O documento discute como a ciência de dados e análise de dados podem ser usadas para gerenciar riscos corporativos de forma mais efetiva. Ele explica que as organizações enfrentam um ambiente de negócios volátil e incerto, e que a análise de grandes volumes de dados pode ajudar a identificar fraudes e riscos. Além disso, agências reguladoras estão investindo em análise de dados para combater crimes financeiros. Finalmente, a aplicação de técnicas analíticas em fontes múltiplas de dados pode ajud
Ciência dos Dados e Analytics na Gestão dos Riscos Corporativos.
1. CIÊNCIA DOS DADOS E ANALYTICS NA GESTÃO
DOS RISCOS CORPORATIVOS.
F E L I P E D A L B E L O , S E T E M B R O D E 2 0 1 8 .
1. CONTEXTO ATUAL E
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Atualmente a humanidade enfrenta um
de seus maiores desafios na relação
entre homem, sociedade e tecnologia já
identificados desde e última
transformação social na segunda
revolução industrial que se iniciou na
segunda metade do século XIX (c. 1850 -
1870), e terminou durante a Segunda
Guerra Mundial (1939 - 1945). Pois é cada
vez mais evidente que as realidades e o
contexto dos ambientes de negócios se
tornaram voláteis, incertas, complexas e
ambíguas (V.U.C.A.- Volatile, Uncertain,
Complex and Ambiguous). E que os
cenários macroeconômicos, geopolíticos
e sócio tecnológicos afligem qualquer
Instituição e ou Organização, sejam
estas inseridas em um perímetro
público, privado, não governamental ou
mistas.
Dado o conhecido contexto disruptivo,
no que tange à velocidade de
transformação não somente das
tecnologias, geração de dados, internet
das coisas (IoT), robótica, inteligência
artificial, aprendizado de máquinas,
mas também da opinião pública frente
ao comportamento das Organizações.
Constatou-se em uma pesquisa recente
realizada pela revista Forbes em maio
de 2018, que produzimos cerca de 2.5
quintilhão de bytes diariamente, a
partir de diferentes fontes geradoras
(redes sociais, internet das coisas,
email, fotos, comunicação, entre
outras). A partir destas informações a
expectativa é que o mercado de Big
Data e Analytics gere uma receita
mundial em torno de US$ 210 bilhões
até o ano de 2020, de acordo com
relatório emitido pela Statista no
primeiro trimestre deste ano.
NESTA PUBLICAÇÃO:
Os riscos corporativos e
as fraudes
ocupacionais.
Iniciativas das agências
reguladoras e aplicação
de Analytics.
Futuro das áreas de
Controle e tendências.
“A expectativa é
que o Mercado
mundial de Big
Data e Analytics
chegue a US$ 210
Bilhões” em 2020".
Fonte: Statista 2018
Contexto atual e
ambiente de negócios
Palavras chave: Big Data, analytics, riscos, fraude, governança corporativa, compliance.
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2. É necessário que líderes e gestores
estejam preparados com novas
habilidades, competências digitais,
juntamente de um corpo de
profissionais devidamente capacitados
às atividades e funções, suas estruturas
administrativas, processuais e
instrumentais atualizadas para que os
resultados prospectados e planejados
sejam entregues de maneira eficiente,
realista, em tempo hábil e de maneira
sustentável.
Testemunhamos uma realidade
contemporânea onde os mercados e
economias em sua maioria estão
abertos ao intercâmbio econômico e
tecnológicos, logo é de suma relevância
para a sobrevivência da Organização o
planejamento organizacional por meio
do conhecimento de seu ambiente de
negócio e assim administrá-la na
velocidade que os fatores internos e
externos do ambiente que estamos
inseridos se configuram.
2. OS RISCOS
CORPORATIVOS E AS
FRAUDES
OCUPACIONAIS
4) Execução da estratégia de negócios,
5) Condições econômicas e de
mercado.
Em outra pesquisa recente publicada
em 2017 registrou que 82% das 2.373
empresas entrevistadas afirmaram
que sofreram alguma perda financeira
no seu último ano fiscal devido às
fraudes ocupacionais. Dentro deste
universo 85% confirmaram que
registraram algum tipo de ataque
cibernético.
Em publicações recentes de diversas
fontes e empresas especializadas em
consultoria de gestão de crise e riscos
corporativos, foram identificadas as
seguintes 05 principais categorias
onde os respondentes (CEOs e
executivos das áreas de Negócios e
Governança) afirmaram que
predominantemente afetam o
resultado do negócio de maneira
geral: 1) Riscos Regulatórios, 2) Riscos
Operacionais, 3) Tecnologia da
informação,
Compreende-se a Ciência dos Dados
como uma área interdisciplinar
voltada para o estudo e a análise de
dados, estruturados ou não, que
visa a extração de conhecimento ou
insights para possíveis tomadas de
decisão, de maneira similar à
mineração de dados. A ciência de
dados aliada às tecnologias e
ferramentas de big data e machine
learning, além de técnicas de outras
áreas interdisciplinares como
estatística, economia, engenharia e
outros subcampos da computação.
1.1. O profissional da
era digital.
1.2. Ciência dos dados e
as tecnologias disruptivas
“É a fusão das tecnologias e a
interação através dos domínios
físico, digital e biológico que
fazem a diferença fundamental da
quarta revolução industrial
diferente das revoluções
anteriores”. ― Klaus Schwab,
2016. The Fourth Industrial
Revolution.
No ano de 2017 e novamente em 2018
uma pesquisa sobre tipologias de
fraudes corporativas, chegou-se à
conclusão que a modalidade de
apropriação indevida de ativos (bens
em geral) foi a modalidade mais
comum (89%) do total de perdas
registradas pelas organizações,
seguida de fraude nos processos de
compra e posteriormente propina e ou
suborno à agentes públicos ou
privados. O montante calculado de
perdas sofridas por estas empresas foi
da ordem de mais de US$7.0 bilhões.
Segundo pesquisa sobre crimes e
riscos financeiros realizada pela
Thomson Reuters em 2018, dos
foram vítimas de crimes
financeiros devido a um programa
de gestão de risco deficiente.
2.373 respondentes
47%
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3. 3. INICIATIVAS DAS
AGÊNCIAS REGULADORAS
E APLICAÇÃO DE
ANALYTICS.
Desde 2014 ainda durante a liderança do
maior posto executivo da SEC (Securities
Exchange Commission), Mary Jo Whitte
declarou em audiência pública o uso e
investimento milionário de técnicas de
análise de dados (analytics), análises
visuais de grandes bancos de dados, e
aperfeiçoamento da coleta,
armazenamento e processamento ou
cruzamento de dados relevantes às suas
atividades de controle e segurança do
patrimônio da nação americana.
Com a gestão atual de Jay Clayton não
está sendo diferente, senão mais
contundente a conhecer as iniciativas,
leis e emendas constitucionais (ex.
H.R.5069) propostas e sancionadas nos
âmbitos de segurança cibernética,
privacidade e analytics forense. Esta
última já prevista pelo princípio #08 do
framework Gerenciamento de Riscos
Corporativos - Estrutura Integrada
publicada pelo COSO (Committee of
Sponsoring Organizations of the
Treadway Commission).
No Brasil já é de conhecimento público
que os Órgãos de Controle (TCU, CVM,
Bacen), bem como as Corporações de
segurança nacional (Polícia Federal e
Forças Armadas) vêem investindo no
combate ao crime e fraude em geral com
o uso de tecnologias de inteligência
artificial e analytics forense. A lei geral de
proteção de dados também é um
capítulo (a parte desta publicação),
porém transversal ao uso de dados
seguindo critérios e permissão prévia do
fornecedor da informação.
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4. Futuro das áreas de
Controle e tendências.
Fazendo a leitura do avanço das tecnologias
exponenciais e disruptivas, associado à
integração dos bancos de dados de
empresas, instituições, organizações no
combate aos ilícitos de naturezas diversas.
Enxerga-se uma estrutura sofisticada e
poderosa a partir da combinação dos 04
elementos emergentes na era digital, do
capital humano e intelectual: 1) Robótica
(RPA - Robotic Process Automation), 2)
Talentos, 3) Analytics e 4) Criação de valor
(ROI – Return over investment) na
antecipação de perdas econômicas
financeiras e prejuízos à sociedade de
maneira geral.
Seguramente não podemos deixar de negar
que as tecnologias que permitem essa
congregação, mineração, processamento
para posterior interpretação não pode ser
deixada de ser considerada. O termo
S.M.A.C. (Social, Mobile, Analytics.Cloud) são
aliados nesta era onde a tecnologia dita a
ordem das relações entre cidadão,
sociedade e instituições.
Técnicas que permitem a prevenção,
detecção e mitigação dos riscos e
consequentemente impactos econômicos-
financeiros das organizações:
Fontes múltiplas de dados;
Vizualização de dados;
Text analytics;
Scoring de riscos sobre pagamentos
& transações;
Modelo de predição –
monitoramento de tecnologia
assistida;
Análise de Padrões & correlação;
Inteligência artificial
comportamental (perfis de
indivíduos);
Email analytics.
O interesse pelo uso de grandes bases de
dados sejam estes estruturados ou não
estruturados vem crescendo
drasticamente em todos os campos de
interesse, e na disciplina de gestão de
riscos não é diferente.
O analytics ou simplesmente estatística
aplicada com uso de tecnologia
exponencial a um objetivo fim, tem sido
amplamente adotado nas dimensões
conhecidas (descritivo, diagnóstico,
preditivo e prescritivo) para prevenção e
identificação de comportamentos
maliciosos, mapeamento de perfis
criminosos, correlação de atividades
daninhas ao patrimônio público e privado,
combate a corrupção biometria e sistemas
de segurança, visualizar grandes
quantidades de dados de maneira objetiva
e clara e por fim traçar facilitar o trabalho
desgastante e repetitivo ora realizado pelo
indivíduo.
3.1 Big Data & Analytics
4.1 Exemplos práticos de
aplicação nos processos
de negócio.
Reconhecimento de
receita;
Investimentos em
projetos;
SAC e Vendas;
Due Diligence e
monitoramento;
Centros de custos;
Inventário;
Contratos.
Sobre o autor:
Felipe Dal Belo é executivo nos
setores Farmacêutico, Bens de
Consumo, Bebidas & Alimentos, TI
&Telecomunicação e conselheiro
atuando nas áreas de Governança,
Riscos & Compliance.
Ocupou a Vice-Presidência de
Compliance pela Telecom
Itália, Compliance & Audit Officer
pela The Coca-Cola Company entre
outras multinacionais .
Possui formação pela Harvard
Business School, Columbia
University, Kellogg , Fundação Dom
Cabral, UNICAMP, FGV, Doutorando
em Ciência dos Dados pela USP.