A história conta como José, um frentista, cuidou de uma cachorrinha vira-lata chamada Preta que apareceu no posto onde ele trabalhava. Preta acabou tendo filhotes e foi adotada por todos os funcionários. Em uma noite, quando José foi assaltado, Preta latiu e mordeu os assaltantes para defendê-lo, salvando-o. Por isso, Preta foi considerada uma heroína por todos. A história mostra como cuidar de animais pode desenvolver virtudes como carinho e amor.
6. Preta, uma heroína
(...) É verdade que na maioria dos animais domina o instinto. Mas, não vês que muitos
obram denotando acentuada vontade? É que têm inteligência, porém limitada. Não se
poderia negar que, além de possuírem o instinto, alguns animais praticam atos
combinados, que denunciam vontade de operar em determinado sentido e de acordo
com as circunstâncias. (...) O Livro dos Espíritos, questão 593
José é frentista há muitos anos. Ele trabalha à noite, em um posto em uma
pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul.
Em uma noite fria, apareceu no posto uma cachorrinha faminta, que se aproximou
de José, abanando o rabo.
O frentista deu comida e atenção à Preta, como foi chamada a cachorra vira-lata.
Aos poucos, ela foi adotada por todos os funcionários do posto, e cada um cuidava dela
à sua maneira: conversando, alimentando, brincando, dando água limpa, fazendo de
Preta a mascote do lugar.
Ela costumava dormir boa parte do dia e seguia José por toda a parte, durante a
noite. Foi ele que percebeu que a cachorrinha engordava a cada dia e, em breve, teria
cachorrinhos.
O dia do parto chegou, ou melhor, a noite. José auxiliou no nascimento dos onze
cachorrinhos e todos os funcionários do posto ajudaram, no tempo certo, a encontrar
um lar amoroso para cada um dos filhotes.
7. Preta não se sentia só, tinha a companhia e a amizade de todos que trabalhavam no
posto e até de alguns clientes. Mas seu amigo preferido era José, que sabe que os
animais são parte da criação de Deus, nossos irmãos. Ele dispensa à Preta um carinho
especial e até fez para ela uma capa para aquecê-la nas noites frias de inverno.
A mascote acompanhava José na madrugada em que chegaram ao posto três
jovens alcoolizados.
- É um assalto! - anunciaram.
E, nervosos e em desequilíbrio, bateram em José, que caiu no chão.
Preta, então, começou a latir muito alto, como nunca havia feito, e a morder os
assaltantes. Enquanto ela ameaçava os três jovens, José conseguiu fugir e chamar
ajuda.
Devido ao barulho, às mordidas e à determinação de Preta, os jovens desistiram
do assalto, indo embora sem levar nada.
Quando José contou o ocorrido para seus colegas, Preta foi considerada uma
heroína. Ela, porém, parece saber que foi apenas uma maneira de retribuir o carinho
recebido.
8. Ter um bichinho de estimação, dispensando-lhe carinho, atenção e os cuidados
necessários, como alimentação, moradia, água limpa, é abrir portas para que a
bondade de Deus se manifeste de diversas formas, como aconteceu com José e Preta.
Conviver com os animais é uma oportunidade de desenvolver virtudes como
responsabilidade, respeito, carinho e amor mútuos.
História baseada em fatos reais
Claudia Schmidt