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Bingley
O Primeiro Amor
O dia em Pemberley amanheceu chuvoso, e Elizabeth Darcy ressentiu-se do
mau tempo. Era seu costume desde muito jovem fazer caminhadas todos os dias, e
sempre que a chuva atrapalhava seus planos, lamentava.
- Darcy, - disse chorosa. – E agora? O que devo fazer hoje? Não aguento mais
ficar deitada. O senhor já me fez ficar deitada nos últimos sete meses desde que
descobri a gravidez. Minhas costas doem. Já não posso sequer olhar para minha cama.
Elizabeth, mesmo pesada e dolorida, não dispensava suas caminhadas matinais.
– Minha querida senhora Darcy, já é hora de começar a exercitar-se de outras formas. –
Disse o marido de forma divertida.
- Como?
- Lendo? – Darcy lhe sorriu um sorriso torto. – O fato é que em seu atual estado,
não é aconselhável se pôr em grandes caminhadas. O bebê pode nascer a qualquer
momento.
- Que arreliador! – Resignada, Lizzie deitou-se no sofá e suspirou
profundamente. – Querido, já que é assim, entretenha-me!
Darcy, deixando o jornal de lado, depositou toda a sua atenção em sua esposa. –
E como queres que eu a entretenha, minha senhora?
- Conte-me uma história.
Darcy ajeitou-se em sua cadeira e olhos para a janela. – Não sou bom em
inventar histórias, mas possuo uma ótima memória, como sabes. Vou contar-lhe uma
história de alguém de quem gostas muito.
Os olhos de Elizabeth brilharam, sabendo imediatamente de quem se tratava.
Inclinando-se confortavelmente nas almofadas do sofá, preparou-se para ouvir as
histórias que viriam.
Darcy pigarreou e olhou divertido para sua esposa; então, começou. – Há muito
tempo, quando meu falecido pai ainda era jovem e solteiro, havia uma família que
muito se dava com a família Darcy de Pemberley. Eram os Bertram, de Mansfield, do
condado de Northamptom. São ótima família, e o senhor Bertram era um homem
muito rico desde aquela época.
Os homens sempre foram muito amigos. Ajudavam um ou outro nos negócios,
e apresentavam um ao outro para diversos amigos. E quando no casamento de meu
pai, o senhor Bertram, então casado, compareceu com sua esposa, e foram
apresentados ao senhor e senhora Bingley. Tornaram-se famílias muito amigas, e
todos faziam parte dos mesmos círculos sociais. As famílias tiveram seus primeiros
herdeiros em épocas semelhantes, e mesmo após a morte dos meus pais, mantivemo-
nos grandes amigos.
A senhora Bertram tinha três irmãs. Uma delas, a senhora Price, casou-se com
um homem sem fortuna ou possibilidades, e teve muitos filhos, ficando muito pobre.
Por volta do sexto ou sétimo filho, não me lembro ao certo, os Bertram e os Norris, as
duas irmãs da senhora Price, decidiram ajudar, e então lhes foi enviada a mais velha
das meninas Price, a senhorita Fanny.
Era uma jovem esperta, porém muito jovem e sem estudos ou classe. Com o
tempo, contudo, e as instruções recebidas, tornou-se inteligente, bonita, distinta, mas
nunca lhe foi permitido alcançar o nível de suas primas. Tinha a saúde frágil, e isso foi
usado como desculpa para que Fanny não se sobressaísse com suas primas.
Ao casamento de Maria Bertram, a filha mais velha dos Bertram, fomos todos
convidados. A família Bingley também estava presente. Charles tinha apenas 17 anos.
Nós tínhamos idades muito próximas, contudo os filhos do senhor Bertram não me
agradavam, exceto Edmund, o mais novo. Mas a pessoa de nosso interesse é sua
sobrinha, Fanny.
Com seus 18 anos, Fanny era uma jovem muito agradável, ainda que tímida.
Falava pouco, mas o que dizia era dito com clareza e inteligência. Algo invulgar para
esta idade, como podemos observar por suas irmãs, ou as irmãs de Charlotte.
O casamento foi muito elegante. Julia Bertram ocupava lugar de honra ao lado
da irmã. Fanny, contudo, não havia sido apresentada a corte, ficando sentada apenas
observando a festa e os convidados. Dada altura, Charles incomodou-se com tal
situação ao ver Fanny sozinha por um longo período de tempo. Aproximou-se dela
juntamente com Caroline, a fim de fazer-lhe companhia.
Como já disse, Fanny é uma senhorita muito agradável, mas não útil como
amiga de Caroline. Esta última foi habilmente convocada por Julia Bertram e seu
grupo para fofocar e dançar. Charles não teve coragem de levantar-se e deixar Fanny
novamente sozinha, a pesar de ser o indicado. Ele se deixou ficar, e a maior parte do
casamento teve sua atenção voltada para a prima da noiva.
Eles falavam animadamente um para o outro. Charles sabe ser educado,
animado. É uma ótima companhia, mas suas atenções começavam a me preocupar
quando chamei Edmund Bertram de lado, e compartilhei das minhas apreensões. Não
era de bom tom um jovem solteiro dar atenções em demasia para uma jovem que
ainda não havia sido apresentada a corte. Imediatamente, Edmund tratou de
direcionar-se aos dois, sem alardes desnecessários, visto que era muito amigo da
prima. E, com toda a educação e jeito no trato que Edmund tem, tirou a prima para
dançar, e naquela noite, Fanny e Charles não tiveram mais oportunidades para
atenções.
Eu havia herdado de meu pai uma propriedade próxima a Northamptom, e
convidei os Bingley para que pudessem passar a noite. Como meu amigo próximo,
Charles passaria a noite dividindo o meu quarto, e conversamos ate quase amanhecer.
E entre os tópicos estava Fanny Price.
Charles estava encantado com a moça, de uma maneira como eu nunca havia
visto. Havia um brilho em seu olhar ao falar dela, um sorriso bobo nos lábios e uma
animação em seu espírito diferente de tudo o que ele já havia vivido. Descreveu-me
suas conversas com riqueza de detalhes, observou o quão delicada era a moça, e o
quão bonito era seu rosto. Falou-me de seu sorriso doce e meigo, de sua voz
aveludada, de seus olhos brilhantes. Disse-me que era muito criativa, que gostava de
escrever histórias, que estudava e que se esforçava para ser tão inteligente quanto as
primas.
Toda essa enumeração das características de Fanny me deixou muito
preocupado, mas nada que eu falasse era capaz de mudar suas impressões. Tentei
dissuadi-lo de que era impróprio, que ele era muito jovem, que ela ainda não havia
sido apresentada, que Fanny não era uma Bertram, que os Price não possuíam
nenhum tipo de influência, que por ordem Julia deveria casar-se primeiro, que Charles
ainda não tinha independência para assumir um relacionamento, mas de nada
adiantou.
Maria, então senhora Rushworth, viajou em lua de mel, e levou Julia consigo,
deixando Fanny em companhia apenas de suas tias. Charles não deteve-se a visita-la
no dia seguinte.
Por motivos de saúde, todas as manhãs Fanny saía para cavalgar, e Charles
conhecia essa informação, saindo pela manhã sorrateiramente com o intuito de
encontrá-la, foi cavalgando ate Mansfield Park. Não a encontrou, no entanto. Naquela
manhã, Edmund cavalgava com uma amiga, Mary Crawford, que todos concordavam
que seria uma ótima companheira para Edmund. Juntando-se-lhes, Charles muito
facilmente interagiu com os dois, e falando em Fanny, percebeu que havia no irmão da
senhorita Crawford um rival às atenções de Fanny.
Charles ficou muito ansioso, e despediu-se dos amigos, utilizando o subterfúgio
de que gostaria de uma palavra com o senhor Thomas Bertram ainda pela manhã.
Chegando a casa foi muito bem recebido. A família assumiu que Charles havia nutrido
interesses por Julia, e trataram-no muito bem. E quando perguntou por Fanny,
concluíram que era porque a prima poderia dar-lhe informações sobre sua favorita, e
deixaram-lhes a sós.
Fanny, como sempre muito agradável e educada, conversou amigavelmente
com Charles no decorrer da manhã, e quando Charles voltou a ter comigo, informou-
me que enfim haviam decidido marcar um baile para a apresentação de Fanny.
Charles estava realmente apreensivo. Via na atitude do senhor Bertram uma
amostra de que aquele senhor havia notado suas atenções para com sua sobrinha, e
ofereceu o baile para que os enamorados pudessem conhecer-se melhor, e para que
caso houvesse interesse, pudessem firmar um compromisso.
O dia da apresentação de Fanny foi maçador para mim. Ouvi Charles falar de
sua favorita durante toda a manhã. Meu amigo me fez ir a lojas para comprar roupas
apropriadas, e me fez ajuda-lo a escolher gravatas, lenços e meias novas. Pediu minha
ajuda também para comprar um presente para Fanny, o que eu imediatamente
repreendi, pois era muito impróprio.
Durante o almoço, Fanny foi o assunto introduzido pelo próprio Charles. Era a
primeira vez que falava dela frente a sua família, e a animação do apaixonado foi tão
manifestada que a desaprovação de sua família foi unanimemente ditada. Caroline só
fez falar mal da pobre moça. A senhora Bingley demonstrou-se apreensiva quanto a
procedência de Fanny. E o senhor Bingley não incentivou suas atenções. Ao contrário,
chamou-o ao antigo escritório de meu pai e dissuadiu-o de ir ao baile.
Proibido de sair, Charles recolheu-se contrariado. Triste mesmo. Sua querida
Fanny receberia todas as atenções naquela noite, estaria deslumbrante, dançaria com
cada rapaz, entre eles, Henry Crawford, seu maior pretendente. Ao imaginá-la nos
braços do senhor Crawford, ainda que para apenas uma dança, Charles chorou. Ele
não podia entender porque sua família desaprovava um anjo como Fanny.
Charles passou a noite angustiado, sofrendo, lamentando a perda de seu
primeiro amor sem mesmo ter a possibilidade de lutar por ele. Resolveu então
escrever-lhe uma carta. Todos sabemos o quão ruim Charles pode ser numa carta. Já
discutimos uma vez em Netherfield sobre este tópico. Ao final de toda a noite, a
“carta” de Bingley consistia numa modesta missiva. Nela, ele agradecia o convite,
lamentava sua falta, renovava seus votos de felicidade, e vagamente deixou a entender
que seria muito feliz caso sua felicidade fosse ocasionada em parte por ele.
Ele partiu naquele mesmo dia com seus pais e irmã para Londres, mas graças a
minha propriedade na cidade, voltamos a nos encontrar com frequência.
Naquele mesmo ano, Charles atingiu a maioridade, e quando teve as intenções
de retornar suas atenções a Fanny, o senhor e a senhora Bingley envolveram-se em um
trágico acidente, tornando Charles o novo senhor Bingley. Após o luto, grandes
responsabilidades sobrevieram ao meu amigo, inclusive a responsabilidade sobre sua
irmã. Charles precisou adiar a busca por seu amor.
Com o tempo, e a apresentação de minha irmã, levei meu amigo a bailes e
eventos pela cidade, e seu amor foi esfriando. Ele conheceu diversas moças, de ótimas
famílias. E quando recebeu o convite para o casamento de Fanny, não se ressentiu em
seu coração. Percebeu que eram apenas amigos por todo aquele tempo, mas que
sempre nutriria um carinho especial pela moça.
Fanny foi a primeira moça a conseguir captar a atenção de Charles. Mesmo
sendo simpático, educado e um grande apreciador das mulheres em geral, nunca teve
seu coração balançado como foi com Fanny. E eu nunca soube aprecia-la como
deveria, de fato. Quando fui visita-la e ao meu amigo Edmund, com quem se casou,
fiquei satisfeito com a união e percebi que não teria sido tão desastroso seu
relacionamento com Charles. Edmund e Charles possuem temperamentos parecidos.
Mas, de qualquer forma, Charles não estava preparado para assumir
compromissos aos 17 anos. Ele gostava de se divertir, de ir a festas, de conhecer
pessoas, de fazer novas amizades, de viajar sem ter dia marcado para retorno. E um
compromisso não lhe permitiria prosseguir assim com sua vida. E com tudo o que lhe
ocorreu aos 18 anos, vejo que foi melhor a intervenção de seus pais. E meus conselhos
também foram muito úteis.
Enfim, no casamento de Edmund e Fanny, ao qual muito felizes aceitamos ao
convite, conhecemos um baronete amigo do senhor Thomas Bertram, o Sir Walter
Elliot. Ele conversou conosco, e sabendo da condição atual de Charles, começou a
enumerar condados e residências dignas e respeitáveis que poderíamos visitar, e
talvez ate adquirir propriedades. Entre elas, Netherfield. Foi graças a eles, e a
maleabilidade do temperamento de Charles, que hoje somos os homens mais felizes e
completos, muito bem casados da Inglaterra.
E assim termina a história, minha querida. Sente-se bem?
- Sim. – Lizzie estava deliciada com toda a história. – E depois de tudo, quero
conhecer os seus amigos Bertram.
- E nós iremos, assim que estivermos com nosso filho nos braços.
- Eu espero que esse evento não demore. Estou a ponto de explodir. – Sentindo
o cheiro do almoço que vinha da cozinha, rapidamente mudou de assunto. – Será que
já podemos almoçar? Darcy, estou com desejo de tortas de maçãs!
Darcy riu do pedido de sua esposa, visto que ainda era cedo para almoçar, mas
a assegurou de que teria seu pedido atendido, e mandou providenciar uma torta de
maçãs para sua esposa. No entanto, pediu que aguardasse um pouco mais, pois havia
uma surpresa por vir.
E qual não foi a surpresa de Lizzie ao ver o grande protagonista de sua manhã,
juntamente com sua querida irmã Jane, para passar a tarde com eles. A chuva havia
cessado há pouco, mas o convite havia sido feito no dia anterior, e aceite com prazer.
Lizzie observou o cunhado com um sorriso no rosto, lembrando das palavras do
marido a cerca do casamento de ambos. Ela concordava. Eram os mais felizes casais da
Inglaterra, ou mais, de todo o mundo.
De uma leiga escritora, apaixonada por Jane Austen.
Michelle Motta
Rio de Janeiro, 02 de fevereiro de 2015.

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  • 1. Bingley O Primeiro Amor O dia em Pemberley amanheceu chuvoso, e Elizabeth Darcy ressentiu-se do mau tempo. Era seu costume desde muito jovem fazer caminhadas todos os dias, e sempre que a chuva atrapalhava seus planos, lamentava. - Darcy, - disse chorosa. – E agora? O que devo fazer hoje? Não aguento mais ficar deitada. O senhor já me fez ficar deitada nos últimos sete meses desde que descobri a gravidez. Minhas costas doem. Já não posso sequer olhar para minha cama. Elizabeth, mesmo pesada e dolorida, não dispensava suas caminhadas matinais. – Minha querida senhora Darcy, já é hora de começar a exercitar-se de outras formas. – Disse o marido de forma divertida. - Como? - Lendo? – Darcy lhe sorriu um sorriso torto. – O fato é que em seu atual estado, não é aconselhável se pôr em grandes caminhadas. O bebê pode nascer a qualquer momento. - Que arreliador! – Resignada, Lizzie deitou-se no sofá e suspirou profundamente. – Querido, já que é assim, entretenha-me! Darcy, deixando o jornal de lado, depositou toda a sua atenção em sua esposa. – E como queres que eu a entretenha, minha senhora? - Conte-me uma história.
  • 2. Darcy ajeitou-se em sua cadeira e olhos para a janela. – Não sou bom em inventar histórias, mas possuo uma ótima memória, como sabes. Vou contar-lhe uma história de alguém de quem gostas muito. Os olhos de Elizabeth brilharam, sabendo imediatamente de quem se tratava. Inclinando-se confortavelmente nas almofadas do sofá, preparou-se para ouvir as histórias que viriam. Darcy pigarreou e olhou divertido para sua esposa; então, começou. – Há muito tempo, quando meu falecido pai ainda era jovem e solteiro, havia uma família que muito se dava com a família Darcy de Pemberley. Eram os Bertram, de Mansfield, do condado de Northamptom. São ótima família, e o senhor Bertram era um homem muito rico desde aquela época. Os homens sempre foram muito amigos. Ajudavam um ou outro nos negócios, e apresentavam um ao outro para diversos amigos. E quando no casamento de meu pai, o senhor Bertram, então casado, compareceu com sua esposa, e foram apresentados ao senhor e senhora Bingley. Tornaram-se famílias muito amigas, e todos faziam parte dos mesmos círculos sociais. As famílias tiveram seus primeiros herdeiros em épocas semelhantes, e mesmo após a morte dos meus pais, mantivemo- nos grandes amigos. A senhora Bertram tinha três irmãs. Uma delas, a senhora Price, casou-se com um homem sem fortuna ou possibilidades, e teve muitos filhos, ficando muito pobre. Por volta do sexto ou sétimo filho, não me lembro ao certo, os Bertram e os Norris, as duas irmãs da senhora Price, decidiram ajudar, e então lhes foi enviada a mais velha das meninas Price, a senhorita Fanny. Era uma jovem esperta, porém muito jovem e sem estudos ou classe. Com o tempo, contudo, e as instruções recebidas, tornou-se inteligente, bonita, distinta, mas nunca lhe foi permitido alcançar o nível de suas primas. Tinha a saúde frágil, e isso foi usado como desculpa para que Fanny não se sobressaísse com suas primas. Ao casamento de Maria Bertram, a filha mais velha dos Bertram, fomos todos convidados. A família Bingley também estava presente. Charles tinha apenas 17 anos. Nós tínhamos idades muito próximas, contudo os filhos do senhor Bertram não me agradavam, exceto Edmund, o mais novo. Mas a pessoa de nosso interesse é sua sobrinha, Fanny. Com seus 18 anos, Fanny era uma jovem muito agradável, ainda que tímida. Falava pouco, mas o que dizia era dito com clareza e inteligência. Algo invulgar para esta idade, como podemos observar por suas irmãs, ou as irmãs de Charlotte. O casamento foi muito elegante. Julia Bertram ocupava lugar de honra ao lado da irmã. Fanny, contudo, não havia sido apresentada a corte, ficando sentada apenas
  • 3. observando a festa e os convidados. Dada altura, Charles incomodou-se com tal situação ao ver Fanny sozinha por um longo período de tempo. Aproximou-se dela juntamente com Caroline, a fim de fazer-lhe companhia. Como já disse, Fanny é uma senhorita muito agradável, mas não útil como amiga de Caroline. Esta última foi habilmente convocada por Julia Bertram e seu grupo para fofocar e dançar. Charles não teve coragem de levantar-se e deixar Fanny novamente sozinha, a pesar de ser o indicado. Ele se deixou ficar, e a maior parte do casamento teve sua atenção voltada para a prima da noiva. Eles falavam animadamente um para o outro. Charles sabe ser educado, animado. É uma ótima companhia, mas suas atenções começavam a me preocupar quando chamei Edmund Bertram de lado, e compartilhei das minhas apreensões. Não era de bom tom um jovem solteiro dar atenções em demasia para uma jovem que ainda não havia sido apresentada a corte. Imediatamente, Edmund tratou de direcionar-se aos dois, sem alardes desnecessários, visto que era muito amigo da prima. E, com toda a educação e jeito no trato que Edmund tem, tirou a prima para dançar, e naquela noite, Fanny e Charles não tiveram mais oportunidades para atenções. Eu havia herdado de meu pai uma propriedade próxima a Northamptom, e convidei os Bingley para que pudessem passar a noite. Como meu amigo próximo, Charles passaria a noite dividindo o meu quarto, e conversamos ate quase amanhecer. E entre os tópicos estava Fanny Price. Charles estava encantado com a moça, de uma maneira como eu nunca havia visto. Havia um brilho em seu olhar ao falar dela, um sorriso bobo nos lábios e uma animação em seu espírito diferente de tudo o que ele já havia vivido. Descreveu-me suas conversas com riqueza de detalhes, observou o quão delicada era a moça, e o quão bonito era seu rosto. Falou-me de seu sorriso doce e meigo, de sua voz aveludada, de seus olhos brilhantes. Disse-me que era muito criativa, que gostava de escrever histórias, que estudava e que se esforçava para ser tão inteligente quanto as primas. Toda essa enumeração das características de Fanny me deixou muito preocupado, mas nada que eu falasse era capaz de mudar suas impressões. Tentei dissuadi-lo de que era impróprio, que ele era muito jovem, que ela ainda não havia sido apresentada, que Fanny não era uma Bertram, que os Price não possuíam nenhum tipo de influência, que por ordem Julia deveria casar-se primeiro, que Charles ainda não tinha independência para assumir um relacionamento, mas de nada adiantou.
  • 4. Maria, então senhora Rushworth, viajou em lua de mel, e levou Julia consigo, deixando Fanny em companhia apenas de suas tias. Charles não deteve-se a visita-la no dia seguinte. Por motivos de saúde, todas as manhãs Fanny saía para cavalgar, e Charles conhecia essa informação, saindo pela manhã sorrateiramente com o intuito de encontrá-la, foi cavalgando ate Mansfield Park. Não a encontrou, no entanto. Naquela manhã, Edmund cavalgava com uma amiga, Mary Crawford, que todos concordavam que seria uma ótima companheira para Edmund. Juntando-se-lhes, Charles muito facilmente interagiu com os dois, e falando em Fanny, percebeu que havia no irmão da senhorita Crawford um rival às atenções de Fanny. Charles ficou muito ansioso, e despediu-se dos amigos, utilizando o subterfúgio de que gostaria de uma palavra com o senhor Thomas Bertram ainda pela manhã. Chegando a casa foi muito bem recebido. A família assumiu que Charles havia nutrido interesses por Julia, e trataram-no muito bem. E quando perguntou por Fanny, concluíram que era porque a prima poderia dar-lhe informações sobre sua favorita, e deixaram-lhes a sós. Fanny, como sempre muito agradável e educada, conversou amigavelmente com Charles no decorrer da manhã, e quando Charles voltou a ter comigo, informou- me que enfim haviam decidido marcar um baile para a apresentação de Fanny. Charles estava realmente apreensivo. Via na atitude do senhor Bertram uma amostra de que aquele senhor havia notado suas atenções para com sua sobrinha, e ofereceu o baile para que os enamorados pudessem conhecer-se melhor, e para que caso houvesse interesse, pudessem firmar um compromisso. O dia da apresentação de Fanny foi maçador para mim. Ouvi Charles falar de sua favorita durante toda a manhã. Meu amigo me fez ir a lojas para comprar roupas apropriadas, e me fez ajuda-lo a escolher gravatas, lenços e meias novas. Pediu minha ajuda também para comprar um presente para Fanny, o que eu imediatamente repreendi, pois era muito impróprio. Durante o almoço, Fanny foi o assunto introduzido pelo próprio Charles. Era a primeira vez que falava dela frente a sua família, e a animação do apaixonado foi tão manifestada que a desaprovação de sua família foi unanimemente ditada. Caroline só fez falar mal da pobre moça. A senhora Bingley demonstrou-se apreensiva quanto a procedência de Fanny. E o senhor Bingley não incentivou suas atenções. Ao contrário, chamou-o ao antigo escritório de meu pai e dissuadiu-o de ir ao baile. Proibido de sair, Charles recolheu-se contrariado. Triste mesmo. Sua querida Fanny receberia todas as atenções naquela noite, estaria deslumbrante, dançaria com cada rapaz, entre eles, Henry Crawford, seu maior pretendente. Ao imaginá-la nos
  • 5. braços do senhor Crawford, ainda que para apenas uma dança, Charles chorou. Ele não podia entender porque sua família desaprovava um anjo como Fanny. Charles passou a noite angustiado, sofrendo, lamentando a perda de seu primeiro amor sem mesmo ter a possibilidade de lutar por ele. Resolveu então escrever-lhe uma carta. Todos sabemos o quão ruim Charles pode ser numa carta. Já discutimos uma vez em Netherfield sobre este tópico. Ao final de toda a noite, a “carta” de Bingley consistia numa modesta missiva. Nela, ele agradecia o convite, lamentava sua falta, renovava seus votos de felicidade, e vagamente deixou a entender que seria muito feliz caso sua felicidade fosse ocasionada em parte por ele. Ele partiu naquele mesmo dia com seus pais e irmã para Londres, mas graças a minha propriedade na cidade, voltamos a nos encontrar com frequência. Naquele mesmo ano, Charles atingiu a maioridade, e quando teve as intenções de retornar suas atenções a Fanny, o senhor e a senhora Bingley envolveram-se em um trágico acidente, tornando Charles o novo senhor Bingley. Após o luto, grandes responsabilidades sobrevieram ao meu amigo, inclusive a responsabilidade sobre sua irmã. Charles precisou adiar a busca por seu amor. Com o tempo, e a apresentação de minha irmã, levei meu amigo a bailes e eventos pela cidade, e seu amor foi esfriando. Ele conheceu diversas moças, de ótimas famílias. E quando recebeu o convite para o casamento de Fanny, não se ressentiu em seu coração. Percebeu que eram apenas amigos por todo aquele tempo, mas que sempre nutriria um carinho especial pela moça. Fanny foi a primeira moça a conseguir captar a atenção de Charles. Mesmo sendo simpático, educado e um grande apreciador das mulheres em geral, nunca teve seu coração balançado como foi com Fanny. E eu nunca soube aprecia-la como deveria, de fato. Quando fui visita-la e ao meu amigo Edmund, com quem se casou, fiquei satisfeito com a união e percebi que não teria sido tão desastroso seu relacionamento com Charles. Edmund e Charles possuem temperamentos parecidos. Mas, de qualquer forma, Charles não estava preparado para assumir compromissos aos 17 anos. Ele gostava de se divertir, de ir a festas, de conhecer pessoas, de fazer novas amizades, de viajar sem ter dia marcado para retorno. E um compromisso não lhe permitiria prosseguir assim com sua vida. E com tudo o que lhe ocorreu aos 18 anos, vejo que foi melhor a intervenção de seus pais. E meus conselhos também foram muito úteis. Enfim, no casamento de Edmund e Fanny, ao qual muito felizes aceitamos ao convite, conhecemos um baronete amigo do senhor Thomas Bertram, o Sir Walter Elliot. Ele conversou conosco, e sabendo da condição atual de Charles, começou a enumerar condados e residências dignas e respeitáveis que poderíamos visitar, e
  • 6. talvez ate adquirir propriedades. Entre elas, Netherfield. Foi graças a eles, e a maleabilidade do temperamento de Charles, que hoje somos os homens mais felizes e completos, muito bem casados da Inglaterra. E assim termina a história, minha querida. Sente-se bem? - Sim. – Lizzie estava deliciada com toda a história. – E depois de tudo, quero conhecer os seus amigos Bertram. - E nós iremos, assim que estivermos com nosso filho nos braços. - Eu espero que esse evento não demore. Estou a ponto de explodir. – Sentindo o cheiro do almoço que vinha da cozinha, rapidamente mudou de assunto. – Será que já podemos almoçar? Darcy, estou com desejo de tortas de maçãs! Darcy riu do pedido de sua esposa, visto que ainda era cedo para almoçar, mas a assegurou de que teria seu pedido atendido, e mandou providenciar uma torta de maçãs para sua esposa. No entanto, pediu que aguardasse um pouco mais, pois havia uma surpresa por vir. E qual não foi a surpresa de Lizzie ao ver o grande protagonista de sua manhã, juntamente com sua querida irmã Jane, para passar a tarde com eles. A chuva havia cessado há pouco, mas o convite havia sido feito no dia anterior, e aceite com prazer. Lizzie observou o cunhado com um sorriso no rosto, lembrando das palavras do marido a cerca do casamento de ambos. Ela concordava. Eram os mais felizes casais da Inglaterra, ou mais, de todo o mundo.
  • 7. De uma leiga escritora, apaixonada por Jane Austen. Michelle Motta Rio de Janeiro, 02 de fevereiro de 2015.