1. A revista dos clientes VENOSAN® VENOFIT®
Das Magazin für gesunde und schöne Beine
Edição especial
Doenças vasculares
em resumo
Adeus, pernas pesadas!
VE
N
OSAN®
VENO
FIT
®
M
edical Stockings
3. 3 resumo3
Doenças vasculares em resumo
1
Artérias
Pág. 5
1.1 Generalidades
1.2 Doenças das artérias
e suas complicações
1.2.1 Estreitamento e oclusão
1.2.2 Etiologia da arterio-
sclerose
1.2.3 Outras etiologias
1.3 Sintomas dos distúr-
bios circulatórios
arteriais
1.3.1 Arteriopatia obliterante
periférica (AOP)
1.3.2 Embolia
1.4 Doença concomitante
1.5 Dilatação
1.6 Exame
1.7 Terapia (conserva-
dora/invasiva)
1.8 Profilaxia
1.9 Perigos menospreza-
dos
2
Veias
Pág. 8
2.1 Generalidades
2.2 Varizes
2.2.1 Generalidades
2.2.2 Frequência
2.2.3 Causas
2.2.4 Sintomas
2.2.5 Complicações
2.2.6 Exame
2.2.7 Terapia
2.3 Oferta de terapias
2.3.1 Generalidades
2.3.2 Terapia conservadora
2.3.3 Operação
2.3.4 Por onde flui o sangue
depois da operação?
2.3.5 Varizes reincidentes de-
pois de terapia cirúrgica
2.4 Processos modernos
e técnicas novas
2.4.1 Terapia a laser/ondas
de rádio
2.4.2 Conclusão
2.5 Profilaxia
2.6 Telangiectasias
2.6.1 Generalidades
2.6.2 Causas e frequência
2.6.3 Obliteração das
telangiectasias
2.6.4 Obliteração por laser/
por microespuma
3
Trombose venosa
Pág. 13
3.1 Trombose venosa e
embolia pulmonar
3.1.1 Trombose venosa
superficial
3.1.2 Trombose venosa
profunda nas pernas/
complicações
3.2 Frequência
3.3 Sintomas
3.4 Exame
3.5 Trombose no caso
de imobilização/
trombose do viajante
3.6 Terapia da trombose
venosa profunda
3.7 Terapia moderna
3.8 Profilaxia
4
Úlcera da perna
Pág. 16
4.1 Generalidades
4.2 Causas
4.3 Exame da úlcera
das pernas
4.4 Terapia
4.5 Compressas
modernas
4.6 Terapia de com-
pressão
5
Medidas cirúrgicas
Pág. 17
5.1 Thiersch
5.2 Enxerto
5.3 Transferência de
válvulas
5.4 Operação segundo
Palma
5.5 Bypass de plástico
Dr. med. Bruno P. Schwarzenbach
Médico Especialista em Doenças Vasculares
(Flebologista pela Sociedade Suíça de Flebologia)
Chefe do Centro Vascular de Hirslanden Zürich-Bellevue
Theaterstrasse 16
Eingang St.Urbangasse 2
8001 Zürich-Bellevue
Telefone 044 251 43 00
venenzentrum@hirslanden.ch
4. INTRODUÇÃO
Doenças vasculares
Generalidades
Para que o complexo sistema de artérias e veias funcione
na perfeição até uma idade avançada e preserve as funções
vitais, temos que proteger o sistema vascular atempada-
mente de influências nocivas.
4
Foto 1: Vista geral do preparado anatómico de artérias (a vermelho)
e veias (a azul) com as válvulas (v). O sangue venoso flui de válvula em
válvula, contra a gravidade, de volta para o coração.
Os vasos sanguíneos: artérias e veias
Generalidades
Tanto as artérias como as veias são designadas por vasos
sanguíneos e, por isso, são muitas vezes confundidas pelos
pacientes. Isso causa frequentemente insegurança e receio.
No entanto, as funções de umas e outras são completamen-
te distintas.
Para a alimentação e fornecimento de oxigénio ideais a
todos os órgãos humanos, é necessária uma irrigação san-
guínea saudável e contínua. Tanto o influxo (artérias) como
o defluxo (veias) tem de estar assegurado. As Artérias trans-
portam o sangue rico em oxigénio do coração para a peri-
feria. Em sentido contrário, o sangue utilizado, pobre em
oxigénio, é transportado pelas Veias (fig. 7) de volta para o
coração. (foto 1)
Fig. 7: Circulação venosa. As veias transportam o sangue utilizado da
periferia, de volta () para o coração (C) e os pulmões (P).
C
P P
V
V
V
V
5. 1. Artérias
1.1 Generalidades
O coração bombeia, a alta pressão, o sangue enriquecido
com oxigénio nos pulmões através das artérias para a artéria
principal (aorta). Daí, o sangue é transportado a pulsar atra-
vés das saídas das artérias da aorta para a cabeça (cérebro),
braços, abdómen (órgãos abdominais) e para as pernas
(fig. 1).
1.2 Doenças das artérias e suas complicações
1.2.1 Estreitamento e oclusão
Arteriosclerose
Devido à calcificação crescente (arteriosclerose) das arté-
rias, estas podem estreitar (fig. 2) e, na pior das hipóteses,
subitamente fechar por completo. Entre os leigos, esta
doença é conhecida, por exemplo, pela designação «artrite
tabagística, claudicação intermitente». Caso não existam
circuitos suficientes de derivação, as células vitais morrem
em pouco tempo devido à falta de oxigénio. Na maioria dos
casos, isso leva a danos irreparáveis como, por exemplo, en-
farte do miocárdio ou cerebral ou à morte das extremidades.
Apenas a abertura imediata das oclusões agudas consegue
impedir a continuação da morte das células.
1.2.2 Etiologia da arteriosclerose
Os principais factores de risco para a formação da arterios-
clerose nas pernas são a nicotina (consumo de tabaco), a
diabetes mellitus, a tensão arterial elevada (hipertonia arte-
rial), o elevado teor de gordura no sangue (hipercolesterine-
mia) e a idade. A combinação de vários factores aumenta o
risco de forma considerável. Enquanto as mulheres jovens,
graças às hormonas, estão claramente mais protegidas de
uma arteriosclerose do que os homens, com a idade tam-
bém vão perdendo esta vantagem.
1.2.3 Outras etiologias
Mais raramente, desenvolve-se uma oclusão aguda das
artérias devido a uma embolia (coágulo de sangue) (fig.4),
uma inflamação da parede dos vasos ou uma compressão
sobre os vasos a partir de fora, o chamado síndrome de
entrapment (tendões, músculos, tumor, etc.).
5 ARTÉRIAS
Fig. 2: As artérias estreitam
devido à calcificação crescente
(estenose [est]) e acabam por
fechar (oclusão [O]).
Fig. 1: Circulação arterial. O coração (C) bombeia sangue rico em
oxigénio (a vermelho) para toda a circulação sanguínea ().
Fig. 4: Um êmbolo (E) fecha o vaso.
Túnica adventícia
Media
Endotélio
Endotélio
E
est
O
6. 1.3 Sintomas de distúrbios da circulação arterial
1.3.1 Arteriopatia obliterante periférica (AOP)
A maior parte das vezes, a arteriosclerose vai evoluindo sem
provocar queixas. Só quando a alimentação do sangue arte-
rial às pernas deixa de ser suficiente, no caso de um esforço,
é que surgem as primeiras queixas. Na maioria dos casos, o
paciente ao andar queixa-se de dores musculares, as quais
perdem intensidade rapidamente assim que há imobiliza-
ção. À medida que a arteriosclerose evolui, o paciente sente
dores mesmo em repouso e queixa-se de pés frios ou desco-
rados (esbranquiçados). Se o processo patológico avançar,
pode levar à morte dos tecidos, inicialmente apenas em pon-
tos de pressão como os calcanhares, o antepé e o dedo gran-
de do pé, mas mais tarde à morte de toda a extremidade.
1.3.2 Embolia
No caso de uma oclusão por embolia (entupimento por um
coágulo) de uma artéria principal da perna, surgem súbita e
intensamente as primeiras dores sem sintomas prévios. Ao
contrário do que acontece na arteriosclerose, de evolução
lenta, neste caso a perna não tem tempo para formar os
circuitos de derivação necessários (contralaterais) (fig. 4). O
êmbolo é levado, por exemplo, da cavidade cardíaca ou de
uma artéria dilatada (aneurisma, fig. 3) para a perna e fica
preso nas ramificações dos vasos (fig. 4). Em muitos casos,
os pacientes sentem-se saudáveis até ao surgimento súbito
das queixas. Tipicamente, não existem factores de risco
conhecidos da arteriosclerose.
1.4 Doença concomitante
A arteriosclerose pode afectar qualquer artéria no corpo. Por
isso, pode partir-se do princípio que a arteriosclerose – uma
vez iniciada – está presente em todas as artérias do corpo,
com maior ou menor intensidade. Onde a arteriosclerose se
faz sentir primeiro no corpo depende de que vasos são espe-
cialmente afectados. Assim, num paciente podem ser pri-
meiro afectados com a arteriosclerose principalmente os va-
sos cardíacos, noutros pacientes podem ser os vasos que
alimentam o cérebro ou os músculos das pernas. Estudos
abrangentes revelaram que, em pacientes com arterioscle-
rose avançada das artérias das pernas (P), 90 % também são
afectados nas artérias coronárias (Cor) e 70 % também nas
artérias carótidas (vasos cerebrais [Car]). Da mesma forma,
podem ser afectadas as artérias renais (Ri) (fig. 5).
Na prática, isso significa que, em pacientes com distúr-
bios circulatórios nas pernas, existe um risco manifestamen-
te mais elevado de enfarte do miocárdio, de AVC e de limita-
ção da função renal. Este facto realça a necessidade de tra-
tar os pacientes não apenas dos distúrbios circulatórios das
pernas como também de outros perigos da circulação menor
em todo o corpo, reduzindo assim o risco de enfarte do mio-
cárdio ou de AVC.
ARTÉRIAS 6
Fig. 3: Aneurysma. Erweiterte
Arterie. Oftmals Bildung
von einem Thrombus am Rand.
Fig. 5: A arteriosclerose pode afectar
todos os órgãos importantes. P = vasos
das pernas, Car = artérias carótidas,
Cor = artérias coronárias, Ri = artérias
renais
Cor
Car
Ri
P
7. 7 ARTÉRIAS
1.5 Dilatação
As artérias podem não só estreitar e fechar como também
podem dilatar de forma perigosa. Neste caso, fala-se de um
aneurisma (fig. 3). Através da pressão arterial pulsátil ele-
vada, a parede dilatada pode sofrer uma ruptura súbita. Na
maioria dos casos, as hemorragias causadas não conse-
guem ser estancadas devido à elevada pressão.
1.6 Exame
Os distúrbios na circulação arterial das pernas são, na práti-
ca, examinados por manometria e fluxometria (ultra-sono-
grafia colorida) e curvas de oscilografia (diafragma insuflável
das pernas com transmissão da pulsação para um monitor).
Se necessário, são usados o exame de ultra-sonografia colo-
rida ou a arteriografia (meio de contraste e radiografia).
1.7 Terapia (conservadora/invasiva)
Hoje em dia, a terapia das disfunções circulatórias arteriais
das pernas é variada e necessita, frequentemente, da cola-
boração interdisciplinar de vários médicos especialistas. Em
princípio, primeiro decide-se com que rapidez a terapia de-
verá ser iniciada. Na prática, distingue-se entre arteriopatia
obliterante periférica aguda e crónica. Se uma perna está
ameaçada por falta de circulação, necessita de uma reaber-
tura imediata dos vasos fechados, a fim de evitar uma ampu-
tação. Se, pelo contrário, um paciente apresenta queixas
constantes e de longa duração nas pernas, são executados
os exames necessários num período de tempo adequado. A
terapia ideal é combinada com o paciente e planeada com
calma.
Por princípio, estão disponíveis duas possibilidades de
terapia: Uma terapia conservadora, com treino de marcha e
medicamentos (por exemplo, inibidores das plaquetas, pros-
taglandina) ou uma terapia invasiva com reabertura dos
vasos por intermédio de um catéter de balão (fig. 6a), ou
uma operação de bypass (fig. 6b).
1.8 Profilaxia
Em todos os casos, os factores de risco como tabagismo,
valores elevados de pressão arterial, etc. têm de ser afasta-
dos e tem de ser seguido um tratamento contínuo dss per-
nas e dos pés. É que mesmo lesões mínimas podem evoluir
para feridas crónicas com complicações associadas (p. ex.,
infecções). Especialmente ameaçados estão os pacientes
com diabetes mellitus. Além disso, têm de ser realizados
os exames de controlo, muitas vezes lamentavelmente
negligenciados.
1.9 Perigos menosprezados
Muitos pacientes menosprezam uma disfunção da circula-
ção nas pernas, por não verem nela nenhuma ameaça direc-
ta à sua vida. No entanto, essa doença deve ser absolu-
tamente levada a sério. Afinal, uma terapia negligenciada
pode levar à amputação da perna.
Fig . 6a: Reabertura do vaso com um catéter de balão (Cb).
Fig. 6b: Ponte de uma oclusão (O) com um bypass (BP).
Cb
BP
O
8. VEIAS 8
2 Veias
2.1 Generalidades
As veias transportam o sangue utilizado, pobre em oxigénio,
do corpo de volta para o coração (fig. 7). Para poder vencer
a gravidade, precisa de válvulas que funcionam como válvu-
las de retorno nas veias saudáveis.
O sangue flui com a ajuda das válvulas das veias, as quais
impedem o refluxo do sangue de volta ao coração e aos pul-
mões (fig. 8). Nos pulmões, o sangue volta a ser enriquecido
com oxigénio e é reconduzido ao circuito arterial. Se as
válvulas já não estão intactas no desempenho da sua função,
o sangue flui na direcção errada (fig. 9).
Este processo patológico leva ao aumento da pressão nas
veias da periferia (pernas) e, dessa forma, a consequências
nocivas. Nesse processo, no caso de um sistema com válvu-
las defeituosas, as pernas são as mais afectadas, porque a
pressão venosa é mais elevada quando se está de pé.
2.2 Varizes
2.2.1 Generalidades
As varizes são veias defeituosas, dilatadas e muitas vezes
serpenteantes que se destacam debaixo da pele como «nó-
dulos» (fig. 9), cuja função valvular (válvulas de retorno) está
danificada. As varizes são muitas vezes encaradas errada-
mente como um mal meramente estético (foto 2). 2.2.2 Frequência
As varizes são um problema bastante frequente. Como
doença, são muitas vezes levadas pouco a sério. De acordo
com os resultados de um estudo venoso efectuado em
Bona, datado de 2004, um em cada seis homens e uma
em cada cinco mulheres sofrem de varizes com gravidade
clinicamente significativa. Ao analisar todos os graus de gra-
vidade da doença, o número de afectados situa-se acima
dos 50 %.
2.2.3 Causas
Na maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que já os avós ou pais sofriam de uma debilidade das
válvulas venosas, com doença varicosa posterior e suas
complicações. Especialmente ameaçadas e muitas vezes
afectadas precocemente com varizes são as mulheres
durante ou depois da gravidez. A elevada pressão do útero
sobre as veias da bacia e o aumento da pressão condicio-
nado por esse facto sobre as veias das pernas, assim como
o aumento dos valores hormonais, influenciam considera-
velmente o risco da doença.
Fig. 7: Circulação venosa. As veias
transportam o sangue utilizado
da periferia, de volta para o coração
e os pulmões.
Foto 2: Varizes na perna.
Fig. 8: Veia com válvula intacta (Vi).
O sangue flui de válvula em
válvula, contra a gravidade, de
volta para o coração.
Fig. 9: Varizes. Válvulas defeituosas
(Vd). O sangue flui na direcção
errada.
Vi
Vd
9. 9 VEIAS
2.2.4 Sintomas
Podem surgir queixas como pernas pesadas, cansadas e
agitadas ou cãibras nocturnas, prurido, etc. Os pacientes
podem também não ter dores, apesar das varizes extensas.
2.2.5 Complicações
Graças ao sistema defeituoso das válvulas e, por consequên-
cia, à pressão venosa elevada (por refluxo do sangue para
as pernas), a evolução da doença varicosa conduz muitas
vezes a complicações. Entre estas contam-se tromboses
venosas superficiais, eczemas, coloração acastanhada
(foto 3), endurecimento da pele e, por fim, úlcera da perna
(do latim Ulcus cruris). Na pior das hipóteses, devido ao
crescimento das tromboses superficiais no sistema venoso
profundo das pernas, podem ocorrer tromboses venosas
profundas das pernas com embolias pulmonares fatais.
Infelizmente, ainda hoje está muito divulgada a opinião
de que apenas varizes dolorosas devem ser operadas. Fre-
quentemente, os pacientes sofrem anos a fio de varizes não
acompanhadas de dores e, só quando ocorrem complica-
ções tardias, como tromboses ou úlceras das pernas, é que
as dores aparecem. Por esse motivo, há que intervir o mais
cedo possível no processo patológico para parar atempada-
mente complicações tardias.
2.2.6 Exame
Varizes, tromboses e a causa de úlceras das pernas são
examinadas, em primeira linha, principalmente com a ajuda
de ultra-sonografia a cores (foto 4). Este exame é indolor e
livre de perigo. O diagnóstico pode chegar imediatamente
às mãos de especialistas treinados e pode ser combinada
com o paciente a terapia ideal.
2.2.7 Terapia
Regra geral, varizes grandes e extensas, mesmo que não
provoquem dores, têm de ser operadas. Tudo o resto é «cos-
mética» momentânea e prejudica mais do que beneficia.
Apenas as pequenas varizes (telangiectasias) devem ser tra-
tadas, ainda hoje, com a conhecida terapia obliterante por
injecção. Hoje em dia, a operação às varizes tem obtido bons
resultados, graças aos conhecimentos e a uma moderna
técnica cirúrgica nas mãos de especialistas treinados.
2.3 A oferta de terapias
2.3.1 Generalidades
A oferta de terapias para as varizes deixou de ser dominada
pelos leigos. O paciente fica, sobretudo, inseguro relativa-
mente aos «novos métodos».
Apesar dos muitos contributos em revistas e de inúmeras
palestras, emissões televisivas, etc., as doenças venosas
são alvo de muito menos atenção do que lhe deveria ser
dedicada, em virtude da sua frequência. Um motivo para tal
pode ser o facto de as lesões do sistema venoso superficial
designadas por «varizes» não serem obrigatoriamente
potencialmente fatais e, vulgarmente, serem consideradas
mais um problema cosmético do que de saúde. Nem sempre
as varizes são um problema meramente estético. Caso
ocorram complicações, podem daí advir consequências
graves para a saúde.
Foto 3: Coloração acastanhada da pele na região do tornozelo
(hiperpigmentação).
Foto 4: Ultra-sonografia colorida. Localização exacta e representação
do percurso vascular.
10. veias 10
2.3.2 Terapia conservadora
As varizes são, na maioria dos casos, herdadas, o que signi-
fica que em cerca de 90 % dos pacientes a predisposição
para as varizes é a causa principal das mesmas. Fazer uma
profilaxia da situação, prescindindo de determinadas activi-
dades, nunca traz o êxito pretendido. Em varizes menores,
fruto de menos queixas, tenta-se uma terapia conservadora
com meias de compressão e medicamentos. No entanto,
dessa forma nunca se consegue a cura mas, em todo o caso,
uma diminuição dos sintomas (p. ex., tendência para tume-
facção).
2.3.3 Operação
O princípio do saneamento cirúrgico já foi desenvolvido há
100 anos. Este prevê a remoção das partes patologicamente
alteradas do sistema venoso superficial. Este procedimento,
inicialmente ainda muito grosseiro, viu-se notoriamente
aperfeiçoado sobretudo nos últimos anos, por um lado devi-
do ao desenvolvimento de uma técnica cirúrgica mais refi-
nada, aos instrumentos de maior precisão e, por outro lado,
devido à possibilidade de existirem exames complementa-
res de diagnóstico exactos.
Maioritariamente, através de uma pequena incisão na re-
gião inguinal ou na fossa poplítea, as ramificações principais
das varizes são laqueadas (fechadas) na intersecção ao siste-
ma venoso profundo (fig. 10) e, de seguida, extraídas (o cha-
mado stripping). As varizes secundárias visíveis à superfície
são extraídas através de pequenas incisões com um gancho
especial (flebectomia).
2.3.4 Por onde flui o sangue depois da operação?
A remoção das varizes permite um funcionamento normal
do sistema venoso graças ao sistema venoso superficial que
permanece saudável e, sobretudo, ao sistema venoso pro-
fundo. Em princípio, todas as veias superficiais doentes po-
dem ser removidas. É que existe uma distinção entre o siste-
ma venoso superficial e profundo das pernas.
O sistema superficial fica entre a pele e a musculatura
e transporta, no máximo, 10 % do volume sanguíneo. A cor-
rente sanguínea principal (90 %) dá-se no sistema venoso
profundo. Por conseguinte, as veias superficiais (com
poucas excepções) podem ser removidas sem hesitações
(fig. 11).
2.3.5 Varizes reincidentes depois de terapia
cirúrgica (recidiva)
Mesmo quando as recidivas após cirurgias às varizes se
devem, frequentes vezes,, de acordo com investigações re-
centes, a falhas da intervençãso cirúrgica, esta afirmação
deve ser interpretada com cautela. Igualmente importantes
e influenciadores do resultado são os exames complementa-
res de diagnóstico exactos antes da intervenção cirúrgica
(exame). Este facto sublinha, uma vez mais, que só são al-
cançados os melhores resultados possíveis com uma equipa
de especialistas e cirurgiões vasculares experientes e treina-
dos.
Mas mesmo a equipa mais experiente se deparará com
recidivas, visto que, mesmo com o exame mais optimista e
com uma intervenção cirúrgica, apenas as veias momenta-
neamente doentes são removidas e as muitas veias ainda
saudáveis são preservadas. Sabendo que a doença varicosa
é condicionada geneticamente, existe a possibilidade de as
veias actualmente saudáveis também virem a padecer de de-
bilidade das válvulas, dentro de meses ou anos. A taxa de re-
cidiva é difícil de calcular. Dentro de dois anos, situa-se en-
tre os 2 e os 10 %. Ainda menos fácil de calcular é a frequên-
cia com que a utilização de novos tipos de operação conduz
a insucessos. A fim de se conseguir manter um bom resulta-
do clínico, é muitas vezes necessária uma nova intervenção
cirúrgica. Ocasionalmente, as varizes que surgem de novo
podem também ser obliteradas.
Fig. 10: Intersecção dos troncos
venosos (t) superficiais e do siste-
ma venoso profundo. Laqueação
(L) (oclusão) na intersecção,
para que todas as ramificações (r)
possam ser retiradas.
Fig. 11: Secção da coxa com
sistema venosos superficial (a) e
sistema venoso profundo (b).
a
a
a
a
t
a
b
L
11. 11 veias
2.4 Processos modernos e técnicas novas –
em comparação com métodos cirúrgicos
«comprovados»
2.4.1 Terapia a laser / ondas de rádio (VNUS-Closure)
Nos últimos anos, foram divulgados repetidamente novos
métodos e técnicas com os melhores resultados. A terapia a
laser e por ondas de rádio (VNUS-Closure) solda as varizes
utilizando temperaturas muito elevadas.
A diferença em relação à operação clássica reside no fac-
to de os troncos venosos não serem extraídos, mas sim atro-
fiados pela condução de energia. Todas estas formas de te-
rapia abandonam o princípio longamente comprovado da ci-
rurgia às varizes. Nas operações clássicas na região inguinal,
todas as ramificações venosas são minuciosamente separa-
das da intersecção para o sistema venoso profundo (fig. 10),
a fim de evitar o mais possível um ressurgimento (recidiva)
das varizes através das ramificações preservadas. Porém,
em todos os outros métodos, as ramificações individuais são
deixadas na intersecção pois, com a obliteração a quente,
não se pode chegar muito perto das veias profundas, devido
ao perigo de uma trombose venosa profunda nas pernas,
com todas as complicações daí resultantes. Por este motivo,
é implicitamente aceite um aparecimento rápido de novas
varizes.
2.4.2 Conclusão
Por experiência própria, os métodos cirúrgicos actuais mais
aperfeiçoados – mesmo em termos de resultados cosméti-
cos –, nas mãos de especialistas treinados, ainda são os mé-
todos que dão melhores resultados. É actualmente desade-
quado um favorecimento especial das novas técnicas relati-
vamente aos processos cirúrgicos, visto que os resultados
dos novos métodos de tratamento só deficitariamente são
avaliáveis. Mantemo-nos fiéis ao princípio segundo o qual,
para obter bons resultados, são seguidos os métodos com-
provados e seguros.
2.5 Profilaxia
Na maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que não é possível levar a cabo uma verdadeira profila-
xia. Quando uma pessoa transporta em si os genes da debi-
lidade das válvulas, as varizes acabam por aparecer, mais
cedo ou mais tarde. Gravidezes, actividades de pé ou senta-
das, sauna, banhos quentes, efeito do sol, etc. poderão
acelerar o desenvolvimento das varizes. O uso de meias de
compressão medicinais reduz as queixas, sobretudo duran-
te a gravidez, no calor ou em períodos longos em posição
de pé ou sentada.
2.6 Telangiectasias
2.6.1 Generalidades
As telangiectasias são a forma mais pequena de varizes e
localizam-se na pele. Por esse motivo, são muito visíveis
(foto 5). Apenas em alguns casos têm se ser sujeitas a tera-
pia. Por exemplo, quando uma variz maior for a causa das
telangiectasias. Caso contrário, são um problema meramen-
te cosmético.
2.6.2 Causas e frequência
Praticamente cada uma em duas a três mulheres sofre de te-
langiectasias, cosmeticamente desagradáveis. Na maioria,
as telangiectasias são inofensivas e surgem subitamente
na puberdade, durante a gravidez ou simplesmente com a
idade. A causa é fundamentalmente genética. Em mais de
90 % das mulheres afectadas, já a mãe ou a avó sofriam de
varizes, maiores ou menores. Mesmo as top-models com
pernas magras e desportivas, sem peso a mais e sem fumar,
não são poupadas às telangiectasias, caso tenham predispo-
sição para tal. Visto que as telangiectasias surgem frequen-
temente em zonas de congestionamento de varizes grandes
doentes (troncos venosos superficiais), antes de cada oblite-
ração há que excluir, por ultra-sonografia colorida, que a
causa da formação das telangiectasias é uma variz super-
ficial maior. Neste caso, a obliteraç não serviria de nada. As
telangiectasias voltariam a aparecer rapidamente.
Foto 5: Telangiectasias na coxa.
12. veias 12
2.6.4 Obliteração por laser / microespuma
Laser
Seja onde for que se proponham e apliquem terapias a laser
contra as telangiectasias, esta é a melhor terapia de todas
que pode ser sugerida aos pacientes. Mas atenção porque,
mesmo hoje, não existem ainda resultados verdadeiramente
bons. Portanto, quem se deixar seduzir pela publicidade, de
que as operações a laser são muito mais fáceis e ideais, fica-
rá certamente desiludido.
Obliteração por espuma
No esclerosamemto por espuma, as varizes são obliteradas
com um meio obliterante convencional, com a única diferen-
ça de que o meio obliterante não adiciona bolhas de ar. As
bolhas de ar criam um vazio de sangue no vaso. Dessa for-
ma, o meio obliterante pode estender, por mais tempo e em
maior concentração, o efeito sobre a parede da veia. Expli-
cando de uma forma mais simples, o meio obliterante con-
vencional é injectado nas veias com ar, para se conseguir
uma concentração maior. À partida, é errado dizer que se
trata de um novo método. Esta técnica foi introduzida já em
1950, por Egmont Orbach. Entretanto, reconheceu-se que,
mesmo com concentrações muito pequenas se obtém
um resultado óptimo e que os efeitos secundários (p. ex., en-
farte cutâneo = necroses; cicatrizes, etc., foto 6) surgem
com muito menos frequência. A experiência da técnica obli-
terante com menor concentração, há longos anos compro-
vada, recomenda precisamente o contrário dos métodos
anunciados como «novos».
Foto 6: Necrose cutânea após terapia obliterante com espuma.
Fig. 12: Terapia obliterante. O meio obliterante é injectado nas veias e
inflama a parede do vaso.
2.6.3 Obliteração das telangiectasias
Técnica
As telangiectasias são tratadas por obliteração.. Para isso, é
aplicada uma solução especial na veia (fig. 12), a qual altera
a parede interna da veia, de forma inflamatória. Inicialmente
com uma ligadura de pressão e, mais tarde, com meias de
compressão, a parede inflamada da veia volta a colar. A
telangiectasia deixa de ser irrigada e, assim, deixa de se ver.
Aplicando a técnica correcta, as dores da terapia por obli-
teração são mínimas. Sente-se a pequena picada da fina agu-
lha, seguida de um breve ardor na zona das telangiectasias,
as quais são inundadas com um líquido obliterante. Ocasinal-
mente, os maiores «ninhos de telangiectasias» têm de ser ob-
literados várias vezes, a fim de se obter um bom resultado.
Evolução / complicações
Em alguns casos, devido à obliteração, ocorre inicialmente
uma coloração acastanhada da pele. Isso pode ser contraria-
do usando meias de compressão após o tratamento oblite-
rante, durante um longo período. Necroses cutâneas (e pos-
terior cicatrização), com formação inicial e dolorosa de bo-
lhas e inflamação da pele, alguns dias após o tratamento
obliterante, ocorrem às mãos de médicos inexperientes,
quando utilizam um meio obliterante altamente concentra-
do, em caso de intolerância ao meio obliterante e com a obli-
teração com espuma (foto 6).
Em casos raros, à volta da zona obliterada formam-se zo-
nas entrançadas. Estas são as telangiectasias mais pequenas
de todas, as quais permanecem visíveis obstinadamente, por
muito tempo. Em princípio, o paciente tem de ser liter-almen-
te paciente aquando da obliteração. O resultado positivo é vi-
sível, muitas vezes, só ao fim de aproximadamente 3–6 me-
ses, nomeadamente quando a coloração acastanhada desa-
parece e as zonas entrançadas regridem. Tomar banho de
chuveiro, praticar desporto, trabalhar, etc. é permitido e mes-
mo recomendado, imediatamente após a obliteração. Ape-
nas a luz do sol deve ser evitada nas zonas obliteradas, caso
contrário a coloração acastanhada dura muito mais tempo.
Por conseguinte, é vantajoso iniciar a obliteração o mais
cedo possível (no Outono), para que a coloração acastanha-
da desapareça até ao Verão.
13. 3 Trombose venosa
3.1 Trombose venosa e embolia pulmonar
Em princípio, a trombose venosa das pernas distingue a su-
perficial da profunda.
3.1.1 Trombose venosa superficial
Na trombose venosa superficial, como o nome indica, só são
afectadas pela trombose as veias superficiais. Na maioria
dos casos, o paciente sente uma dor forte, principalmente
ao longo de uma variz que já tenha há muito tempo. Esta en-
durece, torna-se avermelhada e muito sensível à pressão.
Uma operação imediata às varizes e a remoção do trombo,
ou uma diluição do sangue, impedem que a trombose super-
ficial se espalhe pelo sistema venoso profundo.
3.1.2 Trombose venosa profunda nas pernas /
complicações
As tromboses venosas profundas nas pernas são, na sua
maioria, ao contrário das varizes, condicionadas por reduzi-
da mobilidade (p. ex., em viagens de avião, estado acamado)
ou são, em parte, de origem genética (familiar). Devido a um
congestionamento de sangue nas pernas, este coagula no
sistema venoso profundo (fig. 13). O fluxo sanguíneo reduzi-
do forma um trombo (coágulo sanguíneo). As tromboses ve-
nosas profundas das pernas ocorrem, na sua maioria, subi-
tamente e, no estado inicial, muitas vezes sem dor. No en-
tanto, rapidamente se desenvolve uma tumefacção e dores
das pernas. Se um pedaço do trombo (coágulo sanguíneo) é
arrastado, fala-se de embolia (fig. 13). O trombo é levado pa-
ra o coração e bombeado para os pulmões, onde fica preso
nos vasos pulmonares (embolia pulmonar). Quando isso
ocorre, é impedida a troca vital de oxigénio. Esta transferên-
cia dos vasos pulmonares é, regra geral, potencialmente fa-
tal e pode levar, na pior das hipóteses, à morte: quer pela fal-
ta de troca de oxigénio quer por uma insuficiência cardíaca.
Um distúrbio do fluxo na perna causa uma pressão forte-
mente elevada no sistema venoso profundo e actua, assim,
até aos vasos cutâneos de menor dimensão. Mesmo quando
o coágulo sanguíneo se volta a soltar ao fim de alguns
meses, as válvulas nas veias profundas estão defeituosas
(fig. 18 a2). Ocorre então o chamado «síndrome pós-trom-
bótico», com alterações cutâneas de rápido crescimento
(foto 3) até à úlcera da perna. Além disso, devido à elevada
corrente de refluxo sanguíneo para a perna, ocorre uma
tumefacção maciça da perna, que exige o uso constante
de meias de compressão.
13 TROMBOSE VENOSA
Fig. 13: : trombo (t) na veia. Um pedaço da extremidade do trombo
soltou-se e flui como êmbolo (e) em direcção ao coração e aos pulmões.
t
e
a1 a2
Fig. 18: (a1) veia saudável da perna direita, (a2) válvula defeituosa das
veias depois de uma trombose.
14. 3.2 Frequência
Não estão disponíveis dados fiáveis sobre a frequência da
ocorrência de tromboses. Calcula-se que aproximadamente
1–2 em cada 1000 pessoas sofram anualmente uma trom-
bose.
3.3 Sintomas
Frequentemente, ocorre uma dor indistinta e uma tumefac-
ção na barriga da perna ou na coxa, acompanhada de uma
coloração acastanhada da perna. A suspeita de uma trom-
bose venosa da perna pode ser, assim, clinicamente con-
firmada.
3.4 Exame
Para confirmar uma trombose venosa profunda da perna, é
sempre necessário um exame efectuado por um médico es-
pecialista para, por um lado, evitar uma diluição desnecessá-
ria e perigosa do sangue – caso não se trate de uma trombo-
se –, por outro lado, para recomendar a terapia ideal – quan-
do em presença de uma trombose. O método mais seguro e
rápido para comprovar ou excluir uma trombose venosa da
perna e da bacia está nas mãos de médicos especialistas
treinados em ultra-sonografia colorida. Apenas no caso de
incertezas é que se recorre, hoje em dia, ao exame radiográ-
fico com meio de contraste (flebografia).
A determinação de uma trombose a partir dos valores
do hemograma (D-Dimer) não é segura. Apenas valores
D-Dimer negativos ajudam, visto excluírem uma trombose
venosa profunda das pernas. Em caso de valores elevados o
diagnóstico não é certo, pois muitas doenças estão associa-
das a um valor elevado.
3.5 Trombose no caso de imobilização /
trombose do viajante
Fundamentalmente, quando há imobilização das pernas (p.
ex., em longos períodos de acamamento, imobilização com
gesso e longos períodos sentado), o perigo de surgir uma
trombose é muito maior. Não é de admirar que muitas pes-
soas, antes de longas viagens de avião, tenham receio de
sofrer de uma trombose venosa das pernas, com o perigo
de uma embolia pulmonar. Para chegarem ao destino, os
viajantes fazem muitas vezes grandes percursos de avião,
carro ou comboio. Sentados durante horas, sem fazerem
movimentos,, sem bombearem os músculos e com as per-
nas dobradas, o sangue pode não conseguir retornar, sem
impedimentos, das pernas para o coração (fig. 14). O fluxo
sanguíneo torna-se mais lento. Dentro dos vasos (veias)
ocorre uma coagulação mais elevada do sangue o que, na
pior das hipóteses, dá origem à formação de uma trombose.
Torna-se potencialmente fatal quando partes do trombo (êm-
bolo) são levadas até aos pulmões. Mas atenção: não só os
viajantes correm perigo de sofrer de trombose! Existem
muitas mais causas que podem originar uma trombose e
uma embolia pulmonar: p. ex., uma operação recente, vari-
zes, infecções, acamamento, doença oncológica,, a pílula
anticoncepcional, uma trombose anterior ou distúrbios ge-
néticos da coagulação.
TROMBOSE VENOSA 14
Fig. 14: Trombose do viajante. Corrente de refluxo das veias diminuída
devido à posição sentada.(a).
a
15. 15 TROMBOSE VENOSA
Fig. 15: Remoção cirúrgica de uma trombose venosa profunda das
pernas. Catéter de balão (B), trombose (T).
O trombo é parcialmente dissolvido com um medicamento (M) para esse
efeito. Pedaços que não se dissolvem são removidos com o balão (B).
T
B
M
3.6 Terapia da trombose venosa profunda
Para evitar uma difusão maior da trombose pelas veias
profundas das pernas e da bacia e a dissolução de uma par-
te do coágulo – podendo resultar na temida e potencialmen-
te fatal embolia pulmonar –, o sangue tem de ser diluído o
mais rapidamente possível. Além disso, as secções de veia
não afectadas pela trombose têm de ser protegidas. É que,
para além da embolia pulmonar – como complicação preco-
ce –, também podem ocorrer complicações posteriores
como, p. ex., o síndrome pós-trombótico com danos cutâne-
os (úlcera da perna, em latim Ulcus cruris), a formação das
chamadas «varizes internas e externas» e a tumefacção
maciça das pernas.
3.7 Terapia moderna
Além da conhecida anti-coagulação e da consequente utiliza-
ção de meias de compressão, normalmente para a vida intei-
ra, existem hoje técnicas cirúrgicas novas para remover a
trombose precoce e objectivamente das veias das pernas e
bacia. O cirurgião liberta as secções de veia afectadas por
tromboses profundas através de catéteres de balão e medi-
camentos que dissolvem o trombo (trombólise local, uroqui-
nase) (fig. 15). Os exames revelam que, em muitos casos,
graças à intervenção invasiva rápida, as frágeis válvulas das
veias continuam funcionais, evitando assim complicações
futuras. São vários os factores que determinam quem bene-
ficia de cada terapia. Um exame clínico especializado e a
determinação da terapia ideal fazem, por conseguinte, todo o
sentido em cada trombose. Se esta terapia for efectuada num
estadio precoce, as frágeis válvulas podem ser preservadas
e as complicações posteriores podem ser evitadas (p. ex.,
úlcera da perna, coloração acastanhada, tendência para
tumefacção, sensação de pernas pesadas).
3.8 Profilaxia
A mais importante profilaxia para evitar uma trombose é a
mobilidade. Dessa forma, é acelerado o fluxo sanguíneo nas
veias. Igualmente, uma meia de compressão pode exercer
uma aceleração do fluxo e, adicionalmente, reduzir o risco
de trombose.
16. 16ÚLCERA DA PERNA
4 Úlcera da perna
4.1 Generalidades
A úlcera da perna (em latim Ulcus cruris) manifesta-se em
0,2–2 % da população europeia. Trata-se de uma doença
crónica e há que contar com muitas recidivas. Graças às
modernas compressas para feridas, nos últimos anos conse-
guiram reduzir-se notoriamente os períodos de cicatrização
das mesmas.
4.2 Causas
Em 70–90 % dos casos, a causa principal da úlcera da perna
é uma doença venosa, ou seja, a existência de varizes, uma
anterior trombose venosa profunda da perna ou, de uma for-
ma geral, um fluxo reduzido com pressão venosa conse-
quentemente elevada. Em outros 5–15 %, as artérias que
transportam o sangue fresco para a perna, alteram-se de
forma patológica, por exemplo, por meio de uma arterioscle-
rose (como consequência de colesterol elevado, tabagismo
ou diabetes mellitus.). Em cerca de 5 %, são responsáveis
causas raras.
4.3 Exame da úlcera das pernas
Visto que, na maioria dos casos, uma doença venosa causa
úlcera nas pernas, é efectuada uma ultra-sonografia colorida
(foto 4), combinada com um exame adicional das artérias
(manometria Doppler/curvas de oscilografia) e, conforme o
diagnóstico, mais exames (p. ex. com meio de contraste
por radiográfico, análises ao sangue, etc.), para procurar a
causa.
4.4 Terapia
O primeiro passo é sempre a reparação da causa que lhe
está na base. Se a úlcera da perna resultou de uma doença
de base que possa ser tratada com métodos conservadores
ou invasivos, estas medidas têm de ser aplicadas em pri-
meiro lugar.
Numa segunda fase, há que efectuar uma terapia local e/
ou sistémica da ferida para acelerar a cicatrização. A terapia
local de feridas crónicas, é hoje em dia, em muitos casos, o
tratamento húmido. A secreção da ferida é mantida sob a
compressa, o que acelera a cicatrização da mesma… Porém,
em muitos casos é necessário actuar exactamente no senti-
do contrário, nomeadamente com compressas secas!
4.5 Compressas modernas
Espera-se sempre, ou há disso relatos, que as novas com-
pressas venham fazer «milagres». Mas há que advertir con-
tra as falsas expectativas relativamente às compressas mais
recentes. As propriedades da pele são diferentes de pacien-
te para paciente e necessitam de uma terapia individual. A
melhor compressa de nada serve se a doença de base não
for tratada.
4.6 Terapia de compressão
No caso de úlcera condicionada por doenças venosas, o pi-
lar principal e mais importante é a correcta terapia de com-
pressão, juntamente com a cirurgia. As meias de compres-
são devem ser usadas, na maioria dos casos, também na se-
quência da operação.
Mesmo em linfedemas, a terapia de compressão é o
mais importante. O refinado sistema linfático é responsável
pelo transporte da linfa. Como as veias, os vasos linfáticos
também transportam o seu conteúdo contra a gravidade, de
volta para o coração. Se esse fluxo for impedido, p. ex., se os
vasos linfáticos faltarem ou estiverem desviados (p. ex., de-
pois de infecções ou cortes da pele), a linfa congestiona
no pé e na perna, o que causa linfedemas.
17. 5 Medidas cirúrgicas especiais
das doenças venosas
5.1 Thiersch
É retirada a pele saudável do paciente, cortada com uma
máquina especial e aplicada sobre a zona problemática da
pele (fig. 16).
5.2 Enxerto
O defeito cutâneo na perna é coberto com um enxerto cutâ-
neo das costas e os vasos são unidos aos vasos da perna,
para que o enxerto seja irrigado. (fig. 17).
5.3 Transferência de válvulas
Neste caso, uma válvula saudável da perna saudável (fig. 18
a1) é transferida para a perna doente (fig. 18 b1) e vice-versa
(fig. 18 a2, b2). Assim, reduz-se a pressão venosa elevada
pela doença nas veias afectadas.
5.4 Operação segundo Palma
A pressão venosa elevada, que resulta da oclusão das veias
da bacia, é reduzida, desviando o sangue venoso através de
um bypass para o lado oposto corrente (fig. 19).
5.5 Bypass de plástico
Em casos indicados, um bypass pode contornar a oclusão
das veias da bacia. Para isso, é implantada uma prótese de
plástico das veias da perna para as veias da barriga.
17 MEDIDAS CIRÚRGICAS
a1 a2
Fig. 18: Transferência das válvulas com (veia saudável da perna direita
a1), (válvula venosa defeituosa da perna esquerda a2), válvula doente
aplicada (b1) e válvula saudável aplicada (b2), de novo funcionais.
b1 b2
Fig. 16: Thiersch. Fig. 17: Enxerto. Artéria (A), veia (V).
A
V
Abb. 19: Operação segundo Palma. Oclusão da veia da bacia (b).
B
Antes da operação Depois da operação
18. Fácil de calçar
Devido à reduzida curva de força / alongamento, as meias
conseguem calçar-se com pouco esforço (sobre a articula-
ção do pé / tornozelo) e adaptam-se perfeitamente a todos
os contornos. Com o nosso prático sistema de 4 tamanhos,
cobrimos a maioria das medidas do perímetro. (VENOSAN®
4000 und 5000).
Materiais modernos
Os fios são produzidos na nossa própria fábrica Salzmann
STRETCH. Graças a uma técnica de tecelagem futurista,
conseguimos associar exigências medicinais e estéticas de
forma ideal. O seu benefício: compressão progressivamente
decrescente e maior conforto ao usar.
Tactel® (Nylon/ poliamida)
Fibras sintéticas modernas capazes de transportar a humi-
dade para o exterior, como no moderno vestuário despor-
tivo. (In VENOSAN® 4000 und 5000)
Lycra® (elastano)
Fibras de borracha sintética. Responsável pela reduzida
curva força/alongamento (= calçar mais fácil). Ao contrário
da borracha natural (latex), a Lycra® não causa alergias e
é amplamente resistente contra influências ambientais. (Em
todas as VENOSAN®)
Algodão
Esta fibra natural é responsável por uma agradável sensação
de utilização e não causa quaisquer irritações na pele. (Na
VENOSAN® 2000 e 5000)
X-Static® – silberfaser™ (fibra de Nylon revestida
a prata)
A VENOSAN® 5000 é a primeira meia de compressão do
mundo com X-Static®! Esta fibra de alta tecnologia actua de
forma antibacteriana, anti-odores, funcional em termos
compensatórios (reguladora da temperatura e da humidade)
e anti-estática. Num estudo científico recentemente publica-
do, foi indicado que a VENOSAN® 5000 ainda estimula a
microcirculação da pele.
18VENOSAN
VENOSAN
®
5000
VENOSAN
®
2000
VENOSAN
®
4000
VENOSAN
®
LEGLINE
VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSANTRAVEL SOCKS
®
®
®
Alongamento
Calçar sobre o calcanhar
30%
Kraft
pequeno
grande
Alongamento
Calçar sobre o calcanhar
30%
Kraft
Esforço ao calçar uma VENOSAN® 4000/5000
Bons motivos para você se decidir por uma meia de compressão VENOSAN®
Esforço ao calçar um produto da concorrência
19. A VENOSAN® 5000 reúne a naturalidade do algodão com
as propriedades antibacterianas, funcionais (em termos
compensatórios) e anti-estáticas dos fios de alta tecnologia
X-Static® e Tactel®. Um produto de ponta, desenvolvido para
pessoas activas dos dois sexos.
Estimula a microcirculação
Comprovado por estudos na Universidade da Basileia,
Departamento de angiologia (Prof. Dr. K. Jäger)!
Anti-odores
X-Static® afasta as bactérias e impede, assim, odores desa-
gradáveis.
Funcional em termos compensatórios
Conforto ideal de utilização pela combinação da fibra reves-
tida a prata X-Static® (devido à elevada condutibilidade,
a prata compensa as oscilações térmicas) e a microfibra
Tactel® (efectua um transporte rápido para o exterior da
humidade da pele).
Anti-estática
X-Static® liberta-o de descargas eléctricas, graças à elevada
condutibilidade da prata.
19 VENOSAN
A magia da prata
VENOSAN
®
5000
VENOSAN
®
2000
VENOSAN
®
4000
VENOSAN
®
LEGLINE
VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSANTRAVEL SOCKS
VENOSAN
®
AES
VENOSAN
®
100
®
®
®
Material
40 % Tactel® Poliamida
30 % Lycra® Elastano
20 % Algodão
10 % X-Static® – a SilberfaserTM
Acção do X-Static®
Odor
Lões de prata
Aumentado 30 x
Marrocos
México
Preto
Qualidade de vida
VENOSAN
®
5000
VENOSAN
®
2000
VENOSAN
®
4000
VENOSAN
®
LEGLINE
VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSANTRAVEL SOCKS
VENOSAN
®
AES
VENOSAN
®
®
®
®
VENOSAN® 4000 é fabricada numa requintada estrutura
em sanduíche e é a primeira meia de compressão mundial
distinguida com o rótulo «Tactel® climate effect».
Respiração activa
O «Tactel® climate effect», com o transporte da humidade
para o exterior, proporciona um excelente conforto de
utilização.
Extremamente maleável
Fácil de calçar devido à reduzida curva força/alongamento
da malha.
Confortável
O material e a elegância visual proporcionam o máximo
conforto de utilização.
Evaporação
Lado externo
Tactel® micro touch
Lado interno
Tactel® multisoft
Humidade
Pele
Material
71 % Tactel® Poliamida
29 % Lycra® Elastano
Marrocos
México
Preto