Crises e revolução no século xiv 7ºc daniela charrua e ricardo português
Historia
1. Crise do século XIV é a expressão utilizada para denominar um conjunto de fatores e eventos
ocorridos no século XIV e que aceleraram a decadência do feudalismo e o fim da Idade Média na
Europa Ocidental.
Com essa crise iniciou-se também a decadência das universidades e escolas medievais e, por
conseguinte, o progresso científico que estava florescendo. A medicina desviou-se da prática
metodologica para ceder às superstições e medos que se deram com a Peste e a Grande Fome.
A cultura de higiene que havia se disseminado através dos monges herbalistas se extingue e a
medicina atribui a causa da peste à água que se tornou cada vez mais escassa em seu estado
potável devido às fortes chuvas. Logo, há redução no número de banhos e o início de uma era
de ensebamento no século XV.
A Guerra dos Cem anos acentuou a penúria europeia. Cena da Batalha de Sluys
Causada por diversos motivos, a crise teve origem na época em que não havia novas terras a
serem ocupadas, fazendo com que a produção não crescesse, uma vez que no sistema feudal
uma maior produção significava anexar novas terras. Com a produção estagnada e uma
população maior, a fome se espalhou pela Europa. Além disso, a destruição das florestas e do
meio ambiente ocorrida durante o século XII causou sérias mudanças climáticas, como por
exemplo, severas chuvas. A Europa devastada pela fome, estava mais vulnerável a doenças
como a Peste negra. Para agravar a situação existiam constantes guerras, a mais conhecida foi a
Guerra dos Cem Anos. Tudo isto causou uma grande queda demográfica. Como havia menos
pessoas para trabalhar, os nobres impuseram uma maior carga de trabalho sobre os
camponeses, o que gerou revoltas populares como a Jacquerie e a Revolta camponesa de 1381.
Crise de 1383—1385 em Portugal
Ver artigo principal: Crise de 1383—1385 em Portugal
Em Portugal não se passava apenas uma crise demográfica e económica, mas também a passar
uma crise de sucessão: em 1383 Dom Fernando faleceu. Como a sua única herdeira, Beatriz, de
Portugal, era casada com João I de Castela, se fosse nomeada para governar Portugal, o reino
corria sérios riscos de perder a sua independência. Esta decisão não agradava algumas pessoas,
então daí surgiram dois partidos: o do povo, baixa nobreza e burguesia que apoiavam o Mestre
de Avis (João I de Portugal) e a independência de Portugal, e o da nobreza que apoiava Dona
Beatriz. Com esta vitória na batalha de Aljubarrota, Mestre de Avis foi titulado D. João I (o
primeiro da Dinastia de Avis). Foi a crise do século e tem como suas características o abalo das
2. guerras, fome e epidemias acentuando assim o processo do capitalismo.
A peste negra
Ver artigo principal: Peste negra
Propagação da peste na Europa.
Em Portugal a Peste Negra entrou em 1348. Alguns historiadores dizem que os primeiros casos
se registaram na primavera, mas outros garantem que foi só em setembro[carece de fontes]. De
qualquer forma sabe-se que foi uma espécie de "praga–relâmpago". Até ao Natal, matou muito
mais do que metade da população portuguesa, e depois desapareceu, e foi exactamente assim
no resto da Europa. Como naquela época a medicina estava muito pouco desenvolvida, as
pessoas pensavam que a peste era um castigo enviado por Deus. Na altura organizavam-se
várias penitências, e os cristãos tentavam proteger-se usando estampas e relíquias de santos
como São Sebastião e São Roque. Os físicos (médicos da altura) deram explicações mais
racionais para a doença, mas nunca descobriram que a origem estava numa bactéria existente
nos estômagos das pulgas dos ratos. Muitos físicos recusavam-se a visitar os pacientes, mas
outros mais corajosos procuravam levar algum conforto à cabeceira dos pestilentos. Para
evitarem o contágio usavam um traje especial. A única medida aconselhada era limpar o corpo
com vinagre, mas a maior parte dos tratamentos eram simples e mudavam de país para país. A
peste negra foi se alastrando por toda a Europa atingindo até os mais ricos. A peste negra é
também conhecida como peste bubônica.
"Fome monetária"
A escassez de moedas (quando voltou a ser fonte de riqueza) também foi um fator importante
na crise do século XIV. Causada pelo comércio de mão única, onde os comerciantes europeus
compravam do oriente e vendiam na Europa, as moedas de metais preciosos ficaram escassas,
criando uma situação de crise. Felipe, o Belo, rei da França, tentou amenizar a crise ao misturar
outros metais às moedas. Esse fato foi percebido pelos comerciantes que aumentaram os
preços dos produtos, aumentando ainda mais a inflação