Batman e Drácula se encontram em uma clínica geriátrica na Suíça e discutem suas idades e origens. Embora sejam opostos - um é o bem e o outro o mal - eles compartilham características como serem homens-morcegos e aristocratas. Drácula argumenta que eles são basicamente da mesma classe.
3. Vamos ler a crônica a seguir:
A diferença
Uma vez imaginei o encontro de Batman e Drácula numa clínica geriátrica, na Suíça.
Batman não acredita que Drácula tenha mais de 500 anos. Não lhe daria mais de
200.
— Tempo demais — diz Drácula. — Estou na terceira idade do Homem. Depois da
mocidade e da maturidade, a indignidade... [...]
— E você Batman?
Batman [...] não confessa a sua idade, mas recusa-se a tirar a máscara para que não
vejam as suas rugas. Ele não é um super-herói com superpoderes, como o Super-
Homem. [...]
4. - Não somos muito diferentes - diz Drácula.
- Somos completamente diferentes - rebate Batman. - Eu sou o Bem, você é o Mal. Eu
salvava as pessoas, você chupava o seu sangue e as transformava em vampiros como você.
Somos opostos.
- No entanto [...], somos os dois homens-morcegos. [...]
- A diferença é que eu escolhi o morcego como modelo. Foi uma decisão artística,
estética, autônoma.
- E estranha - diz Drácula. - Por que o morcego? Eu tenho a desculpa de que não foi
uma escolha, foi uma danação genética.
- Somos dois aristocratas, Batman, um feudal e outro urbano, um da Velha Europa e outro
da Nova América. Eu era Vlad, na Transilvânia, você o herdeiro de uma imensa fortuna em
Gotham. Eu era o terror dos aldeãos, você um rico caridoso. Os pobres nunca ameaçaram
invadir a sua mansão com archotes, mas somos, os dois, da mesma classe, a dos
sanguessugas. O que nos diferencia é que eu não tinha remorsos.
VERISSIMO, Luis Fernando. A diferença _In: Diálogos impossíveis, 2012. Fragmento.
6. Terminamos de ler um fragmento de uma
crônica. Agora, vamos conhecer as suas
características:
7.
8. Intertextualidade
Observem que o autor está usando dois personagens de diferentes histórias
em sua crônica, ou seja, estabelece relação entre dois textos.
• Chamamos isso de intertextualidade.
Ela ocorre quando um texto está inserido em outro, podendo acontecer de
maneira implícita (quando os elementos intertextuais não estão expressos)
ou explícita. Muitos compositores, pintores e escritores brasileiros
utilizaram-se desse recurso, elaborando um texto novo a partir de outro já
existente.
Para o leitor reconhecer a intertextualidade é preciso o conhecimento
anterior sobre os textos que foram usados para compor o novo texto.
17. Atividades
1-A crônica que terminamos de ler apresenta uma situação de comunicação entre
dois personagens:
um comprador e um vendedor.
A partir do fragmento lido escreva as principais características dos personagens.
2- Leia o trecho seguir:
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um… como é mesmo o nome?”
Por que o homem que deseja comprar o objeto tem dificuldade em fazer isso?
18. 3) Em que lugar ou espaço estão os personagens?
(A) Em uma rua bem movimentada. (C) Em uma praça.
(B) Em uma estação de metrô. (D)Em uma loja.
4) Os fatos de uma história acontecem em um tempo. Nessa história, os fatos acontecessem
durante:
(A) Uma sequência de vários dias. (C)O período de um dia inteiro.
(B) Durante uma conversa. (D)O período de uma noite inteira.
5) Em um momento da crônica, o comprador diz “[...] a palavra me escapou por completo [...]”, o que
isso significa?
R
6) Ao perceber que o comprador não consegue descrever o que deseja, o vendedor sugere que ele:
(A) Desista (B) mostre com as mãos (C) desenhe (D) aponte.
7) Em sua opinião, o vendedor foi paciente? Copie uma frase que justifique sua resposta:
19. 8) Ordene de acordo com os fatos ocorridos na crônica:
( ) Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
( ) Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo.
( ) É intiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.
( ) Uma espécie de, como é que se diz? De sulco.
( ) Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme,
cavalheiro!
( ) Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa.
20.
21.
22.
23. • O caipira ouve com olhar atento. Dentista (continua falando):
• - E para arrancar o seu dente eu vou cobrar apenas 10 mil réis.
• O caipira então tira do bolso da calça um maço de notas sujas e começa
a desfilá-las com as pontas dos dedos molhados de saliva.
• Dentista (interrompendo o gesto do caipira):
• - Não… não… senhor. Não precisa pagar agora, não, meu amigo. Eu não
cobro adiantado.
• Caipira (olhando para o dentista):
• - Quem foi que falô que eu vou pagar adiantado? Tô só contando. Vou lá
sabê se quando eu acordar desse sono o meu dinheiro ainda vai estar
aqui!