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Chamado e ministério
Desenvolvendo o chamado
Todo cristão tem algum tipo de ministério.
Vale ressaltar que a definição de ministério não se reduz a algo a ser realizado dentro de
quatro paredes e todos possuem uma vocação.
os princípios te ajudarão a decidir em cada área da vida. A história do profeta Jonas nos
faz repensar nossa vocação ministerial, para que ela não se corrompa.
Muitas vezes, após receber o chamado, criar consciência e iniciar o desenvolvimento da
nossa vocação, passamos a incorrer em desvios de caráter em meio à jornada - por
exemplo, a aceitação de suborno.
Falhas morais e éticas que nos levam a abandonar a essência da fé e da vocação.
“E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: levanta-te, vai à grande
cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença.
Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope,
achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro
dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.“ (Jonas 1:1-3)
O fracasso de Jonas
Jonas foi chamado para ser profeta em uma cidade chamada Nínive, porém
ele fugiu para Társis:
Notamos dois movimentos ao analisar os versículos acima.
O primeiro indica a desobediência de Jonas, gerando seu fracasso.
O segundo movimento é muito interessante: mesmo quando foi um profeta obediente,
seu fracasso foi ainda maior, porque revelou coisas no coração de Jonas que mostraram
o quanto ele estava distante de entender a misericórdia de Deus.
Podemos resumir que ele fracassouquando obedeceu e fracassou quando desobedeceu.
Társis e Nínive
Társis localizava-se na Espanha, o lugar para o qual Jonas foge.
Conforme relatado na Bíblia, ele foi para longe da presença do Senhor. Ir para longe da
presença do Senhor nos faz entender que Jonas fugiu para ter o controle.
Se ele fosse para Nínive, as coisas teriam acontecido do jeito que Deus planejou. Társis
era um lugar onde Jonas teria controle da situação, além de ser um local propício ao
crescimento de seu próprio orgulho. Em Nínive não haveria essa possibilidade.
Analisando o fundamento do chamado lugar de fuga, entendemos que é um
ambiente onde podemos exercer a nossa vocação sem ter que tratar com Deus.
Escolhemos esses lugares com o intuito de fugir. O crescimento é aceitável e desejável,
mas somente dentro daquilo que desejamos, em nosso mundo particular e do nosso
jeito. Em última análise: sem estar debaixo da soberania de Deus.
O lugar onde desenvolver o ministério, a congregação, é muito semelhante à Nínive em
vários aspectos - um lugar de trabalho duro, sem muita expectativa de sucesso ou, pelo
menos, não como a sociedade pensa.
“O trabalho envolve rotina, limpar o curral e o estábulo, limpar esterco, arrancar
ervas daninhas e, por conta das falsas expectativas dos vocacionados, começar a
viver cheio de ressentimento. Não era para ser assim, Társis era melhor.”
O fato é: Nínive não é um lugar encantador, Társis é. Nínive é um lugar onde você irá
conviver com a realidade, contudo, é nesse lugar que seu ministério florescerá. Quando
se foge do seu lugar como pastor, como líder, como ministro, você está fugindo da sua
vocacional. Se você não estiver exercitando o seu ministério de maneira coerente com o
evangelho, estará esvaziando o seu propósito.
Nota Pastoral
Dia após dia, domingo após domingo, reunião após reunião, muitas vezes estaremos
animados, porém haverão dias em que as pessoas estarão desanimadas.
Chegará um momento em que você estará ministrando a Palavra e as pessoas estarão
atentas. Mas,de repente, você perceberá que,em muitos dias,as pessoas parecerãousar
um controle remoto na mão, ligando e desligando a sua ministração. Se você não tem
consciência da vocação, por melhor que seja a igreja onde trabalha, por melhor que seja
esse grupo, você será tentado por um (res)sentimento de que as pessoas talvez não
estejam dando a atenção que você gostaria de receber.
Em Nínive você recebe um choque de realidade, as pessoas não estão ali como você
gostaria que elas estivessem, e, quando você olhar para Nínive, pode até pensar: “Poxa,
mas não é essa igreja que eu sempre sonhei pastorear, esse não é o ministério que eu
sempresonhei”, eos agentesde viagempara Jope,para Társis,para Espanha,para Roma,
estarão à sua espera quando a sua frustração falar mais alto, para que você abandone
sua vocação.
Entendendo a Própria Vocação
No contexto de fuga virá a tempestade, é uma possibilidade. A sua fuga
estará arruinada, mas o seu ministério não. Na vida cristã e ministerial, as
tempestades virão. Essas ocasiões de dificuldade nos levarão aos questionamentos.
Entretanto, muitas vezes, Deus usa as tempestades como estratégias para salvar a
nossa vocação, porque talvez estejamos fugindo do nosso propósito de produzir e
trabalhar para a Sua glória.
"A maior parte daquilo que se passa por religião é mera idolatria. Não se pode olhar
para a totalidade da igreja e pensar que tudo aquilo tem a ver com cristianismo. A
maior parte do que vemos é autopromoção, orgulho, vaidade pessoal e disputa por
posição, ego. Isso é o mais comum."
De fato, o evangelho é um milagre que acontece dentro desses lugares. Em
meio a tempestade, sua vocação serão desafiada e aperfeiçoada para que você
perceba a diferença entre uma coisa e outra; o que é um evangelho marcado por
idolatria e o que é o evangelho real e pleno. No momento de tempestades somos
desafiados a ter um discernimento mais apurado. Quando Jonas está naquele
navio, o comandante lhe diz: “Vira, acorda! O que você está fazendo aí, seu
dorminhoco? Acorda! Cada um está olhando para o seu deus. Você tem que
acordar também e orar ao seu Deus!” É engraçado que esse pedido nasce de
alguém que é incrédulo, não de alguém que confia em Deus. No meio da
Tempestade teremos que acordar do nosso sonho, do sono, da nossa ilusão, do
nosso ressentimento e invocar o nome de Deus.
“E o mestre do navio chegou- se a ele, e disse-lhe: que tens, dorminhoco? Levanta- te,
clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos.” (Jonas
1:6)
Antes das tormentas não consegue enxergar o quadro completo e ser totalmente
entregue e usado. Mas mesmo com dificuldade, todas as vocações irão convergir para a
glória de Deus. A grande questão é: somente quando você está voltando para Nínive que
você encontrará o seu DNA de verdade. Em Társis você não descobre isso.
“Eunão quero ser maisumgerentede uma loja dedesconto religiosa,eeunãovou passar
a minha vida empacotando e vendendo Deus para consumidores religiosos.”
Essa frase me fez tomar uma decisão - Não quero ser alguém que vende fé. E quando falo
sobre vender fé, estou sendo muito específico, trata-se de vender alguma coisa que não
temos. É impossível vender a salvação, o milagre ou a cura. Concluindo, para ser
cristão é preciso tomar consciência da nossa limitação. Entender que o poder reside no
Evangelho e não em nós.
Vivendo a Vocação
Ao invés de ser um pastor que apascentava, edificava e alimentava o rebanho, ele estava
simplesmente resolvendo questões administrativas.
Muitas vezes, dentro da sua estrutura de igreja, onde a última coisa que você irá
conseguir ser é pastor, pois as atividades e questões relacionadas a outros contextos
podem te levar a um caminho no qual sua vocação não será vivida.
sempre que o seu DNA for ameaçado, você precisa se posicionar diante de Deus.
Corremos o risco de ver a nossa vocação escorrendo pelos dedos porque a
religião pode sofrer com uma mentalidade fast-food, esse termo se refere a tudo
que é instantâneo, tudo que é para ser consumido muito rápido e sem análise,
industrial e desumano, que falta o toque humano artesanal e afetivo. Começamos a
olhar para as pessoas na igreja sem conseguir enxergá-las. Da mesma forma que
um membro às vezes olha para a pregação do pastor como fast-food, às vezes o
pastor também olha para a ovelha do mesmo jeito. Também pode surgir uma
relação perniciosa entre ambos, exigências e expectativas antibíblicas. Somos
desafiados a pensar além desta lógica, do contrário, desejaremos fugir para Társis.
VI Um Olhar sobre as Igrejas
Alguém saindo da igreja pode ser uma fuga de Nínive para Társis. Se você
sair da igreja porque Deus está querendo te plantar em um novo lugar e ministério,
tudo bem. Por outro lado, se você está saindo da igreja, a partir de seu olhar para
Nínive e da quebra de expectativas diante do que antes imaginava, repense! Muitas
vezes, as igrejas funcionam como se fossem estufas de plantas que precisam ser
bem cuidadas. Plantas que ainda não podem ser colocadas no solo, porque
receberam agrotóxicos, foram acometidas por larvas, pragas e ervas daninhas. Em
suma: sofreram feridas. O trabalho do pastor e da igreja é cuidar dessas plantas,
isto é, das pessoas que ainda não podem ser plantadas “fora da estufa”.
Em uma igreja madura existem várias pessoas que estão plantadas em solo
firme para florescer e frutificar. E as estufas são necessárias porque nós
precisamos de cuidado. Necessitamos também ser enraizados nesse processo de
cuidado e tratamento. Somos desafiados a nos aperfeiçoarmos. Fugir pode ser uma
opção, no entanto, precisamos estar atentos a qual é o motivo que nos faz sair do
nosso lugar. Vamos, voltamos e não percebemos quais são os motivos reais que nos
estão fazendo tomar esta ou aquela decisão.
Formação em Teologia
10
Para Refletir
Qual é a ética das saídas e chegadas? Penso que a maioria das pessoas não
consegue ver. Existem muitas maneiras de sermos religiosos sem nos submetermos
a Deus, estarmos na igreja e nunca obedecermos a Ele. Um lugar verdadeiro onde
podemos desviar da religiosidade vazia é o ventre da baleia, como Jonas. É lá que
você vai haver possibilidade de fé e submissão a Deus. Ao sair do ventre do peixe,
a nossa vocação nos leva de volta para Nínive, uma cidade que está no mapa, tem
poeira, pedras, pessoas, situações e (im)possibilidades reais. O ser humano
vocacionado somente viverá essa plenitude quando conhecer as suas próprias
fraquezas.
Nínive pode parecer um lugar sem graça à primeira vista, mas é o melhor
local para desenvolver a vocação. Depois de pregar para Nínive, Jonas se volta para
Deus e diz: “Deus, não vai adiantar, porque esse povo é duro. Eles não vão se
arrepender.” Após a sua pregação, Jonas sobe na montanha esperando ver Deus
destruir todo mundo porque ele acredita que ninguém se arrependerá. Ele sobe e
assiste à cidade toda se arrepender e o propósito de Deus se cumprir, isso o deixa
muito bravo e no meio do caminho, Deus faz surgir uma árvore a fim de criar uma
sombra, já que o próprio texto informa o quanto o sol era escaldante. Isso traz uma
ideia fantástica: muitas vezes a nossa ira é justamente contra a graça de Deus. E
quando Deus nos surpreende e faz o que não é óbvio, ficamos sem ar e a ira nos
deixa perplexos. Esse é um ótimo indicador de que alguma coisa está errada. Nem
sempre temos noção de onde vem o erro, de fora ou de dentro (?). Toda vez que
ficamos irados surge uma possibilidade de perceberem que alguma coisa saiu do
eixo, e de identificar, em nossa vocação, em nossa vida cristã, o que está
desandando.
Formação em Teologia
11
A pergunta de Deus para Jonas é: “Acaso é razoável, é coerente?” E Jonas
se defende: “É claro.” Por meio dessa conversa, é revelado que a graça de Deus,
por vezes, confunde. Ravi Zacharias ensina que quando a graça é mal-entendida,
se transforma em outra coisa, tal qual aconteceu com a parábola do filho pródigo.
A graça de Deus em relação ao filho pródigo é interpretada pelo filho mais velho,
transformada em inveja, frustração e ressentimento. Muitas vezes, a graça de Deus
vem, provoca e nos confronta. Somos levados a entender que toda nossa vocação,
e tudo que fizermos de nossa vida, inclusive aos que estão à nossa volta, é
consequência da graça poderosa do Senhor. Uma verdadeira dádiva do bondoso
Deus, direcionada a cada um de nós. Pensar em ética no ministério faz com que
pastores e líderes decidam o que estão dispostos a fazer ou não.
Finalizamos com as seguintes reflexões: Quais são as prioridades do seu
ministério? Quais são as resoluções mais importantes que você tem como pastor,
homem ou mulher de Deus? Quais são os critérios que você usa para avaliar a sua
vocação e ministério? Examine a si mesmo e seja uma benção para Deus e Seu
reino.

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Desenvolvendo o chamado.docx

  • 1. Chamado e ministério Desenvolvendo o chamado Todo cristão tem algum tipo de ministério. Vale ressaltar que a definição de ministério não se reduz a algo a ser realizado dentro de quatro paredes e todos possuem uma vocação. os princípios te ajudarão a decidir em cada área da vida. A história do profeta Jonas nos faz repensar nossa vocação ministerial, para que ela não se corrompa. Muitas vezes, após receber o chamado, criar consciência e iniciar o desenvolvimento da nossa vocação, passamos a incorrer em desvios de caráter em meio à jornada - por exemplo, a aceitação de suborno. Falhas morais e éticas que nos levam a abandonar a essência da fé e da vocação. “E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.“ (Jonas 1:1-3) O fracasso de Jonas Jonas foi chamado para ser profeta em uma cidade chamada Nínive, porém ele fugiu para Társis: Notamos dois movimentos ao analisar os versículos acima. O primeiro indica a desobediência de Jonas, gerando seu fracasso. O segundo movimento é muito interessante: mesmo quando foi um profeta obediente, seu fracasso foi ainda maior, porque revelou coisas no coração de Jonas que mostraram o quanto ele estava distante de entender a misericórdia de Deus. Podemos resumir que ele fracassouquando obedeceu e fracassou quando desobedeceu. Társis e Nínive Társis localizava-se na Espanha, o lugar para o qual Jonas foge. Conforme relatado na Bíblia, ele foi para longe da presença do Senhor. Ir para longe da presença do Senhor nos faz entender que Jonas fugiu para ter o controle. Se ele fosse para Nínive, as coisas teriam acontecido do jeito que Deus planejou. Társis era um lugar onde Jonas teria controle da situação, além de ser um local propício ao crescimento de seu próprio orgulho. Em Nínive não haveria essa possibilidade. Analisando o fundamento do chamado lugar de fuga, entendemos que é um ambiente onde podemos exercer a nossa vocação sem ter que tratar com Deus.
  • 2. Escolhemos esses lugares com o intuito de fugir. O crescimento é aceitável e desejável, mas somente dentro daquilo que desejamos, em nosso mundo particular e do nosso jeito. Em última análise: sem estar debaixo da soberania de Deus. O lugar onde desenvolver o ministério, a congregação, é muito semelhante à Nínive em vários aspectos - um lugar de trabalho duro, sem muita expectativa de sucesso ou, pelo menos, não como a sociedade pensa. “O trabalho envolve rotina, limpar o curral e o estábulo, limpar esterco, arrancar ervas daninhas e, por conta das falsas expectativas dos vocacionados, começar a viver cheio de ressentimento. Não era para ser assim, Társis era melhor.” O fato é: Nínive não é um lugar encantador, Társis é. Nínive é um lugar onde você irá conviver com a realidade, contudo, é nesse lugar que seu ministério florescerá. Quando se foge do seu lugar como pastor, como líder, como ministro, você está fugindo da sua vocacional. Se você não estiver exercitando o seu ministério de maneira coerente com o evangelho, estará esvaziando o seu propósito. Nota Pastoral Dia após dia, domingo após domingo, reunião após reunião, muitas vezes estaremos animados, porém haverão dias em que as pessoas estarão desanimadas. Chegará um momento em que você estará ministrando a Palavra e as pessoas estarão atentas. Mas,de repente, você perceberá que,em muitos dias,as pessoas parecerãousar um controle remoto na mão, ligando e desligando a sua ministração. Se você não tem consciência da vocação, por melhor que seja a igreja onde trabalha, por melhor que seja esse grupo, você será tentado por um (res)sentimento de que as pessoas talvez não estejam dando a atenção que você gostaria de receber. Em Nínive você recebe um choque de realidade, as pessoas não estão ali como você gostaria que elas estivessem, e, quando você olhar para Nínive, pode até pensar: “Poxa, mas não é essa igreja que eu sempre sonhei pastorear, esse não é o ministério que eu sempresonhei”, eos agentesde viagempara Jope,para Társis,para Espanha,para Roma, estarão à sua espera quando a sua frustração falar mais alto, para que você abandone sua vocação. Entendendo a Própria Vocação No contexto de fuga virá a tempestade, é uma possibilidade. A sua fuga estará arruinada, mas o seu ministério não. Na vida cristã e ministerial, as tempestades virão. Essas ocasiões de dificuldade nos levarão aos questionamentos. Entretanto, muitas vezes, Deus usa as tempestades como estratégias para salvar a nossa vocação, porque talvez estejamos fugindo do nosso propósito de produzir e trabalhar para a Sua glória. "A maior parte daquilo que se passa por religião é mera idolatria. Não se pode olhar para a totalidade da igreja e pensar que tudo aquilo tem a ver com cristianismo. A maior parte do que vemos é autopromoção, orgulho, vaidade pessoal e disputa por posição, ego. Isso é o mais comum."
  • 3. De fato, o evangelho é um milagre que acontece dentro desses lugares. Em meio a tempestade, sua vocação serão desafiada e aperfeiçoada para que você perceba a diferença entre uma coisa e outra; o que é um evangelho marcado por idolatria e o que é o evangelho real e pleno. No momento de tempestades somos desafiados a ter um discernimento mais apurado. Quando Jonas está naquele navio, o comandante lhe diz: “Vira, acorda! O que você está fazendo aí, seu dorminhoco? Acorda! Cada um está olhando para o seu deus. Você tem que acordar também e orar ao seu Deus!” É engraçado que esse pedido nasce de alguém que é incrédulo, não de alguém que confia em Deus. No meio da Tempestade teremos que acordar do nosso sonho, do sono, da nossa ilusão, do nosso ressentimento e invocar o nome de Deus. “E o mestre do navio chegou- se a ele, e disse-lhe: que tens, dorminhoco? Levanta- te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos.” (Jonas 1:6) Antes das tormentas não consegue enxergar o quadro completo e ser totalmente entregue e usado. Mas mesmo com dificuldade, todas as vocações irão convergir para a glória de Deus. A grande questão é: somente quando você está voltando para Nínive que você encontrará o seu DNA de verdade. Em Társis você não descobre isso. “Eunão quero ser maisumgerentede uma loja dedesconto religiosa,eeunãovou passar a minha vida empacotando e vendendo Deus para consumidores religiosos.” Essa frase me fez tomar uma decisão - Não quero ser alguém que vende fé. E quando falo sobre vender fé, estou sendo muito específico, trata-se de vender alguma coisa que não temos. É impossível vender a salvação, o milagre ou a cura. Concluindo, para ser cristão é preciso tomar consciência da nossa limitação. Entender que o poder reside no Evangelho e não em nós. Vivendo a Vocação Ao invés de ser um pastor que apascentava, edificava e alimentava o rebanho, ele estava simplesmente resolvendo questões administrativas. Muitas vezes, dentro da sua estrutura de igreja, onde a última coisa que você irá conseguir ser é pastor, pois as atividades e questões relacionadas a outros contextos podem te levar a um caminho no qual sua vocação não será vivida. sempre que o seu DNA for ameaçado, você precisa se posicionar diante de Deus. Corremos o risco de ver a nossa vocação escorrendo pelos dedos porque a religião pode sofrer com uma mentalidade fast-food, esse termo se refere a tudo que é instantâneo, tudo que é para ser consumido muito rápido e sem análise, industrial e desumano, que falta o toque humano artesanal e afetivo. Começamos a
  • 4. olhar para as pessoas na igreja sem conseguir enxergá-las. Da mesma forma que um membro às vezes olha para a pregação do pastor como fast-food, às vezes o pastor também olha para a ovelha do mesmo jeito. Também pode surgir uma relação perniciosa entre ambos, exigências e expectativas antibíblicas. Somos desafiados a pensar além desta lógica, do contrário, desejaremos fugir para Társis. VI Um Olhar sobre as Igrejas Alguém saindo da igreja pode ser uma fuga de Nínive para Társis. Se você sair da igreja porque Deus está querendo te plantar em um novo lugar e ministério, tudo bem. Por outro lado, se você está saindo da igreja, a partir de seu olhar para Nínive e da quebra de expectativas diante do que antes imaginava, repense! Muitas vezes, as igrejas funcionam como se fossem estufas de plantas que precisam ser bem cuidadas. Plantas que ainda não podem ser colocadas no solo, porque receberam agrotóxicos, foram acometidas por larvas, pragas e ervas daninhas. Em suma: sofreram feridas. O trabalho do pastor e da igreja é cuidar dessas plantas, isto é, das pessoas que ainda não podem ser plantadas “fora da estufa”. Em uma igreja madura existem várias pessoas que estão plantadas em solo firme para florescer e frutificar. E as estufas são necessárias porque nós precisamos de cuidado. Necessitamos também ser enraizados nesse processo de cuidado e tratamento. Somos desafiados a nos aperfeiçoarmos. Fugir pode ser uma opção, no entanto, precisamos estar atentos a qual é o motivo que nos faz sair do nosso lugar. Vamos, voltamos e não percebemos quais são os motivos reais que nos estão fazendo tomar esta ou aquela decisão. Formação em Teologia 10 Para Refletir Qual é a ética das saídas e chegadas? Penso que a maioria das pessoas não consegue ver. Existem muitas maneiras de sermos religiosos sem nos submetermos a Deus, estarmos na igreja e nunca obedecermos a Ele. Um lugar verdadeiro onde podemos desviar da religiosidade vazia é o ventre da baleia, como Jonas. É lá que você vai haver possibilidade de fé e submissão a Deus. Ao sair do ventre do peixe, a nossa vocação nos leva de volta para Nínive, uma cidade que está no mapa, tem poeira, pedras, pessoas, situações e (im)possibilidades reais. O ser humano vocacionado somente viverá essa plenitude quando conhecer as suas próprias fraquezas. Nínive pode parecer um lugar sem graça à primeira vista, mas é o melhor local para desenvolver a vocação. Depois de pregar para Nínive, Jonas se volta para Deus e diz: “Deus, não vai adiantar, porque esse povo é duro. Eles não vão se arrepender.” Após a sua pregação, Jonas sobe na montanha esperando ver Deus destruir todo mundo porque ele acredita que ninguém se arrependerá. Ele sobe e assiste à cidade toda se arrepender e o propósito de Deus se cumprir, isso o deixa muito bravo e no meio do caminho, Deus faz surgir uma árvore a fim de criar uma sombra, já que o próprio texto informa o quanto o sol era escaldante. Isso traz uma ideia fantástica: muitas vezes a nossa ira é justamente contra a graça de Deus. E
  • 5. quando Deus nos surpreende e faz o que não é óbvio, ficamos sem ar e a ira nos deixa perplexos. Esse é um ótimo indicador de que alguma coisa está errada. Nem sempre temos noção de onde vem o erro, de fora ou de dentro (?). Toda vez que ficamos irados surge uma possibilidade de perceberem que alguma coisa saiu do eixo, e de identificar, em nossa vocação, em nossa vida cristã, o que está desandando. Formação em Teologia 11 A pergunta de Deus para Jonas é: “Acaso é razoável, é coerente?” E Jonas se defende: “É claro.” Por meio dessa conversa, é revelado que a graça de Deus, por vezes, confunde. Ravi Zacharias ensina que quando a graça é mal-entendida, se transforma em outra coisa, tal qual aconteceu com a parábola do filho pródigo. A graça de Deus em relação ao filho pródigo é interpretada pelo filho mais velho, transformada em inveja, frustração e ressentimento. Muitas vezes, a graça de Deus vem, provoca e nos confronta. Somos levados a entender que toda nossa vocação, e tudo que fizermos de nossa vida, inclusive aos que estão à nossa volta, é consequência da graça poderosa do Senhor. Uma verdadeira dádiva do bondoso Deus, direcionada a cada um de nós. Pensar em ética no ministério faz com que pastores e líderes decidam o que estão dispostos a fazer ou não. Finalizamos com as seguintes reflexões: Quais são as prioridades do seu ministério? Quais são as resoluções mais importantes que você tem como pastor, homem ou mulher de Deus? Quais são os critérios que você usa para avaliar a sua vocação e ministério? Examine a si mesmo e seja uma benção para Deus e Seu reino.