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AROMATERAPIA
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SUMARIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03
1 HISTORICO DA AROMATERAPIA .................................................................. 05
2 O ÓLEOS ESSENCIAIS ................................................................................... 11
3 PROCESSO OLFATIVO................................................................................... 15
4 MÉTODOS DE APLICAÇÃO AROMATERÁPICA ........................................... 18
5 TERAPIA .......................................................................................................... 24
6 TÉCNICAS DE USO ........................................................................................ 27
REFERÊNCIAS CONSULTADAS ………...……………………….……………..... 31
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INTRODUÇÃO
Prezados alunos,
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação e
consequente capacitação daqueles que se candidataram à está Pós-Graduação,
procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são
indispensáveis ao curso.
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.
Apesar de o curso possuir objetivos claros, positivos e específicos, nos
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois somos conscientes que nada
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar
nosso trabalho.
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, você é
livre para estudar do melhor modo que possa. Este arranjo preserva a sua
individualidade impondo, uma responsabilidade imperativa. Organize-se, lembrando
que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam, e que a
educação é demasiado importante para nossa formação e para o bem-estar dos
pacientes.
A presente apostila tem como proposito oferecer um conteúdo abrangente da
aromaterapia partindo do histórico, passando pelos óleos essenciais, processo
olfativo, métodos de aplicação aromaterapia, terapias até técnicas de uso.
Neste intuito apresentamos um compendio de conhecimento necessários à
compreensão da aromaterapia. Oferecemos, ainda, ferramentas para o
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desenvolvimento de procedimentos que promoverão resultados observados a curto
médio e longo prazo.
A apostila agrupa de maneira ordenada a síntese do pensamento de vários
autores cuja obra que entendemos serem as mais importantes para a disciplina. Sendo
fruto de exaustiva pesquisa bibliográfica, cujas fontes são colocadas ao fim da apostila
possibilitando ao aluno, conforme sua necessidade e disposição, o amplio de seus
conhecimentos.
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1. HISTORICO DA AROMATERAPIA
O termo aromaterapia foi introduzido por René Maurice de Gatefossé, químico
francês, e começou a ser difundido em 1964. Aromaterapia é a arte e a ciência de usar
óleos de plantas em tratamento dos desequilíbrios, através dos aromas. É considerada
medicina natural, alternativa, preventiva e também curativa.
A aromaterapia vale-se dos poderes de cura do mundo das plantas, mas em
vez de usar toda a planta ou parte dela, somente o óleo aromático é empregado. Essa
substância aromática poderosa é encontrada em pequenas glândulas localizadas tanto
nas partes mais externas quanto nas partes mais centrais das raízes, caule, folhas,
flores ou frutos de uma planta. (Price, 1999).
Os principais métodos usados em aromaterapia são: a inalação, o banho
aromático e a aplicação.
Os aromas constituem o nosso contato mais íntimo com a natureza e têm o
poder de nos predispor ao sono, ao repouso, ao estado de alerta, à criatividade, à
irritabilidade e à criação, dentre outros, pois o olfato é o mais antigo e talvez o mais
desconhecido dentre os sentidos desenvolvidos pelo homem. (Corazza, 2002).
As substâncias odoríferas desprendem partículas que são carregadas pelo ar,
e estimulam as células nervosas olfativas; tal estímulo é suficiente para desencadear
outras reações, entre elas a ativação do sistema límbico, ou seja, da área cerebral
responsável pela olfação, memória e emoção. Desta forma, têm-se os processos de
cura da aromaterapia.
Há uma variedade de fatores que ajudam a determinar a eficácia do tratamento
aromaterápico. Dentre elas estão: a qualidade dos óleos essenciais, os métodos de
aplicação, o conhecimento do aromaterapeuta, e as diversas precauções a serem
tomadas.
Dentre a diversa gama de óleos essenciais, podemos citar: alecrim, artemísia,
baunilha, bergamota, camomila-dos-alemães, canela, citronela, eucalipto, gengibre,
gerânio, hortelã, lavanda, patchuli, tea-tree e ylangue-ylangue, cada um com suas
respectivas características e propriedades.
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Trajetória metodológica
As plantas e seus componentes vêm sendo usados desde antes de Cristo
(a.C.) pelos homens, com objetivos religiosos, medicinais e de incremento da beleza.
No período Paleolítico (10000 a.C), a descoberta de utensílios trabalhados em
lascas de pedra rústica proporcionou a possibilidade da forma de vida em tribos (e não
mais nômades), o que pôde trazer maior conhecimento sobre a natureza.
Já no período Neolítico (4000 a.C.), o homem da tribo cultivava plantas e
aprendeu a extrair os óleos graxos vegetais através de pressão aplicada por meio de
pedras. Já eram conhecidos os níveis de toxicidade de algumas plantas, que passaram
a ser usadas com muita cautela.
A história da terapêutica começa, provavelmente, por Mitridates, no século II
a.C., sendo ele considerado o primeiro farmacologista experimental. Em meados do
século passado, foi encontrado em Luxor, no Egito, o Papiro de Ébers, de 1550 a.C.,
no qual estavam registradas 700 drogas diferentes, inclusive extratos de plantas.
Nos rituais que envolviam fogueiras, muitas vezes os homens queimavam
plantas aromáticas e descobriam que sua fumaça provocava ora sonolência, ora
revigoramento, e outras sensações, evidenciando desta forma algumas de suas
propriedades curativas. Observando os efeitos da “fumaça” sobre a mente, a
humanidade passou a atribuir poder à mesma.
A palavra perfume tem sua origem no latim “per fumum”, que quer dizer
“através da fumaça”. Os perfumes eram usados em rituais para agradar as divindades.
Foi encontrado no Iraque, em 1975, por arqueólogos, o esqueleto humano de
seis mil anos de Shanidar IV (líder religioso de grande conhecimento botânico), ao lado
de depósitos de pólen, jacintos e ervas. Acredita-se ter sido este o primeiro ritual que
teria utilizado plantas, flores e aromas.
Os egípcios queimavam olíbano ao nascer do sol, em homenagem ao deus
Rá (do sol), e mirra ao chegar a noite. Embalsamavam os corpos com mirra pura
moída, canela e essências diversas.
Era comum na medicina egípcia o uso de mirra como anti-inflamatório e o
tratamento de fraturas ósseas com misturas de plantas e óleos. Entre 2551 e 28 a.C.,
foram datados os primeiros registros sobre o uso das ervas na medicina, após o
desenvolvimento da técnica de fabricação do papiro.
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“Na tumba do faraó Quefén, guardada pela esfinge de Gizé, eram realizadas
oferendas devocionais de incenso e olíbano”. Já na tumba de Tutancamon (1550-1295
a.C.) foram encontrados óleos aromáticos de cedro, coentro, mirra, olíbano e zimbro
(Corazza, 2002).
A rainha da 18º dinastia (1550-1295 a.C.), Hatshepsut, utilizava mirra para
massagear e perfumar suas pernas. Mas foi apenas no reinado dos Ramsés (800-700
a.C.) que o cuidado com a aparência chega ao auge, devido ao costume dos egípcios
perfumarem a água do banho com ervas aromáticas, com predominância de olíbano.
Na perfumaria sedutora, foi Cleópatra (6930 a.C.) que se destacou, com o
perfume cyprinum, feito com óleo essencial das flores de henna, açafrão, menta e
zimbro.
Segundo Kaly (1963), foram poucos os povos que se esmeraram na
elaboração e utilização dos perfumes.
Os gregos relacionavam os aromas aos deuses do Olimpo. Tinham, assim
como os egípcios, o hábito de ungir os mortos, queimar incenso, e perfumar a si
mesmos para que sua beleza pudesse ser notada. Confeccionavam guirlandas de
rosas para amenizar os sintomas da enxaqueca.
Na Ilha de Creta, utilizavam-se ervas aromáticas como o açafrão, o pinheiro-
de-creta e o cipreste como antissépticos.
No oráculo de Delfos, as sacerdotisas queimavam mirra e incenso e
maceravam flores.
Nas olimpíadas, a recompensa do vencedor era uma coroa de louro aromático.
Foi Ibn Sina, conhecido como Avicena (980-1037), quem criou o processo de
destilação, extraindo o óleo essencial de rosas e elaborou a água-de-rosas, feita com
Rosa centifolia, na Europa das Cruzadas.
As mulheres dos haréns perfumavam o hálito e o corpo com banhos e loções
de feno-grego.
Na Idade Média, invadida pela peste, os aromas eram de extrema importância,
pois acreditava-se que contaminavam o ar purificado; ao visitar doentes, os médicos
queimavam ervas aromáticas. Já no século XVIII, foi Hahnemann que “reafirmou a
importância das plantas, das flores e dos aromas” (Kaly, 1963).
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Os farmacêuticos Cadeac, Meunir, Gaffi, Cajola e Chamberland, foram de
extrema importância ao estudo dos perfumes, e René Maurice Gatefossé foi o primeiro
a falar de aromaterapia, em 1928.
Na França feudal, sementes e demais compostos aromáticos derivados da
violeta, lavanda e flor de laranjeira eram vendidos para serem usados como proteção
contra as pragas.
Com a decadência dos feudos e o surgimento do comércio urbano, teve início
a fabricação de perfumes, de modo organizado. A primeira descrição autêntica e
detalhada sobre óleos essenciais foi feita apenas no século XIII, por Arnold Villanova
de Bachuone, relacionando terebintina, alecrim e sálvia. Logo após vários outros óleos
essenciais foram destilados, dentre eles os de arruda, canela e sândalo.
Caminhando aos dias atuais
Por volta do ano de 1200, o perfumista é reconhecido como profissional, pelo
rei Felipe Augusto II, que concedeu licença à abertura de locais para a comercialização
de essências. Surgem então as primeiras escolas para aprendizes e oficiais de
supervisão em trabalhos de prensagem, maceração e formulação combinada para
composições olfativas.
Em 1370 foi criada a Água de Toalete [Eau de toillete], feita de óleos essenciais
combinados em álcool, para Isabele, a rainha da Hungria.
No século XIV, foram feitos recipientes de ouro ou prata, que enfeitavam o
pescoço ou a cintura, os pommanders, que continham uma fragrância à base de
resinas e óleos essenciais, com a finalidade de proteger seu usuário de pestes e
doenças.
Com a descoberta da América, em 1492, muitas plantas até então
desconhecidas chegaram à Europa.
Entre 1560 e 1580, o padre José de Anchieta denomina a hortelã-pimenta de
“erva boa”, pois era usada pelos índios contra indigestão e para amenizar nevralgias,
reumatismo e doenças nervosas.
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Antes de falecer, em 1654, o médico e astrólogo inglês Nicholas Culpeper
afirma que os condimentos podem curar todo tipo de doença, por ação de seus óleos
essenciais.
No século XVI, eram usadas cerca de setenta essências em perfumaria e
cosméticos. Mas foi apenas no século XVII que a perfumaria foi difundida pelo mundo;
porém, neste mesmo século ocorreu um avanço da pesquisa científica, devido à
descoberta de novas substâncias químicas com maior poder de cura em menor tempo
que os óleos essenciais, que caíram em desuso, pois foram então substituídos por
substâncias sintéticas e passaram a ser vistos apenas por sua propriedade em
perfumar.
Em 1714, é criada a Água de Colônia [Eau de cologne], por Jean-Marie Farina.
A França se destaca no desenvolvimento de novas composições olfativas, com o
objetivo de perfumar as luvas da nobreza.
Com a descoberta da saponificação com soda cáustica, em 1791, a produção
de sabonetes estimula mais a perfumaria.
No século XVIII, foram criados nas casas a sala de banho e o sanitário, o que
trouxe novamente o hábito dos banhos perfumados.
Em 1828 surgiu a primeira casa de perfumaria “Perfumes Guerlain”, com a
posterior criação da Água de Colônia Imperial, vendida até hoje.
No século XIX, os perfumes ganharam “status” e eram até usados para tratar
doenças do sistema nervoso.
No século XX, foram pesquisadas as substâncias sintéticas para a indústria da
perfumaria. Em 1920, com a criação dos aldeídos, surge o perfume Chanel nº 5.
Já em 1928, na França, após sofrer diversas queimaduras em laboratório, que
foram curadas com óleo essencial de lavanda, René Maurice de Gatefossé deu início
ao seu trabalho com óleos essenciais em cosméticos, e instituiu o termo
“aromaterapia”.
Em 1949, é fundado o The Fragrance Research Foundation, por seis grandes
indústrias de perfumaria: Elizabeth Arden, Coty, Guerlain, Helena Rubinstein, Chanel
e Perfumes Weil, com o objetivo do estudo das fragrâncias entre os norte-americanos.
Tal instituição teve seu crescimento tributado a Anette Green, ao mostrar “que as
diversas categorias de perfume podem ser utilizadas de forma mais apropriada para
cada etapa da vida”. (Corazza, 2002).
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Podemos encontrar relatadas as práticas aromaterápicas usadas na Segunda
Guerra mundial para tratar os feridos no livro Aromatherapie, escrito em 1964 por Jean
Valnet.
Após citar tantos nomes, devemos destacar Marguerite Maury (1895-1968),
enfermeira e assistente cirúrgica austríaca, mais conhecida por ser a mãe da
aromaterapia atual. Seu reconhecimento como pioneira da aromaterapia moderna
deve-se ao fato de ter combinado a arte da massagem oriental às propriedades
medicinais dos óleos essenciais, formulados em prescrições individuais. Ela fundou a
primeira clínica aromaterápica, em Londres. Seu livro foi publicado em 1961, na
França, com posterior tradução para o inglês [The secret of life and youth], sendo
considerado obra de referência em óleos essenciais. Em 1962, recebeu o Prêmio
Internacional de Estética e Cosmetologia por contribuição ao campo terapêutico e
cosmético de tratamento da pele.
Têm-se observado, nas últimas décadas, intensa preocupação com perfumes
em relação aos seus poderes terapêuticos. Este fato pode ser confirmado com o
surgimento de instituições dedicadas apenas ao estudo e divulgação das propriedades
dos óleos essenciais; como exemplo podemos citar: Flower Essence Society
(Califórnia) e Alaska Flower Essence (Alasca), dentre outras situadas nos Estados
Unidos da América.
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2. ÓLEOS ESSENCIAIS
Os óleos essenciais são substâncias orgânicas muito perfumadas e voláteis,
extraídas de diversas partes das plantas.
Têm geralmente consistência aquosa e límpida, mas podem se solidificar em
temperaturas baixas. São solúveis em álcool, éter e outros compostos graxos,
insolúveis em água e podem ser incolores ou apresentar desde tons claros até fortes
e opacos. Os óleos essenciais são chamados de voláteis, pois quando expostos ao ar
(temperatura ambiente), evaporam. Podem também ser chamados de refringentes ou
etéreos. Entretanto, o termo mais usado é óleo essencial, já que estes representam as
“essências” ou compostos odoríferos das plantas.
Composição
Fazem parte da composição dos óleos essenciais elementos orgânicos como
carbono, oxigênio e hidrogênio, formando então moléculas de álcoois, aldeídos,
ésteres, óxidos, cetonas, fenóis, hidrocarbonetos, ácidos orgânicos, compostos
orgânicos nitrogenados e sulforados e terpenos. Apresentam composição complexa,
com exceção do sândalo, que contém 95% do mesmo componente (santalol) e os
outros 5% de composição diversa. A maior importância econômica e ecológica é
atribuída aos terpenos, que são incolores, amarelados (se associados aos
carotenóides) ou esverdeados (se associados às clorofilas).
Apesar do termo “óleo”, não são obrigatoriamente gordurosos, e diferenciam-
se dos óleos vegetais por serem altamente voláteis.
As principais qualidades dos óleos essenciais são o aroma e suas
propriedades terapêuticas.
Segundo Corazza (2002), até o presente momento foram coletadas 378
plantas aromáticas, que produziram 272 óleos essenciais e 37 aromas de frutos e
flores cujos componentes voláteis foram quase todos determinados.
Em geral, os óleos essenciais com elevado teor de álcool e ésteres têm
propriedades curativas moderadas e são, portanto, mais seguros para o uso. Já os
óleos essenciais com altas concentrações de cetonas, fenóis e aldeídos, são muito
ativos terapeuticamente e são pouco usados na aromaterapia, pois podem provocar
efeitos adversos, sendo usados apenas quando necessário e em pequenas
quantidades.
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Os óleos essenciais possuem odores característicos, têm densidade menor
que a água, elevado índice de refração, são geralmente opticamente ativos e sensíveis
à luz e ao ar. Podem ser oriundos de folhas, flores talos, caule, haste, pecíolo, casca,
raiz, glândulas ou outro elemento das plantas, principalmente as lauráceas, mirtáceas,
labiadas, compostas, rutáceas e umbilíferas. Constituem subproduto do metabolismo
secundário das plantas, ou seja, são produzidos com o propósito de defesa do vegetal.
A composição e a qualidade dos óleos essenciais pode variar em função da região de
cultivo, do clima, do relevo, da idade do terreno, do processo de colheita e do método
de extração. A concentração de princípios ativos na planta pode variar devido ao
controle genético e estímulos do meio, como fatores climáticos e edáficos
(relacionados com o solo), exposição a microorganismos, insetos e poluentes em
geral. A quantidade extraída de óleo essencial pode variar de 0,005% a 10%, em
dependência do processo de extração utilizado. A concentração de óleos essenciais
nas plantas frescas é de 75 a 100 vezes maior que nas plantas secas. Nas plantas,
os óleos essenciais podem desempenhar as funções de protegê-las contra ataques de
parasitas e doenças, atuar na fertilização, polinização e na proteção da radiação solar.
Nos homens, podem apresentar várias aplicações, que serão vistas adiante. Os grupos
funcionais químicos presentes nos óleos essenciais para serem usados em
aromaterapia são:
Monoterpenos/Sesquiterpenos possuem efeito anti-viral, antisséptico,
bactericida e anti-inflamatório. Atuam no fígado (processo de desintoxicação) e
estimulam as funções glandulares. Os sesquiterpenos agem no cérebro, aumentando
a quantidade de oxigênio das glândulas pituitária e pineal. Como exemplo temos o
limoneno, pineno, canfeno e gamaterpineno. Estão presentes no limão, pinho e
olíbano.
Ésteres
São fungicidas, sedantes e antiespasmódicos. Conferem ao produto um aroma
característico frutal. Como exemplo podemos citar o acetato de linalila e salicilato de
metila. Estão presentes na bergamota, sálvia e lavanda.
Aldeídos
Agem como sedante, antisséptico e antiinfeccioso. São exemplos o citral, neral
e geranial e estão presentes na melissa, no capim-limão e na citronela.
Cetonas
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Agem como descongestionante em quadros de asma, bronquite e resfriado,
mas podem ser tóxicos. Temos como exemplos a tujona, carvona e pinocanfona. Estão
presentes no funcho, gengibre e hissopo.
Álcoois
Atuam como antissépticos, antivirais e estimulam o sistema imunológico. São
exemplos o linalol, borneol e estragol, e estão presentes, por exemplo, no pau-rosa,
sândalo e gerânio.
Fenóis
São bactericidas, desinfetantes, antiinflamatórios e podem ser irritantes à pele.
Como exemplos temos o timol, carvacrol e eugenol, que estão presentes no tomilho e
no cravo.
Óxidos
São bactericidas e expectorantes. Como representantes temos o óxido de
silício, ferro, manganês e magnésio, que podem estar presentes no alecrim e na
melaleuca.
Ácidos
Atuam como antisséptico, diurético e antipirético. Possuem antibiótico e
vitaminas. Como exemplo temos o ácido benzóico, cinâmico, caféico e oleânico,
presentes no benjoim e na melissa.
Os métodos de extração de óleos essenciais são: destilação a vapor,
prensagem, extração por meio de solventes, enfleurage ou enfloragem, extração por
dióxido de carbono em estado supercrítico e extração através de hidrofluorcarbonatos.
Os óleos essenciais sintéticos não contêm o mesmo valor terapêutico dos
óleos botânicos naturais, já que a ação destes últimos é formada por forças naturais e
holísticas, ou, falando mais claramente, por energia vital, conforme afirmam os
aromaterapeutas e aromacologistas.
Para comprovar a existência da energia vital, foram feitas experiências na
Rússia, que demonstraram que “toda substância orgânica viva emite radiações que
podem ser vistas como luz” (Tisserand, 1993).
Acreditam os estudiosos que o poder dos óleos essenciais naturais está em
sua energia vital, apenas encontrada em matéria viva. Portanto, os óleos sintéticos
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podem ser muito semelhantes aos naturais quanto ao seu odor, mas não em relação
às propriedades terapêuticas.
O motivo pelo qual o óleo botânico natural é reconstituído em outro sintético
reside no menor custo deste último e também devido à extinção de algumas plantas
aromáticas.
Toxicidade dos Óleos Essenciais
A maior parte das plantas tóxicas não é aromática, mas apesar dos óleos
essenciais serem substâncias naturais botânicas, não estão isentos de toxicidade.
Muitas vezes, o óleo essencial de uma planta pode ser tóxico e o próprio vegetal não,
pois os óleos essenciais são, geralmente, setenta vezes mais concentrados que a
planta da qual foram obtidos.
Os óleos essenciais com diferentes graus de toxicidade são, em ordem
decrescente: mostarda (Brassica nigra), arruda (Ruta graveolens), artemísia (Artemisia
vulgaris), hissopo (Hyssopus officinalis), absinto (Artemisia absinthium) e erva-doce
(Foeniculum vulgare). Como exemplos de óleos essenciais que podem causar
sensibilização cutânea, temos, em ordem decrescente: bergamota (Citrus bergamia),
cravo (Syzygium aromaticum), canela (Cynnamomum zeylanicum), pinho (Pinus
pumilho) e junípero (Juniperus comunis).
A inalação prolongada dos óleos essenciais pode causar dores de cabeça,
náuseas, alergias e outros sintomas (já que os óleos essenciais atingem o sistema
nervoso). Ao cheirar uma mistura de óleos essenciais, o risco de efeito prejudicial não
será como se fossem vários óleos separadamente, pois a combinação é harmônica,
de forma que um óleo aromático “completa” as propriedades do outro.
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3. PROCESSO OLFATIVO
O ser humano consegue detectar vários cheiros diferentes em menos de um
segundo, com precisão nas concentrações de até atogramas/g (ag/g – 1ag = 10–18g),
enquanto que as máquinas mais modernas detectam concentrações de fentogramas/g
(fg/g –1fg = 10–15 g).
“As células receptoras para a sensação do olfato são as células olfativas,
originadas do próprio sistema nervoso central”. São os pêlos ou cílios olfativos,
localizados na extremidade mucosa da célula olfativa, que reagem aos odores
presentes no ar e estimulam então as células olfativas (Guyton, 1993).
Através do olfato, conseguimos ter sensação de “cheirar” os mais diversos
aromas. Para tal, ocorre em nosso organismo todo um processo que será descrito
adiante.
Um estudo feito a respeito da ativação cerebral em resposta a odores mostrou
que a ativação cerebral em resposta a um estímulo aromático foi significantemente
menor em regiões que receberam o odor pela primeira vez (projeções olfatórias
primárias: córtex piriforme e amígdala), enquanto que o grau de ativação mostrou-se
similar nas diversas regiões, em resposta a um estímulo olfativo já conhecido por estas
mesmas pessoas.
Descrição do processo olfativo
As partículas voláteis desprendidas de qualquer matéria odorante são
carregadas pelo vento e são então aspiradas pelo nariz; o ar entra pelas narinas,
atravessa a cavidade nasal e sai pela nasofaringe. Na cavidade nasal, estão presentes
estruturas denominadas cornetos, revestidas por epitélio olfativo, que contêm as
células receptoras olfativas. A função dos cornetos (ou turbinados) é atuar como
deflectores, de forma a obrigar que o fluxo de ar no interior do nariz permaneça
turbulento para que possa assim atingir as regiões superiores da cavidade nasal. As
moléculas odorantes chegam ao epitélio olfativo por intermédio das fossas nasais, e
encontram na extremidade da mucosa nasal os cílios que respondem aos estímulos
químicos; estão aí presentes também um elevado número de moléculas protéicas,
denominadas proteínas fixadoras de odoríferos, que têm a capacidade de ligar-se a
distintas substâncias odoríferas, sendo este, provavelmente, o estímulo requerido para
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excitar as células olfativas. Essas moléculas de proteínas fixadoras de odoríferos
provocam a abertura de canais iônicos, ou ela própria se abre e passa a funcionar
como um canal iônico, e ocorre então a entrada em massa de muitos íons Na+ no
interior da célula olfativa, despolarizando-o.
Ao serem estimuladas, as células olfativas colocam em prática o processo de
transdução, cujo objetivo é transformar a informação olfativa em mensagens, ou seja,
impulsos nervosos que serão interpretados pelo cérebro.
Explicando melhor, a transolução olfativa consiste na conversão de um sinal
químico em elétrico, que possa ser transmitido ao sistema nervoso central; este
processo divide-se em três etapas:
As partículas odorantes são fixadas nos receptores das células olfativas.
Tais receptores são agora acoplados à enzima adenelil ciclase, que é ativada
por uma proteína chamada Gs.
Com o aumento dos níveis intracelulares de AMPc (promovidos pela quebra
de ATP em AMPc via adenilil ciclase), abrem-se os canais iônicos de Na+ na
membrana celular da célula receptora olfativa, que é dessa forma despolarizada; a
membrana chega então ao seu limiar e despolariza o segmento inicial do axônio do
neurônio bipolar olfativo.
Visto que as células receptoras olfativas são também os neurônios aferentes
primários, sua reposição a partir das células basais é contínua (neurogênese). Deve-
se ressaltar que as células receptoras olfativas são os únicos neurônios no ser humano
adulto portador de renovação constante. Já ao final do processo, os impulsos nervosos
percorrem fibras nervosas, os chamados axônios, até atingir seu destino final, o
cérebro, ou melhor, a parte do cérebro responsável pela olfação, o sistema límbico. A
partir deste momento, as mensagens serão codificadas e produzirão reações de ordem
fisiológica e psicológica (Corazza, 2002; Serrano, 1985; Constanzo,1999; Guyton,
1993).
Resumindo, o processo olfativo constitui uma série de reações interligadas,
químicas e elétricas, na seguinte ordem: a substância odorante é levada pelo ar, entra
no nariz e chega às células olfativas, que formam um tapete de muco e reagem aos
diversos odores por ligar-se a moléculas específicas, causando reações químicas e
elétricas com consequente estimulação dos cílios olfativos. As proteínas fixadoras de
substâncias odoríferas, localizadas nos cílios, encarregam-se da transmissão dos
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sinais do sistema nervoso central, através da placa crivosa, dotada de perfurações nas
quais nervos ligam-se aos glomérulos. Vale lembrar que glomérulos diferentes
correspondem a distintos odores de diversos sinais olfativos (Corazza, 2002).
Além do mecanismo químico de percepção dos odores, há também o
vibratório, no qual os odores podem ser percebidos sem as moléculas odoríferas
chegarem ao nariz. Teorias vibratórias da percepção do odor sugerem que as
partículas odoríferas com vibrações em frequências diversas comunicam essa
vibração aos pelos olfativos.
É no sistema límbico que estão localizadas as células que processam as
informações vindas dos terminais nervosos conectados ao bulbo olfativo (Grace,
1999). A primeira evidência de participação do sistema límbico em processos
emocionais surgiu em 1933, quando Herrick afirmou que o sistema límbico poderia ter
influência nos mecanismos de afeto do organismo. Esta ideia e outras foram
posteriormente mais bem desenvolvidas por Papez, Mclean e Arnold em 1937, 1949 e
1945, respectivamente (Corazza, 2002).
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4. MÉTODOS DE APLICAÇÃO AROMATERÁPICA
Os métodos de aplicação mais comum na prática da aromaterapia são:
pulverização e difusão aérea, inalação, compressas, banhos e massagens. O modo
mais adequado a ser empregado é definido de acordo com a prescrição do médico ou
profissional especialista, levando-se em conta a substância a ser utilizada. Há também
a possibilidade de tratamento através de bochechos e gargarejos e ingestão (via oral).
Antes de iniciar o tratamento, deve-se atentar ao prazo de validade dos óleos e
proceder, 24 horas antes do início de qualquer aplicação, o teste de alegria, aplicando-
se o óleo em seu veículo sobre a pele (Corazza, 2002; Price, 1999).
Alguns óleos essenciais e suas propriedades:
ALECRIM (Rosmarinus officinalis). É da família botânica das labiadas e possui
como principais componentes: pineno, limoneno, linalol, eucaliptol, borneol, canfeno e
terpineol. É usado principalmente para artrite, cansaço mental, fraqueza geral, perda
de memória, dores nas juntas, piolho, sarna, asma e bronquite.
ARTEMÍSIA (Artemisia vulgaris). Tem como principais constituintes a tujona,
borneol, cânfora, linalol, 1,8-cineol, 4-terpinoleno e alfa–cadinol. É usado como
regulador de distúrbios menstruais, analgésico, antiespasmódico e estimulante mental.
É indicado para epilepsia, amenorréia e dismenorréia, vômitos nervosos, convulsões,
ascaríase e oxiurose.
BAUNILHA (Vanilla planifolia). Tem como principais constituintes: vanilina,
hidroxibenzaldeído, ácido acético, isbutírico, capróico, eugenol, furfural e aldeído
metilprotocatéquico. Propriedades terapêuticas/Aplicações de óleo: antiespasmódico,
emenagogo (estimula a menstruação), estimulante e intensamente afrodisíaco.
BENJOIM (Styrax tonkinensis). Tem como principais constituintes: ácido
benzóico, vanilina, benzoato de cinamila, benzoato de coniferila e ácido sia-resinólico.
Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: possui intensa propriedade anti-
oxidante. É indicado para tratar resfriados, tosse, bronquites, laringites e infecções das
vias respiratórias. Estimula a circulação e é útil no tratamento da artrite reumatóide e
gota. Auxilia no combate ao estresse, pele rachada e ansiedade.
BERGAMOTA (Citrus bergamia). Tem como principais constituintes: linalol,
acetato de linalil, pineno, acetato de linalila, nerol, acetato de nerila, geraniol,
bergapteno, terpineol e dipenteno. É usado na medicina popular italiana no combate
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da febre e de vermes e muito usado nas indústrias alimentícia e de fragrâncias. É
indicado para eczema, acne, seborréia, furúnculos, cistites, prurido vaginal, halitose,
pele oleosa, psoríase, problemas digestivos, perda de apetite, ansiedade, depressão,
estresse, infecções da mucosa bucal e garganta. É bactericida em infecções causadas
por gonococcus, staphylococcus, meningococcus e bacilo da difteria. Possui também
poder analgésico, antisséptico, cicatrizante, sedativo e energizante.
CAMOMILA-DOS-ALEMÃES (Matricaria chamomilla). Tem como principais
componentes: azuleno (principal entre todos), alfa-bisabolol, farneseno, tujanol,
flavonóides (apigenina, luteoli na quercitina) e glicosídeos. É usado como anti-
inflamatório, cicatrizante, antiespasmódico, imunoestimulante e antianêmico. É
indicado para tratar úlceras gastrintestinais, inflamações na pele dermatites, acne,
artrite, reumatismo, furúnculos, TPM, menopausa, amenorréia, dismenorréia,
enxaqueca, dor de cabeça, dor de ouvido, dor de dente, picadas de inseto, insônia,
náusea, estresse, problemas digestivos e cólicas. É também considerado suave
sedativo para uso infantil e como um popular reequilibrador emocional.
CANELA (Cinnamomum zeylanicum). Seus principais constituintes são:
eugenol, ácido cinâmico, aldeído benzênico, aldeído cinâmico, benzoato de benzila,
furfurol, safrol, cimeno, dipenteno, felandreno e pineno. É utilizado como diurético,
analgésico, poderoso antisséptico, antiprurido e antiespasmódico. É indicado para
estimular a digestão e a circulação, em gripes, infecções intestinais, impotência,
constipação, náusea, cálculo renal, dores musculares e estresse. É conhecido
popularmente por seu poder estimulante.
CITRONELA (Cymbopogon nardies). Seus principais constituintes são: ácido
hidrociânico, borneol, bourboneno, canfeno, cânfora, cariofileno, citral, citronelal,
citronelol, etanol, eugenol, farnesol, furfurol, geraniol, limoneno, linalol, mentol, nerol,
pineno e terpinoleno. É utilizado como desodorizador, estimulante digestivo,
antiespasmódico, antidepressivo, antisséptico, cadiotônico, repelente de insetos e anti-
inflamatório. É indicado para perspiração excessiva, cansaço, dor de cabeça, pele e
cabelos oleosos, dor de estômago, dores musculares, circulação deficiente e
menstruação deficiente (é emenagogo: estimula a menstruação).
EUCALIPTO (Eucalyptus globulus). Seus principais componentes são:
citronelal, eucaliptol, eugenol, pineno, canfeno, limoneno, felandreno, pinocarvona e
terpineol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: potencial antisséptico,
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antiviral, expectorante, estimulante do sistema respiratório, anti-inflamatório,
adstringente e ativa a circulação. É indicado para tratar herpes simples, bronquite,
asma, tosse, catarro, resfriado, diabetes, sinusite, má-circulação, distúrbios do trato
urinário, dores musculares, reumatismo e mordida de cobra. Se aplicado diretamente
sobre uma ferida, reduz o tempo de vida do vírus e reduz a dor. É muito utilizado para
reequilibrar a respiração (ofegante ou curta). Nas esferas mental e emocional, o óleo
de eucalipto é indicado para pessoas pessimistas e com pensamentos fixos e
obsessivos. Na esfera física, o óleo de eucalipto dilata a musculatura dos brônquios,
pulmões e traqueia, reduz a coriza e a febre e “limpa” ou desobstrui as vias aéreas.
Quando combinado a alecrim e hortelã é indicado para dificuldades respiratórias; com
manjerona, para dores no nervo ciático; e com lavanda, para coriza, dor no tórax e
resfriados.
GENGIBRE (Zingiber officinalis). Tem como principais componentes: pineno,
canfeno, cineol, linalol, borneol, terpineol, nerol, graniol, betabisaboleno e zingibereno.
Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, tônico, estimulante geral,
antiespasmódico, carminativo, digestivo, antisséptico, adstringente e extremamente
afrodisíaco. É indicado para dores musculares, aerofagia, dores de garganta,
amigdalite, sinusite, má circulação, enxaqueca, fadiga, memória fraca, cansaço mental
e impotência. É considerado um excelente estimulante mental e psicológico e
proporciona ao usuário mais determinação e autoconfiança.
GERÂNIO (Pelargonium graveolens). Seus principais componentes são:
citronelol, geraniol, acetato de linalila, limoneno, eugenol, cariofileno e mentona.
Pripriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: adstringente, cicatrizante, antisséptico e
diurético. É indicado para acne, celulite, amigdalite, dor de garganta, diabetes,
hemorróidas, TPM, menopausa, depressão, dermatites, queimaduras, pele oleosa,
cálculo renal, tensão nervosa e inflamação da mucosa vaginal. É também indicado
para pessoas que querem adquirir mais criatividade, coragem, determinação,
inspiração e autoconfiança. É conhecido por esclarecer as confusões mentais e
extingüir ou reduzir o medo de algo desconhecido. Se combinado com lavanda, é mais
indicado para depressão e má circulação; com alecrim, para tensão menstrual; com
melaleuca, para acne, dermatites e seborréia. O óleo de gerânio é capaz de estimular
o córtex supra-renal, no qual são produzidos os hormônios sexuais, e pode agir,
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portanto, como estimulante e agente equilibrador dos órgãos femininos e do sistema
nervoso.
HORTELÃ-PIMENTA (Mentha piperita). Tem como principais componentes:
linalol, mentol, carvono, limoneno, eucaliptol, acetato de mentila, mentona,
nicotinamida, cineol, felandreno, pipeno e cariofileno. Propriedades
terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, descongestionante, antisséptico,
analgésico, vermicida, tônico e estimulante do aparelho digestivo e do sistema
nervoso, reduz a febre e os sintomas de gripes e resfriados, anti-inflamatório,
adstringente, carminativo, emenagogo, expectorante, refrescante e vasoconstritor. É
indicado para asma, laringite, gripe, resfriado, bronquite, indigestão, flatulência, cólica,
congestão nasal com dores de cabeça, sinusite, dores musculares e articulares,
enxaqueca, diarréia e cansaço mental. Quanto ao aspecto emocional, é indicado para
pessoas tímidas e depressivas, devido às suas propriedades estimulantes. É
intensamente afrodisíaco e usado, então, para tratar impotência. O óleo de hortelã é
também conhecido por clarear ideias até então obscuras, trazer dinamismo e iniciativa.
LAVANDA (Lavandula officinalis ou Lavan dula angustifolia ou Lavandula
vera). Seus principais constituintes são: limoneno, cariofileno, linalol, cineol, nerol,
eucaliptol, terpineno, pineno, canfeno, felandreno, cânfora, geraniol, borneol,
lavandulol, acetato de lavandila, bisabolol e alguns ácidos como o benzóico, valérico
e coumárico. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, antisséptico,
antibiótico, antidepressivo, bactericida, sedativo, repelente de insetos,
descongestionante, antiviral, carminativo, cicatrizante, diurético e antitóxico. É indicado
para asma, bronquite, dores de garganta, gripe, enxaqueca, depressão, tensão,
insônia, lesões de pele, queimaduras, leucorréia, cistite, picada de inseto, acne, pele
oleosa, alergia, catapora, TPM, amenorréia, dismenorréia, menopausa, flatulência,
hipertensão, reumatismo, contusões e feridas. É considerado antiestresse por seu
efeito sedativo no sistema nervoso central e auxilia a relaxar a mente, o corpo e as
emoções. Pode ser útil para mulheres em trabalho de parto, pois seu aroma provoca
o relaxamento da mãe. Tem também ação no sistema respiratório por reduzir os
desconfortos da bronquite, sinusite e dos resfriados. É importante ressaltar que o óleo
de lavanda é o único que pode ser aplicado na pele sem diluição prévia, ou seja, puro.
Em cortes abertos ou feridas é aplicado puro para prevenir infecções e auxiliar a
cicatrização do epitélio. É comum também a prática de sua utilização como sedativo
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cutâneo para refrescar a pele exposta ao sol ou picada de inseto. Acreditam os
estudiosos que o óleo de lavanda restaura o equilíbrio mental, harmoniza os
sentimentos, traz a consciência da realidade e a paz e exerce ação imediata no corpo
e na mente devido à sua elevada vibração.
PATCHULI (Pogostemon cablin ou Pogostemon patchuli). Tem como
principais componentes: patchulol, eugenol, fenol, cadineno, cariofileno, cinamaldeído,
patchulipiridina e pogostol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: anti-
inflamatório, cicatrizante, descongestionante, regenerador, fungicida e repelente de
insetos. É indicado para acne, pele rachada e ressecada, pele oleosa, rugas,
dermatites, seborréia, caspa, ansiedade, fadiga mental, obesidade, retenção hídrica,
depressão e estresse. Na pele, o patchuli tem ação de rejuvenescimento e redução de
rugas. O aroma do óleo essencial de patchuli exerce ação nos centros psíquicos,
estimula o sistema nervoso central, resgata lembranças da juventude e estimula a
criatividade. Sua ação nas glândulas endócrinas o torna um bom afrodisíaco. É
largamente conhecido por equilibrar os corpos físico, mental e espiritual.
TEA-TREE (Melaleuca alternifolia). Seus principais componentes são: 4-
terpineol, sesquiterpenos, eucaliptol e pineno. Propriedades terapêuticas/Aplicações
do óleo: antiviral, antisséptico, fungicida, estimulante, inseticida e cicatrizante. É
indicado para infecções, vaginite, afta, candidíase, cistite, verrugas, fungos e herpes
labial e genital. Sua função mais relevante é a de estimular o sistema imunológico. É
prática comum utilizar o óleo do tea-tree em feridas, cortes, arranhões, gengivites,
congestão nasal, odor fétido nos pés e acne.
YLANGUE-YLANGUE (Cananga odorata). Seus principais componentes são:
ylangol, safrol, linalol, farnesol, geraniol, granial, eugenol, pineno, cadineno e acetato
de benzila. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, sedativo,
calmante, levemente eufórico e animador. É indicado para depressão, taquicardia e
frigidez. Por ser um potente afrodisíaco, é utilizado em casos de impotência sexual. Na
prática, o ilangue é muito aplicado para aumentar a autoestima e a libido (apetite
sexual). Na crença popular, as mulheres gostam de utilizar a fragrância para atrair
homens.
Experiências exitosas
Uma experiência feita sobre a memória de cheiros já apresentados às pessoas
mostrou que quando aqueles foram mostrados novamente aos mesmos indivíduos,
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estes tiveram seu córtex olfativo ativado, em recuperação do cheiro já conhecido. O
trabalho científico sugeriu que as características sensoriais de um odor original são
preservadas no córtex olfativo. (Dolan et al, 2004) Em uma pesquisa cientifica
realizada com pacientes epiléticos, a aromaterapia associada à hipnose mostrou afeito
satisfatório no tratamento, apesar do paciente necessitar dispor de mais tempo e
esforço pessoal. (Betts, 2003)
A aromaterapia mostrou trazer benefícios no tratamento de demência de
variados tipos e graus de severidade, em relação aos sintomas neuropsiquiátricos e
agitação. O autor do trabalho menciona também que é necessário obter mais
informações para que se possa chegar A conclusões mais seguras (Spector et al.,
2003). Em um trabalho cientifico, foi possível mostrar que o óleo essencial de lavanda
(Lavandula angustifolia) e seus principais constituintes (linalol e acetato de linalila)
apresentaram efeito sedativo em experimentos realizados com animais de laboratório
(fêmea e macho), que puderam ser vistos devido à redução da mortalidade e
hiperatividade induzida. (Buchbauer, 1991) Dados de um experimento científico
revelaram que a massagem aromaterápica e outras formas de aromaterapia
mostraram-se favoráveis na redução da ansiedade em pacientes com câncer.
Observou-se também a redução da dor e náusea nesses pacientes. (Barnes et al,
2004) Resultados de uma pesquisa feita com plantas de Madagascar revelam
presença de atividade antimicrobiana em óleos essenciais. As plantas analisadas
pertenciam às famílias Labiatae (Thymus vulgaris), Myrtaceae (Melaleuca viridiflora,
Eugenia caryophyllata) e Compositae (Helichrysum lavanduloides). Foi também
possível notar que o óleo essencial de melaleuca apresentou potente efeito inibitório,
principalmente em bactérias grã-positivas (Bianchini, 1987).
Um acontecimento verídico relatado por Grace (1999) foi capaz de mostrar que
óleo de néroli e o aroma da flor de laranjeira foram capazes de reduzir a tensão do
corpo e da mente de uma jornalista de cerca de trinta anos, Ângela Peroba, que não
conseguia engravidar há anos. Em menos de dois meses de tratamento por
psicoaromaterapia, ocorreu-lhe a primeira gravidez.
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5. TERAPIA
A aromaterapia apresenta uma alternativa de tratamento holístico mais suave,
para o corpo e a mente, e está sendo mais procurada pela população, visto a imensa
gama de efeitos colaterais e reações adversas que a alopatia (tratamento
convencional) pode oferecer. Nos países de Primeiro Mundo, a aromaterapia já é
utilizada com êxito em ambientes de trabalho e hospitais, com propósitos terapêuticos,
e está ganhando seu espaço. A terapia através dos aromas ainda não foi incorporada
à cultura brasileira, e a razão pela qual isto ainda não ocorreu pode residir na falta de
sua difusão para as pessoas, ou no escasso investimento intelectual e financeiro para
seu progresso.
Na atual civilização, pode-se dizer que vivemos em uma imensa competição,
tanto na vida pessoal, como principalmente profissional, e isto nos torna mais
cansados fisicamente e psicologicamente, além de extremamente materialistas. A
aromaterapia consegue atuar nesses desequilíbrios, e resgatar, acima de tudo, o ser
humano, ou melhor, a essência humana, que está cada vez mais esquecida, em
detrimento das “regras” ditadas pela sociedade.
Os óleos essenciais têm o poder de purificar o ar que respiramos e, ao mesmo
tempo, relaxar, estimular ou aliviar os nossos sentimentos. São capazes também de
promover nos indivíduos momentos de reflexão, para que se possa lembrar que somos
pessoas dotadas de sentimentos e emoções, além de nosso imenso potencial
intelectual e de trabalho.
Há uma resistência por parte da comunidade em não acreditar nos efeitos do
tratamento por aromaterapia, já que não constitui uma prática comum do cotidiano,
mas, devido aos diversos benefícios que pode trazer à população, e aos relatos
positivos de seus usuários, pode-se dizer que a aromaterapia está no início de uma
longa jornada, que há de se estabelecer no mundo todo, masque ainda há muito a ser
estudado e investido para que seja reconhecida efetivamente como medicina
convencional e científica, para que possa então ganhar maior credibilidade e respeito.
Segundo Cunha e Roque (2013), aromaterapia é encarada como uma medicina
complementar, utilizada maioritariamente nos cuidados de saúde primários sendo
compatível com a terapêutica clássica (CUNHA e ROQUE, 2013).
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Cunha e colaboradores (2012), citaram que, embora o recurso aos
medicamentos de síntese química continue a ser elevado nos países desenvolvidos,
nas últimas décadas tem-se verificado uma maior procura de fitoterápicos entre os
consumidores (CUNHA et al., 2012). Também a área de investigação tem vindo a
demonstrar interesse renovado pelos fitoterápicos, em muito, devido às inovações de
equipamentos e técnicas que têm permitido obter mais informações acerca destes
produtos naturais (LAVADRE, 1992).
Gomes (2009), fala que para o uso dessa terapia, um óleo essencial não pode
ser usado diretamente na pele, pois são muito concentrados e podem causar lesões
na pele (GOMES, 2009). São utilizados carreadores para a diluição ou mistura dos
óleos essenciais que são: óleos vegetais, emulsões, sabonetes, xampus, álcool de
cereais, cremes. Todos os carreadores têm origem neutra para não interferir nas
propriedades do princípio ativo, que são os óleos essenciais (LAVADRE, 1992;
AMARAL e BARROS 2004).
Segundo Haore (2010), essa pratica tem por função combinar óleos essenciais,
essa combinação tem como resultado um efeito global, utilizando a propriedade de
cada óleo, podemos obter vários benefícios através do seu princípio ativo (HOARE,
2010). Os óleos essenciais que se combinam são denominados sinergias. A cada
tratamento os óleos podem ser alterados e combinados, dependendo de cada
necessidade, que o indivíduo obtém. Para o terapeuta obter resultados eficazes e
preciso que ele se atente a causa subjacente do problema a ser tratado e seus
sintomas (LAVADRE, 1992).
A aromaterapia baseia-se em efeitos psicológicos e fisiológicos. Essa técnica é
utilizada para aqueles que procuram relaxamento e tranquilidade e também, aqueles
que almejam beleza e saúde (MOREN, 2009). Cada essência de planta, erva e flor e
dominante em alguma condição psicológica da mente. As reações podem ser de efeito
estimulante ou calmante em uma variedade de condições, e ambos podem ter efeito
deixando alguém calmo ou alerta, equilibrando portando sua atual condição
(LAVADRE, 1992).
Essa terapia não fica restrita somente a sua eficácia e baixo custo, mas se
estende ao modo da assistência ao paciente, que foca tratar não somente a doença,
mas sim, tratar o indivíduo de uma maneira como um todo (GNATTA et al., 2011).
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Segundo Ferreira (2014), as principais atividades terapêuticas estudadas são
atividade antimicrobiana, nomeadamente antibacteriana, antifúngica e antiviral,
ansiolítica, antidepressiva, anti-inflamatória, antioxidante, anticarcinogénica e
antinociceptiva (FERREIRA, 2014).
Silva (2001), cita que, na medicina, sua administração é feita por meio de
supositórios, de ingestão de óleos em gotas, de capsulas de géis e devem ser
prescritos por especialistas, porque alguns podem ser tóxicos (SILVA, 2001). No uso
terapêutico, a massagem com óleos essenciais é associada à outras técnicas como, a
cromoterapia, a musicoterapia, entre outras (LAVADRE, 1992; ROSE 1995).
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6. TÉCNICAS DE USO
Há um aglomerado de técnicas para a aplicação, com indicações especificas
para cada caso, são elas:
Uso interno
O uso interno de óleos essenciais pode ser muito eficaz, porém sua ingestão
deve ser feita sob orientação de um terapeuta. Vale saber, que esse método não é
recomendado em menores de 6 anos e gestantes. Tem sido utilizada com sucesso em
infecções bacterianas e deficiências imunológicas, atuando também no sistema
nervoso central (AMARAL e BARROS,2004).
Difusão
Recomendado para tratar problemas emocionais, psíquicos, respiratórios e
digestivos. A via aérea é o canal mais eficiente para atingir o sistema nervoso central,
responsável pelos efeitos relaxantes ou estimulantes e sensações de emoção e
instinto. Os aromas são absorvidos pelo sistema límbico via bulbo olfatório e podem
também ter efeitos farmacocinéticos, ao serem captados pelos alvéolos do pulmão e
levados a corrente sanguínea. Os difusores mais utilizados são os com sistema
quente, que elevam e evaporam o óleo essencial, difundindo o por todo o local.
Difusores ambientais utilizam o sistema frio, por difusores elétricos (nebulizadores) ou
sprays, estudos dizem que este método não altera a composição química dos óleos.
Pode ser conduzido através da inalação a seco ou úmida (AMARAL e BARROS, 2004).
Massagem.
Ao combinar as vantagens da massagem terapêutica com a eficiência do uso
dos óleos essenciais pode ter efeitos relaxantes, energéticos, anticelulite e afrodisíaca.
Os óleos essenciais penetram na pele pelos ductos das glândulas e posteriormente,
serão gradualmente liberados na corrente sanguínea e linfática, atingindo todos os
sistemas, incluindo o límbico, facilmente atingido e absorvido pela mucosa nasal
(AMARAL e BARROS, 2004).
Massagem com pindas
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Originário das antigas terapias orientais, e reconhecido através dos seus
resultados esta técnica encontra-se de certa forma ligada ao fundamento da
moxibustão, através da aplicação de calor em pontos de shiatsu ou da acupuntura
(LAVABRE, 1992; ROSE, 1995; AMARAL e BARROS 2004).
Trata-se de saquinhos de linho que no seu interior têm ervas medicinais, óleos
essências e especiarias com propriedades relaxantes ou estimulantes. As pindas são
previamente aquecidas com a intenção de promover uma vasodilatação facilitando
assim a penetração dos óleos. Esta técnica pode ser aplicada recorrendo a várias
manobras de massagem, criando um relaxamento profundo ou massagens de
estimulação (LAVABRE, 1992; ROSE, 1995; AMARAL e BARROS 2004).
A base de um óleo de massagem, deve ser sempre um óleo extraído por
pressão a frio (ROSE, 1995). De acordo com o óleo utilizado, a massagem pode ter
efeito:
 Calmante: induzindo o relaxamento profundo dos tecidos, músculos e
articulações;
 Afrodisíaco: melhorando o prelúdio ou interlúdio;
 Tônico: das glândulas endócrinas e do sistema nervoso, tonifica os
tecidos com uma massagem energética;
 Circulatório: fortalece esse sistema e liquefaz o sangue. Também é ótimo
contra varizes, hemorroidas e obesidade (LAVABRE, 1992).
Compressas
Eficiente na analgesia e diminuição de edemas e inflamações. A aplicação
tópica pode ser quente, morna ou fria. São aplicadas na maturação de abscessos,
cólicas, queimaduras e dores musculares (AMARAL e BARROS, 2004).
Deve se embeber um pano em 5 gotas de óleo essencial diluído em meio litro
de água filtrada e aplicar na região a ser tratada. No caso da compressa quente ou
morna, deve se aumentar a quantidade de água para 5 litros, mantendo-a sempre na
temperatura ideal. Esse tipo de indicação acelera o processo de penetração dos óleos
nos tecidos (AMARAL e BARROS, 2004).
Essa compressa pode ser aplicada na face, com cinco gotas da mistura
adequada de óleos em uma bacia morna, embebendo um chumaço de algodão ou
uma toalha nesse liquido e aplicando com cinco minutos. A operação pode ser repetida
até 3 vezes (LAVABRE, 1992).
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Máscaras
A máscara facial pode limpar, hidratar, nutrir e revitalizar a pele, eliminando
toxinas e estimulando a circulação sanguínea local. Argila, mingau de aveia, água
destilada, frutas ou verduras, óleo vegetal e óleos essenciais são os ingredientes
básicos da máscara (ROSE, 1995).
Coloca-se num recipiente algumas colheres de sopa de argila e mingau,
acrescenta-se a polpa e o suco da fruta, depois uma colher de chá de óleo vegetal e
cinco gotas de óleo essencial. A água destilada é acrescentada, mexendo a mistura
até atingir a consistência adequada (LAVABRE, 1992).
Deve ser aplicada com a ponta dos dedos e age por no máximo quinze minutos.
Em seguida retira-se com uma esponja molhada e lava-se o rosto com a água destilada
(LAVABRE, 1992).
Banhos aromáticos
Consiste no banho de imersão em banheira aquecida com algumas gotas de
óleo essencial. Indicado como relaxante muscular, assim como no tratamento de dores
e afecções das vias respiratórias. Recomenda-se diluir 10 ml de óleo vegetal e 10
gotas de óleo essencial em uma colher de leite morno ou mel e após aplicar na
banheira com água. (AMARAL e BARROS,2004)
Usada estritamente como uma técnica complementar, a aromaterapia pode ser
muito agradável quando aplicada juntamente com banhos e massagens. Pode ajudar
a relaxar, reduzir o estresse, aumentar o nível de prazer e a qualidade de vida. Um dos
cuidados é evitar a exposição prolongada devido à possibilidade de causar alergias.
(SIEGEL, 2014)
Bandagem aromática (para o corpo)
Coloca-se um cobertor na superfície a ser utilizada, depois cobre-se com um
plástico e uma toalha grande por cima. É recomendado diluir de 10 a 15 gotas da
mistura apropriada de óleos a uma quantidade de 220 a 330g de água quente num
vaporizador (LAVABRE, 1992).
Banho de vapor facial
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Utilizando de 5 a 15 gotas de óleo em uma bacia de água quente. Com uma
toalha grande cobrindo a cabeça, o vapor desobstrui os poros do rosto. Adicione
algumas gotas de cinco em cinco minutos. Faça isso por dez ou quinze minutos
(LAVABRE, 1992).
Escalda pés
Útil no tratamento de fungos, frieiras dores e calos, também tem função
vasoconstrição qual melhora o fluxo sanguíneo nos pés. Nesse método é realizado um
banho de imersão nos pés, em um recipiente com água, 10 gotas de óleo essencial e
10 ml de óleo vegetal e uma colher de leite. A essência tem propriedades antisséptica,
antimicrobiana (AMARAL e BARROS, 20040.
KELLER (2009), preconiza algumas quantidades, descritas abaixo:
 1ml = 1g = 20-25 gotas, variando com a consistência do óleo.
 Solução a 1% em 50 ml de óleo de plantas = 10-15 gotas de óleos
aromáticos
 Banhos: 6-10 gotas
 Óleos para massagem: solução de 1-2% = 15-30 gotas em 50ml de
óleos vegetais.
 Óleos para cura: solução a 3% = 40 gotas em 50ml de óleos vegetais.
 Inalação: máximos de 10 gotas em 2l de água.
 Compressas: máximo de 5 gotas em 1l de água.
 Difusor aromatizante: de 6 a 20 gotas (KELLER, 2009).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Symptom Relief Inpatients with Cancer. Cochrane Database of Systematic. Reviwes,
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  • 2. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 2 SUMARIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03 1 HISTORICO DA AROMATERAPIA .................................................................. 05 2 O ÓLEOS ESSENCIAIS ................................................................................... 11 3 PROCESSO OLFATIVO................................................................................... 15 4 MÉTODOS DE APLICAÇÃO AROMATERÁPICA ........................................... 18 5 TERAPIA .......................................................................................................... 24 6 TÉCNICAS DE USO ........................................................................................ 27 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ………...……………………….……………..... 31
  • 3. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 3 INTRODUÇÃO Prezados alunos, Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação e consequente capacitação daqueles que se candidataram à está Pós-Graduação, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Apesar de o curso possuir objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois somos conscientes que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, você é livre para estudar do melhor modo que possa. Este arranjo preserva a sua individualidade impondo, uma responsabilidade imperativa. Organize-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam, e que a educação é demasiado importante para nossa formação e para o bem-estar dos pacientes. A presente apostila tem como proposito oferecer um conteúdo abrangente da aromaterapia partindo do histórico, passando pelos óleos essenciais, processo olfativo, métodos de aplicação aromaterapia, terapias até técnicas de uso. Neste intuito apresentamos um compendio de conhecimento necessários à compreensão da aromaterapia. Oferecemos, ainda, ferramentas para o
  • 4. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 4 desenvolvimento de procedimentos que promoverão resultados observados a curto médio e longo prazo. A apostila agrupa de maneira ordenada a síntese do pensamento de vários autores cuja obra que entendemos serem as mais importantes para a disciplina. Sendo fruto de exaustiva pesquisa bibliográfica, cujas fontes são colocadas ao fim da apostila possibilitando ao aluno, conforme sua necessidade e disposição, o amplio de seus conhecimentos.
  • 5. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 5 1. HISTORICO DA AROMATERAPIA O termo aromaterapia foi introduzido por René Maurice de Gatefossé, químico francês, e começou a ser difundido em 1964. Aromaterapia é a arte e a ciência de usar óleos de plantas em tratamento dos desequilíbrios, através dos aromas. É considerada medicina natural, alternativa, preventiva e também curativa. A aromaterapia vale-se dos poderes de cura do mundo das plantas, mas em vez de usar toda a planta ou parte dela, somente o óleo aromático é empregado. Essa substância aromática poderosa é encontrada em pequenas glândulas localizadas tanto nas partes mais externas quanto nas partes mais centrais das raízes, caule, folhas, flores ou frutos de uma planta. (Price, 1999). Os principais métodos usados em aromaterapia são: a inalação, o banho aromático e a aplicação. Os aromas constituem o nosso contato mais íntimo com a natureza e têm o poder de nos predispor ao sono, ao repouso, ao estado de alerta, à criatividade, à irritabilidade e à criação, dentre outros, pois o olfato é o mais antigo e talvez o mais desconhecido dentre os sentidos desenvolvidos pelo homem. (Corazza, 2002). As substâncias odoríferas desprendem partículas que são carregadas pelo ar, e estimulam as células nervosas olfativas; tal estímulo é suficiente para desencadear outras reações, entre elas a ativação do sistema límbico, ou seja, da área cerebral responsável pela olfação, memória e emoção. Desta forma, têm-se os processos de cura da aromaterapia. Há uma variedade de fatores que ajudam a determinar a eficácia do tratamento aromaterápico. Dentre elas estão: a qualidade dos óleos essenciais, os métodos de aplicação, o conhecimento do aromaterapeuta, e as diversas precauções a serem tomadas. Dentre a diversa gama de óleos essenciais, podemos citar: alecrim, artemísia, baunilha, bergamota, camomila-dos-alemães, canela, citronela, eucalipto, gengibre, gerânio, hortelã, lavanda, patchuli, tea-tree e ylangue-ylangue, cada um com suas respectivas características e propriedades.
  • 6. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 6 Trajetória metodológica As plantas e seus componentes vêm sendo usados desde antes de Cristo (a.C.) pelos homens, com objetivos religiosos, medicinais e de incremento da beleza. No período Paleolítico (10000 a.C), a descoberta de utensílios trabalhados em lascas de pedra rústica proporcionou a possibilidade da forma de vida em tribos (e não mais nômades), o que pôde trazer maior conhecimento sobre a natureza. Já no período Neolítico (4000 a.C.), o homem da tribo cultivava plantas e aprendeu a extrair os óleos graxos vegetais através de pressão aplicada por meio de pedras. Já eram conhecidos os níveis de toxicidade de algumas plantas, que passaram a ser usadas com muita cautela. A história da terapêutica começa, provavelmente, por Mitridates, no século II a.C., sendo ele considerado o primeiro farmacologista experimental. Em meados do século passado, foi encontrado em Luxor, no Egito, o Papiro de Ébers, de 1550 a.C., no qual estavam registradas 700 drogas diferentes, inclusive extratos de plantas. Nos rituais que envolviam fogueiras, muitas vezes os homens queimavam plantas aromáticas e descobriam que sua fumaça provocava ora sonolência, ora revigoramento, e outras sensações, evidenciando desta forma algumas de suas propriedades curativas. Observando os efeitos da “fumaça” sobre a mente, a humanidade passou a atribuir poder à mesma. A palavra perfume tem sua origem no latim “per fumum”, que quer dizer “através da fumaça”. Os perfumes eram usados em rituais para agradar as divindades. Foi encontrado no Iraque, em 1975, por arqueólogos, o esqueleto humano de seis mil anos de Shanidar IV (líder religioso de grande conhecimento botânico), ao lado de depósitos de pólen, jacintos e ervas. Acredita-se ter sido este o primeiro ritual que teria utilizado plantas, flores e aromas. Os egípcios queimavam olíbano ao nascer do sol, em homenagem ao deus Rá (do sol), e mirra ao chegar a noite. Embalsamavam os corpos com mirra pura moída, canela e essências diversas. Era comum na medicina egípcia o uso de mirra como anti-inflamatório e o tratamento de fraturas ósseas com misturas de plantas e óleos. Entre 2551 e 28 a.C., foram datados os primeiros registros sobre o uso das ervas na medicina, após o desenvolvimento da técnica de fabricação do papiro.
  • 7. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 7 “Na tumba do faraó Quefén, guardada pela esfinge de Gizé, eram realizadas oferendas devocionais de incenso e olíbano”. Já na tumba de Tutancamon (1550-1295 a.C.) foram encontrados óleos aromáticos de cedro, coentro, mirra, olíbano e zimbro (Corazza, 2002). A rainha da 18º dinastia (1550-1295 a.C.), Hatshepsut, utilizava mirra para massagear e perfumar suas pernas. Mas foi apenas no reinado dos Ramsés (800-700 a.C.) que o cuidado com a aparência chega ao auge, devido ao costume dos egípcios perfumarem a água do banho com ervas aromáticas, com predominância de olíbano. Na perfumaria sedutora, foi Cleópatra (6930 a.C.) que se destacou, com o perfume cyprinum, feito com óleo essencial das flores de henna, açafrão, menta e zimbro. Segundo Kaly (1963), foram poucos os povos que se esmeraram na elaboração e utilização dos perfumes. Os gregos relacionavam os aromas aos deuses do Olimpo. Tinham, assim como os egípcios, o hábito de ungir os mortos, queimar incenso, e perfumar a si mesmos para que sua beleza pudesse ser notada. Confeccionavam guirlandas de rosas para amenizar os sintomas da enxaqueca. Na Ilha de Creta, utilizavam-se ervas aromáticas como o açafrão, o pinheiro- de-creta e o cipreste como antissépticos. No oráculo de Delfos, as sacerdotisas queimavam mirra e incenso e maceravam flores. Nas olimpíadas, a recompensa do vencedor era uma coroa de louro aromático. Foi Ibn Sina, conhecido como Avicena (980-1037), quem criou o processo de destilação, extraindo o óleo essencial de rosas e elaborou a água-de-rosas, feita com Rosa centifolia, na Europa das Cruzadas. As mulheres dos haréns perfumavam o hálito e o corpo com banhos e loções de feno-grego. Na Idade Média, invadida pela peste, os aromas eram de extrema importância, pois acreditava-se que contaminavam o ar purificado; ao visitar doentes, os médicos queimavam ervas aromáticas. Já no século XVIII, foi Hahnemann que “reafirmou a importância das plantas, das flores e dos aromas” (Kaly, 1963).
  • 8. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 8 Os farmacêuticos Cadeac, Meunir, Gaffi, Cajola e Chamberland, foram de extrema importância ao estudo dos perfumes, e René Maurice Gatefossé foi o primeiro a falar de aromaterapia, em 1928. Na França feudal, sementes e demais compostos aromáticos derivados da violeta, lavanda e flor de laranjeira eram vendidos para serem usados como proteção contra as pragas. Com a decadência dos feudos e o surgimento do comércio urbano, teve início a fabricação de perfumes, de modo organizado. A primeira descrição autêntica e detalhada sobre óleos essenciais foi feita apenas no século XIII, por Arnold Villanova de Bachuone, relacionando terebintina, alecrim e sálvia. Logo após vários outros óleos essenciais foram destilados, dentre eles os de arruda, canela e sândalo. Caminhando aos dias atuais Por volta do ano de 1200, o perfumista é reconhecido como profissional, pelo rei Felipe Augusto II, que concedeu licença à abertura de locais para a comercialização de essências. Surgem então as primeiras escolas para aprendizes e oficiais de supervisão em trabalhos de prensagem, maceração e formulação combinada para composições olfativas. Em 1370 foi criada a Água de Toalete [Eau de toillete], feita de óleos essenciais combinados em álcool, para Isabele, a rainha da Hungria. No século XIV, foram feitos recipientes de ouro ou prata, que enfeitavam o pescoço ou a cintura, os pommanders, que continham uma fragrância à base de resinas e óleos essenciais, com a finalidade de proteger seu usuário de pestes e doenças. Com a descoberta da América, em 1492, muitas plantas até então desconhecidas chegaram à Europa. Entre 1560 e 1580, o padre José de Anchieta denomina a hortelã-pimenta de “erva boa”, pois era usada pelos índios contra indigestão e para amenizar nevralgias, reumatismo e doenças nervosas.
  • 9. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 9 Antes de falecer, em 1654, o médico e astrólogo inglês Nicholas Culpeper afirma que os condimentos podem curar todo tipo de doença, por ação de seus óleos essenciais. No século XVI, eram usadas cerca de setenta essências em perfumaria e cosméticos. Mas foi apenas no século XVII que a perfumaria foi difundida pelo mundo; porém, neste mesmo século ocorreu um avanço da pesquisa científica, devido à descoberta de novas substâncias químicas com maior poder de cura em menor tempo que os óleos essenciais, que caíram em desuso, pois foram então substituídos por substâncias sintéticas e passaram a ser vistos apenas por sua propriedade em perfumar. Em 1714, é criada a Água de Colônia [Eau de cologne], por Jean-Marie Farina. A França se destaca no desenvolvimento de novas composições olfativas, com o objetivo de perfumar as luvas da nobreza. Com a descoberta da saponificação com soda cáustica, em 1791, a produção de sabonetes estimula mais a perfumaria. No século XVIII, foram criados nas casas a sala de banho e o sanitário, o que trouxe novamente o hábito dos banhos perfumados. Em 1828 surgiu a primeira casa de perfumaria “Perfumes Guerlain”, com a posterior criação da Água de Colônia Imperial, vendida até hoje. No século XIX, os perfumes ganharam “status” e eram até usados para tratar doenças do sistema nervoso. No século XX, foram pesquisadas as substâncias sintéticas para a indústria da perfumaria. Em 1920, com a criação dos aldeídos, surge o perfume Chanel nº 5. Já em 1928, na França, após sofrer diversas queimaduras em laboratório, que foram curadas com óleo essencial de lavanda, René Maurice de Gatefossé deu início ao seu trabalho com óleos essenciais em cosméticos, e instituiu o termo “aromaterapia”. Em 1949, é fundado o The Fragrance Research Foundation, por seis grandes indústrias de perfumaria: Elizabeth Arden, Coty, Guerlain, Helena Rubinstein, Chanel e Perfumes Weil, com o objetivo do estudo das fragrâncias entre os norte-americanos. Tal instituição teve seu crescimento tributado a Anette Green, ao mostrar “que as diversas categorias de perfume podem ser utilizadas de forma mais apropriada para cada etapa da vida”. (Corazza, 2002).
  • 10. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 10 Podemos encontrar relatadas as práticas aromaterápicas usadas na Segunda Guerra mundial para tratar os feridos no livro Aromatherapie, escrito em 1964 por Jean Valnet. Após citar tantos nomes, devemos destacar Marguerite Maury (1895-1968), enfermeira e assistente cirúrgica austríaca, mais conhecida por ser a mãe da aromaterapia atual. Seu reconhecimento como pioneira da aromaterapia moderna deve-se ao fato de ter combinado a arte da massagem oriental às propriedades medicinais dos óleos essenciais, formulados em prescrições individuais. Ela fundou a primeira clínica aromaterápica, em Londres. Seu livro foi publicado em 1961, na França, com posterior tradução para o inglês [The secret of life and youth], sendo considerado obra de referência em óleos essenciais. Em 1962, recebeu o Prêmio Internacional de Estética e Cosmetologia por contribuição ao campo terapêutico e cosmético de tratamento da pele. Têm-se observado, nas últimas décadas, intensa preocupação com perfumes em relação aos seus poderes terapêuticos. Este fato pode ser confirmado com o surgimento de instituições dedicadas apenas ao estudo e divulgação das propriedades dos óleos essenciais; como exemplo podemos citar: Flower Essence Society (Califórnia) e Alaska Flower Essence (Alasca), dentre outras situadas nos Estados Unidos da América.
  • 11. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 11 2. ÓLEOS ESSENCIAIS Os óleos essenciais são substâncias orgânicas muito perfumadas e voláteis, extraídas de diversas partes das plantas. Têm geralmente consistência aquosa e límpida, mas podem se solidificar em temperaturas baixas. São solúveis em álcool, éter e outros compostos graxos, insolúveis em água e podem ser incolores ou apresentar desde tons claros até fortes e opacos. Os óleos essenciais são chamados de voláteis, pois quando expostos ao ar (temperatura ambiente), evaporam. Podem também ser chamados de refringentes ou etéreos. Entretanto, o termo mais usado é óleo essencial, já que estes representam as “essências” ou compostos odoríferos das plantas. Composição Fazem parte da composição dos óleos essenciais elementos orgânicos como carbono, oxigênio e hidrogênio, formando então moléculas de álcoois, aldeídos, ésteres, óxidos, cetonas, fenóis, hidrocarbonetos, ácidos orgânicos, compostos orgânicos nitrogenados e sulforados e terpenos. Apresentam composição complexa, com exceção do sândalo, que contém 95% do mesmo componente (santalol) e os outros 5% de composição diversa. A maior importância econômica e ecológica é atribuída aos terpenos, que são incolores, amarelados (se associados aos carotenóides) ou esverdeados (se associados às clorofilas). Apesar do termo “óleo”, não são obrigatoriamente gordurosos, e diferenciam- se dos óleos vegetais por serem altamente voláteis. As principais qualidades dos óleos essenciais são o aroma e suas propriedades terapêuticas. Segundo Corazza (2002), até o presente momento foram coletadas 378 plantas aromáticas, que produziram 272 óleos essenciais e 37 aromas de frutos e flores cujos componentes voláteis foram quase todos determinados. Em geral, os óleos essenciais com elevado teor de álcool e ésteres têm propriedades curativas moderadas e são, portanto, mais seguros para o uso. Já os óleos essenciais com altas concentrações de cetonas, fenóis e aldeídos, são muito ativos terapeuticamente e são pouco usados na aromaterapia, pois podem provocar efeitos adversos, sendo usados apenas quando necessário e em pequenas quantidades.
  • 12. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 12 Os óleos essenciais possuem odores característicos, têm densidade menor que a água, elevado índice de refração, são geralmente opticamente ativos e sensíveis à luz e ao ar. Podem ser oriundos de folhas, flores talos, caule, haste, pecíolo, casca, raiz, glândulas ou outro elemento das plantas, principalmente as lauráceas, mirtáceas, labiadas, compostas, rutáceas e umbilíferas. Constituem subproduto do metabolismo secundário das plantas, ou seja, são produzidos com o propósito de defesa do vegetal. A composição e a qualidade dos óleos essenciais pode variar em função da região de cultivo, do clima, do relevo, da idade do terreno, do processo de colheita e do método de extração. A concentração de princípios ativos na planta pode variar devido ao controle genético e estímulos do meio, como fatores climáticos e edáficos (relacionados com o solo), exposição a microorganismos, insetos e poluentes em geral. A quantidade extraída de óleo essencial pode variar de 0,005% a 10%, em dependência do processo de extração utilizado. A concentração de óleos essenciais nas plantas frescas é de 75 a 100 vezes maior que nas plantas secas. Nas plantas, os óleos essenciais podem desempenhar as funções de protegê-las contra ataques de parasitas e doenças, atuar na fertilização, polinização e na proteção da radiação solar. Nos homens, podem apresentar várias aplicações, que serão vistas adiante. Os grupos funcionais químicos presentes nos óleos essenciais para serem usados em aromaterapia são: Monoterpenos/Sesquiterpenos possuem efeito anti-viral, antisséptico, bactericida e anti-inflamatório. Atuam no fígado (processo de desintoxicação) e estimulam as funções glandulares. Os sesquiterpenos agem no cérebro, aumentando a quantidade de oxigênio das glândulas pituitária e pineal. Como exemplo temos o limoneno, pineno, canfeno e gamaterpineno. Estão presentes no limão, pinho e olíbano. Ésteres São fungicidas, sedantes e antiespasmódicos. Conferem ao produto um aroma característico frutal. Como exemplo podemos citar o acetato de linalila e salicilato de metila. Estão presentes na bergamota, sálvia e lavanda. Aldeídos Agem como sedante, antisséptico e antiinfeccioso. São exemplos o citral, neral e geranial e estão presentes na melissa, no capim-limão e na citronela. Cetonas
  • 13. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 13 Agem como descongestionante em quadros de asma, bronquite e resfriado, mas podem ser tóxicos. Temos como exemplos a tujona, carvona e pinocanfona. Estão presentes no funcho, gengibre e hissopo. Álcoois Atuam como antissépticos, antivirais e estimulam o sistema imunológico. São exemplos o linalol, borneol e estragol, e estão presentes, por exemplo, no pau-rosa, sândalo e gerânio. Fenóis São bactericidas, desinfetantes, antiinflamatórios e podem ser irritantes à pele. Como exemplos temos o timol, carvacrol e eugenol, que estão presentes no tomilho e no cravo. Óxidos São bactericidas e expectorantes. Como representantes temos o óxido de silício, ferro, manganês e magnésio, que podem estar presentes no alecrim e na melaleuca. Ácidos Atuam como antisséptico, diurético e antipirético. Possuem antibiótico e vitaminas. Como exemplo temos o ácido benzóico, cinâmico, caféico e oleânico, presentes no benjoim e na melissa. Os métodos de extração de óleos essenciais são: destilação a vapor, prensagem, extração por meio de solventes, enfleurage ou enfloragem, extração por dióxido de carbono em estado supercrítico e extração através de hidrofluorcarbonatos. Os óleos essenciais sintéticos não contêm o mesmo valor terapêutico dos óleos botânicos naturais, já que a ação destes últimos é formada por forças naturais e holísticas, ou, falando mais claramente, por energia vital, conforme afirmam os aromaterapeutas e aromacologistas. Para comprovar a existência da energia vital, foram feitas experiências na Rússia, que demonstraram que “toda substância orgânica viva emite radiações que podem ser vistas como luz” (Tisserand, 1993). Acreditam os estudiosos que o poder dos óleos essenciais naturais está em sua energia vital, apenas encontrada em matéria viva. Portanto, os óleos sintéticos
  • 14. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 14 podem ser muito semelhantes aos naturais quanto ao seu odor, mas não em relação às propriedades terapêuticas. O motivo pelo qual o óleo botânico natural é reconstituído em outro sintético reside no menor custo deste último e também devido à extinção de algumas plantas aromáticas. Toxicidade dos Óleos Essenciais A maior parte das plantas tóxicas não é aromática, mas apesar dos óleos essenciais serem substâncias naturais botânicas, não estão isentos de toxicidade. Muitas vezes, o óleo essencial de uma planta pode ser tóxico e o próprio vegetal não, pois os óleos essenciais são, geralmente, setenta vezes mais concentrados que a planta da qual foram obtidos. Os óleos essenciais com diferentes graus de toxicidade são, em ordem decrescente: mostarda (Brassica nigra), arruda (Ruta graveolens), artemísia (Artemisia vulgaris), hissopo (Hyssopus officinalis), absinto (Artemisia absinthium) e erva-doce (Foeniculum vulgare). Como exemplos de óleos essenciais que podem causar sensibilização cutânea, temos, em ordem decrescente: bergamota (Citrus bergamia), cravo (Syzygium aromaticum), canela (Cynnamomum zeylanicum), pinho (Pinus pumilho) e junípero (Juniperus comunis). A inalação prolongada dos óleos essenciais pode causar dores de cabeça, náuseas, alergias e outros sintomas (já que os óleos essenciais atingem o sistema nervoso). Ao cheirar uma mistura de óleos essenciais, o risco de efeito prejudicial não será como se fossem vários óleos separadamente, pois a combinação é harmônica, de forma que um óleo aromático “completa” as propriedades do outro.
  • 15. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 15 3. PROCESSO OLFATIVO O ser humano consegue detectar vários cheiros diferentes em menos de um segundo, com precisão nas concentrações de até atogramas/g (ag/g – 1ag = 10–18g), enquanto que as máquinas mais modernas detectam concentrações de fentogramas/g (fg/g –1fg = 10–15 g). “As células receptoras para a sensação do olfato são as células olfativas, originadas do próprio sistema nervoso central”. São os pêlos ou cílios olfativos, localizados na extremidade mucosa da célula olfativa, que reagem aos odores presentes no ar e estimulam então as células olfativas (Guyton, 1993). Através do olfato, conseguimos ter sensação de “cheirar” os mais diversos aromas. Para tal, ocorre em nosso organismo todo um processo que será descrito adiante. Um estudo feito a respeito da ativação cerebral em resposta a odores mostrou que a ativação cerebral em resposta a um estímulo aromático foi significantemente menor em regiões que receberam o odor pela primeira vez (projeções olfatórias primárias: córtex piriforme e amígdala), enquanto que o grau de ativação mostrou-se similar nas diversas regiões, em resposta a um estímulo olfativo já conhecido por estas mesmas pessoas. Descrição do processo olfativo As partículas voláteis desprendidas de qualquer matéria odorante são carregadas pelo vento e são então aspiradas pelo nariz; o ar entra pelas narinas, atravessa a cavidade nasal e sai pela nasofaringe. Na cavidade nasal, estão presentes estruturas denominadas cornetos, revestidas por epitélio olfativo, que contêm as células receptoras olfativas. A função dos cornetos (ou turbinados) é atuar como deflectores, de forma a obrigar que o fluxo de ar no interior do nariz permaneça turbulento para que possa assim atingir as regiões superiores da cavidade nasal. As moléculas odorantes chegam ao epitélio olfativo por intermédio das fossas nasais, e encontram na extremidade da mucosa nasal os cílios que respondem aos estímulos químicos; estão aí presentes também um elevado número de moléculas protéicas, denominadas proteínas fixadoras de odoríferos, que têm a capacidade de ligar-se a distintas substâncias odoríferas, sendo este, provavelmente, o estímulo requerido para
  • 16. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 16 excitar as células olfativas. Essas moléculas de proteínas fixadoras de odoríferos provocam a abertura de canais iônicos, ou ela própria se abre e passa a funcionar como um canal iônico, e ocorre então a entrada em massa de muitos íons Na+ no interior da célula olfativa, despolarizando-o. Ao serem estimuladas, as células olfativas colocam em prática o processo de transdução, cujo objetivo é transformar a informação olfativa em mensagens, ou seja, impulsos nervosos que serão interpretados pelo cérebro. Explicando melhor, a transolução olfativa consiste na conversão de um sinal químico em elétrico, que possa ser transmitido ao sistema nervoso central; este processo divide-se em três etapas: As partículas odorantes são fixadas nos receptores das células olfativas. Tais receptores são agora acoplados à enzima adenelil ciclase, que é ativada por uma proteína chamada Gs. Com o aumento dos níveis intracelulares de AMPc (promovidos pela quebra de ATP em AMPc via adenilil ciclase), abrem-se os canais iônicos de Na+ na membrana celular da célula receptora olfativa, que é dessa forma despolarizada; a membrana chega então ao seu limiar e despolariza o segmento inicial do axônio do neurônio bipolar olfativo. Visto que as células receptoras olfativas são também os neurônios aferentes primários, sua reposição a partir das células basais é contínua (neurogênese). Deve- se ressaltar que as células receptoras olfativas são os únicos neurônios no ser humano adulto portador de renovação constante. Já ao final do processo, os impulsos nervosos percorrem fibras nervosas, os chamados axônios, até atingir seu destino final, o cérebro, ou melhor, a parte do cérebro responsável pela olfação, o sistema límbico. A partir deste momento, as mensagens serão codificadas e produzirão reações de ordem fisiológica e psicológica (Corazza, 2002; Serrano, 1985; Constanzo,1999; Guyton, 1993). Resumindo, o processo olfativo constitui uma série de reações interligadas, químicas e elétricas, na seguinte ordem: a substância odorante é levada pelo ar, entra no nariz e chega às células olfativas, que formam um tapete de muco e reagem aos diversos odores por ligar-se a moléculas específicas, causando reações químicas e elétricas com consequente estimulação dos cílios olfativos. As proteínas fixadoras de substâncias odoríferas, localizadas nos cílios, encarregam-se da transmissão dos
  • 17. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 17 sinais do sistema nervoso central, através da placa crivosa, dotada de perfurações nas quais nervos ligam-se aos glomérulos. Vale lembrar que glomérulos diferentes correspondem a distintos odores de diversos sinais olfativos (Corazza, 2002). Além do mecanismo químico de percepção dos odores, há também o vibratório, no qual os odores podem ser percebidos sem as moléculas odoríferas chegarem ao nariz. Teorias vibratórias da percepção do odor sugerem que as partículas odoríferas com vibrações em frequências diversas comunicam essa vibração aos pelos olfativos. É no sistema límbico que estão localizadas as células que processam as informações vindas dos terminais nervosos conectados ao bulbo olfativo (Grace, 1999). A primeira evidência de participação do sistema límbico em processos emocionais surgiu em 1933, quando Herrick afirmou que o sistema límbico poderia ter influência nos mecanismos de afeto do organismo. Esta ideia e outras foram posteriormente mais bem desenvolvidas por Papez, Mclean e Arnold em 1937, 1949 e 1945, respectivamente (Corazza, 2002).
  • 18. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 18 4. MÉTODOS DE APLICAÇÃO AROMATERÁPICA Os métodos de aplicação mais comum na prática da aromaterapia são: pulverização e difusão aérea, inalação, compressas, banhos e massagens. O modo mais adequado a ser empregado é definido de acordo com a prescrição do médico ou profissional especialista, levando-se em conta a substância a ser utilizada. Há também a possibilidade de tratamento através de bochechos e gargarejos e ingestão (via oral). Antes de iniciar o tratamento, deve-se atentar ao prazo de validade dos óleos e proceder, 24 horas antes do início de qualquer aplicação, o teste de alegria, aplicando- se o óleo em seu veículo sobre a pele (Corazza, 2002; Price, 1999). Alguns óleos essenciais e suas propriedades: ALECRIM (Rosmarinus officinalis). É da família botânica das labiadas e possui como principais componentes: pineno, limoneno, linalol, eucaliptol, borneol, canfeno e terpineol. É usado principalmente para artrite, cansaço mental, fraqueza geral, perda de memória, dores nas juntas, piolho, sarna, asma e bronquite. ARTEMÍSIA (Artemisia vulgaris). Tem como principais constituintes a tujona, borneol, cânfora, linalol, 1,8-cineol, 4-terpinoleno e alfa–cadinol. É usado como regulador de distúrbios menstruais, analgésico, antiespasmódico e estimulante mental. É indicado para epilepsia, amenorréia e dismenorréia, vômitos nervosos, convulsões, ascaríase e oxiurose. BAUNILHA (Vanilla planifolia). Tem como principais constituintes: vanilina, hidroxibenzaldeído, ácido acético, isbutírico, capróico, eugenol, furfural e aldeído metilprotocatéquico. Propriedades terapêuticas/Aplicações de óleo: antiespasmódico, emenagogo (estimula a menstruação), estimulante e intensamente afrodisíaco. BENJOIM (Styrax tonkinensis). Tem como principais constituintes: ácido benzóico, vanilina, benzoato de cinamila, benzoato de coniferila e ácido sia-resinólico. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: possui intensa propriedade anti- oxidante. É indicado para tratar resfriados, tosse, bronquites, laringites e infecções das vias respiratórias. Estimula a circulação e é útil no tratamento da artrite reumatóide e gota. Auxilia no combate ao estresse, pele rachada e ansiedade. BERGAMOTA (Citrus bergamia). Tem como principais constituintes: linalol, acetato de linalil, pineno, acetato de linalila, nerol, acetato de nerila, geraniol, bergapteno, terpineol e dipenteno. É usado na medicina popular italiana no combate
  • 19. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 19 da febre e de vermes e muito usado nas indústrias alimentícia e de fragrâncias. É indicado para eczema, acne, seborréia, furúnculos, cistites, prurido vaginal, halitose, pele oleosa, psoríase, problemas digestivos, perda de apetite, ansiedade, depressão, estresse, infecções da mucosa bucal e garganta. É bactericida em infecções causadas por gonococcus, staphylococcus, meningococcus e bacilo da difteria. Possui também poder analgésico, antisséptico, cicatrizante, sedativo e energizante. CAMOMILA-DOS-ALEMÃES (Matricaria chamomilla). Tem como principais componentes: azuleno (principal entre todos), alfa-bisabolol, farneseno, tujanol, flavonóides (apigenina, luteoli na quercitina) e glicosídeos. É usado como anti- inflamatório, cicatrizante, antiespasmódico, imunoestimulante e antianêmico. É indicado para tratar úlceras gastrintestinais, inflamações na pele dermatites, acne, artrite, reumatismo, furúnculos, TPM, menopausa, amenorréia, dismenorréia, enxaqueca, dor de cabeça, dor de ouvido, dor de dente, picadas de inseto, insônia, náusea, estresse, problemas digestivos e cólicas. É também considerado suave sedativo para uso infantil e como um popular reequilibrador emocional. CANELA (Cinnamomum zeylanicum). Seus principais constituintes são: eugenol, ácido cinâmico, aldeído benzênico, aldeído cinâmico, benzoato de benzila, furfurol, safrol, cimeno, dipenteno, felandreno e pineno. É utilizado como diurético, analgésico, poderoso antisséptico, antiprurido e antiespasmódico. É indicado para estimular a digestão e a circulação, em gripes, infecções intestinais, impotência, constipação, náusea, cálculo renal, dores musculares e estresse. É conhecido popularmente por seu poder estimulante. CITRONELA (Cymbopogon nardies). Seus principais constituintes são: ácido hidrociânico, borneol, bourboneno, canfeno, cânfora, cariofileno, citral, citronelal, citronelol, etanol, eugenol, farnesol, furfurol, geraniol, limoneno, linalol, mentol, nerol, pineno e terpinoleno. É utilizado como desodorizador, estimulante digestivo, antiespasmódico, antidepressivo, antisséptico, cadiotônico, repelente de insetos e anti- inflamatório. É indicado para perspiração excessiva, cansaço, dor de cabeça, pele e cabelos oleosos, dor de estômago, dores musculares, circulação deficiente e menstruação deficiente (é emenagogo: estimula a menstruação). EUCALIPTO (Eucalyptus globulus). Seus principais componentes são: citronelal, eucaliptol, eugenol, pineno, canfeno, limoneno, felandreno, pinocarvona e terpineol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: potencial antisséptico,
  • 20. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 20 antiviral, expectorante, estimulante do sistema respiratório, anti-inflamatório, adstringente e ativa a circulação. É indicado para tratar herpes simples, bronquite, asma, tosse, catarro, resfriado, diabetes, sinusite, má-circulação, distúrbios do trato urinário, dores musculares, reumatismo e mordida de cobra. Se aplicado diretamente sobre uma ferida, reduz o tempo de vida do vírus e reduz a dor. É muito utilizado para reequilibrar a respiração (ofegante ou curta). Nas esferas mental e emocional, o óleo de eucalipto é indicado para pessoas pessimistas e com pensamentos fixos e obsessivos. Na esfera física, o óleo de eucalipto dilata a musculatura dos brônquios, pulmões e traqueia, reduz a coriza e a febre e “limpa” ou desobstrui as vias aéreas. Quando combinado a alecrim e hortelã é indicado para dificuldades respiratórias; com manjerona, para dores no nervo ciático; e com lavanda, para coriza, dor no tórax e resfriados. GENGIBRE (Zingiber officinalis). Tem como principais componentes: pineno, canfeno, cineol, linalol, borneol, terpineol, nerol, graniol, betabisaboleno e zingibereno. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, tônico, estimulante geral, antiespasmódico, carminativo, digestivo, antisséptico, adstringente e extremamente afrodisíaco. É indicado para dores musculares, aerofagia, dores de garganta, amigdalite, sinusite, má circulação, enxaqueca, fadiga, memória fraca, cansaço mental e impotência. É considerado um excelente estimulante mental e psicológico e proporciona ao usuário mais determinação e autoconfiança. GERÂNIO (Pelargonium graveolens). Seus principais componentes são: citronelol, geraniol, acetato de linalila, limoneno, eugenol, cariofileno e mentona. Pripriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: adstringente, cicatrizante, antisséptico e diurético. É indicado para acne, celulite, amigdalite, dor de garganta, diabetes, hemorróidas, TPM, menopausa, depressão, dermatites, queimaduras, pele oleosa, cálculo renal, tensão nervosa e inflamação da mucosa vaginal. É também indicado para pessoas que querem adquirir mais criatividade, coragem, determinação, inspiração e autoconfiança. É conhecido por esclarecer as confusões mentais e extingüir ou reduzir o medo de algo desconhecido. Se combinado com lavanda, é mais indicado para depressão e má circulação; com alecrim, para tensão menstrual; com melaleuca, para acne, dermatites e seborréia. O óleo de gerânio é capaz de estimular o córtex supra-renal, no qual são produzidos os hormônios sexuais, e pode agir,
  • 21. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 21 portanto, como estimulante e agente equilibrador dos órgãos femininos e do sistema nervoso. HORTELÃ-PIMENTA (Mentha piperita). Tem como principais componentes: linalol, mentol, carvono, limoneno, eucaliptol, acetato de mentila, mentona, nicotinamida, cineol, felandreno, pipeno e cariofileno. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, descongestionante, antisséptico, analgésico, vermicida, tônico e estimulante do aparelho digestivo e do sistema nervoso, reduz a febre e os sintomas de gripes e resfriados, anti-inflamatório, adstringente, carminativo, emenagogo, expectorante, refrescante e vasoconstritor. É indicado para asma, laringite, gripe, resfriado, bronquite, indigestão, flatulência, cólica, congestão nasal com dores de cabeça, sinusite, dores musculares e articulares, enxaqueca, diarréia e cansaço mental. Quanto ao aspecto emocional, é indicado para pessoas tímidas e depressivas, devido às suas propriedades estimulantes. É intensamente afrodisíaco e usado, então, para tratar impotência. O óleo de hortelã é também conhecido por clarear ideias até então obscuras, trazer dinamismo e iniciativa. LAVANDA (Lavandula officinalis ou Lavan dula angustifolia ou Lavandula vera). Seus principais constituintes são: limoneno, cariofileno, linalol, cineol, nerol, eucaliptol, terpineno, pineno, canfeno, felandreno, cânfora, geraniol, borneol, lavandulol, acetato de lavandila, bisabolol e alguns ácidos como o benzóico, valérico e coumárico. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, antisséptico, antibiótico, antidepressivo, bactericida, sedativo, repelente de insetos, descongestionante, antiviral, carminativo, cicatrizante, diurético e antitóxico. É indicado para asma, bronquite, dores de garganta, gripe, enxaqueca, depressão, tensão, insônia, lesões de pele, queimaduras, leucorréia, cistite, picada de inseto, acne, pele oleosa, alergia, catapora, TPM, amenorréia, dismenorréia, menopausa, flatulência, hipertensão, reumatismo, contusões e feridas. É considerado antiestresse por seu efeito sedativo no sistema nervoso central e auxilia a relaxar a mente, o corpo e as emoções. Pode ser útil para mulheres em trabalho de parto, pois seu aroma provoca o relaxamento da mãe. Tem também ação no sistema respiratório por reduzir os desconfortos da bronquite, sinusite e dos resfriados. É importante ressaltar que o óleo de lavanda é o único que pode ser aplicado na pele sem diluição prévia, ou seja, puro. Em cortes abertos ou feridas é aplicado puro para prevenir infecções e auxiliar a cicatrização do epitélio. É comum também a prática de sua utilização como sedativo
  • 22. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 22 cutâneo para refrescar a pele exposta ao sol ou picada de inseto. Acreditam os estudiosos que o óleo de lavanda restaura o equilíbrio mental, harmoniza os sentimentos, traz a consciência da realidade e a paz e exerce ação imediata no corpo e na mente devido à sua elevada vibração. PATCHULI (Pogostemon cablin ou Pogostemon patchuli). Tem como principais componentes: patchulol, eugenol, fenol, cadineno, cariofileno, cinamaldeído, patchulipiridina e pogostol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: anti- inflamatório, cicatrizante, descongestionante, regenerador, fungicida e repelente de insetos. É indicado para acne, pele rachada e ressecada, pele oleosa, rugas, dermatites, seborréia, caspa, ansiedade, fadiga mental, obesidade, retenção hídrica, depressão e estresse. Na pele, o patchuli tem ação de rejuvenescimento e redução de rugas. O aroma do óleo essencial de patchuli exerce ação nos centros psíquicos, estimula o sistema nervoso central, resgata lembranças da juventude e estimula a criatividade. Sua ação nas glândulas endócrinas o torna um bom afrodisíaco. É largamente conhecido por equilibrar os corpos físico, mental e espiritual. TEA-TREE (Melaleuca alternifolia). Seus principais componentes são: 4- terpineol, sesquiterpenos, eucaliptol e pineno. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: antiviral, antisséptico, fungicida, estimulante, inseticida e cicatrizante. É indicado para infecções, vaginite, afta, candidíase, cistite, verrugas, fungos e herpes labial e genital. Sua função mais relevante é a de estimular o sistema imunológico. É prática comum utilizar o óleo do tea-tree em feridas, cortes, arranhões, gengivites, congestão nasal, odor fétido nos pés e acne. YLANGUE-YLANGUE (Cananga odorata). Seus principais componentes são: ylangol, safrol, linalol, farnesol, geraniol, granial, eugenol, pineno, cadineno e acetato de benzila. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, sedativo, calmante, levemente eufórico e animador. É indicado para depressão, taquicardia e frigidez. Por ser um potente afrodisíaco, é utilizado em casos de impotência sexual. Na prática, o ilangue é muito aplicado para aumentar a autoestima e a libido (apetite sexual). Na crença popular, as mulheres gostam de utilizar a fragrância para atrair homens. Experiências exitosas Uma experiência feita sobre a memória de cheiros já apresentados às pessoas mostrou que quando aqueles foram mostrados novamente aos mesmos indivíduos,
  • 23. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 23 estes tiveram seu córtex olfativo ativado, em recuperação do cheiro já conhecido. O trabalho científico sugeriu que as características sensoriais de um odor original são preservadas no córtex olfativo. (Dolan et al, 2004) Em uma pesquisa cientifica realizada com pacientes epiléticos, a aromaterapia associada à hipnose mostrou afeito satisfatório no tratamento, apesar do paciente necessitar dispor de mais tempo e esforço pessoal. (Betts, 2003) A aromaterapia mostrou trazer benefícios no tratamento de demência de variados tipos e graus de severidade, em relação aos sintomas neuropsiquiátricos e agitação. O autor do trabalho menciona também que é necessário obter mais informações para que se possa chegar A conclusões mais seguras (Spector et al., 2003). Em um trabalho cientifico, foi possível mostrar que o óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) e seus principais constituintes (linalol e acetato de linalila) apresentaram efeito sedativo em experimentos realizados com animais de laboratório (fêmea e macho), que puderam ser vistos devido à redução da mortalidade e hiperatividade induzida. (Buchbauer, 1991) Dados de um experimento científico revelaram que a massagem aromaterápica e outras formas de aromaterapia mostraram-se favoráveis na redução da ansiedade em pacientes com câncer. Observou-se também a redução da dor e náusea nesses pacientes. (Barnes et al, 2004) Resultados de uma pesquisa feita com plantas de Madagascar revelam presença de atividade antimicrobiana em óleos essenciais. As plantas analisadas pertenciam às famílias Labiatae (Thymus vulgaris), Myrtaceae (Melaleuca viridiflora, Eugenia caryophyllata) e Compositae (Helichrysum lavanduloides). Foi também possível notar que o óleo essencial de melaleuca apresentou potente efeito inibitório, principalmente em bactérias grã-positivas (Bianchini, 1987). Um acontecimento verídico relatado por Grace (1999) foi capaz de mostrar que óleo de néroli e o aroma da flor de laranjeira foram capazes de reduzir a tensão do corpo e da mente de uma jornalista de cerca de trinta anos, Ângela Peroba, que não conseguia engravidar há anos. Em menos de dois meses de tratamento por psicoaromaterapia, ocorreu-lhe a primeira gravidez.
  • 24. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 24 5. TERAPIA A aromaterapia apresenta uma alternativa de tratamento holístico mais suave, para o corpo e a mente, e está sendo mais procurada pela população, visto a imensa gama de efeitos colaterais e reações adversas que a alopatia (tratamento convencional) pode oferecer. Nos países de Primeiro Mundo, a aromaterapia já é utilizada com êxito em ambientes de trabalho e hospitais, com propósitos terapêuticos, e está ganhando seu espaço. A terapia através dos aromas ainda não foi incorporada à cultura brasileira, e a razão pela qual isto ainda não ocorreu pode residir na falta de sua difusão para as pessoas, ou no escasso investimento intelectual e financeiro para seu progresso. Na atual civilização, pode-se dizer que vivemos em uma imensa competição, tanto na vida pessoal, como principalmente profissional, e isto nos torna mais cansados fisicamente e psicologicamente, além de extremamente materialistas. A aromaterapia consegue atuar nesses desequilíbrios, e resgatar, acima de tudo, o ser humano, ou melhor, a essência humana, que está cada vez mais esquecida, em detrimento das “regras” ditadas pela sociedade. Os óleos essenciais têm o poder de purificar o ar que respiramos e, ao mesmo tempo, relaxar, estimular ou aliviar os nossos sentimentos. São capazes também de promover nos indivíduos momentos de reflexão, para que se possa lembrar que somos pessoas dotadas de sentimentos e emoções, além de nosso imenso potencial intelectual e de trabalho. Há uma resistência por parte da comunidade em não acreditar nos efeitos do tratamento por aromaterapia, já que não constitui uma prática comum do cotidiano, mas, devido aos diversos benefícios que pode trazer à população, e aos relatos positivos de seus usuários, pode-se dizer que a aromaterapia está no início de uma longa jornada, que há de se estabelecer no mundo todo, masque ainda há muito a ser estudado e investido para que seja reconhecida efetivamente como medicina convencional e científica, para que possa então ganhar maior credibilidade e respeito. Segundo Cunha e Roque (2013), aromaterapia é encarada como uma medicina complementar, utilizada maioritariamente nos cuidados de saúde primários sendo compatível com a terapêutica clássica (CUNHA e ROQUE, 2013).
  • 25. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 25 Cunha e colaboradores (2012), citaram que, embora o recurso aos medicamentos de síntese química continue a ser elevado nos países desenvolvidos, nas últimas décadas tem-se verificado uma maior procura de fitoterápicos entre os consumidores (CUNHA et al., 2012). Também a área de investigação tem vindo a demonstrar interesse renovado pelos fitoterápicos, em muito, devido às inovações de equipamentos e técnicas que têm permitido obter mais informações acerca destes produtos naturais (LAVADRE, 1992). Gomes (2009), fala que para o uso dessa terapia, um óleo essencial não pode ser usado diretamente na pele, pois são muito concentrados e podem causar lesões na pele (GOMES, 2009). São utilizados carreadores para a diluição ou mistura dos óleos essenciais que são: óleos vegetais, emulsões, sabonetes, xampus, álcool de cereais, cremes. Todos os carreadores têm origem neutra para não interferir nas propriedades do princípio ativo, que são os óleos essenciais (LAVADRE, 1992; AMARAL e BARROS 2004). Segundo Haore (2010), essa pratica tem por função combinar óleos essenciais, essa combinação tem como resultado um efeito global, utilizando a propriedade de cada óleo, podemos obter vários benefícios através do seu princípio ativo (HOARE, 2010). Os óleos essenciais que se combinam são denominados sinergias. A cada tratamento os óleos podem ser alterados e combinados, dependendo de cada necessidade, que o indivíduo obtém. Para o terapeuta obter resultados eficazes e preciso que ele se atente a causa subjacente do problema a ser tratado e seus sintomas (LAVADRE, 1992). A aromaterapia baseia-se em efeitos psicológicos e fisiológicos. Essa técnica é utilizada para aqueles que procuram relaxamento e tranquilidade e também, aqueles que almejam beleza e saúde (MOREN, 2009). Cada essência de planta, erva e flor e dominante em alguma condição psicológica da mente. As reações podem ser de efeito estimulante ou calmante em uma variedade de condições, e ambos podem ter efeito deixando alguém calmo ou alerta, equilibrando portando sua atual condição (LAVADRE, 1992). Essa terapia não fica restrita somente a sua eficácia e baixo custo, mas se estende ao modo da assistência ao paciente, que foca tratar não somente a doença, mas sim, tratar o indivíduo de uma maneira como um todo (GNATTA et al., 2011).
  • 26. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 26 Segundo Ferreira (2014), as principais atividades terapêuticas estudadas são atividade antimicrobiana, nomeadamente antibacteriana, antifúngica e antiviral, ansiolítica, antidepressiva, anti-inflamatória, antioxidante, anticarcinogénica e antinociceptiva (FERREIRA, 2014). Silva (2001), cita que, na medicina, sua administração é feita por meio de supositórios, de ingestão de óleos em gotas, de capsulas de géis e devem ser prescritos por especialistas, porque alguns podem ser tóxicos (SILVA, 2001). No uso terapêutico, a massagem com óleos essenciais é associada à outras técnicas como, a cromoterapia, a musicoterapia, entre outras (LAVADRE, 1992; ROSE 1995).
  • 27. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 27 6. TÉCNICAS DE USO Há um aglomerado de técnicas para a aplicação, com indicações especificas para cada caso, são elas: Uso interno O uso interno de óleos essenciais pode ser muito eficaz, porém sua ingestão deve ser feita sob orientação de um terapeuta. Vale saber, que esse método não é recomendado em menores de 6 anos e gestantes. Tem sido utilizada com sucesso em infecções bacterianas e deficiências imunológicas, atuando também no sistema nervoso central (AMARAL e BARROS,2004). Difusão Recomendado para tratar problemas emocionais, psíquicos, respiratórios e digestivos. A via aérea é o canal mais eficiente para atingir o sistema nervoso central, responsável pelos efeitos relaxantes ou estimulantes e sensações de emoção e instinto. Os aromas são absorvidos pelo sistema límbico via bulbo olfatório e podem também ter efeitos farmacocinéticos, ao serem captados pelos alvéolos do pulmão e levados a corrente sanguínea. Os difusores mais utilizados são os com sistema quente, que elevam e evaporam o óleo essencial, difundindo o por todo o local. Difusores ambientais utilizam o sistema frio, por difusores elétricos (nebulizadores) ou sprays, estudos dizem que este método não altera a composição química dos óleos. Pode ser conduzido através da inalação a seco ou úmida (AMARAL e BARROS, 2004). Massagem. Ao combinar as vantagens da massagem terapêutica com a eficiência do uso dos óleos essenciais pode ter efeitos relaxantes, energéticos, anticelulite e afrodisíaca. Os óleos essenciais penetram na pele pelos ductos das glândulas e posteriormente, serão gradualmente liberados na corrente sanguínea e linfática, atingindo todos os sistemas, incluindo o límbico, facilmente atingido e absorvido pela mucosa nasal (AMARAL e BARROS, 2004). Massagem com pindas
  • 28. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 28 Originário das antigas terapias orientais, e reconhecido através dos seus resultados esta técnica encontra-se de certa forma ligada ao fundamento da moxibustão, através da aplicação de calor em pontos de shiatsu ou da acupuntura (LAVABRE, 1992; ROSE, 1995; AMARAL e BARROS 2004). Trata-se de saquinhos de linho que no seu interior têm ervas medicinais, óleos essências e especiarias com propriedades relaxantes ou estimulantes. As pindas são previamente aquecidas com a intenção de promover uma vasodilatação facilitando assim a penetração dos óleos. Esta técnica pode ser aplicada recorrendo a várias manobras de massagem, criando um relaxamento profundo ou massagens de estimulação (LAVABRE, 1992; ROSE, 1995; AMARAL e BARROS 2004). A base de um óleo de massagem, deve ser sempre um óleo extraído por pressão a frio (ROSE, 1995). De acordo com o óleo utilizado, a massagem pode ter efeito:  Calmante: induzindo o relaxamento profundo dos tecidos, músculos e articulações;  Afrodisíaco: melhorando o prelúdio ou interlúdio;  Tônico: das glândulas endócrinas e do sistema nervoso, tonifica os tecidos com uma massagem energética;  Circulatório: fortalece esse sistema e liquefaz o sangue. Também é ótimo contra varizes, hemorroidas e obesidade (LAVABRE, 1992). Compressas Eficiente na analgesia e diminuição de edemas e inflamações. A aplicação tópica pode ser quente, morna ou fria. São aplicadas na maturação de abscessos, cólicas, queimaduras e dores musculares (AMARAL e BARROS, 2004). Deve se embeber um pano em 5 gotas de óleo essencial diluído em meio litro de água filtrada e aplicar na região a ser tratada. No caso da compressa quente ou morna, deve se aumentar a quantidade de água para 5 litros, mantendo-a sempre na temperatura ideal. Esse tipo de indicação acelera o processo de penetração dos óleos nos tecidos (AMARAL e BARROS, 2004). Essa compressa pode ser aplicada na face, com cinco gotas da mistura adequada de óleos em uma bacia morna, embebendo um chumaço de algodão ou uma toalha nesse liquido e aplicando com cinco minutos. A operação pode ser repetida até 3 vezes (LAVABRE, 1992).
  • 29. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 29 Máscaras A máscara facial pode limpar, hidratar, nutrir e revitalizar a pele, eliminando toxinas e estimulando a circulação sanguínea local. Argila, mingau de aveia, água destilada, frutas ou verduras, óleo vegetal e óleos essenciais são os ingredientes básicos da máscara (ROSE, 1995). Coloca-se num recipiente algumas colheres de sopa de argila e mingau, acrescenta-se a polpa e o suco da fruta, depois uma colher de chá de óleo vegetal e cinco gotas de óleo essencial. A água destilada é acrescentada, mexendo a mistura até atingir a consistência adequada (LAVABRE, 1992). Deve ser aplicada com a ponta dos dedos e age por no máximo quinze minutos. Em seguida retira-se com uma esponja molhada e lava-se o rosto com a água destilada (LAVABRE, 1992). Banhos aromáticos Consiste no banho de imersão em banheira aquecida com algumas gotas de óleo essencial. Indicado como relaxante muscular, assim como no tratamento de dores e afecções das vias respiratórias. Recomenda-se diluir 10 ml de óleo vegetal e 10 gotas de óleo essencial em uma colher de leite morno ou mel e após aplicar na banheira com água. (AMARAL e BARROS,2004) Usada estritamente como uma técnica complementar, a aromaterapia pode ser muito agradável quando aplicada juntamente com banhos e massagens. Pode ajudar a relaxar, reduzir o estresse, aumentar o nível de prazer e a qualidade de vida. Um dos cuidados é evitar a exposição prolongada devido à possibilidade de causar alergias. (SIEGEL, 2014) Bandagem aromática (para o corpo) Coloca-se um cobertor na superfície a ser utilizada, depois cobre-se com um plástico e uma toalha grande por cima. É recomendado diluir de 10 a 15 gotas da mistura apropriada de óleos a uma quantidade de 220 a 330g de água quente num vaporizador (LAVABRE, 1992). Banho de vapor facial
  • 30. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 30 Utilizando de 5 a 15 gotas de óleo em uma bacia de água quente. Com uma toalha grande cobrindo a cabeça, o vapor desobstrui os poros do rosto. Adicione algumas gotas de cinco em cinco minutos. Faça isso por dez ou quinze minutos (LAVABRE, 1992). Escalda pés Útil no tratamento de fungos, frieiras dores e calos, também tem função vasoconstrição qual melhora o fluxo sanguíneo nos pés. Nesse método é realizado um banho de imersão nos pés, em um recipiente com água, 10 gotas de óleo essencial e 10 ml de óleo vegetal e uma colher de leite. A essência tem propriedades antisséptica, antimicrobiana (AMARAL e BARROS, 20040. KELLER (2009), preconiza algumas quantidades, descritas abaixo:  1ml = 1g = 20-25 gotas, variando com a consistência do óleo.  Solução a 1% em 50 ml de óleo de plantas = 10-15 gotas de óleos aromáticos  Banhos: 6-10 gotas  Óleos para massagem: solução de 1-2% = 15-30 gotas em 50ml de óleos vegetais.  Óleos para cura: solução a 3% = 40 gotas em 50ml de óleos vegetais.  Inalação: máximos de 10 gotas em 2l de água.  Compressas: máximo de 5 gotas em 1l de água.  Difusor aromatizante: de 6 a 20 gotas (KELLER, 2009).
  • 31. ____________________________________________ AROMATERAPIA www.ibrasuperior.com.br 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS, Tetrazini M. C. R. dos. Aromaterapia: terapia aplicada através dos óleos esseciais. São Paulo: Roka, 1996. ASIMOV, Isaac. O cérebro humano: suas capacidades e funções. São Paulo: Boa Leitura, [20—?]. BARNES K.; FELLOWES, D.; WILKINSON, S. Aromatherapy and Massage for Symptom Relief Inpatients with Cancer. Cochrane Database of Systematic. Reviwes, n.2, CD 002287, 2004. BELL, G. H.; DAVIDSON, J. N.; EMSLIE SMITH, D. Textbook of physiology and biochemistry. 8.ed. Edimburg: Churchill Livingstone, 1972. BETTS, T. Use of aromatherapy (with or without hypnosis) in the treatment of intractable epilepsy: a two — year follow — up study. Seizure. v.12, n.8, p.534-8. dez. 2003. BIANCHINI, J. P. et al. Antibacterial action of essential oils extracted from Madagascar plants. Madagascar: Archives de l Institut Pasteur de Madagascar, v.53, n.1, p.217-26, 1987. BANDONI, A. L.; CZEPACK, M. P. Os recursos vegetais aromáticos no Brasil. Vitoria: Edufes, 2008. 624p. BASTOS, J. F. A. et al. Hypotensive and vasorelaxant effects of citronellol, a monoterpene alcohol, in rats. Basic Clinical Pharmacology & Toxicology. 2010 ;106(4):331-7. BOURRET, J. C. Les Nouyeaux Sices de La medicina par lês plantes. Hachette, 1981; 45: 454-76. BRITO, R. G.; GUIMARÃES, A. G.; QUINTANS, J. S. S.; SANTOS, M. R. V.; SOUSA, D. P.; BADAUEPASSOS JR, D.; LUCCA JR, W.; BRITO, F. A.; BARRETO, E. O.; OLIVEIRA, A. P.; QUINTANS JR, L. J. Citronellol, a monoterpene alcohol, reduces nociceptive and inflammatory activities in rodents. Journal of Natural Medicines, v. 66, n. 4, p. 637-44, 2012. BUCHBAUER, G. On the biological properties of fragrance compounds and essential oils. Wien Med Wochenschr. 2004; 154(21–22):539–547. BUCKLE, K. Clinical aromatherapy and AIDS. Assc. Nurses AIDS Care, 2002; 13(3): 81-99.
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