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Baixar para ler offline
GUIDO BILHARINHO
Circunstâncias
Diálogos Mínimos
2º EDIÇÃO
REVISTA DIMENSÃO EDIÇÕES
UBERABA/BRASIL
2017
2
GUIDO BILHARINHO
Circunstâncias
Diálogos Mínimos
3
Copyright © Guido Bilharinho
Ficha Catalográfica Elaborada Por:
Sônia Maria Resende Paolinelli - Bibliotecária CRB-6/1191
planejamento gráfico
Guido Bilharinho
(guidobilharinho@yahoo.com.br)
capa
Aquarela de Leda Almeida Bilharinho
edição
Revista Dimensão Edições
Caixa Postal 140
38001-970 Uberaba/Brasil
Fone: (34) 3312-1122
guidobilharinho@yahoo.com.br
https://revistadepoesiadimensao.blogspot.com.br/
registro autoral
Escritório de Direitos Autorais nº 587.023
editoração eletrônica
Gabriela Resende Freire
Bilharinho, Guido
B492c Circunstâncias/Guido Bilharinho. -- 2ª ed. Uberaba,
Brasil: Revista Dimensão Edições, 2017.
60 p.
1. Literatura Brasileira – Ficção. 2. Contos
Brasileiros. I.Título.
CDD 896.93
4
sumário
07 a distância
08 a razão
09 a questão
10 o candidato
11 a chuva
12 pintura
13 a tinta
14 interesse
15 natação
16 dúvida
17 elevador
18 indagação
19 digitação
20 bebida
21 contagem
22 no dentista
23 o banco
24 no estacionamento
25 ovos
5
26 o ônibus
27 uma nota
28 a nota
29 a limpeza
30 a pontaria
31 na barbearia
32 banhos
33 trabalho
34 a janela
35 a quitação
36 prejuízo
37 proporção
38 relógio
39 cárie
40 garagem
41 seleção
42 comemoração
43 medalha
44 o avô
45 a pizza
46 falecimento
47 a banana
48 mudança
6
49 maçã
50 a falecida
51 o brinquedo
52 gosto
53 a outra metade
54 dinheiro
55 a placa clonada
56 sorte
57 fim de ano
58 implante
59 luzes
7
diálogos
a distância
- Você já viu escrito na traseira de certos ônibus e
caminhões: “mantenha distância”?
- Já, muitas vezes.
- É o que faço quando sigo atrás de um desses veículos.
- Então adota a recomendação?
- Sim, perfeitamente.
- Então, você mantém distância desses veículos?
- Claro, estando um ou dois palmos distantes deles,
mantenho-os. Não fico variando como quase todo mundo
faz.
8
a razão
- Por que não devo andar na rua?
- Ora, porque pode ser atropelado.
- Mas, presto atenção.
- Isto não basta, pode surgir de repente carro em alta
velocidade.
- Mesmo assim, terei tempo de evitá-lo.
- Se você não conseguir evitá-lo, morre sem razão.
- Sem razão?
- Sim, seu lugar é no passeio. Se nele for atropelado, você
poderá se ferir ou morrer, mas, com razão. Na rua,
morrerá sem razão.
9
a questão
- Você já se aposentou?
- Já, pois passei dos setenta.
- Então porque se chateou na loja de conveniência?
- Nem digo.
- Mas, o que aconteceu?
- É que lá tem cartaz avisando que venda de bebida só com a
apresentação da carteira de identidade.
- Para que?
- Para verificação da maioridade, já que é proibido vender
bebida a menores.
- Mas, em que isto o aborreceu?
- Ora, não é que pedi uma cerveja e a atendente não me
solicitou a identidade?
10
o candidato
- Quantos votos teve o candidato aqui da cidade?
- Não muitos. Poucos.
- Poucos ou não muitos?
- Ambos, tanto faz.
- Não faz não.
- Por quê?
- Porque é o candidato da cidade.
- Que tem isso?
- Deveria ter muito votos. É conhecido.
- Por isso mesmo.
11
a chuva
- Você não vai acreditar.
- Em que?
- Na chuva que está caindo.
- Ora, o que tem de mais?
- Está chovendo canivete!
- Canivete?
- É, canivete.
- Aberto ou fechado?
12
pintura
- Você já viu os quadros do Airton?
- Não.
- Não viu mesmo?
- Não, nem sabia que ele era pintor.
- É, e de mão cheia, como se diz.
- Tem muitos quadros?
- Tem.
- Qual o tipo de sua pintura.
- Ah! Ele pinta de tudo. E é muito bom mesmo. Suas flores,
então nem se fala!
- Como são?
- São tão boas, que parecem reais, não se distinguindo umas
das outras...
13
a tinta
- A sinalização branca no asfalto está excelente.
- Sem ela, o trânsito seria dificultado.
- Por quê?
- Os motoristas não teriam orientação.
- É pena que essa tinta branca logo se apaga com o atrito
dos pneus.
- Não há outra solução.
- Por que então, ao invés da tinta branca, não se usa a preta?
14
interesse
- Ela se casou sem interesse.
- Com 23 anos, casou-se com indivíduo de 75 sem interesse?
- É, sem interesse.
- Isso não acontece.
- É o que mais acontece, ora essa!
- Não é possível você acreditar nisso.
- Acredito.
- Então demonstre ou prove.
- Quem se casou por interesse foi ele.
- O quê! Ele?
- É, ele é doidamente interessado nela, enquanto ela não
tem nenhum interesse nele.
15
natação
- Você nada?
- Nado.
- Muito?
- Não, só para manter a forma.
- Então, vou contratá-lo.
- Contratar-me?
- Sim.
- Para que?
- Como não tenho tempo para nada e muito menos para
nadar, você irá fazê-lo por mim também.
- Mas, assim não adianta.
- Adianta, porque você vai fazê-lo em dobro. Por você e por
mim.
16
dúvida
- O guarda deixou passar o carro dos bombeiros. Vou atrás
(marido)
- Acho que não deve (esposa)
- O senhor não pode passar (guarda)
- Sou o comandante (marido)
- Será que é mesmo? (guarda dirigindo-se à mulher).
17
elevador
- Hoje está faltando eletricidade.
- Ah, é?
- Sim. Não há água nem elevador.
- O quê? Não há nem elevador?
- Não.
- Isso não é motivo para não ligá-lo!
18
indagação
(Encontrou-se com a moça no elevador em manhã
ensolarada, vestida de roupa esportiva e portando
bolsa com apetrechos para prática de exercício)
- Parece-me que você vai a um baile de gala.
- Vou mesmo, como adivinhou?
- Pela sua vestimenta e disposição.
- Você é muito perspicaz.
- Minha mãe dizia isso desde que eu era pequenino.
- E você acha que ela tinha razão?
19
digitação
- Meu braço começa a doer.
- É excesso de tempo digitando.
- Receio ter LER.
- É necessário então tomar algumas providências para evitar
isso.
- Como?
- Mudando o gênero ou o teor dos textos que digita.
20
bebida
- Tome um gole.
- Não, não bebo cachaça.
- Mas, essa é água que passarinho não bebe.
- Eu sei.
- Pois é, pode beber. Você não é passarinho.
21
contagem
- Quantas folhas tem de ter?
- Dezoito.
- Já contei duas vezes e só encontrei dezessete.
- Reconte de novo.
- É, só dezessete mesmo.
- Mas, tem de existir dezoito.
- Está faltando uma.
- Então conte uma folha duas vezes.
22
no dentista
- Por que você está pegando o celular?
- Não pode não?
- Como assim?
- É que enquanto você obtura meu dente quero fazer umas
ligações.
23
o banco
- Cartão ou dinheiro?
- Cartão.
- Crédito ou Débito.
- Crédito, não sei se esse banco tem dinheiro.
24
no estacionamento
- Vou me queixar ao Procon?
- Por quê?
- Sou freguês do estacionamento e vocês não me tratam com
a devida consideração.
- Não é possível, tudo corre normal.
- Engano seu, não corre.
- Qual o motivo?
- Sempre deixo meu carro aqui e vocês nunca o colocam no
sol, só na sombra.
25
ovos
- Esses é que são ovos verdadeiros!
- Verdadeiros?
- São ovos caipiras, os melhores.
- Então faça a prova.
- Que prova?
- Deixe-os cair, se não quebrarem é porque são bons
mesmo.
26
o ônibus
- Você viu se o ônibus passou?
- Não.
- Não passou ou não viu?
27
uma nota
- Quanto é?
- R$ 5,00.
- É pena.
- O quê?
- Você vai ter de devolver troco.
- Por quê?
- Não tenho uma nota de cinco.
- Como não? Vejo que você tem várias delas.
- É, por isso mesmo, não tenho uma nota de cinco, porém,
muitas.
28
a nota
- Quanto é?
- R$ 30,00.
- Tem troco para R$ 100,00?
- Tenho.
- Não repare se não lhe dou nota maior.
29
a limpeza
- Vou limpar o vestuário dos homens (faxineira pensando)
- Tem alguém aí? (indaga)
- Não (responde alguém lá de dentro)
- Ora essa!
- Não há ninguém não, pode entrar.
30
a pontaria
- Você é ótimo atirador.
- Por quê?
- Quando o cão o atacou, você deu certeiros tiros em sua
cabeça e coração.
- Ele morreu na hora mesmo.
- Nem poderia ser de outro modo.
- Acontece que quando mirei no coração acertei na cabeça e
vice-versa.
31
na barbearia
- Queria cortar o cabelo.
- Como o quer?
- Tirando os fios brancos e deixando apenas os pretos.
32
banhos
- Uma das viúvas de Frank Sinatra disse que ele tomava
doze banhos por dia.
- Que exagero!
- Quantos você toma.
- Um.
- Um?
- É. Um por semana.
33
trabalho
- Você não acha que geralmente os profissionais liberais
trabalham muito?
- Sem dúvida.
- Pois é, veja os dentistas. De pé o dia todo, cuidando das
arcadas dentárias das pessoas.
- Concordo, por isso escovo e cuido o melhor possível dos
dentes.
-Já observei. Por que você os escova tanto?
- Para não dar trabalho ao dentista.
34
a janela
- Então, já vou embora. Até logo.
- Até logo. Mas, o que você está fazendo?
- Indo embora.
- Mas, pela janela?
- É mesmo. É que sou distraído.
35
a quitação
- Vim pagar os R$ 50,00.
- Vou procurar sua nota de débito.
- Achou?
- Não.
- Se não devo nada, dê-me quitação.
36
prejuízo
- Quando eu joguei na mega-sena pensei que o prêmio
acumulado seria de quarenta e três milhões de reais.
- E não era?
- Não.
- De quanto, então?
- Só de trinta e três milhões.
- Só?
- Acha muito? Vou ter prejuízo de dez milhões!
37
proporção
- Está todo mundo comprometido!
- Não está não.
- Como não?
- Apenas 99,99%.
- E isso não é tudo?
- Não, apenas alguns.
38
relógio
- Quantas horas?
- Nove e meia.
- Acho que seu relógio está atrasado.
- Sei disso.
- Por que não manda consertá-lo?
- Já mandei e não deu resultado.
- Então ele está sempre atrasado?
- Está.
- Jogue-o fora. Diz o povo que “relógio que atrasa não
adianta”.
39
cárie
- Doutor, por que sempre tenho cárie só nos dentes de cima.
- É porque, embaixo, a saliva os protege e é mais fácil de
limpar.
- Não vou deixar isso acontecer mais.
- Como?
- Vou tomar providências.
- De que modo?
- Deixarei também cariar os dentes de baixo.
40
garagem
- Não adianta eu madrugar, você sempre chega antes.
- Não tinha observado.
- Quando penso que vou ser o primeiro a chegar, seu carro
já está na garagem. Você levanta cedo.
- Não levanto não.
- Como, então, chega sempre antes de mim?
- É que meu carro permanece na garagem.
41
seleção
- Por que você critica a seleção de futebol?
- Porque jogou mal.
- Mal?
- É. E perdeu.
- Que tem isso?
- Ora, vai voltar para casa mais cedo.
- E isso é mal?
- O quê?
- As pessoas voltarem para casa mais cedo?
42
comemoração
- Para que as cervejas?
- Para comemorar a conquista da Copa.
- Mas, ainda é cedo.
- Cedo?
- Faltam vários jogos e, além disso, não se sabe se vamos
conquistá-la.
- Posso perder a Copa, mas não perco a comemoração.
43
medalha
- Está fácil ganhar medalha de ouro nesta Olimpíada.
- Onde já se viu isso?
- Isso o quê?
- Está tão difícil como sempre esteve.
- De jeito nenhum. Você se engana.
- Como assim?
- Em todas as disputas alguém ganha uma. Logo é fácil.
44
o avô
- Seu avô era muito amigo de meu avô.
- Você deve estar enganado.
- Enganado?
- Sim, completamente enganado.
- Como?
- Quem era amigo de meu avô era seu pai.
- Ora essa.
- Não pretenda ter a mesma idade que eu.
45
a pizza
- Já acabei de jantar.
- Quer mais alguma coisa?
- Um cafezinho.
- Nada mais?
- A conta e um recipiente para embrulhar a pizza que
sobrou.
- Estamos em falta.
- Serve um desses plásticos que embrulham calçado.
46
falecimento
- Fulano faleceu.
- Quando?
- No dia 27 deste mês de dezembro.
- Puxa, no fim do ano!
- É, tem pessoa que não quer deixar para o ano que vem o
que pode fazer neste.
47
a banana
- Você vende só uma banana?
- Sim, pode pegar.
- A banana está muito boa. Tome o dinheiro.
- Mas, nota de R$ 50,00 (cinquenta reais) para pagar uma
banana?
- Não tenho outra.
- O senhor não pode fazer isso.
- Estou pagando.
- Mas não tenho troco e logo no início do expediente.
- Não estou recusando pagar.
- Não precisa pagar, mas, não apareça mais aqui.
48
a mudança
- Vocês se mudaram?
- Mudamos.
- Eu passava e os via sempre por aqui.
- Mudamos justamente por isso.
- Por quê?
- Porque você passava sempre por aqui.
49
a maçã
- Dizem que maçã é uma das melhores frutas para a saúde.
- Já ouvi falar.
- Quer maçã?
- Não, obrigado.
- Mas, a casca.
- Obrigado.
- Aceita, vou jogar fora mesmo.
50
a falecida
- Sua esposa faleceu?
- Faleceu.
- Quando?
- Há dez dias.
- Por isso é que você está tão acabrunhado.
- Não é para menos.
- O consolo é que na eternidade vocês novamente se
encontrarão e aí será para sempre.
- Isso é o que me preocupa.
51
o brinquedo
Elaine (mãe) e Luísa (filha de dois anos e meio):
- Mamãe, esqueci meu brinquedo na escola.
- Que brinquedo?
- A boneca que ganhei.
- Não precisa chorar.
- Por quê?
- Vou telefonar para a professora para ela guardar a boneca.
- Não telefona não, mamãe, passa um e-mail.
52
gosto
- Que pó branco é esse?
- Remédio receitado por ortopedista.
- Como se ingere?
- Com água.
- Tem gosto?
- Tem.
- De quê?
- De pó branco com água.
53
a outra metade
- Você já foi à Europa?
- Não, mas gostaria de ir.
- Metade das pessoas da cidade gostariam de fazer essa
viagem.
- E a outra metade?
- Também.
54
dinheiro
- Se o dinheiro que não está nesta bolsa não aparecer a
culpa é sua.
- Por que o tirei?
- Não, porque não o pôs.
55
a placa clonada
- Marquei com o secretário de trânsito audiência às 14h30.
- Por qual motivo?
- Porque acho que a placa de meu carro está clonada.
- Ele não deve demorar. Pode aguardar.
- Pois não.
*
- Olha, o secretário não vai poder vir porque foi chamado
pelo prefeito.
- O prefeito também teve a placa do carro clonada?
56
sorte
- Achei uma moeda de dez centavos!
- Onde?
- Ali na escada,
- Não é só quem ganha na Mega-Sena que tem sorte!
57
fim de ano
- Como está?
- Bem.
- Bebeu muito neste fim de ano?
- Até que não.
- Não?
- Ainda estou com muito sangue no álcool.
58
implante
- Como estão indo os implantes que coloquei?
- Muito bem.
- Nenhum problema, então?
- Nenhum, mastigo bem o chuchu e o mingau.
59
luzes
- Fulano é muito sistemático.
- Não acho.
- Não?
- Não. Penso que ele é muito organizado.
- Ele é tão sistemático que apaga as luzes até quando é o
primeiro a sair.
60
A primeira edição do presente
livro teve sua composição, em
computador PC – Pentium IV
2.0, iniciada no terceiro trimestre
de 2012, digitada no quarto
trimestre de 2012 e publicada
eletronicamente no primeiro
trimestre de 2013, em
Uberaba/Brasil.
*
A presente segunda edição teve
sua publicação eletrônica iniciada
e terminada no terceiro trimestre
de 2017, em Uberaba/Brasil.

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  • 3. 3 Copyright © Guido Bilharinho Ficha Catalográfica Elaborada Por: Sônia Maria Resende Paolinelli - Bibliotecária CRB-6/1191 planejamento gráfico Guido Bilharinho (guidobilharinho@yahoo.com.br) capa Aquarela de Leda Almeida Bilharinho edição Revista Dimensão Edições Caixa Postal 140 38001-970 Uberaba/Brasil Fone: (34) 3312-1122 guidobilharinho@yahoo.com.br https://revistadepoesiadimensao.blogspot.com.br/ registro autoral Escritório de Direitos Autorais nº 587.023 editoração eletrônica Gabriela Resende Freire Bilharinho, Guido B492c Circunstâncias/Guido Bilharinho. -- 2ª ed. Uberaba, Brasil: Revista Dimensão Edições, 2017. 60 p. 1. Literatura Brasileira – Ficção. 2. Contos Brasileiros. I.Título. CDD 896.93
  • 4. 4 sumário 07 a distância 08 a razão 09 a questão 10 o candidato 11 a chuva 12 pintura 13 a tinta 14 interesse 15 natação 16 dúvida 17 elevador 18 indagação 19 digitação 20 bebida 21 contagem 22 no dentista 23 o banco 24 no estacionamento 25 ovos
  • 5. 5 26 o ônibus 27 uma nota 28 a nota 29 a limpeza 30 a pontaria 31 na barbearia 32 banhos 33 trabalho 34 a janela 35 a quitação 36 prejuízo 37 proporção 38 relógio 39 cárie 40 garagem 41 seleção 42 comemoração 43 medalha 44 o avô 45 a pizza 46 falecimento 47 a banana 48 mudança
  • 6. 6 49 maçã 50 a falecida 51 o brinquedo 52 gosto 53 a outra metade 54 dinheiro 55 a placa clonada 56 sorte 57 fim de ano 58 implante 59 luzes
  • 7. 7 diálogos a distância - Você já viu escrito na traseira de certos ônibus e caminhões: “mantenha distância”? - Já, muitas vezes. - É o que faço quando sigo atrás de um desses veículos. - Então adota a recomendação? - Sim, perfeitamente. - Então, você mantém distância desses veículos? - Claro, estando um ou dois palmos distantes deles, mantenho-os. Não fico variando como quase todo mundo faz.
  • 8. 8 a razão - Por que não devo andar na rua? - Ora, porque pode ser atropelado. - Mas, presto atenção. - Isto não basta, pode surgir de repente carro em alta velocidade. - Mesmo assim, terei tempo de evitá-lo. - Se você não conseguir evitá-lo, morre sem razão. - Sem razão? - Sim, seu lugar é no passeio. Se nele for atropelado, você poderá se ferir ou morrer, mas, com razão. Na rua, morrerá sem razão.
  • 9. 9 a questão - Você já se aposentou? - Já, pois passei dos setenta. - Então porque se chateou na loja de conveniência? - Nem digo. - Mas, o que aconteceu? - É que lá tem cartaz avisando que venda de bebida só com a apresentação da carteira de identidade. - Para que? - Para verificação da maioridade, já que é proibido vender bebida a menores. - Mas, em que isto o aborreceu? - Ora, não é que pedi uma cerveja e a atendente não me solicitou a identidade?
  • 10. 10 o candidato - Quantos votos teve o candidato aqui da cidade? - Não muitos. Poucos. - Poucos ou não muitos? - Ambos, tanto faz. - Não faz não. - Por quê? - Porque é o candidato da cidade. - Que tem isso? - Deveria ter muito votos. É conhecido. - Por isso mesmo.
  • 11. 11 a chuva - Você não vai acreditar. - Em que? - Na chuva que está caindo. - Ora, o que tem de mais? - Está chovendo canivete! - Canivete? - É, canivete. - Aberto ou fechado?
  • 12. 12 pintura - Você já viu os quadros do Airton? - Não. - Não viu mesmo? - Não, nem sabia que ele era pintor. - É, e de mão cheia, como se diz. - Tem muitos quadros? - Tem. - Qual o tipo de sua pintura. - Ah! Ele pinta de tudo. E é muito bom mesmo. Suas flores, então nem se fala! - Como são? - São tão boas, que parecem reais, não se distinguindo umas das outras...
  • 13. 13 a tinta - A sinalização branca no asfalto está excelente. - Sem ela, o trânsito seria dificultado. - Por quê? - Os motoristas não teriam orientação. - É pena que essa tinta branca logo se apaga com o atrito dos pneus. - Não há outra solução. - Por que então, ao invés da tinta branca, não se usa a preta?
  • 14. 14 interesse - Ela se casou sem interesse. - Com 23 anos, casou-se com indivíduo de 75 sem interesse? - É, sem interesse. - Isso não acontece. - É o que mais acontece, ora essa! - Não é possível você acreditar nisso. - Acredito. - Então demonstre ou prove. - Quem se casou por interesse foi ele. - O quê! Ele? - É, ele é doidamente interessado nela, enquanto ela não tem nenhum interesse nele.
  • 15. 15 natação - Você nada? - Nado. - Muito? - Não, só para manter a forma. - Então, vou contratá-lo. - Contratar-me? - Sim. - Para que? - Como não tenho tempo para nada e muito menos para nadar, você irá fazê-lo por mim também. - Mas, assim não adianta. - Adianta, porque você vai fazê-lo em dobro. Por você e por mim.
  • 16. 16 dúvida - O guarda deixou passar o carro dos bombeiros. Vou atrás (marido) - Acho que não deve (esposa) - O senhor não pode passar (guarda) - Sou o comandante (marido) - Será que é mesmo? (guarda dirigindo-se à mulher).
  • 17. 17 elevador - Hoje está faltando eletricidade. - Ah, é? - Sim. Não há água nem elevador. - O quê? Não há nem elevador? - Não. - Isso não é motivo para não ligá-lo!
  • 18. 18 indagação (Encontrou-se com a moça no elevador em manhã ensolarada, vestida de roupa esportiva e portando bolsa com apetrechos para prática de exercício) - Parece-me que você vai a um baile de gala. - Vou mesmo, como adivinhou? - Pela sua vestimenta e disposição. - Você é muito perspicaz. - Minha mãe dizia isso desde que eu era pequenino. - E você acha que ela tinha razão?
  • 19. 19 digitação - Meu braço começa a doer. - É excesso de tempo digitando. - Receio ter LER. - É necessário então tomar algumas providências para evitar isso. - Como? - Mudando o gênero ou o teor dos textos que digita.
  • 20. 20 bebida - Tome um gole. - Não, não bebo cachaça. - Mas, essa é água que passarinho não bebe. - Eu sei. - Pois é, pode beber. Você não é passarinho.
  • 21. 21 contagem - Quantas folhas tem de ter? - Dezoito. - Já contei duas vezes e só encontrei dezessete. - Reconte de novo. - É, só dezessete mesmo. - Mas, tem de existir dezoito. - Está faltando uma. - Então conte uma folha duas vezes.
  • 22. 22 no dentista - Por que você está pegando o celular? - Não pode não? - Como assim? - É que enquanto você obtura meu dente quero fazer umas ligações.
  • 23. 23 o banco - Cartão ou dinheiro? - Cartão. - Crédito ou Débito. - Crédito, não sei se esse banco tem dinheiro.
  • 24. 24 no estacionamento - Vou me queixar ao Procon? - Por quê? - Sou freguês do estacionamento e vocês não me tratam com a devida consideração. - Não é possível, tudo corre normal. - Engano seu, não corre. - Qual o motivo? - Sempre deixo meu carro aqui e vocês nunca o colocam no sol, só na sombra.
  • 25. 25 ovos - Esses é que são ovos verdadeiros! - Verdadeiros? - São ovos caipiras, os melhores. - Então faça a prova. - Que prova? - Deixe-os cair, se não quebrarem é porque são bons mesmo.
  • 26. 26 o ônibus - Você viu se o ônibus passou? - Não. - Não passou ou não viu?
  • 27. 27 uma nota - Quanto é? - R$ 5,00. - É pena. - O quê? - Você vai ter de devolver troco. - Por quê? - Não tenho uma nota de cinco. - Como não? Vejo que você tem várias delas. - É, por isso mesmo, não tenho uma nota de cinco, porém, muitas.
  • 28. 28 a nota - Quanto é? - R$ 30,00. - Tem troco para R$ 100,00? - Tenho. - Não repare se não lhe dou nota maior.
  • 29. 29 a limpeza - Vou limpar o vestuário dos homens (faxineira pensando) - Tem alguém aí? (indaga) - Não (responde alguém lá de dentro) - Ora essa! - Não há ninguém não, pode entrar.
  • 30. 30 a pontaria - Você é ótimo atirador. - Por quê? - Quando o cão o atacou, você deu certeiros tiros em sua cabeça e coração. - Ele morreu na hora mesmo. - Nem poderia ser de outro modo. - Acontece que quando mirei no coração acertei na cabeça e vice-versa.
  • 31. 31 na barbearia - Queria cortar o cabelo. - Como o quer? - Tirando os fios brancos e deixando apenas os pretos.
  • 32. 32 banhos - Uma das viúvas de Frank Sinatra disse que ele tomava doze banhos por dia. - Que exagero! - Quantos você toma. - Um. - Um? - É. Um por semana.
  • 33. 33 trabalho - Você não acha que geralmente os profissionais liberais trabalham muito? - Sem dúvida. - Pois é, veja os dentistas. De pé o dia todo, cuidando das arcadas dentárias das pessoas. - Concordo, por isso escovo e cuido o melhor possível dos dentes. -Já observei. Por que você os escova tanto? - Para não dar trabalho ao dentista.
  • 34. 34 a janela - Então, já vou embora. Até logo. - Até logo. Mas, o que você está fazendo? - Indo embora. - Mas, pela janela? - É mesmo. É que sou distraído.
  • 35. 35 a quitação - Vim pagar os R$ 50,00. - Vou procurar sua nota de débito. - Achou? - Não. - Se não devo nada, dê-me quitação.
  • 36. 36 prejuízo - Quando eu joguei na mega-sena pensei que o prêmio acumulado seria de quarenta e três milhões de reais. - E não era? - Não. - De quanto, então? - Só de trinta e três milhões. - Só? - Acha muito? Vou ter prejuízo de dez milhões!
  • 37. 37 proporção - Está todo mundo comprometido! - Não está não. - Como não? - Apenas 99,99%. - E isso não é tudo? - Não, apenas alguns.
  • 38. 38 relógio - Quantas horas? - Nove e meia. - Acho que seu relógio está atrasado. - Sei disso. - Por que não manda consertá-lo? - Já mandei e não deu resultado. - Então ele está sempre atrasado? - Está. - Jogue-o fora. Diz o povo que “relógio que atrasa não adianta”.
  • 39. 39 cárie - Doutor, por que sempre tenho cárie só nos dentes de cima. - É porque, embaixo, a saliva os protege e é mais fácil de limpar. - Não vou deixar isso acontecer mais. - Como? - Vou tomar providências. - De que modo? - Deixarei também cariar os dentes de baixo.
  • 40. 40 garagem - Não adianta eu madrugar, você sempre chega antes. - Não tinha observado. - Quando penso que vou ser o primeiro a chegar, seu carro já está na garagem. Você levanta cedo. - Não levanto não. - Como, então, chega sempre antes de mim? - É que meu carro permanece na garagem.
  • 41. 41 seleção - Por que você critica a seleção de futebol? - Porque jogou mal. - Mal? - É. E perdeu. - Que tem isso? - Ora, vai voltar para casa mais cedo. - E isso é mal? - O quê? - As pessoas voltarem para casa mais cedo?
  • 42. 42 comemoração - Para que as cervejas? - Para comemorar a conquista da Copa. - Mas, ainda é cedo. - Cedo? - Faltam vários jogos e, além disso, não se sabe se vamos conquistá-la. - Posso perder a Copa, mas não perco a comemoração.
  • 43. 43 medalha - Está fácil ganhar medalha de ouro nesta Olimpíada. - Onde já se viu isso? - Isso o quê? - Está tão difícil como sempre esteve. - De jeito nenhum. Você se engana. - Como assim? - Em todas as disputas alguém ganha uma. Logo é fácil.
  • 44. 44 o avô - Seu avô era muito amigo de meu avô. - Você deve estar enganado. - Enganado? - Sim, completamente enganado. - Como? - Quem era amigo de meu avô era seu pai. - Ora essa. - Não pretenda ter a mesma idade que eu.
  • 45. 45 a pizza - Já acabei de jantar. - Quer mais alguma coisa? - Um cafezinho. - Nada mais? - A conta e um recipiente para embrulhar a pizza que sobrou. - Estamos em falta. - Serve um desses plásticos que embrulham calçado.
  • 46. 46 falecimento - Fulano faleceu. - Quando? - No dia 27 deste mês de dezembro. - Puxa, no fim do ano! - É, tem pessoa que não quer deixar para o ano que vem o que pode fazer neste.
  • 47. 47 a banana - Você vende só uma banana? - Sim, pode pegar. - A banana está muito boa. Tome o dinheiro. - Mas, nota de R$ 50,00 (cinquenta reais) para pagar uma banana? - Não tenho outra. - O senhor não pode fazer isso. - Estou pagando. - Mas não tenho troco e logo no início do expediente. - Não estou recusando pagar. - Não precisa pagar, mas, não apareça mais aqui.
  • 48. 48 a mudança - Vocês se mudaram? - Mudamos. - Eu passava e os via sempre por aqui. - Mudamos justamente por isso. - Por quê? - Porque você passava sempre por aqui.
  • 49. 49 a maçã - Dizem que maçã é uma das melhores frutas para a saúde. - Já ouvi falar. - Quer maçã? - Não, obrigado. - Mas, a casca. - Obrigado. - Aceita, vou jogar fora mesmo.
  • 50. 50 a falecida - Sua esposa faleceu? - Faleceu. - Quando? - Há dez dias. - Por isso é que você está tão acabrunhado. - Não é para menos. - O consolo é que na eternidade vocês novamente se encontrarão e aí será para sempre. - Isso é o que me preocupa.
  • 51. 51 o brinquedo Elaine (mãe) e Luísa (filha de dois anos e meio): - Mamãe, esqueci meu brinquedo na escola. - Que brinquedo? - A boneca que ganhei. - Não precisa chorar. - Por quê? - Vou telefonar para a professora para ela guardar a boneca. - Não telefona não, mamãe, passa um e-mail.
  • 52. 52 gosto - Que pó branco é esse? - Remédio receitado por ortopedista. - Como se ingere? - Com água. - Tem gosto? - Tem. - De quê? - De pó branco com água.
  • 53. 53 a outra metade - Você já foi à Europa? - Não, mas gostaria de ir. - Metade das pessoas da cidade gostariam de fazer essa viagem. - E a outra metade? - Também.
  • 54. 54 dinheiro - Se o dinheiro que não está nesta bolsa não aparecer a culpa é sua. - Por que o tirei? - Não, porque não o pôs.
  • 55. 55 a placa clonada - Marquei com o secretário de trânsito audiência às 14h30. - Por qual motivo? - Porque acho que a placa de meu carro está clonada. - Ele não deve demorar. Pode aguardar. - Pois não. * - Olha, o secretário não vai poder vir porque foi chamado pelo prefeito. - O prefeito também teve a placa do carro clonada?
  • 56. 56 sorte - Achei uma moeda de dez centavos! - Onde? - Ali na escada, - Não é só quem ganha na Mega-Sena que tem sorte!
  • 57. 57 fim de ano - Como está? - Bem. - Bebeu muito neste fim de ano? - Até que não. - Não? - Ainda estou com muito sangue no álcool.
  • 58. 58 implante - Como estão indo os implantes que coloquei? - Muito bem. - Nenhum problema, então? - Nenhum, mastigo bem o chuchu e o mingau.
  • 59. 59 luzes - Fulano é muito sistemático. - Não acho. - Não? - Não. Penso que ele é muito organizado. - Ele é tão sistemático que apaga as luzes até quando é o primeiro a sair.
  • 60. 60 A primeira edição do presente livro teve sua composição, em computador PC – Pentium IV 2.0, iniciada no terceiro trimestre de 2012, digitada no quarto trimestre de 2012 e publicada eletronicamente no primeiro trimestre de 2013, em Uberaba/Brasil. * A presente segunda edição teve sua publicação eletrônica iniciada e terminada no terceiro trimestre de 2017, em Uberaba/Brasil.