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IMPACTOS DA OCUPAÇÃO URBANA NA
PERMEABILIDADE DO SOLO:
O CASO DE UMA ÁREA DE
URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA EM
CAMPINA GRANDE – PB
Seminário de Mecânica dos Solos I
Prof. Drª. Roberta Costa
Derick Valente
Juliana Bonfim
Rodrigo Pontes
INTRODUÇÃO
O incentivo a Industrialização estimulou a migração do campo para cidade,
contribuindo para o aumento das regiões periféricas.
A partir da segunda metade do século XX, o crescimento
significativo e acelerado da população brasileira acarretou
diversos impactos —ambientais, sociais, econômicos e culturais —
que interferem diretamente no cotidiano da população.
INTRODUÇÃO
A expansão urbana e o crescimento populacional são processos
naturais.
A falta de planejamento e práticas inconsequentes causam danos
ao meio ambiente por meio da ocupação de áreas de preservação.
IMPACTOS
AMBIENTAIS
NEGATIVOS
I. A sobrecarga no sistema de drenagem urbana
por meio do aumento da impermeabilização do
solo e da diminuição da infiltração;
II. A perda da cobertura vegetal por pavimentos
impermeáveis, diminuindo a infiltração da água
no solo e aumentando a sua quantidade e a sua
velocidade de escoamento;
III. A escassez e a diminuição da qualidade dos
recursos hídricos;
IV. O acúmulo de resíduos sólidos nos elementos do
sistema de drenagem, obstruindo-os e, com isso,
ocasionando seus transbordamentos em
períodos de chuva;
V. O aumento da densidade urbana em
determinadas zonas, principalmente as
consideradas de baixo valor especulativo
imobiliário da cidade.
PLANEJAMENTO E
GESTÃO URBANOS
PARAMÊTROS URBANÍSTICOS:
• Gabarito;
• Afastamento;
• Taxa de Ocupação;
• Taxa de Permeabilidade.
CAMPINA GRANDE
Urbe em Crescimento
1991 – 307.468 habitantes
2010 – 400.000 habitantes
2007-2010 aumento de 13 mil habitantes
Crescimento sem planejamento adequado
ÁREA DE ESTUDO
CAMPINA GRANDE
07º13’50’’S e 35º52’52’’O de
Greenwich
Área territorial:
594,182 km²
População:
402.912 habitantes
Densidade demográfica:
678,10 hab/km²
• CATOLÉ
Densidade demográfica:
6.782 hab/km²
• SANDRA CAVALCANTE
Densidade demográfica:
4.959 hab/km²
AMBAS CIDADES ESTÃO
INSERIDAS NA BACIA
HIDROGRAFIA DO RIACHO PRADO
LOCALIZAÇÃO
DOS BAIRROS
ESTUDADOS
CATOLÉ E SANDRA CAVALCANTE
Alta densidade
populacional
urbana
Intensa
ocupação do
solo urbano
Muitas
superfícies
impermeáveis
Alagamento
frequente após
eventos chuvoso
Topografia plana
Os bairros
configuram uma
microbacia de
drenagem
Falha no
sistema de
drenagem
convencional
BACIA
HIDROGRAFIA
DO RIACHO
PRADO
ANÁLISE DO
ESPAÇO NO TEMPO
1982 – Digitalização, vetorização do mapa
e consulta aos moradores e pesquisadores
2011 – Google Earth e ortoimagem
fornecida pela Prefeitura
2014 – StreetView, ferramenta do Google
Earth
2014
Datas escolhidas:
QUANTIFICAÇÃO DA ÁREA
IMPERMEÁVEL
A diferença entre área construída e
superfície natural, obtendo-se a
porcentagem estimada da área
impermeável em cada lote.
SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA
Para simulação:
• Quadras foram consideradas sub-bacias;
• Cada unidade de área foi analisada o escoamento durante e
depois do evento chuvoso;
• O Software utilizado foi o Storm Water Management Model
(SWMM)
STORM WATER MANAGEMENT
MODEL
• O Modelo de Gerenciamento de Águas
Pluviais da Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos é um
modelo dinâmico de simulação de chuva-
escoamento-subsuperfície usado para
simulação de evento único a longo prazo
da quantidade e qualidade da hidrologia
de uma área.
• A calibração foi realizada devida à
necessidade de encontrar os valores
estimados de capacidade de
armazenamento em depressões em
superfícies impermeáveis (DI) e
permeáveis (DP).
• Foram considerados intervalos indicados
pelo manual do Software.
SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA
Foram considerados os tipos
de solo predominantes na
região com seus respectivos
coeficientes de Manning.
RESULTADO
• 11 eventos chuvosos no período
entre julho de 2007 e agosto de
2011;
• Foram escolhidos os 8 eventos com
maior volume de precipitação;
• Segundo o gráfico, a intensidade da
chuva para essas durações e
frequência, foi de aproximadamente
40,00 mm/h. A simulação
hidrológica gerou mapas de
inundação.
GRÁFICO DE
INTENSIDADE X
DURAÇÃO DAS CHUVAS
OCUPAÇÃO NA ÁREA
ANÁLISE
A diferença entre os anos 2011 e
2014 não são tão evidentes nos
mapas, mas o processo de
verticalização foi acelerado nesse
intervalo de tempo, cerca de 272
novos domicílios.
TAXA DE OCUPAÇÃO E ÍNDICES DE APROVEITAMENTO
MAPA DE INUNDAÇÃO
PARA INTENSIDADE DE
40MM/H DURANTE 60
MINUTOS
ANÁLISE
272 sub-bacias
• 253 com o escoamento superficial com a lâmina superior a
12,70mm;
• 16 com o escoamento superficial com a lâmina entre 2,55 mm e 1,27
mm;
• 1 com o escoamento superficial com a lâmina entre 1,27 mm e 0,25
mm;
• 2 com o escoamento superficial com a lâmina inferior a 0,25 mm.
MAPA DE INUNDAÇÃO PARA
INTENSIDADE DE 40MM/H
APÓS 60 MINUTOS
ANÁLISE
• 29 sub-bacias com o escoamento superficial com a lâmina
superior a 12,77 mm;
• Ao sul de Catolé, presença de vias não pavimentadas,
consequentemente sem sistema de drenagem.
• Em Sandra Cavalcante, concentração de áreas alagadas são
agravadas pela condição topográfica.
CONCLUSÕES
O aumento da
impermeabilização do solo
contribuiu para o aumento do
escoamento superficial;
A falta de planejamento na
ocupação dos bairros coopera
para um alto percentual de
área impermeabilizada.;
Necessita de uma revisão no
sistema de microdrenagem
junto às manutenções
preventivas.
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  • 1. IMPACTOS DA OCUPAÇÃO URBANA NA PERMEABILIDADE DO SOLO: O CASO DE UMA ÁREA DE URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA EM CAMPINA GRANDE – PB Seminário de Mecânica dos Solos I Prof. Drª. Roberta Costa Derick Valente Juliana Bonfim Rodrigo Pontes
  • 2. INTRODUÇÃO O incentivo a Industrialização estimulou a migração do campo para cidade, contribuindo para o aumento das regiões periféricas. A partir da segunda metade do século XX, o crescimento significativo e acelerado da população brasileira acarretou diversos impactos —ambientais, sociais, econômicos e culturais — que interferem diretamente no cotidiano da população.
  • 3. INTRODUÇÃO A expansão urbana e o crescimento populacional são processos naturais. A falta de planejamento e práticas inconsequentes causam danos ao meio ambiente por meio da ocupação de áreas de preservação.
  • 4. IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS I. A sobrecarga no sistema de drenagem urbana por meio do aumento da impermeabilização do solo e da diminuição da infiltração; II. A perda da cobertura vegetal por pavimentos impermeáveis, diminuindo a infiltração da água no solo e aumentando a sua quantidade e a sua velocidade de escoamento; III. A escassez e a diminuição da qualidade dos recursos hídricos; IV. O acúmulo de resíduos sólidos nos elementos do sistema de drenagem, obstruindo-os e, com isso, ocasionando seus transbordamentos em períodos de chuva; V. O aumento da densidade urbana em determinadas zonas, principalmente as consideradas de baixo valor especulativo imobiliário da cidade.
  • 5. PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS PARAMÊTROS URBANÍSTICOS: • Gabarito; • Afastamento; • Taxa de Ocupação; • Taxa de Permeabilidade.
  • 6. CAMPINA GRANDE Urbe em Crescimento 1991 – 307.468 habitantes 2010 – 400.000 habitantes 2007-2010 aumento de 13 mil habitantes Crescimento sem planejamento adequado
  • 7. ÁREA DE ESTUDO CAMPINA GRANDE 07º13’50’’S e 35º52’52’’O de Greenwich Área territorial: 594,182 km² População: 402.912 habitantes Densidade demográfica: 678,10 hab/km² • CATOLÉ Densidade demográfica: 6.782 hab/km² • SANDRA CAVALCANTE Densidade demográfica: 4.959 hab/km² AMBAS CIDADES ESTÃO INSERIDAS NA BACIA HIDROGRAFIA DO RIACHO PRADO
  • 9. CATOLÉ E SANDRA CAVALCANTE Alta densidade populacional urbana Intensa ocupação do solo urbano Muitas superfícies impermeáveis Alagamento frequente após eventos chuvoso Topografia plana Os bairros configuram uma microbacia de drenagem Falha no sistema de drenagem convencional
  • 11. ANÁLISE DO ESPAÇO NO TEMPO 1982 – Digitalização, vetorização do mapa e consulta aos moradores e pesquisadores 2011 – Google Earth e ortoimagem fornecida pela Prefeitura 2014 – StreetView, ferramenta do Google Earth 2014 Datas escolhidas:
  • 12. QUANTIFICAÇÃO DA ÁREA IMPERMEÁVEL A diferença entre área construída e superfície natural, obtendo-se a porcentagem estimada da área impermeável em cada lote.
  • 13. SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA Para simulação: • Quadras foram consideradas sub-bacias; • Cada unidade de área foi analisada o escoamento durante e depois do evento chuvoso; • O Software utilizado foi o Storm Water Management Model (SWMM)
  • 14. STORM WATER MANAGEMENT MODEL • O Modelo de Gerenciamento de Águas Pluviais da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos é um modelo dinâmico de simulação de chuva- escoamento-subsuperfície usado para simulação de evento único a longo prazo da quantidade e qualidade da hidrologia de uma área. • A calibração foi realizada devida à necessidade de encontrar os valores estimados de capacidade de armazenamento em depressões em superfícies impermeáveis (DI) e permeáveis (DP). • Foram considerados intervalos indicados pelo manual do Software.
  • 15. SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA Foram considerados os tipos de solo predominantes na região com seus respectivos coeficientes de Manning.
  • 16. RESULTADO • 11 eventos chuvosos no período entre julho de 2007 e agosto de 2011; • Foram escolhidos os 8 eventos com maior volume de precipitação; • Segundo o gráfico, a intensidade da chuva para essas durações e frequência, foi de aproximadamente 40,00 mm/h. A simulação hidrológica gerou mapas de inundação.
  • 19. ANÁLISE A diferença entre os anos 2011 e 2014 não são tão evidentes nos mapas, mas o processo de verticalização foi acelerado nesse intervalo de tempo, cerca de 272 novos domicílios.
  • 20. TAXA DE OCUPAÇÃO E ÍNDICES DE APROVEITAMENTO
  • 21. MAPA DE INUNDAÇÃO PARA INTENSIDADE DE 40MM/H DURANTE 60 MINUTOS
  • 22. ANÁLISE 272 sub-bacias • 253 com o escoamento superficial com a lâmina superior a 12,70mm; • 16 com o escoamento superficial com a lâmina entre 2,55 mm e 1,27 mm; • 1 com o escoamento superficial com a lâmina entre 1,27 mm e 0,25 mm; • 2 com o escoamento superficial com a lâmina inferior a 0,25 mm.
  • 23. MAPA DE INUNDAÇÃO PARA INTENSIDADE DE 40MM/H APÓS 60 MINUTOS
  • 24. ANÁLISE • 29 sub-bacias com o escoamento superficial com a lâmina superior a 12,77 mm; • Ao sul de Catolé, presença de vias não pavimentadas, consequentemente sem sistema de drenagem. • Em Sandra Cavalcante, concentração de áreas alagadas são agravadas pela condição topográfica.
  • 25. CONCLUSÕES O aumento da impermeabilização do solo contribuiu para o aumento do escoamento superficial; A falta de planejamento na ocupação dos bairros coopera para um alto percentual de área impermeabilizada.; Necessita de uma revisão no sistema de microdrenagem junto às manutenções preventivas.