No século XVIII, Portugal enfrentava sérias dificuldades econômicas devido à dívida externa, altos custos da Corte e perda de possessões coloniais. O marquês de Pombal implementou reformas para modernizar o Estado e recuperar a economia, como a criação de novas companhias de comércio e transferência da capital colonial para o Rio de Janeiro. No entanto, os aumentos de impostos nas minas geraram revoltas entre a elite colonial, como a Inconfidência Mineira.
1. Portugal no contexto internacional
do século XVIII
No século XVIII, apesar da descoberta de ouro e diamantes em sua colônia
americana, Portugal enfrentava sérias dificuldades econômicas em razão:
• da grande dívida com a Grã-Bretanha;
• dos elevados custos da Corte portuguesa;
• da perda do monopólio do comércio com as Índias;
• da perda de possessões no Oriente;
• da queda do preço do açúcar
.
Medidas para aumentar a arrecadação nas colônias
por meio do combate ao contrabando e da ampliação
dos lucros com o comércio ea mineração.
2. Reformas pombalinas
Expoente do despotismo esclarecido em Portugal, o marquês de Pombal
foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, e tinha como
missão modernizar o Estado e recuperar a economia portuguesa.
Principais medidas do governo pombalino:
Em Portugal
Fundação do Erário Régio para controlar
os gastos públicos.
Criação de novas companhias de
comércio para dinamizar e aumentar
o fluxo mercantil entre colônia e
metrópole.
Reforma educacional para acabar como
controle clerical sobre oensino.
NaAmérica
Instituição de novos impostos sobre a
produçãoaurífera.
Transferência da capital de Salvadorpara o
Rio deJaneiro.
Expulsão dos jesuítas (1759).
Estabelecimento do Diretório na região
amazônica.
3. Conjuração Mineira
Contexto:
• Os colonos estavam muito insatisfeitos com o aumento dos impostos
implementado pela política econômica metropolitana.
• Os intelectuais mineiros foram influenciados pelas ideias iluministas e da
independência dos Estados Unidos.
Envolvidos:
• Em geral, membros da elite – mineradores, fazendeiros, padres,
funcionários públicos, advogados e militares de alta patente. Muitos
deles haviam estudado em universidades na Europa, onde conheceram as
ideias iluministas.
Objetivos:
• Proclamação de uma república constitucional na capitania de Minas Gerais.
• Extinção do monopólio estatal sobre a extração de diamantes.
• Concessão de anistia das dívidas com a Coroa portuguesa.
• Separação entre Igreja e Estado.
4. Desfecho:
• Em 1789, o governador de Minas Gerais convocou algumas pessoas para
efetuar os pagamentos do quinto atrasados na Junta da Real Fazenda. O
inconfidente Joaquim Silvério dos Reis delatou os companheiros em
troca do perdão da dívida e de um prêmio por sua lealdade à Coroa.
• Em maio, os réus foram condenados pelo crime de lesa-majestade.
• Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) foi executado e esquartejado, e
seus restos foram expostos ao público para servir de exemplo. Um
homem e dois personagens – OAlferes e o “Cristo Herói”.
• Os demais condenados foram degredados, presos temporariamente e/ou
tiveram seus bens confiscados.
5. Conjuração Baiana
Contexto:
• A associação maçônica Cavaleiros da Luz disseminou as ideias iluministas
em Salvador. Ideias revolucionárias repercutiram nas camadas mais
pobres da população.
• Em 12 de agosto de 1798, os revoltosos afixaram pasquins e manuscritos
por Salvador convocando o povo a fazer uma revolução.
Envolvidos:
•Membros da elite e das camadas populares (mulatos, escravos, negros
libertos e indivíduos brancos de baixa renda). A conjuração adquiriu
caráter social (soldados e alfaiates – João de Deus, Manuel Faustino, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas)
Objetivos:
• Fim da escravidão e das diferenças baseadas na cor da pele.
• Proclamação de uma república igualitária na Bahia.
• Mudanças no sistema tributário e aumento dos soldos militares.
• Liberdade de comércio e representação popular.
6. Desfecho:
• Os intelectuais se afastaram do movimento, que passou a ser conduzido
por soldados, alfaiates, negros e mulatos.
• Com base em denúncias, investigações realizadas pelas autoridades
levaram aos elaboradores dos cartazes afixados nas ruas de Salvador.
• Os participantes da Conjuração Baiana foram presos.
• O processo culminou na condenação à morte de dois soldados e
dois alfaiates, que,em 8 de novembro de 1799, foram enforcados e
esquartejados, e tiveram seus restos espalhados pela capitania para servir
de exemplo.
7.
8. Bastidores da independência
Como resultado das Guerras Napoleônicas, a Corte portuguesa foi
transferida para o Brasil em 1808. O evento marcou o início do
processo que culminou na independência do Brasil.
Napoleão
Bonaparte
impôs o
Bloqueio
Continental à
Grã-Bretanha.
Portugal
descumpriu o
decreto e seu
território foi
invadido pela
França.
Em novembro de
1807, o príncipe
regente Dom
João e uma
grande comitiva
deixaram Lisboa
e seguiram para
o Brasil sob
proteção da
Marinha britânica.
Em janeiro de 1808,
a Corte portuguesa
chegou a Salvador
.
A transferência jáhavia sido cogitada em
outros momentos da história em que a
Coroa portuguesa se sentira ameaçada.
9. Chegada da família real portuguesa
A colônia foi
transformada
com a
presença da
Corte.
Foi decretada a abertura dos portos às nações
amigas (Grã-Bretanha), chegando ao fim o pacto
colonial.
Foram assinados, em 1810, dois tratados que
concederam privilégios comerciais aos britânicos.
Foi revogado o Alvará de 1785, que proibia a
instalação de manufaturas na colônia.
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lportuguês na América,
CAPÍTULO21 independência do Brasil e Primeiro Reinado
Mudanças no Brasil
Mudanças promovidas
após a chegada da
Corte:
1808
Abertura
dos portos
brasileiros
às nações
amigas.
1809
Invasão
da Guiana
Francesa.
1808
Fundação
do Banco do
Brasil e da
Gazeta doRio
de Janeiro,
o primeiro
jornal a
funcionar no
Brasil.
1810
T
ransferência
da Biblioteca
Real
Portuguesa
para o Rio de
Janeiro.
1815
Elevação
do Brasil à
categoria
de Reino
Unido a
Portugal e
Algarves.
1816
Ocupação
da Banda
Oriental do
Uruguai:
Província
Cisplatina.
O padrão de consumo também se modificou: produtos deluxo
europeus passaram a fazer parte do cotidiano da elite do Rio de Janeiro.
12. Antecedentes da Independência do Brasil
22 de janeiro
de 1808
Transferência
da Corte
portuguesa
para o Brasil
1815
D João VI eleva
o Brasil a vice-
reino
1820
Revolução
Liberal do
Porto
1821
D João VI
retorna a
Portugal
13. Período Regencial de Dom Pedro I no Brasil
Pinacoteca do Estado de São Paulo/Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portrait_of_Dom_Pedro,_Duke_of_Bragan%C3%A7a_-_Google_Art_Project_edited.jpeg.
A eclosão da Revolução Liberal do Porto,
em 1820, forçou a volta de João VI para
Portugal em abril do ano seguinte,
ficando Pedro no Brasil como seu
regente.
14. As elites e seus interesses no Brasil
Partido
Brasileiro
Partido
Português
Liberais
radicais
elites agrárias
manutenção do
status de reino
unido
elites
mercantis
lógica colonial
anterior à
chegada da
Família Real
elites urbanas e
parte da corte
emancipação
16. BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. Rio de Janeiro: Leya, 2012.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou
pronto! Digam ao povo que fico.”
Dom Pedro de Alcântara, 9 de janeiro de 1822
Dia do Fico
• As Cortes portuguesas exigem o retorno imediato de D Pedro;
• Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para
reunir assinaturas a favor da permanência do príncipe;
• Assim, pressionariam D. Pedro a ficar com 8 mil assinaturas.
17. Atividade Complementar
Fonte 1: Carta que S. Magestade dirigia S. A. R. e Príncipe
Regente do Brasil, e Seu Defensor Perpétuo.
Meu filho, não tenho respondido às Tuas Cartas por
terem demorado as ordens das Cortes; agora receberás
os seus Decretos, e te recomendo a sua observância e
obediência às ordens, que recorrerá, porque assim
ganharás a estimação dos Portugueses, que um dia há de
governar, e é necessário que lhe dês decididas provas de
amor pela Nação. (...)
Paço de Quelús, em 3 de Agosto de 1822.
São Paulo Faz Escola, 2020. Caderno do Professor, História, 8º Ano, vol. 2, p. 111.
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/download/cadernos-do-
professor-v2-2020-EF/historia/EF_PR_HI_06-07-08-09_Vol2_VP.pdf.
18. Atividade Complementar
Fonte 2: Resposta de D. Pedro – Rio 1822/9 22 – Meu
Pai e Senhor
(...) Vossa Majestade manda-me, que digo! Mandam as
Cortes por Vossa Majestade, que Eu faça executar, e
execute seus Decretos: para eu fazer executar, e
executá-los era necessário que nós Brasileiros livres
obedecêssemos à facção: respondemos em duas
palavras – não queremos. Se o povo de Portugal teve o
direito de se constituir revolucionariamente; está claro,
que o povo do Brasil o tens dobrado, porque se vai
constituindo respeitando a Mim, e às Autoridades
estabelecidas. (...)
São Paulo Faz Escola, 2020. Caderno do Professor, História, 8º Ano, vol. 2, p. 112.
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/download/cadernos-do-
professor-v2-2020-EF/historia/EF_PR_HI_06-07-08-09_Vol2_VP.pdf.
19. Atividade
Após leitura das fontes 1 e 2, responda:
a) Na fonte 1, quais são as recomendações feitas
por Dom João VI ao seu filho?
b) A partir da leitura da fonte 2, pode-se afirmar
que D. Pedro seguiu as orientações de seu pai, rei
de Portugal?
Acesse o chat do CMSP.
20. Independência do Brasil
7 de Setembro de 1822
Museu Paulista/Google Art Project/Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Am%C3%A9rico_-_Independ%C3%AAncia_ou_Morte_-
_Google_Art_Project.jpg.
Independência ou Morte,
por Pedro Américo, óleo sobre
tela, 1888. Pertence ao acervo do
Museu Paulista.
21. Meu Rei e pai amado, ora pois, como vais?
Filho amado, saudades do Brasil... Aliás, tu não andas a obedecer-
me muito né? ...
Relaxa, pai... Vou te dar orgulho e seguir vossos passos e
declarar a República no Brasil.
Que orgulho, Pedrinho, tens minha benção...
Pinacoteca do Estado de São Paulo/Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portrait_of_Dom_Pedro,_Duke_of_Bragan%C3%A7a_-_Google_Art_Project_edited.jpeg
Palácio Nacional da Ajuda/Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Retrato_de_D._Joao_VI_-
_Gregorius,_Albertus_Jacob_Frans.jpg
22.
23. Guerra de Independência do Brasil
INDEPENDENCIA DA BAHIA
2 de julho de 1823.
Palácio Rio Branco/Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Parreiras_O_Primeiro_Passo_para_a_Independ%C3%AAncia_da_Bahia.pn
g.
25. • Endividamento do Brasil por meio de um pagamento de 2
milhões de libras como indenização aos portugueses;
• A colônia saía da esfera do colonialismo mercantilista
português para ingressar na dependência do capital
industrial inglês.