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Imagens de Referência
38°42'17.38"N 9° 9'50.14"W
Observar é relacionar. Relacionar-se com a envolvente e os seus limites é emergir no lugar.
Um monólito habitado onde o programa, hierarquizado, constrói uma sequência de espaços e relações /
pontos de observação com e do exterior numa ascensão metafórica do espaço publico ao privado de níveis
de consciência.
A sua Arquitectura é uma expressão da cidade à sua volta bem como do retiro emocional que ambiciona ser,
estabelecendo esse contraponto através de relações especificas com o espaço geográfico em que se insere.
A subida ao longo do observatório habitado é uma sequência de espaços que enquadram diferentes
referências visuais e vivências espaço-temporais a diferentes escalas. Na cozinha percepciona-se o
ritmo da cidade e a escala humana, na sala e biblioteca observa-se o rio que marca o tempo e onde
tomamos consciência da escala da cidade, do quarto observam-se as estrelas, o cosmos.
A luz e o ar fluem livremente atravessando os diferentes pisos em varias direcções onde são criadas
relações pontuais com os diferentes níveis para alem das próprias circulações verticais.
A casa assume um carácter arcaico nos seus detalhes e estrutura, os vãos em “seteira” são como incisões
cirúrgicas medievais num corpo em pedra, cada um exerce uma função vital ao bom funcionamento do
todo.
Nada é supérfluo.
38°42'8.79"N 9° 10'40.52"W
O Volume longitudinal actua como o link volumétrico entre densidades, este
forma duas ruas distintas e alberga não só o programa demolido como as hab-
itações temporárias de artistas e estudantes, galerias, livraria, administração
e extensão de espaço co-work. Permanecendo permeável, os seus acessos são
o ponto de partida para a continuação do arranjo urbano dos terrenos da
SIDUL na 2ª Fase do projecto, comunicando assim com o plano director mu-
nicipal. O seu carácter industrial e portuário é uma referência clara ao porto de
Alcântara, principal motor económico da cidade de Lisboa depois de séculos.
Imagens de Referência
Alcântara-Mar. Alcântara-Terra. Alcântara-Ar. Alcantâra, Enquanto território de Lisboa
especialmente mutante, pela situação geográfica e topográfica, encontra-se debilitado e
pontuado de vazios urbanos deixados pela pós-industrialização sem função aparente, tor-
nando-o num lugar propício a experiências a nível da especialidade.
A 2ª fase deste projecto propõem, para além do arranjo urbano do vazIo SIDUL que o de-
volve à cidade, um espaço de co-work, um hostel, a Fábrica de Arte Urbana e serviços.
Este programa traduz-se num conjunto de quatro volumes distintos e articulados
38°42'8.79"N 9° 10'40.52"W
A
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FARTUFARTUFARTUCO-WORKCO-WORKCO-WORK
O projecto é então uma tradução do vazio distanciado da cidade, na sua arquitectura. Aceita-o como ele é
sem lhe dar propósito mas aproximando as distâncias e conferindo-lhe escala. Serve de referência às activi-
dades que recebe e cria. De fora, um parque urbano, uma tela em branco, um skate parque, um jardim de
histórias, uma sombra caminhável. Uma vez dentro, estamos no centro, o projecto, introvertido no qual cul-
minam as diferentes unidades “industriais”: oficinas, laboratório, galeria. Na Fábrica damos à criatividade,
no parque damos à imaginação: “Dependendo do ponto de vista. do ponto em que estamos, dizer interior e
exterior é dizer sim ou não, pois são palavras que exprimem indirectamente medidas, distâncias- O sim
aproxima, diminui a distância, diz que estamos perto. O Não afasta, determina uma distância maior. São
medidas de uma geometria da linguagem, de um desenho verbal que exprime um dentro e um fora. O que
entendemos está dentro, o que não entendemos esta fora. Compreender é puxar para dentro, não com-
preender é empurrar para fora. A compreensão intelectual é então um compreensão física; com medidas de
proximidade ou afastamento. E neste sentido compreender é localizar.”
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  • 1.
  • 2. Imagens de Referência 38°42'17.38"N 9° 9'50.14"W Observar é relacionar. Relacionar-se com a envolvente e os seus limites é emergir no lugar. Um monólito habitado onde o programa, hierarquizado, constrói uma sequência de espaços e relações / pontos de observação com e do exterior numa ascensão metafórica do espaço publico ao privado de níveis de consciência. A sua Arquitectura é uma expressão da cidade à sua volta bem como do retiro emocional que ambiciona ser, estabelecendo esse contraponto através de relações especificas com o espaço geográfico em que se insere.
  • 3. A subida ao longo do observatório habitado é uma sequência de espaços que enquadram diferentes referências visuais e vivências espaço-temporais a diferentes escalas. Na cozinha percepciona-se o ritmo da cidade e a escala humana, na sala e biblioteca observa-se o rio que marca o tempo e onde tomamos consciência da escala da cidade, do quarto observam-se as estrelas, o cosmos. A luz e o ar fluem livremente atravessando os diferentes pisos em varias direcções onde são criadas relações pontuais com os diferentes níveis para alem das próprias circulações verticais. A casa assume um carácter arcaico nos seus detalhes e estrutura, os vãos em “seteira” são como incisões cirúrgicas medievais num corpo em pedra, cada um exerce uma função vital ao bom funcionamento do todo. Nada é supérfluo.
  • 4.
  • 5.
  • 7. O Volume longitudinal actua como o link volumétrico entre densidades, este forma duas ruas distintas e alberga não só o programa demolido como as hab- itações temporárias de artistas e estudantes, galerias, livraria, administração e extensão de espaço co-work. Permanecendo permeável, os seus acessos são o ponto de partida para a continuação do arranjo urbano dos terrenos da SIDUL na 2ª Fase do projecto, comunicando assim com o plano director mu- nicipal. O seu carácter industrial e portuário é uma referência clara ao porto de Alcântara, principal motor económico da cidade de Lisboa depois de séculos.
  • 8. Imagens de Referência Alcântara-Mar. Alcântara-Terra. Alcântara-Ar. Alcantâra, Enquanto território de Lisboa especialmente mutante, pela situação geográfica e topográfica, encontra-se debilitado e pontuado de vazios urbanos deixados pela pós-industrialização sem função aparente, tor- nando-o num lugar propício a experiências a nível da especialidade. A 2ª fase deste projecto propõem, para além do arranjo urbano do vazIo SIDUL que o de- volve à cidade, um espaço de co-work, um hostel, a Fábrica de Arte Urbana e serviços. Este programa traduz-se num conjunto de quatro volumes distintos e articulados 38°42'8.79"N 9° 10'40.52"W A B C D P P O M L N E F G I J H H
  • 9. FARTUFARTUFARTUCO-WORKCO-WORKCO-WORK O projecto é então uma tradução do vazio distanciado da cidade, na sua arquitectura. Aceita-o como ele é sem lhe dar propósito mas aproximando as distâncias e conferindo-lhe escala. Serve de referência às activi- dades que recebe e cria. De fora, um parque urbano, uma tela em branco, um skate parque, um jardim de histórias, uma sombra caminhável. Uma vez dentro, estamos no centro, o projecto, introvertido no qual cul- minam as diferentes unidades “industriais”: oficinas, laboratório, galeria. Na Fábrica damos à criatividade, no parque damos à imaginação: “Dependendo do ponto de vista. do ponto em que estamos, dizer interior e exterior é dizer sim ou não, pois são palavras que exprimem indirectamente medidas, distâncias- O sim aproxima, diminui a distância, diz que estamos perto. O Não afasta, determina uma distância maior. São medidas de uma geometria da linguagem, de um desenho verbal que exprime um dentro e um fora. O que entendemos está dentro, o que não entendemos esta fora. Compreender é puxar para dentro, não com- preender é empurrar para fora. A compreensão intelectual é então um compreensão física; com medidas de proximidade ou afastamento. E neste sentido compreender é localizar.” Gonçalo M. Tavares in Atlas do Corpo e da Imaginação