Escola-Escola sem censura – Carcarás – Juventude Conservadora da UFMA
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CARCARÁS – JUVENTUDE CONSERVADORA DA UFMA
Escola sem censura
Publicado em 31 de julho de 201631 de julho de 2016 por Juventude Conservadora da UFMA
Por Olavo de Carvalho
Os cinco pontos fundamentais do “Escola Sem Partido” são tão obviamente justos e tão solidamente amparados
na Constituição Federal, que os inimigos do movimento, para combatê-lo, não tiveram outro remédio senão
roubá-los e fingir que o movimento defendia as propostas contrárias.
No imaginário popular, criado e alimentado por essas três classes de vendedores de drogas que são
os jornalistas, os professores e o pessoal do show business, o termo “universidade medieval” evoca
imediatamente um ambiente mental opressivo e rigidamente dogmático, hostil à linda “liberdade de
discussão” que a modernidade viria a inaugurar para a felicidade e conforto do gênero humano.
Como praticamente tudo o que vem dessas três fontes, isso é a exata inversão da realidade.
Nas universidades medievais, o principal método de ensino, ao lado da lectio ou comentário de texto,
era adisputatio, ou debate organizado, que, dada uma questão, começava justamente pelo
levantamento de todas as opiniões pró e contra disponíveis e em seguida prosseguia pela
confrontação sistemática dos argumentos que as sustentavam.
O aluno que desejasse defender alguma ideia era convidado primeiro a reproduzi-la fielmente e
argumentar contra ela, da maneira mais eficiente que pudesse, levando em conta todos os
argumentos preexistentes, para ter a certeza de que se movia em terreno firme.
Ao contestar uma opinião, devia, antes, anunciar se negava alguma das suas premissas, o
desenvolvimento lógico do argumento ou a sua concordância com os fatos conhecidos.
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Em nenhuma universidade do mundo, nos dias que correm, vigora tamanho respeito pela liberdade
de opinião e pela honestidade do debate. Nem mesmo no campo das ciências naturais, onde a
distribuição das verbas de pesquisa, a mando de governos, de grupos bilionários e de interesses
corporativos, já bloqueia in limine a mera possibilidade de discussão das teorias julgadas
inconvenientes.
Mas, se isso é assim em praticamente todas as universidades do mundo, no Brasil a seletividade
autoritária é ainda agravada até à demência pelo império dos professores ineptos –cinqüenta por
cento deles, entre os recém-formados, analfabetos funcionais –, que defendem ferozmente os seus
privilégios grupais e os seus interesses partidários contra o risco de discussões abertas que
terminariam inevitavelmente pela sua desmoralização pública.
É esse estado de coisas que seus criadores e mantenedores descrevem, cinicamente, como
“pluralismo”, “liberdade democrática” e “respeito pelas diferenças”.
O fenômeno do Dicionário Crítico do Pensamento da Direita (leiam aqui
(h p://www.olavodecarvalho.org/textos/naosabendo.htm)), em que cento e vinte professores
universitários, subsidiados por verbas oficiais e privadas, prometiam um vasto panorama dessa
corrente de opinião e em lugar dela promoviam a sua ocultação sistemática, ludibriando
desavergonhadamente seus alunos e os leitores em geral, já bastava para ilustrar no ano de 2000, com
amostragem estatística mais que suficiente, um estado de controle ditatorial que desde essa época não
cessou de se ampliar formidavelmente e que seus beneficiários defendem com a bravura de militantes
fanatizados e a mendacidade de criminosos psicopáticos contra a intrusão do “Escola Sem Partido”.
Há alguma coisa errada com o “Escola Sem Partido”? Há. O nome. Deveria chamar-se “Escola Sem
Censura”, porque a parte mais decisiva da dominação comunista na educação brasileira não consiste
na propaganda ativa, que pode ser eficiente mesmo quando em doses mínimas, e sim na exclusão
sistemática de tudo o que a contraria.
A mente do estudante pode se defender do que lhe dizem, mas fica impotente quando os meios de
reagir lhe permanecem totalmente desconhecidos.
O nome “Escola Sem Partido” evoca o isentismo hipócrita que os jornais brasileiros encarnam tão
bem, que só serve à esquerda e que ainda dá a ela a chance de acusar os adversários de querer
praticá-lo.
Outro erro é a insistência na palavra “doutrinação”. Doutrinação é a inculcação sistemática de um
corpo de sentenças ou teorias, de uma visão da realidade, que não pode nem mesmo ser
compreendida sem alguma confrontação, por modesta que seja, com hipóteses adversas ou
alternativas.
Como dizia Benede o Croce, “é impossível compreender um filósofo sem saber contra quem ele se
levantou polemicamente”. E Julián Marías explicava que a fórmula de qualquer tese filosófica não é
simplesmente “A é C”, mas “A não é B e sim C”.
Nesse sentido, pode-se dizer que nas escolas brasileiras, mesmo de nível superior, a quantidade de
doutrinação é mínima.
Pascal Bernardin demonstrou, no já clássico Maquiavel Pedagogo, que as técnicas pedagógicas,
algumas velhas de muitas décadas, utilizadas hoje em dia para escravizar mentalmente a população
estudantil, do primário à universidade, são ardis psicológicos calculados para produzir mudanças de
comportamento sem passar pelos processos normais de formação de opiniões, isto é, subtraindo-se
não somente à confrontação crítica mas a qualquer exame consciente do que está sendo ensinado.
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Freqüentemente as condutas induzidas permanecem no nível pré-verbal, como por exemplo no caso
do menininho que, em vez de ouvir uma apologia ao homossexualismo, é convidado – por
experiência, só por experiência – a dar um beijo sensual na boca do seu coleguinha.
Ou, na universidade, o aluno que, antes de ter ouvido dois minutos de teoria marxista, é liberado da
aula para juntar-se a uma assembléia “contra o golpe”, tendo de escolher entre curvar-se à pressão
dos pares ou tornar-se um réprobo, um excluído, um maldito fascista, sem ter tido ao menos a
oportunidade de esboçar mentalmente alguma objeção formal à conduta pretendida.
A indução de comportamentos, a engenharia social, a pressão dos pares, a chantagem psicológica e a
intimidação velada ou aberta são os procedimentos usuais empregados em praticamente todas as
universidades brasileiras para manter a população estudantil obediente a padrões de conduta cujo
alcance ideológico ela pode permanecer até mesmo incapaz de formular verbalmente.
Desde os estudos de Kurt Lewin, nos anos 40 do século passado, está demonstrado que
procedimentos desse tipo são muito mais eficientes do que qualquer propaganda ou “doutrinação”
explícita. E hoje em dia é notório que o emprego maciço desses recursos psicológicos é recomendado
e imposto até mesmo pelos organismos internacionais.
O professor que aplique essas técnicas até transformar os seus alunos no mais obediente dos
rebanhos pode mesmo reagir com indignação ante a sugestão de que os esteja “doutrinando”. E não é
impossível que em alguns casos ele esteja mesmo sendo “sincero”, no sentido da autopersuasão
histérica que se apega a uma auto-imagem grupal defensiva para não precisar julgar moralmente o
que faz na realidade.
Esses dois pontos fracos deram aos inimigos do “Escola Sem Partido” , de mão beijada, a
oportunidade de ouro de inverter o quadro todo da situação, apresentando as reivindicações do
movimento como se fossem as deles próprios e atribuindo a ele as propostas simetricamente inversas.
Os cinco pontos fundamentais do “Escola Sem Partido” são tão obviamente justos e tão solidamente
amparados na Constituição Federal, que os inimigos do movimento, para combatê-lo, não tiveram
outro remédio senão roubá-los e fingir que o movimento defendia as propostas contrárias.
Isso não é discussão, é difamação proposital, ardilosa, dolosa no mais alto grau.
Publicado no Diário do Comércio.
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