Este documento analisa um excerto do "Sermão de Santo António aos Peixes" de Padre António Vieira. O excerto critica a ignorância e cegueira dos peixes e dos homens, que se deixam manipular por interesses vazios como a vaidade. Argumenta isto através de exemplos da natureza e da história e usa figuras de retórica como metáforas e interrogações.
1. ANÁLISE DO EXCERTO DO
“SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES”
DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA
•FINAL DO CAPÍTULO IV, EXPOSIÇÃO E CONFIRMAÇÃO
Realizado por:
-Catarina Sousa nº12
-Inês Guerreiro nº20
2. ASSUNTO DO EXCERTO
TESE DEFENDIDA
A total ignorância e cegueira dos peixes, que se deixam manipular e enganar pelos
mais astutos (linha 55) .
Padre António Vieira critica os peixes em geral.
3. OS ARGUMENTOS USADOS PARA
DEFENDER A TESE
1) O peixe é atraído pelo pano que foi atado a um anzol, não se
conseguindo libertar. Linha 56/57
2) Também os homens são levados pela vaidade , porque se
deixam prender por dois retalhos de pano. Linha 63/64
3) Um comerciante de panos que ilude os compradores
vendendo lhes roupas antigas, e estes compram por vaidade
mesmo que tenham que se endividar. Os vendedores vindos
de Portugal seduzem os moradores de Maranhão com panos
fora de moda. Linha 73/79
4) Santo António é referido como exemplo de alguém que não se
deixa levar pela vaidade embora tivesse muitas razões para
isso. Linha 86/89
4. TIPO DE ARGUMENTOS USADOS
Argumentos com base em exemplos.
Argumentos de autoridade
Referência a exemplos da História
Natural
Linha 73-75
Linha 86
Linha 56-59
5. CRITICA SOCIAL
A crítica social presente no excerto é feita aos homens vaidosos e
ignorantes que para exporem a sua vaidade gastam o dinheiro que têm e
não têm, ficando com dívidas para o resto da sua vida.
Os homens levam assim, uma vida triste e desesperada, que o Padre
António Vieira compara com a morte.
6. Exemplos de figuras de
retórica/recursos estilísticos
Expressividade
Metáfora: “e os homens, por chegarem a
passar esse retalho de pano ao peito, não
reparam em tragar e engolir o ferro.”-
linha 64/65
. O orador enfatiza o modo negativo
como os homens procedem, não olhando
a meios para alcançar os seus objetivos,
espelhando/mostrando a vaidade.
Enumeração/anáfora: “(…) nem as
leteiras, nem os cavalos, nem os
esconderijos, nem os pajens, (…).” – linha
81/82
. Salientam a importância excessiva que é
dada pelos homens ás roupas.
Interrogação retórica: “pode haver mais
ignorância e mais rematada cegueira que
esta?” – linha 60
.Estratégia para captar a atenção dos
ouvintes e leva-los a refletir, neste caso,
sobre a ignorância e a cegueira, dando a
entender que não haverá cegueira, pior
do que aquela em que o peixe e
apanhado por um pedaço de pano.