pessoas e para a comunidade, é algo que traz ânimo, satisfação e apreciação pela vida. De
acordo com Dan Buettner, este senso de propósito pode acrescentar até sete anos a mais em sua vida.
3. ADMINISTRE O ESTRESSE E ELIMINE O ESTRESSE DESNECESSÁRIO
O estado de estresse crônico é a principal causa de doenças e de infelicidade no mundo hoje. Ele
leva à inflamação sistêmica, que está associada com as principais doenças relacionadas à idade.
Momentos de estresse são parte da vida e até mesmo saudáveis, e certamente os habitantes das zonas
azuis também os enfrentam, mas o modo como lidam com o estresse faz toda a diferença.
As pessoas mais longevas do mundo sabem eliminar o estresse desnecessário e administrar o estresse
inevitável.
De alguma forma, cada uma destas culturas desenvolveu rituais (ou costumes)
que são benéficos para mitigar o stress. É comum para os Okinawa que as pessoas parem por alguns
momentos todos os dias para relembrar seus
ancestrais. Já os adventistas, tem sua pausa para realizar orações. Há certa similaridade com aquilo qu
fazem os icarianos, para os quais o período do cochilo é algo sagrado, e os sardenhos,
com sua ritualística celebração de happy hour. A lição aqui é desenvolver maneiras saudáveis de
apreciar a vida e descarregar as tensões naturais do dia a dia.
4. SIGA A “REGRA DOS 80%”
A restrição calórica e o jejum intermitente são práticas comuns nas zonas azuis. Os okinawanos recitam
antes das refeições um mantra de Confúcio de 2.500 anos atrás, ‘Hara hachi bu’, que significa
aproximadamente “coma até que sua barriga esteja 80% cheia”. Isto faz com que eles parem de comer
antes do correrem o risco do excesso, ajudando a prevenir o ganho de peso e o surgimento de
doenças.
Os icarianos, tipicamente cristãos ortodoxos gregos, praticam o jejum em feriados religiosos, em
momentos diferentes durante todo o ano. Pesquisas demonstram que o jejum estimula a renovação das
células (autofagia), fortalece o sistema imune e reduz o risco de desenvolver doenças crônicas, como
diabetes e hipertensão.
Ter um senso de propósito responde por até sete anos a mais de expectativa de vida.
5. ALIMENTE-SE COM COMIDA DE VERDADE
Um aspecto em comum de todas essas regiões é o baixo consumo de produtos industrializados e
refinados. Vegetais frescos, frequentemente cultivados nos quintais, produtos animais de boa qualidade,
grãos e leguminosas preparados
tradicionalmente (com demolhagem, fermentação e outras técnicas para eliminar antinutrientes) constitu
em a dieta típica. Outros fatores importantes são a quantidade e a frequência. Essas populações
longevas comem porções menores e param de comer antes de estarem completamente saciadas, além
disso não comem várias vezes ao dia, e param de
se alimentar no fim da tarde ou no comecinho da noite, com uma refeição leve.
6. CULTIVE UM CONJUNTO DE VALORES ELEVADOS QUE TE INSPIREM E ORIENTEM
A fé e a dedicação à princípios morais e espirituais desempenha um grande papel na vida dos
habitantes das zonas azuis. Usualmente este conjunto de crenças e princípios fortalece o vínculo entre
as pessoas, criando um senso de pertencimento que provê suporte social e pode ajudar a aliviar a
depressão e a solidão.
Todos os 263 centenários entrevistados (exceto cinco) pertenciam a alguma comunidade com base na
fé. A denominação não é tão importante.
Pesquisas demonstram que participar de serviços baseados em princípios altruístas e espirituais quatro
vezes por mês aumenta a expectativa de vida de quatro até catorze anos.
7. COLOQUE SUA FAMÍLIA EM PRIMEIRO LUGAR
Nas zonas azuis, as famílias são mantidas por perto. Isso muitas vezes inclui os pais com mais idade
morando na mesma casa ou bem próximos dos outros membros da família.
Essa proximidade é especialmente importante para o convívio social dos mais velhos, contribuindo muito
para a saúde e o equilíbrio mental e emocional. Interessantemente, estudos mostram que ter pais e avós
por perto também diminui as taxas de doenças e mortalidade das crianças na casa.
As pessoas que moram nas zonas azuis comem uma dieta baseada em comida de verdade.
8. ENCONTRE SUA “TRIBO”
Conviver com aqueles em quem confiamos e com os quais temos afinidade reforça nossas qualidades e
nos traz um benéfico senso de segurança e pertencimento. Estar cercado de pessoas que promovam
comportamentos saudáveis e positivos é ainda mais importante.
As pessoas mais longevas do mundo escolheram ou nasceram em círculos sociais compatíveis com
comportamentos saudáveis. Os okinawanos criaram os ‘moais’ – grupos de cinco amigos que se
comprometem uns com os outros por toda a vida.
Pesquisas a partir dos Estudos Framingham mostram que o tabagismo, a obesidade, a felicidade e
até mesmo a solidão, são todos contagiosos. As conexões sociais das pessoas mais longevas
contribuem favoravelmente para os seus hábitos e atitudes saudáveis.
Somos também produto de nosso meio. Escolha bem o meio ao qual pertence!
9. EVITE TOXINAS, INCLUINDO O ÁLCOOL
Todas as regiões pesquisadas são relativamente livres de poluentes pesados, como os encontrados
em áreas industriais e urbanas densamente povoadas.
Além disso, quando há consumo de álcool, este é baixo ou moderado, sendo que a principal bebida
consumida é o vinho, feito
artesanalmente a partir de uvas orgânicas, portanto oferecendo polifenóis benéficos.
Outro fator importante é que existe pouco consumo de
produtos e cosméticos industrializados, outra grande fonte de toxinas, com ingredientes de baixa
qualidade e aditivos químicos diversos.
FATORES ADICIONAIS
Acima foram citados os nove pontos principais selecionados pelo autor, Dan Buettner, porém escaparam
alguns detalhes importantes, principalmente os que dizem respeito à harmonia com os ciclos naturais.
Os dois hábitos seguintes fazem parte do cotidiano das populações das zonas azuis e contribuem
enormemente para a saúde e longevidade, vale a pena implementá-los em sua vida:
 Acordar cedo e se expor à luz do sol durante períodos variados do dia. Isso gera uma ativação e
produção de hormônios e diversas outras substâncias altamente benéficas, além da importantíssima e
conhecida vitamina D.
 Dormir mais cedo com a ausência de estímulos artificiais de noite. A exposição a luzes artificiais e telas
de aparelhos inibe a produção de melatonina (o mais potente antioxidante produzido pelo corpo) e
estimula a produção de cortisol, atrapalhando imensamente o repouso profundo e a regeneração do
organismo.
CULTIVANDO SAÚDE E FELICIDADE

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  • 1. ZONAS AZUIS: AS LIÇÕES PARA UMA VIDA LONGA E SAUDÁVEL Há cinco regiões no mundo onde as pessoas vivem mais e melhor. A combinação de fatores determinante para a longevidade inclui hábitos alimentares, estilo de vida, a própria comunidade e, até, genética Tudo começou com uma curiosidade sobre pessoas que “viviam verdadeiramente felizes e saudáveis até aos 100 anos”. Dan Buettner, investigador da National Geographic, viajou pelo mundo para as conhecer e entrevistar, juntamente com uma equipa de investigadores, incluindo médicos, antropólogos e demógrafos, com o objetivo de perceber o que justificava a sua longevidade. Foi assim que surgiu o conceito de Zonas Azuis: regiões que se destacam pela longa vida dos seus habitantes, não apenas por serem centenários, mas também por envelhecerem sem doenças. Trata-se não só de viver mais, mas de viver melhor. O nome surgiu porque a equipa começou por sinalizar essas áreas no mapa com círculos azuis. Em 2009, encontraram os cinco locais que cumpriam os critérios definidos: Okinawa, no Japão; Icária, na Grécia; Província de Ogliastra, na Sardenha (Itália); Loma Linda, nos EUA; Península de Nicoya, na Costa Rica. Além das particularidades de cada uma destas regiões, os especialistas conseguiram detetar nove denominadores comuns que contribuem para a longevidade das populações analisadas: - Mover-se de forma saudável: Não se trata de ir ao ginásio ou de correr a maratona, mas sim de viver em ambientes que promovem o movimento físico, como por exemplo cultivar uma horta ou ir a pé visitar um amigo; - Ter um propósito: A investigação mostrou que ter um propósito, isto é, ter uma razão para se levantar de manhã, pode acrescentar até sete anos à esperança de vida. Em todas as Zonas Azuis, as pessoas vivem em função de mais alguma coisa além do trabalho; - Abrandar: Adotar rotinas que diminuam o stress porque, de acordo com os investigadores, este “conduz à inflamação crónica relacionada com todas as principais doenças resultantes da idade”; - Regra dos 80%: Parar de comer quando 80% do estômago estiver cheio. Os habitantes das Zonas Azuis guardam a refeição mais ligeira para o fim da tarde ou início da noite e não comem mais até ao final do dia; - Render-se aos vegetais: Os legumes e as leguminosas são o ponto central das dietas da maioria das pessoas centenárias. Só comem carne, em média, cinco vezes por mês e em doses de cerca de 100 gramas; - Vinho às 5: As pessoas de todas as Zonas Azuis bebem álcool de forma moderada e regular, normalmente um ou dois copos por dia com amigos e/ou a acompanhar a refeição; - Tribo certa: As redes sociais dos mais velhos influenciam de forma positiva os seus comportamentos saudáveis. A pesquisa demonstrou que o tabaco, a obesidade, a felicidade e a solidão são “elementos contagiosos”; - Comunidade: Participar em cerimónias de culto quatro vezes por mês acrescenta quatro a 14 anos à esperança de vida, mostrou a investigação. Só 5 em 263 pessoas centenárias entrevistadas não pertencem a comunidades baseadas na fé; - Primeiro os que se ama: Durante a sua longa vida, estes indivíduos colocam a família em primeiro lugar, mantendo por perto os pais ou os avós e dedicando tempo aos filhos. As cinco Zonas Azuis OKINAWA (JAPÃO) Okinawa Ippei Naoi/Getty Images
  • 2. Okinawa é conhecida como a “terra dos imortais”. É a maior ilha de um arquipélago subtropical, onde vivem as mulheres mais velhas do planeta. Talvez o maior segredo dos seus habitantes seja a forte dedicação aos amigos e à família. Mantêm uma rede social chamada “moai”, um círculo de amigos que constitui uma rede de apoio para toda a vida. Têm também um forte sentido de propósito na vida, uma força motriz a que os japoneses chamam “ikigai”, que lhes dá responsabilidade e o sentimento de que são necessários até ao fim da vida. Ao longo do dia, reservam alguns momentos para relembrar os seus antepassados. Os seniores de Okinawa andam a pé, a suas casas têm muito pouco mobiliário e tomam refeições e relaxam sentados em tapetes de tatami no chão. O facto de se levantarem do chão várias vezes por dia aumenta a força e o equilíbrio do corpo, o que ajuda a proteger contra quedas. Quase todos cultivam ou já cultivaram uma horta: é uma fonte de atividade física diária que exercita o corpo, ajuda a reduzir o stress e, ao mesmo tempo, desfrutam da luz do sol durante todo o ano. As suas refeições são compostas por legumes salteados, batata doce e tofu, portanto são ricas em nutrientes e baixas em calorias. A carne de porco é reservada apenas para pontuais ocasiões cerimoniais e consumida em pequenas quantidades. ICÁRIA (GRÉCIA) Icária Alexandros Dedoukos/Getty Images Icária é uma ilha grega no mar Egeu, a 12 quilómetros da costa da Turquia, que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade em meia-idade e de demência a nível mundial. Um em cada três habitantes chega aos 90 anos de idade. O seu estilo de vida inclui um ritmo descontraído, sem preocupação com horários, com sestas à tarde e jogos de dominó à noite, fomentando as amizades. As pessoas que dormem regularmente a sesta têm até 35% menos probabilidade de morrer de doenças cardíacas, possivelmente porque tal reduz o stress, explica a equipa de Dan Buettner. O terreno acidentado da ilha, com ar puro e brisas quentes, atraem-nos para o exterior, o que proporciona um estilo de vida ativo, em que se movimentam com naturalidade. Seguem uma dieta mediterrânica, à base de frutas e vegetais, leguminosas, batatas e azeite. Fazem jejum ocasionalmente, preferem leite de cabra em vez de leite de vaca e bebem chás de ervas aromáticas, como alecrim selvagem, salva e orégãos, que atuam como diuréticos. PROVÍNCIA DE OGLIASTRA, SARDENHA (ITÁLIA) Ogliastra Jeremy Woodhouse/Getty Images
  • 3. A área montanhosa da ilha italiana da Sardenha foi a primeira Zona Azul a ser identificada. Tem a maior concentração de homens centenários, o que se deve a uma particularidade genética: o marcador M26 está ligado a um aumento da longevidade e, devido ao isolamento geográfico, esse gene permaneceu. Ainda mais importante é o isolamento cultural, o que lhes tem permitido manter um estilo de vida muito tradicional e saudável. Ainda caçam, pescam e colhem os alimentos que comem. A alimentação consiste em pão integral, feijão, legumes e frutas. A carne é em grande parte reservada aos domingos e ocasiões especiais. Permanecem próximos de amigos e familiares durante toda a vida e é com eles que riem e bebem vinho moderadamente. De acordo com os especialistas, as pessoas que vivem em famílias com ligações fortes e saudáveis sofrem taxas mais baixas de depressão, suicídio e stress. Outro fator determinante para a longevidade desta população é a importância atribuída aos mais velhos. Os avós desempenham um papel ativo, prestando cuidados aos mais pequenos e transmitindo sabedoria, com o intuito de perpetuar tradições e impulsionar o sucesso das novas gerações. LOMA LINDA (EUA) Loma Linda Sebastian Kopp/Getty Images Em Loma Linda, na Califórnia, encontra-se a comunidade com o maior número de Adventistas do Sétimo Dia nos Estados Unidos, onde alguns habitantes vivem mais dez anos, de forma saudável, do que a média dos norte-americanos. Tal como acontece com outras fés, esta igreja encoraja e oferece oportunidades aos seus membros para fazerem voluntariado, o que permite que se concentrem na ajuda ao próximo e evitem possíveis estados de depressão. Para sair da vida quotidiana, ao sábado dedicam-se à família, aos amigos e à natureza, além da fé, fortalecendo os laços sociais, o que está comprovado que beneficia a saúde no geral e a longevidade. Os adventistas tendem a passar tempo com outros adventistas, o que lhes proporciona bem-estar ao partilhar valores e apoiando-se mutuamente nos seus hábitos. Preocupam-se em manter um índice de massa corporal saudável, ou seja, o peso adequado à altura, o que permite baixar a pressão arterial, ter menos colesterol e menos doenças cardiovasculares. Para isso, incluem frutos secos, frutas e leguminosas na alimentação, além de pouco sal e pouco açúcar. Fazem uma refeição leve e cedo ao jantar, bebem muita água e comem carne com moderação. Muitos adventistas seguem mesmo uma dieta vegetariana. PENÍNSULA DE NICOYA (COSTA RICA) Nicoya Christian Aslund/Getty Images
  • 4. Esta é a comunidade onde a população tem a taxa de mortalidade em meia-idade mais baixa do mundo e a segunda maior concentração de homens centenários. O segredo passa por ter um plano de vida: os centenários bem-sucedidos têm um forte sentido de propósito. Sentem-se necessários e querem contribuir para um bem maior. O sentimento de pertença também está associado à relação com as famílias, com quem vivem, contando com o apoio de filhos ou netos. Além disso, recebem visitas frequentes dos seus vizinhos, com quem riem e apreciam o que têm. A dieta tradicional baseia-se em abóbora, milho e feijão e comem um jantar leve ao início da noite. A água de Nicoya tem o maior teor de cálcio da Costa Rica, o que poderá explicar as taxas mais baixas de doenças cardíacas, assim como ossos mais fortes e menos fraturas da anca, de acordo com a investigação. ZONAS AZUIS: 9 ENSINAMENTOS PARA UMA VIDA MAIS LONGA E SAUDÁVEL! Com a população mais longeva e saudável do mundo, as Zonas Azuis têm ensinamentos preciosos sobre a manutenção da saúde. Nossa metodologia no Instituto Nova Saúde é inspirada neles. Você já ouviu falar sobre as Zonas Azuis (Blue Zones)? Elas são 5 áreas no planeta cuja população alcança uma longevidade maior que outras partes do globo, com uma concentração alta de idosos com 100 anos ou mais! E eles não só chegam a essa idade avançada, mas o fazem com saúde. Os centenários das Zonas Azuis mostram-se com muita vitalidade e com baixa incidência de doenças crônicas, como diabetes, câncer e problemas cardiovasculares. As zonas azuis são: Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Nicoya (Costa Rica), Loma Linda (EUA), Ikaria (Grécia). Elas foram mapeadas e estudadas pelo pesquisador e jornalista Dan Buettner, em parceria com a National Geographic. Juntos, eles encontraram o que havia em comum nos hábitos de vida de populações tão distintas, para encontrar as chaves para viver mais e melhor. Essa pesquisa foi publicada no livro “Zonas Azuis: a solução para comer e viver como os povos mais saudáveis do planeta” (Editora nVersos) e nós vamos elencar suas descobertas aqui. No livro, 9 tópicos condensam os hábitos comuns dos moradores da zonais azuis. Se você prestar atenção, vai notar que os 4 pilares da saúde que usamos como metodologia no Instituto Nova Saúde – Alimentação, Sono, Exercício Físico e Saúde Mental – têm sua inspiração nos 9 ensinamentos das Zonas Azuis. Vamos a eles! Os 9 ensinamentos das Zonas Azuis para a longevidade com saúde:  Mexer o corpo naturalmente: os habitantes das zonas azuis mexem o corpo regularmente, mas não em exercícios físicos extenuantes. Eles caminham, limpam suas casas, cuidam de seus jardins, plantam seu alimento. O corpo é mantido ativo todos os dias e sem muito estresse corporal.  Ter um propósito na vida: no Japão, a palavra Ikigai significa “razão para levantar da cama todas as manhãs”. É a melhor maneira de resumir o que significa ter um propósito na vida. Em sua apresentação no Ted Talks, Buettner ressalta como os moradores de Okinawa não hesitam em responder qual seu Ikigai, quando entrevistados. O nosso propósito é algo que temos que buscar dentro de nós mesmos, com fidelidade a nossa autenticidade.
  • 5.  Reduzir o estresse: cada grupo de pessoas das Zonas Azuis tem sua maneira de desacelerar. Seja pela oração ou por ter um momento de silêncio e veneração dos ancestrais. Desacelerar todos os dias, à sua forma, é fundamental para se lidar com o estresse. Ao fazer isso, o corpo responde de maneira anti- inflamatória à reação inflamatória que o estresse causa em nosso organismo.  Dieta baseada em alimentos frescos: não há uma dieta da longevidade. Porém, nas Zonas Azuis, as dietas se caracterizam por baixo consumo de alimentos processados e uma alimentação baseada em legumes, verduras e grãos. Ela é basicamente feita de produtos frescos. A carne está presente, mas não é a base da nutrição – há bastante consumo de peixes e não somente da carne vermelha.  Um pouquinho de vinho!: quem diria que um pouco de vinho poderia fazer tão bem? A bebida, consumida com moderação, faz parte do cardápio das Zonas Azuis. O vinho possui polifenóis, que têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. A bebida consumida na Sardenha é um vinho chamado Cannonau, que possui 3 vezes o nível de polifenóis que qualquer outro vinho no mundo.  Satisfazer até 80% do estômago: é um ensinamento de Confúcio que os japoneses recitam: “Hara hachi bu”, comer até se sentir 80% satisfeito. Isso evita excessos alimentares e prolonga a longevidade das comunidades. O jejum é uma prática comum também nas diferentes áreas, seja por estar inserido num contexto religioso, seja porque o jantar é feito cedo à noite.  Priorize as pessoas que ama: nas Zonas Azuis, os familiares tendem a conviver entre gerações. Dedicar tempo e amor aos familiares, cotidianamente, faz parte da organização social. Isso aumenta a expectativa de vida dos idosos e reduz a mortalidade das crianças – Buettner chama isso de “efeito vovó” (tradução livre). O senso de conexão é muito importante nesse tópico e nos próximos.  Pertencimento: a fé ou a dedicação a princípios espirituais é uma constante. Isso gera um senso de comunidade e pertencimento, além de suporte nos momentos de dor e desamparo. Independente do nome da tradição a que se filiam, a dedicação à própria espiritualidade é cultivada nas 5 áreas.  Encontre sua tribo: as pessoas que nos cercam a maior parte do tempo são muito importantes na determinação de nossa longevidade. A família, que é o grupo social que não elegemos, tem seu papel em nossa saúde. Mas a tribo que elegemos ativamente, nossos amigos, é fundamental para o senso de pertencimento e modula profundamente nossos hábitos também. Em Okinawa, os moais são grupos de amigos que se cuidam e se dão suporte regularmente por toda a vida. Incrível, né? Gostou do nosso blog? Comenta aqui embaixo o que achou dele. A pesquisa nas Zonas Azuis reflete como o estilo de vida e o ambiente são os fatores mais influentes em nossa saúde, mais que nosso DNA. Referências: Dan Buettner – “Como viver para ter mais de 100 anos”, Disponível em < https://www.ted.com/talks/dan_buettner_how_to_live_to_be_100/transcript?ga_source=embed&langua ge=pt-br#t-1109915 >
  • 6. Todos nós habitamos este belo planeta e por mais que sejamos diferentes, vivemos integrados através das ações fundamentais da vida – dormir, acordar, comer, beber, se movimentar, pensar, sentir e se relacionar. Estes aspectos influenciam diretamente nossa saúde, a qualidade e a duração das nossas vidas. É fato que algumas pessoas são mais saudáveis do que outras e que alguns indivíduos vivem em mais do que outros. Determinadas regiões ao redor do mundo apresentam uma população com alto índice de saúde e longevidade. Estes locais foram chamados de “zonas azuis”. O conceito das zonas azuis se desenvolveu a partir do trabalho demográfico de Gianni Pes e Michael Poulain, que identificaram a província de Nuoro da Sardenha como a região com a mais elevada concentração de centenários do sexo masculino do mundo. Dan Buettner e sua equipe se uniram à National Geographic para ampliar essa pesquisa e descobrir onde estão as pessoas mais longevas e quais fatores contribuem para isso. Eles identificaram cinco áreas geográficas espalhadas ao redor do planeta, incluindo povoados na Grécia, Costa Rica, Itália, Japão e Califórnia. Essa experiência resultou no livro “A solução das zonas azuis” (“Blue Zones, Lessons for Living Longer from the People Who’ve Lived the Longest), em que Dan Buettner oferece uma explicação, com base em dados empíricos e observações de primeira mão, do porquê estas populações vivem mais e com mais saúde. Certamente podemos aprender muito observando os elementos em comum no estilo de vida das pessoas mais longevas e saudáveis. Ainda de acordo com os pesquisadores, a expectativa de vida média de uma pessoa pode aumentar de dez a doze anos ao adotar os hábitos mais importantes presentes nas zonas azuis. A Sardenha tem a mais alta concentração de centenários do sexo masculino do mundo. As cinco regiões que atenderam aos critérios dos pesquisadores foram:  Barbágia da Sardenha – região de planaltos montanhosos do interior da Sardenha com a mais elevada concentração de centenários do sexo masculino.
  • 7.  Icária, Grécia – ilha egeia com uma das menores taxas de mortalidade de meia idade e as menores taxas de demência.  Península de Nicoya, Costa Rica – apresenta as menores taxas de mortalidade de meia idade do mundo e a segunda mais alta concentração de centenários do sexo masculino.  Adventistas do Sétimo Dia – sua maior concentração está ao redor de Loma Linda, na Califórnia. Eles vivem dez anos mais do que suas contrapartes norte-americanas.  Okinawa, Japão – as mulheres com mais de setenta anos de idade são a população mais longeva do mundo. De acordo com esses achados, Dan Buettner reuniu um time de médicos, antropólogos, demógrafos e epidemiologistas para procurar por denominadores comuns entre estes cinco lugares e descobrir quais elementos são decisivos para a longevidade. As zonas azuis estão em diferentes partes do mundo, com características climáticas, culturais e históricas bem distintas, mas o estilo de vida de seus habitantes, de acordo com a pesquisa, tem nove fatores em comum. Tendo como base estes nove fatores, elaboramos as dicas abaixo para que você tenha uma vida mais longa, saudável e feliz: 1. MOVIMENTE-SE NATURALMENTE Nestes locais, o movimento é parte natural da rotina. Atividades como o cultivo de jardins e hortas, marcenaria, locomoção e um cotidiano sem as comodidades modernas, faz com que seja necessário o uso de trabalho braçal para que as coisas aconteçam. Os homens sardenhos, por exemplo, criam animais, quase sempre vivem em encostas íngremes e caminham longas distâncias todos os dias para trabalhar. A movimentação acaba sendo uma exigência do dia a dia e é algo e acontece constantemente. Quer você esteja praticando jardinagem, caminhadas, preparando a comida ou outras atividades, o movimento irá ajudá-lo a melhorar sua saúde. O exercício faz parte da rotina diária através de jardinagem, caminhadas e trabalho na cozinha. 2. CONHEÇA E CULTIVE SEU PROPÓSITO As pessoas nas zonas azuis tendem a ter um forte senso de seu propósito de vida, conhecido como ‘ikigai’ em Okinawa ou ‘projeto de vida’ em Nicoya, o que se pode traduzir como ‘a razão pela qual se deve levantar pela manhã’. Este propósito, que também está associado à sensação de pertencimento, geralmente traz benefícios para outras pessoas e para a comunidade, é algo que traz ânimo, satisfação e apreciação pela vida. De acordo com Dan Buettner, este senso de propósito pode acrescentar até sete anos a mais em sua vida. 3. ADMINISTRE O ESTRESSE E ELIMINE O ESTRESSE DESNECESSÁRIO O estado de estresse crônico é a principal causa de doenças e de infelicidade no mundo hoje. Ele leva à inflamação sistêmica, que está associada com as principais doenças relacionadas à idade. Momentos de estresse são parte da vida e até mesmo saudáveis, e certamente os habitantes das zonas azuis também os enfrentam, mas o modo como lidam com o estresse faz toda a diferença. As pessoas mais longevas do mundo sabem eliminar o estresse desnecessário e administrar o estresse inevitável.
  • 8. De alguma forma, cada uma destas culturas desenvolveu rituais (ou costumes) que são benéficos para mitigar o stress. É comum para os Okinawa que as pessoas parem por alguns momentos todos os dias para relembrar seus ancestrais. Já os adventistas, tem sua pausa para realizar orações. Há certa similaridade com aquilo qu fazem os icarianos, para os quais o período do cochilo é algo sagrado, e os sardenhos, com sua ritualística celebração de happy hour. A lição aqui é desenvolver maneiras saudáveis de apreciar a vida e descarregar as tensões naturais do dia a dia. 4. SIGA A “REGRA DOS 80%” A restrição calórica e o jejum intermitente são práticas comuns nas zonas azuis. Os okinawanos recitam antes das refeições um mantra de Confúcio de 2.500 anos atrás, ‘Hara hachi bu’, que significa aproximadamente “coma até que sua barriga esteja 80% cheia”. Isto faz com que eles parem de comer antes do correrem o risco do excesso, ajudando a prevenir o ganho de peso e o surgimento de doenças. Os icarianos, tipicamente cristãos ortodoxos gregos, praticam o jejum em feriados religiosos, em momentos diferentes durante todo o ano. Pesquisas demonstram que o jejum estimula a renovação das células (autofagia), fortalece o sistema imune e reduz o risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Ter um senso de propósito responde por até sete anos a mais de expectativa de vida. 5. ALIMENTE-SE COM COMIDA DE VERDADE Um aspecto em comum de todas essas regiões é o baixo consumo de produtos industrializados e refinados. Vegetais frescos, frequentemente cultivados nos quintais, produtos animais de boa qualidade, grãos e leguminosas preparados tradicionalmente (com demolhagem, fermentação e outras técnicas para eliminar antinutrientes) constitu em a dieta típica. Outros fatores importantes são a quantidade e a frequência. Essas populações longevas comem porções menores e param de comer antes de estarem completamente saciadas, além disso não comem várias vezes ao dia, e param de se alimentar no fim da tarde ou no comecinho da noite, com uma refeição leve. 6. CULTIVE UM CONJUNTO DE VALORES ELEVADOS QUE TE INSPIREM E ORIENTEM A fé e a dedicação à princípios morais e espirituais desempenha um grande papel na vida dos habitantes das zonas azuis. Usualmente este conjunto de crenças e princípios fortalece o vínculo entre as pessoas, criando um senso de pertencimento que provê suporte social e pode ajudar a aliviar a depressão e a solidão. Todos os 263 centenários entrevistados (exceto cinco) pertenciam a alguma comunidade com base na fé. A denominação não é tão importante. Pesquisas demonstram que participar de serviços baseados em princípios altruístas e espirituais quatro vezes por mês aumenta a expectativa de vida de quatro até catorze anos. 7. COLOQUE SUA FAMÍLIA EM PRIMEIRO LUGAR Nas zonas azuis, as famílias são mantidas por perto. Isso muitas vezes inclui os pais com mais idade morando na mesma casa ou bem próximos dos outros membros da família.
  • 9. Essa proximidade é especialmente importante para o convívio social dos mais velhos, contribuindo muito para a saúde e o equilíbrio mental e emocional. Interessantemente, estudos mostram que ter pais e avós por perto também diminui as taxas de doenças e mortalidade das crianças na casa.
  • 10.
  • 11. As pessoas que moram nas zonas azuis comem uma dieta baseada em comida de verdade. 8. ENCONTRE SUA “TRIBO” Conviver com aqueles em quem confiamos e com os quais temos afinidade reforça nossas qualidades e nos traz um benéfico senso de segurança e pertencimento. Estar cercado de pessoas que promovam comportamentos saudáveis e positivos é ainda mais importante. As pessoas mais longevas do mundo escolheram ou nasceram em círculos sociais compatíveis com comportamentos saudáveis. Os okinawanos criaram os ‘moais’ – grupos de cinco amigos que se comprometem uns com os outros por toda a vida. Pesquisas a partir dos Estudos Framingham mostram que o tabagismo, a obesidade, a felicidade e até mesmo a solidão, são todos contagiosos. As conexões sociais das pessoas mais longevas contribuem favoravelmente para os seus hábitos e atitudes saudáveis. Somos também produto de nosso meio. Escolha bem o meio ao qual pertence! 9. EVITE TOXINAS, INCLUINDO O ÁLCOOL Todas as regiões pesquisadas são relativamente livres de poluentes pesados, como os encontrados em áreas industriais e urbanas densamente povoadas. Além disso, quando há consumo de álcool, este é baixo ou moderado, sendo que a principal bebida consumida é o vinho, feito artesanalmente a partir de uvas orgânicas, portanto oferecendo polifenóis benéficos. Outro fator importante é que existe pouco consumo de produtos e cosméticos industrializados, outra grande fonte de toxinas, com ingredientes de baixa qualidade e aditivos químicos diversos.
  • 12.
  • 13. FATORES ADICIONAIS Acima foram citados os nove pontos principais selecionados pelo autor, Dan Buettner, porém escaparam alguns detalhes importantes, principalmente os que dizem respeito à harmonia com os ciclos naturais. Os dois hábitos seguintes fazem parte do cotidiano das populações das zonas azuis e contribuem enormemente para a saúde e longevidade, vale a pena implementá-los em sua vida:  Acordar cedo e se expor à luz do sol durante períodos variados do dia. Isso gera uma ativação e produção de hormônios e diversas outras substâncias altamente benéficas, além da importantíssima e conhecida vitamina D.  Dormir mais cedo com a ausência de estímulos artificiais de noite. A exposição a luzes artificiais e telas de aparelhos inibe a produção de melatonina (o mais potente antioxidante produzido pelo corpo) e estimula a produção de cortisol, atrapalhando imensamente o repouso profundo e a regeneração do organismo. CULTIVANDO SAÚDE E FELICIDADE